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CADERNO DE IED PROCESSUAL - DIANA PEREZ - BAIANA DE DIREITO

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CADERNO DE INTRODUÇÃO AO DIREITO PROCESSUAL – DIANA PEREZ – 2021.1 
 
NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 1 
 
CADERNO DE IED PROCESSUAL 
ALUNA: NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 
PROF. DIANA RIOS 
 
PROPEDÊUTICA PROCESSUAL 
1) Conceitos básicos: 
. Necessidade: se traduz como uma situação de carência. É a falta de alguma coisa. 
Representa a ruptura do equilíbrio humano. – Se o homem estivesse em uma situação 
de total equilíbrio, não existiria necessidade. Porém, nunca estamos nessa situação de 
total equilíbrio, uma vez que o homem se faz dependente de elementos tanto por 
questões de sobrevivência quanto de aperfeiçoamento. – Esses elementos que o 
homem precisa, chamamos de bem. 
. Bem: É o elemento apto a satisfazer a necessidade humana. 
. Utilidade: A aptidão/capacidade de um bem em satisfazer uma necessidade. 
 . Como saber se um bem é ou não apto para satisfazer uma necessidade? Através 
de um juízo de valoração e desse juízo depreendo sua utilidade. 
 . Quando constatamos que um bem é útil para satisfazer uma necessidade, surge 
o interesse. 
. Interesse: Vínculo que une a pessoa a um determinado bem. – Posição favorável à 
satisfação de uma necessidade. – Diz-se que há em interesse se está entre uma 
necessidade e um bem com utilidade para satisfazer a esta necessidade. – O interesse 
pode ter várias classificações. 
 . Mediato x imediato: Interesse imediato quando o bem se presta diretamente 
a satisfazer uma necessidade (a água e a sede = água satisfaz diretamente minha 
necessidade) x Interesse mediato quando um bem é capaz de satisfazer indiretamente 
a necessidade do indivíduo (tenho sede, mas não tenho água. Porém, tenho 10 reais e 
 CADERNO DE INTRODUÇÃO AO DIREITO PROCESSUAL – DIANA PEREZ – 2021.1 
 
NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 2 
 
posso descer pra comprar uma água = não vou beber o dinheiro, mas ele é capaz de 
satisfazer de forma indireta minha necessidade). 
 . Individual x coletivo: Interesse individual quando o bem é capaz de satisfazer a 
necessidade de um indivíduo X Coletivo quando o bem é capaz de resolver o interesse 
de uma coletividade. 
 
. Homem e necessidade X Bem e utilidade INTERESSE 
 . O interesse é o vínculo que liga o homem a sua necessidade e um bem as suas 
utilidades. 
. Conflito de interesse – Subjetivo x Intersubjetivo: 
 . Conflito de interesse subjetivo: ocorre quando o conflito se perpetra em um 
único indivíduo, ou seja, um único indivíduo tem 2 interesses distintos. – Exemplo: vou 
no shopping comprar um sapato e a atendente me mostra 3 diferentes, mas só tenho 
dinheiro para comprar 1. 
 . Conflito de interesse intersubjetivo: conflito de interesses que se perpetra 
envolvendo 2 ou mais pessoas. – Exemplo: Fernanda usando um laptop e Diana diz que 
ela é a dona = surge um conflito que precisa ser dirimido. – Disso emerge a noção de 
pretensão. 
 . Pretensão = exigência de subordinação do interesse de outrem ao próprio 
interesse. – Exemplo: Diana querendo subordinar o interesse de Fernanda (do exemplo 
acima) ao dela. 
. Resistência: o ato contrário a pretensão. – Ao invés de Fernanda se subordinar a Diana, 
que está dizendo que o computador é dela, ela diz que não é = afirma o contrário. 
 . Resistência em sentido estrito: pretensão resistida = quando se discute a 
titularidade de um bem. Exemplo: Fernanda diz que o computador é dela e Diana diz o 
contrário = vão a juízo decidir isso. – Utiliza-se técnicas de conhecimento para descobrir 
quem é o titular. 
 CADERNO DE INTRODUÇÃO AO DIREITO PROCESSUAL – DIANA PEREZ – 2021.1 
 
NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 3 
 
 . Insatisfação: discute-se a fruição de um bem cuja titularidade já é conhecida. – 
Exemplo: quando Fernanda assume que pegou o computador emprestado de Diana, 
mas afirma que não vai devolver porque está precisando = vão a juízo, já que é negada 
a autotutela (ir até Fernanda tomar da mão dela), sabendo quem é o dono. – Utiliza-se 
de técnicas de execução. 
. Lide: conflito de interesses entre pessoas qualificado por uma pretensão jurídica (o que 
é relevante para o Direito) resistida ou insatisfeita que é levada ao Juízo. 
 
. Composição de Lide = resolver a lide/resolver o conflito. – Se dá pela atuação do direito 
objetivo, ou seja, aplicação da lei ao caso concreto. – Na maioria das vezes o Direito não 
é cumprido de forma voluntária, pois em vários momentos ele é violado, de tal forma 
que o Estado é chamado para compor a Lide. 
. Trilogia processual: 
 . Jurisdição: a principal forma estatal de composição da lide/desse conflito. – Só 
existe jurisdição se existir lide/conflito? Para uma parte da doutrina isso é considerado 
verdadeiro. Porém, para outra parte da Doutrina, diz-se que é possível que haja 
jurisdição sem que haja lide (exemplo: João é casado com Maria e tem uma filha de 2 
anos e após 10 de casamento decidem se separar, ambos querem se divorciar = 
interesses convergentes, PORÉM EXISTE UMA FILHA MENOR DE IDADE, onde será 
estipulada a guarda da criança e isso será levado a Juízo = existindo a figura da 
jurisdição). – Em regra a jurisdição é inerte, precisa ser motivado = a parte precisa deixar 
claro que quer ingressar com a ação. 
 . Ação: Pontapé inicial/provocação do exercício da atividade jurisdicional. – Essa 
ação vai se instrumentalizar em um processo. 
 . Processo: série de atos que vão se prolongar no tempo até uma sentença final, 
instrumentalizando o exercício jurisdicional e o direito de ação. 
2) Direito Material x Direito Processual: 
 CADERNO DE INTRODUÇÃO AO DIREITO PROCESSUAL – DIANA PEREZ – 2021.1 
 
NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 4 
 
. Direito material: Estipula as regras e normas de conduta do dever-ser, caso não haja a 
obediência as regras de conduta pode se valer do direito processual. 
. Apenas se houver violação ou ameaça de violação a normas de conduta é que 
vai se valer do Direito Processual. 
. Direito Processual é instrumental em relação ao Direito Material. – É a ferramenta 
necessária para que haja a efetivação do Direito Material. 
. Sujeitos do conflito X Sujeitos do Processo: 
 . Todo processo versa sobre pelo menos uma situação jurídica que será 
protegida. Esta, por sua vez, normalmente é um conflito (uma lide). 
 . Sujeitos do conflito – Exemplo: quem assinou o contrato de locação. X Sujeitos 
do processo: Elane e Diana se transformam em sujeitos do processo (autora e ré). – É 
possível que haja coincidência entre esses sujeitos OU não. 
 . Pode não existir essa coincidência em casos de legitimidade extraordinária = é 
permitido que um sujeito atue em nome próprio defendendo um interesse de outrem. 
– Exemplo: Joãozinho é filho de João. João está se negando a pagar os alimentos para 
Joãozinho. O MP pode ingressar com um processo cobrando tais alimentos (autor é o 
MP e o réu João). 
. Instrumentalidade do processo: 
 . Direito Material Direito Processual 
 . Não existe hierarquia entre esses ambos, é uma relação de retroalimentação, 
simbiose, circular. 
 
3) Sociedade e Tutela Jurídica: 
. Tutela Jurídica = proteção jurídica, um gênero. Apresenta dois momentos: 
 . Um momento estático: representado pelo Direito Material. 
 . Um momento dinâmico: representado pelo Direito Processual. 
 CADERNO DE INTRODUÇÃO AO DIREITO PROCESSUAL – DIANA PEREZ – 2021.1 
 
NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 5 
 
 . Quando há uma violação do Direito Material, ele deixa de ser um momento 
estático para ser dinâmico. 
. Tutela Jurisdicional: é o reconhecimento de uma situação jurídica amparada pelo 
ordenamento material. 
. Exemplo: Fernanda deve a Diana, mas Diana decide não processá-la. Porém, a 
mãe de Fernanda entra com a ação. A ação é extinta pelo juiz, já que a mãe de Fernanda 
não é parte legítima do processo. Assim, não houve o reconhecimento, logo não existiu 
tutela jurisdicional. Houve jurisdição (já que movimentou-se a máquina jurídica), mas 
não atingiusua finalidade (pois, o processo foi extinto). 
. Coisa julgada material – se forma quando há uma sentença de mérito. 
. O conceito de tutela jurisdicional se confunde com o conceito de jurisdição (F) e pode-
se afirmar que terá tutela jurisdicional sempre que se analisar se alguém tem razão 
diante do direito material (V). 
. O direito material/substancial deve ser vislumbrada no seu sentido dinâmico (F) 
. Quando previsto no direito material for espontaneamente acatado, não se fala em 
tutela jurisdicional, apenas em tutela jurídica (V) 
. Tutela jurisdicional diferenciada: proteção processual a determinadas situações que 
dadas as suas peculiaridades fogem ao habitual. – Exemplo: quando se está discutindo 
alimentos, temos que ter em mente que esse direito material tem certar peculiaridades, 
tendo em vista o seu grau de importância. – Outro exemplo: mandado de segurança, 
pois se exige prova pré-constituída (já preciso provar o que estou alegando quando 
entro com a ação, pois não haverá a fase de instrução probatória, em que eu provaria 
meu direito). 
. A Tutela Jurisdicional pode ser concebida como um ponto de convergência entre o 
Direito Material e o processo? Justifique. 
 . O processo seria o caminho para reconhecer o Direito Material. 
 . Pelo fato de que só com o processo se realiza o direito material, e esse 
reconhecimento se dá pela tutela jurisdicional. 
 CADERNO DE INTRODUÇÃO AO DIREITO PROCESSUAL – DIANA PEREZ – 2021.1 
 
NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 6 
 
4) Acepções do termo processo: 
. Processo como fenômeno da Teoria Geral do Direito: 
 . Toda norma jurídica advém de um debate prévio, ela não surge do nada. Esse 
debate prévio que vai resultar na norma jurídica é o que chamamos de PROCESSO. 
 . Processo = meio através do qual se cria uma norma jurídica. 
 . Uma lei advém de um debate prévio que é o processo Legislativo. 
 . Norma contratual advém do processo negocial. 
 . Poder Judicial cria a norma quando decide/profere uma decisão. Essa norma 
não surge do nada, ela advém de um debate prévio que é o processo JURISDICIONAL. 
. Processo como Fato Jurídico (=Procedimento): O processo seria basicamente um fato 
jurídico humano = ato jurídico = ato de vontade humana em conformidade com o direito 
e tendente a produzir efeitos. É um ato complexo, pois dentro do ato complexo existem 
inúmeros outros atos menores (o ato de contestar, de sentenciar, de recorrer, de 
colecionar provas etc.) – Processo não se resume a esse ato, pois hora 
 . Plano da Existência 
. Processo como Relação Jurídica: processo como consequência dos atos. 
 . Relação jurídica, efeitos, no plano da eficácia, processo como consequência. 
Essa relação jurídica também é uma relação jurídica complexa, diversas relações entre 
sujeitos. 
 . Plano da Eficácia 
 
5) Teoria Geral do Processo: 
. Teoria = é um corpo de conceitos sistematizados. 
 . Toda teoria tenderia a uma generalização? Alguns acreditam que sim, outros 
não. 
 CADERNO DE INTRODUÇÃO AO DIREITO PROCESSUAL – DIANA PEREZ – 2021.1 
 
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. Conceito jurídico-positivo: 
 . Diddier: “O conceito jurídico-positivo é construído a partir da observação de 
uma determinada realidade normativa e, por isso mesmo, apenas a ela é aplicável. São 
conceitos contingentes, históricos: descrevem realidades criadas pelo homem em certo 
lugar, em certo momento. O conceito de casamento é jurídico-positivo. No Brasil, 
casamento é a união formal familiar entre pessoas de sexos diferentes (art. 1.514 do 
Código Civil). Em Portugal, casamento é negócio celebrado entre duas pessoas, pouco 
importa o gênero a que pertençam (art. 1.577º do Código Civil português). 
. Conceito lógico-jurídico: 
 . Obtidos a priores, alheios a qualquer realidade de determinado ordenamento 
jurídico, sem vinculação dos direitos positivos. Eles têm pretensão de serem universais, 
mas não invariáveis, pois a ciência social é mutável (ex: decisão). 
 . Diddier: “O conceito jurídico fundamental (lógico-jurídico, jurídico próprio ou 
categorial) é aquele construído pela Filosofia do Direito (é uma das tarefas da 
Epistemologia Jurídica), com a pretensão de auxiliar a compreensão do fenômeno 
jurídico onde e quando ele ocorra. Tem pretensão de validez universal. Serve aos 
operadores do Direito para a compreensão de qualquer ordenamento jurídico 
determinado. É, verdadeiramente, um pressuposto indispensável de qualquer contato 
científico com o direito.” 
 . Diddier: “São exemplos de conceitos lógico-jurídicos: fato jurídico, relação 
jurídica, invalidade, efeito jurídico, ato jurídico, ato-fato jurídico, fonte do direito, norma 
jurídica, regra jurídica, princípio, sujeito de direito, capacidade, personalidade, objeto 
de direito, causa etc.” 
 CADERNO DE INTRODUÇÃO AO DIREITO PROCESSUAL – DIANA PEREZ – 2021.1 
 
NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 8 
 
. Direito Processual X Ciência do Direito Processual x Teoria Geral do Processo: 
 
. Direito Processual: tem cunho normativo, então diz respeito ao conjunto de normas 
que regem o Direito Processual. 
. Ciência do Direito Processual: ramo do pensamento jurídico que tem cunho 
dogmático; que tem como objeto de estudo o Direito Processual. Visa a 
elaboração/articulação de conceitos jurídicos-positivos. 
. Teoria Geral do Processo: também tem cunho doutrinário, só que se trata de uma 
disciplina filosófica. Não tem por objeto as normas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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EVOLUÇÃO DA CIÊNCIA DO PROCESSO 
 
1) Fases metodológicas da evolução da Ciência do Processo: 
. Sincretismo/praxismo/imanentismo: 
 . Essa fase vai até a segunda metade do século XIX. 
 . Não havia distinção entre o Direito Material e o Direito Processual = o Direito 
processual não era estudado como Ciência/não era visto como autônomo em relação 
ao Direito Material. 
 . Direito Processual era o próprio Direito Material violado e levado ao juízo. 
 . Oskar von Bullon lança sua obra “Teoria das Exceções e Pressupostos 
Processuais”, marcador importante que distinguiu a relação jurídica material de relação 
jurídica 
processual. 
 
. Autonomia/processualismo/cientificismo: 
 . Passa-se a estudar o processo como Ciência. 
 . Ruptura abrupta em relação ao Direito Material. – Necessária essa ruptura 
abrupta para parar de ser o processo como algo que está dentro do Direito Material. 
 . Para ambas as teorias abaixo são coisas distintas 
. Teoria Dualista (Chiovenda): o ordenamento divide-se nitidamente em Direito 
Material e Direito Processual; para essa teoria o processo apenas realiza a vontade do 
Direito Material, ou seja, não criaria nada de novo, apenas declararia o que já estava 
previamente determinado. – Direito Processual com caráter meramente declaratório. 
 . Teoria Unitária (Carnellutti): o Direito Material não teria condições de 
disciplinar sempre todos os conflitos levados e, nesta continuidade, o processo serviria 
para complementar a Lei. – Processo com caráter constitutivo e não só declaratório. – 
 CADERNO DE INTRODUÇÃO AO DIREITO PROCESSUAL – DIANA PEREZ – 2021.1 
 
NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 10 
 
Estamos no Positivismo nesse período de tal forma que não podemos falar no 
poder/papel criativo do judiciário que se tem hoje (não era o ativismo judicial de hoje). 
 . Vai até mais ou menos 1950. 
. Instrumentalismo: 
 . Direito Processual não pode ser estudado de forma isolada em relação ao 
direito material. 
. O processo não é um fim em si mesmo. 
. Busca reaproximar direito material e o processual. 
. O processo como instrumento de efetivação do direito material, não como na 
fase do praxismo, se aproximam, mas não se confundem entre eles. 
. Inserção de aspectos sociais dentro do processo – surgindo as chamadas ondas 
de acesso à justiça. 
. Ondas de acesso à justiça (Mauro Capelletti). Neoprocessualismo/formalismo-valorativo: 
 . Prega a renovação do Direito Processual = seria a hora de rever o processo. 
. Estuda o processo à luz dos novos paradigmas, sendo assim a ciência do Direito 
mudou e o processo precisa se atentar a isso. 
. O que marca muito essa fase é a incorporação de aspectos éticos ao processo, 
o novo CPC é bem claro em relação a isso existindo preocupação a Boa-Fé, lealdade 
processual e etc. 
 
 
 
 
 
 
 
 CADERNO DE INTRODUÇÃO AO DIREITO PROCESSUAL – DIANA PEREZ – 2021.1 
 
NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 11 
 
O DIREITO PROCESSUAL CONTEMPORÂNEO 
1) Texto x norma: 
. O Texto é o material que precisa ser interpretado, surgindo assim a norma 
interpretativa. 
. Ou seja, existe o texto, e através do judiciário, e a sua interpretação do processo 
jurisdicional, há uma interpretação textual e a criação da norma, através do magistrado. 
2) Princípio como norma: 
. Os princípios atualmente têm caráter normativos, e são dotados de exigibilidade ao 
processo, sendo assim atualmente existem inúmeras decisões pautadas exclusivamente 
em princípios, e no âmbito do Direito Processual, no novo CPC, as principais normas são 
princípios. 
3) Jurisprudência como fonte: 
. Decisões judiciais reiteradas, de um caso concreto. 
4) Conceitos Jurídicos Indeterminados/Cláusulas Gerais: 
. As mudanças sociais acontecem com uma velocidade muito maior, a sociedade evolui 
de forma rápida, e o processo legislativo é um processo demorado, sendo assim houve 
uma mudança de técnica legislativa, e os textos legais começou a ser redigidos de forma 
mais aberto, permitindo uma maleabilidade da interpretação do texto normativo, sendo 
assim o magistrado passa a se valer de conceitos jurídicos indeterminados e clausulas 
gerais, pois dá mais mobilidade ao sistema, tentando acompanhar a velocidade de 
evolução da sociedade. 
. Exemplo de Conceitos Jurídicos Indeterminados no Processo: Duração Razoável do 
Processo, relaciona-se com a celeridade do processo, e são conceitos jurídicos 
indeterminados, sendo assim, há quem faça distinção de conceitos jurídicos 
indeterminados e clausulas gerais, e outra parte da doutrina falam que são sinônimos. 
5) Força Normativa da Constituição: 
 CADERNO DE INTRODUÇÃO AO DIREITO PROCESSUAL – DIANA PEREZ – 2021.1 
 
NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 12 
 
. A constituição erradia os seus efeitos a todos os ordenamentos jurídicos, ou seja, todo 
o ordenamento é interpretado a Luz da Constituição Federal. 
. Existem alguns direitos dado a sua importância ganhou o status de Direitos 
Fundamentais, sendo assim o Processo é um instrumento de eficácia desses Direitos 
Fundamentais, então o processo, é ratificado como instrumento de efetivação dos 
Direitos Fundamentais em caso de ameaça aos mesmos. 
6) Processo Civil x Processo Penal: 
. Tradicionalmente eram vistos de forma antagônicos, ou seja, ramos que não se 
misturavam, processo penal era marcado pelo princípio inquisitivo, ou seja, o 
magistrado ocupava um papel de protagonista e as partes um mero coadjuvante do 
processo, porém com o tempo passou-se a ver que no processo civil o estado, o Juiz, 
ocupa também um espaço central, e o magistrado passou a exercer um papel mais 
atuante. Já no processo penal, as partes passaram ater um papel mais atuante também, 
então hoje entende-se que esse antagonismo, está superado, ou seja, o princípio do 
processo geral é o cooperativismo, para que o processo atinja a sua finalidade. 
7) Tutela Individual x Tutela Coletiva: 
. Nosso processo tradicionalmente foi concebido para garantir direitos individuais, só 
que com o tempo essa perspectiva mudou, e o processo hoje tutela interesses coletivos 
também, como Interesses dos consumidores, dos idosos. Nas últimas décadas a tutela 
coletiva vem ganhando muito destaque, como por exemplo mandado de segurança 
coletivo, são processos coletivos jurisdicionais. 
8) Distinção Civil Law x Common Law: 
. Nos dias de hoje é uma dicotomia de divisão que vem perdendo o sentido, visto que 
nos últimos anos vem havendo uma commolização do Direito no Brasil, então hoje não 
mais uma filiação para um regime específico, e sim atualmente temos uma característica 
híbrida, com características do Civil Law como também do Common Law. 
 
