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UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E DAS MISSÕES PRÓ-REITORIA DE ENSINO, PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO CÂMPUS DE SANTIAGO DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE CURSO DE FARMÁCIA AURYÊNE NUNES DO ROZÁRIO RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO NO ÂMBITO FARMACÊUTICO I SANTIAGO – RS 2018 AURYÊNE NUNES DO ROZÁRIO RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO NO ÂMBITO FARMACÊUTICO I Relatório apresentado como requisito parcial à obtenção da aprovação na Disciplina de Estágio Supervisionado no Âmbito Farmacêutico I, Curso de Farmácia, Departamento de Ciências da Saúde da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões – Câmpus de Santiago. Orientadora: Catiuscia Molz de Freitas. SANTIAGO - RS 2018 AURYÊNE NUNES DO ROZÁRIO RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO NO ÂMBITO FARMACÊUTICO I Relatório apresentado como requisito parcial à obtenção da aprovação na Disciplina de Estágio Supervisionado no Âmbito Farmacêutico I, Curso de Farmácia, Departamento de Ciências da Saúde da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões – Câmpus de Santiago. Santiago, 04 de julho de 2018. BANCA EXAMINADORA __________________________________________ Prof. Me Catiuscia Molz de Freitas (Orientadora) URI Câmpus de Santiago __________________________________________ Prof. Me Liana Pedrolo Canterle (Avaliadora) URI Câmpus de Santiago __________________________________________ Prof. Drª Thaís Felli Kubiça (Avaliadora) URI Câmpus de Santiago SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 4 2 OBJETIVOS ............................................................................................................. 6 2.1 Objetivo geral ...................................................................................................... 6 2.2 Objetivos específicos.......................................................................................... 6 3 DESENVOLVIMENTO DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO NO ÂMBITO FARMACÊUTICO I ..................................................................................................... 7 3.1 Informações pertinentes sobre o estágio ......................................................... 7 3.2 Infraestrutura do local de estágio ...................................................................... 7 3.3 Descrição das atividades desenvolvidas no decorrer do estágio .................. 7 3.3.1 Liberação de alvará sanitário em drogaria......................................................... 7 3.3.2 Liberação e renovação de alvará sanitário em consultório odontológico........... 9 3.3.3 Renovação do alvará sanitário em salão de beleza......................................... 10 3.3.4 Coletas de água em pontos de consumo humano em áreas urbanas e rurais...........................................................................................................................11 3.3.5. Recebimento de denúncias/reclamações do consumidor................................12 3.4 Trabalho de Atenção Farmacêutica desenvolvido e/ou proposta de inovação/melhoria no estabelecimento.................................................................12 4. CONCLUSÕES......................................................................................................14 APÊNDICES ............................................................................................................. 18 ANEXOS....................................................................................................................19 4 1 INTRODUÇÃO A Lei Federal Nº 8.080 de 19 de setembro de 1990 regulamenta o Sistema Único de Saúde – SUS, e dispõem que a saúde é um direito fundamental do ser humano, devendo o Estado prover as condições indispensáveis ao seu pleno exercício. A atuação do SUS possui diversos campos que a compõem, um desses campos de atuação está o da Vigilância Sanitária sendo uma das áreas mais complexas da Saúde Pública devido à diversidade de objetos e práticas que a compõem. (BRASIL, 1990) Conforme artigo 6º da Lei Orgânica de Saúde (Lei Nº 8.080/90), entende-se por vigilância sanitária um conjunto de