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2º semestre de 2018 FENÔMENOS DE TRANSPORTE I Prof. Karina Klock da Costa 1 Classificação dos escoamentos de fluidos F e n ô m e n o s d e T ra n sp o rt e I - P ro f. K a ri n a K lo ck d a C o st a Escoamento viscoso vs não viscoso F e n ô m e n o s d e T ra n sp o rt e I - P ro f. K a ri n a K lo ck d a C o st a 2 Quando duas camadas de fluido movem-se uma em relação à outra, desenvolve-se uma força de atrito entre elas. Viscosidade: quantifica a resistência. Escoamentos não viscosos: simplificação. Forças viscosas são desprezíveis quando comparadas às inerciais e de pressão. Região de escoamento não viscoso Região de escoamento não viscoso Escoamento interno vs externo F e n ô m e n o s d e T ra n sp o rt e I - P ro f. K a ri n a K lo ck d a C o st a 3 Escoamento em espaços confinados ou não. Escoamento externo: sobre uma superfície. Efeitos viscosos são maiores em escoamentos internos. Escoamento externo Escoamento externo Escoamento compressível vs incompressível Variação da densidade durante o escoamento. Incompressibilidade: aproximação. Densidade não varia com o passar do tempo. Líquidos são comumente incompressíveis. Gases, porém, são altamente compressíveis. F e n ô m e n o s d e T ra n sp o rt e I - P ro f. K a ri n a K lo ck d a C o st a 4 ρ Escoamento laminar vs turbulento Escoamentos suaves e altamente ordenados são denominados laminares. Lâminas Movimento caótico, altamente desordenado, que ocorre em altas velocidades é tipicamente turbulento. Número adimensional: Número de Reynolds (Re). Parâmetro de determinação de regime de escoamento. F e n ô m e n o s d e T ra n sp o rt e I - P ro f. K a ri n a K lo ck d a C o st a 5 Escoamento laminar vs turbulento F e n ô m e n o s d e T ra n sp o rt e I - P ro f. K a ri n a K lo ck d a C o st a 6Fonte: Smartflow, 2017 Escoamento laminar Escoamento turbulento Escoamento natural vs forçado Esta classificação depende de como o movimento foi iniciado. Escoamento forçado: o fluido é obrigado a fluir por meios externos, como uma bomba ou ventoinha. Escoamento natural: movimentos devido à meios naturais, como o efeito de flutuação (variação da densidade com a temperatura). F e n ô m e n o s d e T ra n sp o rt e I - P ro f. K a ri n a K lo ck d a C o st a 7 Escoamento estacionário vs não estacionário Escoamento estacionário é aquele onde não há variações de propriedades, velocidade, temperatura, etc., com o passar do tempo. O oposto é não estacionário. F e n ô m e n o s d e T ra n sp o rt e I - P ro f. K a ri n a K lo ck d a C o st a 8 Escoamento uni, bi e tridimensionais F e n ô m e n o s d e T ra n sp o rt e I - P ro f. K a ri n a K lo ck d a C o st a 9 -2 -1 0 21 3 4-3-4 x y x y z 2º semestre de 2018 FENÔMENOS DE TRANSPORTE I Prof. Karina Klock da Costa 10 Propriedades dos Fluidos F e n ô m e n o s d e T ra n sp o rt e I - P ro f. K a ri n a K lo ck d a C o st a Meio contínuo Considerar a matéria como contínua, homogênea e sem espaços. F e n ô m e n o s d e T ra n sp o rt e I - P ro f. K a ri n a K lo ck d a C o st a 11 Densidade e gravidade específica Densidade: massa pelo volume. Densidade relativa: razão entre a densidade de uma substância e a de outra padrão à determinada temperatura. F e n ô m e n o s d e T ra n sp o rt e I - P ro f. K a ri n a K lo ck d a C o st a 12 Viscosidade Considerando dois corpos sólidos: quando estes estão em contato e em movimento, desenvolve-se uma força de atrito na superfície de contato, em direção oposta ao movimento. A intensidade da força requerida para movimentar o sólido depende do coeficiente de atrito entre os sólidos. F e n