 
 CADERNO DE INTRODUÇÃO AO DIREITO PROCESSUAL – DIANA PEREZ – 2021.1 
 
NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 13 
 
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA CIÊNCIA DO PROCESSO NO BRASIL 
1) Ordenações do Reino: 
. Mesmo após a independência, o Brasil tinha no seu processo as Ordenações Filipinas. 
2) Código de Processo Criminal (1832): 
. Surge o processo Criminal, porém o processo civil continuava dependendo das ordenações 
Filipinas. 
3) Regulamento 737 (1850): 
. Surge o Código Comercial do Império, e no mesmo ano o governo imperial sancionou o 
regulamento 737, era uma espécie de código de processo comercial. 
4) Consolidação das Leis do Processos: 
. Devido as ordenações Filipinas não darem conta dos mais diversos casos da sociedade, cresceu 
muito o número de legislações extravagantes, sendo assim, no ano de 1876, surge a chamada 
consolidação das leis do processo civil. 
5) Extensão do regulamento 737 às causas cíveis: 
. Era um regulamento que tratava só das causas comerciais, houve a extensão para as causas 
cíveis também. 
6) Constituição Republicana de 1891: 
. Dualidade de processos, consagrou a dualidade de processos e dualidade de justiças, na época 
passou a existir a competência concorrente para legislar sobre processo, daí os Estados 
Membros começaram a legislar também sobre processo. 
7) Constituição de 1934: 
. Dualidade de processos não deu certo, mudou-se a competência para legislar sobre processos 
somente a União. 
8) Código de Processo Civil de 1939(Autonomia): 
. Surgiu então o primeiro código de processo civil, que foi inspirado no código de 
processo da Bahia. 
. Vinda de Enrico Tullio Liebman para o Brasil, em 1940, veio ao Brasil, e começou a dar 
aula em São Paulo sobre processo, e assim passaram a estudar o processo como ciência, 
 CADERNO DE INTRODUÇÃO AO DIREITO PROCESSUAL – DIANA PEREZ – 2021.1 
 
NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 14 
 
fundaram a escola processual de São Paulo, sendo assim influenciou diretamente no 
ingresso da nova fase do Processualismo, onde o processo é estudado como Ciência. 
9) Código de Processo Civil de 1973/Ribas: 
. Passaram a analisar que o CPC de 1939 tinha uma série de defeitos, sendo assim, houve 
uma nova elaboração do CPC, e aqui houve uma influência forte das ideias de Liebman, 
esse novo código revisitou e reformulou várias coisas erradas do CPC de 1939, porém 
ainda é uma fase marcada fortemente pelo individualismo. 
OBSERVAÇÕES: 
. Constituição de 1988 e Reformas Processuais: Aqui podemos ratificar que entramos 
na fase do Instrumentalismo, por trazer aspectos sociais e coletivos ao CPC, passou a 
existir uma série de reformas no CPC de 1973... A fase do instrumentalismo surge em 
meados da década de 80. 
. Novo código de processo civil de 2015: Preocupa-se com a forma, mas não deve ser 
vista de forma exacerbada, preocupa-se ao aspecto social, coletivo, e atualmente 
estamos inseridos na fase do Neoprocessualismo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 CADERNO DE INTRODUÇÃO AO DIREITO PROCESSUAL – DIANA PEREZ – 2021.1 
 
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NORMA PROCESSUAL 
1) Aspectos gerais: 
. Texto não se confunde como norma. 
. Lei processual = norma processual. 
. Norma: regra de conduta ou de atribuição de bens. – Podem ser de diversas ordens, 
mas a que importa para nós é a JURÍDICA (se impõe diante da vontade das partes). 
. Normas jurídicas podem ser materiais ou processuais. 
. Normas materiais: trazem as regras de condutas, do DEVERSER, o que deve ser 
cumprido voluntariamente por todos, disciplinando os conflitos de interesses presentes 
na sociedade. – Fornecem o critério a ser observado em caso de conflitouou outra 
situação levada ao judiciário. – Se elas fossem cumpridas voluntariamente por todos, 
não existiria Direito Processual. Mas, elas são constantemente violadas, movimentando 
o Direito Processual. 
. Norma processual: fornece a técnica a ser observada em caso de conflito ou demais 
situações levadas ao Judiciário. 
. O que define uma norma como processual ou instrumental é o seu objeto. 
2) Objeto: 
. A norma processual disciplina o modo processual de resolver o conflito/controvérsias 
ou situação não conflituosas levadas ao Judiciário. Elas disciplinam o próprio exercício 
do poder jurisdicional. 
. Não é o local em que está inserida essa norma que a definirá ou não como processual, 
mas sim o seu objeto. 
 CADERNO DE INTRODUÇÃO AO DIREITO PROCESSUAL – DIANA PEREZ – 2021.1 
 
NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 16 
 
. Institutos bifrontes: institutos que possuem dupla regência – regidos tanto pelo direito 
material como o processual. – Exemplo: penhora de bens, legitimidade, provas, 
prescrição, decadência. 
 . Para alguns, essas normas que possuem dupla regência seriam normas 
processuais heterotópicas, isto é, normas emitentes/puras processuais inseridas em 
diplomas essencialmente material. – É como se o legislador por algum equívoco tivesse 
feito tal confusão. Já outros doutrinadores, falam que elas não são puramente 
processuais, sendo dotadas de natureza mista (caráter processual-material). 
3) Espécies de norma processual: 
. Normas de organização judiciária: 
. Não gera muita discussão, uma vez que dizem respeito as normas que tratam da criação 
e estrutura dos órgãos judiciários e de seus auxiliares. – Exemplo: Lei de Organização 
Judiciária do Estado da Bahia. 
. Normas processuais em sentido estrito: 
. PROCESSO = PROCEDIMENTO + RELAÇÃO JURÍDICA. 
. Uma norma procedimental seria necessariamente uma norma processual, MAS ISSO É 
ERRADO, pois o legislador distinguiu norma processual de norma procedimental. Na 
verdade, ele disse que era diferente, mas não disse o porquê. 
 
 
 
 CADERNO DE INTRODUÇÃO AO DIREITO PROCESSUAL – DIANA PEREZ – 2021.1 
 
NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 17 
 
. Na medida em que o legislador fala que são competências distintas, é porque assim 
são coisas distintas. Mas, como fazer tal diferenciação? Já que procedimento está 
contido em processo. Coube a doutrina tentar fazer essa diferenciação. 
. Distinção trazida por Cândido Rangel Dinamarco: 
. Processo é procedimento + relação jurídica. 
. Então tudo que disser respeito a procedimento se refere aos atos do processo, 
isto é, série de atos que se prolongam no tempo – forma, lugar, tempo dos atos 
processuais, será norma procedimental, sendo competência tanto da União quanto dos 
estados-membros. 
. Tudo que disser respeito a relação jurídica, isto é, aos direitos, deveres, ônus, 
faculdade, estado de sujeição dos sujeitos do processo, é norma processual em sentido 
estrito. Portanto, competência privativa da União. 
. Marcelo Abelha: 
 . Segundo Marcelo Abelha Tudo o que tiver uniformidade e tiver isonomia no 
território nacional, é processo, e o que não for, é procedimento. 
. Rosemiro Pereira Leal: 
 . E de acordo com Rosemiro Pereira Leal, tudo que estiver voltado a realização 
do contraditório, ampla defesa e o devido processo legal são normas processuais, e o 
que não importar essas coisas são normas procedimentais. 
OBS: Na prática, a distinção de uma norma processual e procedimental terá 
consequências. 
. Normas procedimentais: 
. Art. 24, X e XI da CF. 
4) Normas processuais cogentes x normas processuais dispositivas. 
 CADERNO DE INTRODUÇÃO AO DIREITO PROCESSUAL – DIANA PEREZ – 2021.1 
 
NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 18 
 
. Normas Processuais Cogentes: 
. As normas processuais são sempre normas de Direito Público, pois há a 
interferência direta do estado nas relações, visto isso, são normas que são travadas na 
presença do estado, porém nem todas as normas são de natureza cogentes, pois é 
possível que existam normas processuais dispositivas, afirmamos assim que uma norma 
é cogente, quando ela se refere a relações que transcendem a esfera privada e são 
dotadas de imperatividade absoluta, então via de regra as normas processuais 
transcendem a esfera privada, sendo assim normas de direito público, entretanto é 
possível que existam normas processuais dispositivas. 
. Normas Processuais Dispositivas: 
. Dotadas de imperatividade relativa, que dá uma certa margem para que as 
partes possam deliberar, um exemplo clássico trazido pela doutrina, é que todo juiz é 
dotado de jurisdição, mas nem todos são dotados de competência, por exemplo um juiz 
criminal, não tem competência para julgar casos da vara de família, portanto a 
competência absoluta é fixada para regular as normas de interesse público, sendo assim 
normas cogentes, exemplo, uma deliberação de família, não pode recair sobre um juiz 
que julga na vara penal, no entanto existe a possibilidade da competência ser fixada em 
relação ao território, sendo então uma competência relativa, por exemplo um contrato 
que versa que caso surja um conflito, a deliberação do conflito será resolvido na 
comarca de Feira de Santana, mas se a ação for ajuizada em Salvador, poderá haver a 
análise da deliberação de interesses em salvador, dessa forma estamos diante de uma 
regra processual dispositiva, pois dá margem para que as partes conversem sobre o 
assunto. 
5)Fontes: 
. Constituição Federal: 
 CADERNO DE INTRODUÇÃO AO DIREITO PROCESSUAL – DIANA PEREZ – 2021.1 
 
NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 19 
 
. Erradia seus efeitos por todos os ramos do Direito, inclusive no âmbito processual, além 
disso há diversas normas processual no corpo da constituição, exemplo: devido processo 
legal, contraditório e dentre outros. 
. Tratados Internacionais: 
. Existem inúmeros tratados que versam sobre normas processuais, como por exemplo 
o cumprimento de carta rogatória, que é a cooperação entre juízes de países distintos, 
por exemplo o juiz no Brasil precisa de um depoimento de uma pessoa lá na Espanha. 
. Leis Federais: 
. As grandes fontes são as leis federais, tanto as leis ordinárias, quanto as leis 
complementares. 
. Constituição e Leis Estaduais: 
. É possível leis estaduais que versem sobre procedimentos do processo e também leis 
de organização judiciária. 
. Regimentos Internos dos Tribunais: 
. Contém regras de competências processuais de determinados tribunais. 
. Jurisprudência: 
. É uma fonte do Direito Processual e a sua importância com as súmulas vinculantes. 
. Negócios Jurídicos Procedimentais: 
. É possível que nasçam normas processuais de acordos celebrados entre as partes 
. Usos e Costumes: 
. Práticas capazes de produzir efeitos jurídicos. 
OBS: Medidas Provisórias não podem ser fontes de Direito Processual. 
 CADERNO DE INTRODUÇÃO AO DIREITO PROCESSUAL – DIANA PEREZ – 2021.1 
 
NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 20 
 
6) Interpretação e integração da lei processual: 
. Método literal/gramatical/exegético: 
. Interpretação se dá pela verificação do sentido literal das palavras. 
. Método lógico-sistemático: 
. O texto legal deve ser inserido num sistema lógico, ou seja, à luz do Ordenamento 
Jurídico como um todo. 
. Método histórico: 
. Estudo da evolução histórica do instituto. 
. Método comparativo: 
. Confronto do ordenamento jurídico com outros estrangeiros. 
. Método axiológico/teleológico: 
. Estudo valorativo com base na justiça como valor. 
. O intérprete tem que ter em vista os fins sociais para os quais a lei se destina e que 
devem ser preservados. 
OBS - APÓS A APLICAÇÃO DESSES 5 MÉTODOS PODE-SE CHEGAR AOS RESULTADOS 
ABAIXO: 
. Resultado declarativo: chega-se a conclusão de que a lei significa exatamente 
aquilo que está escrito, não tendo que estender/restringir o alcance de nada. 
. Resultado restritivo: intérprete limita a aplicação da lei a um âmbito maisrestrito. Entende-se que o legislador disse mais do que deveria dizer, necessitando de 
tal restrição do intérprete do alcance de lei. 
 CADERNO DE INTRODUÇÃO AO DIREITO PROCESSUAL – DIANA PEREZ – 2021.1 
 
NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 21 
 
. Resultado extensivo: o intérprete dá uma intepretação mais ampla do que a 
obtida por sua intepretação literal. É como se o legislador tivesse dito menos do que 
pretendia. 
. Resultado ab rogante: intérprete conclui pela inaptabilidade daquela lei (não é 
mais aplicável, é incompatível com o ordenamento jurídico). 
OBSERVAÇÕES: 
. Vedação non linque – ao magistrado é vedado o non liquete, ou seja, ele não 
pode ser eximir de julgar sob argumento de falta de lei. Ele vai ter que se valer de 
analogias, usos e costumes, princípios etc. 
7) Lei processual no espaço: 
. A lei processual disciplina a jurisdição (uma das funções soberanas do Estado). Em 
sendo assim, é natural que a lei processual se imponha no ordenamento do Estado que 
a edita. 
. A lei processual brasileira é aplicada no território brasileiro, ficando excluída a 
possibilidade de normas processuais serem aplicadas diretamente pelo juiz brasileiro. 
 
. Exceção à regra da territorialidade estrita – a prova dos fatos ocorridos no estrangeiro, 
rege-se pela lei que a ele vigorar os meios de produção, a lei do estrangeiro que regula 
a produção de provas se ela tiver de ser feita no estrangeiro. Há quem entenda que eles 
são regidos por normas processuais heterotópicas e tem outros autores que falam que 
os instituo bifrontes são regidos por normas hibridas. Essas normas são hibridas não são 
normas processuais puras, tem conotação substancial, e por isso não se aplica a regra 
da territorialidade. 
. O mérito da causa que vai reger a causa poderia utilizar uma norma estrangeira, mas 
no âmbito processual isso é mais restrito. 
8) Lei processual no tempo: 
. Cláusula pétrea: lei nova não pode retroagir para prejudicar. 
. Irretroatividade (tempo rege o ato): a lei processual se aplica de imediato, entretanto 
não pode retroagir para atingir situações que já foram consumadas. 
 CADERNO DE INTRODUÇÃO AO DIREITO PROCESSUAL – DIANA PEREZ – 2021.1 
 
NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 22 
 
. O processo não começa e nem termina de imediato, é formado por uma série de atos 
que se prolongam no tempo. As vezes o processo demora décadas, anos. 
. Processos findos: processos que já terminaram. - São professos que já findaram, 
não acontece nada se surgir uma lei nova. 
. Processos futuros: um fato acontece hoje, dentro de 6 messes ingressa uma lei 
nova, a pessoa ingressa um ano depois, será aplicado a lei nova, pois é a lei que está 
vigendo no momento do processo. 
. Processos pendentes: são os processos que se prolongam no tempo, e não é 
incomum surgir uma lei nova. 
 A) Unidade processual: entende-se que o processo é um todo indivisível. – Só 
pode se utilizar uma única lei do início ao fim do processo. - Entende-se que o processo 
é um todo indivisível, e só pode utilizar uma única lei do início ao final do processo, então 
via de regra se uma pessoa começa no processo com uma lei A, e surge outra B no meio 
do caminho, usaria a lei A por todo o processo. 
 B) Fases processuais: processo dividido em fases autônomas. 
. OBS: Defensores do processo como fase defendem que por ser o processo 
formado por fases autônomas, a lei processual nova se aplica na fase subsequente. – 
Possibilidade de aplicar leis diferentes a cada fase, o que não se pode é aplicar mais de 
uma lei na mesma fase. – Não é o sistema que adotamos em nosso ordenamento. 
. Fase postulatória (primeira fase): petição inicial, citação do réu etc. 
. Fase do saneamento: corrigi alguma irregularidade do processo. 
. Fase instrutória 
. Fase decisória: decisão judicial. 
. Fase recursal. 
. Fase de execução. 
 C) Isolamento dos atos processuais: fase adotada por nós. 
 . Dentro de cada fase, existe diversos atos, por exemplo na fase postulatória, tem 
a petição inicial, a réplica e tréplica, na instrumental tem o ato das oitivas, de produção 
de prova pericial, dentre outras, dessa forma se uma de terminada lei B surgir, a partir 
de um ato subsequente, já se aplica a lei B. 
 
 CADERNO DE INTRODUÇÃO AO DIREITO PROCESSUAL – DIANA PEREZ – 2021.1 
 
NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 23 
 
OBSERVAÇÃO: 
. Questões atinentes à aplicação da lei processual no tempo: 
. Dentro do processo é possível que exista atos complexos, atos processuais que se 
prolongam no tempo, a própria oitiva de testemunhas, é um ato que se prolonga no 
tempo, logo é utilizado a lei processual que se inicia o ato, mesmo que no meio desse 
ato surja uma nova lei, essa nova lei só se aplicará aos atos subsequentes. 
. Exceções a regra geral do tempus regit actum: 
. O novo CPC acabou com o procedimento sumário e com alguns procedimentos 
especiais, , por terem sido revogados, nesse caso será aplicado o CPC antigo, mesmo já 
estando em vigência o novo CPC, - vai ter uma espécie de ultratividade até a sentença, 
e a partir da sentença já se utiliza o novo CPC. Art. 1046, Parágrafo, Primeiro. 
. Se a prova for requerida anteriormente ao CPC de 2015, a produção da prova 
será feita pelas disposições do CPC de 73, Art. 1047. 
. O devedor insolvente, em relação a execução em curso ou que venha a ser 
proposta, mesmo após o CPC de 2015, será utilizado o de 73. 
. Artigo 1054, Parágrafo 1, outra exceção, os processos iniciados antes da 
vigência do novo CPC, continua tendo a necessidade da ação declaratória incidental. 
. Artigo 1057. 
 
