Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE - CCBS DEPARTAMENTO DE ECOLOGIA E BIOLOGIA EVOLUTIVA - DEBE Camila Dias Berbert - RA: 743651 Carmen Cris de Oliveira Nobre Bezerra - RA: 743654 Karoline Bernardo Rodrigues Pereira Mariana Vitorino de Carvalho - RA: 743772 Ana Júlia Fernandes - RA: 743620 BIOLUMINESCÊNCIA DE ARTRÓPODES São Carlos - SP 2018 Sumário 1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 2 História . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 3 Como ocorre . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 4 Artrópodes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 4.1 Vagalumes (Familia Lampyridae): . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 4.2 Besouro de Fogo (Genero: Pyrophorus): . . . . . . . . . . . . . . 5 4.3 Railroad worm (Gênero: Phrixothrix; Família: Phengodidae) . . . 5 4.4 New Zealand glowworm (Genero: Arachnocampa) . . . . . . . . . 5 5 Aplicações biotecnológicas da bioluminescência . . . . . . . . . 7 5.1 Imagens in vivo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7 5.2 Plantas bioluminescentes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7 6 Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8 2 1 Introdução A bioluminescência é a emissão de luz fria realizada por diversos tipos de organismos vivos. No ambiente terrestre ela existe em bactérias, fungos, anelídeos, moluscos e principalmente nos artrópodes. O Brasil é o país que abriga a maior biodiversidade de organismos bioluminescentes do mundo, incluindo besouros, fungos e espécies marinhas. Ela é muito utilizada como biomarcador molecular e auxilia em estudos com análises de expressões gênicas, além de conter aspectos evolutivos relacionados à comunicação biológica nos processos de acasalamento e pode ter função também de atrair presas e confundir possíveis predadores. 3 2 História A luciferina (ácido carboxílico complexo) e a enzima luciferase foram descobertas na década de 1950, a partir de milhares de vagalumes que foram coletados por crianças em Baltimore e nos seus arredores. William David McElroy e colaboradores isolaram os principais componentes bioquímicos responsáveis pela bioluminescência e com isso descobriram que a geração de luz requer a ativação da luciferina por meio de uma reação enzimática envolvendo a clivagem de pirofosfato do ATP para formar luciferil-adenilato. Na presença de oxigênio molecular e luciferase, a luciferina sofre descarboxilação oxidativa, um processo que ocorre em várias etapas, formando oxiluciferina. A partir disso, há emissão de luz. 4 3 Como ocorre Ela é resultado de atividades bioquímicas que envolvem reações altamente exotérmicas onde a energia contida nas ligações moleculares de compostos orgânicos é convertida em luz, ou seja, há transformação de energia química em energia luminosa. Figura 1 – As moléculas denominadas luciferinas são oxidadas pela atividade catalítica da enzima luciferase, produzindo moléculas eletronicamente excitadas que decaem produzindo os espetáculos de luz. As moléculas denominadas luciferinas são oxidadas pela atividade catalítica da enzima luciferase, produzindo moléculas eletronicamente excitadas que decaem produzindo os espetáculos de luz. Figura 2 – Reação 5 4 Artrópodes 4.1 Vagalumes (Familia Lampyridae): São besouros que emitem, na sua parte inferior abdominal, bioluminescência, capaz de piscar. Esse processo é uma forma de atração sexual, assim como também meio de defesa. No Brasil, podem ser encontradas larvas de vagalume que emitem a lumines- cência no Parque Nacional das Emas (GO), em períodos de chuvas, logo após o mês de outubro. 4.2 Besouro de Fogo (Genero: Pyrophorus): Diferentemente dos vagalumes, eles não piscam, mas permanecem constan- temente acesos (embora possam controlar a intensidade; por exemplo, eles ficam mais claros quando tocados por um predador em potencial). Eles têm dois pontos luminescentes nos cantos posteriores do pronoto e outro ponto mais brilhante na região dorsal do abdome. Este ponto é ainda mais brilhante e só pode ser visto quando em vôo. Os besouros de clique bioluminescentes são encontrados em toda a América tropical e subtropical, incluindo o Texas e a Flórida. 