Matérias de Proteção do Complexo Dentino Pulpar

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Matérias de Proteção do Complexo Dentino-Pulpar
Introdução
“Antes de qualquer procedimento restaurador, devem-se tomar medidas que objetivem uma proteção à dentina e à polpa contra agressões físicas, químicas e bacterianas ” (BUSATO, 2005).
- Todo material restaurador é agressor a polpa do dente por isso é necessária uma proteção (material protetor). 
Complexo dentino-pulpar
- Formado pela dentina e polpa com diferenças estruturais e de composição, mas estão intimamente ligados de forma que reações fisiológicas e patológicas em um tecido afetarão o outro.
- os dois componentes estão intimamente ligado embora sejam histologicamente diferentes e quando algo afeta um vai repercutir ao outro. Ex-> um agente agressor chega na dentina, la ele vai liberar toxina e vai agredir a polpa.
DENTINA
Composição: 
 Proteína: 33% (colágeno)
 Água: 20%
 Apatita: 47%
 A dentina é um substrato heterogêneo, altamente úmido, formado por túbulos dentinários (função protetora do dente; difusão de fluidos; dispostos radialmente com maior diâmetro para polpa), nesses túbulos encontra-se os prolongamentos dos odontoblasto 
próximo ao esmalte = 0,7 mµ/1% área total ( Na junção do esmalte com a dentina-Junção amelodentinaria – esses túbulos são em menores quantidades e menores diâmetros correspondendo a 1% área total.)
 próximo à polpa= 2,6 mµ/45% área total (Próximo a polpa aumenta o número de túbulos e o diâmetro deles, ou seja, quando mais profunda for uma cavidade ela vai ser mais permeável)
POLPA DENTAL
tecido conjuntivo frouxo, altamente especializado, inervado e vascularizado inserido na cavidade pulpar e canais radiculares. É nessa região do dente que encontra-se as células.
composição: matéria orgânica (25%) + água (75%) 
tecido diretamente ligado ao sistema circulatório através do feixe vásculo-nervoso (forame-apical local do dente que vai se comunicar com todo o nosso corpo)
Função: defesa e reparo à injúrias externas (odontoblastos- células que produzem dentinas como forma de barrar a injuria para que não chegue até a polpa - dentina esclerosada ou reacional- )
As características da polpa dentária são: produzir dentina e alertar, através da dor, qualquer injúria ao elemento dentário.
A polpa proporciona nutrição à dentina através dos prolongamentos dos odontoblastos ;
Quando a polpa é exposta a injúrias desencadeia uma reação de defesa; 
Essa reação de defesa é caracterizada pela produção de dentina reparadora (injúria menor), ou por uma reação inflamatória (injúria maior).
INJÚRIAS DENTAIS
Cáries
Atrição (bruxismo) 
Abrasão (causado por escovação errada)
Erosão (agente químicos externos de baixo ph)
Preparo cavitário
Trauma oclusal 
Procedimentos Restauradores (sobrecarga oclusal em um único dente)
Materiais Odontológicos (nenhum material restaurador pode ser colocado diretamente na dentina ou na polpa, tem que ter u agente protetor)
PROTEÇÃO DO COMPLEXO DENTINOPULPAR
Sempre que um dente precisa ser restaurado, é necessário que a vitalidade pulpar seja preservada através de uma adequada proteção; 
Se tiver vitalidade na polpa é preciso colocar agente protetor.
As proteções do complexo dentino-pulpar consistem da aplicação de agentes protetores.
As injurias á polpa vão da instalação do processo cavitario até o selamento da interface dente-restauração.
Não apenas a acidez do material coloca a polpa em risco mais a biocompatibilidade do material restaurador. 
AGENTES PROTETORES
ser biocompatível
insolubilidade no meio bucal 
isolante térmico e elétrico (ex: verniz cavitario, antes de colocar o amalgama)
bactericida e/ou bacteriostático (impedir que a bactéria progrida para chegar na polpa)
adesão às estruturas dentais 
resistência mecânica
vedar as margens cavitárias 
estimular à reparação pulpar (barreira remineralizada)
ser inócuo à polpa (ser analgésico)
inibir a penetração de íons metálicos no dente
A indicação do material protetor deve ser baseado na profundidade da cavidade (cavidade rasa pode se colocar apenas um verniz ou um sistema adesivo pois essa região a permeabilidade é pouca pq o número de canais é pouco), nas características pulpares e no material restaurador definitivo que será utilizado.
A indicação do material protetor deve ser baseado:
Profundidade da cavidade
Características Pulpares
Características do Material
Classificação: depende da espessura da camada e viscosidade dos materiais.
Agentes para selamento
Agentes para forramento
Agentes para base
Associação de materiais – pode se usar dois ou três ao mesmo tempo
Agentes para Selamento
 São líquidos, e vão formar uma película protetora muito fina (1-50 µm);
Veda a embocadura dos túbulos dentinários (reduz a sensibilidade, penetração de fluidos e matabólitos bacterianos); 
 Reduz a penetração de íons metálicos na estrutura dental; 
Apresenta reduzida propriedades termoelétrica e bacteriostática; 
O uso dependo do tipo do material restaurador;
Vernizes cavitários
Sistemas Adesivos
Agentes para Forramento
Apresentam-se na forma de pó e líquido, ou pastas; 
Formam uma película fina (0,2 - 1 mm) – mais espessa que os agentes para selamento.