ações capaz de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e de intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, da produção e circulação de bens e da prestação de serviços de interesse da saúde, tendo como finalidade institucional promover a proteção da saúde da população (BRASIL, 1990; BRASIL, 2002). O Sistema Nacional de Vigilância Sanitária é constituído por diversas unidades em seus três níveis de governo, que são federal, estadual e municipal. A nível federal temos a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e o Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS/Fiocruz). Já em nível estadual, cada uma das 27 Unidades da Federação, conta com o órgão de Vigilância Sanitária e com laboratório central (LACEN). E por fim a nível municipal, os serviços de Vigilância Sanitária (VISA) (BRASIL, 1999). Ficam sujeitos às normas da Vigilância Sanitária , instituídas pela Lei nº 6.360 de 23 de setembro de 1976, os medicamentos, as drogas, os insumos farmacêuticos e correlatos, definidos na Lei nº 5.991, de 17 de dezembro de 1973, bem como alimentos; produtos biológicos, tais como vacinas e derivados de sangue, controle dos riscos à saúde derivados do meio ambiente; produtos médicos, odontológicos, hospitalares e laboratoriais; saneantes e desinfetantes; produtos de higiene pessoal, perfumes e cosméticos, além do controle sanitário dos portos, aeroportos e estações de fronteiras e da ampla gama de serviços de interesse à saúde (BRASIL, 1976; BRASIL, 1973; CFF, 2017). 5 A atuação da vigilância sanitária abrange as práticas de normatização, autorização de funcionamento de empresas, licença de estabelecimentos, registro de produtos, inspeção, fiscalização, monitoramento de qualidade e outros atributos relacionados a qualidade, sobre medicamentos e produtos os efeitos adversos, controle de propaganda, rótulos, bulas e embalagens, entre outras, e todos os estabelecimentos e serviços ligados ao setor de saúde. Dentre os principais trabalhos da área, está a constatação se estes estabelecimentos oferecem risco sanitário, em diferentes níveis, aos usuários dos serviços e consumidores, podendo ser classificados de acordo com o grau de risco apresentado e de acordo com sua atividade econômica (BRASIL, 1999; BRASIL, 2007; COSTA & KOBAYASHI, 2012). Em razão da sua formação acadêmica e de aspectos relacionados à legislação vigente, somente o profissional farmacêutico devidamente inscrito no Conselho Regional de Farmácia, possui plena capacidade técnica e legal para aferir eventual risco sanitário relativo à fiscalização profissional sanitária e técnica de empresas, estabelecimentos, setores, fórmulas, produtos, processos e métodos farmacêuticos ou de natureza farmacêutica. (BRASIL, 1981; BRASIL, 2010). Dessa forma, os estágios, como o descrito neste relatório, são uma etapa fundamental no processo de construção do futuro profissional, através das experiências os acadêmicos podem vivenciar situações práticas específicas de sua área de formação e, também,aplicar e consolidar conhecimentos teórico-práticos adquiridos no decorrer de sua graduação. Além disso, atividades em ambientes reais de trabalho, contribuem para que o graduando desenvolva habilidades como comunicação, organização, relação interpessoal, entre outras, as quais são características desejáveis em qualquer profissional, independentemente de usa área de atuação (BRASIL, 2008). Nas páginas subsequentes estão apresentados os objetivos, as atividades desenvolvidas e/ou acompanhadas e as conclusões do Estágio Supervisionado no Âmbito Farmacêutico I, realizado na Vigilância Sanitária do município de Santiago- RS. 6 2 OBJETIVOS 2.1 Objetivo geral Acompanhar o profissional farmacêutico no serviço de vigilância sanitária do SUS nas suas diversas atribuições e competências, assim, complementando e consolidando o aprendizado adquirido até o momento no decorrer da graduação. 2.2 Objetivos específicos • Observar as atividades desempenhadas pelo farmacêutico no âmbito da Vigilância Sanitária; • Participar, juntamente com o fiscal sanitário e o farmacêutico das visitas para liberação ou renovação do alvará sanitário; • Auxiliar nas coletas de água em pontos de consumo humano, tanto em áreas urbanas quanto em áreas rurais; • Participar do recebimento das denúncias dos consumidores; • Colocar em prática os conhecimentos adquiridos em sala de aula, no decorrer da graduação; • Desenvolver uma atividade de Atenção Farmacêutica. 