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Relatório_SEMESTRE

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SEDAC- Studium Eclesiástico Dom Aquino Corrêa
Discente: Cleyton Queroz Stefanello		
Docente: Pe. Izaias Bernardo Monteiro da Silva
Disciplina: História da Filosofia Antiga.
Relatório das aulas de História da Filosofia 2016/1.
Relatório do dia: 03/02/2016.
	Na aula de hoje estudamos sobre o que é mito, mitologia, mito e religião e o mito atualmente, como ele está presente na nossa sociedade.
RESUMO
	Nas sociedades antigas a forma de explicação mais difundida era a mitologia, onde em tudo havia a presença e a vontade dos deuses, tudo era sacralizado. A mente humana é inquiridora, quer buscar as respostas para o que acontece ao seu redor. E a primeira tentativa de respostas era por meio dos deuses.
A função do mito era fornecer uma explicação simples para os acontecimentos e da existência humana. Do mito foram dadas as mais diversas interpretações dentre elas as principais são: mito-verdade e mito fábula. O mito-verdade pretende, por meio de fantasias, exprimir uma verdade, já o mito fábula é um discurso sem nenhuma pretensão de transmitir uma verdade, mas sim para entreter, fantasiar e imaginar. 
O mito foi muito importante, segundo pesquisas atuais, e exerceu três aspectos sociais diferentes, sendo elas: religiosa, cultural e filosófica. Em sua função religiosa o mito exprime os sentimentos mais profundos do homem, sendo assim considerado como protótipo da Teologia. Considerando o mito como cultura, garante a pertença ou não de um determinado grupo social, que partilha seus mitos particulares. E por fim, olhando o mito sob a função de filosofia, ele tem o papel de ajudar no descobrimento do seu próprio ser dos povos primitivos. 
Todavia, engana-se quem reduz o mito apenas aos povos primitivos ou de civilizações nascentes, porque o mito é um componente indissociável da maneira humana de compreender a realidade. O critério de adesão ao mito é a crença, e não a evidência racional. Portanto o objetivo primeiro do mito não é tentar explicar a realidade, mas acomodar e tranquilizar o homem em um mundo assustador. 
	Onde começa o mito e onde começa a religião? Não podemos assim afirmar um e negar o outro, porque a religião permanece indissoluvelmente ligada a elementos míticos e repassada deles. Podemos aqui distinguir três fazer distintas na formação do conceito dos deuses: a primeira fase é caracterizada pela multiplicidade de deuses momentâneos, a cada situação era um deus, existente no momento não eterno; a segunda fase é caracterizada pelo surgimento do deus funcional, que vigia cada etapa do trabalho do homem, deus da caça, da agricultura e principalmente caracterizado pelas estações do ano; por fim a última fase é caracterizada pelo surgimento do deus pessoal, sendo ela fruto do processo histórico que inclui o desenvolvimento linguístico e aparece quando o nome do deus funcional perde a ligação com a atividade que lhe deu origem, constituindo assim um novo ser que continua a se desenvolver segundo as suas próprias leis. A terceira fase favoreceu para o surgimento das religiões monoteístas (judaísmo, hinduísmo, cristianismo e no século VI o islamismo).
	A sociedade atual está cada vez mais deixando o Sagrado, ou seja, tirando a ideia do sobrenatural, fazendo assim surgir a filosofia, a ciência, a técnica, a religião. Tudo o que pensamos e queremos está primeiramente no horizonte mítico, o mito e a razão se complementam mutuamente. 
APRECIAÇÃO
	É impressionante vermos a capacidade que o homem tem de tentar explicar as coisas, por ser ele um “ser indagador” nunca está satisfeito com as dúvidas, mas sim busca responder aquilo que consegue de acordo com o seu tempo/espaço. O mito foi e é parte integrante da sociedade, porém ele pode apresentar um aspecto ruim. Para Gusdof, “[..] O mito propõe, mas cabe à consciência dispor”. O mito foi um fator muito importante por se tratar do primeiro contato do homem antigo com a sua própria consciência, e para tentar dar mais conforto ao homem que vivia em um mundo ora de belezas estonteantes, ora de paisagens aterradoras.
Relatório do dia: 23/02/2016.
	Neste dia assistimos o filme “Fúria de Titãs”, lançado em abril de 2010, e deste filme nos foi pedido um relatório. Em geral o filme apresenta história de um herói filho de Zeus que tenta salvar a população do temível Kraken, para isso ele passa por diversas situações e ele também apresenta também fortes elementos do maniqueísmo,
Relatório do dia: 24/02/2016.
	Nesta aula nos foi pedido um resumo do capítulo 3 do livro “Filosofando” de Maria Lúcia de Arruda Aranha e Maria Helena Pires Martins. Neste capítulo as autoras retratam o surgimento dos primeiros filósofos, os fatores que contribuíram para tal surgimento (a escrita e da moeda, a lei escrita não dependendo mais da vontade dos reis, e a fundação da pólis). Apresentando os primeiros filósofos, o princípio de todas as coisas e a consolidação da democracia. Também nos foi pedido para pesquisar no dicionário de filosofia sobre as seguintes palavras: Mitologia, Mito, Filosofia, Conhecimento e Método.
RESUMO
	Os primeiros filósofos foram gregos e surgiram no período arcaico. Alguns autores chamam de “milagre grego” a passagem da mentalidade mítica para o pensamento crítico racional e filosófico. Alguns fatos contribuíram para o surgimento dos filósofos: a invenção da escrita e da moeda, a lei escrita, a fundação da pólis (cidade-Estado).
	A consciência mítica predominava geralmente nas culturas de tradição oral, quando ainda não existia a escrita. Mesmo após o surgimento da mesma, a escrita era utilizada por pessoas seletas, não sendo de acesso comum, apenas aos sacerdotes e aos reis, porque para ela era atribuído caráter divino. A escrita já existia na Grécia, porém com a invasão dos dórios ela desapareceu, indo reaparecer no final do século IX ou VIII a.C. Em seu ressurgimento, a escrita assumiu uma função diferente, foi colocada a discussão e a crítica, possibilitando assim uma maior abstração, uma reflexão aprimorada que tenderá a mudar a estrutura do pensamento.
	A moeda surgiu em um contexto em que a economia era medida pelas terras e rebanhos, sendo ela inventada na Lídia apareceu na Grécia por volta do século VII a.C., com o objetivo de facilitar os negócios e impulsionar o comércio. 
	Com a lei escrita e com a ajuda de alguns legisladores (Drácon, Sólon e Clítenes), a justiça não era mais sujeita a vontade dos deuses, nem da subjetiva interpretação dos reis, dessa forma a lei tomou uma dimensão propriamente humana. Com a reforma da legislação que Clístenes fez, abolindo a sociedade da consanguinidade, estruturou a sociedade mais igualitária, preparando assim a democracia nascente.
	Os principais filósofos apresentados são: Tales de Mileto, Pitágoras, Anaximandro, Anaxímenes, Eleia, Heráclito de Éfeso, Anaxágoras, Empédocles, Leucipo e Demócrito.
	Mitologia: conjunto de mitos característicos de uma determinada cultura ou tradição. Ex: Mitologia Grega.
	Mito: narrativa lendária, precedente à tradição cultural de um povo, que explica através do apelo ao sobrenatural, ao divino e ao misterioso.
	Filosofia: atribui-se a Pitágoras a distinção entre sophia, o saber, e a philosophia, que seria “amizade ao saber”, a busca do saber. Com isso se estabeleceu, desde sua origem, uma diferença de natureza entre a ciência, enquanto saber específico, conhecimento sobre um domínio do real, e a filosofia que teria um caráter mais geral, mais abstrato, mais reflexivo, no sentido da busca dos princípios que tornam possível o próprio saber.
	Conhecimento: apropriação intelectual de determinado campo empírico ou ideal de dados, tem em vista demonstrá-los e utilizá-los. O temo “conhecimento” designa toda uma coisa conhecida quanto ao ato de conhecer (subjetivo) e o fato de conhecer.	
	Método: conjunto de conhecimentos racionais, baseados em regras que visam atingir um objetivo determinado. Por exemplo: na ciência, o estabelecimento e a demonstração de uma verdade científica. 