ô m e n o s d e T ra n sp o rt e I - P ro f. K a ri n a K lo ck d a C o st a 13 Viscosidade A situação é semelhante quando um fluido se move em relação à um sólido ou dois fluidos se movem em relação ao outro. A propriedade que representa à resistência interna do líquido ao movimento é a viscosidade. A força que um fluido exerce sobre um corpo na direção do escoamento é chamada de força de arrasto e sua intensidade depende da viscosidade. F e n ô m e n o s d e T ra n sp o rt e I - P ro f. K a ri n a K lo ck d a C o st a 14 Viscosidade Considerar duas placas infinitas com uma camada de fluido. Aplica-se uma força F constante na placa superior, que se move com velocidade V. F e n ô m e n o s d e T ra n sp o rt e I - P ro f. K a ri n a K lo ck d a C o st a 15 Placa superior Placa inferior Fluido F 𝜏 = 𝐹 𝐴 Viscosidade Quando deformado, um fluido mantém sua taxa de cisalhamento diretamente proporcional à tensão de cisalhamento (Newton, 1687). Fluidos newtonianos 𝜏 ∝ 𝛿𝜃 𝛿𝑡 𝜏 = 𝜇 𝑑𝑢 𝑑𝑦 F e n ô m e n o s d e T ra n sp o rt e I - P ro f. K a ri n a K lo ck d a C o st a 16 𝜏 𝑑𝜃 𝑑𝑡 Viscosidade dinâmica ou absoluta Viscosidade dinâmica ou absoluta Constante de proporcionalidade: 𝜇. Unidade é: 𝑘𝑔 𝑚.𝑠 , ou ainda 𝑃𝑎 ∙ 𝑠. Unidade comum: Poise ou Centipoise (cP) 1 cP = 10-3 Pa.s F e n ô m e n o s d e T ra n sp o rt e I - P ro f. K a ri n a K lo ck d a C o st a 17 2º semestre de 2018 FENÔMENOS DE TRANSPORTE I Prof. Karina Klock da Costa 18 Pressão Estática dos Fluidos F e n ô m e n o s d e T ra n sp o rt e I - P ro f. K a ri n a K lo ck d a C o st a Pressão É a força normal exercida por um fluido por unidade de área. Pressão → gás ou líquido. Unidade: A unidade Pascal é muito pequena, logo, são usados múltiplos como kPa, Mpa, etc. Outras unidades: atm, bar, kgf/cm² F e n ô m e n o s d e T ra n sp o rt e I - P ro f. K a ri n a K lo ck d a C o st a 19 Pressão absoluta A pressão real em determinada posição é chamada de pressão absoluta. Esta é medida utilizando vácuo absoluto. A maioria dos dispositivos de medição é calibrada para ler zero na pressão atmosférica, ou seja, eles indicam a diferença entre pressão absoluta e a pressão atmosférica local. Esta diferença é chamada de pressão manométrica. F e n ô m e n o s d e T ra n sp o rt e I - P ro f. K a ri na K lo ck d a C o st a 20 Pressão manométrica F e n ô m e n o s d e T ra n sp o rt e I - P ro f. K a ri n a K lo ck d a C o st a 21 Pman Patm Pressão em um ponto Pressão é a força de compressão por unidade de área e parece ser um vetor. Entretanto, a pressão em qualquer ponto de um fluido é igual em todas as direções. F e n ô m e n o s d e T ra n sp o rt e I - P ro f. K a ri n a K lo ck d a C o st a 22 Variação da pressão com a profundidade A pressão em um fluido em repouso não varia na direção horizontal. Para obter a relação da variação da pressão com a profundidade, considerar um elemento fluido retangular: F e n ô m e n o s d e T ra n sp o rt e I - P ro f. K a ri n a K lo ck d a C o st a 23 ∆𝑥 ∆𝑧 ∆𝑦 = 1 𝑧1 𝑧2 𝑊 𝑃2 𝑃1 Balanço de pressão Considerando que 𝜌 seja constante, um balanço de forças na direção vertical z resulta em: 𝐹𝑧 = 𝑚𝑎𝑧 = 0 Sendo F=P*A e W=ρgV 𝑃1∆𝑥∆𝑦 − 𝑃2∆𝑥∆𝑦 − 𝜌𝑔∆𝑥∆𝑦∆𝑧 = 0 ∆𝑃 = 𝑃2 − 𝑃1 = −𝜌𝑔∆𝑧 = 𝑃𝑚𝑎𝑛 F e n ô m e n o s d e T ra n sp o rt e I - P ro f. K a ri n a K lo ck d a C o st a 24 Balanço de pressão Para fluidos cuja densidade varia significativamente com a altitude, a relação para a variação da pressão com a altitude pode ser obtida por: 𝑑𝑃 𝑑𝑧 = −𝜌𝑔 ∆𝑃 = 𝑃2 − 𝑃1 = −න 1 2 𝜌𝑔𝑑𝑧 F e n ô m e n o s d e T ra n sp o rt e I - P ro f. K a ri n a K lo ck d a C o st a 25 Lei de Pascal A pressão aplicada a um fluido confinado