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Produção Textual Interdisciplinar em Grupo Análise de Mercado


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SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO
ADMINISTRAÇÃO
Elisangela Aparecida da Silva 
Fernanda Marcela Eneas Baralli 
Frédigar Kazuo Furushima
Marcos Roberto de Mendonça Pelliciari 
Milene Xavier
Análise de mercado: 
supermercado Glória 
São Carlos/SP
2015.2
Elisangela Aparecida da Silva 
Fernanda Marcela Eneas Baralli 
Frédigar Kazuo Furushima
Marcos Roberto de Mendonça Pelliciari 
Milene Xavier 
Análise de mercado: 
supermercado Glória 
Trabalho apresentado ao Curso de Administração da UNOPAR - Universidade Norte do Paraná, para a Atividade Interdisciplinar - 1º Semestre - Matutino
São Carlos/SP
2015.2
Sumário
1Introdução	�
3Desenvolvimento	�
7Desafio 1 - Microeconomia e Macroeconomia	�
10Desafio 2 - Métodos Quantitativos Aplicados à Gestão Empresarial	�
14Desafio 3 - Ética, Política e Sociedade	�
15Conclusão	�
16Referências	�
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Introdução
O trabalho em grupo analisou o ambiente de atuação do setor supermercadista de uma empresa de São Carlos/SP, o Supermercado Glória, no segundo semestre de 2015, por meio de uma pesquisa de mercado, se atentando ao paradigma Estrutura-Conduta-Desempenho (E-C-D), e considerações dele decorrentes, além de fatores que com ele interagem. A problemática da passagem da estrutura do seguimento supermercadista de um grau de concentração moderadamente baixo, em 1992, para moderadamente alto em 2001, analisado por Santos (2009), verificou ainda a persistência do fenômeno, casando-se os achados a questões inerentes ao ambiente estudado, como a identificação dos pormenores da visão do gestor e dos colaboradores quanto à questões micro e macroeconômicas do setor em que atuam, aliando-se a isso questões de foro individual, como a percepção de mundo dos mesmos (SANTOS, 2009). 
O Supermercado Glória possui 8 (oito) colaboradores, e é considerado uma Microempresa – ME, Lei 123 de 15 de dezembro de 2006, com faturamento de até R$ 360.000,00, amparado pelo Artigo 3º, que considera microempresas ou empresas de pequeno porte a sociedade empresária, a sociedade simples, a empresa individual de responsabilidade limitada e o empresário a que se refere o art. 966 da Lei n º 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), devidamente registrados no Registro de Empresas Mercantis ou no Registro Civil de Pessoas Jurídicas. 
O trabalho foi realizado focando em seu primeiro momento, identificado como primeiro desafio, aspectos micro e macroeconômicos, por meio da identificação de alguns indicadores de mercado, como o perfil dos clientes pessoas físicas da empresa: a faixa etária de renda; o sexo; e o grau de escolaridade; estado civil; tem filhos; qual a frequência que vai ao mercado; quanto tempo gasta fazendo compras; gasto médio a cada visita ao mercado; quais as formas e prazos de pagamento mais utilizadas pelos clientes; o comportamento do consumidor verificando se os clientes têm preferência por algum produto ou marca específicos, identificando os produtos, assim como se o preço destes produtos sobe, qual o reação do cliente faz, e se quando não há determinada marca, se o cliente compra outra; o mercado revisa regularmente seus preços para tomar decisão se devem aumentá-los ou mantê-los, como decide isto, e na definição dos preços, a cada vez que vão aumentar, quais são os pontos considerados importantes, e porque; A inflação interfere nos preços praticados pelo mercado, e como; Quais as formas e prazos de pagamento que o mercado utiliza para pagar seus fornecedores e se mercado faz comparativo de preços entre fornecedores antes de comprar, e por quê; se existem concorrentes locais do mercado, Quais seriam e quais as estratégias de vendas mais utilizadas pelos concorrentes, e por quê.
