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1 UCAM – UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES – NITEROI - RJ Professor: José Raymundo Sobrinho Workshop – 1º semestre de 2015 ENADE 2015 Custos sem fronteiras - apurar e controlar Método de custeio a ser utilizado nesta oficina: Absorção Objetivo: Que ao final, o participante esteja em condições de apurar o custo unitário de cada produto pelo método de custeio por Absorção e compreenda que o “Custo do Produto Vendido”: a) Utilizar Análise Vertical % para avaliar o comportamento de cada um dos seus componentes; b) Apurar a DRE Demonstração do Resultado (utilizando o Método de Custeio por Absorção- CPC 16 cujo sumário encontra-se em anexo ao final desta apostila). c) Compará-lo com o custo unitário dos demais métodos de custeio, na busca do método mais indicado para estabelecer o “Custo Padrão” – método que o levará a elaborar o “Orçamento Global” – e acompanhar a sua execução. 1- “Método de Custeio por Absorção” de acordo com o que estabelece o Pronunciamento Contábil CPC 16; Custeio por absorção é o método derivado da aplicação dos princípios de contabilidade geralmente aceitos. Consiste na apropriação de todos os custos de produção aos bens elaborados, e só os de produção. (adaptado Elizeu Martins, p 41) TERMINOLOGIA A SER UTILIZADA PARA CLASSIFICAR CADA ITEM DA PLANILHA DE GASTOS: A terminologia que segue aplica-se à indústria, comércio, serviços, organizações do terceiro setor e demais entidades do setor público ou privado. Segundo Elizeu Martins, uma das maiores autoridades em custos neste País: a) GASTO: sacrifício financeiro com que a entidade arca para obtenção de um produto ou serviço qualquer, sacrifício esse representado por entrega ou promessa de entrega de ativos (normalmente dinheiro). b) INVESTIMENTO: Gasto ativado em função de sua vida útil ou de benefícios atribuíveis a futuro (s) períodos. Aquisição de Máquinas, Equipamentos, outras Imobilizações; Aquisição de matéria-prima; Aquisição de mercadorias para revenda; Aquisição de materiais diversos Aquisição de material de embalagem; Obras em Imóveis próprios; Benfeitorias em Imóveis de terceiros 2 Os componentes serão tratados de acordo com a nova Lei das S/A. convergida para padrões internacionais (IFRS) pela Leis 11.638 e 11.941 e Pronunciamentos Contábeis CPCs; c) CUSTO: Gasto relativo ao bem ou serviço utilizado na produção de outros bens e serviços. CUSTOS DIRETOS (Variáveis): Mudam em proporção às mudanças no nível de produção (ou vendas). Custos de materiais diretos, por exemplo, podem aumentar 20% quando a produção aumentar 20%. (Atkinson, 184) CUSTOS INDIRETOS (Custos Fixos): Não mudam com as mudanças no nível de produção (ou vendas) durante curtos períodos de tempo. Aluguel e seguro para instalações de uma fábrica, por exemplo, não mudarão mesmo se a produção cair por 5 a 10% (Atkinson, 183) d) DESPESA: Bem ou serviço consumidos direta ou indiretamente para obtenção de receitas. Despesas são gastos que se destinam às fases da administração, esforço de vendas e financiamento. DESPESAS OPERACIONAIS FIPECAFI, p 307: “As despesas operacionais constituem-se das despesas pagas ou incorridas para vender produtos e administrar a empresa e, dentro do conceito da Lei 6.404/76, abrangem também as despesas liquidas para financiar as suas operações; os resultados líquidos das atividades acessórias da empresa são também considerados operacionais”. O art.187 da Lei 6404/76 estabelece, para chegarmos ao lucro operacional, a dedução das “despesas com as vendas, as despesas financeiras, as despesas gerais e administrativas, e outras despesas operacionais”. Despesas Comerciais Representam os gastos de promoção, colocação e distribuição dos produtos da empresa, bem como os riscos assumidos pela venda, constando dessa categoria despesas como: com o pessoal da área de vendas, marketing, distribuição, pessoal administrativo interno de vendas, comissões sobre vendas, propaganda e publicidade. (FIPECAFI, 383) Despesas Administrativas Representam os gastos, pagos ou incorridos, para direção ou gestão da empresa e constituem- se de várias atividades gerais que beneficiam todas as fases do negócio