4.3 Railroad worm (Gênero: Phrixothrix; Família: Phengodidae) Um verme ferroviário é uma fêmea adulta larviforme de um besouro, caracte- rizada pela posse de duas cores diferentes de bioluminescência. Tem a aparência de uma lagarta. Os onze pares de órgãos luminescentes em seu segundo segmento torácico através de seu nono segmento abdominal podem brilhar em verde-amarelado, enquanto o par em sua cabeça pode brilhar em vermelho; isso é provavelmente de- vido a diferentes luciferases em seus corpos, já que o substrato da reação, chamado luciferina, é o mesmo. O nome “verme ferroviário” surge porque esses pontos brilhantes ao longo do corpo lembram as janelas dos vagões de trem iluminados internamente à noite. Acredita-se que as emissões de luz sejam um sinal de alerta para os predadores noturnos de sua impalatabilidade. 4.4 New Zealand glowworm (Genero: Arachnocampa) São espécies de mosca que possuem um estágio larval luminescente, seme- lhante ao estágio larval dos besouros do pirilampo. Uma larva faminta brilha mais que Capítulo 4. Artrópodes 6 a que acabou de comer, o que atrai a presa. O macho para de brilhar alguns dias antes de emergir, enquanto o brilho da fêmea aumenta (acredita-se q seja para atrair o macho para acasalamento) 7 5 Aplicações biotecnológicas da bioluminescência 5.1 Imagens in vivo Com o uso da bioluminescência, pesquisadores podem injetar células marcadas com luciferase em organismos modelos e obter imagens em tempo real de como as células tumorais agem e elucidar mecanismos de migração e diferenciação celular. Outra aplicação é a injeção das células imunológicas marcadas com a luciferase em modelos animais, permitindo maior compreensão de como determinadas doenças são combatidas pelo sistema imunológico. É um método minimamente invasivo, de baixo custo e fácil reprodutibilidade, tornando-se uma das principais formas de se obter imagens in vivo atualmente. 5.2 Plantas bioluminescentes Pesquisadores do MIT desenvolveram um sistema em que plantas incorporam nanopartículas de sílica contendo a enzima luciferase em suas folhas, emitindo a luminescência. O objetivo da pesquisa é desenvolver plantas que futuramente possam substituir os abajures, gerando luz sem a necessidade de uma fonte de energia elétrica. Para que isso fosse possível, os pesquisadores encapsularam a enzima lucife- rase e o substrato luciferina em nanopartículas de sílica, que foram colocadas em uma solução com a planta para que essa absorvesse as nanopartículas. 8 6 Referências BIOTA DO FUTURO. Bioluminescência. Disponível em: <https://www.biotadof uturo.com.br/bioluminescencia/>. Acesso em: 01 nov. 2018. ENG QUIMICA SANTOS SP. Luciferina e luciferase: produção de luz por organismos vivos. Disponível em: <https://www.engquimicasantossp.com.br/2018/01 /luciferina-luciferase-producao-luz-organismo-vivo.html>. Acesso em: 01 nov. 2018. FAPESP. Bioluminescência de artrópodes: diversidade biológica em bio- mas brasileiros; origem bioquímica; evolução estrutural/funcional de lucifera- ses; diferenciação molecular das lanternas; aplicações biotecnológicas, ambien- tais e educacionais. Disponível em: <http://www.bv.fapesp.br/pt/auxilios/96388/biolu minescencia-de-artropodes-diversidade-biologica-em-biomas-brasileiros-origem-bioqu imica-evol/>. Acesso em: 27 out. 2018. FARIAS, Florence M. Cordeiro De. GFP: Uma Ferramenta Brilhante para a Visualização da Vida. Revista Virtual de Química, [S.L], v. 1, n. 1, p. 2-9, fev. 2018. JOHN INNES CENTRE. Green fluorescentprotein (gfp). Disponível em: <htt ps://www.jic.ac.uk/microscopy/more/t5_9.htm>. Acesso em: 03 nov. 2018. LEHNINGER, Albert; COX, Michael M.; NELSON, David L.. Princípios de bioquímica. 6 ed. Porto Alegre: Artmed, 2014. PROFISSÃO BIOTEC. Aplicações biotecnológicas da bioluminescência. Disponível em: <http://profissaobiotec.com.br/aplicacoes-biotecnologicas-da-biolumine scencia/>. Acesso em: 05 nov. 2018. REPOSITÓRIO INSTITUCIONAL UNESP. Aspectos comparativos das luci- ferases ph-insensitivas de pyrearinus termitilluminans (coleoptera: elateridae) e phrixotrix spp (coleoptera: phengodidae): expressão, purificação e proprieda- des do sítio ativo. Disponível em: <https://repositorio.unesp.br/handle/11449/100566 >. Acesso em: 01 nov. 2018. UNIVERSITY OF BRISTOL. Green fluorescent protein. Disponível em: <http:/ /www.chm.bris.ac.uk/motm/gfp/gfph.htm>. Acesso em: 02 nov. 2018. Sumário Introdução História Como ocorre Artrópodes Vagalumes (Familia Lampyridae): Besouro de Fogo (Genero: Pyrophorus): Railroad worm (Gênero: Phrixothrix; Família: Phengodidae) New Zealand glowworm (Genero: Arachnocampa) Aplicações biotecnológicas da bioluminescência Imagens in vivo Plantas bioluminescentes Referências
Compartilhar