aumenta a pressão em todo o fluido na mesma medida. Em homenagem à Blaise Pascal (1623-1662). Pascal também afirma que força aplicada a um fluido é proporcional à área de superfície. F e n ô m e n o s d e T ra n sp o rt e I - P ro f. K a ri n a K lo ck d a C o st a 26 Lei de Pascal Observando que P1 e P2 são iguais, já que os pistões estão no mesmo nível, a relação entre força e área é dada por: 𝑃 = 𝐹 𝐴 𝑃1 = 𝑃2 𝐹1 𝐴1 = 𝐹2 𝐴2 F e n ô m e n o s d e T ra n sp o rt e I - P ro f. K a ri n a K lo ck d a C o st a 27 F e n ô m e n o s d e T ra n sp o rt e I - P ro f. K a ri n a K lo ck d a C o st a 28 Dispositivo para medição de pressão atmosférica. Por este motivo é também chamada de pressão barométrica. Barômetro Dispositivos de medição de pressão 2 9 Fenômenos de Transporte I - Prof. Karina Klock da Costa Adaptado de: The history of the barometer (and how it works) - Asaf Bar-Yosef Aristóteles A natureza teme espaços vazios Vácuo (espaço sem matéria) não poderia existir 3 0 Fenômenos de Transporte I - Prof. Karina Klock da Costa Adaptado de: The history of the barometer (and how it works) - Asaf Bar-Yosef Barômetro Vácuo é um componente chave do barômetro 3 1 Fenômenos de Transporte I - Prof. Karina Klock da Costa Adaptado de: The history of the barometer (and how it works) - Asaf Bar-Yosef A natureza abomina vácuo Poucos questionaram por quase 2 mil anos 3 2 Fenômenos de Transporte I - Prof. Karina Klock da Costa Adaptado de: The history of the barometer (and how it works) - Asaf Bar-Yosef Mineiros italianos As bombas não conseguiam elevar água por mais de 10,3 metros. 10,3 metros 3 3 Fenômenos de Transporte I - Prof. Karina Klock da Costa Adaptado de: The history of the barometer (and how it works) - Asaf Bar-Yosef Galileu Galilei Com outros cientistas da época propuseram que sugar o ar da tubulação era o que fazia a água subir para preencher os vazios. Mas sua força era limitada. 3 4 Fenômenos de Transporte I - Prof. Karina Klock da Costa Adaptado de: The history of the barometer (and how it works) - Asaf Bar-Yosef Gasparo Berti Empolgado com a ideia, resolveu propor um experimento para provar que era possível existir vácuo. 3 5 Fenômenos de Transporte I - Prof. Karina Klock da Costa Adaptado de: The history of the barometer (and how it works) - Asaf Bar-Yosef Gasparo Berti Um longo tubo preenchido com água e extremidades fechadas Posicionado em um recipiente raso com água 3 6 Fenômenos de Transporte I - Prof. Karina Klock da Costa Adaptado de: The history of the barometer (and how it works) - Asaf Bar-Yosef Gasparo Berti A extremidade inferior do tubo foi então aberta, e água fluiu para fora deste até que o nível no interior do tubo foi de 10,3 m. Vácuo estável 3 7 Fenômenos de Transporte I - Prof. Karina Klock da Costa Adaptado de: The history of the barometer (and how it works) - Asaf Bar-Yosef Evangelista Torricelli Que era aprendiz e amigo de Galileu. Decidiu olhar o experimento de outra perspectiva 3 8 Fenômenos de Transporte I - Prof. Karina Klock da Costa Adaptado de: The history of the barometer (and how it works) - Asaf Bar-Yosef Evangelista Torricelli Em vez de focar no vazio no interior do tubo, ele perguntou o que teria influência sobre a água. 3 9 Fenômenos de Transporte I - Prof. Karina Klock da Costa Adaptado de: The history of the barometer (and how it works) - Asaf Bar-Yosef Evangelista Torricelli Percebeu que o único material em contato com a água era o ar que cercava o recipiente. Ele concluiu que este seria a única coisa que impedia a água de descer ainda mais. 4 0 Fenômenos de Transporte I - Prof. Karina Klock da Costa Adaptado de: The history of the barometer (and how it works) - Asaf Bar-Yosef Evangelista Torricelli O nível de água desceu até que a pressão da água e da atmosfera ficassem iguais. 