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Evolução da assistência em psiquiatria e papel do enfermeiro em saúde mental Profª Ms Valéria Cristina dos Santos carvalho Hospitais psiquiátricos no Brasil • A história oficial da psiquiatria no Brasil teve início com a chegada da família real portuguesa ao Rio de Janeiro, em 1808, trazendo a bordo, “engaiolada”, a rainha D.Maria I. • Sua Alteza havia sido considerada insana e afastada de suas funções; • Os hospitais psiquiátricos no Brasil surgiram no final do século XIX; • Influenciados pela psiquiatria francesa e pelo tratamento moral; • O primeiro foi o Asilo Pedro II, no Rio de Janeiro fundado em 1853. Tratamento digno Lei da Insanidade = – Somente pacientes com atestado médico poderiam ser admitidos num hospício; 1948 – Serviço Nacional de Saúde= Todos os hospitais passam ao Estado e são igualados em status e financiamento; Pacientes começam a ser tratados como seres humanos dignos Década de 50 Lei da saúde Mental – 1959 = Abolição das diferenças entre doença mental e orgânica; Índice de alta hospitalar aumenta; Aprovada lei que mandava fechar os hospitais psiquiátricos; 1961 = Diminuição de necessidade de leitos em 3,3% para cada hab 1976 = Diminuição de necessidade de leitos em 1,8% para cada 1000 hab. 1987- I Conferência Nacional de Saúde Mental ( Rio de Janeiro). • A Premissa da Enfermagem Psiquiátrica era: Conter, Medicar, Vigiar • 1970 – Movimento pró Reforma Psiquiátrica Brasileira • II Congresso Nacional do MTSM (Bauru- S.P)- “ Por uma sociedade sem Manicômios.”1987- I Conferência Nacional de Saúde Mental ( Rio de Janeiro). Crítica do modelo hospitalocêntrico (1978-1991) • Greve dos trabalhadores em 1978, quando se inicia a organização do Movimento dos Trabalhadores em Saúde Mental – MTSM, no Rio de Janeiro; • 1987-surgimento do primeiro CAPS no Brasil, na cidade de São Paulo; • Luis da Rocha Cerqueira ( ),psiquiatra, foi um dos precursores da psiquiatria social no Brasil. • Em 1973, enquanto Coordenador de Saúde Mental do Estado de São Paulo criou o Centro de Atenção Diária. Posteriormente, o primeiro CAPS fundado, em 1987, recebeu seu nome em homenagem à sua luta pela causa maior da saúde mental. 1988- Constituição - é criado o SUS • 1989-Núcleos de Atenção Psicossocial (NAPS) que funcionam 24 horas, em Santos; • 1988-Constituição - é criado o SUS1989-Projeto de Lei do deputado Paulo Delgado (PT/MG), que propõe a regulamentação dos direitos da pessoa com transtornos mentais e a extinção progressiva dos manicômios no país. • Regulamentação dos direitos da pessoa com transtornos mentais e a extinção progressiva dos manicômios no país. Começa a implantação da rede extra- hospitalar (1992- 2000) • 1992- os movimentos sociais, inspirados pelo Projeto de Lei Paulo Delgado, conseguem aprovar em vários estados brasileiros as primeiras leis que determinam a substituição progressiva dos leitos psiquiátricos por uma rede integrada de atenção à saúde mental. • Declaração de Caracas(Reflete sobre a psiquiatria na comunidade),e pela realização da II Conferência Nacional de Saúde Mental. • Experiências dos primeiros CAPS, NAPS e Hospitais-dia, e as primeiras normas para fiscalização e classificação dos hospitais psiquiátricos. Reforma Psiquiátrica no Brasil A Reforma Psiquiátrica brasileira foi influenciada pelo movimento reformista italiano. Franco Basaglia foi o principal ator da reforma psiquiátrica italiana. Nasceu em Veneza, Itália em 1924, falecendo em Era médico e ao ingressar no hospital psiquiátrico de Gorizia na condição de diretor(1968), iniciou ações no intuito de transformá-lo em uma comunidade terapêutica. Porém, com o passar do tempo, percebeu que somente a humanização da assistência não seria suficiente para superar a miséria, por exemplo, dos internos. Então, iniciou o movimento de transformação radical, no sentido de extinguir o hospital psiquiátrico. Apoio dos familiares e usuários do serviço • Reforma Psiquiátrica no Brasil • Crise da Divisão Nacional de Saúde Mental; • greve dos trabalhadores em 1978, quando se inicia a organização do Movimento dos Trabalhadores em Saúde Mental – MTSM, no Rio de Janeiro; • abertas as portas à reforma psiquiátrica apoio dos pacientes, familiares e parte da sociedade Reforma Psiquiátrica no Brasil - 2001 • Lei nº /2001 ( Paulo Delgado)redireciona a assistência em saúde mental • Não se usa mais paciente, mas usuário. • Desinstitucionalização de pessoas longamente internadas é impulsionado, com a criação do Programa “De Volta para Casa”. • Reforma Psiquiátrica se consolida como política oficial do governo federal. • De modelo hospitalocêntrico passamos ao modelo psicossocial, que busca um olhar abrangente sobre este ser humano que sofre de um transtorno mental. Leitos Psiquiátricos SUS por ano (1996-2005) • Redução de leitos da segunda metade da década de 90 • Ano Leitos HP • Leitos Psiquiátricos SUS por ano ( )Embora em ritmos diferenciados, a redução do número de leitos psiquiátricos vem