7 3 DESENVOLVIMENTO DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO NO ÂMBITO FARMACÊUTICO I 3.1 Informações pertinentes sobre o estágio O Estágio Supervisionado no Âmbito Farmacêutico I foi realizado na Vigilância Sanitária do município de Santiago, no período de 17 de maio a 12 de junho, no horário das 8:00h às 12:00h e das 14:00h às 16:00h, perfazendo um total de 105 horas, conforme previsto no regulamento do estágio. A supervisão local ficou a cargo da farmacêutica responsável técnica Andrielli Alves Scalcon (CRF-RS no 18059) e a orientação ficou a cargo da professora Catiuscia Molz de Freitas (CRF- RS no 547561). 3.2 Infraestrutura do local de estágio A vigilância sanitária do município de Santiago, fica localizada no segundo piso da Secretária Municipal de Saúde de Santiago. Em seu ambiente possui uma área principal para atendimento ao público onde o contato se dá através de uma janela e do telefone fixo, nela encontram-se quatro mesas com três computadores, armários onde são guardadas as documentações, e um banheiro. A farmacêutica possui sua própria sala onde nela se encontram três mesas com dois computadores, e alguns armários. Seu quadro de funcionários é composto por três fiscais, uma farmacêutica, e uma estagiária, acadêmica do curso de Farmácia. 3.3 Descrição das atividades desenvolvidas no decorrer do estágio As atividades desenvolvidas durante a realização do estágio incluíram: o acompanhamento da liberação de alvará sanitário em drogaria e consultório odontológico; renovação do alvará de funcionamento sanitário em consultório odontológico e salão de beleza, bem como observação e auxílio de coletas de água e colocação de cloro em caixas d’água em pontos de consumo humano, em áreas urbanas e rurais e recebimento de reclamações/denúncias do consumidor. 3.3.1. Liberação de alvará sanitário em drogaria 8 O alvará sanitário é um documento emitido pela Vigilância Sanitária após a análise das condições higiênico-sanitárias de estabelecimentos, veículos e equipamentos que mantenham atividades relacionadas à saúde. Todo estabelecimento que, direta ou indiretamente, possam constituir algum tipo de risco à saúde, pelo tipo de atividade que desenvolvem, necessitam do alvará da Vigilância Sanitária. (BRASIL, 2013) Conforme a Portaria Nº 358 de 2016, que dispõe sobre a documentação necessária para abertura de processos administrativos para solicitação, renovação, alteração e cancelamento de Alvará de Licença de estabelecimentos da cadeia farmacêutica no Estado do Rio Grande do Sul os documentos necessários são: • Requerimento dirigido ao órgão de Vigilância Sanitária, contendo razão social, CNPJ, ramo de atividade, endereço, CEP, telefone, assinado pelo Representante Legal e Responsável Técnico do estabelecimento; • Cópia do Contrato Social ou Ata de Constituição Registrada na Junta Comercial e suas Alterações, se houver, devendo estar explicitada a classe de produtos e as atividades pleiteadas; • Cópia do documento de inscrição no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas – CNPJ, onde deve constar a descrição das atividades pleiteadas; • Cópia da Certidão de Regularidade emitida pelo Conselho Regional de Farmácia – CRF/RS, atualizada para o ano em exercício; • Comprovante (original) de pagamento da Taxa de Serviços de Saúde Pública, de valor correspondente ao ano em exercício; • Cópia do Alvará de Localização; Cópia do Alvará de Prevenção e Proteção Contra Incêndio - APPCI atualizado; • Cópia do plano de gerenciamento de resíduos de serviços de saúde atualizado; • Guia para verificação das boas práticas farmacêuticas em drogarias, devidamente preenchido, no que couber, com todas as folhas rubricadas e assinadas pelo farmacêutico responsável técnico e pelo representante legal do estabelecimento; • Manual de Boas Práticas Farmacêuticas. 