 
 
 
 
 
 CADERNO DE INTRODUÇÃO AO DIREITO PROCESSUAL – DIANA PEREZ – 2021.1 
 
NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 24 
 
ACESSO À JUSTIÇA 
1) Noções gerais: 
. Tutela jurisdicional deve ser analisada sob 3 primas: (i) enquanto decisão, onde 
estudamos a decisão judicial; (ii) enquanto resultado, preocupação com o resultado que 
se obtém do processo, tem-se uma decisão que precisa produzir efeitos 
práticos/resultados; (iii) enquanto procedimento, isto é, não basta obter uma decisão e 
um resultado, é preciso que o procedimento que tenha sido utilizado seja o adequado, 
igual para todos sem nenhuma espécie de favorecimento. 
. Até um tempo atrás se pensava o acesso à justiça meramente literal: bater na porta do 
judiciário e conseguir uma decisão. – Conceito ultrapassado, pois o acesso à justiça vai 
muito além de uma decisão meramente. 
. Mauro Capelete: acesso à justiça e as ondas renovatórias do acesso à justiça. – Ele traz 
essas ondas renovatórias de acesso à justiça: (i) acesso à justiça aos mais necessitados, 
os que não teriam condições de arcar com as custas processuais; (ii) direitos coletivos, 
proteção destes; (iii) simplificação da forma. 
2) Principais obstáculos e formas de superação: 
. Custo do processo: 
. Processo tem um custo. – É preciso que se arque com os custos do serviço que será 
utilizado (a máquina do Poder Judiciário). 
. Valor da causa (artigos 291-293 do CPC). 
. A toda causa é atribuído um valor = proveito econômico que se quer aferir com aquela 
ação. 
. Valor da causa é requisito obrigatório para petição inicial. – É com base no valor da 
causa que se paga o valor das custas processuais iniciais. 
. Jus postulandi especial = não obrigatoriedade da presença do advogado, caso 
preenchidos alguns requisitos. 
 CADERNO DE INTRODUÇÃO AO DIREITO PROCESSUAL – DIANA PEREZ – 2021.1 
 
NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 25 
 
. Contratação de advogado – HONORÁRIOS: (i) contratuais, são os honorários pactuados 
entre o advogado e a parte interessada contratualmente; (ii) sucumbenciais, parte que 
perdeu a ação é obrigada a pagar os custos processuais da parte vencedora. 
. Existe a possibilidade de os honorários sucumbenciais serem recíprocos – perdedor 
pagar os honorários em cima do que perdeu, e a parte vencedora paga em cima do que 
recebeu. 
. Gratuidade de acesso à justiça:previsão dos artigos 98 a 101 do CPC. – PRESUNÇÃO 
RELATIVA, pode ser afastada a obrigação de pagamento de custa a depender das 
circunstâncias. 
. Juizados especiais: criados para atender causas mais simples e que, obviamente, 
tramitariam mais rápidos. – Regidos pelos princípios da oralidade, cerelidade etc. – Se 
viram também para superar esse obstáculo do acesso à justiça, porque até determinado 
valor, não há necessidade de advogado, não há pagamento de custas processuais e, em 
caso de perder a causa, não há necessidade de pagamento dos honorários 
sucumbenciais. 
. Estrutura deficitária do nosso ordenamento jurídico. – Tem se tentado melhorar isso 
com a contratação de nossos serventes, capacitação dos mesmos etc. 
. Criação de tutelas jurisdicionais mais céleres – Exemplo da arbitragem, mediação etc. 
. Técnicas hermenêuticas, com as Súmulas Vinculantes; maior fiscalização do CNJ. 
. Disparidade entre o litigante eventual e o litigante habitual. – Uma forma de se tentar 
minimizar esse problema é com a participação mais efetiva do Magistrado, agindo com 
um agente de igual ação entre as partes litigantes. 
. Problema de reconhecimento dos direitos = MUITA PARTE DOS CIDADÃOS SE QUER 
CONHECEM SEUS DIREITOS. 
. Excesso de formalismo afasta a pessoa. 
. Descrença no sistema judicial, pessoas que acham que o processo “não vai dar em 
nada”. 
 CADERNO DE INTRODUÇÃO AO DIREITO PROCESSUAL – DIANA PEREZ – 2021.1 
 
NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 26 
 
. Preocupação excessiva com a tutela individual – nosso processo judicial foi concebido 
para proteger as liberdades individuais. – TEM SURGIDO MECANISMOS PARA PROTEÇÃO 
DE INTERESSES COLETIVOS. 
. Formalismo exacerbado = na terceira onda renovatória do acesso à justiça existia a 
preocupação com o formalismo das fases judiciais. – Instrumentalismo trouxe 
aproximação entre o direito material e o formal. 
. Tentativa de Superar os Custos do Processo: 
. Gratuidade do acesso à justiça: Existem pessoas que não tem condições de arcar com 
as custas do processo, essa pessoa vai pedir para que lhe seja deferido o benefício de 
justiça gratuita, pedindo a isenção das custas processuais, trazidas no novo CPC, assim 
que pede, você recebe uma presunção relativa que será analisada, podendo ser 
afastadas pelo juiz pelas evidências que constam nos autos. 
. Assistência Judiciária: Órgãos que prestam assistência judiciária, como a Defensoria 
Pública 
. Criação dos Juizados Especiais: Causa mais simples, com trâmite mais rápido, são 
regidos por princípios da oralidade, celeridade, tendem a ser processos mais simples, e 
servem também para superar o obstáculo de acesso a justiça, pois até um determinado 
valor, não precisa de advogado, não paga custas do processo, e se perder em primeira 
instância não é condenado a pagar honorários sucumbências 
. Duração do Processo: 
. Em nosso ordenamento é sabido que os processos são muito demorados, e acaba por 
estrangular os direitos fundamentais do cidadão, essa morosidade, duração não 
razoável do processo, faz com que as pessoas que sabem que tem direito sobre algo, 
aceitarem acordos aquém do que é de direito, para não esperar o processo se findar, 
além disso essa morosidade leva a descrença do poder judiciário, devido a essa demora, 
além disso essa duração excessiva do processo aumenta o custo, sendo assim uma 
problemática séria do nosso ordenamento, vem surgindo alguns mecanismos para 
tentar amenizar esse problema. 
 CADERNO DE INTRODUÇÃO AO DIREITO PROCESSUAL – DIANA PEREZ – 2021.1 
 
NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 27 
 
. Tem tentado superar isso melhorando o próprio serviço público, com novos servidores, 
melhorando a qualidade e capacitação dos servidores, criação de tutelas diferenciadas, 
técnicas hermenêuticas como as súmulas vinculantes, uma maior fiscalização no CNJ. 
. Disparidade entre litigante habitual e litigante eventual: 
. Litigante habitual são as pessoas que habitualmente estão litigando, já são conhecidas 
no poder judiciário, como por exemplo, fazenda pública, embasa, dentre outros, e por 
outro lado há os litigantes eventual, e daí parte a disparidade entre eles, porque o 
habitual ele possui vantagens sobre o eventual, porque ele já conhece as 
particularidades da justiça, já tem mais experiência e até aproximação com membros da 
justiça, e isso ajuda muito, e além disso é muita mais fácil pra um litigante habitual diluir 
uma perda do que um litigante eventual. 
. Uma forma de se tentar minimizar desse problema, é de uma participação mais efetiva 
do magistrado, ser mais atuante, agindo como agente de igualação das partes litigantes. 
. Problema Cultural: 
. Problema de reconhecimento dos Direitos, pois grande parte dos cidadãos 
desconhecem o seu próprio direito, as leis se sucedem de forma tão rápida que até 
mesmo quem atua na área desconhece certos direitos. 
. A questão psicológica: 
. As pessoas desfavorecidas se sentem intimidadas diante ao poder judiciário devido a 
esse problema da questão psicológica de se sentir intimidada de requerer o poder 
judiciário, afastando dessa forma o cidadão do acesso à justiça de uma forma ampla, o 
que se passa também pela questão da educação, pois pessoas mais bem informadas 
tendem a rechaçar essa questão psicológica. 
. A Tutela Individual: 
. Preocupação excessiva com a tutela individual – nosso processo judicial foi concebido 
para proteger as liberdades individuais. – TEM SURGIDO MECANISMOS PARA PROTEÇÃO 
DE INTERESSES COLETIVOS. 
 CADERNO DE INTRODUÇÃO AO DIREITO PROCESSUAL – DIANA PEREZ – 2021.1 
 
NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 28 
 
. Formalismo Exacerbado: 
. Preocupação com a simplificação das formas, porque na fase da autonomia houve uma 
ruptura abrupta com o Direito material, para se firmar a ciência do processo, criando 
pressupostos básicos dessa nova ciência, Direito Processual, levando o formalismo ao 
extremo, porém começou a perceber que o excesso de formalismo tem que ser 
afastado, é fundamental que exista o formalismo, mas não de forma excessiva. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 CADERNO DE INTRODUÇÃO AO DIREITO PROCESSUAL – DIANA PEREZ – 2021.1 
 
NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 29 
 
NORMAS FUNDAMENTAIS NO PROCESSO CIVIL 
. O novo CPC inicia relatando tais normas, e a grande maioria dessas normas 
fundamentais são princípios, existem regras também, mas em quantidade inferior aos 
princípios, 
. É importante ressaltar que as normas fundamentais do processo civil não se esgotam 
no capítulo I, claro que a maioria está presente no capítulo I do CPC, mas não esgota 
todas as normas. 
. Além disso, as normas fundamentais do processo civil, são consideradas direitos 
fundamentais processuais, como por exemplo o devido processo legal, ampla defesa, 
contraditório. 
1) Princípio do Devido Processo Legal: 
. Cláusula mãe – dele decorre todas as outras. 
. Princípio previsto na CF no Art. 5, LIV, e no CPC no art. 8. 
. Esse princípio é considerado o princípio mãe, pois é dele que nasce os demais, como o 
da efetividade, eficiência, contraditório, dentre outros. 
. No processo, a dignidade da pessoa humana se confunde com o princípio do Devido 
Processo Legal. 
. A Origem desse princípio, remonta de muito tempo, desde 1215, nesse sentido 
podemos ressaltar ainda que esse princípio é uma cláusula geral, devido a sua amplitude 
de interpretação, além disso, esse princípio se aplica também as relações privadas, 
então nas relações por exemplo de um condomínio, na faculdade. 
. O princípio do processo legal apresenta duas dimensões, a dimensão formal, que é 
puramente processual, ou seja, o conjunto de garantias processuais mínimas, confina os 
poderes do estado no que tange a forma que produzem os atos normativos, pois como 
sabemos decisões judiciais são normas, e essas precisam que tenham seguido, 
observado as garantias mínimas processuais, existe ainda a dimensão 
 CADERNODE INTRODUÇÃO AO DIREITO PROCESSUAL – DIANA PEREZ – 2021.1 
 
NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 30 
 
substancial/material, aqui promove-se o controle da razoabilidade, promove o 
conteúdo das decisões, afastando os obstáculos não razoáveis de outras garantias, nessa 
dimensão podemos confundir com o princípio da proporcionalidade, o próprio STF 
interpreta o devido processo legal/substancial como sinônimo do próprio princípio da 
proporcionalidade/razoabilidade. 
2) Princípio da Efetividade: 
. Princípio implícito na CF, presente no Art. 4º do CPC. 
. Esse princípio busca a efetividade dos Direitos, ou seja, além de conhecido é necessário 
que produza o resultado prático desejado. 
. Direito fundamental a tutela executiva, o magistrado se vale das medidas cabíveis para 
efetivar uma determinada decisão. 
3) Princípio da Eficiência: 
. Também decorre do devido processo legal, esta é previsto tanto na CF, Art. 37, quanto 
no Art. 8º do CPC. 
. Esse princípio da eficiência repercute no poder judiciário em duas dimensões, a 
primeira sobre a administração judiciária, ou seja a administração que compõe o poder 
judiciário, deve se dar de forma eficiente, no entanto esse princípio repercute também 
sobre a gestão do processo, e o gestor do processo é o Juiz, e ele deve conduzir o 
processo de maneira eficiente, buscando uma maior economia processual, observando 
uma vantajosa economia do processo, tendo um menor tempo de duração e menor 
custo, observando, claro, as garantias processuais. 
4) Princípio da Duração Razoável do 
Processo/Tempestividade/Processo sem dilações indevidas: 
. Previsto na CF no Art. 5º LXXVIII, e no Art. 4º CPC 
. A duração razoável do processo, nos traz também a ideia de estarmos diante de um 
conceito aberto, embora que alguns casos o ordenamento traga parâmetros de duração 
 CADERNO DE INTRODUÇÃO AO DIREITO PROCESSUAL – DIANA PEREZ – 2021.1 
 
NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 31 
 
de certos processos, porém isso é a exceção, nas grandes maiorias dos casos segue-se 
essa cláusula aberta de um prazo razoável do processo. 
. Critérios que levam a prazos longos dos processos é a própria complexidade da causa, 
por isso que nos juizados especiais tendem a ser mais rápidas porque são causas menos 
complexas. 
. O comportamento das partes também influencia o processo, a depender do 
comportamento das partes possa ser que o processo seja mais rápido ou mais 
demorado. 
. Outro critério é a atuação e estrutura do judiciário, a depender de como atue o 
magistrado essa duração pode ser maior ou menor, a depender da estrutura do 
judiciário, pois se houver uma estrutura deficitária o processo realmente durará mais 
tempo. 
. Outro critério é a celeridade, porém uma celeridade respeitando os atos processuais, 
sendo assim o tempo ele é amigo do processo, para que esses atos sejam respeitados 
de forma eficiente. 
5) Princípio da Igualdade/Paridade de Armas: 
. Presente explicitamente no Art. 5º da CF e no art. 7º do CPC 
. Versa sobre a paridade de “armas” no âmbito processual, é o próprio princípio da 
igualdade, essa igualdade não é uma igualdade meramente formal, é uma igualdade 
substancial, ou seja, busca igualar os desiguais, pois um tem armas mais potentes e 
outros armas mais fracas, no entanto garantir essa igualdade não é ser parcial, é buscar 
garantir uma igualdade substancial entre as partes. 
. A regra no processo é, que quem alega precisa provar, no entanto existe determinados 
casos que o legislador prevê a inversão do ônus da prova, no artigo 6º inciso VIII, CDC, 
como o consumidor é a parte mais fraca da relação, haverá essa inversão tendo que a 
parte mais forte fique responsável por produzir a prova. 
 CADERNO DE INTRODUÇÃO AO DIREITO PROCESSUAL – DIANA PEREZ – 2021.1 
 
NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 32 
 
. Prazos diferenciados da Fazenda Pública, o art. 183 do CPC, relata que alguns órgãos 
têm prazos diferenciados, como é o caso da Fazenda Pública, tendo o prazo em dobro 
dos atos processuais por exemplo, prazo de 5 dias para entrar com recurso de embargo 
de declaração, o desses órgãos são 10, devido a demanda processuais que esses órgãos 
recebem. 
. Remessa necessária, é também um privilégio previsto no art. 496 do CPC, para 
determinados órgãos, que versa que quando existe uma sentença condenatória contra 
a fazenda pública, vai necessariamente estar sujeita a duplo grau de jurisdição, ou seja, 
vai subir para o colegiado apreciar, mesmo que o estado não recorra, ou seja essa 
sentença só vai produzir efeitos se subir. 
. A justificativa dessa Remessa necessária é a supremacia do interesse público sobre o 
direito privado. 
6) Princípio do Contraditório/Audiência Bilateral: 
. Esse princípio está previsto na CF no Art. 5º LV e no CPC. Art. 7º, 9º e 10º 
. O contraditório prega que o processo deve ser pautado no diálogo, dando as partes a 
possibilidade de dialogar no processo, ou seja se você entra com ação contra X, ele tem 
a possibilidade de se manifestar sobre aquela ação. 
. Esse princípio apresenta duas dimensões, a dimensão formal e a substancial, a 
dimensão formal diz respeito ao direito à participação dos atos do processo, o sujeito 
tem direito de participar do processo, e essa simples participação for restrita a mera 
participação seria um contraditório vazio, então além do direito de mera participação é 
preciso que se garanta também o poder de influenciar nas decisões, dessa forma de fato 
ele precisa ser ouvido e ser levado em conta, então a dimensão Substancial é o poder 
de influenciar nas decisões, e ela impede a prolação de decisões de surpresa, serve 
também de fundamento que o processo seja acompanhada pelo advogado. 
 CADERNO DE INTRODUÇÃO AO DIREITO PROCESSUAL – DIANA PEREZ – 2021.1 
 
NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 33 
 
. Liminar, é uma medida que concede efeitos de uma decisão no início do processo 
devido a urgência da ação, porém é importante frisar que a liminar não aniquila o 
contraditório, mas posterga o mesmo durante o processo. 
. Ser conhecida de ofício determinadas matérias de ordem pública pelo Juiz, não significa 
que o juiz dará uma decisão sem que haja a análise do contraditório para as partes. 
7) Ampla Defesa 
. Previsto no Art. 5º, sendo um conjunto de meios necessários para o exercício do 
contraditório seria a ampla defesa, por isso existe autores que tratam a Ampla Defesa e 
Contraditório como sinônimos, Freddie Didier, relata que ao longo do tempo os dois se 
fundiram e se tornaram uma coisa só, sendo a ampla defesa a dimensão substancial do 
contraditório, tendo o poder de influenciar nas decisões a serem tomadas no processo. 
. Concessão de liminar, matérias que podem decidir de ofício. 
8) Publicidade: 
. Esse princípio está previsto no art. 5º da CF, e Arts. 8º e 11, do CPC 
. Basicamente esse princípio é uma preocupação em relação, que todos os atos 
processuais eles são públicos, ou seja, qualquer um do povo, qualquer cidadão pode ter 
acesso aos processos, dessa forma, se o processo não está correndo em segredo de 
justiça, podemos sim olhar o processo. 
. Esse princípio possui duas funções, uma é proteger as partes envolvidas, e a outra é 
permitir o controle externo dos atos processuais perante a sociedade, no entanto é 
possível que haja uma restrição na sua dimensão externa, no tocante a terceiros não 
terem acesso ao processo, essa restrição em sua dimensão externa terá, sempre quando 
a defesa da intimidade ou o interesse social exigirem, ou então nos casos de processos 
arbitrais, e isso está presente no Art. 189 do CPC. 
. A arbitragem ela é marcada pela confidencialidade, por isso que o processo pode se 
dar através do segredo de justiça 
 CADERNO DE INTRODUÇÃO AO DIREITO PROCESSUAL – DIANA PEREZ – 2021.1 
 
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. Atualmente os nossos processos majoritariamente são eletrônicos. 
9) Inafastabilidade do controle jurisdicional: 
. Previsto no Art. 5ºda CF, e art. 3º, CPC 
. A lei não excluirá da apreciação do poder judiciário lesão ou ameaça a direito. Redação 
da CF/88 
. Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito. Redação do CPC 
. Não há necessidade de aguardar a ameaça de um direito para ingressar com uma ação, 
esses princípios tratam tanto da tutela preventiva e a tutela repressiva. 
. Esse princípio é vinculado a vedação do non liquet. 
. Arbitragem: É uma forma de resolução de conflito em que as partes no exercício da sua 
autonomia privada, buscam resolver o conflito patrimonial pela via arbitral. 
. Jurisdição Condicionada ou Instância administrativa forçada, no Brasil, não é permitido 
a jurisdição condicionada, ou seja, não precisa esgotar as instâncias administrativas para 
depois ingressar à via judiciária, ressalvado o caso de Direito Desportivo. 
. Habeas Data, é uma exceção ao princípio. 
. Os processualistas pregam que só diante da análise do caso concreto chegará uma 
conclusão, analisando a razoabilidade ou a urgência do caso. 
. Arbitragem e jurisdição condicionada. 
10) Juiz natural: 
. Presente no Art. 5º 
. Ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente. 
. Dimensão formal, refere-se a competência, essa competência é, o juiz tem jurisdição, 
mas nem todos são competentes para julgar todas as causas, dessa forma a competência 
 CADERNO DE INTRODUÇÃO AO DIREITO PROCESSUAL – DIANA PEREZ – 2021.1 
 
NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 35 
 
é a medida da jurisdição, o Juiz trabalhista tem jurisdição, mas não tem competência 
para julgar uma causa criminal. 
. Dimensão Substancial ou subjetiva, o magistrado não deve ter interesse direto no 
resultado da causa, isso é o que chamamos de imparcialidade objetiva, além disso ele 
não deve ter envolvimento entre as partes, as pessoas envolvidas no processo, visto que 
se houver envolvimento entre as partes, a decisão poderá sim ser tendenciosa. Atento 
a isso o legislador vedou algumas hipóteses, pois entende que se ele julgar nesses casos 
ele será imparcial, dessa forma o CPC, traz hipóteses de impedimento e suspeição, Art. 
144 e Art. 145 
. As varas especializadas poderia se configurar como um tribunal de exceção?, não há 
violação a esse princípio em relação a essas varas, porque elas são fundadas em regras 
gerais, em regras abstratas, em regras impessoais. 
. Essas dimensões estende a figura do promotor natural. 
. Embora no STF, a tendencia é que não se utilize esse princípio. 
. Princípio da motivação das decisões judiciais e livre convencimento 
motivado/persuasão racional do juiz 
. Art. 93 da CF, e art. 11 do CPC 
. O princípio da motivação prega que o magistrado é obrigado a fundamentar a sua 
decisão, ele precisa dizer o porquê que ele está jugando daquela forma, e é nisso que 
consiste a motivação. 
. Em questão de urgência, o magistrado poder deferir liminar, postergando o 
contraditório para um momento posterior. 
. Importante tanto do ponto de vista de uma dimensão interna haver a fundamentação, 
porque permite que a parte possa recorrer em cima do fundamento da decisão, e 
também para que órgão revisor possa saber quais foram os fundamentos da decisão, 
 CADERNO DE INTRODUÇÃO AO DIREITO PROCESSUAL – DIANA PEREZ – 2021.1 
 
NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 36 
 
além disso a motivação é importante também ao ponto de vista externo pelo controle 
da sociedade sobre a própria fundamentação. 
. Art. 371 do CPC, O Juiz é livre para apreciar as provas que estão presente nos autos 
desde que ele motive a sua decisão, o livre convencimento motivado seria um meio 
termo entre o sistema de prova tarifada e o sistema de íntima convicção, pelo sistema 
de prova tarifada, as provas tem valores tarifados, por exemplo a prova pericial tem uma 
valor maior que a prova testemunhal, se a prova pericial falar x e a testemunhal y, pelo 
peso X prevalece sobre Y, esse é o sistema de provas tarifadas, no lado oposto, o Juiz 
pode julgar com base em sua íntima convicção, não adotamos esse sistema, visto que, 
o que não está nos autos, não está no mundo. 
. O Juiz afastar uma prova pericial, em detrimento a uma prova testemunhal, ele precisa 
motivar, precisa ser fundamentada. 
. Competência e imparcialidade. 
11) Motivação das decisões judiciais e livre convencimento 
motivado/persuasão racional do juiz: 
. Art. 93, IX, CF e art. 11, CPC: 
 . IX todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e 
fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei 
limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, 
ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do 
interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação; 
 . Art. 11. Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e 
fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade. 
. Art. 371 do CPC 
 . Art. 371. O juiz apreciará a prova constante dos autos, independentemente do 
sujeito que a tiver promovido, e indicará na decisão as razões da formação de seu 
convencimento. 
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NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 37 
 
. Livre convencimento: meio-termo entre o sistema de prova tarifada e o sistema de 
íntima convicção 
12) Adequação: 
. Princípio implícito, que decorrem de outros princípios, como do processo legal, 
inafastabilidade, efetividade. Esse princípio prega que o processo deve ser adequado ao 
Direito Material quem tem sido discutido. 
. Esse princípio apresenta três dimensões, a primeira é a legislativa, ela se reporta ao 
legislador, então essa dimensão é prévia/abstrata, se dirige ao legislador, é o legislador 
que faz as leis, inclusive as leis processuais, e quando ele for fazer, ele deve levar em 
conta o Direito Material que deve ser protegido 
. Existe a dimensão Jurisdicional, que se dirige a um caso concreto, e aos órgãos 
jurisdicionais, dessa forma, por exemplo que alega precisa provar, no entanto se no caso 
concreta a pessoa for hipossuficiente poderá ter a inversão do ônus da prova, devido ao 
caso concreto, adequando o processo é uma dimensão que se reporta ao juiz. 
. Dimensão Negocial, se dá em concreto diante de um caso concreto e deriva de negócios 
jurídicos celebrado entre sujeitos, ou seja, as partes vão convencionar sobre 
determinados elementos, promovendo adequação ao procedimento para melhor 
adaptá-lo ao caso concreto. 
. Existe ainda três critérios ou aspectos, a adequação subjetiva, por essa adequação o 
processo deve se adequar aos sujeitos do processo, levando em conta quem é o sujeito 
do processo, por exemplo vimos que a fazenda pública tem prazo em dobro para se 
manifestar no processo. No critério teleológico, o processo se adequa as finalidades que 
visa alcançar, por exemplo os juizados especiais que foram criados para julgar processos 
menos complexos. Adequação objetiva o processo tem que se adequar a natureza que 
está sendo discutida, adequando ainda a situação de urgência ou de perigo. 
13) Boa-fé processual: 
 CADERNO DE INTRODUÇÃO AO DIREITO PROCESSUAL – DIANA PEREZ – 2021.1 
 
NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 38 
 
. Presente no artigo 5º do CPC, aquele que de qualquer forma participa do processo deve 
comportar-se de acordo com a boa-fé 
. Boa-fé objetiva, não se analisa a intenção do sujeito, analisa apenas se a conduta do 
indivíduo se adequa ao modelo ideal pautado em padrão médio de autenticidade. 
. Sendo uma Cláusula Geral. 
. A Boa-Fé impõe deveres de cooperação, sendo assim o princípio da Cooperação deriva 
do princípio da Boa-Fé processual. 
14) Cooperação: 
. Presente no Art. 6º do CPC 
. Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em tempo 
razoável, decisão de mérito justa e efetiva. 
. Princípio dispositivo x Princípio inquisitivo: 
. São deveres das partes, o dever de esclarecimento,a parte tem o dever de ser 
clara naquilo que está pedindo, redigir de forma clara para que se possa entender, ter 
clareza naquilo que se está pedindo, há também o dever de lealdade, a parte deve ser 
leal, não litigar de má-fé, havendo ainda o dever de proteção, não causar dano ao 
processo. 
. Dever de esclarecimento ao magistrado, por exemplo se ele não entender algo, 
ele tem o dever de pedir o esclarecimento da parte, devido a confusão. Além disso esse 
dever do esclarecimento ele tem o dever do magistrado que seus atos sejam claros, 
então uma decisão precisa ser clara. 
. Havendo ainda o Dever de consulta, em que o magistrado tem o dever de 
consultar as partes sobre questões e respeitos das quais as partes ainda não tiveram 
oportunidades de se manifestar, dessa forma se surge uma questão nova ele precisa 
consultar as partes sobre tal assunto, a respeito da qual as partes não tiveram 
oportunidade de se manifestar. Havendo ainda o dever de prevenção, o magistrado tem 
 CADERNO DE INTRODUÇÃO AO DIREITO PROCESSUAL – DIANA PEREZ – 2021.1 
 
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o dever de prevenir as partes apontando eventuais defeitos que existem no processo, 
se o magistrado constata que existe um defeito no processo, ele precisa avisar, além 
disso o dever de prevenção tem o dever de apontar os defeitos e as consequências de 
determinados ônus processuais, temos ainda que versar sobre o dever de auxílio, ajudar 
as partes a superarem obstáculos que tem no processo, prestando auxílio a uma dessas 
partes. 
15) Princípio da proteção da confiança: 
. É um princípio que decorre da segurança jurídica, é um princípio implícito, essa 
proteção prega que a proteção da confiança de determinado sujeito na prática de uma 
conduta com base em uma norma com base em um ato normativo que se revestia na 
legalidade. É a confiança de um ato normativo praticando atos com base nessa 
confiança. 
16) Autorregramento da vontade: 
. Inserido no direito fundamental à liberdade. 
. Direito que todo sujeito tem de regular seus interesses e isso não será diferente no 
âmbito do Direito Processual. 
 . No CPC existia a ideia de que não existia a possibilidade de autorregramento da 
vontade no âmbito processual. Hoje, sabe-se que existe sim, ainda que de modo mais 
restrito. 
 . Já no CPC/73 já era possível perceber esse autorregramento da vontade. – 
Estava presente com os negócios jurídicos processuais típicos (possibilidade de as partes 
negociarem). Só que antes essa possibilidade estava restrita para aqueles casos já 
tipificados pelo legislador (exemplo: a possibilidade de eleição de fórum existia no 
CPC/73 – e continua existindo no CPC/2015 – mas era mais restrito antes). 
. Novo CPC: legislador passou a prever no art. 190° a possibilidade de as partes 
negociarem sobre quase tudo do processo. 
. Se estimula as partes para chegarem numa resolução consensual dos conflitos 
(mediador, conciliador para estimular as partes) – art. 3° CPC – arbitragem (art. 3°, 1°, 
CPC). 
 CADERNO DE INTRODUÇÃO AO DIREITO PROCESSUAL – DIANA PEREZ – 2021.1 
 
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 . Conciliação = exercer sua autonomia privada = quero renunciar alguma coisa 
para não ter que levar o processo até o final. 
. Arbitragem: é uma forma de resolução de conflitos em que as partes, de comum 
acordo, optam por dirimir aquele conflito pela via arbitral (escolhem um árbitro que vai 
julgar aquele caso). – TEM CRESCIDO MUITO por diversos motivos, como justiça lenta, 
questões muito técnicas que o juiz não teria condições de resolver sobre aquilo. – NÃO 
PODE SER IMPOSTA, É UMA VIA QUE O SUJEITO PODE QUERER SE VALER NO EXERCÍCIO 
DE SUA AUTONOMIA PRIVADA. 
 
