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TAREFA DE DIREITO PROCESSUAL I converted

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TAREFA DE DIREITO PROCESSUAL I - ESTUDO DIRIGIDO 
 
 Faz-se necessária algumas definições e conceitos sobre: 
 Direito objetivo é o conjunto de normas que compõem o ordenamento jurídico 
de um país, e estabelecem as regras pelas quais se regem as condutas e as relações 
humanas no contexto social, por exemplo o Código Civil Brasileiro. 
 Direito subjetivo é o direito atribuído a uma pessoa, que dele é titular e pode, 
por isso, exigir seu cumprimento. 
 Enquanto o primeiro é a norma abstratamente considerada, o segundo é o 
interesse de uma pessoa juridicamente tutelado, ao qual a norma atribui proteção, e que 
por isso pode ser tutelado pelo Estado-juiz, através de provocação do interessado. 
 Direito material: São os bens jurídicos que são tutelados por uma pessoa 
 Direito processual: Um conjunto de normas e princípios que regulamentam a 
melhor forma para a aplicação do direito material.Quando se tem um direito violado o 
Estado deve ser acionado.O direito processual regulamenta a forma que o processo 
deve caminhar e o direito material visualiza o bem jurídico que foi violado. 
 
A POLEMICA SOBRE A actio E A INVENÇÃO DA IDEIA DE AUTONOMIA 
PROCESSUAL 
 
 Na nossa CF no art. 5º, XXXV, assegura que "a lei não excluirá da apreciação 
do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito", resguardando o direito de o cidadão 
pedir a tutela jurisdicional, cumprindo seu direito subjetivo, aqui contra o Estado. 
 Afirmando que, todo cidadão tem o direito de pedir ao judiciário que obrigue o 
autor da lesão ou da ameaça a se responsabilizar pelo ato danoso que praticou, aqui se 
cumpri então o que chamamos de direito objetivo, quando a norma atribui proteção, e 
que por isso pode ser tutelado pelo Estado-juiz, através de provocação do interessado. 
Consistindo então em o direito de ação. 
 No tocante a autonomia do processo tem aqui certa relatividade, sendo o 
processo um instrumento do direito material, ele não pode se resumir em si mesmo, ou 
como aplicação deste com um fim em si mesmo, já que o sentido do processo nada mais 
é do que trazer uma resposta adequada junto ao direito material. Uma vez que, nem 
sempre quando se ingressa em juízo, não garante que se terá uma resposta afirmativa ou 
o conflito solucionado, é aqui que entra o processo para que possa proporcionar a 
resposta adequada ás necessidades da sociedade. (LEVY. MATHEUS 
https://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI260644,61044-
Processo+e+autonomia+da+vontade). 
 
A RESPEITO DA POLEMICA ENTRE WINDSCHEID E MUTHER 
 O que me fica claro entre os conceitos dos autores em estudo, é que, para 
Windscheid a ação era como pretensão que o réu poderia ter, ou seja, não haveria ação 
sem a sua pretensão do seu titular de fazer valer sua vontade, o que não quer dizer que, 
ao exerce o direito de pedir, teria de fato seu direito atendido a seu contento. 
 Pois muito se vê hoje em dia, inúmeras pessoas que exercem o direito de pedir 
em juízo o que lhe é devido, mas nem todas são de fato respondidas de forma positiva á 
quem pediu, reconhecendo o direito do ofendido á tutela jurídica do Estado e do Estado 
como parte á reconhecer á eliminação da lesão contra quem o lesionou. Em outras 
palavras, o direito é o que cria, e a ação é o que é criado. 
 Para Muther, na ação era o direito público que demandava algo contra o estado, 
ou seja, o direito à tutela judicial. Onde se interage a tutela entre as partes e Estado. O 
que ele quis dizer em sua concepção de forma simples foi, o Estado teria a missão de 
manter o ordenamento jurídico ao que se pede, ou seja, o individuo se apresenta a ele 
demonstra seus pedidos e o Estado cumpri com seu dever de atuar contra quem o 
lesionou, somente isso bastava. 
 Ao fim, ambos concordam com a ideia de existência de uma grande diversidade 
entre a pretensão material e o direito de ação; e assim chegando à concepção do direito 
de ação como o direito de originar a execução da jurisdição. 
 