9 Durante a inspeção no estabelecimento para liberação do alvará sanitário foi conferida a documentação e pode-se observar que a drogaria cumpria as normas exigidas por lei, contando também com uma sala especial para atendimento de verificação dos parâmetros fisiológicos, como pressão arterial; bioquímicos, como a glicose; para administração de injetáveis e perfuração do lóbulo auricular. Essa sala continha uma pia, lixeiras com pedal e tampa, papel toalha, sabão liquido e descarpack para descarte dos perfurocortantes. Possuía também um armário separado com chave para os medicamentos controlados. 3.3.2 Liberação e renovação de alvará sanitário em consultório odontológico Para a liberação e renovação do alvará sanitário, os processos são semelhantes, primeiramente é necessária a solicitação da liberação ou renovação do alvará pela empresa ou Microempreendedor Individual (MEI); então é feita verificação da documentação necessária apresentada que é o requerimento em 2 vias dirigido ao órgão de Vigilância sanitária, contendo razão social, CNPJ, ramo de atividade, endereço, CEP, telefone, assinado pelo Responsável Legal; Cópia do Contrato Social (pessoa jurídica); Cópia do CNPJ; Cópia do Alvará de Localização e Funcionamento; Cópia do contrato de recolhimento do lixo séptico, ou declaração que não produz; No caso de ter aparelho de Raio – X é necessário trazer cópia do certificado de fuga de radiação; Cópia da carteira do Conselho de Classe (CRM, CREFITO, CRP, CRO, etc). Para a renovação acrescenta-se apenas a cópia do Alvará Sanitário do ano anterior; então é feita a análise da documentação, a inspeção sanitária seguindo o roteiro de inspeção (Anexo A), se todos os itens estiverem de acordo então é feita a emissão do alvará, assinatura e entrega (BRASIL, 2017). Na inspeção para liberação do alvará sanitário para consultório odontológico “A”, foi verificado se tudo estava conforme o roteiro de inspeção (Anexo B), e observou-se que quase todos os itens estavam de acordo, apenas o compressor do consultório encontrava-se no banheiro, e como é estipulado este deve aspirar o ar externo, no caso do consultório, além de estar no banheiro, estavaaspirando o ar interno. A responsável técnica foi orientada e foi dado um prazo para a adequação e o retorno. 10 Assim como na liberação, na renovação de alvará da vigilância sanitária segue-se o roteiro de inspeção, o fiscal havia informado em sua última visita ao consultório odontológico “B”, que o mesmo não possuía em suas dependências uma autoclave, apenas uma estufa. Durante a execução do roteiro observou-se que o consultório estava dispondo de uma autoclave, e de todos os itens apenas o Compressor e as carteirinhas não estavam de acordo, a ventilação do compressor estava interna, porém encontrava-se em uma sala e não no banheiro. Além disso, não haviam sido entregues as cópias das carteirinhas de vacinação. O fiscal orientou o responsável técnico como regularizar os itens e deu o prazo para adequação e o retorno. 3.3.3 Renovação do alvará sanitário em salão de beleza Para renovação do alvará em salões de beleza, conforme a Portaria Nº 125 DE 2017, são necessárias as seguintes documentações: • Requerimento dirigido ao Secretário Municipal de Saúde, contendo razão social, CNPJ, ramo de atividade, endereço, CEP, telefone e assinado pelo Responsável Legal; • Cópia do Comprovante de pagamento da taxa de vistoria municipal; • Cópia do PPCI (Plano de Prevenção Contra Incêndios) dos Bombeiros. • Cópia do Alvará Sanitário anterior; • Manual de procedimentos adotados para limpeza e esterilização de materiais; • Certificado de habilitação para esteticista, manicure, depilador, pedicure, cabeleireiro, tatuador, massoterapeuta e podólogo (cópia); • Relação datada e assinada pelo responsável dos equipamentos e procedimentos realizados; Durante inspeção, foi solicitado o certificado atualizado de realização de serviços de controle de pragas urbanas (desinsetização, desratização, descupinização) do estabelecimento e de higienização dos reservatórios de água potável; cartão de vacinação dos funcionários; Manual de Biossegurança e se o estabelecimento possuía uma autoclave, para esterilizar os equipamentos; foi 11 analisada a infraestrutura estabelecimento; a presença do profissional responsável no local e os materiais obrigatórios. Pois os mesmos não haviam sido entregues na solicitação da renovação do alvará da vigilância sanitária, a responsável foi orientada que poderia entregar os documentos no ato da inspeção ou ser entregues na Vigilância Sanitária em um determinado prazo, no caso como ela não os tinha em mãos, optou por leva-los a vigilância sanitária. Após a entrega dos documentos estes foram armazenados e então o alvará foi entregue. 