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Caso 10 – Estágio IV Público

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EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO PRESIDENTE DO SUPREMO 
TRIBUNAL FEDERAL 
PARTIDO POLÍTICO BETA, agremiação política, com representação no congresso 
nacional, com sede à Rua Apolônio Otoniel Silva, nº 234, Bairro Santa Rita, Município 
Beta, Estado Paraíba – Brasil, CEP 57.323-670, CNPJ 13.204.908/0001-34, e-mail 
partidopoliticobeta@partidobeta.com.br, neste ato representado por seu presidente, 
BRÁULIO CÉSAR SOARES DE MELO, brasileiro, casado, médico, portador da cédula de 
identidade (RG) de número 3.234.345, inscrito no CPF sob o número 762.456.365-91 
com endereço na Rua Petúnia, 432, Santa Marta, Caxias do Sul, São Paulo – Brasil, CEP 
65.666-876, e-mail: braulio@partidobeta.com.br, vem, devidamente representada pelo 
seu advogado com endereço profissional situado a Rua Alfaiate José Emídio, nº 435, 
Bairro Jardim América, Município Beta, Estado Paraíba – Brasil, CEP 57.241-780, e-mail 
advogadosassociados@hotmail.com, onde receberá citações e intimações, à presença 
de Vossa Excelência propor:
ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL 
COM PEDIDO LIMINAR 
	 