APRECIAÇÃO
	A Filosofia surgiu na Grécia, e foi de fundamental importância o surgimento da escrita e da leiescrita, porque dessa forma as leis não dependeriam da vontade dos reis para ser aplicada, de igual modo, fundamental o surgimento da moeda para melhorar as relações comerciais com outros povos, e o surgimento da pólis, ou seja, as cidade-Estado, onde os povos começaram unirem de forma mais sistemática, e foi lá onde começou a surgir o germe da democracia, que até hoje vivemos. 
Relatório do dia: 01/03/2016.
	Nessa aula discorremos sobre o conceito e o objetivo da filosofia antiga, o método da filosofia, a finalidade da filosofia, o conceito grego de filosofia, a necessidade que o homem tem de filosofar, o nascimento da filosofia entre os gregos e se a filosofia pode ter nascido no Oriente. 
RESUMO
	Etimologicamente, Filosofia vem do grego “Philosophia” que significa, segundo Pitágoras, “Amigo da Sabedoria”. Desde o seu nascimento a filosofia apresentou três conotações: ao seu conteúdo, ao seu método e ao seu objetivo.
	A filosofia quer explicar a totalidade das coisas, ou seja, toda a realidade, sem exclusão de partes ou momentos dela. Ela pode dar um parecer sobre tudo, não necessariamente entrando no campo de estudo dessas ciências. A filosofia busca levar a Verdade para as outras ciências. Podemos dizer até que a Filosofia é a mãe de todas as ciências, porque ela ainda hoje possui precedência dentre todas as ciências, quando se trata da reflexão. 
	O método que a filosofia utiliza é puramente racional, “procura ser” daquela totalidade que tem por objeto. O vale na filosofia é o argumento da razão, a motivação lógica e o logos, sendo justamente isso que dá o caráter de cientificidade a ela. A filosofia faz uma leitura racional da realidade.
	O fim da filosofia está no puro desejo de conhecer e contemplar (Platão), buscar (Sócrates) e admirar (Aristóteles) a Verdade. A filosofia nasce depois que o homem já tinha resolvido suas necessidades mais básicas.
	O principal conceito grego sobre filosofia, se dá no que alguns estudiosos chamam de “milagre grego”, que é o uso da razão, sem se deixar envolver com os mitos ou fantasias, para explicar baseados na razão. Como dizia Aristóteles: “Por natureza, todos os homens aspiram ao saber”, o homem por ser indagador, a filosofia é indispensável para ajudar em reflexão, como tentativa racional de explicar os fenômenos. 
	A filosofia sendo uma só se divide em seis períodos: o período naturalista, caracterizado pelo problema da natureza, e do cosmo; o período humanista: coincide com fim da filosofia naturalista e pela primeira vez procura determinar a essência do homem; o momento das sínteses de Platão e Aristóteles: caracterizado pela descoberta do suprassensível e pela explicação e formulação orgânica de vários problemas da filosofia; o período helenístico: onde surgem os grandes movimentos, Epicurismo, Estoicismo, Ceticismo e posteriormente o Ecletismo; o período religioso: caracterizando por um grandioso renascimento do Platonismo, que culminará como movimento neoplatônico; o período do pensamento cristão: onde se tenta formular racionalmente o dogma da nova religião. 
APRECIAÇÃO
	É importante ressaltar aqui a busca incessante do homem para descobrir o desconhecido e assim poder dar um parecer sobre tudo, dessa forma, a filosofia busca de modo geral explicar e entender a totalidade das coisas. A filosofia faz uma leitura racional da realidade. Ela nem sempre existiu, mas surgiu da necessidade do homem buscar respostas. Atribui-se aos gregos um fenômeno que deu origem a filosofia, que alguns estudiosos chamam de “Milagre Grego”. Eu acredito que os gregos foram avançados para o seu tempo, porque para chegar ao uso da razão, era necessário sair de sua própria cultura e transcende-la. 
Relatório do dia: 02/03/2016.
	Nessa aula, foram dados os conceitos e vimos a forma da vida grega e alguns fatores que ajudaram à filosofia.
RESUMO
	De modo simplificado o Orfismo, é uma tradição filosófica, inspirada na figura mítica de Orfeu, famoso por seus poemas e canções. A seita dos iniciados nos mistérios de Eleusis foi a principal representante dessa tradição, que tem seus ensinamento em volta da criação do mundo e na natureza da alma. A divindade da Alma (pura), e a impureza do corpo. Sendo a morte a libertação da Alma.
A arte nos leva a refletir e compreender o meio em que nós vivemos. Mas a arte antes de tudo, nos leva ao Belo. Porém, mediante a intuição e a imaginação podemos alcançar objetivos que são próprios da filosofia. Na religião, por meio da fé, tendemos alcançar certos objetivos que a filosofia procura atingir, utilizando conceitos e a razão. Na condições sócio-políticas se destacam os poetas Homero e Hesídio. Naquela civilização, a justiça era exaltada como valor supremo em muitos poetas, e se tornará, mais tarde um conceito ontológico. 
A Grécia tinha por culto oficial a Religião Pública, que consiste na grande massa no culto dos deuses. Porém, o Ofismo vem contrapondo os principais princípios dessa religião. Enquanto de um lado a religião pública anunciava que a morte era o fim último do homem, já o Orfismo, cria que a alma é imortal, e que ela está aprisionada nesse corpo que é impuro.
APRECIAÇÃO
	É intrigante olharmos para os nossos tempos atuais, e vermos ainda hoje que o Orfismo está presente em nossa cultura. Utilizando uma nova roupagem e com novos termo e explicações, podemos encontrar sua doutrina na religião espírita. Algo que pensamos estar tão longe de nós, está mais perto do que imaginamos.
Relatório do dia 08/03/2016.
	Nessa aula entramos na segunda parte da apostila, que tem como título: “A Fundação do Pensamento Filosófico”, vimos os naturalistas pré-socráticos até Pitágoras e sua relação com o Orfismo. Entregamos também, as definições das palavras: Princípio, Pampsiquismo, Ápeiron, Devir, Dualismo e Dualidade.
RESUMO	
Princípio: vem do grego “arkhé”, que significa o que deu origem a todas as coisas.
	Pampsiquismo: vem do grego “pan + psyché”, que significa tudo tem alma. É uma doutrina metafisica segundo a qual não somente toda matéria constitui um ser vivo, mas possui uma natureza psíquica, análoga à natureza do espírito humano.
	Ápeiron: Termo grego utilizado por “Anaximandro para designar aquilo que não tem limiar, extremidade ou limite”. Tendo ele considerado o “infinito” o princípio original de todos os seres.
	Devir: vem do latim “chegar”, o problema do devir é colocado por Platão: tudo se passa como se o filósofo, cuja a tarefa é de construir a sophia (sabedoria), graças a esse poder que é o logos.
	Dualismo: O temo, em filosofia, é frequentemente empregado em referência a Descartes, cujo sistema filosófico repousa no dualismo do pensamento e da extensão: portanto, é uma doutrina segundo a qual a realidade é composta de ideias, de duas substâncias independentes e incompatíveis. Guerra entre corpo e alma, sem harmonia.
	Dualidade: é a propriedade ou caráter do que é duplo, do que é dual, ou que contém em si duas naturezas, duas substâncias ou dois princípios.
	Os naturalistas ou os filósofos da “physis” tem o seu pensamento voltado para a descoberta do princípio de todas as coisas. 
	O primeiro desses pensadores foi Tales de Mileto, que propunha como princípio originador a Água, mas não da forma como a vimos no nosso dia-a-dia, mas sim de uma forma elevada. A água que nós conhecemos é apenas uma das tantas manifestações dessa Água superior.
	Anaximandro de Mileto, foi discípulo de Tales e este afirmava que o princípio originador de todas as coisas era o Ápeiron, ou seja, uma força motriz, força que age em tudo e em todos, sendo esta ilimitada.
	Anaxímenes de Mileto, foi discípulo de Anaximandro e afirmava que o Ar infinito era o princípio originador de todas as coisas.
	Heráclito de Éfeso, considerado Heráclito o Obscuro porque buscava transmitir seus ensinamentos de modo complexo. Afirmava e cria na doutrina do Panta Rhei (tudo escorre), ou a também chamada doutrina do devir, onde tudo e todos estariam em constante mudança e transformação. Acreditava e afirmava que o princípio originador de todas as coisas era o fogo (inteligência,ordem e razão).
