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Material Didático Disciplina Contabilidade Introdutória 
Profª. Vânia Stiebbe, Unisc,2015. 
 
1 
4 BALANÇO PATRIMONIAL 
 
O Balanço Patrimonial é a demonstração contábil/financeira exigida legalmente 
que evidencia o patrimônio da empresa em um determinado momento fornecendo 
informações sobre a situação financeira e econômica da empresa. 
 
Tendo em vista o estudo já realizado da composição do patrimônio e sendo o Balanço 
Patrimonial uma representação desse patrimônio, o mesmo é constituído de ATIVO, 
PASSIVO e PATRIMÔNIO LÍQUIDO. 
 
a) O Ativo compõe-se de bens e direitos aplicados na entidade representando o 
capital aplicado; 
b) O Passivo e o Patrimônio líquido registram todas as origens de recursos da 
empresa provenientes, respectivamente, do capital de terceiros e do capital próprio. 
 
Segundo Marion (1998) se demonstrássemos um Balanço Patrimonial cujo ATIVO 
fosse um "amontoado de contas de bens e direitos" (de forma heterogênea), teríamos 
dificuldades em ler, interpretar e analisar o Balanço Patrimonial. Por isso, segundo o autor é 
importante apresentar o Balanço agrupando-se as contas de mesmas características, isto é, 
separando grupos de contas homogêneas entre si. Por exemplo, poderíamos agrupar as contas 
Caixa e Bancos em um único grupo denominado DISPONÍVEL (dinheiro à disposição da 
entidade). 
 
Assim, para facilitar a interpretação e análise do Balanço existe uma preocupação 
constante em estabelecer uma adequada distribuição de contas em grupos homogêneos. A Lei 
das sociedades por ações (Lei 6.404/76) dispõe uma estrutura de contas nacionalmente aceita, 
inclusive por outras sociedades. 
 
A seguir estudaremos, inicialmente noções básicas sobre as demonstrações 
contábeis/financeiras exigidas legalmente e partiremos então para o estudo do Balanço 
Patrimonial. 
 
4.1 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS/FINANCEIRAS: ASPECTOS GERAIS 
 
As demonstrações contábeis ou financeira são exigidas pela Lei das Sociedades 
Anônimas (Lei das S/As.), pelo CFC (Conselho Federal de Contabilidade), pela CVM 
(Comissão de Valores Mobiliários) pelo RIR (Regulamento do Imposto de Renda). 
Entretanto, esses órgãos ou Legislações não exigem as mesmas demonstrações. 
 
A obrigatoriedade de elaboração está associada também ao formato jurídico de 
constituição da entidade, se sociedade anônima ou limitada e, ainda, ao porte da empresa, isto 
é, micro, pequena, média ou grande empresa. 
 
As disposições gerais sobre as demonstrações financeiras podem ser verificadas no 
artigo 176 da Lei 6.404/76. Em relação ao artigo 176, destacam-se os enunciados a seguir. 
 
O artigo 176 da Lei 6.404/76 estabelece que, ao final de cada exercício social, a 
Diretoria da empresa deve elaborar, com base na escrituração mercantil, as seguintes 
demonstrações financeiras (contábeis), que deverão exprimir com clareza a situação do 
patrimônio da empresa e as mutações ocorridas no exercício. 
 
Material Didático Disciplina Contabilidade Introdutória 
Profª. Vânia Stiebbe, Unisc,2015. 
 
2 
 
a) Balanço Patrimonial; 
b) Demonstração de Lucros e Prejuízos acumulados; 
c) Demonstração do Resultado do Exercício; 
d) Demonstração dos Fluxos de Caixa; (Redação dada pela Lei 11.638/07) 
e) Demonstração do Valor Adicionado, se companhia aberta. (Incluído pela Lei 
11.638/07). 
 
As demonstrações financeiras de cada exercício devem ser publicadas com indicação 
dos valores correspondentes das demonstrações do exercício anterior, podendo ainda ser 
publicadas adotando a expressão monetária milhares de reais. 
 
Nas demonstrações as contas semelhantes podem ser agrupadas e os pequenos saldos 
podem ser agregados, desde que sua natureza seja indicada e que não ultrapassem um décimo 
do valor do grupo das contas, sendo vedado a utilização de designações genéricas, como 
Diversas Contas ou Contas Correntes. 
 
As demonstrações financeiras registrarão a destinação dos lucros segundo a proposta 
dos órgãos da administração, no pressuposto de sua aprovação pela assembléia geral. 
 
As demonstrações financeiras, devem ainda ser complementadas por notas 
explicativas e por outros quadros analíticos ou demonstrações contábeis necessários para um 
bom esclarecimento da situação patrimonial e dos Resultados do Exercício. 
 
Além destas disposições constantes no artigo 176, ainda destaca-se que: 
O Balanço Patrimonial, a Demonstração do Resultado do Exercício e a Demonstração 
de Lucros ou Prejuízos Acumulados devem ser transcritos no livro Diário. 
 
As sociedades de capital aberto (que têm autorização para negociar seus títulos no 
mercado de capitais) são obrigadas a publicar suas demonstrações financeiras anualmente, nos 
jornais de maior circulação. A publicação deverá ser realizada no mínimo em dois jornais: no 
diário oficial e num jornal de grande circulação. 
 
 Embora a Lei 6.404/76 regulamente as demonstrações contábeis para as Sociedades 
Anônimas, pela legislação do Imposto de Renda, as sociedades por quotas de 
responsabilidade limitada deverão seguir parte dos dispositivos da lei das sociedades por 
ações. Embora não seja necessária a publicação das demonstrações financeiras, as limitadas 
deverão estruturar suas demonstrações nos moldes da lei das sociedades por ações, para 
melhor atendimento das exigências legais do imposto de renda. Desta forma, as empresas 
limitadas, bem como outros tipos societários deverão apresentar ao Imposto de Renda três 
demonstrações financeiras: 
 
a) Balanço patrimonial; 
b) Demonstração do Resultado do Exercício; 
c) Demonstração dos Lucros e Prejuízos acumulados. 
 
RIR/99 ( Regulamento do Imposto de Renda) – “Art. 274 – Ao 
fim de cada período de incidência do imposto, o contribuinte 
deverá apurar o lucro líquido mediante a elaboração, com 
observância das disposições da lei comercial, do balanço 
 
Material Didático Disciplina Contabilidade Introdutória 
Profª. Vânia Stiebbe, Unisc,2015. 
 
3 
patrimonial, da demonstração do resultado do período de 
apuração e da demonstração de lucros ou prejuízos acumulados 
(Decreto-Lei n. 1.598/1977, art. 7º, § 4º, e Lei n. 7.450/1985, art. 
18). 
§ 1º O lucro líquido do período deverá ser apurado com 
observância das disposições da Lei n. 6.404/76 (Decreto-Lei n. 
1.598/77, art. 67, inciso XI, Lei n. 7.450/85, art. 18, e Lei n. 
9.249/95, art. 5º). 
§ 2º O balanço ou balancete deverá ser transcrito no Diário ou no 
LALUR (Lei n. 8.383/91, art. 51, e Lei n. 9.430/96, arts. 1º e 2º, 
§ 3º).” (Montoto, 2011, p. 452) 
 
De acordo com o CPC 26 – NBC TG 26, que trata da “Apresentação das 
Demonstrações Contábeis”, aprovado pelo CFC – Resolução n. 1.185/2009 (item 10), 
considera como conjunto completo de demonstrações: 
 
(a) balanço patrimonial ao final do período; 
(b) demonstração do resultado do período; 
(c) demonstração do resultado abrangente do período; 
(d) demonstração das mutações do patrimônio líquido do período; 
(e) demonstração dos fluxos de caixa do período; 
(f) demonstração do valor adicionado do período, conforme NBC TG 09 – 
Demonstração do Valor Adicionado, se exigido legalmente ou por algum órgão 
regulador ou mesmo se apresentada voluntariamente; 
(g) notas explicativas, compreendendo um resumo das políticas contábeis 
significativas e outras informações explanatórias; e 
(h) balanço patrimonial no início do período mais antigo comparativamente 
apresentado quando a entidade aplica uma política contábil retrospectivamente ou 
procede à reapresentação de itens das demonstrações contábeis, ou ainda quando 
procede à reclassificação de itens de suas demonstrações contábeis. (Redação 
alterada pela Resolução CFC n.º 1.376/11) 
 
A demonstraçãodo resultado abrangente pode ser apresentada em quadro 
demonstrativo próprio ou dentro das mutações do patrimônio líquido. 
 
Item 11 da NBC TG 26 - A entidade deve apresentar com igualdade de importância 
todas as demonstrações contábeis que façam parte do conjunto completo de demonstrações 
contábeis. 
 
De acordo com o CPC – PME (Pequenas e Médias Empresas) – NBC TG 1000 (Item 
3.17), o conjunto completo de demonstrações contábeis da entidade deve incluir todas as 
seguintes demonstrações: 
(a) balanço patrimonial ao final do período; 
(b) demonstração do resultado do período de divulgação; 
(c) demonstração do resultado abrangente do período de divulgação. A 
demonstração do resultado abrangente pode ser apresentada em quadro 
demonstrativo próprio ou dentro das mutações do patrimônio líquido. A 
demonstração do resultado abrangente, quando apresentada separadamente, 
começa com o resultado do período e se completa com os itens dos outros 
resultados abrangentes; 
(d) demonstração das mutações do patrimônio líquido para o período de 
divulgação; 
(e) demonstração dos fluxos de caixa para o período de divulgação; 
 
Material Didático Disciplina Contabilidade Introdutória 
Profª. Vânia Stiebbe, Unisc,2015. 
 
4 
(f) notas explicativas, compreendendo o resumo das políticas contábeis 
significativas e outras informações explanatórias. 
 