3.3.4 Coletas de água em pontos de consumo humano em áreas urbanas e rurais Compete à Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS/MS) promover e acompanhar e executar ações de vigilância da qualidade da água para consumo humano, de forma complementar à atuação dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios e também o encaminhamento à autoridade de saúde pública relatórios das análises dos parâmetros mensais, trimestrais e semestrais com informações sobre o controle da qualidade da água, conforme a Portaria nº 2.914 de 12 de dezembro de 2011, que dispõe sobre os procedimentos de controle e de vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade. (BRASIL, 2011) Para as coletas foram utilizados sacos plásticos para armazenamento da água, sendo estes então lacrados, identificados e acondicionados em caixa isotérmica, com gelo em temperatura entre 5 e 10ºC. Então a qualidade da água foi testada por um equipamento chamado clorímetro (Anexo B), que tem por finalidade verificar a quantidade de cloro presente na mesma. Por fim, as amostras foram enviadas para Santa Maria para serem analisadas no Laboratório Central do Estado (LACEN – RS), onde são realizadas análises físico-químicas, avaliadas a presença de níveis adequados de fluoreto e grau de turbidez (turvação) da água. Na parte microbiológica, são realizados ensaios com a água para a identificação e contagem de cianobactérias, coliformes totais e termotolerantes e indicadores de contaminação que podem provocar doenças. No decorrer do estágio, fui informada que o município de Santiago realiza cerca de 300 coletas anuais, tanto em áreas urbanas, quanto em áreas rurais. Os resultados dos testes realizados pelo LACEN são plotados no sistema assim que recebidos, o tempo de envio dos mesmos demora cerca de um mês. 12 3.3.5. Recebimento de denúncias/reclamações do consumidor A Lei nº 6.437, de 20 de agosto de 1977 dispõe sobre o que configura infrações à legislação sanitária federal, e estabelece as sanções respectivas. Faz parte da atuação da vigilância sanitária o recebimento, a fiscalização e a inspeção sanitária de denúncias e reclamações do consumidor, visando a proteção da saúde individual e coletiva, por meio da verificação in loco do cumprimento dos marcos legal e regulatório sanitários. A inspeção permite a adoção de medidas de orientação e correção de situações que possam causar danos à saúde da população (BRASIL,1977; BRASIL, 2018). A vigilância sanitária recebe diversas reclamações e denúncias dos consumidores, essas são recebidas tanto por ligações, quanto pessoalmente. Para reclamações eram solicitadas informações como o endereço completo do problema; ponto de referências; o assunto; o endereço completo do reclamante; nome do proprietário do imóvel/ propriedade/ estabelecimento com problema; data; nome completo do reclamante (podendo ser anônima); CPF e assinatura (no caso de denúncia/reclamação presencial). Após o recebimento das denúncias, elas eram cadastradas no Sistema da Vigilância Sanitária, onde recebiam um número de notificação, se houvesse necessidade de vistoria técnica (fiscalização), era então designado um fiscal ou grupo de fiscais - dependendo da gravidade da denúncia para atender. O relatório da ação realizada era repassado para a gerência solicitante. Aprovada a ação o fiscal informava no sistema qual a providência havia sido executada, podendo gerar autos de intimação e de infração, de penalidade e até mesmo multa direta. 3.4 Trabalho de Atenção Farmacêutica desenvolvido e/ou proposta de inovação/melhoria no estabelecimento Nos últimos meses observou-se um aumento no número casos de pacientes com chicungunha no município, isso foi alarmante pois a maioria da população desconhece sobre essa doença, seus sintomas, transmissão e como proceder para combater o mosquito transmissor. Com a notícia dos casos de chicungunha, ocorreu um grande aumento de denúncias na Vigilância Sanitária de terrenos sujos e propriedades desocupadas com locais propícios a serem criadouros dos mosquitos. 