Além da análise de indicadores micro e macroeconômicos, o segundo desafio da pesquisa de mercado utilizou de conceitos estatísticos relacionados, mais precisamente, a métodos quantitativos para identificar: a variável a ser estudada; o método utilizado para as coletas de dados, que gerem informações para as análises; a técnica de amostragem e qual o método estatístico mais adequado para a pesquisa, levando-se em consideração a situação estudada. Para este desafio, mostrou-se necessário organizar os dados e transcreve-los em uma tabela de distribuição de frequências, tão bem como fazer uma análise descritiva para obter medidas de tendência centra e de variabilidade para melhor interpretação dos resultados obtidos.
Seguindo, como terceiro desafio, foram pesquisadas informações relacionadas a questões éticas, da política e sociedade, tendo para este desafio termos de pensar em questões do mercado de trabalho dentro do setor supermercadista. Assim, foram realizadas pesquisas junto aos colaboradores do supermercado, identificando questões como: a percepção deles sobre o trabalho dentro do mercado; as principais vantagens e desvantagens de se trabalhar no setor; qual a expectativa de trabalho dentro deste setor, identificando se o colaborador percebe questões como se ele é apenas um emprego temporário, uma “fase”, ou se entende que o seu trabalho é algo duradouro.
Em relação à variável estudada, a mesma identifica-se como uma variável independente, ou seja, àquela que pode ser modificada com o tempo, sendo a mesma, aspectos relacionados a um supermercado da periferia da cidade de São Carlos/SP, com ênfase a questões de mercado supra citados. A seleção de amostras de tamanho muito menor que a população enxuga os custos e paradoxalmente acaba representando melhor as características da população (SILVA, 2005).
O método de coleta de dados utilizado foi o questionário, sendo a técnica de amostragem estatística utilizada a amostra, que representa parte de uma população, e a análise dos dados foi feita pelo exame dos dados estatísticos e do discurso do gestor e dos colaboradores. 
Desenvolvimento
O capitalismo moderno não abdicou as bases do regime de unificação financeira, em que os mercados e os operadores adquiriram certo valor (CHESNAIS, 2003), porém apregoou o desenvolvimento do regime capitalista por meio dos fatores cognitivos. O capitalismo contemporâneo consagra-se por expor um novo modelo de desenho do mundo e um novo modelo de acumulação (CASTANHEIRA, 2011). Ambos, centrado, sobretudo, nos movimentos do capital financeiro, na circulação de bens e serviços, na informação, na satisfação e na eficiência, do que situado apenas na unidade de produção. Esta fase depende mais de uma atividade intelectual, comunicativa e/ou afetiva, criadora de símbolos e de subjetividades do que da própria composição produtiva materialista. De acordo com Mendes (2005), “a produção de subjetividade, os processos vitais ricos em relações intelectuais e valores afetivos, passam a ocupar um lugar cada vez mais central do processo produtivo” (MENDES, 2005).
Pode-se avaliar que esta ordem capitalística acontece da produção de desejo, subordinada às formas de inconsciente expressivo, sob os fluxos decodificados que se precipitam e confundem o sujeito, de modo que a produção materialista, diligenciados pelos universos linguísticos, implica e condiciona a apropriação e a utilização do consumo pelo viés do capital. Do desejo nasce um imaginário que amplia a realidade como se houvesse um objeto sonhado por detrás de cada objeto real ou um cultivo mental por detrás das produções reais.
(...) o capitalismo liberta os fluxos desejantes, mas nas condições sociais que definem o seu limite e a possibilidade da sua própria dissolução, de modo que contraria constantemente com todas as suas desesperadas forças o movimento que o impele para este limite (PINHO; VASCONCELLOS, 2005).
O capitalismo iguala-se a ponto de um aparelho moderno que tem o intento de intervir no desejo e transformá-lo numa categoria fundamental da economia. O capitalismo acercar-se para um limiar que desprende os fluxos de desejos num campo desterritorializado do sujeito e o estimula a consumir. A imagem, aparelho das estratégiascapitalistas, certifica a sociedade do consumo e contribui para tornar a racionalidade humana num imaginário puro. E isso incute sobre a razão do indivíduo na construção e reprodução de uma imagem distorcida e particular do mundo. Assim, o indivíduo torna-se aprisionado daquilo que descreve e ao mesmo tempo compactua com o capitalismo (LIPOVETSKY, 1989; SFEZ, 1994).