Importante: conclusão sobre as demonstrações exigidas: se uma empresa atender ao 
especificado no CPC 26 ( NBC TG 26), estará atendendo a todos os agentes que normatizam 
a Contabilidade no Brasil. 
 
4.2 CONCEITO DE BALANÇO PATRIMONIAL 
 
Segundo a Equipe de Professores da FEA/USP (2010), “ O Balanço é a demonstração 
contábil que tem por finalidade apresentar a situação patrimonial da empresa em dado 
momento, dentro de determinados critérios de avaliação”. 
 
É a demonstração que encerra a sequência dos procedimentos contábeis, apresentando 
de forma ordenada os três elementos componentes do patrimônio: Ativo, Passivo e Patrimônio 
Líquido. 
 
 Em outras palavras, autores da contabilidade assim conceituam esta demonstração: 
 
O balanço patrimonial é uma demonstração sintética dos componentes patrimoniais 
representados pelas contas do ATIVO, PASSIVO e PATRIMÔNIO LÍQUIDO e nisto ele se 
distingue do inventário, que é uma descrição analítica e específica desses mesmos 
componentes. 
 
 “O balanço patrimonial é a demonstração contábil destinada a evidenciar, quantitativa 
e qualitativamente, a posição patrimonial e financeira da entidade em determinada data” 
(Greco et. al., 2009 p.83). 
 
Por fim, pode-se dizer que o Balanço Patrimonial é a demonstração contábil/financeira 
que tem por objetivo evidenciar o patrimônio de uma entidade em dado momento e fornecer 
informações sobre a situação financeira e econômica do patrimônio administrado. 
 
4.3 IMPORTÂNCIA DO BALANÇO 
 
Obter dados do Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido, analisar suas variações durante 
determinado período de tempo, por meio da verificação direta dos registros contábeis, é tarefa 
trabalhosa. Mesmo nas pequenas empresas, podem ocorrer, diariamente, inúmeras operações 
e seus registros contábeis contêm grande número de particularidades. 
 
Daí a necessidade de resumir e apresentar os dados de forma adequada, que permitam 
às pessoas interessadas conhecer a situação patrimonial da empresa e as variações ocorridas 
durante certo período de tempo. 
 
A tarefa de resumir e apresentar os elementos para análise e interpretação será 
simplificada se a contabilização das operações for feita com critério e calcada em um Plano de 
Contas bem elaborado. 
 
A grande importância do balanço reside na visão que ele dá das aplicações de recursos 
feitas pela empresa (ativos) e quantos desses recursos são devidos a terceiros (passivos). Isso 
evidencia o nível de endividamento, a liquidez da empresa, a proporção do capital próprio 
 
Material Didático Disciplina Contabilidade Introdutória 
Profª. Vânia Stiebbe, Unisc,2015. 
 
5 
(PL) e outras análises. A visão de dois balanços consecutivos mostra facilmente a 
movimentação ocorrida no período e como a estrutura patrimonial e financeira se modificou 
no período. 
 
4.4 OBRIGATORIEDADE 
 
Conforme já mencionado anteriormente, de acordo com o inciso I do artigo 176 da Lei 
n. 6.404/76, ao fim de cada exercício social a diretoria fará elaborar, com base na escrituração 
mercantil da companhia, entre outras demonstrações contábeis, o balanço patrimonial e, 
posteriormente publicá-lo juntamente com as demais demonstrações contábeis. 
 
As demais entidades também estão obrigadas a elaborar o balanço patrimonial nos 
moldes estabelecidos pela Lei 6.404/76, embora não haja exigência legal de sua publicação. 
Tal exigência se faz em função da legislação do imposto de renda e outras legislações, a 
exemplo do novo Código Civil, Lei 10.406/2002, que entrou em vigor a partir de janeiro de 
2003 e assim dispõe: 
Art. 1.179- O empresário e a sociedade empresária são obrigados a seguir um 
sistema de contabilidade, mecanizado ou não, com base na escrituração uniforme de 
seus livros, em correspondência com a documentação respectiva, e a levantar 
anualmente o balanço patrimonial e o de resultado econômico. 
 
4.5 CONTEÚDO, ESTRUTURA E NOMENCLATURA 
 
 O conteúdo, estrutura e nomenclatura do Balanço Patrimonial estão regulamentados 
pela Lei 6.404/76 nos artigos 178 a 182 e pela NBC TG 26. Tendo em vista a semelhanças 
das duas legislações, trabalharemos aqui com o que dispõe a Lei 6.404/76 em seus artigos 178 
a 182. 
 
 Art. 178 – Classificação das contas no Balanço Patrimonial 
 
 A lei 6.404/76, em seu artigo 178, diz que no Balanço Patrimonial, as contas deverão 
ser classificadas segundo os elementos do patrimônio que registrem e agrupadas de modo a 
facilitar o conhecimento e a análise da situação financeira da companhia: 
 
 § 1º- No ativo, as contas serão dispostas em ordem decrescente de grau de liquidez 
dos elementos nelas registrados nos seguintes grupos: 
I - ativo circulante; e (Incluído pela Lei n. 11.941/09) 
II – ativo não circulante, composto por ativo realizável a longo prazo, 
investimentos, imobilizado e intangível. (Incluído pela Lei n. 11.941/09) 
 
§ 2
o
 – No passivo, as contas serão classificadas nos seguintes grupos: 
I - passivo circulante; (Incluído pela Lei n. 11.941/09) 
II - passivo não circulante; e (Incluído pela Lei n. 11.941/09) 
III - patrimônio líquido, dividido em capital social, reservas de capital, ajuste de 
avaliação patrimonial, reservas de lucros, ações em tesouraria e prejuízos 
acumulados. (Incluído pela Lei n. 11.941/09) 
 
§ 3
o
- Os saldos devedores e credores que a companhia não tiver direito de compensar 
serão classificados separadamente. 
 
 
Material Didático Disciplina Contabilidade Introdutória 
Profª. Vânia Stiebbe, Unisc,2015. 
 
6 
O art. 179 – As contas serão classificadas do seguinte modo: 
 
I - no ativo circulante: as disponibilidades, os direitos realizáveis no curso do 
exercício social subseqüente e as aplicações de recursos em despesas do exercício seguinte; 
Exemplos de disponibilidades: caixa, bancos conta movimento, aplicações de liquidez 
imediata. 
Exemplos de direitos/créditos: duplicatas a receber diminuídas da provisão para 
créditos duvidosos, títulos a receber, bancos conta vinculada, investimentos temporários, 
estoques, etc. 
Exemplos de aplicações de recursos em despesas do exercício seguinte: despesas de 
seguros a apropriar. 
 
II - no ativo realizável a longo prazo: os diretos realizáveis após o término do 
exercício seguinte, assim como os derivados de vendas,adiantamentos ou empréstimos a 
sociedades coligadas ou controladas (art.243), diretores, acionistas ou participantes no lucro 
da companhia, que não constituírem negócios usuais na exploração do objeto da companhia, 
investimentos temporários e despesas antecipadas; 
Exemplos: contas a receber a longo prazo, empréstimos a controladas, depósitos 
judiciais, etc. 
 
III -em investimentos: as participações permanentes em outras sociedades e os 
direitos de qualquer natureza, não classificáveis no ativo circulante, e que não se destinem à 
manutenção da atividade da companhia ou da empresa; 
Exemplos: participações em outras empresas, ações de coligadas, provisões para 
perdas, obras de arte, imóveis não de uso, propriedades para investimento, etc. 
 
IV - no ativo imobilizado: os direitos que tenham por objeto bens corpóreos 
destinados à manutenção das atividades da companhia ou da empresa ou exercidos com essa 
finalidade, inclusive os decorrentes de operações que transfiram à companhia os benefícios, 
riscos e controle desses bens; (redação dada pela Lei n. 11.638/07) 
Exemplos: imóveis, veículos, instalações, móveis e utensílios, benfeitorias em 
propriedades de terceiros, depreciação, amortização e exaustão acumuladas, etc. 
 
V- no intangível: os direitos que tenham por objeto bens incorpóreos destinados à 
manutenção da companhia ou exercidos com essa finalidade, inclusive o fundo de comércio 
adquirido. (incluído pela Lei n. 11.638/07) 
Exemplos: marcas e patentes, amortização acumulada, ágio por expectativa de 
rentabilidade futura (goodwill), direito de concessão, direito autoral, provisão para perda de 
valor, etc. 
 
Parágrafo único: na companhia em que o ciclo operacional da empresa tiver duração 
maior que o exercício social, a classificação no circulante ou longo prazo terá por base o 
prazo deste ciclo. 
O art. 180 – Passivo Exigível 
 
As obrigações da companhia, inclusive financiamentos para aquisição de direitos do 
ativo permanente, serão classificadas no passivo circulante, quando se vencerem no exercício 
seguinte, e no passivo não circulante, se tiverem vencimento em prazo maior, observando o 
disposto no parágrafo único do artigo 179. (redação dada pela Lei n. 11.941/09) 
 
 
Material Didático Disciplina Contabilidade Introdutória 
Profª. Vânia Stiebbe, Unisc,2015. 
 
7 
A Norma Brasileira de Contabilidade - NBC TG 26 aprovada pela Resolução n. 
1.185/09 do CFC também determinou, no item 60, transcrito a seguir, que o Passivo Exigível 
fosse dividido em dois grupos: 
 
“ 60. A entidade deve apresentar ativos circulantes e não circulantes, e passivos 
circulantes e não circulantes, como grupos de contas separados no balanço patrimonial.” 
 