13 A proposta de trabalho de atenção farmacêutica, foi a realização de um folder educativo (apêndice A), visando informar a população que a chicungunha é uma doença viral semelhante a dengue e a zika, salientando que a sua transmissão se dá através da picada de mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus, que apresentem o vírus em sua saliva. Esclareceu-se também, que não há transmissão da chicungunha diretamente de uma pessoa para outra, descreveu-se seus sintomas, que podem confundir a população devido a semelhança com zika e dengue. Ressaltou-se que a prevenção se dá através da adoção de medidas simples em seus domicílios e arredores que auxiliem no combate a proliferação do mosquito transmissor da doença, como tampar caixas d'água; utilizar de areia nos pratos de plantas; não acumular pneus e outros vasilhames em áreas externas; desentupir calhas; fazer uso derepelente em áreas endêmicas e evitar acumular entulhos, pois eles podem se tornar locais de foco do mosquito. A escolha do tema baseou-se no fato do grande aumento de casos da doença em nosso município. Foram confeccionados e distribuídos cerca de 50 folders, na Vigilância Sanitária da cidade de Santiago/RS, no mês de junho de 2018. No momento da entrega era enfatizada a importância das medidas de prevenção e combate ao mosquito. 14 4 CONCLUSÕES O Estágio supervisionado no âmbito farmacêutico I foi de extrema importância na medida em que permite o contato com a vida profissional de um farmacêutico, é nesse período que os acadêmicos adquirem um maior aprendizado e é onde realmente tem-se contato com um dos ramos da profissão, no caso o âmbito da vigilância sanitária. Constatando o quão importante a atuação do farmacêutico na vigilância sanitária é, assegurando a qualidade de produtos, para que estes cheguem ao consumidor em estado e qualidade adequados ao consumo; e os estabelecimentos em geral para que ofertem serviços de qualidade e sejam comprometidos com o bem-estar de seus consumidores. Além de também cuidar da água no município, mantendo a Corsan (Companhia Riograndense de Saneamento) informada sobre a qualidade da mesma. Houve também a oportunidade de conhecer melhor as legislações pertinentes a vigilância sanitária. O folder foi de extrema importância já que contribuiu para orientação e resolução de dúvidas referentes à febre chicungunha, pois havia falta de informação, já que em alguns casos a população não tem acesso a esse tipo de informação ou não procura estar informada. Em suma, reitera-se a importância proporcionada pelo estágio supervisionado no âmbito farmacêutico I em aplicar e complementar conhecimentos adquiridos no ambiente universitário no decorrer da graduação. 15 REFERÊNCIAS BRASIL. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA – ANVISA Cartilha de vigilância sanitária. Brasília, agosto de 2002. 2a. edição. p. 21. Brasil. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA – ANVISA Plano diretor de vigilância sanitária / Agência Nacional de Vigilância Sanitária. 1.ed. – Brasília: Anvisa, 2007, p. 20. BRASIL. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA – ANVISA. Lei nº 6.360, de 23 de setembro de 1976. Dispõe sobre a vigilância sanitária a que ficam sujeitos os medicamentos, as drogas, os insumos farmacêuticos e correlatos, cosméticos, saneantes e outros produtos, e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 23 set. 1976. Seção 2, p. 34. BRASIL. Ministério da Saúde: Secretaria de Atenção à Saúde. Lei 2.914, de 12 de dezembro de 2011. Dispõe sobre os procedimentos de controle e de vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 12 dez. 2011. BRASIL. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÃNCIA SANITÁRIA – ANVISA. Resolução da Diretoria Colegiada - RDC nº 207, de 3 de janeiro de 2018. Dispõe sobre a organização das ações de vigilância sanitária, exercidas pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, relativas à Autorização de Funcionamento, Licenciamento, Registro, Certificação de Boas Práticas, Fiscalização, Inspeção e Normatização, no âmbito do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária – SNVS. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 05 jan. 2018. nº 4, Seção 1, p. 38. BRASIL. Decreto 85.878, de 07 de abril de 1981. Estabelece normas para execução da Lei nº 3.820, de 11 de novembro de 1960, sobre o exercício da profissão de farmacêutico, e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 09 abr. 1981, p. 6631. 16 BRASIL. Lei Orgânica da Saúde nº 8.080, de 19 de setembro de 1990. Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes, e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 19 set.1990. Seção 1, p. 18055. BRASIL. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA – ANVISA. Lei Nº 9.782, de 26 de janeiro de 1999. Define o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária, cria a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, e dá outras providências Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 26 jan. 1999. Seção 1, p. 1. BRASIL. Conselho Federal de Farmácia. Resolução nº 539, de 22 de outubro de 2010. Dispõe sobre o exercício profissional e as atribuições privativas e afins do farmacêutico nos órgãos de vigilância sanitária, e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 09 nov. 2010. Seção 1, p. 85/- 87. BRASIL. Decreto nº 8.077, de 14 de agosto de 2013. Regulamenta as condições para o funcionamento de empresas sujeitas ao licenciamento sanitário, e o registro, controle e monitoramento, no âmbito da vigilância sanitária, dos produtos de que trata a Lei no 6.360, de 23 de setembro de 1976, e dá outras providências. Nº 157. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF,15 ago. 2013. Seção 1, p.18. BRASIL. Lei nº 6.437 de 20 de agosto de 1977. Configura infrações à legislação sanitária federal, estabelece as sanções respectivas, e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 24 ago. 1977. p. 11145. BRASIL. Lei nº 11.788, de 25 de setembro de 2008. Dispõe sobre o estágio de estudantes. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 26 set. 2008. Seção 1, p. 3. 17 BRASIL. Lei nº 5.991, de 17 de dezembro de 1973. Dispõe sobre o Controle Sanitário do Comércio de Drogas, Medicamentos, Insumos Farmacêuticos e Correlatos, e dá outras Providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 19 dez 1973. p. 13049. BRASIL. Secretaria de Estado da Saúde do Rio Grande do Sul. Portaria SES/RS nº 358, de 07 de outubro de 2016. Dispõe sobre a documentação necessária para abertura de processos administrativos para solicitação, renovação, alteração e cancelamento de Alvará de Licença de estabelecimentos da cadeia farmacêutica no Estado do Rio Grande do Sul. Diário Oficial [do] Estado do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 07 out. 2016. p. 50. BRASIL. Secretaria de Estado da Saúde do Rio Grande do Sul. Portaria SES/RS Nº 125 DE 13 de março de 2017. Dispõe sobre os documentos que deverão ser protocolados pelos interessados para a abertura de processos administrativos perante a Vigilância Sanitária Estadual para análise de projeto arquitetônico, concessão inicial ou renovação de alvará sanitário, alteração de responsável técnico, alteração de razão social, alteração (inclusão/exclusão) de atividades, alteração de endereço e encerramento das atividades de estabelecimentos de saúde, no âmbito do Estado do Rio Grande do Sul. Diário Oficial [do] Estado do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 17 mar. 2017. CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. O Farmacêutico na Vigilância Sanitária. Outubro de 2017. Disponível em: http://www.cff.org.br/userfiles/file/cartilha%20vigil%C3%A2ncia%20sanit%C3%A1ria 08Dez2017.pdf> Acessado em: 27 de maio de 2018. COSTA, Francine Carneiro; KOBAYASHI, Luciana Patrícia Mieko. A vigilância sanitária no sistema único de saúde: trajetóriae área de atuação. 2012. 37f. Monografia (Especialização) – Centro Universitário Filadélfia, Londrina, 2012. 