O capitalismo contemporâneo inscreve-se no tecido social de forma a domar o ser humano por meio da linguagem e das relações cognitivas. Este sistema descobre na produção materialista, aquilo que são consideradas comuns e naturais às maneiras de confundir o sujeito a levá-lo a consumir sob o pressuposto do novo (SINGER, 2010).
Na percepção de Vasconcellos e Troster (1996). as grandes forças industriais e financeiras originam não apenas mercadoria, mas também subjetividades, ou seja, lançam um universo de linguagem que encerram por construir o simbólico e o imaginário. A subjetividade é afrontada como produção social. Ela é essencialmente fabricada e modelada no registro social e tomada por indivíduos em suas existências particulares (WONNACOTT; WONNACOTT, 1982).
Desta forma, a produção da subjetividade, assume o lugar das coisas materiais e constrói desde o modelo de consumo até o mundo do consumidor. Esta cria o universo das necessidades, das relações sociais, dos corpos e mente. A sociabilidade entre os indivíduos e o mundo passa, no contexto do capitalismo contemporâneo, pela a artificialidade das coisas. Segundo Mendes (2005), 
As relações do indivíduo com o meio social passam, a partir de agora e fundamentalmente, pelos objetos e produtos transformados nas expressões mais tangíveis da presença e da sociedade em seu ambiente, desde o momento em que tomam o lugar das coisas naturais (MENDES, 2005, p.205).
Apesar disso, sob a pressão do atual período histórico, os fatores de competitividade e lucratividade nunca estiveram tão presente. Estes se tornaram formas de sociabilidade, sendo que o que se arquiteta é uma sociedade desumana e concorrencial. A sociedade civil burguesa, fusão das relações sociais instigadas pela representação do capital, visa somente acumular e as empresas desfrutam deste paradigma capitalista.
	Nesta etapa do capitalismo só uma coisa é comum, o mercado. Este passou a conduzir não só o contrassenso da produção de pobreza como também o da riqueza. Desta forma, as estratégias empresariais alteraram profundamente a forma de como apropriar-se de alguns segmentos do mercado. Essas táticas modernizaram as inter-relações entre os elementos representados das empresas: produção, administração, marketing, transporte, entre outros; e possibilitaram um bom posicionamento no mercado. 
A empresa controla não somente todo o aparelho da sua produção, que compreende seres e coisas, mas também controla, de uma forma mais indireta, os seres e as coisas por intermédio de seu ou de seus mercados. Quando entra em concorrência com outras empresas, coloca na balança tudo ou parte de seus trunfos (SINGER, 2010, p.59)
Na composição interna do capitalismo contemporâneo, seguindo as consignações do capital, as empresas conseguiram utilizar dessas novas ferramentas para persuadir o consumidor desguarnecido. Isto é, as empresas aproveitam, cada vez mais, das ferramentas da comunicação social para assegurar os objetivos intencionados, quanto à mercadoria, do que as realizações harmônicas. Pinho e Vasconcelos (2005, p. 67) expõem que “(...) fizemos da imagem um ‘objeto’ em si e adquirimos, com o tempo, o hábito de agir mais sobre as imagens, simulacros dos objetos, do que sobre os próprios objetos.”  
	De tal modo, pode-se avaliar que as empresas não existem fora dos consumidores, estes que são objeto de sua sustentação do mercado. 
(...) a produção não produz somente um objeto para o sujeito. A produção produz, portanto, o consumo, primeiro fornecendo-lhe materiais, segundo deturpando o modo de consumo e, terceiro, excitando no consumidor a necessidade dos produtos colocados por ela como objetos. Logo, ela produz o objeto de consumo, o modo de consumo, e a tendência para o consumo (SINGER, 2010, p. 112).