Passivo Exigível 
Passivo Circulante 
Obrigações de curto prazo 
< 12 meses 
Passivo Não Circulante 
Obrigações de longo prazo 
> 12 meses 
Fonte: Montoto, 2011 p. 582 
 
I - Passivo Circulante: são as contas representativas das obrigações da sociedade que 
vencerem no exercício social seguinte. 
 
Exemplos: fornecedores, salários e encargos a pagar, empréstimos, debêntures, 
encargos financeiros a pagar, impostos a recolher, provisão para imposto de renda, etc. 
 
II – Passivo Não Circulante: são as contas representativas das obrigações com 
vencimentos após o término do exercício social seguinte e as receitas diferidas, ou seja, 
recebidas antecipadamente diminuídas dos custos e despesas ((-) encargos a vencer s/receitas 
antecipadas) etc. 
Exemplos: financiamentos, debêntures, encargos financeiros a pagar, retenções 
contratuais, subvenções governamentais a apropriar, etc. 
 
O art. 182 – Patrimônio Líquido 
 
O patrimônio líquido será composto por: 
 
Art. 182. A conta Capital social discriminará o montante subscrito e, por dedução, a 
parcela ainda não realizada, (Capital subscrito (-) capital não realizado) 
 
§ 1º. Reservas de capital: Serão classificadas como reservas de capital as contas que 
registrarem: 
a) a contribuição do subscritor de ações que ultrapassar o valor nominal e a parte do 
preço de emissão das ações sem valor nominal que ultrapassar a importância 
destinada à formação do capital social, inclusive nos casos de conversão em ações 
de debêntures ou partes beneficiárias; 
b) o produto da alienação de partes beneficiárias e bônus de subscrição; 
 
 
 
§ 2º. Será ainda registrado como reserva de capital o resultado da correção monetária 
do capital realizado, enquanto não capitalizado. 
 
§ 3º. Serão classificadas com Ajuste de Avaliação Patrimonial, enquanto não 
computadas no resultado do exercício em obediência ao regime de competência, 
as contrapartidas de aumentos ou diminuições de valor atribuídos a elementos do 
ativo e do passivo, em decorrência de sua avaliação a valor justo, nos casos 
 
Material Didático Disciplina Contabilidade Introdutória 
Profª. Vânia Stiebbe, Unisc,2015. 
 
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previstos nesta Lei, ou em normas expedidas pela Comissão de Valores 
Mobiliários, com base na competência conferida pelo § 3º do art. 177 desta Lei. 
(redação dada pela Lei 11.941/09) 
 
§ 4º. Serão classificadas como Reservas de Lucros as contas constituídas pela 
apropriação de lucros da companhia. Essas reservas podem ser constituídas por 
imposição legal (reserva legal), por determinação estatutária (reservas 
estatutárias) e por propostas aprovadas pelos proprietários – sócios e acionistas – 
com finalidades específicas (reservas para contingências, reservas para expansão, 
etc.) 
 
§ 5º . As Ações em tesouraria deverão ser destacadas no balanço como dedução da 
conta do patrimônio líquido que registrar a origem dos recursos aplicados na sua aquisição. 
 
Lucros ou prejuízos Acumulados: os lucros ou prejuízos do exercício são 
transferidos para a conta Lucros (Prejuízos) Acumulados e aí permanecem até a destinação do 
lucro ou amortização do prejuízo. Nas sociedades por ações os lucros precisam, 
obrigatoriamente, ser totalmente destinados para reservas de lucros ou dividendos. 
 
Estrutura Legal do Balanço Patrimonial - (Art. 178, lei 6.404/76) 
 
 
 
 
AATTIIVVOO PPAASSSSIIVVOO 
Ativo Circulante (AC) 
 
Ativo Não Circulante (ANC) 
 Ativo Realizável a Longo Prazo (ARLP) 
 Investimentos 
 Imobilizado 
 Intangível 
 Diferido * 
 
* Baixa ou tratamento especial até a extinção- 
Lei 11.941/09 
 Passivo Circulante (PC) 
 Passivo Não Circulante (PNC) 
 Exigível a Longo Prazo (PELP) 
 Receita diferida 
 (-) Custo com a receita diferida 
 Patrimônio Líquido 
 Capital Social 
 Reservas de Capital 
 Ajuste de Avaliação Patrimonial 
 Reservas de Lucros 
 Lucros (ou Prejuízos) Acumulados 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A estrutura legal do Balanço Patrimonial leva em consideração a seguinte disposição 
das contas de ATIVO e PASSIVO, seguindo a metodologia de Marion (2005). 
 
As contas do Ativo são agrupadas de acordo com sua rapidez de conversão em 
dinheiro: de acordo com seu grau de liquidez, ou seja, a capacidade de se transformar em 
dinheiro mais rapidamente. 
 
Aplicações de Capital 
(Bens e Direitos) 
Origem do Capital 
(Obrigações) 
Passivo 
Exigível 
Capital de 
Terceiros 
Passivo não 
Exigível 
Capital 
Próprio 
Ordem Decrescente de 
Liquidez 
Ordem Decrescente de 
Exigibilidade 
Disposição das Contas 
 
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9 
Em primeiro lugar agrupam-se as contas que já são dinheiro (caixa, bancos, etc) com 
as que se converterão em dinheiro rapidamente (Títulos a receber, Estoquesetc). A este grupo 
de contas denominamos então ATIVO CIRCULANTE. É um grupo com ELEVADO GRAU 
DE LIQUIDEZ. 
 
Em segundo lugar, serão agrupadas as contas que se transformarão em dinheiro mais 
lentamente. São os ativos de menor grau de liquidez (valores a receber, mas que levam muito 
tempo para serem recebidos). A esse grupo chamamos de ATIVO REALIZÁVEL A 
LONGO PRAZO. 
 
Em terceiro lugar, serão agrupados os itens que, dificilmente serão transformados em 
dinheiro, que normalmente não são vendidos, mas são utilizados como meio de consecução 
dos objetivos operacionais da empresa. Poderíamos dizer que, praticamente, são itens com 
POUQUÍSSIMA LIQUIDEZ. Outra característica desse grupo é que são itens utilizados pela 
empresa por vários anos - vida útil longa (prédios, máquinas etc). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
As contas do Passivo e Patrimônio Líquido são agrupadas de acordo com seu 
vencimento, isto é, aquelas a serem liquidadas mais rapidamente serão destacadas daquelas a 
serem pagas num prazo mais longo. 
 
Em primeiro lugar, agruparemos as contas que serão pagas mais rapidamente (salários 
a pagar, impostos etc). Esse grupo é chamado de PASSIVO CIRCULANTE. 
 
Em segundo lugar, as contas que serão pagas num prazo mais longo (Financiamentos 
etc). Esse grupo é chamado de PASSIVO NÃO CIRCULANTE. 
 
Em terceiro lugar, as contas que, praticamente, não serão pagas. São as obrigações 
com os proprietários da empresa, as obrigações não exigíveis. Esse grupo é chamado de 
PATRIMÔNIO LÍQUIDO. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Assim, verifica-se uma analogia em termos de grupos de contas entre o lado do 
ATIVO e do PASSIVO e PATRIMÔNIO LÍQUIDO: É O GRAU DE LIQUIDEZ 
DECRESCENTE. 
 
Conceitos Importantes: 
 
Liquidez: capacidade de se transformar em dinheiro, sendo que quanto maior for essa 
capacidade maior será a liquidez de um bem ou direito. 
 
Ordem decrescente de liquidez: no Balanço Patrimonial os bens e direitos do ativo são 
disposto da MAIOR capacidade de se transformar em dinheiro para a MENOR capacidade de 
se transformar em dinheiro. 
 
Conceitos Importantes: 
Exigibilidade: vencimento das obrigações, sendo que quanto mais rápido for o vencimento das 
obrigações mais acima no Balanço estas serão encontradas. 
 
Ordem decrescente de exigibilidade: no Balanço Patrimonial as obrigações do passivo e 
patrimônio líquido são dispostas da MAIOR exigência de pagamento para a MENOR exigência 
de pagamento. 
 
 
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10 
Seguindo esta analogia alguns autores costumam afirmar que no ativo as contas são 
dispostas em ordem decrescente de grau de liquidez e no passivo, em virtude dos valores 
serem exigíveis, as contas estão dispostas em ordem decrescente de grau de exigibilidade. 
 
GRAU DE LIQUIDEZ DECRESCENTE/GRAU 
DE EXIBIBILIDADE DECRESCENTE 
ATIVO PASSIVO E PL 
Rápida Circulante Circulante 
Lenta 
ANC-Realizável a LP 
 
PNC - Exigível a LP 
Não há (pouquíssima) 
ANC-Inv.Imob.Intangivel 
 
Patrimônio Líquido 
 
 
4.6 ESTUDO DETALHADO DOS GRUPOS DO BALANÇO E RESPECTIVAS 
CONTAS 
 
4.6.1 Definição de Ativo (A) 
 
Conforme definição do Professor Iudícibus em seu livro Teoria da Contabilidade (8ª 
edição, p. 139): “ativos são recursos controlados por uma entidade capazes de gerar, mediata 
ou imediatamente, fluxos de caixa”. 
 
 Conforme a NBC T 1: “Ativo é um recurso controlado pela entidade como resultado de 
eventos passados e do qual se espera que resultem futuros benefícios econômicos para a 
entidade; equivale à soma dos bens e direitos”. 
 
4.6.2 Ativo Circulante (AC) 
 
De acordo com a Lei nº 6.404/76 o Ativo Circulante é o primeiro grupo de contas do 
ATIVO constituindo-se naquele de maior liquidez. O Ativo Circulante, de acordo com 
Marion (2005) também pode ser chamado de: 
 
a) Capital de trabalho 
b) Capital de giro 
c) Ativo corrente 
d) Capital Circulante 
 
 O ativo circulante compõe-se dos seguintes subgrupos: 
 
 Disponível (Disponibilidades) 
 Direitos realizáveis no curto prazo (Créditos) 
 Estoques 
 Despesas do Exercício Seguinte (despesas antecipadas) 
 
4.6.2.1 Ativo Circulante – Disponibilidades ( Caixa e Equivalentes de Caixa) 
 
Neste subgrupo do Ativo Circulante da empresa encontram-se os recursos que esta 
possui para fazer frente a seus compromissos imediatos ou para qualquer outra aplicação 
relativa a sua atividade. 
 