Funções: protege a polpa das agressões externas ou estimula a formação de ponte de dentina (exposição pulpar);
Uso restrito a cavidades profundas devido sua baixa resistência mecânica;
Reduz os efeitos tóxicos dos materiais restauradores;
Bactericida e bacteriostático (reduz penetração bacteriana);
Hidróxido de Cálcio
Agregado trióxido mineral (MTA)
Cimento de óxido de zinco e eugenol
Agentes para Base
Apresentam-se na forma de pó e líquido e quando misturados formam uma película espessa ;
 Funções: proteger o material de forramento (que apresenta baixa resistência mecânica), reconstruir parte da dentina perdida, diminuindo o volume do material restaurador; 
São mais efetivos contra os estímulos termoelétricos que os agentes de forramento.
Utilizados em cavidades de média ou grande profundidade; 
Material de reforço de esmalte sem suporte dentinário.
Cimentos odontológicos (CIV, Fosfato de Zinco, Óxido de Zinco e Eugenol)
Associação de Materiais
Depende da profundidade da cavidade: 
Cavidade rasa: apenas o verniz ou sistema adesivo (Agente de selamento) pois sela a entrada dos tubos dentários e é aplicado previamente á inserção da restauração provisória. 
Cavidade Médio a profunda: Aplica-se o material de base, em seguida o agente selante e por último o agente restaurador.
Base-> Selamento-> Material restaurador 
Cavidade profunda: Agente de forramento (Hidróxido de cálcio) é colocado na parte mais profunda da restauração, em seguida uma base, agente para selamento e material restaurador.
Forramento-> Base-> Selamento-> Material restaurador
 
Coloca o agente de base por cima do meu agente de forramento para proteger.
 AGENTES PROTETORES
Verniz Cavitário (Agente para selamento)
Sistema Adesivo (Agente para selamento)
Hidróxido de Cálcio (Agente para forramento)
Agregado Trióxido Mineral (MTA) (Agente para forramento)
Cimento de Ionômero de Vidro (Agente para base)
Cimento de Óxido de Zinco e Eugenol (Agente para base)
Agentes para Selamento
Vernizes cavitários
São matérias líquidos de selamento (fechar a entrada do tubos dentários, pq forma uma película)
Muito utilizados em associação com o amálgama.
São contra-indicados sob restaurações de resina composta pq esse material não tem capacidade de adesão e alteram a polimerização das resinas compostas.
 O uso tem sido discutido atualmente, pois apresenta falta de eficiência em promover o selamento devido sua grande solubilidade.
Tipos: 
Convencional 
Modificado
Não há diferença nas propriedades e características de manipulação desses tipos de vernizes. Apenas na maneira que eles estão dispostos.
Disponíveis na forma de dois frascos, um na forma de líquido viscoso, que contém o verniz propriamente dito e o outro frasco contém um solvente.
Comoocorre a rápida volatização do solvente durante o usi, o fabricante também fornece o solvente. Conforme há evaporação do solvente, há um aumento da viscosidade do material, dificultando a aplicação. Desse modo, o solvente deve ser gotejado dentro do frasco quando esse estiver com viscosidade aumentada.
Composição do Verniz convencional:
Resina natural (copal), essa resina está dissolvida em um solvente orgânico (acetona, clorofórmio, éter, entre outros)
Composição do Verniz modificado:
Resina sintética (Poliestireno), essa resina está dissolvida em um solvente orgânico (acetona, clorofórmio, éter, entre outros), e também possuem na sua composição Hidróxido de cálcio e óxido de zinco, cuja a função é terapêutica. E apresentam diiodo-timol e flúor que tem função bacteriostática e remineralização.
Propriedades:
Proteção parcial contra choques termoelétricos e galvanismo (advindo de restaurações metálicas)
Inibem a penetração de íons metálicos na dentina (relativo)
Diminuem a infiltração marginal (bactérias ou toxinas bacterianas na dentina e polpa), 
baixa solubilidade inicial, e são inertes aos fluidos bucais, causando uma diminuição a infiltração marginal . há controvérsias na literatura!
Manipulação:
Remove o tecido cariado;
Aplicar, com um pincel ou microbrush, o verniz em todas as paredes da cavidade.
Aplicação deve ser feita em um sentido único para que não forme uma película irregular; 
Fechar o verniz rapidamente porque e muito volátil, e o solvente pode evaporar rápido.
Aplicar ao menos duas camadas do verniz nas paredes internas cavitárias, intercaladas com jatos de ar (30 seg.) para facilitar a evaporação do solvente.
Usado apenas em cavidades médias ou rasas.
Agentes para Forramento
Hidróxido de cálcio:
Agente de forramento, porque não é liquido, usado em uma cavidade mais profunda porque libera cálcio para o dente, remineralizando.
Material usado quando ocorrer exposição pulpar, devido seu ph alto ele promove uma deposição mineral, devido ao estimulo dos odontoblastos além de inibir a proliferação bacteriana.