	Pitágoras e seus seguidores, os Pitagóricos, tiveram forte influência sobre a religião, a filosofia e principalmente na política. Pitágoras chegou a ser considerado como um oráculo, porque a sua palavra tinha valor de um. Os Pitagóricos apresentam os números, relações numéricas matemáticas ou relações matemáticas, como princípio originador, ao invés da água, do ar e do fogo. 
	São as leis numéricas que regem o mundo, os meses, os dias, as estações. Tudo está regido pelos números.
APRECIAÇÃO
	É muito importante observarmos a capacidade que esses filósofos possuíam de num período em que não se possuía os avanços tecnológicos, como os de hoje, adentrarem em pesquisas e especulações tão profundas. De como o passado influencia o futuro e o modifica, sendo nesse sentido que a razão (logos) foi desenvolvido ao longo do tempo.
Relatório do dia 09/03/2016.
	Nessa aula continuamos os filósofos naturalistas de Xenófanes de Cólofon a Melisso de Samos e a influência que tiveram sobre a filosofia antiga. Vimos também termos chave como: antropomorfismo, ontologia, doxa, dialética, sofismo.
RESUMO
	Antropomorfismo: Forma de pensamento comum e diversas crenças religiosas que atribuem aos deuses comportamentos e pensamentos que são próprios do ser humano.
	Ontologia: Estudo do Ser/ Estudo do Ente.
	Doxa: Opiniões ou verdades não comprovadas cientificamente ou filosoficamente.
	Dialética: A arte de argumentar, contestação da contestação.
	Sofismo: Demagogia, falar o que convém no momento sem se preocupar com a Verdade.
	Xenófanes de Cólofon ficou conhecido por criticar a concepção tradicional dos deuses que era própria da religião pública, tinha também a sua problemática voltada para a Teologia e a Cosmologia.
	O fato que fez com que Xenófanes criticasse a concepção tradicional dos deuses, é quando ele viu que os homens estão construindo deuses a sua imagem e semelhança. Ele fica ainda mais escandalizado quando os homens colocam nos deuses até os seus próprios erros, e afirma que se existe um Deus, ele seria maior do que qualquer deus, criticando assim a prática do antropomorfismo. Ele afirma que Deus existe e que é o cosmos, o Deus Razão, estando ele acima das realidades materiais, mesmo sendo ele que as mantém. Sendo assim Xenófanes revoluciona inteiramente o modo de ver Deus.
	Ao mesmo tempo, Xenófanes definiu Deus como sendo uno, superior aos outros deuses e aos homens e de certa forma atribui a ele uma onisciência e uma onipresença, mas não da forma com que interpretamos no cristianismo. Acreditava que tudo era derivado da terra, propondo assim a Terra como princípio das coisas: “Tudo nasce da terra e na terra termina”; “todas as coisas que nascem e crescem são terra e água”, além disso defendia que o cosmo não entra no devir (mudança) mas apenas a esfera da nossa terra.
	Outro filósofo apresentado é Parmênides, que nasceu em Eléia e foi o criador da escola de Eleia. Com Parmênides e com eleatas acontece uma grande evolução filosófica, que passa da Cosmologia para a Ontologia. Logo ele não vai ter como foco de investigação a origem de todas as coisas, mas sim o Ser.
	Por meio do pitagórico Aminias, Parmênides entrou para a filosofia e deu um abalo benéfico na cosmologia do ponto de vista conceitual, transformando-se em Ontologia (Teoria do Ser). Parmênides coloca suas teorias na boca de uma deusa, e ela propõem para ele a Verdade do ser, indicando para ele três vias: 
	1ª A verdade Absoluta: Onde a principal afirmação é: “O Ser É”. 	O ser é (o ser existe) e não pode não ser (porque o ser existe). Para o Ser, Parmênides atribui sete características como: Incorruptível, Imutável, Imóvel, Igual, Esferiforme, Uno, Não-Gerado. 
	2ª Das Opiniões Falazes (apenas do senso comum, por meio dos sentidos). A deusa diz que “a verdade leva a razão”, logo nos leva a seguinte conclusão: “O Ser Existe”. E o caminho do erro é o dos sentidos, sendo o maior erro aceitar que algo (ser) possa passar (devir) ser outro.
	3ª Doxa Plausível: Os opostos fazem parte do Grande Ser, por exemplo: a Noite e a luz são ser cada um deles.
	Discípulo de Parmênides, Zenão, nega decididamente o movimento (devir) tentando assim defender o pensamento de Parmênides. Afirmando que o corpo tende ao repouso, e que tudo o que vemos é ilusão, porque o movimento não existe. 
	Mas um fato em que Zenão contribuiu para a Filosofia foi ele ter iniciado a dialética, ou seja, ele descobriu a refutação da refutação, a demonstração por absurdo. De fato, se podemos louvar Zenão em algum aspecto, este deve ser por conta do nascimento da dialética.
	E por fim o último da escola dos Eleatas é Melisso de Samos, que foi marujo experiente e político hábil. O principal problema de Melisso é que ele classificou o ser como infinito e, portanto, ilimitado. Porém, não conseguiu levar em conta as experiências. A Filosofia não é simplesmente uma ideia abstrata, mas ela deve estar ligada a realidade. 
APRECIAÇÃO
	É importante que ao entrarmos em contato com as teorias desses filósofos, não nos escandalizemos e nem os julguemos de loucos, porque eles viveram em uma época que tudo estava se iniciando e foi necessário que eles formulassem essas teorias para que hoje por meio de investigações e observações mais profundas possamos comprovar ou não tais teorias. Porém é certo que eles eram muito inteligentes e que também possuíam uma sede pela sabedoria, pelo conhecimento que o tentavam achar em qualquer lugar, seja na terra, na água ou no ser. 
Relatório do dia 15/03/16
	Nessa aula fizemos a leitura da apostila e o um resumo das páginas 65-67 do livro História da Filosofia Antiga. Falamos sobre os filósofos Empédocles, Anaxágoras, Leucipo e Demócrito e Diógenes de Apolônia. Por fim chegamos aos últimos filósofos naturalistas que tinham por objetivo a descoberta do princípio de todas as coisas. 
RESUMO
	 Empédocles aponta a philia (amizade) e o neîkos (ódio) como causa da união e da separação dos elementos. Quando predomina o amor os elementos se reúnem em unidades, porém quando predomina o ódio, eles se separam. Ele também chama o cosmo de Um ou do “Esfero”. O cosmo e as coisas que dele nascem surge nos períodos de transição entre o Ódio e a Amizade, e o momento da perfeição se tem, não na constituição do cosmo, mas na constituição do Esfero. Por fim, ele declara que o homem é um demônio banido do Olimpo por causa da sua culpa originária e aponta as quatro “raízes”, ou seja, os quatro elementos como princípio originador de todas as coisas.
	Anaxágoras descobriu as homeomerias (sementes) e a inteligência ordenadora. 
	Não há um nascer e não há um morrer, porque isso implicaria em um ser e não-ser coexistindo, o que é uma aglomeração de sementes que se condesam em todos os tipos de seres vivos que tem sensibilidade. 
	Da originária mistura das homeomerias, o cosmo nasce mediante um movimento por elas impresso, por meio de uma inteligência. Essa inteligência é a realidade mais pura, mais final, separada de todo o resto, que imprimindo movimento às massas homeoméricas faz nascer todas as coisas.
	A rotação universal deu impulso a inteligência, de modo que desde o princípio atuasse de modo rotatório, essas duas forças nasceram juntas e se influenciam mutuamente coexistindo. 
	Para ligar e mante juntas as coisas, a verdadeira inteligência vai além do plano físico e ganha a dimensão que leva a verdadeira causa. Se tomarmos a Inteligência sozinha com os elementos, ela não seria suficiente para manter juntas todas as coisas. Portanto, ele propõem que seria uma dimensão inteligível que leve para além do físico.
	Logo em seguida, nasce o atomismo por meio de Leicpo e Demócrito, onde era afirmado que “Só existe o Ser”. Outro fato importante e que é utilizado até hoje é a descoberta, feita por eles, do átomo. 
	Após essa descoberta, começaram investigar e tentar conhecer o átomo, até que chegaram a seguinte conclusão de que é indestrutível e imutável, lisos, esferifórmes, de natureza ígnea e alma (inteligência). Tudo que existe é uma aglomeração de átomos, o nascer era a junçãodessas pequenas moléculas e o morrer era a desagregação delas. 