 
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11 
Sua principal característica é a de serem "a vista", isto é, trata-se de dinheiro em mãos, 
ou de depósito bancário sacável a vista, ou de outras aplicações consideradas a vista. 
 
 Principais Contas: 
 
 Caixa: representa o dinheiro à disposição da empresa. Esse item pode incluir, 
também, cheques em mãos que ainda não foram depositados, porém com recebimento 
imediato. 
 
 Depósitos Bancários à Vista (Bancos Conta Movimento): são depósitos efetuados em 
conta bancária na qual a empresa pode, geralmente com cheque, movimentar livremente o 
dinheiro depositado. 
 
 Aplicações Financeiras: são aplicações de liquidez imediata, ou seja, aplicações em 
títulos para poucos dias, que podem ser vendidos (transformados em dinheiro) a qualquer 
momento. 
 
4.6.2.2 Ativo Circulante - Valores a receber a curto prazo 
 
Correspondem a valores a receber pela empresa no curso do exercício seguinte 
(próximos 12 meses). 
 
 Principais Contas: 
 
Duplicatas a receber (clientes): Compreende os valores a receber de clientes, 
decorrentes das vendas a prazo de mercadorias, produtos ou serviços efetuadas pela empresa 
decorrentes do curso de suas atividades normais, para os quais foram emitidas duplicatas. 
 
 Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa (conta redutora de Duplicatas a 
Receber): É constituída para cobrir as prováveis perdas decorrentes do não recebimento de 
Duplicatas a Receber. 
 
Cheques a compensar (clientes): compreende os valores a receber decorrentes das 
vendas a prazo de mercadorias, produtos ou serviços efetuadas pela empresa decorrentes do 
curso de suas atividades normais que estejam representados por cheques pré-datados. 
 
Títulos a receber: valores a receber das próprias contas normais a receber de clientes, 
as quais, quando vencidas e não pagas, são passíveis de renegociação mediante troca por 
Títulos a Receber (Notas Promissórias), com novos prazos de vencimentos, normalmente 
acrescidos de juros. Podem também ser oriundos de vendas não ligadas às operações normais 
da empresa, tais como vendas de investimentos ou bens do imobilizado como imóveis, 
equipamentos, veículos, etc. Outro tipo de operação aqui classificável é a de títulos a receber 
por empréstimo feito a terceiros (pessoas físicas ou jurídicas). 
 
Tendo em vista as diferentes origens dos valores constantes nos títulos a receber, 
poderão ser abertas subcontas de títulos a receber: Títulos a Receber - Renegociação Clientes; 
Títulos a Receber - Empréstimos a Terceiros; Títulos a receber - venda ativo permanente. 
 
Cheques em Cobrança: compreende os cheques devolvidos por insuficiência de 
fundos, bem como aqueles não disponíveis imediatamente por se referirem a praças distantes. 
 
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12 
 
Dividendos Propostos a Receber: registra os dividendos a que a empresa tenha 
direito, em função de participação em outras empresas, quando tais empresas já tenham 
registrado naDemonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados a parcela de Dividendos 
Propostos a distribuir. 
 
Bancos Conta Vinculada: são contas bancárias cujos saldos não estão imediatamente 
disponíveis para os pagamentos normais da empresa, estando sujeitos a restrições quanto à 
retirada ou a outras imposições. Há diversas situações que requerem de uma empresa a 
aplicação ou manutenção de recursos em depósitos vinculados em bancos, tais como: 
depósitos vinculados para liquidação de contratos de câmbio ou para liquidação de 
importações; depósitos vinculados à liquidação de empréstimos; depósitos vinculados à 
substituição ou reposição de garantias de empréstimos; depósitos bloqueados ou com restrição 
de movimentação por força de cláusula contratual de financiamento ou para obtenção de 
linhas especiais de crédito etc. 
 
 Juros a Receber: registra os juros a receber de terceiros relativos a diversas 
operações, tais como de empréstimos feitos a terceiros, juros das aplicações em títulos de 
emissão do governo e outras operações nas quais os juros não sejam agregados aos próprios 
títulos. 
 
 Adiantamentos a terceiros: registra o numerário entregue a terceiros, mas sem 
vinculação específica ao fornecimento de bens, produtos ou serviços contratuais pré-
determinados. É o caso da entrega de dinheiro na forma de conta corrente a ser saldada, ou 
pelo fornecimento de bens, produtos ou serviços, ou pela devolução. 
 
 Adiantamentos a funcionários: engloba as operações de créditos de funcionários por 
adiantamentos concedidos por conta de salários, por conta de despesas, empréstimos e outros. 
Ex: Adiantamentos para viagens, empréstimos a funcionários, antecipação do 13. Salário, 
antecipações de salários e ordenados etc. 
 
Tributos (Impostos) a Recuperar: refere-se aos valores a recuperar do ICMS e IPI, 
decorrentes de isenções fiscais ou da atividade de compra e venda da empresa. Pela própria 
sistemática fiscal desses impostos, mensalmente os débitos pelas vendas são compensados 
pelos créditos das compras, remanescendo um saldo a recolher ou a recuperar, de acordo com 
o volume de compras e vendas. Além desses dois impostos outros poderão apresentar saldos a 
recuperar dependendo do tipo de tributação da empresa: Imposto de Renda Retido na Fonte 
(IRRF); Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ); Programa de Integração Social (PIS), 
Contribuição para o fim social (COFINS) 
 
Aplicações Financeiras: Freqüentemente, por excesso de recursos monetários, por 
obter boas taxas remuneratórias, por obrigações contratuais ou por falta de opção de negócios, 
as empresas efetuam aplicações financeiras por prazos que variam desde um dia até alguns 
anos, embora raramente ultrapasse um ano. As aplicações de curtíssimo prazo devem ser 
englobadas às disponibilidades; entretanto, as de maior prazo devem constituir um item à 
parte do Ativo Circulante (ou Realizável a Longo Prazo, se for o caso). 
 
Outras Contas do Ativo Circulante: 
 
 
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13 
Existe uma infinidade de direitos, normal e individualmente de pequena monta, que 
podem surgir no Ativo Circulante de uma empresa além dos anteriormente mencionados, 
como decorrência de inumeráveis operações possíveis, como adiantamentos a fornecedores, 
verbas de propaganda a recuperar, valores a receber por vendas não operacionais, venda de 
imóveis, maquinismo, despesas antecipadas de seguros, assinaturas, aluguéis, etc. 
 
 O analista deve observar a relevância de cada uma dessas contas individualmente e 
decidir se vale a pena considera-las como um item isolado ou, então, agrupa-las com outras 
contas. 
 
Na prática, geralmente, as demais contas do Ativo Circulante, além das 
Disponibilidades, Duplicatas a Receber e Estoques, costumam ser agrupadas para efeito de 
análise. A não ser em casos especiais, nenhum item com menos de 5% do Ativo Circulante 
precisa ser destacado. Acima de 10% convém refletir sobre a necessidade ou não de destaca-
lo. Com mais de 20% certamente deverá ser destacado. Essa não é, contudo, uma regra fixa; é 
apenas uma sugestão geral que precisa ser analisada em cada caso. 
 
As chamadas Outras Contas do Ativo Circulante podem ser assim apresentadas, 
figurando no Subgrupo "Valores a Receber a curto Prazo: 
 
Diversas Contas a Receber: representativas de direitos a receber da sociedade 
provenientes de empréstimos a outras empresas, incentivos fiscais, vendas não 
relacionadas às operações da empresa, tais como venda de imóveis, maquinismos, 
investimentos ou outros bens. 
 
Contas Correntes: são direitos a receber da sociedade provenientes de empréstimo de 
numerário a acionistas, sócios, diretores, coligadas e controladas ou a terceiros, cuja 
recuperação ocorre com a devolução do dinheiro emprestado. 
 
Cauções: esta conta representa os diversos tipos de depósitos feitos pela empresa por 
contratos firmados com terceiros. A recuperação dos depósitos ocorre quando do 
término do contrato. 
 
Depósito Compulsório: abriga valores compulsoriamente depositados pela sociedade 
junto a órgãos oficiais (Banco Central ou Banco do Brasil), segundo disposição legal, 
como condição para a realização de importação. 
 
Importação em Andamento: compreende os desembolsos por conta de produtos ou 
matérias em processo de importação. 
 
Serviços em Andamento: refere-se aos serviços não faturados cuja execução se acha 
em andamento na data do balanço. 
 
Outros Créditos: este item destina-se a agrupar as contas do Ativo Circulante, cujos 
valores são irrelevantes, comparativamente às contas evidenciadas. 
 
4.6.2.3 Estoques 
 
Representam um dos ativos mais importantes do capital circulante e da posição 
financeira da maioria das companhias industriais e comerciais. A sua correta determinação no 
 
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14 
início e no fim do período contábil é essencial para uma apuração adequada do lucro líquido 
do exercício. Os estoques são bens adquiridos ou produzidos pela empresa com o objetivo de 
venda ou utilização própria no curso normal de suas atividades. 
 
Principais contas: 
 
Mercadorias para Revenda : compreende as mercadorias adquiridas para 
comercialização. Em mercadorias para revenda a empresa não realiza qualquer alteração em 
seu formato original de aquisição. 
 