18 APÊNDICE APÊNDICE A: Folder Informativo 19 ANEXOS ANEXO A: Roteiro de Inspeção VISA ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL SECRETARIA DA SAÚDE VIGILÂNCIA MUNICIPAL - RS DADOS DO ESTABELECIMENTO Razão Social: Endereço: CEP: Município: – RS Ramo de Atividade: Radiologia Odontológica Com Raio-X Fone/Fax: (55) Responsável Técnico: e-mail: Data da Inspeção: DADOS DOS EQUIPAMENTOS EXISTENTES NO SERVIÇO Cadastro da Processadora Fabricante: Modelo: Nº série: Registro no MS: Cadastro do equipamento de Raios-X Intra-Oral Fabricante: Modelo: N° de Série: Registro no MS: 20 CÓDIGO ITEM OBSERVADO SIM NÃO Localizador cilíndrico (não pode ser cônico e/ou metálico) com diâmetro de feixe < 6cm Distância foco pele do localizador satisfaz mínimo de 18 cm para tensão < 60 kV. 20 cm para tensão entre 60 e 70 kV ou 24 cm para tensão > 70 kV Levantamento Radiométrico atualizado (Validade de 4 anos) com data e número de série do equipamento Teste de radiação de fuga do cabeçote ou certificado de adequação do cabeçote ( validade de 04 anos) Aviso de proteção radiológica Avental plumbífero com equivalência de 0,25 mmPb Avental plumbífero íntegro Suporte para avental plumbífero Protetor de Tireóide Equipamento de RX íntegro Tabela de tempo, temperatura e termômetro Câmara manual opaca ou passa no teste da moeda Retardo desativado Películas virgens em local livre de radiações Equipamentos com conexões íntegras Cabo de acionamento maior ou igual a 2m Visão do paciente no momento do disparo Um só equipamento de RX por sala Sala de RX com dimensões de 4m² com comando fora em 6m² com comando dentro – 2m de dimensões minimas Emissão de sinal sonoro durante a exposição/disparo Localização do equipamento RX confere com Levantamento Radiométrico AMBIENTE SIM NÃO Presença de telas milimétricas nas aberturas Adequadas condições de higiene no ambiente clínico Ausência de insetos (Tela protetora contra insetos) Livre fluxo para ações de saúde Compressor protegido e com ventilação externa Divisórias e/ou anteparos maior que 1,5m x 2,0m Piso adequado 21 Parede, rodapé, teto e porta adequados Iluminação e ventilação adequadas Ralos e esgotos adequados( tela ou escamoteável) Sanitários em condições adequadas de higiene e uso Instalações elétricas e hidráulicas protegidas Persianas/ Cortinas material -lisas laváveis e impermeáveis Ausência de materiais e objetos não passíveis de desinfecção DOCUMENTOS SIM NÃO Comprovante de desratização/ Desinsetização Comprovante de vacinação Hepatite B de toda a equipe Comprovante de recolhimento de resíduos de saúde (Descarte) Ficha odontológicas com anamnese completa Comprovante de manutenção dos climatiadores de ambiente com periodicidade anual mínima e registros de limpeza Certificado de limpeza de caixa d'água com periodicidade anual mínima; Comprovante de revisão anual de autoclave Comprovante de realização de testes biológicos em autoclave Comprovante de realização de coleta seletiva de resíduos contaminados e PGRSS/ POP gerenciamento resíduos Rotinas/ protocolos de desinfecção e esterilização Comprovante abastecimento de água proveniente da rede pública CLÍNICA E ESTERELIZAÇÃO SIM NÃO Medicamentos e produtos dentro do prazo de validade Sala exclusiva para esterilização em clínica ou dois consultórios Instrumental em condições adequadas Fluxo e rotina de esterilização adequada Presença de autoclave em condições de uso Presença de luvas descartáveis e luvas grossas de borracha Presença de EPI's (avental, máscara, óculos de proteção) para equipe e paciente Presença de protetor de luz halógena Presença de sabão líquido e papel toalha descartável Torneiras sem acionamento manual da pia para lavagem das mãos Cuba/pia específica para lavagem das mãos Cuba/pia específica para lavagem de artigos 22 Desinfecção adequada das superfícies Descontaminação prévia dos artigos de forma correta Esterilização de moldeiras e desinfecção de moldagens Acondicionamento adequado dos artigos esterilizados Instrumental em número adequado Acondicionamento adequado das brocas esterilizadas Marcador físico, data na embalagem Sugador, lâminas e agulhas descartáveis Amalgamador elétrico Amalgamador distante da fonte de calor Pontas, mesas e equipo protegidas com barreiras RESÍDUOS SIM NÃO Mercúrio acondicionado em frascos herméticos Restos de amálgama em frascos com água ( descarte junto a empresa especializada) Recipiente para resíduo com tampa e pedal Saco de lixo branco leitoso para coleta de resíduos contaminados Material pérfuro cortante acondicionados corretamente Local adequado para resíduos ______________________ _________________________________ Responsável pela Inspeção Responsável Técnico pelo estabelecimento 23 ANEXO B: Clorimetro
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