17) Primazia da decisão de mérito. 
. Não tem um artigo que trate diretamente na Constituição sobre esse princípio da 
primazia da decisão de mérito. 
. Julgador deve priorizar a decisão de mérito. – Existem duas formas do processo se 
extinguir: (i) com a decisão do mérito, que configura a decisão “saudável” de resolver o 
conflito, uma vez que o juiz irá decidir quem é o detentor do direito pleiteado pela 
análise do mérito; (ii) extinção do processo sem análise de mérito, não formando coisa 
julgada, podendo se repropor a ação já que o juiz não pôs fim aquela controvérsia. 
. Arts. 4º e 6º, CPC: 
 . Art. 4º As partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral do 
mérito, incluída a atividade satisfativa. 
 Art. 6º Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se 
obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva. 
. 
18) Duplo grau de jurisdição: 
. Não está previsto de forma expressa na CF. 
. Alguns doutrinadores apontam como não sendo uma garantia constitucional, outros 
apontam que sim alegando sua ligação direta com o Estado Democrático de Direito. 
. Ligado ao nosso sistema recursal. 
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. Visa assegurar ao litigante vencido (quem perdeu) o direito de submeter a matéria a 
uma nova apreciação dentro do próprio processo. 
. Ligado ao sistema recursal. 
. Existem causas, embora não seja o mais comum, em que a competência é originária de 
tribunais superiores (ingressar diretamente no STF com a ação). Não terá órgão para 
recorrer. – Na época do Mensalão alguns falaram sobre então recorrer para tribunal 
internacional. Mas, o STF logo se manifestou alegando que a dupla jurisdição não é 
propriamente uma garantia constitucional. 
. Muitos doutrinadores criticam esse princípio: 
 . Muitos atribuem a esse princípio a morosidade do Judiciário = é tanto recurso 
que se tem que fará com que o processo demore mais do que o normal. 
 . Alguns entendem que esse princípio quebra a unidade, porque as vezes tem 
uma decisão de um juiz de 1ª instância em um sentido, depois o Tribunal reforma em 
outro sentido e posteriormente o STJ em um terceiro sentido etc. 
 . Contribuiria para o desprestígio da 1ª instância. – Órgãos de 1ª instância seriam 
vistos como provedores de “qualquer decisão”, já que seria sempre possível entrar com 
recurso. 
 . Julgadores de tribunais superiores não teriam contato direto com provas, partes 
etc. que quem tem é o juiz de 1ª instância. 
. Aspectos positivos superam. 
19) Instauração do processo por iniciativa da parte e desenvolvimento 
por impulso oficial. 
. A regra é que a inércia tem que ser rompida. – Exemplo: conflito entre Diana e Natália. 
É preciso que as partes entrem com um processo para que o Judiciário decida sobre 
(iniciativa da parte). – Existem algumas exceções a essa regra, uma vez que existem 
casos em que o magistrado poderá dar o pontapé inicial (exemplo: arrecadação de bens 
de ausentes). 
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. A partir da entrada com a ação, o processo irá se desenvolver por impulso oficial. – 
IMPULSO OFICIAL NA TEORIA, PORQUE PROCESSO NÃO ANDA SÓ (DILIGÊNCIAS). 
. Art. 2° CPC: 
 . Art. 2º O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso 
oficial, salvo as exceções previstas em lei. – NÃO É ROMPER INÉRCIA SÓ NO INÍCIO DO 
PROCESSO, POIS TERÃO OUTROS MOMENTOS QUE SE FARÁ NECESSÁRIO O 
ROMPIMENTO DA INÉRCIA, COMO O EXEMPLO DE RECURSO. 
. Exceções: 
 . Existem casos em que o juiz de ofício poderá romper a inércia, como quando 
alega não ter competência para tal. 
 
20) Obediência à ordem cronológica de conclusão: 
. Art. 12, CPC: 
. Art. 12. Os juízes e os tribunais atenderão, preferencialmente, à ordem cronológica 
de conclusão para proferir sentença ou acórdão. (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 
2016). – Antes a redação da lei era a obrigação de atender a ordem cronológica, hoje 
ele atende se assim desejar. – COM ESSA MUDANÇA NA REDAÇÃO PERDEU O SENTIDO 
E CAIU NO VAZIO. 
. Quando o processo está concluso,é porque ele está para o juiz fazer algo. 
. Só trata das decisões finais. – Para PROFERIR SENTENÇA OU ACÓRDÃO e não para 
decisões outras concedidas durante o processo (exemplo: liminar). 
. Exceções: art. 12, § 2º, CPC – essas hipóteses não se submetem à fila. 
. § 2º Estão excluídos da regra do caput : 
I - as sentenças proferidas em audiência, homologatórias de acordo ou de improcedência liminar do 
pedido; 
II - o julgamento de processos em bloco para aplicação de tese jurídica firmada em julgamento de 
casos repetitivos; 
III - o julgamento de recursos repetitivos ou de incidente de resolução de demandas repetitivas; 
IV - as decisões proferidas com base nos arts. 485 e 932 ; 
V - o julgamento de embargos de declaração; 
VI - o julgamento de agravo interno; 
VII - as preferências legais e as metas estabelecidas pelo Conselho Nacional de Justiça; 
VIII - os processos criminais, nos órgãos jurisdicionais que tenham competência penal; 
IX - a causa que exija urgência no julgamento, assim reconhecida por decisão fundamentada. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art485
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art932
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. Processos prioritários: art. 12, § 6º, CPC – processos que furariam fila. 
§ 6º Ocupará o primeiro lugar na lista prevista no § 1º ou, conforme o caso, no § 3º, o processo 
que: 
I - tiver sua sentença ou acórdão anulado, salvo quando houver necessidade de realização de 
diligência ou de complementação da instrução; 
II - se enquadrar na hipótese do art. 1.040, inciso II . 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art1040
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NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 44 
 
JURISDIÇÃO 
1) Aspectos gerais: 
. Jurisdição significa dizer o Direito, hoje em dia, não podemos restringir o conceito de 
jurisdição a simplesmente dizer o direito, a jurisdição vai muito além de dizer, é preciso 
então que além de reconhecer o direito, é preciso que produza resultados práticos, 
sendo assim a jurisdição impõe a efetivação do direito que foi reconhecido. 
. Jurisdição é um conceito abstrato. 
. Jurisdição pode ser visualizada sobre 3 perspectivas: poder, função e atividade. 
. Jurisdição enquanto poder: Um poder que toca o Estado entre as suas 
atividades soberanas – poder do Estado de julgar imperativamente, impondo suas 
decisões. – Noção de Giuseppe Chiovenda. 
. Jurisdição enquanto função: alguns autores falam que a partir do momento que 
o Estado passou a monopolizar essa atividade, esse poder se transformou em também 
um dever. – Jurisdição é uma função do Estado de resolver os conflitos e promover a 
paz social. – Francesco Carnelutti : a jurisdição é a função da justa composição da lide. 
 . Jurisdição enquanto atividade: aspecto dinâmico, onde jurisdição seria o 
complexo de atos realizado pelo juiz no exercício do poder jurisdicional e no 
cumprimento da função que a lei lhe comete. 
. A função jurisdicional não se confunde com a função legislativa e tampouco com a 
executiva. 
 . O legislador atua diante de hipóteses consideradas em abstratos, seja de 
natureza material ou processual. Já a função jurisdicional reveste-se de particularidade, 
com a análise do caso concreto. 
 . A função jurisdicional é marcada pela imparcialidade (o julgador é marcado pela 
imparcialidade) consoante o princípio do Juiz Natural. Por outro lado, a parcialidade 
marca o Poder Executivo. 
 CADERNO DE INTRODUÇÃO AO DIREITO PROCESSUAL – DIANA PEREZ – 2021.1 
 
NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 45 
 
. Imutabilidade seria outra nota distintiva. - A decisão jurisdicional, quando 
forma a coisa julgada material, ela é imutável, uma vez formada a coisa julgada aquela 
decisão é imutável; diferente dos atos administrativos, que podem ser modificados 
dependendo da execução da administração pública, dessa forma a imutabilidade é uma 
segunda nota distintiva. 
. Ademais, a função jurisdicional é substituível, o que significa que o estado se 
subsistiu à vontade das partes para exercer uma função que originariamente não lhe 
caberia; já no Poder Executivo o Estado está exercendo uma função que já lhe era sua. 
. Outra característica seria a inércia, uma vez que a função jurisdicional em regra 
é inerte (precisa ser provocada); já o gestor público toma a iniciativa de agir 
independente de provocação. 
 
2) Conceito: 
 
. A depender de como se conceitue a jurisdição, é possível se excluir deste o conceito de 
jurisdição voluntária e arbitrarem. Contudo, o conceito acima de Fredie Didier Jr. 
engloba os conceitos também. 
. Não são as próprias partes que decidirão sobre o futuro da decisão, mas sim um 
terceiro. – Jurisdição é uma forma de hetero-composição = composição se dá por um 
terceiro. – Impartialidade = um terceiro resolvendo. 
. Realizar o direito de modo imperativo e criativo = a jurisdição se impõe mesmo contra 
a vontade das partes. A parte não pode escolher não se submeter à jurisdição. Os órgãos 
jurisdicionais devem ser dotados de meios para fazer cumprir suas determinações. 
. Esse terceiro não pode ter interesses próprios na causa, deve se manter equidistante 
das partes. – TERCEIRO PRECISA SER IMPARCIAL. – NÃO CONFUNDIR COM 
NEUTRALIDADE = é impossível se falar em neutralidade do ser humano. 
 CADERNO DE INTRODUÇÃO AO DIREITO PROCESSUAL – DIANA PEREZ – 2021.1 
 
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 . O terceiro não precisa ser necessariamente um juiz = AQUI NESTE PONTO PODE 
SE ENCAIXAR A ARBITRAGEM. 
. O Magistrado cria a norma jurídica a partir do exercício jurisdicional no caso concreto. 
– Cria a norma individualizada do caso concreto. 
 . Nos últimos anos entende-se que esse papel criativo do Magistrado cresceu 
bastante. Porque em muitos casos o magistrado cria uma norma geral e abstrata que 
funcionará para casos futuros semelhantes. – PRECEDENTES PARA CASOS FUTUROS 
SEMELHANTES. 
. Reconhecer, efetivar e proteger, são as três atividades realizadas durante o processo. 
Antigamente essas atividades eram realizadas em processos distintos. 
. Essas três atividades frisam a necessidade de reconhecer, de realizar e proteger 
um direito. 
. Processo de conhecimento (reconhecimento de um direito – pretensão 
resistida); processo de execução (efetivação de um direito – pretensão insatisfeita); 
processo cautelar (proteção de um bem ou de um direito). 
. Essas três atividades eram feitas de forma autônoma, a pessoa ingressava com 
ação com processo de reconhecimento, uma vez reconhecido o direito, tinha que 
ingressar com o processo de execução para efetivar o direito, e existia casos de proteger 
aquele direito, através de processo cautelar. No entanto, hoje podemos dizer que em 
regra essas três atividades se desenvolvem no mesmo processo. 
. Existe ainda situações jurídicas concretamente deduzidas, esse conceito se refere tanto 
a situações conflituosas, como não conflituosas (não há lide – jurisdição voluntária), pois 
situações levadas ao judiciário podem ser lide ou não. 
. A jurisdição atua em casos concretos levados ao juízo. 
. Decisão insuscetível de controle externo: a decisão proferida pelo poder judiciário não 
pode ser denegada por outro poder. 
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 . O Poder Judiciário pode controlar as atividades legislativas e executivas, mas o 
contrário não é possível. 
. Aptidão para tornar-se indiscutível, é a característica marcante da imutabilidade da 
coisa julgada, no entanto é possível que ela não forme a chamada “coisa julgada 
material” e, quando ela não forma é possível se rediscutir a ação. 
 . Só o ato jurisdicional tem aptidão para formar

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