Produtos Prontos (Acabados): essa conta é muito comum em fábricas. Representa os 
produtos cujo processo de fabricação foi concluído e já se encontram em condições de venda; 
 
Produtos em Elaboração: representa o valor do inventário de produtos que se acham 
em processo de fabricação na data de levantamento do balanço; compreende todos os custos 
aplicados nesses produtos (matéria-prima, mão-de-obra e gastos gerais) em determinado 
período e que ainda estão na fábrica; 
 
Matérias-primas: abriga os materiais mais importantes e essenciais que sofrem 
transformações no processo produtivo. 
 
Adiantamento a fornecedores: abriga os adiantamentos efetuados pela empresa a 
fornecedores, vinculados a compras específicas de materiais que serão incorporados aos 
estoques quando de seu efetivo recebimento. 
 
Provisão para Redução ao Valor de Mercado (conta redutora de estoques): tem 
por finalidade eliminar dos estoques a parcela dos custos que provavelmente não é 
recuperável. Tal conta prevê prováveis perdas resultantes de estragos, deterioração, 
obsoletismo, redução nos preços de venda ou de requisição do estoque. A constituição da 
Provisão para Redução ao valor de Mercado é baseada no princípio de avaliação de estoque:¨custo ou mercado, dos dois o menor”; segundo tal princípio as perdas devem ser 
reconhecidas no resultado do exercício em que ocorreram e não no exercício em que a 
mercadoria/produto é vendida, reposta ou transformada em sucata. Ao constituir a provisão 
para redução ao valor de mercado, a empresa credita essa conta e a contrapartida é lançada na 
demonstração do resultado, no grupo despesas operacionais. 
 
Provisão para perdas em estoques (conta redutora de estoques): destina-se a 
registrar as perdas conhecidas em estoques e calculadas por estimativa, relativas a estoques 
morosos ou obsoletos e, mesmo, para dar cobertura a diferenças físicas, quando tais perdas 
não puderem ser baixadas das próprias contas, pelo fato de não estarem identificados os itens 
específicos e por constituírem estimativas. A contrapartida será uma Despesa com provisão 
para perdas em estoques. 
 
Mercadorias em Trânsito: Compreende os bens comprados pela empresa que na data 
do balanço se acham em transporte, a caminho da empresa; 
 
Materiais de acondicionamento e embalagem: refere-se a todos os itens de estoque 
que se destinam à embalagem do produto ou a seu acondicionamento para remessa. 
 
 
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15 
 Materiais auxiliares: engloba os estoques de materiais, de menor importância, 
utilizados no processo industrial, sendo que tais itens podem ser apropriados diretamente ou 
não ao produto. 
 
Materiais de Manutenção e suprimentos gerais: registra os estoques de materiais de 
manutenção de máquinas, equipamentos, edifícios etc para uso em consertos, manutenções 
lubrificação, pintura etc. 
 
Almoxarifado: a conta almoxarifado varia muito de uma empresa para a outra, em 
função de suas peculiaridades e necessidades. Todavia, engloba todos os itens de estoques de 
consumo geral, podendo incluir produtos de alimentação do pessoal, materiais de escritório, 
peças em geral e uma variedade de itens. 
 
4.6.2.4 Despesas do Exercício Seguinte /Antecipadas 
 
Esses ativos representam pagamentos antecipados, cujos benefícios ou prestação de 
serviço à empresa se farão durante o exercício seguinte. 
 
Principais contas: 
 
Prêmios de Seguros a apropriar (ou pagos antecipadamente): registra a parcela 
dos seguros já contratados e/ou pagos que refere-se ao exercício subsequente. 
 
Assinaturas e anuidades a apropriar (ou pagas antecipadamente): registra a 
parcela de valores contratados e/ou pagos de assinaturas e anuidades que refere-se ao 
exercício seguinte. 
 
Aluguéis pagos antecipadamente: refere-se aos valores de aluguéis pagos 
antecipadamente pela empresa. 
 
 Encargos financeiros a apropriar: essa conta deverá incluir os encargos financeiros 
com os descontos de duplicatas que devem ser apropriados aos resultados em quotas mensais, 
em função da transcorrência do prazo. Os demais encargos financeiros prefixados (por 
exemplo os derivados de empréstimos) devem ser classificados no Balanço como redução do 
passivo correspondente. 
 
Comissões pagas antecipadamente: algumas empresas, por força de contrato ou para 
estimular as vendas, antecipam as comissões de venda para seus vendedores, representantes e 
agentes comerciais. 
 
Outros exemplos de despesas pagas antecipadamente: passagens aéreas, serviços de 
manutenção de informática, serviços de alimentação, etc. 
 
4.6.3 Ativo Não Circulante (ANC) 
 
O Ativo Não Circulante é um grupo novo criado pela MP 449/2008, transformada na 
Lei 11.941/2009, que reuniu o Realizável a Longo Prazo e o Ativo Permanente. 
 
4.6.3.1 Ativo Realizável a Longo Prazo (ARLP) 
 
 
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16 
O Realizável a Longo Prazo compreende teoricamente as mesmas contas do Ativo 
Circulante (com exceção das Disponibilidades) cujo prazo de realização seja superior a um 
ano ou ao ciclo operacional se este for superior a um ano. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4.6.3.1.1 Ajuste a Valor Presente (de créditos de longo prazo): a Lei 6.404/76, 
alterada pela Lei 11.638/07, introduziu o conceito de contabilizar ativos e passivos pelo valor 
presente. 
“Art. 183, inciso VIII – os elementos do ativo decorrentes de operações de longo prazo 
serão ajustados a valor presente, sendo os demais (CP) ajustados quando houver efeito 
relevante” (incluído pela Lei 11.638/07) 
 
4.6.3.2 Ativo Investimentos 
 
 São aplicações relativamente permanentes, com propensão a produzir renda para a 
empresa. São participações voluntárias ou incentivadas, em empresas e direitos de 
propriedade, não enquadráveis no Ativo Circulante, nem no Realizável a Longo Prazo, nem 
mesmo no Imobilizado, pois não se destinam à atividade operacional da empresa. 
 
Conforme Montoto (2011), “No Ativo Investimentos devem ser classificadas as contas que 
representam aplicações de recursos em bens tangíveis e intangíveis não usadas nas atividades 
da empresa e por aplicações de recursos em participações societárias permanentes”. 
 
Principais Contas: 
 
Participações Permanentes em outras Sociedades: aplicações de recursos de modo 
permanente, em quotas de capital ou ações de outras sociedades. O significado de 
permanente está associado a investimento, que possui motivação estratégica. 
Participações societárias permanentes estratégicas ocorrem quando uma empresa 
deseja participar do capital de outra porque esta é um fornecedor importante ou estratégico no 
seu negócio. A empresa que recebe o investimento é chamada de investida. 
 
Propriedades para investimento: são basicamente terrenos ou edifícios para 
obtenção de renda ou apenas valorização. 
 
Muito Importante: uma exceção 
As contas correntes com empresas ligadas (coligadas, controladas), acionistas e 
diretores, provenientes de créditos não decorrentes de transações comerciais, 
devem figurar no Realizável a Longo Prazo, mesmo que se preveja recebimento 
com prazo inferior a 360 dias, porque, sendo créditos junto a pessoas ligadas, nada 
garante que a empresa credora faça esforço para recebê-los como faria se fosse 
contra terceiros. 
Por isso a Lei da S.A., numa autêntica posição de quem analisa balanços, 
determinou que fossem os referidos créditos lançados no Realizável a Longo Prazo. 
 
 
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17 
Outros Investimentos Permanentes: são representados por diversos tipos de 
investimentos, sempre desvinculados da atividade principal da empresa. Exemplos: obras de 
arte, marcas e direitos em geral. 
 
Contas Retificadoras do Ativo Investimentos 
 
 Provisão para Perdas: tem por finalidade eliminar das contas do grupo de 
investimentos a parcela que provavelmente não será recuperada pela empresa, ou as possíveis 
perdas de caráter permanente. Essa provisão se refere aos investimentos não avaliados por 
equivalência patrimonial, já que estes últimos são anualmente atualizados com base no 
Patrimônio Líquido da outra empresa. 
 
As provisões para perda apropriadas no ativo permanente refletem no resultado através 
de uma conta de despesa denominada Perdas em Investimentos. 
 
Ajuste ao Valor Recuperável: sempre que for percebida uma variação no valor 
recuperável de um investimento, ele deverá ser ajustado ao seu valor recuperável 
contabilizando uma perda que pode ou não ser definitiva. A determinação do valor 
recuperável de um investimento em participação societária é obtido comparando o valor de 
alienação (venda) do investimento com o fluxo de caixa gerado por este.(CPC 01) 
 
4.6.3.3 Ativo Imobilizado 
 
Correspondem aos direitos que tenham por objeto bens corpóreos destinados à 
manutenção das atividades da entidade ou exercidos com essa finalidade, inclusive os 
decorrentes de operações que transfiram a ela os benefícios, os riscos e o controle desses bens. 
(redação dada pela Lei 11.638/07) 
 
Observação: Bens corpóreos decorrentes de operações que transfiram à companhia seus benefícios, 
riscos e controle são aqueles que formalmente não são da empresa, mas que o são em sua essência. O 
exemplo clássico é a aquisição de um bem por meio do leasing, o bem fica em nome da instituição 
financeira mas na verdade é do contratante do financiamento. 
 
Imobilizado são ativos tangíveis que: 
a) são mantidos para uso na produção ou fornecimento de bens ou serviços, para aluguel a 
terceiros ou para fins administrativos. 
b) se espera sejam utilizados durante mais de um período (exercício). 
 
E, apenas será reconhecido se: 
a) for provável que futuros benefícios econômicos associados ao item fluirão para a entidade. 
b) o custo do item puder ser mensurado de maneira confiável. 
 