	Segundo Mendes (2005), Marx já abalizava que a produção cria os elementos de consumo, e o consumo indica o sujeito para esse objeto, mas além de inventar o sujeito para esse objeto, na atualidade, o consumo inventa todo espaço que esse sujeito faz parte. A empresa não estabelece o objeto (a mercadoria), mas o mundo onde o objeto existe. Ela não indica tampouco o sujeito (trabalhador e consumidor), mas o mundo onde o sujeito existe. Portanto, as empresas admitem que o sujeito se expresse como sua própria expansão territorial, de tal forma que o território se torna resultado, também, de ações administradas por sujeitos. Assim, o valor do território é existencial: ele fixa, para cada um, o campo do íntimo e do vinculante, mas as distâncias em relação a outrem o abriga do caos. Nada obstante, esse território também é volúvel e seu produto está associado com os benefícios oferecidos pelas empresas ao consumidor, e de como este se identifica com a empresa. Assim, as empresas trabalham de forma a anular o efeito das probabilidades do consumidor em recuperar seus conceitos sobre aqueles produtos oferecidos e não perder de maneira nenhuma o território ponderado para os demais concorrentes.
	Essas empresas foram abraçando, cada vez mais, a ação de representantes nas economias capitalistas por meio da internacionalização da produção, que consentiu o surgimento de um mundo globalizado. Assim sendo, aparecem no cenário mundial as multinacionais, as quais cooperaram para que os espaços econômicos nacionais não mais combinassem com os espaços geopolíticos dos capitais. Para isto, as companhias seguiram para uma estratégia internacional, começando a dedicar-se a uma viva estratégia de produção global em plano a uma política aguerrida de penetração em outros mercados nacionais.
	Vivenciando esta realizada, está o setor supermercadista, que ora iremos analisar por meio de uma pesquisa de mercado. 
Desafio 1 - Microeconomia e Macroeconomia 
Identificando aspectos micro e macroeconômicos, por meio da identificação de alguns indicadores de mercado (Quadro 1) 
Quadro 1 – Questionário de identificação de aspectos micro e macroeconômicos do Supermercado Glória
	Respostas do Gestor/ Questões
	Respostas do Gestor
	Qual a faixa etária média de renda dos clientes?
	Utilizando-se uma tabela dinâmica, cujo os dados temos em nosso servidor SQL, de onde extraímos dados, é verificado que a média etária dos clientes masculinos é 37,8 anos, e feminino, de 47,2 anos. 
	Qual a porcentagem de clientes do sexo masculino e feminino?
	Masculino: 33%
Feminino: 77%
	Qual o grau de escolaridade dos clientes?
	Sem instrução: 4,7%
Ensino Fundamental: 32,9%
Ensino médio completo: 45,3%
Ensino Superior: 10,0%
Pós-graduado: 7,1%
	Qual o estado civil da maioria dos clientes?
	Solteiro: 29%
Casado: 45%
Divorciado: 13%
Morando junto: 13%
	Qual a porcentagem de cliente com filhos?
	A porcentagem de clientes com filhos é de 81%
	Qual a frequência que o cliente vai ao mercado?
	A frequência com que o cliente vai ao mercado é de 3 (três) vezes na semana, contando a compra mensal e compras esporádicas. 
	quanto tempo o cliente gasta fazendo compras?
	Em média 39%
	Qual o gasto médio do cliente a cada visita ao mercado?
	O gasto média a cada visita ao mercado é de R$ 41,97
	Quais as formas e prazos de pagamento mais utilizadas pelos clientes?
	As formas de pagamentos mais utilizadas são:
Cartão de crédito: 77%, sendo que destes: Débito: 19%; Crédito: 81%
Dinheiro: 15%
Fiado: 8% 
	Os clientes têm preferência por algum produto ou marca específicos?
	Até a crise atual do país emergir, tinham sim, como OMO, Bombril, Arroz Cristal, Macarrão Renata, Nissin, Dubone, Farinha Dona Benta, Feijão Realeza.
Após a crise explodir, os clientes estão migrando para marcas genéricas, sem apelos comerciais,ou seja, estão focando no preço. 
	Quanto aos produtos, assim como o preço destes, se o preço sobe, qual a reação que cliente tem, e se não há determinada marca, o cliente compra outra?
	Se o preço sobe, o cliente reclama, mas costuma levar a mesma marca, mas isso até a crise, que fez com que os clientes migrassem para marcas alternativas. 