4 1 Fenômenos de Transporte I - Prof. Karina Klock da Costa Adaptado de: The history of the barometer (and how it works) - Asaf Bar-Yosef Ar atmosférico não tem peso e não exerce pressão Galileu Galilei Muitos cientistas acreditavam que o ar não possuía peso e não exercia pressão. 4 2 Fenômenos de Transporte I - Prof. Karina Klock da Costa Adaptado de: The history of the barometer (and how it works) - Asaf Bar-Yosef Evangelista Torricelli Decidiu repetir o experimento com mercúrio. 4 3 Fenômenos de Transporte I - Prof. Karina Klock da Costa Adaptado de: The history of the barometer (and how it works) - Asaf Bar-Yosef Evangelista Torricelli Como o mercúrio é mais denso, ficou em um nível menor: 76 cm. 4 4 Fenômenos de Transporte I - Prof. Karina Klock da Costa Adaptado de: The history of the barometer (and how it works) - Asaf Bar-Yosef Uma variação do experimento tinha dois tubos, um deles com um balão na região superior . Se Galileu estivesse correto, o maior vácuo do segundo tubo faria mais sucção e deixaria o nível de mercúrio mais alto. 4 5 Fenômenos de Transporte I - Prof. Karina Klock da Costa Adaptado de: The history of the barometer (and how it works) - Asaf Bar-Yosef Mas o nível foi o mesmo. 4 6 Fenômenos de Transporte I - Prof. Karina Klock da Costa Adaptado de: The history of the barometer (and how it works) - Asaf Bar-Yosef Blaise Pascal O apoio decisivopara a teoria de Torricelli veio quando Pascal levou um tubo de mercúrio até o topo de uma montanha e mostrou que o nível de mercúrio descia e que a pressão atmosférica diminuía com o aumento da altitude. 4 7 Fenômenos de Transporte I - Prof. Karina Klock da Costa Adaptado de: The history of the barometer (and how it works) - Asaf Bar-Yosef Foram muito utilizados até cerca de 2007, quando iniciou-se a proibição de mercúrio em equipamentos pela toxicidade. Barômetro de mercúrio F e n ô m e n o s d e T ra n sp o rt e I - P ro f. K a ri n a K lo ck d a C o st a 48 A pressão no ponto B é igual à pressão atmosférica, e a pressão em C pode ser considerada zero. Um equilíbrio de forças na direção vertical resulta em: 𝑃𝑎𝑡𝑚 = 𝜌𝑔ℎ Barômetro Dispositivos de medição de pressão Exercício 1 Pressão absoluta de uma câmara de vácuo Um medidor de vácuo conectado a uma câmara exibe leitura de 5,8 psi em um local onde a pressão atmosférica é de 14,5 psi. Determine a pressão absoluta. R: 8,7 psi F e n ô m e n o s d e T ra n sp o rt e I - P ro f. K a ri n a K lo ck d a C o st a 49 Exercício 2 Determine a pressão atmosférica em uma localidade na qual a leitura barométrica é de 740 mmHg e a aceleração gravitacional é g = 9,805 m/s². Considere que a temperatura do mercúrio seja de 10 °C, na qual sua densidade é de 13570 kg/m³. R: 98,5 kPa F e n ô m e n o s d e T ra n sp o rt e I - P ro f. K a ri n a K lo ck d a C o st a 50 Exercício 3 A leitura de um medidor de vácuo conectado a um tanque é de 45 kPa em um local onde a leitura barométrica é de 755 mmHg. Determine a pressão absoluta do tanque, sendo 𝜌𝐻𝑔 = 13590 kg/m³. R: 55,6 kPa F e n ô m e n o s d e T ra n sp o rt e I - P ro f. K a ri n a K lo ck d a C o st a 51 Exercício 4 Determine a pressão exercida sobre um mergulhador a 20 m abaixo da superfície livre do mar. Considere uma pressão barométrica de 101 kPa e uma gravidade específica de 1,03 para a água do mar. Considerar 𝜌𝐻2𝑂 = 1000 𝑘𝑔/𝑚³. R: 303 kPa F e n ô m e n o s d e T ra n sp o rt e I - P ro f. K a ri n a K lo ck d a C o st a 52
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