ou objeto social. Constam dessa categoria itens como honorários da Diretoria, salários e encargos do pessoal administrativo, despesas legais e judiciais, material de escritório, etc. (FIPECAFI, 383) Resultado Financeiro Receitas Financeiras (-) Despesas Financeiras 3 INFORMAÇÕES IMPORTANTES SOBRE A “PLANILHA DE GASTOS” Base para o trabalho prático que será desenvolvido - Utilize a terminologia acima para classificar cada um dos seus itens e considere que: a) A produção foi iniciada e concluída dentro do mês; b) A mesma matéria-prima foi utilizada para os dois produtos; c) O Critério de avaliação de Estoques da Matéria Prima utilizada é o “Custo Médio Ponderado Móvel”; d) Os Materiais Diversos empregados na fabricação de cada produto devem ser controlados mediante “Ficha Controle de Estoques” tal como se processa com o Controle de Estoque da Matéria-Prima, desde que a relação custo/benefício seja favorável. e) A mesma orientação do Controles de Estoques se aplica ao material de embalagem. Os itens relativos a “Custos” e “Despesas” da “PLANILHA GERAL DE GASTOS” serão utilizados para calcular o “CUSTO UNITÁRIO” de cada produto e a DRE- Demonstração do Resultado do Exercício. - Os valores atendem ao “PRINCÍPIO DA COMPETÊNCIA” Art. 9º da Resolução 750 do CFC- Conselho Federal de Contabilidade, que estabelece. Ver Pronunciamento Contábil CPC 00 : Pressupostos Básicos Regime de Competência 22. A fim de atingir seus objetivos, demonstrações contábeis são preparadas conforme o regime contábil de competência. Segundo esse regime, os efeitos das transações e outros eventos são reconhecidos quando ocorrem (e não quando caixa ou outros recursos financeiros são recebidos ou pagos) e são lançados nos registros contábeis e reportados nas demonstrações contábeis dos períodos a que se referem. As demonstrações contábeis preparadas pelo regime de competência informam aos usuários não somente sobre transações passadas envolvendo o pagamento e recebimento de caixa ou outros recursos financeiros, mas também sobre obrigações de pagamento no futuro e sobre recursos que serão recebidos no futuro. Dessa forma, apresentam informações sobre transações passadas e outros eventos que sejam as mais úteis aos usuários na tomada de decisões econômicas. O regime de competência pressupõe a confrontação entre receitas e despesas que é destacada nos itens 95 e 96. 4 PLANILHA DE GASTOS Produtos Classificação A B $ Aluguel da fábrica 12.000 Aluguel Escritório Administração 6.500 Aquisição de computadores Dep. Administrativo 5.400 Aquisição de Computadores Dep. Comercial 7.000 Aquisição de geladeiras Dep. Administrativo 3.800 Aquisição de máquinas e equipamentos industriais 120.000 146.000 266.000 Aquisição de Móveis e Utensílios Dep. Comercial 7.200 Comissões sobre Vendas a Pessoa Jurídica 63.936 116.424 180.360 Consumo de água da administração 1.200 Consumo de água da fábrica 4.100 Consumo de luz da administração 3.800 Consumo de Luz da fábrica 26.000 Consumo de Matéria-prima 58.000 51.200 109.200 Depreciação de Móveis Departamento Administrativo 3.100 Depreciação de Móveis e Máquinas Departº Comercial 1.900 Depreciação de máquinas e equipamentos Industriais 13.000 Encargos sociais pessoalda Administração 156.000 Encargos Sociais pessoal apoio Departº. Comercial 107.900 Encargos sociais sobre Mão de obra Direta 143.000 195.000 338.000 Encargos sociais e trabalhistas sobre MOI 162.500 Manutenção máquinas Industriais 27.700 Mão de obra Indireta 125.000 Mão de obra direta 110.000 150.000 260.000 Material de embalagem consumido 14.000 12.000 26.000 Obras de Acréscimo Patrimonial Prédio próprio 57.000 Propaganda, Marketing Departamento Comercial 22.600 Retirada Pro labore da Diretoria Administrativa 38.000 Retirada Pro labore Diretoria de Vendas 41.000 Salários Departamento Administrativo 120.000 Salários Pessoal Vendas Apoio Departº Comercial 83.000 Serviços de limpeza administração 4.740 Total 2.220.000 RESUMO TOTAL E ANÁLISE PERCENTUAL DA PLANILHA DE GASTOS A B Total % Investimentos Custos Diretos Indiretos Despesas Operacionais Comerciais Administrativas Total 5 MÉTODO DE CUSTEIO POR ABSORÇÃO – CPC 16 - Estoques Custos do estoque 10. O valor de custo