	O mercado revisa regularmente seus preços para tomar decisão se devem aumentá-los ou mantê-los? Como o Sr. decide isto? Na definição dos preços, a cada vez que vão aumentar, quais são os pontos considerados importantes, e porque?
	O Supermercado Glória faz o chamado Benchmarking, ou seja, pesquisa a concorrência com o intuito de verificar a média dos preços dos mesmos, para que possa adequar os seus preços aos da concorrência, ou próximo destes, uma vez que supermercados de redes grandes possibilitam comprar em maior quantidade, tendo poder de barganha para com os fornecedores. Não conseguimos ter os mesmos descontos, então trabalhamos de acordo com uma porcentagem previamente prevista a cada produto, de acordo com o preço de compra. É importante a definição de preços com maior sabedoria no que tange à logística das prateleiras, ou seja, podemos vender produtos de marcas reconhecidas com preços reduzidos para chamar a atenção do comprador, e ao lado dos mesmos, tentarmos fazê-lo enxergar produtos com maior margem de lucro, permitindo-nos fazermos a venda casada. 
	A inflação interfere nos preços praticados pelo mercado, e como?
	A inflação reflete, e muito, uma vez que compramos na maior parte das vezes, a prazo, pagando juros sobre as compras, dependendo da variação da inflação. Acabamos, no final, pagando um preço caro, tendo a margem de lucro diminuída, porque a maioria dos clientes compra a prazo também. 
	Quais as formas e prazos de pagamento que o mercado utiliza para pagar seus fornecedores ? O mercado faz comparativo de preços entre fornecedores antes de comprar, e por quê?
	Forma de pagamento por meio de boletos, que são entregues na hora da entrega do produto (em alguns casos), e por meio digital, mês a mês, já com a inserção do valor da inflação, que eu posso emitir via online ou aguardar a entrega no estabelecimento. 
O supermercado faz o comparativo de preços por meio dos representantes de vendas que visitam o estabelecimento, deixando uma cartilha de preços. 
	Quanto aos concorrentes locais do mercado, Quais estratégias de vendas mais utilizadas pelos concorrentes, e por quê?
	As mesmas utilizadas por nós, porque a maioria de nós participou de capacitações por meio do SEBRAE, utilizando, assim, das ferramentas aprendidas. 
Fonte: Dos autores
Desafio 2 - Métodos Quantitativos Aplicados à Gestão Empresarial
Agora neste desafio 2 citaremos os problemas do supermercado Glória, um mercado de médio porte, onde o maior problema são os valores e a concorrência. No momento estudado verificamos algumas variáveis, 	como são características a serem medidas em cada uma das amostras, podendo ser tanto uma variável quantitativa como uma variável qualitativa.
Neste trabalho utilizou-se uma variável independente, ou seja, que pode ser modificada, de teor quantitativo, que geralmente serve para tirar conclusões e também para técnicas de amostra. As variáveis utilizadas foram o preço, a quantidade e o produto. 
Para nossa coleta de dados, usamos a entrevista com o dono do supermercado Glória e seus colaboradores. O trabalho foi de teor amostral, ou seja, o fato de trabalharmos com a amostra da população como um todo, um supermercado de muitos, denomina de amostral o trabalho. Continuando, utilizamos da terminologia Números Índices, e como se trata de um período determinado, a análise necessitou de ao menos duas datas para a comparação, sendo utilizadas então Medidas de Tendência Central, neste caso a Média (Tabela 1).
O Benchmarking foi fundamental na coleta de dados, uma vez que permitiu a nós analisarmos não apenas os preços, mas outras questões, como a disposição de prateleiras, produtos em promoção, disposição dos produtos nas prateleiras, comportamento dos clientes dentro do supermercado, velocidade de atendimento dos caixas, modo de empacotamento dos produtos vendidos, quantidade adquirida pelos clientes, marcas mais consumidas, formas de pagamento, motivação dos colaboradores por meio da análise de suas aparências físicas, como expressões corporais, velocidade na reposição dos produtos, qualidade do atendimento, conhecimento dos mesmo sobre os itens.