Dizemos que é de natureza relativamente permanente porque praticamente nenhum 
bem (exceto terrenos) possui vida ilimitada dentro da empresa, sofrendo desgaste com o uso 
e, com o passar do tempo, obsolescência. Isso tanto é verdade que a própria lei reconhece e 
autoriza as empresas a contabilizarem tais desgastes através dos encargos de depreciação. 
 
 As principais contas componentes do Imobilizado são: 
 
Terrenos: esta rubrica compreende os investimentos efetuados pela empresa na 
aquisição de terrenos, incluindo os gastos legais com escritura e registros. Apenas os terrenos 
 
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18 
utilizados nas operações da empresa devem estar aqui compreendidos. Os terrenos relativos a 
construções em andamento devem estar classificados em “Obras em Andamento”, enquanto 
eventuais terrenos adquiridos para especulação, para aluguel ou expansão remota devem ser 
classificados em investimentos. 
 
Construções: incluem-se aqui todos os custos incorridos pela empresa na construção 
de edifícios utilizados nas operações da empresa, tanto industriais como de administração e 
vendas. No caso de imóveis adquiridos, esta rubrica poderá ser substituída pela conta 
intitulada de “Imóveis” ou “Edificações”. 
 
Instalações: devem ser registrados como instalações todos os gastos necessários ao 
funcionamento da empresa despendidos na instalação de divisórias, estantes, prateleiras, bem 
como as instalações especiais elétricas e hidráulicas requeridas para melhor funcionamento ou 
por condições especiais das operações da empresa. Quando os gastos de instalações se 
confundirem com o próprio equipamento instalado, deverão fazer parte do custo de 
equipamento; porém, quando for possível identificar a própria instalação em si, com vida útil 
autônoma, os custos integrarão a rubrica instalações. 
 
Máquinas, aparelhos e Equipamentos: são aqui incluídos os custos havidos na 
aquisição e instalação de máquinas, aparelhos e equipamentos, ou seja, todos os custos além 
do preço pagos a fornecedores, como impostos, transportes, preparação para instalação etc. 
No caso, por exemplo, da instalação de um equipamento de pintura, poderá ser necessária 
uma instalação elétrica especial devido à voltagem requerida pelo equipamento de pintura. O 
custo dessa instalação será incorporado ao do equipamento. A Empresa poderá ter ainda 
efetuado instalações antipoluente e contra incêndio, as quais constituirão um item à parte 
dentro da rubrica instalações. 
 
Móveis e Utensílios: esta conta registra todos os bens representados por mesas e 
cadeiras, máquinas de escrever e calcular, arquivos, armários, etc. 
 
Veículos: registra-se aqui o custo de aquisição de veículos de transporte externos à 
empresa, tanto utilizados pela administração, como por vendas e pela produção. 
Empilhadeiras, vagões, carrinhos, etc. utilizados internamente fazem parte de 
“Equipamentos”. 
 
Obras em Andamento: são compreendidos por este item os custos incorridos pela 
empresa na construção de unidades fabris, comerciais e administrativas, incluindo custo de 
construção, importação em andamento, adiantamentos a fornecedores e prestadores de 
serviços, bem como almoxarifado de materiais a serem utilizados. 
 
 O custo dos bens levados para o Imobilizado compreende todos os gastos necessários 
para ter os bens em funcionamento na empresa. Por exemplo, o custo de uma prensa será, 
além daquele constante da nota fiscal, o custo de transporte e instalação no local, até o seu 
funcionamento. Não se integram nesses custos, porém, os custos financeiros. 
 
 Salienta-se ainda que dada as particularidades de cada empresa, há diferenças entre as 
contas que podem surgir em seus ativos imobilizados, de maneira que em cada caso o 
contador deve eleger o conjunto de contas que melhor reflita a realidade daquela empresa. 
 
4.6.3.4 Ativo Intangível 
 
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 Nas definições do CPC 04, bem intangível é um ativo não monetário identificável sem 
substância física. 
 
 “No Intangível consideramos os direitos que tenham por objeto bens incorpóreos 
destinados à manutenção da companhia ou exercidos com essa finalidade, inclusive o fundo 
de comércio adquirido”. (incluído pela Lei n. 11.638/07) 
 
As principais contas componentes do Intangível são: 
 
Marcas: podem ser próprias ou adquiridas de terceiros. Os valores relativos a marcas 
próprias são sempre muito pequenos, uma vez que só podem ser lançados nesta conta os 
valores gastos no efetivo registro e criação da marca, entre outros valores correlatos. O valor 
de uma marca própria é função de pesados investimentos em publicidade e propaganda, 
entretanto, esses gastos devem ser lançados como despesas. 
 
Patentes, fórmulas e outros direitos de propriedade industrial: o procedimento é muito 
similar às marcas. Quanto a patentes próprias, só é possível contabilizar gastos da fase de 
desenvolvimento. Os gastos da fase de pesquisa devem ser considerados como despesa. 
Quanto a patentes adquiridas, deve-se contabilizar o valor efetivamente desembolsado na 
aquisição. 
 
Softwares: os softwares adquiridos por meio de licenças ou desenvolvidos internamente na 
empresa podem ser classificados no Intangível se puderem ser identificados e vendidos em 
separado da empresa ou proporcionarem benefícios econômicos futuros. Um exemplo seria 
um sistema de gestão padrão fornecido por empresas especializadas. Caso a empresa não 
queira mais utilizá-los, pode até vendê-los a outra empresa do mesmo grupo ou a terceiros. 
Software desenvolvidos internamente na empresa como parte de um sistema adquirido ou 
mesmo completamente desenvolvido podem ser considerados um Ativo Intangível, se 
atenderem aos requisitos de: 
 
a) identificação como um ativo que irá gerar benefícios futuros; e 
b) determinar, com segurança, seu custo. 
 
Obs: os benefícios econômicos futuros com o desenvolvimento interno de um aplicativo para 
a folha de pagamentos ou qualquer outro sistema isolado e particular são de muito difícil 
comprovação, embora os custos sejam possíveis de determinar com segurança. Os gastos 
deste tipo devem ser lançados como despesa do período. 
 
Licenças e Franquias: quando uma empresa aplica recursos para obter licenças ou 
franquias de terceiros, esses gastos são de fácil mensuração e os benefícios também, uma vez 
que a empresarealiza esses investimentos esperando determinado resultado. 
Licenças se referem a software, mas também podem se referir a tecnologia para produzir um 
produto no Brasil. Franquias se referem aos valores gastos como pagamento a direitos de 
exploração de uma marca de terceiros. 
 
Direitos Autorais: se a empresa pagar por conteúdo escrito ou sob a forma de áudio ou 
vídeo para fins de exploração por determinado período, esses valores devem ser classificados 
no intangível. Normalmente esses direitos não requerem nenhum desembolso e, nesse caso, 
não há o que ser contabilizado no intangível. Uma editora que tenha o direito para publicação 
 
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20 
de um livro não é detentora dos direitos sobre esse livro, mas apenas está autorizada a 
publicá-lo. 
 
Ativos Intangíveis em Desenvolvimento: classificam-se nesse conjunto de contas todos os 
gastos que puderem ser determinados com segurança e que permitam levantar os benefícios 
econômicos futuros que possam vir a ser gerados por esses ativos intangíveis. Exemplo: 
software interno, se não conseguir comprovar os benefícios econômicos, contabiliza como 
despesa. 
 
Concessões Públicas: referem-se por exemplo, a aplicação de recursos nos leilões de 
concessões de telefonia fixa e celular, concessões de estradas, etc. 
Uma empresa se quer operar telefonia celular em um município brasileiro tem que adquirir 
licença de uma empresa existente ou participar de uma licitação pública, quando esta ocorrer. 
No caso de uma licitação, a empresa vencedora desembolsará um valor em dinheiro somente 
pela autorização pública de operar serviços de telefonia naquele município. A partir da 
obtenção dessa licença, a empresa terá que instalar todos os equipamentos necessários para 
construir uma rede de telecomunicações que seja capaz de oferecer os serviços de telefonia 
celular naquele município. 
A amortização do investimento para obtenção da concessão deve ser feita pelo prazo de 
concessão que consta na licitação pública. 
 
Direitos sobre Recursos Florestais: são os direitos de exploração de florestas de terceiros. 
 
Direitos sobre Recursos Minerais: dependendo da natureza pode ser Tangível ou 
Intangível. 
 
Contas retificadoras do Ativo Imobilizado/Intangível: Depreciação, Amortização, 
Exaustão 
 
 O custo dos ativos deve ser alocado aos exercícios sociais (período) beneficiados pelo 
seu uso no decorrer de sua vida útil, e a contabilização deve corresponder ao desgaste efetivo 
pelo uso ou perda de sua utilidade, mesmo que por ação da natureza ou obsolescência. 
 
A esse respeito a Lei n. 6.404/76, art. 183, § 2º estabelece: 
§ 2° A diminuição do valor dos elementos dos ativos imobilizado e intangível será registrada 
periodicamente nas contas de: (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009) 
a) depreciação, quando corresponder à perda do valor dos direitos que têm por objeto bens 
físicos sujeitos a desgaste ou perda de utilidade por uso, ação da natureza ou obsolescência; 
b) amortização, quando corresponder à perda do valor do capital aplicado na aquisição de 
direitos da propriedade industrial ou comercial e quaisquer outros com existência ou exercício 
de duração limitada, ou cujo objeto sejam bens de utilização por prazo legal ou 
contratualmente limitado; 
c) exaustão, quando corresponder à perda do valor, decorrente da sua exploração, de direitos 
cujo objeto sejam recursos minerais ou florestais, ou bens aplicados nessa exploração. 
 