	Outa classificação feita por eles foi em relação aos tipos de movimento. Esses dois filósofos apresentam três tipos de movimentos: o Movimento Caótico (onde o corpo não morre, ele se desagrega. O átomo é Deus), o Vórtice, que é gerado pelo movimento caótico e gera o mundo e tudo o que há nele, (onde semelhantes se agregam, por causa da Inteligência do Cosmo), e os Eflúvios (perfumes) são átomos que se desprendem no ar.
	Diógenes de Apolônia defendia a volta ao monismo do princípio, ou seja, que fosse um só o princípio originador de todas as coisas. E afirmou como princípio originador o “ar-infinito” que é dotado de inteligência. 
	E por fim, temos Arquelau de Atenas que lhe é atribuído o título de “mestre de Sócrates, afirmando que o ar era o princípio originador.
APRECIAÇÃO
	Hoje em dia ainda nos deparamos com algumas dessas observações, principalmente com a teoria do atomismo. Toda a nossa ciência é embasada nessa teoria que agora comprovada, nos permite conhecer coisas ainda mais pequenas. Com os avanços tecnológicos de hoje sabemos que o átomo não é a menor partícula do universo, mas que existem coisas ainda menores do que ele, descoberta tal que seria impossível de ocorrer na época de Demócrito e Leucipo.
Relatório do dia 29/03/16
	Nessa aula começamos a terceira parte da apostila: “A Descoberta do Homem”, onde discutimos sobre os sofistas, Protágoras e começamos Górgias.
RESUMO
	Se dá o advento de um novo grupo de filósofos os sofistas. Eles eram filósofos, mas não necessariamente havia um comprometimento ou não com a vedade.
	O termo sofista significa “Sábio, especialista do saber”. Ainda hoje ele é visto de forma pejorativa, alguém que falta com a verdade. Porém, hoje em dia está sendo revisto esse termo, porque nem todos os sofistas faltaram com a verdade. 
	Com os sofistas inicia o pensamento humanista da filosofia antiga (saída da natureza para o homem), esse deslocamento se deu segundo alguns, porque a filosofia naturalista estava saturada, não se tinha nada mais novo para dizer, havia chegado ao seu limite, onde qualquer tentativa de permanência seria uma repetição do que já havia sido dito.
	Os fatores sócio-políticos foram importantíssimos para o desenvolvimento desse eixo. Isso trouxe um contato com outras culturas, e esse contato gerou um reflexão sobre tudo. O homem que antes era mais um ser do cosmos, passa a ser o centro do cosmos (Antropocentrismo). Podemos dizer que aqui há o germe da psicologia moderna, a psykhé, com o homem no centro. Sócrates é o grande filósofo humanista.
	Antes do surgimento da democracia na Grécia antiga, existia a aristocracia. Os sofistas acabaram atraindo muitas pessoas, predominantemente os jovens, porque a aristocracia não estava oferecendo respostas aos fenômenos sociais, os sofistas entravam oferecendo essas respostas não apenas no meio político, mas também de cunho psicológico. De certa forma, em uma análise profunda, podemos considerar os sofistas como os primeiros psicólogos.
	Naquele tempo, não era o mestre que escolhia os seus discípulos, mas sim os discípulos que escolhiam os mestres, e esses alunos pagavam os seus mestres. Eram chamados de naturalistas, porque só aceitavam a lei natural. Com a sofistica começou a desenvolver o vocabulário e o uso dos termos novos.
	Protágoras um grande filósofo sofista, desenvolveu o princípio da homo-mensura, onde o homem era a medida de todas as coisas. Protágoras queria derrubar todos os outros critérios, o homem é o critério de avaliação, ninguém está no erro, mas todos possuem a sua verdade. Esse pensamento está germinando o que hoje em dia conhecemos por Relativismo.
	O método segundo o qual Protágoras age é a antilogia, onde ele tenta fazer o argumento mais fraco ficar mais forte, por meio da retórica, ele usava a persuasão para tentar convencer.
	A filosofia nas contra-argumentações começa a oferecer um pensamento crítico, não no sentido marxista, como vemos hoje, mas sim pela verdade filosófica, principalmente por meio de Sócrates.
	Para Protágoras, o Sábio é aquele que sabe reconhecer o relativo mais útil. Porém todo o conjunto filosófico de Protágoras é fadado ao caos, porque ele coloca o homem como centro do mundo, portanto cada um poderia viver conforme lhe agradasse. 
	Por outro lado, Górgias, afirmava que não existe o ser, ou seja, nada existe. Grande propagador do Niilismo, teoria filosofia em que não existe o ser e o nada existe, esse pensamento cai novamente no Relativismo.
	Górgias afirma que tudo é uma ilusão, abrindo espaço para o ceticismo, no fundo esse pensamento é a tentativa do homem ser Deus. Na retórica Gorgiana a palavra adquire uma autonomia ilimitada. 
	Górgias contribuiu para com o desenvolvimento da Retórica (a arte da oratória), porém ele empobrece as palavras, tirando outros significados, dando apenas um conciso. Porque não existe o ser, logo não tem como correlaciona-los. A analogia não existe em Górgias, porque o ser não existe.
APRECIAÇÃO
	A mudança de foco da filosofia para o homem foi decisiva para o nascimento e crescimento de muitas das ciências que hoje possuímos. É impossível fazer um julgamento ao entrar em contato com ela, porém tentando não emitir um juízo anacrônico, acredito que esses filósofos deram passos significativos e também decresceram. Acredito que seja impossível negar a existência do ser e afirma a existência do nada, pois foge da nossa racionalidade. 
	No fundo o esse pensamento Gorgiano é uma tentativa do homem ser Deus tanto a concepção racional, quanto a cristã. Não tem como pensarmos no nada. Nós só conseguimos pensar no que existe, porque não possuímos a habilidade de criar do nada.
Relatório do dia 30/03/16
	Ocorreu nessa aula a entrega do fichamento e o esclarecimento dos capítulos fichados do livro Aristóteles para todos, parte II, após a entrega do mesmo, continuamos o conteúdo da apostila, dando sequência com Górgias, Pródigo, os Erísticos: Crítias Trasímaco e Cálicles. Além de vermos a corrente naturalista da Sofística com Hípias de Élida e Antifonte. 
RESUMO
	A arte é um engano poético, o poeta é um bom enganador. 
	Górgias foi o primeiro filósofo a teorizar a valência estética da palavra e a essência da poesia. A arte é a moção de sentimentos, mas, ao contrário da retórica, não possui interesses práticos.
	Pródigo é conhecido pelo desenvolvimento da Sinonímia, ou seja, os sinônimos. Ele acreditava e afirmava que os deuses eram a absolutização do útil e do vantajoso. Os deuses eram criados pelos próprios homens e segundo a vantagem que lhes proporcionassem. 
	Os Erísticos eram conhecidos pela sua arte da controvérsia com palavras que tem por fim a controvérsia em si mesma. Usavam a filosofia para corromper as pessoas, por meio da corrupção da antilogia de Protágoras, dizendo e tentando convencer seus interlocutores por meio do jogo de palavras sobre uma ideia específica.
	Aqui destaco três importantes Erísticos, sendo eles: Crítias, Trasímaco e Cálicles. Crítias dessacralizou o conceito dos deuses, considerando-os uma espécie de espantalho habilmente introduzido por um homem político particularmente inteligente, para fazer respeitar as leis, ou seja, ele cria que os deuses eram uma ideia construída e mantida para que os governantes tivessem autoridade e poder sobre que é governado. Trasímaco, por sua vez, chegou a afirmar que “o justo é a vantagem do mais forte. Por fim, Cálicles chegou a sustentar que é por natureza justo que o mais forte domine o mais fraco, colocando-o a seu julgo inteiramente.
	Dentro da corrente naturalista da Sofística temos dois nomes importantes: Hípias e Antifonte. 
Hípias é conhecido por ter proposto uma forma de conhecimento enciclopédico e por ter ensinado a arte da memória (mnemotécnica). Ele dava amplo espaço para à matemática e ás ciências da natureza. Afirmava que a natureza une os homens, enquanto a lei frequentemente os divide, dessa forma, leva a uma total dessacralização das leis humanas, que serão consideradas frutos do arbítrio. Nascendoassim um conceito de igualdade totalmente novo para os gregos, um ideal cosmopolita.
Antifonte radicaliza a afirmação que a natureza une e a lei divide e afirma que a natureza é a verdade e a lei positiva é a opinião, e que, portanto, uma está quase sempre em contradição com a outra, cada cidadão de qualquer cidade é igual ao de outra, cada homem de qualquer classe é igual ao da outra, cada homem de qualquer país é igual ao de outro, porque por natureza qualquer homem é igual a qualquer outro.