A INCOMPREENDIDA CONCEPÇÃO DE PROCESSO COMO SITUAÇÃO 
JURIDICA 
 Entendemos por processo o instrumento colocado à disposição dos cidadãos 
para levar seus conflitos ao Poder Judiciário, com a pretensão de alcançar uma resposta 
sobre tais conflitos, provocando a jurisdição realizará o direito material, que seguirá 
como reparação, preservação ou acertamento desses conflitos. 
 Na visão do Oskar Bulow, o processo passou a ser uma relação jurídica de 
natureza pública, uma vez que um dos sujeitos é o Estado, exercendo toda a sua 
supremacia, e com os pressupostos diferentes dos que contem na relação jurídica de 
direito material. Para ele, o processo é uma relação jurídica entre o autor e réu; autor e 
juiz e juiz e réu. Chegando então a conclusão de que no processo existem duas relações 
jurídicas, as de direito material e as de direito formal, este formada pelas partes e 
aquele, discutida no processo. (CINTRA, GRINOVER & DINAMARCO, 2006, pág. 
297). Em fim, entende-se então que, para Bulow a relação processual possuía uma 
natureza estática. 
 Em contrapartida temos o outro lado da questão, temos a teoria do processo em 
situação jurídica na visão de James Goldschmidt, que não admite essa relação (juiz, 
autor, réu) simplesmente porque as partes no processo atuam como sujeitas ao órgão da 
jurisdição, enquanto que o juiz atua no processo por dever de sua função. (ALVIM, 
p.158, 2003). 
 A teoria do processo como situação jurídica, de acordo com os pensamentos de 
GOLDSCHMIDT, não aceita o processo como uma relação jurídica, assim como 
Bulow, acima citado, GOLDSCHMIDT compara o direito material com uma situação 
de guerra, quando a falta de certeza de chegar ao fim com todos seus guerreiros de pé, 
já nasce antes mesmo da guerra começar, assim o é com relação aos direitos e 
obrigações dos que estão em conflitos, já que, não se pode prever o resultado da 
sentença. 
 Podemos observar que em momento algum a teoria refere-se à vinculação, e 
sim, trata a doutrina de regras e da interatividade da norma jurídica sobre o juiz e os 
particulares. Além de negar uma relação jurídica entre os sujeitos principais do 
processo, outro ponto destacável da teoria de Goldschimidt, refere-se à existência de 
outras situações jurídicas que ocorrem durante o processo. 
 Assim explica ele essas outras situações jurídicas do processo, tem o poder, 
dever, faculdade, ônus, sujeições e a expectativa, esta seria no caso subjetivo, pois, 
trata-se da expectativa do sujeito, o que ele poderia esperar do processo quando foi a 
juízo, ao se defender ou até mesmo as expectativas das provas produzidas por ele. 
 O poder, ele entende que o juiz tem o poder de exercer a jurisdição, assim como 
as partes tem o poder de ação, o poder de recorrer, mas em contra partida, a sujeição em 
relação ao poder, as partes ficam sujeitas ao conteúdo da jurisdição em questão, pelo 
menos até o transito em julgado, já que nesse tempo pode haver o recurso, e a outra 
parte da qual teve a causa ganha também vai ter que se sujeitar a isso também, vai ter 
que espetar esse tramite para então saber se de fato é positiva ou não a decisão em seu 
favor. 
 Como se tem um poder tem-se o dever, o dever dos sujeitos processuais em 
relação às partes são agir com boa-fé, assim como também os juízes tem que respeitar e 
segui deveres no processo, tem as partes principalmente, a facultatividade no decorrer 
do processo, ou seja, se a parte achar que não precisar convocar determinada 
testemunha em seu favor, ela não convoca, podendo exercera conduta facultativa sem 
nenhuma sanção processual. 
 Por consequência tem-se ainda o ônus, aqui se diz ônus, mas nada mais é do que 
outra forma de facultatividade, não é obrigatória por ser facultativo, mas com uma 
diferença, no caso do sujeito da ação não quiser produzir provas, ele pode, porém, 
poderá sofrer consequências processuais, uma vez que no ordenamento diz que quem 
alega tem que provar. ( AMORIM, 2018). 
 Provando aqui a dinâmica da teoria do processo em situação jurídica, a qual em 
relação à tese de Bulow desmancha totalmente a forma estática que ele defendia, porém 
esta, ao se juntar com aquela nos deu o entender que, dentro da teoria processual da 
relação jurídica processual, podemos ter perfeitamente a teoria da situação jurídica do 
processo, pois uma pode complementar a outra. 
 
Referencias: 
 
Aulas 
 
ALVIM, José Eduardo Carreira, Teoria Geral do Processo, 8º edição, pág. 158 - 
Forense, Rio de Janeiro, 2003. 
 
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. De 05 de outubro de 1988. 
Disponível em: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm Acesso 
em: outubro de 2018. 
 
CINTRA, GRINOVER & DINAMARCO. Teoria Geral do Processo – 22ª edição, pág. 
297 – editora Malheiros – São Paulo, 2006. 
LEVY. MATHEUS https://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI260644,61044-
Processo+e+autonomia+da+vontade. Acesso em 20 de outubro de 2018. 
Sistema Penal & Violência, Porto Alegre, v. 2, n. 1, p. 97-109, jan./jun. 2010. 
VIEIRA, Anderson Novaes; PILZ, Nina Zinngraf et al. Natureza jurídica da ação e do 
processo. Revista Jus Navigandi, ISSN 1518-4862, Teresina, ano 7, n. 58, 1 ago. 2002. 
Disponível em: https://jus.com.br/artigos/3078 Acesso em: 23 out. 2018. 
 
VIEIRA. Artur Diego Amorim, Anotações de Processo Civil. Disponível em: 
https://www.youtube.com/channel/UC0Myx_sikQHCz0d3UVUkQjw Acesso em: 
outubro de 2018. 
WIERZCHóN, Silvana Aparecida; ZANELLA, Ingrid. Natureza Jurídica do Processo. 
In: Âmbito Jurídico, Rio Grande, IX, n. 33, set 2006. Disponível em: 
<http://www.ambito-
juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=1309>. 
Acesso em out 2018.

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