do estoque deve incluir todos os custos de aquisição e de transformação, bem como outros custos incorridos para trazer os estoques à sua condição e localização atuais. Custos de aquisição; 11. O custo de aquisição dos estoques compreende o preço de compra, os impostos de importação e outros tributos (exceto os recuperáveis junto ao fisco), bem como os custos de transporte, seguro, manuseio e outros diretamente atribuíveis à aquisição de produtos acabados, materiais e serviços. Descontos comerciais, abatimentos e outros itens semelhantes devem ser deduzidos na determinação do custo de aquisição. (Nova Redação dada pela Revisão CPC nº. 1, de 8/01/2010) Custos de transformação 12. Os custos de transformação de estoques incluem os custos diretamente relacionados com as unidades produzidas ou com as linhas de produção, como pode ser o caso da mão-de-obra direta. Também incluem a alocação sistemática de custos indiretos de produção, fixos e variáveis, que sejam incorridos para transformar os materiais em produtos acabados. Os custos indiretos de produção fixos são aqueles que permanecem relativamente constantes independentemente do volume de produção, tais como a depreciação e a manutenção de edifícios e instalações fabris, máquinas e equipamentos e os custos de administração da fábrica. Os custos indiretos de produção variáveis são aqueles que variam diretamente, ou quase diretamente, com o volume de produção, tais como materiais indiretos e certos tipos de mão-de-obra indireta. INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES PRODUTOS/peças A B Total Quantidade de Peças produzidas 4.320 5.280 9.600 Destinação dos Produtos Fabricados no mês Vendidos 1.728 3.696 Mantidos em Estoques de Produtos Acabados 2.592 1.584 Preço Unitário de Venda R$ 740,00 R$ 630,00 Total Vendas em R$ R$ 1.278.720,00 R$ 2.328.480,00 Comissões sobre vendas R$ 63.936,00 R$ 116.424,00 R$ 180.360,00 Total dos Impostos Incidentes sobre vendas 35,65 IPI 10,00 ICMS 15,00 PIS 3,00 COFINS 7,65 6 Rateio dos Custos Indiretos: Calcular proporcional à produção conforme o CPC 16: 13. A alocação de custos fixos indiretos de fabricação às unidades produzidas deve ser baseada na capacidade normal de produção. A capacidade normal é a produção média que se espera atingir ao longo de vários períodos em circunstâncias normais; com isso, leva-se em consideração, para a determinação dessa capacidade normal, a parcela da capacidade total não utilizada por causa de manutenção preventiva, de férias coletivas e de outros eventos semelhantes considerados normais para a entidade. O nível real de produção pode ser usado se aproximar-se da capacidade normal. Como consequência, o valor do custo fixo alocado a cada unidade produzida não pode ser aumentado por causa de um baixo volume de produção ou ociosidade. Os custos fixos não alocados aos produtos devem ser reconhecidos diretamente como despesa no período em que são incorridos. Em períodos de anormal alto volume de produção, o montante de custo fixo alocado a cada unidade produzida deve ser diminuído, de maneira que os estoques não são mensurados acima do custo. Os custos indiretos de produção variáveis devem ser alocados a cada unidade produzida com base no uso real dos insumos variáveis de produção, ou seja, na capacidade real utilizada. (Alterado pela Revisão CPC 03) Produção Acabada Unidades produzidas % Produtos A B Rateio dos Custos Indiretos % proporcional da Produção Produto/ R$ Análise Vertical A B Total Aluguel da fábrica Consumo de água da fábrica Consumo de luz da fábrica Depreciação de Máquinas e industriais Encargos sociais e trabalhistas sobre MOI Manutenção de máquinas industriais Mão de obra indireta Total CPC 00: Primazia da essência sobre a forma 35. Para que a informação represente adequadamente as transações e outros eventos que ela se propõe a representar, é necessário que essas transações e eventos sejam contabilizados e apresentados de acordo com a sua substância e realidade econômica, e não meramente sua forma legal. A essência das transações ou outros eventos nem sempre é consistente com o que aparenta ser com base na sua forma legal ou artificialmente produzida. Por exemplo, uma entidade pode vender um ativo a um terceiro de tal maneira que a documentação indique a transferência legal da propriedade a esse terceiro; entretanto, poderão existir acordos que assegurem que a entidade continuará a usufruir os futuros benefícios econômicos gerados pelo ativo e o recomprará depois de um certo tempo por um montante que se aproxima do valor original de venda acrescido de juros de mercado durante esse período. Em tais circunstâncias, reportar a venda não representaria adequadamente a transação formalizada. 