APRECIAÇÃO
	Com o nascimento da sofística os eixos das pesquisas filosóficas foram mudadas da natureza e passaram para o homem. Com a busca mudada, os filósofos romperam quase que totalmente com a filosofia naturalista, onde eles criam nos princípios e atribuindo a esses o Divino, já os sofistas negaram totalmente os velhos deuses por meio do agnosticismo de Protágoras, com o niilismo de Górgias, com o conceito de deus como hipostatização do útil de Pródico e como invenção política de Crítias. 
	Os sofistas destruíram a velha imagem de homem própria da poesia e da tradição pré-filosófica, mas não souberam reconstruir uma nova. Para se reconhecer o homem devia encontrar uma base mais sólida.
Relatório do dia 05/04/16
	Nessa aula começamos as apresentações sobre Sócrates, sua vida, a descoberta da essência do homem, virtude, e os paradoxos da ética socrática. E começamos a assistir uma aula do professor Olavo de Carvalho sobre o projeto socrático.
	RESUMO
	Em resumo, Sócrates foi o primeiro dos grandes filósofos clássicos. Ele teve uma especial influência pelas profissões de seus pais, o pai era escultor e a mãe parteira. Em uma primeira parte da sua vida, Sócrates esteve muito próximo dos físicos e sofreu uma grande influência sofistica. Sócrates nada escreveu, transmitia todos os seus ensinamentos por meio da oralidade por meio da “oralidade dialética”. 
	Um dos principais problemas relacionados a Sócrates é que Platão coloca na boca de Sócrates várias de suas doutrinas, ficando difícil quando é Sócrates realmente. Mas uma coisa é certa, Sócrates revolucionou o pensamento filosófico.
	A partir do momento em que Sócrates começa a atuar em Atena, constata-se na literatura, particularmente a filosófica, várias novidades consideráveis. A filosofia socrática influenciou de modo tão profundo no desenvolvimento do pensamento grego, e do pensamento ocidental como um todo, que é considerada um verdadeiro salto espiritual.
	Sócrates se concentrou no homem, como os sofistas, mas ao contrário deles, soube chegar ao fundo da questão. O homem é sua alma, enquanto é justamente a alma que o distingue de qualquer outra coisa. Para Sócrates alma é o eu consciente, ou seja a consciência e a personalidade moral e intelectual, portanto “a alma nos ordena a conhecer aquele que nos adverte: Conhece a ti mesmo”.
	Sócrates além disso, redefiniu o conceito de virtude, portanto algo virtuoso é aquilo que deve ser ou fazer aquilo que se deve fazer. Já a virtude do homem é fazer com que a alma seja tal como sua natureza determina, ou seja, que a alma seja boa e perfeita. Porém só é possível que o homem seja virtuoso por meio do conhecimento, da ciência, de modo que se não tiver esse conhecimento ou for privado dela, cai no vício e na ignorância. 
	Os verdadeiros valores não estavam ligados as coisas exteriores como a riqueza, o poder, a fama e muito menos ligados ao corpo, como a vida, o vigor, a saúde física e a beleza, mas somente os valores da alma que podem ser resumidos em uma palavra “conhecimento”.
	A tese de Sócrates implicava em duas consequências, que logo foram considerados paradoxos. A virtude (cada uma e todas as virtudes são conhecimento, ciência. O vício surge da ignorância). Ninguém faz o mal voluntariamente. Esses dois paradoxos são o resumo do que foi chamado de intelectualismo socrático, onde o bem é reduzido ao conhecimento. 
Sócrates tenta submeter a vida humana e seus valores ao domínio da razão. Chegando a conclusão de que a razão é a própria natureza do homem (alma), e as virtudes eram aquilo que aperfeiçoava e concretizava plenamente a natureza do homem. Logo é evidente que as virtudes se apresentam como uma forma de ciência, e ela juntamente com o conhecimento que aperfeiçoa a alma e a razão.
O homem por natureza procura o seu próprio bem e não faz o mal por vontade própria, as sim porque daquela ação ele espera extrair um bem. Portanto o mal seria “involuntário”, fruto da ignorância e do não conhecimento.
APRECIAÇÃO
Sócrates foi fantástico e até hoje é admirado pela sua tamanha genialidade e originalidade. Seguindo o pensamento dos sofistas, ele teve como foco de pesquisa o homem e chegou a conclusões muito elevadas para a época. Ao redefinir o conceito de virtude, Sócrates, busca uma elevação para todos. Ele de um certo modo está certo, em relação às ações, porque o conhecimento do bem e do mal é fundamental para a culpabilidade (responsabilidade) de alguém sobre alguma ação. Porém, ele caiu em excesso de racionalismo, e hoje em dia, com o advento do cristianismo descobriu-se que para que eu aja bem é necessário além do conhecimento a vontade.
Relatório do dia 06/04/16
	Nessa aula continuaram as apresentações sobre Sócrates, relacionado a descoberta socrática do conceito de liberdade e o novo conceito de felicidade.
RESUMO
	A mais significativa manifestação da psyché ou razão humana se dá naquilo que Sócrates denominou de “autodomínio” (enkráteia). o autodomínio significa domínio da própria racionalidade sobre a própria animalidade, significa tornar a alma senhora do corpo e dos instintos ligados ao corpo. O verdadeiro homem livre é aquele que sabe dominar seus instintos, o verdadeiro homem escravo é aquele que, não sabendo dominar seus instintos, torna-se vítima deles. Deus não necessita de nada, e o sábio é aquele que mais se aproxima desse estado, sendo, portanto, aquele que procura ter necessidade apenas de muito pouco, basta a razão para viver feliz. 
O novo herói é aquele que sabe vencer os inimigos interiores, que se aninham na alma.
Outro assunto levantado por Sócrates foi uma redefinição do conceito de felicidade, felicidade se diz “eudaimonia”, que que originalmente, significava ter tido a sorte de possuir um demônio-guardião bom e favorável, que garantia boa sorte e vida próspera e agradável. a felicidade não pode vir das coisas exteriores, do corpo, mas somente da alma e a alma é feliz somente quando está ordenada, ou seja, virtuosa. A ordem da alma, essa ordem espiritual ou harmonia interior é a felicidade.
	Portanto, conclui Sócrates, vale a pena ser virtuoso, porque a própria virtude já constitui um fim. Vai depender do homem, da sua escolha se ele vai ser feliz ou não.
APRECIAÇÃO
	Nesses temas Sócrates vai colocar toda a responsabilidade de ser feliz e de viver bem sobre as forças humanas, algo que se ficarmos nessa realidade imanente pode fazer com que o homem acabe frustrado. Acredito que devemos sim buscar a virtude, mas não apenas confiarmos em nossas próprias capacidades, mas sempre confiar mais em Deus e em sua Graça.
Relatório do dia 12/04/16 e 13/04/2016
	Nessa aula continuamos as apresentações sobre alguns temas socráticos como: a revolução da não-violência”, a teologia socrática, o “daimónion” socrático, o método dialético de Sócrates e sua finalidade, o “não saber” socrático e a ironia socrática. 
	No dia 13 houve a correção das palavras psyché, virtude (conceito filosófico e teológico), ignorância, vício, paradoxo e cognoscível.
	Psyché: Sócrates define que o homem é a sua alma (psyché) e por alma pode ser definido como inteligência. A alma é a seda da razão. Do grego “psyché” e no latim “anima” o que dá vida.
	Virtude (filosofia): (lat virtus). 1. Em seu sentido originário, o termo designa uma qualidade ou característica de algo, uma força ou potência que pertença à natureza de algo. Esse sentido permanece na expressão “em virtude de”. Por exemplo: “em virtude do mau tempo, o espetáculo foi cancelado”.
	2. Em um sentido ético, a virtude é uma qualidade positiva do indivíduo quefaz com que este aja de forma a fazer o bem para si e para os outros. Platão considerava a virtude como inata, como uma qualidade que o indivíduo traz consigo e que, portanto, não pode ser ensinada. Contrariamente a Platão, Aristóteles considerava que a virtude pode ser adquirida, sendo na realidade um resultado de um hábito: “a virtude é uma disposição adquirida voluntariamente, consistindo, em relação a nós, em uma medida definida pela razão conforme a conduta de um homem que age refletidaªmente [...]”.