Foram coletadas algumas informações referentes a diferenças nos preços de alguns produtos de dois supermercados, o supermercado Glória e o concorrente (tabela 1), para identificarmos a média e as diferenças nos preços.
Tabela 1 – Pesquisa de preços entre o supermercado Glória e um concorrente
	TABELA DE PREÇO -ANÁLISE DE VENDAS ENTRE O MERCADO GLÓRIA E O CONCORRENTE
	PRODUTO
	QUANTIDADE
	VR GLÓRIA
	VR CONCORRENTE
	PREÇO MÉDIO
	CARNE
	1KG
	 R$ 12,90 
	 R$ 11,50 
	 R$ 12,20 
	ARROZ
	1KG
	 R$ 9,90 
	 R$ 10,00 
	 R$ 9,95 
	LEITE 
	1L
	 R$ 2,50 
	 R$ 2,25 
	 R$ 2,37 
	BATATA
	1KG
	 R$ 3,49 
	 R$ 3,40 
	 R$ 3,44 
	MARGARINA 
	500GR
	 R$ 1,99 
	 R$ 1,50 
	 R$ 1,74 
	SABONETE
	90GR
	 R$ 0,75 
	 R$ 0,75 
	 R$ 0,75 
	SHAMPOO
	300ML
	 R$ 1,95 
	 R$ 1,95 
	 R$ 1,95 
	AGUA SANITARIA
	1 L
	 R$ 2,00 
	 R$ 1,90 
	 R$ 1,95 
	VALOR TOTAL
	 
	 R$ 35,48 
	 R$ 33,25 
	 
	MEDIA TOTAL
	 
	 R$ 4,43 
	 R$ 4,15 
	 
Fonte: Dos autores
Foi calculado a média de cada supermercado, e a média dos valores de cada produto usando a formula:
X=Somatória Xi/n
Para enriquecer o trabalho em termos de dados, para gerar informações, e assim conhecimentos pata tomada de decisão, fizemos também entrevistas, por meio de um questionário, com as pessoas nas ruas do entorno do supermercado, num total de 100 pessoas, para saber qual dos dois era o mercado preferido, e a maioria das pessoas (67%) responderam que preferiam o mercado concorrente por causa dos preços, por ser mais barato, mesmo sendo por centavos. Então observamos, pela pesquisa, que o supermercado Glória deveria reavaliar os valores dos seus produtos, uma vez que a amostra de produtos coletadas, pela nossa observação, está em consoante ao preço dos outros produtos, ou seja, mantém a mesma diferença percentual de preços em relação ao concorrente. 
Indo mais afundo nas questões tratadas, e para podermos entender um pouco mais a grande figura dos Métodos Quantitativos, em relação aos temas tratados em aula, com foco nos que mais se adaptam ao contexto deste trabalho, foi feita uma breve revisão sobre os temas nos próximos parágrafos (GARCIA, 2009).
Os métodos quantitativos são essenciais para o sucesso empresarial, pois as informações estatísticas permitem organização do ambiente e auxiliam nas tomadas de decisões. Dentre os métodos estatísticos e quantitativos, esse trabalho procurará descrever, a seguir, dois tópicos: Números Índices e Medidas Descritiva (LARSON; FARBER, 2004).
Segundo Castanheira (2008), os Números Índices são usados para comparar medidas estatísticas inter-relacionadas em um determinado período, para acompanhar suas variações, e, assim, acompanhar o desempenho empresarial. Esses Números Índices são ferramentas estatísticas expressas em porcentagem. Quando se tem uma única variável, esse número é chamado de elementar ou simples. Jáquando são variáveis complexas, esse número recebe o nome de sintético ou composto.
Pela explicação de Castanheira (2008), como se trata de um período determinado, a análise necessita de duas datas para a comparação. O Índice divide o valor da variável na data considerada pelo valor da variável na data base, e, por último, multiplica o resultado pelo número cem, para que seja representado em porcentagem. Por permitir a análise em um período determinado, os Números Índices são considerados de extrema importância, afinal abrem espaço para comparações entre períodos, e para estudar o desempenho da empresa. Como os períodos não são iguais entre si, com relação às variáveis, existe também o Número Índice relativo que deve ser relacionado ao número base, e serve para medir a variação de uma única variável econômica (LEVIN; FOX, 2004).