7 a) Pede-se pesquisar e demonstrar em gráficos, baseado em estatísticas, percentual do número de empresas que utilizam os diferentes “Métodos de Custeio” – identificando-os. b) Argumente sobre cada um deles e justifique a sua opinião sobre a “Gestão Administrativa” do seu controle, relação custo x beneficio para utilizá-lo face à grande competitividade do mercado atual. c) Como você irá proceder para as demonstrações contábeis refletirem a realidade econômico-financeira de acordo com o item 35 acima do CPC 00? d) Quais medidas você indica para reduzir os Custos Indiretos? e) Qual é a participação % dos Custos Diretos e Custos Indiretos de cada produto em relação ao seu total? f) Qual é a sua opinião sobre terceirizar ou não as atividades? g) Argumente sobre o seu entendimento relação custo x benefícios. 8 PLANILHA PARA CALCULAR O CUSTO UNITÁRIO DE CADA PRODUTO MÉTODO DE CUSTEIO POR ABSORÇÃO - Pronunciamento Contábil CPC 16 AV % PRODUTOS PRODUÇÃO Unidades % A 4.320 45 B 5.280 55 Total 9.600 100 Itens A B Total 1 CustoDireto Consumo de Matéria-prima Mão de obra direta Encargos sociais e trabalhistas sobre MOD Material de embalagem consumido Total 2 Custo Indireto Aluguel da fábrica Consumo de Luz da fábrica Depreciação máquinas Industriais Mão de obra Indireta Encargos sociais e trabalhistas sobre MOI Manutenção máquinas Industriais Consumo de água da fábrica Total 3 Total dos custos (1+2) 4 Quantidade de peças produzidas 5 Custo unitário (3 ÷ 4) R$ 6 Quantidade de peças vendidas 7 Quantidade em Estoque Produtos Acabados (4-6) 8 Total de peças produzidas e vendidas (6+7) 9 Preço de Venda Unitário R$ 10 Estoque Produtos Acabados em R$ (item 7 x item 5) 9 MODELO DE DRE- Demonstração Resultado do Exercício para ser elaborada com os dados constantes da PLANILHA DE GASTOS – CUSTEIO POR ABSORÇÃO. DRE Demonstração de Resultado do Exercício (Método de Custeio por Absorção) CPC 16 e 00 % AV Total 1 Receita bruta (obter do item 6 x item 9 da planilha custos) 2 (-) Deduções dos Impostos incidentes sobre vendas 2.1 IPI 2.2 ICMS 2.3 PIS 2.4 COFINS 3 Receita Líquida (1-2) 4 Custo dos Produtos Vendidos 5 Lucro bruto (3-4) 6 Despesas Operacionais 6.1 Comerciais 6.1.1 Comissões sobre vendas 6.1.2 Depreciação 6.1.3 Encargos sociais 6.1.4 Propaganda 6.1.5 Retirada 6.1.6 Salários 6.2 Administrativas 6.2.1 Aluguel 6.2.1 Depreciação 6.2.2 Encargos sociais 6.2.3 Retirada 6.2.4 Salários 6.2.5 Consumo de Luz 6.2.6 Serviços de limpeza 6.2.7 Consumo de água 7 Resultado Operacional (5-6) 8 Outras receitas/despesas 9 Resultado antes do Imposto de Renda e CSLL(7+ou-8) 10 Provisão para Imposto de Renda e CSLL (30 % x 9) 11 Resultado depois do Imposto de Renda e CSLL n (9-10) 12 Distribuição do Resultado: Na qualidade de gestor, queira responder: 10 a) Qual a distribuição de lucro que você apresentaria à empresa? Justifique cada uma delas. b) Qual é o índice de Rentabilidade do Lucro Líquido Final considerando a sua decisão da letra a e Giro do Ativo, em relação: 1- Patrimônio Líquido de R$ 1.500.000,00 2- Ativo Total de R$ 800.000,00 c) Qual é o percentual do Resultado Operacional DRE; d) Em relação à Provisão para Imposto de Renda e CSLL - Contribuição Social sobre Lucro Líquido, informe: 1- Classificação contábil de acordo com os Pronunciamentos Contábeis; 2- Qual é a diferença entre “Provisão” (CPC 25) e “Obrigação”? e) Em que momento uma Provisão deve ser reconhecida? f) A DRE demonstração do Resultado do Exercício não apresenta o Lucro Bruto por Produto. Qual é a sua sugestão para oferecer transparência aos diferentes usuários sobre a margem de contribuição bruta de cada produto?.
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