	Virtude (teologia): Segundo Santo Tomás de Aquino, “A virtude designa certa perfeição da potência. Mas a perfeição de uma coisa é considerada, principalmente, em ordem do seu fim. Ora, o fim da potência é o ato. Portanto, a potência será perfeita na medida em que é determinada por seu ato. As potências racionais próprias do homem não são determinadas a uma coisa só, antes se prestam, indeterminadamente, a muitas coisas. Ora, é pelo hábito que elas se determinam aos atos. Por isso as virtudes humanas são hábitos”. (Suma Teológica, Iª seção, IIª parte, q. 55ª.1).
	Ignorância: (lat. Ignorantia = ausência de conhecimento). Em um sentido genérico, a ignorância é a atitude daquele que não sabendo utilizar as suas capacidades racionais, engana-se quanto à qualidade de seus conhecimentos, tomando por verdade o que não passa de uma opinião falsa ou incerta e expõem-se a ilusão e ao erro.
	Vício: (lat. Vitium). Em um sentido moral, o vício se opõe à virtude, o correspondente a uma falha ou falta moral habitual que leva o indivíduo a cometer delitos, a infringir princípios morais. O vício pode ser entendido também como uma prática habitual moralmente condenável que impõem ao indivíduo uma conduta prejudicial. 
	Paradoxo: (lat. Padaroxum). Pensamento ou argumento que, apesar de ser aparentemente correto, apresenta uma conclusão ou consequência contraditória, ou em oposição a determinadas verdades aceitas. 
	Cognoscível: o que pode ser conhecido, ou o que é fácil de se conhecer.
RESUMO
	Sócrates não cria nos deuses da cidade (da religião pública) e “corrompia” os jovens porque lhes ensinava essa doutrina. Sendo por esse motivo, mas principalmente por influências políticas que ele foi condenado. Mesmo sendo condenado injustamente, e tido diversas oportunidades de fugir e não ser morto. Porém ele se manteve firme, porque a fuga significaria a violação da lei. 
	O Deus socrático é a inteligência onisciente, que ordena e provê todas as coisas (DEUS RACIONAL). Sócrates tira Deus do início de todas as coisas, ou seja, ele não reduz, não identifica, Deus com a matéria. Portanto o Deus socrático é a atividade ordenadora e providência.
	O “daimónion” socrático era uma voz divina que lhe ordenava, mas também lhe vetava, era, portanto, um sinal que o impedia de fazer coisas particulares que lhe teriam acarretado prejuízos. 
	Outro fator socrático é a forma com que ele ensinava os seus alunos. O método que ele usava estava ligado à sua descoberta da essência do homem como psyché, porque tendem de modo consciente a despojar a alma da ilusão do saber, curando-a dessa maneira a fim de torna-la idônea e acolher a verdade. Dialogar com Sócrates era como se estivesse fazendo um “exame da alma”, e esse fato foi um dos agravantes para que Sócrates fosse morto, como uma tentativa de não desnudar a própria alma. Sócrates usava duas etapas: a refutação e a maiêutica. 
	Na refutação, Sócrates ouvia o interlocutor e depois ia passo a passo destruindo o pensamento parte por parte (pars destruens), gradualmente, para poder assim mostrar ao interlocutor que ele não sabe nada, ou seja, ele levava o interlocutor a reconhecer a própria ignorância. Mas o grande diferencial de Sócrates, é que ele não destruía apenas, mas também ajudava o interlocutor a reconstruir o pensamento da maneira certa, dessa forma ele usava a maiêutica, que veio por influência da profissão da mãe parteira, onde faz a alma chegar a verdade, parindo o conhecimento.
	Os Sofistas mais famosos relacionavam-se com os ouvintes na soberba atitude de quem sabe tudo. Sócrates, ao contrário, colocava-se diante dos interlocutores na atitude de quem não sabe e de quem tem tudo a aprender. Pois para Sócrates, Deus é onisciente, e seu conhecimento estende-se do universo ao homem, sem qualquer espécie de restrição. É precisamente quando comparado com a estatura desse saber divino que o saber humano mostra toda a sua fragilidade e pequenez. Nessa ótica, a própria sabedoria humana socrática revela-se um não saber.
	Uma das maiores influências de Sócrates foi em relação a fundação da lógica, Sócrates lançou os germes para o surgimento da lógica, mas isso veio a acontecer mais tarde por meio de Aristóteles. Sócrates foi de um formidável engenho lógico, mas, em primeira pessoa, não chegou a elaborar uma lógica em nível técnico. Em sua dialética encontramos os germes de futuras descobertas lógicas importantes, mas não descobertas lógicas enquanto tais, conscientemente formuladas e tecnicamente elaboradas.	
APRECIAÇÃO
	É impressionante olhar para Sócrates e ver a sua coragem para avançar além do seu tempo e propor assuntos e métodos de trabalhar a filosofia. Porém, ele deixou grandes indagações a respeito de suas proposições. Como por exemplo: “O que é o deus socrático? ”, “Almas grávidas?”. São essas algumas das perguntas que Sócrates não deixou respostas, mas isso não desvaloriza o esforço racional que ele fez e o salto de qualidade que teve a filosofia com ele.
Relatório do dia 19/04/16
	Nessa aula começamos a quarta parte da apostila “Platão – O Horizonte da Metafísica”, vimos os temas da questão platônica até o hiperurânio, o mundo das ideias.
RESUMO
	O que nós conhecemos sobre Sócrates o devemos a Platão, porque ele foi o grande biógrafo de Sócrates. Platão possuía por ideal uma influência filosófica no rei para que houvesse um rei-filósofo. Platão funda em Atenas a sua academia dedicada ao deus Academos, é daí que vem o nome academia, que logo conquistou muito prestígio e fama.
	Os escritos de Platão chegaram até nós em sua totalidade, sendo compostos de 36 trabalhos divididos em nove tetralogias. A interpretação e a avaliação correta desses escritos propõem uma série de problemas extremamente complexos que, em seu conjunto, constituem a “questão platônica”.
	Um dos principais problemas relacionados a esses escritos de Platão é a questão da autenticidade deles. Muito foi discutido sobre essa questão, se eles eram reais ou não, porém hoje em dia se chegou à conclusão de que todos, ou quase todos, os 36 escritos são autênticos. Além dessa questão podemos notar outras questões e dados sobre a época em que ele viveu. A cronologia mostra traços da personalidade, realidade social da época, maturidade e principalmente por meio dessa obras pode observar o desenvolvimento filosófico do autor.
	Além desses livros de Platão existem as “doutrinas não escritas” que foram escritas pelos discípulos de Platão, embora o próprio os tenha repudiado sobre esse ato, é por meio desses escritos que sabemos os discursos de Platão. Ele não queria que os seus ensinamentos fossem escritos porque ele tinha medo de que essas ideias fossem má interpretadas fora do contexto em que elas haviam sido feitas. E sobre essa questão ele é categórico: “Sobre essas coisas não há nenhum escrito meu, e nunca haverá”.
	Platão também faz uso do método socrático para provocar seus discípulos a chegar a verdade. Ele impulsiona a alma para a busca da verdade. É por meio dele que nasceu o chamado diálogo socrático que consiste de um jogo de perguntas e respostas, que impulsionam para a verdade, sem, porém, revela-la. 
	Outra mudança provocada por Platão foi atribuir um novo significado de mito. A filosofia nasceu como libertação do logos em relação ao “mito” e a fantasia. O pensamento platônico vai utilizar muito do mito, porém, fazendo uma outra análise do mito e colocando a razão nele. Ao chegar a razão aos limites extremos de suas possibilidades, Platão confia à força do mito, a tarefa de superar intuitivamente esse limite,elevando o espírito a uma visão ou, pelo menos, a uma tensão transcendente. 
	A filosofia naturalista é um barco que vai sendo levado pela força dos ventos, os elementos, a também chamada primeira navegação. Platão empreende o que ele simbolicamente chamou de segunda navegação. Na primeira navegação a filosofia estava tendo o seu percurso pelo impulso do vento da filosofia naturalista. A “segunda navegação” representa, ao contrário, a contribuição pessoal de Platão, a navegação realizada sob o impulso de suas próprias forças, ou seja, em linguagem não metafórica, sua elaboração pessoal.