 Tal valor deve ser reduzido do valor original dos bens em uma conta chamada 
Depreciação Acumulada, Amortização Acumulada ou Exaustão Acumulada. Importante 
 
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destacar que, dentre os bens tangíveis constantes no imobilizado, o único que não sofre 
depreciação é terrenos. 
 
Ex. depreciação: A empresa adquiriu uma máquina para uso nas suas atividades 
industriais em 1 de janeiro de 2003 no valor de R$ 100.000,00. No decorrer do ano esta 
máquina sofreu desgastes pelo uso. Como contabilizar este gasto de capital? Considerando 
que a máquina deprecie 10% ao ano, o valor do desgaste seria de R$ 10.000,0 o qual deve 
aparecer contabilizado em uma conta redutora da conta Máquinas denominada Depreciação 
Acumulada. 
 
Ativo Não Circulante 
 Imobilizado 
 Máquinas................................................100.0000,00 
 Depreciação acumulada máquinas........ (10.000,00) 
 
Ex. Amortização: A empresa adquiriu o direito de explorar uma determinada marca 
pelo período de 25 anos pelo valor de R$ 50.000,00. Assim, a cada ano que passa utiliza R$ 
2.000,00 desse direito, o qual deve ser registrado em conta de amortização acumulada. 
 
Ativo Não Circulante 
 Intangível 
 Marcas................................................ 50.0000,00 
 Amortização acumulada..................... (2.000,00) 
 
 Ex. exaustão: A empresa possui a concessão para exploração de recursos florestais 
referentes plantação de eucaliptos para utilização. Vamos considerar que: 
 
a) o custo de aquisição da concessão foi de R$ 360.0000; 
b) a quantidade total foi de 300 hectares de floresta com eucaliptos plantados; 
c) A extração ano giro em torno de 75 hectares de floresta; 
d) Taxa de exaustão do ano = 75/300 = 25% 
e) Exaustão do ano = 360.000,00 x 25% = 90.000,00 
 
 
Ativo Não Circulante 
 Imobilizado 
 Recursos Florestais................................................ 360.0000,00 
 Exaustão acumulada................................................ (90.000,00) 
 
Importante mencionar que toda vez que um bem/direito é depreciado, amortizado ou 
exaurido, enquanto no ATIVO figura uma conta retificadora chamada Depreciação 
Acumulada/Amortização acumulada/Exaustão Acumulada, na Despesa cria-se uma outra 
conta para contabilizar este encargo como redutor do resultado da empresa denominada 
Depreciação/Amortização/Exaustão. 
 
Redução ao Valor Recuperável: a Lei n. 6.404/76, em seu art. 183, determina que os 
valores aplicados no Imobilizado e no Intangível devem ter revisão periódica sobre a 
Recuperação do valor investido nesses ativos. 
 
 
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O CPC 01 (correlação com a NBC TG 01) em seu item 8, diz: a entidade deve avaliar, no 
mínimo ao fim de cada exercício social, se há alguma indicação de que um ativo possa ter 
sofrido desvalorização. Se houver alguma indicação, a entidade deve estimar o valor 
recuperável do ativo.” 
 
 
4.6.4 Definição de Passivo (P) 
 
Montoto (2011) define: “Um passivo é uma obrigação presente, cuja origem é um fato 
gerador ocorrido no passado ou presente e que acarretará, em favor de um terceiro, a 
transferência, no futuro, de um ativo da empresa, normalmente, disponibilidades em dinheiro, 
prestação de serviço ou, ainda, substituição de um passivo por outro com prazo e condições 
apropriadas.” 
 
Conforme a NBC TG – Estrutura Conceitual – “Passivo é uma obrigação presente da 
entidade, derivada de eventos já ocorridos, cuja liquidação se espera que resulte em saída de 
recursos capazes de gerar benefícios econômicos.” 
 
4.6.5 Passivo Circulante 
 
 Compreende todas as obrigações da empresa vencíveis no prazo de um ano ou, se o 
ciclo operacional for maior que um ano, as obrigações vencíveis no prazo do ciclo 
operacional. Essas obrigações devem ser tanto as conhecidas (por exemplo, duplicatas a 
pagar, promissórias a pagar, salários a pagar) como as calculáveis com precisão, tais comovariações cambiais e juros, quanto as calculáveis apenas aproximadamente, como provisões 
para férias e 13º salário dos empregados. 
 
 Principais Contas: 
 
Fornecedores: esta conta se origina das operações de compra a prazo, no mercado 
nacional ou no exterior, de matérias-primas a serem usadas no processo produtivo, 
mercadorias destinadas a revenda ou de insumos, outros materiais e serviços. Tais 
compras são adquiridas pela empresa no mercado nacional ou no exterior, sendo 
representadas por duplicatas a pagar na data do balanço. 
Duplicatas a Pagar: esta é uma classificação genérica. Qualquer tipo de débito de 
mercadoria ou serviços que a empresa possa ter comprado com prazo para pagamento 
pode se encaixar nesta conta. 
 
Tributos a Pagar/Recolher: compreende as obrigações relativas a impostos, taxas e 
contribuições. Pode aparecer destacada ou englobadamente nos balanços. 
 
 Nota: recomenda-se usar a expressão a “pagar” para aqueles tributos em que a 
empresa é o contribuinte, e a expressão “a recolher” quando atua como agente arrecadador, 
como por exemplo, Imposto de Renda Retido na fonte (IRRF). 
 
Salários e Encargos Sociais a pagar: refere-se às obrigações da empresa junto a seus 
empregados, bem como aos agentes arrecadadores de contribuições sociais, como 
INSS e CEF (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço). Devem figurar aqui tanto as 
obrigações conhecidas como aquelas previsíveis e calculáveis na data do balanço. 
 
 
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Empréstimo e Financiamentos de Instituições Financeiras: compreendem os 
recursos obtidos pela empresa junto a instituições financeiras do país para 
financiamento das imobilizações ou do giro dos negócios. Essas obrigações são 
contraídas mediante contratos que fixam o valor total, forma e época de liberação das 
parcelas, finalidade dos recursos, cláusulas de pagamento e que especificam também 
os juros, a forma de correção, etc. Recomenda-se utilizar a expressão empréstimos 
para aqueles recursos tomados para livre aplicação pela empresa, onde normalmente as 
garantias são representadas por duplicatas entregues em caução e cobrança. A 
expressão financiamentos seria usada para os recursos destinados especificamente a 
financiar determinados bens, como máquinas, equipamentos, construções, que servirão 
de garantia para a instituição financeira. É comum neste caso os recursos serem 
creditados diretamente ao fornecedor dos bens. 
 
Duplicatas Descontadas: Indica desconto antecipado das Duplicatas a Receber em 
estabelecimentos bancários. O banco compra a vista as duplicatas, “descontando” no 
ato as despesas bancárias e os juros a que tem direito pelo período que transcorrerá 
entre a data do desconto e a data do vencimento das duplicatas. 
 
Outras Contas de Passivo Circulante: a regra com relação ao Passivo Circulante é 
semelhante à do Ativo Circulante, no que se refere a outras contas: pequenos valores 
podem ser agrupados, enquanto as contas mais significativas devem ser 
individualizadas. Valem para o Passivo Circulante os mesmos percentuais e 
observações feitas para as “Outras Contas do Ativo Circulante”. As contas mais 
encontradas, sob esse grupo, no Passivo Circulante são: 
 
- Adiantamentos de clientes: representam os valores recebidos pela empresa 
por conta de futura entrega de bens ou serviços. 
- Contas a Pagar: representativas das obrigações da empresa surgidas em 
função de aquisição de utilidade e serviços, como energia, água, telefone, 
propaganda, honorários profissionais de terceiros, aluguéis, etc. 
- Contas Correntes: são as obrigações da sociedade, provenientes de 
transações habituais com terceiros em geral, prestadores de serviços ou 
provenientes de empréstimos tomados junto a diretores e sócios. 
- Dividendos, Gratificações e Participações: refere-se às participações nos 
lucros destinados a empregados, administradores e partes beneficiárias 
previstas no estatuto social. 
- Empréstimo em Moeda Estrangeira: refere-se às obrigações da empresa 
junto a instituições financeiras do exterior, cujos recursos obtidos foram 
destinados ao financiamento das imobilizações ou do capital de giro. 
- Empréstimos Exterior Coligadas/Matriz: conta representativa das 
obrigações da sociedade junto a coligada situada no exterior, proveniente de 
empréstimos de numerário. 
- Imóveis a Pagar: refere-se às obrigações da empresa, provenientes de 
aquisição de bens imóveis, financiados pelos próprios vendedores de tais bens. 
- Títulos a Pagar: são obrigações resultantes de financiamentos obtidos junto a 
pessoas físicas ou outras empresas que não sejam instituições financeiras. 
- Empresas Coligadas/Controladas: representativas das obrigações da 
sociedade junto a empresas coligadas, sediadas no país, provenientes de 
empréstimos de numerário, cujo resgate da dívida ocorre com a devolução do 
dinheiro emprestado. 
 
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- Outros Débitos: esse item destina-se a agrupar as contas do Passivo 
Circulante cujos valores são irrelevantes, comparativamente com as demais 
evidenciadas, bem como as contas que não precisam ser evidenciadas com 
títulos específicos. 
 
4.6.6 Passivo Exigível a Longo Prazo 
 
 O Exigível a Longo Prazo compreende as obrigações da empresa vencíveis em prazo 
superior a um ano ou superior ao ciclo operacional da empresa. Normalmente, os créditos 
superiores a um ano ocorrem por contratos firmados pela empresa com instituições 
financeiras, como Bancos de Investimentos ou de Desenvolvimento. Excepcionalmente, 
podem surgir créditos de longo prazo decorrentes de negociações com fornecedores ou de 
parcelamento de dívidas junto ao Governo. 
 
