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BIOSSEGURANÇA Vanessa Silveira ESTERILIZAÇÃO, DESINFECÇÃO e ANTISSEPSIA dos materiais • CRÍTICOS – aqueles que penetram nos tecidos, entrando em contato com o sangue. São esterilizados. (ex.: Sonda OMS). • SEMI-CRÍTICOS - aqueles que não penetram nos tecidos, mas tocam na saliva e, eventualmente no sangue mesmo sem penetração. São esterilizados (ex.: Kit Clínico; Carpule). • NÃO-CRÍTICOS- aqueles que não tocam nem no sangue nem na saliva, mas podem ser contaminados indiretamente por eles. São desinfectados (ex.: cadeira, mesa). Cuidado com Instrumental Antes da esterilização – LIMPEZA: » Proteção do agente “lavador” (pessoa) => EPI (óculos, luva de borracha, máscara); » Cuidadosa lavagem (não subestimar o risco); » Os materiais devem ser transportados em caixa plástica fechada para evitar contaminação; » Limpe os instrumentais tão logo quando possível; » PRÉ LAVAGEM: Caixa desincrustante; ▪ Sujeira ressecada: solução de pré-lavagem => SOLUÇÃO EMOLIENTE ▪ Detergentes (neutros odontológicos; enzimáticos), substâncias proteolíticas, desincrustantes. » Uso do ULTRASSOM: (após a pré-lavagem) ▪ Solução: água (deve ser colocada até o limite indicado na cuba) e detergente enzimático; ▪ DESGASEIFICAÇÃO = 1 ciclo sem instrumentais a fim de retirar o gás que dificulta a ação das ondas durante a limpeza. -> realizada sempre que a solução for trocada. ▪ Ocorre a geração de bolhas que expandem até implodirem. ▪ As sujeiras são dispersas ou dissolvidas. ▪ AS ONDAS => promovem a remoção da sujidade até onde a escovação manual não alcança. (ex.: facilitam a remoção de resina e cimento). Durante a LAVAGEM MANUAL do instrumental: » Evite que os instrumentos fiquem roçando uns contra os outros; » Não estoque por muito tempo em água, solução de hipoclorito ou PVP-I; » Use somente produtos recomendados para instrumental; » Enxague bem após o uso de detergente. ▪ OBS: nunca lavar instrumentais com bucha, material tipo bombril ou palha de aço => Eles removem somente a camada superficial dos instrumentais, e fazem com que acumule matéria orgânica e bactérias. ▪ Técnicas de lavagem: sob imersão para evitar respingos. ▪ Material correto para a remoção de sujidades: ESCOVAS DE CABO LONGO-> evitar contato com a ponta ativa. » Usar somente água destilada em autoclaves – DANOS SÉRIOS. » Os materiais devem ser enxugados (compressa estéril); ▪ Evitar a oxidação do material. LUVAS DE BORRACHA (lavagem com água + sabão + álcool em gel) Cuidado com Instrumental => PEÇAS DE MÃO Antes da DESINFECÇÃO: 1. Acione a peça de mão para eliminar resíduos; o Contra-ângulos: acionar por 20 a 30 segundos. o Turbinas: acionar por 15 segundos. BIOSSEGURANÇA Vanessa Silveira 2. Escove a parte externa com degermante antisséptico; 3. Lubrifique e acione por 15 segundos 4. Coloque a peça numa embalagem comercial com fechamento hermético e com esponjas saturadas de Glutoaldeído ou PVP-I alcoólico. Antes da ESTERILIZAÇÃO – LIMPEZA: » Com a peça de mão rosqueada, limpe toda a sujeira visível => álcool 70%; » Contra-ângulos: acionar por 20 a 30 segundos; » Turbinas: acionar por 15 segundos; » Remover a peça da mangueira e limpe com detergente; » Limpeza ultra-sônica – manual do fabricante; » Embale e autoclave – IDEAL; » Desinfecção externa com compostos fenólicos; » Lubrifique e remova os excessos. Antes e depois da esterilização. Protocolo de lavagem: INSTRUMENTAL 1º Descontaminação por 10 minutos – detergente enzimático e desincrustante; 2º Lavagem – ?uso de esponja?; - ESCOVAS DE CABO LONGO-> evitar contato com a ponta ativa. 