O material está disposto na forma de pó, pasta e cimento. 
Considerado “padrão-ouro” nos ensaios de biocompatibilidade (não causa reação)
Cauterização química superficial do tecido pulpar 
 Alto pH conduz um meio alcalino propício à deposição mineral (estímulos dos odontoblastos) 
Inibe a proliferação bacteriana
Materiais à base de Hidróxido de Cálcio:
Hidróxido de cálcio pró-análise (PA) - hidróxido de cálcio puro (pó)- usado quando tiver exposição pulpar. - Cor branca - pH alto (≈12) - Alta solubilidade
Solução ou água de hidróxido de cálcio- Mistura o hidróxido de cálcio e mistura com água destilada ou soro fisiológico em um pote esterilizado, pega um algodão esterilizado molho nessa solução e aplico no local da exposição. Evita o sangramento, diminui a acidez. - Cor branca - pH alto (≈12) - Alta solubilidade
Pasta de hidróxido de cálcio- mistura feita pelo profissional no momento do uso , entre o PA e soro fisiológico em proporções iguais para formar uma pasta. - Cor branca - pH alto (≈12) - Alta solubilidade
Cimento de hidróxido de cálcio convencional- são comercializados na forma de duas pastas (pasta base e pasta catalisadora.) A reação de presa é uma reação ácido base com a produção de um sal altamente básico e solúvel (SAL DISSALICILATO). Não podem ser utilizados quando ocorrer exposição pulpar, usados para proteger o pó de hidróxido de cálcio, evitando o contato desse com o outro material restaurador.
. São duas pastas: 
Pasta base (Salicilato) + pasta catalisadora (Ca+2 Zn)= Sal (Dissalicilato) 
 (REAÇÃO ÁCIO-BASE) 
Cimento de hidróxido de cálcio fotopolimerizável- pasta única onde seu endurecimento é através de fotoativação porque apresenta monômeros resinosos na sua composição. Não podem ser utilizados quando ocorrer exposição pulpar, usados para proteger o pó de hidróxido de cálcio, evitando o contato desse com o outro material restaurador.
Propriedades:
Estimula a formação de dentina esclerosada, reparadora.
Possui pH alcalino (>12), por isso diminui a acidez, estimulando a precipitação de íons naquela região.
Protege a polpa contra estímulos térmicos e elétricos
Apresenta ação antimicrobiana, devido seu ph baixo.
Os cimentos apresentam maior resistência mecânica que o pó e a pasta.
A solubilidade dos cimentos é menor que a do pó e pasta, porém ainda é solúvel e não se pode colocar ele nas margens de uma cavidade 
OBS! Os cimentos possuem um ph mais baixo que a pasta e o pó, e por isso seu efeito caustico é menor. 
Manipulação:
A manipulação tem que ser feita depois que o preparo cavitário já estiver pronto. 
Cimentos de presa química devem ser misturados.
 Dispensar sobre uma placa de vidro ou bloco de espatulação, MESMA quantidade de pasta base e catalisadora;
 Com o auxílio de uma espátula 24, misturar as duas partes até que uma cor uniforme seja alcançada (10 seg.)
Inserir pontualmente na parte mais profunda da cavidade com o instrumento para aplicação de hidróxido de cálcio.
OBS! O material em forma de pó (PA) ou pasta associado a soro fisiológico não necessita de manipulação e são aplivcados em locais de exposição pulpar.
Obs ! Ele é altamente solúvel ao fluidos bucais, por isso que não deve ser colocado nas margens e paredes circundantes da cavidade, porque pode causar infiltração na restauração.
 Agregado de Trióxido Mineral (MTA)
Pó na cor branca;
Alto biocompatibiliade.
Conjunto de óxido de cálcio, alto poder de remineralizar, usado quando ocorre perfuração de um conduto durante um procedimento endodôntico, não usado em restaurações de dentistas porque tem um alto custo. 
Surgiu no início dos anos 90, sendo desenvolvido com o objetivo de selar as comunicações entre o exterior e interior do dente .
 Propriedades:
Estimula a formação de dentina esclerosada, reparadora, assemelhando-se aos produtos à base de hidróxido de cálcio
Apresenta melhores propriedades mecânicas em comparação ao hidróxido de cálcio.
É antimicrobiano, devido seu alto ph, porém o hidróxido de cálcio apresenta uma maior atividade antimicrobiana.
Apresenta tempo de presa muito longo.
É necessário o uso de cimentos sobre esse material para aumentar a resistência. 
Solubilidade baixa quando comparada com o hidróxido de cálcio, fazendo cm que o material não deteriorará facilmente ao longo do tempo;
Indicações:
Em perfurações resultantes de reabsorções internas e externas comunicantes
Para tratamento conservador da polpa (curetagem pulpar e pulpotomia)
Existe dois tipos de proteção pulpar: Direta e Indireta 
Proteção pulpar indireta-> quando coloca material no dente e não ocorreu exposição pulpar.
Proteção pulpar direta-> quando ocorre exposição pulpar. 
Para tabela- ouvir o final do audio