 Principais Contas: 
 
Financiamentos de Instituições de Créditos (sob diversas modalidades). 
Adiantamentos (idem Passivo Circulante). 
Contas a Pagar. 
Contas Correntes. 
Empresas Coligadas/Controladas. 
Títulos a Pagar. 
Ajuste a Valor Presente – conta redutora de CP (se relevante) e de LP. Em operação 
financiada, os fornecedores embutem normalmente os juros aos preços. O ajuste, na verdade, 
são os juros a transcorrer que são apropriados ao resultado como despesas financeira, com o 
passar do tempo e por competência. 
Receitas a Apropriar - receitas recebidas antecipadamente. 
 
 
4.6.7 Patrimônio Líquido 
 
Segundo Montoto (2011), “O Patrimônio Líquido, em sua origem, representa apenas 
o Capital dos sócios. À medida que a empresa opera com lucro, o valor do patrimônio 
líquido aumenta. Em contrapartida, quando há prejuízo o valor do patrimônio líquido 
diminui.” 
 
Existem diversas teorias que definem o Patrimônio Líquido. Destacamos duas: a do 
Proprietário e a da Entidade. 
 
Na teoria do Proprietário, os ativos pertencem a ele, assim como as obrigações. O 
patrimônio líquido é a riqueza líquida desse proprietário, calculado como a diferença entre o 
total do ativo e o total das obrigações. Essa é a realidade nas empresas de pequeno porte ou 
familiares. 
 
Na teoria da Entidade, base da Contabilidade Internacional, existe a nítida 
separação entre a propriedade da empresa e a propriedade particular de seus sócios. Tal 
separação é a espinha dorsal das sociedades anônimas, uma vez que a propriedade nada tem a 
ver com gestão; além disso, os proprietários têm suas personalidades absolutamente 
desvinculadas da personalidade jurídica da empresa (Entidade). 
 
 
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“ A essência da teoria da entidadeé que credores, bem como 
acionistas, contribuem com recursos para a firma, e a empresa existe 
como entidade separada e distinta desses dois grupos. Os ativos 
pertencem à firma e não aos proprietários. A receita é recebida 
tornando-se propriedade da entidade, e as despesas incorridas são 
obrigações da entidade. Qualquer lucro pertence à entidade e é 
apropriado aos acionistas apenas quando o dividendo é declarado.” 
(RIBEIRO FILHO, et. al. 2009 P. 122) 
 
O Patrimônio Líquido representa o capital próprio da empresa sendo composto pelos 
recursos dos acionistas/sócios/proprietários formados por Capital – dinheiro ou bens – 
entregues à empresa, por lucros gerados pela empresa e por reservas que podem ser formadas 
por lucros. 
 
 Principais Contas 
 
Capital Social: compreende (l) os recursos iniciais conferidos pelos acionistas/sócios 
à empresa: (2) os aportes posteriores de capital efetuados, ambos sob a forma de 
dinheiro ou bens; (3) os aumentos por transferências das contas de Reservas e Lucros 
Acumulados. O valor do Capital que deve constar no Patrimônio Líquido é o 
Resultado, ou seja, o total efetivamente integralizado pelos proprietários. Dessa forma, 
se existir parcela do capital não integralizada pelos proprietários, a empresa 
apresentará a conta de Capital Social Subscrito e a conta devedora de Capital a 
integralizar, sendo que o líquido entre ambas representa o capital realizado. 
 
Reservas de Capital: refere-se a acréscimos patrimoniais que não transitaram pelo 
resultado como receitas. São classificadas como reservas de capital as seguintes 
contas: 
 
 
- Correção Monetária do Capital: item que registra o resultado da correção 
monetária do capital realizado enquanto não capitalizado. 
- Ágio na Emissão de Ações: refere-se ao valor excedente do preço pago 
pelos acionistas à sociedade, quando da subscrição de ações, em relação ao 
valor nominal . Caso a companhia adote o critério de ação sem valor 
nominal, a contribuição do subscritor que ultrapassar o preço de emissão 
será considerada, também, reserva de capital. 
- Alienação de Partes Beneficiárias: são títulos emitidos pela empresa para 
beneficiar pessoas que prestaram serviços reconhecidamente importantes 
na vida da sociedade. São títulos de crédito sem valor nominal emitidos 
exclusivamente por companhia sociedade anônima de capital fechado, que 
dão direito aos seus titulares à participação nos resultados de até dez por 
cento do lucro líquido da empresa. Esses títulos podem ser vendidos por 
um valor negociado entre as empresas e os beneficiários. Somente nesse 
caso a alienação de partes beneficiárias significará a formação de reserva de 
capital. Caso esse título seja concedido sem valor, a informação sobre sua 
existência deverá constar das notas explicativas. 
- Alienação de Bônus de Subscrição: compreende o valor ganho pela 
sociedade; provém da venda de direito de subscrição. Esses títulos 
conferem aos adquirentes o direito de subscrever ações no próximo 
aumento do capital, sendo uma espécie de ágio pago antecipadamente. 
 
 
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 Ações em Tesouraria: quando um sócio vende suas ações para a própria empresa, 
essa recompra pode ser contabilizada de duas formas: proceder uma redução de capital, com a 
devolução dos recursos aos sócio, ou a empresa devolver o dinheiro ao sócio e ficar com a 
posse das próprias ações (ações em tesouraria). 
 
Ajuste de Avaliação Patrimonial: essa conta é utilizada para computar as diferenças 
positivas ou negativas de instrumentos financeiros que não têm suas variações de valor 
computadas no resultado 
 
Reserva de Lucros: são a parte dos lucros retidos ao final de cada exercício no 
Patrimônio Líquido, para finalidade específicas definidas pela Lei 6.404/76, conforme 
abaixo: 
- Reserva Legal: ao final de cada exercício a empresa deverá reservar o 
equivalente a 5% do lucro líquido. O saldo da reserva legal não poderá 
ultrapassar 20 % do capital social. Aplica-se somente às Sociedades 
Anônimas. 
- Reservas Estatutárias: são constituídas por determinação estatutária e 
absorvem, naturalmente, uma parcela dos lucros do exercício. Há várias 
modalidades de reservas estatutárias, entre as quais: 
- Reserva para Resgate ou Amortização de Ações. 
- Reserva para Resgate de Partes Beneficiárias. 
- Reserva para Expansão. 
- Reservas para Contingências: constituídas com a finalidade de 
compensar, em exercícios futuros, a diminuição do lucro decorrente de 
perda julgada provável. 
- Com a sua constituição está-se fortalecendo a posição da sociedade e evita 
a distribuição de dividendos quando se prevêem significativas quedas no 
lucro líquido. 
- Reservas de Lucros a Realizar: constituídas com o objetivo de reter na 
empresa a parcela de lucros ainda não realizada financeiramente, assim, 
evitar a distribuição de dividendos realizados a lucros existentes 
economicamente, mas financeiramente não realizados. Os lucros a realizar 
são provenientes de: 
- Saldo credor da conta de correção monetária. 
- Aumento do valor do investimento em coligadas e controladas. 
- Lucro em vendas a prazo realizável após o término do exercício seguinte. 
 
Lucros ou Prejuízos Acumulados: conta representativa do saldo restante dos lucros 
ou prejuízos após as destinações para reservas de lucros e dividendos distribuídos. 
Essa conta interliga o balanço à demonstração do resultado do exercício. 
 
Importante: A conta Lucros Acumulados foi extinta do Balanço Patrimonial 
publicado. Essa alteração ocorreu pela Lei n. 11.638/07 e foi ratificada pela Lei 
11.941/09, para as Sociedades Anônimas (S/A) . Os lucros devem ser destinados às 
respectivas reservas e distribuídos como dividendos. Portanto, no balanço de S/A. essa 
conta tem saldo zero (nem aparece no balanço publicado), ou tem prejuízo acumulado. 
 
Contas Retificadoras do Patrimônio Líquido: Capital a realizar/integralizar, ações em 
tesouraria/quotas liberadas 
 
 
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Capital a Realizar: refere-se à parcela de capital social subscrita pelos sócios, mas 
não paga à empresa. Por isso, deve ser deduzido do Capital Social. 
 
Prejuízos Acumulados: refere aos prejuízos gerados pela empresa que reduzem o 
valor do capital próprio. 
 
Ações em Tesouraria/Quotas Liberadas: são aquelas adquiridas pela própria 
empresa, tendo em vista: operações de resgate, reembolso ou amortização de 
ações/quotas; diminuição do capital. 
A operação de compra de ações/quotas pela própria companhia equivale a uma 
devolução de patrimônio líquido, motivo pelo qual a conta que a registra (ações em 
tesouraria/quotas liberadas) deve ser reduzida da conta do patrimônio que registra a 
origem dos recursos aplicados na sua aquisição. 
 
4.7 BALANÇO PATRIMONIAL: SITUAÇÃO FINANCEIRA X SITUAÇÃO 
ECONÔMICA 
 
Ao longo do estudo do Balanço Patrimonial deixou-se evidente que o mesmo 
evidencia a situação patrimonial (bens, direitos e obrigações) da empresa. Marion (2005) 
atribui ainda ao Balanço Patrimonial a função de indicador da SITUAÇÃO FINANCEIRA e 
da SITUAÇÃO ECONÔMICA DA ENTIDADE. 
 
Situação Financeira 
 
A situação financeira de uma entidade está relacionada com a sua capacidade de 
pagamento. Assim, o Balanço Patrimonial permite a comparação de quanto a empresa possui 
a receber no curto prazo e quanto possui a pagar no curto prazo, da mesma forma evidencia 
quanto a empresa possui a receber no longo prazo e quanto possui a pagar no longo prazo. 
Através da análise dessas relações entre direitos