Existem também outros Números Índices, como: Agregativos ou de Dutot, de Sauerbeck, Laspeyres, e Paasche. Todas as operações com esses números permitem estudar fenômenos econômicos, e o objetivo central dessas ferramentas é auxiliar na tomada de decisão.
Outras ferramentas estatísticas são as Medidas Descritivas descritas em três eixos: Medidas de Tendência Central, Medidas de Dispersão e Técnicas de Amostragem Probabilística (LEVINE, 2008).
As Medidas de Tendência Central são valores calculados para representar os dados de uma forma resumida. As principais Medidas são: Média, Mediana e Moda. Em resumo, como define Magalhães (2002), Média é a soma dos valores de uma variável, dividida pelo número de valores, pode ser classificada como Aritmética, Ponderada, Geométrica ou Harmônica. A Mediana é o valor que ocupa a posição central de uma série de observações, quando os dados estão ordenados. Por último, a Moda é o valor que ocorre com mais frequência, ou o que mais se repete dentro de uma determinada amostra (MALASSIE, 2014).
Uma Medida de Dispersão quantifica quanto os valores da amostra estão afastados com relação à média amostral. As Medidas de Dispersão mais comuns são: Variância, Desvio padrão, Amplitude total, e Coeficiente de variação. 
Segundo Bisquerra, Sarriera e Martínez (2007), a Variância é a média dos quadrados das variações de cada valor com relação as suas médias, e o Desvio Padrão é a raiz quadrada dessa variância.
Conforme definiu Correa (2003), a amplitude total é a diferença entre o maior e o menor número da amostra.
Já segundo Garcia (1989), o Coeficiente de variação é o que divide o desvio padrão (multiplicado por 100) pela média. 
As Técnicas de Amostragem Probabilística envolvem a seleção aleatória dos membros que irão integrar uma amostra, onde todos esses membros tem a mesma probabilidade de participarem. As técnicas permitem resultados generalizados com uma determinada margem de erro e devem cumprir quatro critérios: Deve ser possível definir o conjunto de amostras distintas que o procedimento é capaz de selecionar, cada amostra possível tem uma probabilidade conhecida de seleção, as amostras são selecionadas por um processo aleatório no qual cada amostra tem a mesma probabilidade de ser selecionada, e o método para calcular a estimativa deve conduzir a uma estimativa única para qualquer amostra específica (MASSUKADO-NAKATANI, 2012)..
Todas essas ferramentas aplicadas à Gestão Empresarial, sendo neste desafio 2 a métodos quantitativos, tem o poder de ampliar a tomada de decisão e de acompanhar o desempenho empresarial de maneira detalhada, tornando o administrador mais apto a ser bem-sucedido em um ambiente de incertezas e mudanças, geradas pela instabilidade da economia.
Desafio 3 - Ética, Política e Sociedade 
Informações pesquisadas relacionadas a questões éticas, da política e sociedade, tendo para este desafio termos de pensar em questões do mercado de trabalho dentro do setor supermercadista. Neste desafio, o foco da pesquisa foi no colaborador, por meio de um questionário visando identificar a noção que o mesmo tem do setor, assim como seu papel dentro do contexto em estudo (Quadro 2). 
Quadro 2 – Questionário de identificação de questões do mercado de trabalho do Supermercado Glória
	Respostas do Gestor/ Questões
	Respostas dos Colaboradores
	Percepção dos colabores sobre o trabalho dentro do mercado
	Rotineiro, Maçante, beirando, pelo nosso entendimento, o “Homo economicus” do século XIX, ou seja, a falta de percepção do gestor quanto às motivações intrínsecas, focando o mesmo apenas na cobrança das metas e produtividade, atendo-se à percepção que apenas o retorno financeiro é suficiente. 
	As principais vantagens e desvantagens de se trabalhar no setor
	Os colaboradores não possuem uma percepção de mundo que os permite ter um pensamento crítico em relação à essas questões primordiais, ficando os mesmos reféns do microcosmo que atuam. 