	Na primeira navegação o filósofo ainda permanece prisioneiro dos sentidos e do sensível, enquanto que na segunda navegação, Platão tenta a libertação radical dos sentidos e do sensível e um deslocamento para o plano do raciocínio puro. 
	Platão fornece a nós dois exemplos esclarecedores sobre duas questões importantes, a primeira relacionada ao belo e a segunda na problemática de Sócrates, porque ele ficou preso aguardando a condenação. 
Para responder à primeira pergunta ele diz que as coisas são belas por causa da Ideia ou “forma” pura do Belo em si, a qual, pela sua participação ou presença ou comunhão ou, de qualquer modo, através de certa relação determinante, faz com que as coisas empíricas sejam belas, isto é, se realizem segundo determinada forma, cor e proporção como convém precisamente como devem ser para que possam ser belas. Para a segunda pergunta, Platão diz que a verdadeira causa pela qual Sócrates foi para o cárcere e nele se encontra não é de ordem mecânica e material, mas de ordem superior, representando um valor espiritual e moral: ele decidiu acatar o veredito dos juízes e submeter-se à lei de Atenas, acreditando que isso representasse para ele o bem e o conveniente.
	Podemos afirmar sem dúvida que a segunda navegação platônica constitui uma conquista que assinala, ao mesmo tempo, a fundação e a etapa mais importante da história da metafísica. Depois da segunda navegação platônica (e somente depois dela) é que se pode falar de “material” e “imaterial”, “sensível” e “supra-sensível”, “empírico” e “metaempírico”, “físico” e “suprafísico”. E é à luz dessas categorias que os Físicos anteriores se revelam materialistas e que a natureza e o cosmo não aparecem mais como a totalidade das coisas que aparecem. O “verdadeiro ser” é constituído pela “realidade inteligível”.
	Platão denominou essas causas de natureza não-física, essas realidades inteligíveis, principalmente com os termos idea e éidos, que significa “forma”. As ideias platônicas são as essências das coisas, ou seja, aquilo que faz com que cada coisa seja aquilo que é. Platão usou também o termo “paradigma”, para indicar que as ideias representam o “modelo” permanente de cada coisa (como cada coisa deve ser).
	O hiperurânio não é um lugar, está acima do céu, mas é a-espacial. Aqui estão as ideias mais perfeitas, mas puras de como deve ser o SER. Portanto, conhecer é recordar do que foi visto no Hiperurânio, e é por causa disso que sou capaz de reproduzir algo aqui. A alma tende a voltar para o hiperurânio, ou seja, o mundo das ideias.
APRECIAÇÃO	
	Platão foi o segundo dos três filósofos clássicos, e é por meio dele que conhecemos as ideias socráticas e os seus dogmas. Platão além de se servir do método socrático, ele conseguiu ser original em seu pensamento, por meio da proposição da existência do hiperurânio ele inaugura a metafísica e dá uma nova definição ao mito utilizando-o para proporcionar o contato com a verdade.
Relatório do dia 20/04/16
	Nesse aula entregamos o fichamento parte III e discutimos os capítulos do livro Aristóteles para todos, referentes a essa parte, e exemplificando em nossas vidas.
Relatório do dia 27/04/16
	Nessa aula demos continuidade a explanação dos temas sobre Platão desde a estrutura do mundo ideal até os graus da opinião: a opinião e a ciência. 
RESUMO
	O uno sendo o todo poderoso ele não pode fazer nada além do Bem. A ideia do Bem (Uno) é umas das principais virtudes do “uno”, é facilmente identificado como o Uno, podendo assim ser uma espécie de deus. 
No mundo das ideias existem todos os tipos de ideias, para Platão o mundo real é imperfeito. Platão foi o primeiro a trazer à baila o conceito de Bem do ponto de vista ontológico, identificando-o com a suma ideia, e com o princípio primeiro e supremo do Uno do qual depende toda a realidade.
O Uno sintetiza em si o Bem, pois tudo quanto o Uno produz é bem. Platão apresenta a Díade, que é uma espécie de força dual, é uma força inteligente que apresenta o mundo como filho do Uno. O mundo tende para a infinita grandeza e também para a infinita pequenez. O deus inteligível se relaciona com um ser menor do que ele, o mundo físico, ou seja, o mundo sensível, e também com um ser tal qual a ele, o mundo das ideias, ou seja, as outras ideias. 
A filosofia platônica é conhecida como a filosofia da ordem, por isso chamamos o universo de cosmo. Pitágoras foi o primeiro a chamar o universo de cosmo, mas foi Platão que explicou, ordenou, a ideia de cosmo. 
Platão vivia em uma época em que a geometria e a trigonometria estavam se desenvolvendo no mundo. Os números tendem a Perfeição, porém essa chegada ou não à Perfeição depende da forma com que eu o usar. 
O deus platônico é chamado de Demiurgo, ele por meio de sua bondade organizou e deu forma as coisas, plasmando a chora, gerando assim o mundo sensível (físico). Além disso, ele coloca, transmite, nessa matéria uma inteligência, fazendo com que essa matéria tenda para o Bem.
A matéria ou receptáculo sensível, que Platão denomina “chora” (espacialidade), apenas “participa de modo obscuro do inteligível”, permanecendo á mercê de um movimento informe e caótico. O próprio Platão acha, cria, que as coisas sensíveis eram desprezíveis. Ele mesmo não consegue compreender o por que o Demiurgo escolheu a Chora. Platão sofreu a influência do Orfismo, explicou tudo racionalmente, mas não conseguiu explicar essa ação do Demiurgo. As principais características da Chora são: Matéria, Receptáculo Sensível, Informe e Caótico.
O Demiurgo dotou o mundo, além de um corpo perfeito, também de almas e inteligências perfeitas. O mundo, portanto, é uma espécie de “Deus visível”; e “deuses visíveis” são as estrelas e os astros.
Enquanto eterno, o mundo inteligível está na dimensão do “é”, sem o “era e sem o “será”. O mundo sensível, ao contrário, está na dimensão do tempo que é “a imagem móvel do eterno”, como uma espécie de desenvolvimento do “é” através do “era” e do “será”. Por isso implica geração e movimento. O tempo só existe para o mundo sensível, mas quem percebe o tempo é o homem.
Platão foi o primeiro a propor o problema do conhecimento em toda a sua clareza, graças às aquisições estruturalmente ligadas à grande descoberta do mundo inteligível, muito embora, como é óbvio, as soluções por ele propostas se revelem, em grande parte, aporéticas. O conhecimento é “anamnese”, ou seja, uma forma de “recordação”, um emergir daquilo que já existe desde sempre no interior de nossa alma. Os sentidos nos proporcionam apenas conhecimentos imperfeitos. Portanto, o verdadeiro conhecimento é uma recordação do que a alma já contemplou no mundo perfeito (hiperurânio).
Os graus do conhecimento são divididos em duas partes e subdivididos em outras duas partes. A primeira divisão chamada de opinião é dividida em Imaginação (Eikasia) que são as sombras e as imagens sensíveis das coisas (física) e em Crença (Pístis) que corresponde às coisas e aos próprios objetos sensíveis (matemática). Na outra parte temos a Ciência que é dividida em Ciência intermediária (Dianoia) que envolve o conhecimento matemático geométrico (matemática) e a Intelecção pura (Noésis) que é o conhecimento dialético das ideias (metafísica). Platão afirma que só o filósofo é capaz de chegar a Intelecção Pura, ou seja, só o filósofo é capaz de romper com o mundo físico. 
A ieikasía e a pístis correspondem os graus do sensível, referindo-se a eikasía às sombras e as imagens sensíveis das coisas,ao passo que pístis corresponde às coisas e aos próprios objetos sensíveis. A diánoia e a nóesis referem-se a dois graus do inteligível (ou, segundo alguns, a dois modos de captar o inteligível).
APRECIAÇÃO
	Podemos notar aqui uma diferença entre Platão e Aristóteles, sendo Platão mais matemático e Aristóteles mais empírico, por meio das observações. Nenhum de nós podemos “conhecer” algo que não conhecíamos, porque o verdadeiro conhecimento é uma recordação da alma com o que ela contemplou no hiperurânio, faz assim uso da mesma técnica de Aristóteles, de ajudar a alma a “parir” o conhecimento que ela já contemplou “está grávida”. Nos graus do conhecimento podemos observar já a divisão que mais tarde Aristóteles iria fazer entre (física, matemática e metafísica).