3º Secagem – toalhas descartáveis e/ou jatos de ar; 4º Embalagem apropriada; - Papel grau – melhor custo benefício; - SMS (tecido não tecido) – embalar volumes maiores; - Pano de algodão (baixa barreira antimicrobiana); - Papel Crepado (rasga fácil); - Papel Kraft (anvisa proíbe); 5º Esterilização; 6º Armazenamento; Limpeza e desinfecção do consultório Classificação de Spauldind – Áreas de Risco » ÁREAS CRÍTICAS – sala de cirurgia, áreas operatórias, laboratórios micro e patológicos. » ÁREAS SEMI-CRÍTICAS – áreas de consulta, laboratório de prótese e dentística, lavanderia. » ÁREAS NÃO-CRÍTICAS – áreas administrativas, biblioteca, refeitório, recepção. Superfícies suscetíveis à contaminação - Cadeias odontológicas; - Botões de controle da cadeira; - Refletor de luz; - Mangueiras e encaixes rosqueáveis das peças de mão; - Encaixe do sugador; - Seringa tríplice; - Botões, cone e manoplas de raio-x; - Espelho; - Fotopolimerizador; - Gavetas e mochos; Monitoração por parte do CD - Instrução particular do encarregado; - Uso do EPI; > Não tocar em nada com as luvas calçadas, ao menos que esteja protegido: >> Com papel filme: braços, apoiador da cabeça; >> Saco de geladinho: peças de mão, sugador, alças do refletor; >> Canudo no jato de ar; - Soluções desinfectantes; - Todo o material usado deve ser limpo; - Limpeza em sentido único; - Uso de carrinhos próprios; - Limpeza da área menos contaminada para a mais; - Não deve fazer varredura a seco, não provocar partículas em suspensão; BIOSSEGURANÇA Vanessa Silveira Produtos químicos para esterilização, desinfecção e antissepsia Desinfetante de superfície, de imersão e degermante » Um desinfetante não deve ser usado quando se pode usar um esterilizante. Porém: ▪ Esterilização química não pode ser monitoradas biologicamente. ▪ Processamento muito complicado. » Fatores que afetam a atividade dos produtos químicos: ▪ Número e localização dos microrganismos; ▪ Resistência dos microrganismos; ▪ Concentração e potência; ▪ Fatores físicos e químicos; ▪ Presença de material orgânico; ▪ Duração de exposição; GERMICIDAS --- PVP-I; Compostos fenólicos; clorexidina » Propriedades de um produto químico IDEAL ▪ Possibilidade de esterilizar e não somente desinfetar; ▪ Largo espectro de ação e rápida atuação contra esporos, vírus e fungos; ▪ Não deve ser inativo por sabões, detergentes e fluidos orgânicos; ▪ Não deve sofrer alteração por fatores físicos; ▪ Ter efeito residual; ▪ Não deve corroer ou danificar objetos ▪ Fácil de usar, duradouro, inodoro e econômico » Princípios gerais para uso dos produtos químicos: ▪ Manter a concentração original do produto e em reservatório fechado; ▪ Evitar a alteração do pH; ▪ Temperatura elevada pode acelerar a ação, mas excesso inativa; ▪ O instrumental deve ser totalmente imerso no produto; ▪ O CD deve seguir as instruções do fabricante; » Classificação dos desinfetantes ▪ DESINFETANTES DE ALTO NÍVEL o Esterilizantes químicos; o Necessidade de tempo de imersão; o Inativar esporos bacterianos resistentes e todas as formas de microrganismo; o Ex.: Gluturaldeído, por 10 horas. ▪ DESINFETANTES DE NÍVEL INTERMEDIÁRIO o Tuberculicida, mas não agem contra todos os esporos; o Não é capaz de inativar todos os tipos de vírus; o Ex.: Formaldeído, PVP-I e álcool. ▪ DESINFETANTES DE BAIXO NÍVEL o Atua contra microrganismos vegetativos, não Tuberculicida, não agem contra esporos; o Podem ser usados como agentes de superfície; o Ex.: Fenóis simples. Antissépticos, desinfetantes de imersão e degermantes » CLOREXIDINA 0,12% ou 0,5% ▪ Age na membrana celular e parede celular – DUPLA AÇÃO; ▪ Bactericida e fungicida; ▪ Não esporicida; BIOSSEGURANÇA Vanessa Silveira ▪ Contra HIV, CMV, HMV 1 e 2; ▪ Efeitos colaterais: gosto metálico, coloração de dentes e perda do paladar, descamação da mucosa; ▪ Pré operatório: reduz o número de bactérias; ▪ Podemmanchar roupas; ▪ Contraindicado para utilizar por longos períodos; ▪ Utilizado em pré-operatório e pós-operatório; ▪ Antissepsia e assepsia » PVP-I: Polivinilpirolidona-iodo a 10% ▪ Age na parede celular; ▪ Gosto ruim; ▪ Contra bactérias, fungos, esporos e maioria dos vírus; ▪ Provoca irritação, alergias, mancha a apele e tecidos e corrói metais; ▪ Agentes sulfactantes = efeito residual (permanece no local por certo período); ▪ Armazenamento em recipientes opacos e protegidos da luz = INATIVAÇÃO; ▪ Contraindicados em RN => supressão da tireoide; ▪ Tipos: o TÓPICO: a base de água (bochecho, face). o DEGERMANTE: a base de sabão (lavagem). o ALCOÓLICO: a base de álcool. » ÁLCOOL ETÍLICO – 70% ▪ Não é provado pela ADA como desinfetante de superfície ou imersão – EVAPORAÇÃO; ▪ Não indicado para desinfecção de materiais cirúrgico – má atividade; ▪ Esporicida e inatividade para penetrar em materiais ricos em proteínas; ▪ Bactericida => desnaturação de proteínas e remoção de lipídeos; ▪ Atividade contra os vírus -> hepatites; ▪ Não é Tuberculicida, é barato e facilmente acessível; ▪ Baixa toxicidade, rápido efeito microbicida e fácil aplicação; ▪ Clorexidina e PVP-I => aumenta o efeito residual; ▪ Melhor custo-benefício; » HIPOCLORITO DE SÓDIO a 1% (“água sanitária”) ▪ Barato, amplo espectro de atividade e usado em certo tempo de atuação; ▪ Desnaturação de proteínas e inativação de ácidos nucleicos; ▪ Inativa a maioria dos vírus, bactérias, é tuberculicida e age contra HIV; ▪ Ação desinfetante -> cloro ativo 2 a 4%; ▪ Armazenado em recipientes opacos e protegidos de luz -> INATIVAÇÃO; ▪ Esporicida em altas concentrações; ▪ Ação diminuída com alteração do pH; » GLUTARALDEÍDO – 2% ▪ Bactericida, fungicida e viricida; ▪ Em pH de 7,5 a 8,5 a solução é ativada; ▪ Ativada, sofre polimerização gradual – por 30 dias; ▪ Perde atividade um meio orgânico; ▪ Efeito desinfectante (45 min a 25C) e esterilizante (10h); ▪ Necessita de ativador específico; ▪ Não são indicados para desinfecção de superfície – evapora rápido; ▪ Alta toxicidade; BIOSSEGURANÇA Vanessa Silveira Armazenamento dos materiais Objetivo das embalagens » Proteger o material durante o transporte e manuseio; » Possibilitar identificação; » Barreira biológica; Critérios de armazenagem de instrumentos esterilizados » Limpo, fechado e livre de pó; » Seco, com umidade entre 30 e 60%; » Temperatura entre 18°C e 25°C; » Variedade depende do método de esterilização e tipos de embalagem; » Material etiquetado com data da esterilização e prazo de validade; » O local deve ser limpo com desinfectante -> 1x por semana; Quanto tempo estéril? » Depende da efetividade da embalagem, tipo de embalagem e o local de armazenagem. ▪ ENROLADO POR PANO – 3 semanas; ▪ ENROLADO POR PAPEL – 3 dias; ▪ ENROLADO POR PLÁSTICOS - 5 semanas;