	Qual a expectativa de trabalho dentro deste setor, identificando a percepção se ele é apenas um empregado temporário, se o trabalho é apenas uma uma “fase”, ou se o seu trabalho é algo duradouro
	O colaborador não possui a consciência da dramaticidade que o atual cenário econômico atravessa, pensando o mesmo que está seguro em seu emprego, e que se puder, poderia permanecer ali por um bom tempo, apesar das infinitas possibilidades que os estão aguardando no mundo exterior, ou seja, uma educação continuada, o empreendedorismo, a percepção de se fazer parte de um todo, de uma sociedade, onde cada um pode desenvolver mais que seu papel rotineiro do trabalho, ou seja, que ele pode ser um agente transformacional, mas o mesmo permanece impassível, sem visão de mundo, e de futuro, apegado ao paradigma atual. Notou-se que é emergencial uma quebra de paradigma, para que estes colaboradores possam fazer parte de uma massa crítica capaz de modificar para melhor suas condições de trabalho, que disseram ser insatisfatórias. Tendo uma visão de mundo, o colaborar pode cobrar seus direitos à cidadania, ou seja, ponderar junto ao gestor, questões que os façam avançar como seres humanos, por meio do aprendizado de novas habilidades e competências. 
Fonte: Questionário aplicado pelos autores
Conclusão
Conclui-se, nesta pesquisa no seguimento supermercadista da economia de São Carlos/SP, que o mesmo pode ser visto como um microcosmo de convergências globais, mais precisamente quanto à globalização de mercados, que por meio da adaptação deste sistema complexo, transforma a estrutura, assim como o modo operante do setor, uma vez que o supermercado pesquisado pratica o Benchmarking, e está antenado nas mudanças do setor, permitindo-lhe tomar melhores decisões. Por outro lado, o fator humano no ambiente estudado carece de mudanças quanto ao paradigma atual, focado na percepção de que ter um emprego é o suficiente para sobreviver, deixando à margem questões fundamentais, como a real satisfação de se fazer parte de uma organização, muito disto pela falta de visão do gestor, que não identifica como crucial o aprendizado continuo de seus colaboradores. Agindo assim, o gestor pode estar sabotando o próprio negócio, permitindo a ação da organização informal, que se mobiliza, por meio de suas insatisfações, mesmo que inconscientemente, contra a própria empresa, pela desmotivação, gerando retrabalhos e perdas. 
A utilização de ferramentas estatísticas mostrou-se preponderante na análise de mercado, uma vez que a média dos preços dos produtos do supermercado estudado mostrou-se maior que a do concorrente estudado, permitindo com que essa informação possa ser utilizada pelo gestor para análise ambiental do seguimento, e ter a resposta de muitos “porquês”, como o porquê de muitos indivíduos poderem estar migrando, ou preferindo o concorrente. 
Tais observações, possíveis por meio da análise Micro e Macro econômicas, assim como pelo apoio de Métodos Quantitativos aplicados à Gestão Empresarial, não obstante também pelo entendimento da Ética, Política e Sociedade que norteiam os rumos do capitalismo, forneceram ferramentas de apoio à decisão, assim como ao entendimento destefenômeno observado em São Carlos/SP, em uma amostra deste seguimento de mercado, o supermercadista. A passagem da estrutura do seguimento supermercadista de um grau de concentração moderadamente baixo, em 1992, para moderadamente alto em 2001, analisado por Santos (2009) deu-se pela entrada de redes de outros países, assim como a fusão e aquisições de concorrentes por estes, nos últimos anos da década de 1990. Exemplo de redes estrangeiras são o Carrefour e o EXTRA. 
Referências
CASTANHEIRA, N. P. (2011). Métodos Quantitativos. 2. ed. Editora IBPEX DIALÓGICA.
GARCIA, R. (2009). Estatística. São Paulo: Pearson Education do Brasil.
LARSON, R.; FARBER, B. (2004). Estatística Aplicada. 2º ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall.
LEVIN, J.; FOX, J. A. (2004). Estatística para Ciências Humanas. 9º ed. São Paulo:
Pearson.
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