pelo rito especial, da Lei Orgânica do Município Alfa, pelos seguintes fatos e 
fundamentos:
I – DOS FATOS 
	 O Prefeito do Município Alfa, preocupado com a adequada conduta no seu 
mandato, procura o presidente nacional do seu partido político Beta , o qual possui 
representação no Congresso Nacional, e informa que a Lei Orgânica do Município Alfa, 
publicada em 30 de maio de 1985, estabelece, no seu a rt. 11, diversas condutas como 
crime de responsabilidade do Prefeito, entre elas o não atendimento, ainda que 
justificado, a pedido de informações da Câmara Municipal, inclusive com previsão de 
afastamento imediato d o Prefeito a partir da abertura do processo político. Informou, 
também, que a mesma Lei Orgânica, em seu a rt. 12, contém previsão que define a 
competência de processamento e julgamento do Prefeito pelo cometimento de crimes 
comuns perante Justiça Estadual de primeira instância. Por fim, informou que, em razão 
de disputa política local, houve recente representação oferecida por Vereadores da 
oposição com o objetivo de instaurar processo de apuração de crime de 
responsabilidade com fundamento no referido a rt. 11 da Lei Orgânica, a qual pode rá ser 
analisada a qualquer momento. O impetrante, após o devido trâmite interno estabelecido 
no seu estatuto, conclui que a norma municipal está em dissonância com a CRFB/88 
decidindo adota r providência judicial em relação ao tema
II – DOS DIREITOS 
Com legitimidade amparada no art. 102, § 1° da CRFB/88 a saber: “Art. 102. 
Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, 
cabendo -lhe: (...) 
	 § 1° A arguição de descumprimento de preceito fundamental, decorrente desta 
Constituição, será apreciada pelo Supremo Tribunal Federal, na forma da lei.
	 Assim, a presente ADPF funda -se no texto constitucional mencionado, e, ainda, 
na previsão do artigo 1º, § único e inciso Ida Lei nº 9.882/99: 
“Art. 1º A arguição p revista no § 1º do art. 102 da Constituição Federal será proposta 
perante o Supremo Tribunal Federal, e terá por objeto evitar ou reparar lesão a preceito 
fundamental, resultante de ato do Poder Público. 
Parágrafo único. Caberá também arguição de descumprimento de preceito fundamental: 
I - quando for relevante o fundamento da controvérsia constitucional sobre lei ou a 
normativo federal, estadual ou municipal, incluídos os anteriores à Constituição. 
	 A presente ação, nos termos do art. 103 , VIII da CRFB /88, ampara a legitimação 
ativa para seu ajuizamento, recaindo sobre os que tem direito de propor a Ação Direta de 
Inconstitucionalidade, constantes no rol do referido artigo. 
	 É sabido que o texto do art. 2° d a CRFB/88 garante a independência e harmonia 
entre os Poderes, principio este não respeitado pelo legislativo do município Alfa. 
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Contato: (81) 98738.6135 
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	 Não sendo admitido, ainda, a violação d o art. 22, I, da CRFB/88, que confirma a 
competência privativa por parte da União para legislar sobre direito civil, comercial, penal 
processual, eleitoral, agrário marítimo, aeronáutico, espacial e d o trabalho, tendo em 
vista que a matéria discutida, ser de direito penal, ocorrendo então violação de princípio 
federativo. 
	 É sabido, conforme o que prescreve o art. 29, X da CRFB/88, o julgamento do 
Prefeito perante o Tribunal de Justiça , em acordo com o texto da Súmula Vinculante 46 
do STF que rege: “A definição dos crime s de responsabilidade e o estabelecimento das 
respectivas normas de processo e julgamento são de competência legislativa privativa da 
União. 
	 Neste sentido observamos o julgado: 01/12/2018 “Conforme disposto na Súmula 
Vinculante 46, a definição dos crimes de responsabilidade e das respectivas normas de 
processo e julgamento é de competência legislativa privativa da União. 
	 No que concerne ao regime pertinente aos Prefeitos Municipais, a referida 
competência foi exercida com a edição do Decreto-Lei 201/1967. 13. No caso concreto, 
a decisão reclamada reconheceu que o diploma normativo adotado para o julgamento da 
parte reclamante foi o Regimento Interno da Câmara Municipal. A Câmara Municipal 
prestou informações no mesmo sentido. O parâmetro normativo utilizado, portanto, é 
incontroverso. 14 . A Súmula Vinculante 46, originada da Súmula 722/STF (aprovada em 
26.11.2003), não se presta a servir como fundamento para toda e qualquer alegação de 
ofensa às normas federais que definem os crimes de responsabilidade e as respectivas 
regras de processo e julgamento. No entanto, trata-se de caso em que expressamente se 
admite a utilização de parâmetro normativo diverso do Decreto -Lei 201/1967. 
	 A violação à Súmula vinculante, portanto, é clara." (Rcl 22034 MC, Relator Ministro 
Roberto Barroso, Decisão Monocrática , julgamento em 16.11.2015, DJe de 24.11.2015) 
Vale se registrar que nem a Constituição Federal nem a lei cuidaram de definir, com 
exatidão, o alcance da locução “preceito fundamental”. Dessa forma, caberá ao 
hermeneuta constitucional o cumprimento dessa árdua missão, conforme entendimento 
já manifestado pelo Supremo Tribunal Federal, quando do julgamento da Questão de 
Ordem na ADPF nº 1/RJ.
III – DA CONCESSÃO DA MEDIDA LIMINAR 
	 O periculum in mora f az-se presente, visto que foi violado o princípio da 
separação dos poderes, amparado no art. 2° da Carta Magna , a violação à competência 
legislativa privativa da União , a parada pelo a rt. 2 2, inciso I, da CRFB/88 e Súmula 
Vinculante 46/STF , bem como violação ao art. 29, inciso X, CRFB/88 , que dispõe sobre 
os municípios e sobre as respectivas leis orgânicas, as quais devem observar os 
preceitos constitucionais, especialmente garantindo aos Prefeitos a prerrogativa de foro 
perante o Tribunal de Justiça em crimes comuns ainda se observa a necessidade d e 
sustar a eficácia da norma impugnada, requerendo suspensão do trâmite da 
representação por crime de responsabilidade oferecida em desfavor do Prefeito do 
Município Alfa , o que demonstra inequivocamente o fumus boni iuris. 
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Assim, presentes o s requisitos d o fu mus boni iuris e do periculum in m ora, é cabível e 
necessária a concessão da liminar.
IV – DOS PEDIDOS 
Diante do exposto, requer-se:
a) Que Seja deferida medida liminar para que seja suspenso o procedimentode 
representação apresentado;
b) Seja notificado dos órgãos e autoridades competentes pelo ato de violação dos 
preceitos arguidos;
c) Seja notificado do Advogado Geral da União para manifestação sobre o deferimento 
liminar, de acordo com o art. 5°, § 2°, da Lei 9.882/99;
d) Seja intimado o Procurador Geral d a República para manifestação, conforme 
previsão no art. 7°, § único, da Lei 9.882/99;
e) Seja julgado procedente o pedido para reconhecer a violação dos preceitos arguidos 
tomando as medidas cabíveis diante das violações apresentadas.
f) a juntada de documentos em anexo.
V – DAS PROVAS 
Segue em anexo a prova documental.
VI – DO VALOR DA CAUSA 
Atribui-se à causa o valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais)
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Nestes termos,

pede deferimento.
Recife, 01 de Dezembro de 2018.

Marvyn Monteiro
OAB/PE 13436E
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