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Filósofos da tradição.pdf

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Quem sao os filosofos da tradicao? 
Vamos abordar um pouco de Platão e começaremos a estudar Aristóteles. Já vimos a 
influência de Sócrates sobre o pensamento platônico, a alegoria da caverna, a dialética e 
sua ascensão. Agora, trataremos da reminiscência e da alma de Platão. Em Aristóteles 
veremos sua metafísica. 
 
Platão 
A teoria do conhecimento em Platão tem seu ponto alto na reminiscência. Talvez essa 
palavra não te diga muita coisa, mas você vai entender. Já sabemos que a realidade é 
dividia em duas esferas: mundo sensível e mundo inteligível. No primeiro todo 
conhecimento é limitado e ilusório, o homem é prisioneiro dos sentidos, que não podem 
revelar nenhuma verdade. Tudo que vemos nesse mundo é mímesis (cópia) do que 
realmente existe no mundo superior. No segundo as coisas existem não como matérias, 
mas em essência, como de fato são. É nele que se encontra a verdade. 
 
Quando falamos da alegoria da caverna, vimos que o filósofo deve governar a cidade 
porque ele é o único que saiu da caverna e viu a luz. Isso significa que de algum modo ele 
conseguiu transcender esse mundo transitório e contemplou a verdade, mas como ele 
alcançou isso? Aí entra a reminiscência platônica. Todo conhecimento já nasce conosco. 
Pasme, mas para Platão você já sabe tudo de trigonometria, por exemplo, tudo que é 
preciso é rememorar esse conhecimento que foi adquirido quando você esteve no Hades 
(mundo dos mortos). Ficou claro? A alma é eterna e sendo assim ela já viu toda verdade, 
mas quando nos degradamos e nos tornamos prisioneiros do corpo novamente, nos 
esquecemos de tudo que já sabemos. De esse modo, conhecer é rememorar. 
 
Ainda há outra teoria que não podemos ficar sem saber: a ética platônica. Já sabemos que 
para Platão a realidade inteligível é superior à sensível, sendo assim, é lógico que para ele 
a alma é superior ao corpo. Desse modo surge o dualismo psicofísico, que consiste na 
separação da alma em duas partes: 
 
Alma superior, alma intelectiva 
Alma inferior, a alma do corpo 
Essa última ainda possui duas variações: 
 
Alma irascível: impulsiva e rica em coragem, localizada no peito. 
Alma Apetitiva: destemperada e fonte dos desejos intensos, localizada no baixo ventre. 
O homem que deixa que sua alma inferior domine seu corpo é imprudente. A ética platônica 
consiste no domínio da alma intelectiva sobre o corpo. 
 
Aristóteles 
Esse é sem dúvida um dos homens mais encantadores de todos os tempos. Aristóteles é a 
cabeça que sustenta o ocidente. Dele veremos aqui somente a metafísica, mas procure 
conhecê-lo, pois ele falou de um tudo. 
 
Aristóteles é muito diferente de Platão, embora tenha sido seu discípulo. Nele, o 
conhecimento sensível e o conhecimento racional também são distintos, mas interligados. 
Ninguém pode começar conhecendo o racional, chegamos nele através dos sentidos. 
Entendeu? O conhecimento se dá através de abstrações, mas abstraímos através de um 
dado sensível e aí procuramos os conceitos universais. Para ele é a metafísica que fornece 
os objetos de estudo para todas as ciências, pois todas as distinções que fazemos que 
sejam generalizantes são metafísicas. Sei que parece loucura, mas vou tornar isso mais 
palatável. 
 
Para Aristóteles entender algo é entender como algo veio a ser, isso é o que chamamos de 
causa, mas vamos falar de outros conceitos primeiro e depois falaremos desse. 
Primeiramente vamos entender as noções de essência e acidente. Para ele cada ser que 
existe é uma substância, isto significa que não existem dois mundos, a ideia e a matéria 
formam a substancialidade. Esse conceito diz respeito àquilo que é em si mesmo. Mas ele 
pode receber atributos essenciais ou acidentais. 
 
Essência: é o que dá identidade à substância, de modo que, se lhe faltasse ela, não poderia 
ser ela mesma. 
Acidente: a substância pode ter ou não sem que sua identidade seja alterada por isso. 
Além das noções de essência e acidente, os conceitos de matéria e forma são 
indispensáveis ao pensamento aristotélico. Todo ser contém as duas realidades. 
 
Matéria: Princípio indeterminado que compõe o mundo. 
Forma: é o que faz que uma coisa seja o que é. É o que faz que os cachorros sejam 
cachorros mesmo pertencendo à raças diferentes. 
A forma é inteligível e faz com que todos que pertencem à mesma espécie sejam o que são, 
já a matéria é passividade e tende a realizar a forma e a potência. 
 
Aristóteles concilia em sua filosofia os pensamentos de Heráclito e Parmênides com as 
noções de ato e potência. 
 
Potência: é a capacidade de se tornar alguma coisa, mas para que a mudança ocorra é 
necessária a ação do ato. 
Ato é a essência da coisa (forma). 
Ficou claro? O homem, por exemplo, todos os seres humanos são identificados como 
pertencentes à mesma espécie pela forma que possuem. Um bebê é um adulto em 
potência, não é possível que ele se torne um passarinho, mas um homem adulto, pois a 
forma se impõe sobre a matéria.

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