se efetivando em todos os estados brasileiros, sendo muitas vezes este processo o desencadeador do processo de Reforma. • Entre os anos de 2003 e 2005 foram reduzidos 6227 leitos. • PNASH/Psiquiatria, • PRH, • Programa de Volta para Casa A luta anti- manicomial • A reforma psiquiátrica não deve ser entendida apenas como a mudança do modelo de atenção, e a substituição dos manicômios por serviços de atenção diária. • É um movimento social de inclusão, de reintegração social e de reconstrução, na busca – cotidiana e permanente – do novo lugar do doente mental na sociedade. O dia 18 de maio • O Movimento da Reforma Psiquiátrica se iniciou no final da década de 70, em pleno processo de redemocratização do país, e em 1987 teve dois marcos importantes para a escolha do dia que simboliza essa luta, com o Encontro dos Trabalhadores da Saúde Mental, em Bauru/SP, e a I Conferência Nacional de Saúde Mental, em Brasília. O que é um manicômio • Manicômio é um termo genérico que usamos para classificar hospícios, asilos, hospitais psiquiátricos e demais lugares de tratamento da doença mental que se valem do princípio do isolamento do louco da sociedade.O ambiente do manicômio é um lugar onde os internados perdem todas as suas referências de vida. São excluídos do convívio familiar, do trabalho, do local onde moram, da cidade. Perdem, portanto, a maior garantia que a sociedade moderna pretende dar a todos: a cidadania. Relacionamento interpessoal É um instrumento que a enfermagem psiquiátrica usa para lidar com a sua clientela; Na enfermagem psiquiátrica só conseguimos fazer algum tipo de intervenção após o doente relatar o que ele esta sentindo; Rapport = Significa ter contato estreito ou não. É você gostar ou não de uma pessoa. Relacionamento interpessoal profissional X Doente Relacionamento terapêutico Relacionamento Social X Relacionamento terapêutico = No relacionamento terapêutico tem-se a obrigação de formar um rapport +. Ele tem objetivos, um inicio, um meio e um fim; O relacionamento social flui naturalmente e as pessoas se agregam por seleção natural; Primeiro encontro com o usuario É preciso firmar um acordo, apresentando-se como enfermeiro, ou seja, aquele que vai cuidar do paciente de uma forma mais próxima. Marque um lugar de encontro; Deve-se decidir a duração e a frequencia desses encontros, sendo estes particulares e assegurando ao paciente sigilo sobre o que irão falar; Informe ao paciente de que terá que fazer algumas anotações noprontuário para que alguns dados possam auxiliar outros profissionais em suas atividades terapêuticas; De ao usuário capacidade de interagir O paciente pode ter medo de ser magoado e neste caso a sua atuação pode vir a ser um modelo de confiança; Estabeleça metas a serem alcançadas, fazendo o paciente perceber que ele também terá responsabilidades no seu tratamento; LEMBRE-SE = O fim último de uma relação de ajuda é quando o paciente não precisa mais dela, ou seja, sua “independência” em relação ao Enfermeiro de referencia; Identidades emergentes • Espera-se na fase introdutória que se entre na fase de identidades emergente • Identidades Emergentes Sujeito é ativo; • Há um pacote de solidariedade e de confiança firmados; • Onde o paciente começa ser um agente ativo das suas experiências de vida e começa a experimentar novos padrões de comportamento, conseguindo ampliar sua condição de socialização e de comunicação com outras pessoas (familiares ou outros pacientes); • Fase de grande enriquecimento pessoal; • Tenha sempre em mente o que pode e o que não pode mudar para aquele paciente, dentro de uma singularidade e de sua história de vida. • Não há um “pacote de metas” a serem alcançadas e lembre-se que muitos anos de doença não se alteram com rapidez, mas podem significar avanços concretos para uma memória na qualidade de vida do paciente; Fase de termino • Pode-se dar o termino por: • - Alta; • - Fuga do paciente; • - Porque avaliou-se que é a hora mesmo de terminar. • As relações na vida começam e terminam. Esta por ser especial merece cuidados. • Espera-se que a esta altura você tenha conseguido investir o interesse do paciente para projetos de grupo, na interação com outros; • O paciente pode pedir visitas, endereço, telefones ou dar presentes, mas o termino deve ser definitivo. Questões importantes • Não faça promessas que não poderá cumprir; • Ex: Deixe claro que você estará, profissionalmente, no hospital para atende-lo, se ele precisar. • O termino de um relacionamento terapêutico implica em sofrimento, tanto para o paciente quanto para o Enfermeiro, que vai vivenciar esta perda como a confirmação, de que foi capaz de implicar-se com um ser humano em sofrimento psíquico. Finalidade da equipe • Uma relação de ajuda só é eficaz se o paciente não precisar mais de você. • Tratamento é EMANCIPADOR; • O cuidado dependente é o PIOR tipo de cuidado que existe; • No RT deve-se o tempo todo reeducar o paciente;
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