Relatório do dia 03/05/16
	Nessa aula demos continuidade nos temas platônicos desde a dialética até as conclusões sobre a escatologia platônica.
RESUMO
	As pessoas comuns ficam na opinião (senso comum), Pístis e Eikasia. Muitos ficam estagnadas, sem buscar o conhecimento específico. O filósofo é o dialético, só eles chegam a etapa final a Ciência Pura. A dialética consiste na captação, baseada na intuição intelectual, da sua estrutura e do lugar que cada ideia ocupa. 
	Ao determinar a essência, a função e o valor da arte, Platão se preocupa apenas em estabelecer o seu valor de verdade. E sua resposta é profundamente negativa: a arte não revela, mas esconde o verdadeiro, porquanto não constitui uma forma de conhecimento nem melhora o homem, mas o corrompe, porque é mentirosa; não educa o homem, mas o deseduca, porque se volta para as faculdades irracionais da alma que constituem as partes inferiores de nós mesmos. A arte por mais bonita que seja, ela sempre vai se distanciar do verdadeiro, pois ela é uma cópia da cópia do verdadeiro que está no hiperurânio, onde estão todas as ideias perfeitas de todas as coisas.
	Platão define o amor como um daqueles seres demoníacos intermediários entre o homem e Deus. O verdadeiro amor é desejo do belo, do bem, da sabedoria, da felicidade, da imortalidade, do Absoluto. O amor platônico é uma relação de desejo, prazer, de estar com alguém, é uma nostalgia do Absoluto, de contemplar o hiperurânio, o mundo dos deuses. Existem três fases do amor platônico sendo eles: Físico, Espírito e por fim o mais elevado o Belo, Absoluto.
	Por meio da influência órfica, Platão afirma a doutrina do Dualismo do homem. Por dualismo Platão acredita que o corpo é a prisão da alma, ou seja, o corpo é um lugar purgante para a alma. Ele não vê o homem como um todo (composto), mas separado. Por homem Platão acredita que o home é uma Alma (ser) preso dentro do corpo (ser), sendo o corpo que leva a alma à escravidão, a alma já contemplou o mundo divino, o hiperurânio, e ela quer voltar a contemplar os deuses novamente.
	Platão propõem dois paradoxos a “fuga do corpo”, buscando ao máximo a fuga do corpo e a morte é a libertação da alma. E o segundo paradoxo a “fuga do mundo” significa para Platão a busca da virtude assemelhando-se de Deus, por meio da virtude, justiça e sabedoria. 
	Sócrates identificara a “cura da alma” com a suprema missão moral do homem. A “cura da alma” significa “purificação da alma”. Essa purificação se realiza à medida que a alma, ultrapassando os sentidos, conquista o mundo do inteligível e do espiritual, mergulhando nele como algo que lhe é conatural. A purificação coincide com o processo de elevação ao conhecimento supremo do inteligível. É “conhecendo” que a alma cura a si mesma, realiza a própria purificação, se converte e se eleva. E nisso reside a verdadeira virtude. Porém não basta apenas conhecer, a alma vai ser corrompendo com o corpo, e assim ela vai ascendendo.
	Outra influência platônica que temos até hoje na filosofia é a questão da imortalidade da alma, onde ela tem início, porém, não conhecerá o fim. No Timeu, Platão precisa que as almas são geradas pelo Demiurgo, com a mesma substância de que é feita a alma do mundo (composta de “essência”, de “identidade” e de “diversidade”). 
	Influenciado pela doutrina órfica, Platão afirma a doutrina da metempsicose. A metempsicose é a doutrina que ensina a transmigração da alma em vários corpos e, por conseguinte, propõe o “renascimento” da alma em diferentes formas de seres vivos. Platão retoma essa doutrina do Orfismo, mas a amplia de várias maneiras, apresentando-a fundamentalmente de duas formas complementares. Ele afirma ainda que o número de almas é limitado. E que se todos fossem contemplar no além, recebendo seus prêmios ou castigos, chegaria o tempo em que nenhuma alma restaria sobre a terra.
	Platão exemplifica essas passagens por meio de dois mitos: o mito de Er e o mito do carro alado. No mito de Er a alma tem a liberdade de escolher e essa escolha vai acontecer conforme o conhecimento que ela adquiriu aqui na terra. Já no mito do carro alado, as almas estavam no mundo dos deuses e por causa de uma culpa viu-se sobre a terra presa a um corpo, exemplificando no mito, as almas estavam como que num carro alado que era puxado por dois cavalos eu se opõem. O cavalo bom quer ir pra cima e o cavalo mau quer ir para baixo, nesta briga se desequilibra e as almas caem em um corpo. 
	A verdade fundamental que os mitos procuram sugerir e fazer acreditar é uma espécie de “fé raciocinada”. A verdadeira vida situa-se no além, no Hades (o invisível). No Hades, a alma é “julgada” exclusivamente com base no critério da justiça e da injustiça, da temperança e da devassidão, da virtude e do vício. Tríplice pode ser o destino que cabe às almas: a) caso tenha vivido em plena justiça, receberá um prêmio (estará em lugares maravilhosos nas Ilhas dos Bem-aventurados, ou em lugares ainda superiores e indescritíveis); b) caso tenha vivido em plena injustiça, a ponto de se ter tornado incurável, receberá castigo eterno (será precipitada no Tártaro); c) caso tenha cometido injustiças sanáveis, isto é, caso tenha vivido justamente apenas em parte, arrependendo-se das próprias injustiças, então será punida apenas temporariamente (e, após a expiação de suas culpas, receberá o castigo que merece).
APRECIAÇÃO
	Podemos observar uma relação muito estreita entre o que chamamos de Espiritismo com o Orfismo do qual Platão era participante. Um dos principais problemas de Platão foi a submissão ao pensamento órfico de tal ponto que chegou a tomar para si algumas doutrinas o que influenciou no seu desenvolvimento filosófico. Um dos exemplos claros que podemos comparar é a doutrina das sucessivas encarnações das almas com a religião espírita, onde as almas reencarnam para poderem purgar as suas culpas.
Relatório do dia 04/05/16
	Nessa aula fechamos a terceira parte sobre Platão, explanando desde a filosofia e a política até a academia platônica e os sucessores de Platão.
RESUMO
	Platão a respeito da política a ideia de Estado ideal. O desejo de Platão era transformar o governo/poder por meio do Rei-filósofo ou por meio do governante-filósofo. A “verdadeira arte política” é a arte que “cura a alma” e a torna a mais possível “virtuosa”, sendo, por isso, a arte do filósofo. 
	O Estado nasce porque nós não somos “autárquicos”, ou seja, nós não nos bastamos a nós mesmos. Desde os tempos remotos o homem vivia em tribos para um proteger o outro dividindo as atividades e isso é observável na constituição física do homem e da mulher. Se formos analisar, as tribos antigas prefiguram o Estado em sua organização social e de trabalho.
	No Estado existem três classes sociais e cada uma delas possui por natureza uma virtude que lhe são próprias. Os artesãos, os lavradores e os comerciantes que tem a alma concupiscível possuem a virtude da temperança; os guardas que tem a alma irascível – volitiva possuem a virtude da fortaleza; os governantes que tem a alma racional possuem a virtude da sabedoria. Essa tripartição da alma até hoje é utilizada pela psicologia com essa mesma organização sistemática.
	Platão, nessa tripartição das classes não impede a ascensão do homem, ou seja, de ele passar de umaclasse para a outra, mas que esse crescimento seja acompanhado das virtudes e a justiça nada mais é do que a harmonia dessas três virtudes.
	Para Platão a educação teria de ser canalizada e especificada para cada tipo de classe e função que a pessoa exerce na sociedade. Para a classe dos artesãos não se precisa de uma educação específica, e portanto, a técnica era passada por meio da prática. Para a classe dos guardas era necessário modificar o pensamento “é meu, é seu” mas colocar neles o pensamento do coletivo, na comunhão com a frase “é nosso”. Por fim, para a classe dos governantes deveria ser realizada em períodos dividido e a formação duraria 50 anos.
	Platão dá exemplo de três tipos de governos como segue na tabela:
	Político
	Governo Virtuoso
	Governo Corrompido
	Um homem
	Monarquia
	Tirania
	Vários homens
	Aristocracia 
	Oligarquia
	Povo
	Democracia
	demagogia
	
	Platão assim como Aristóteles defendiam o governo Monárquico, porém como é muito fácil que um homem se corrompa e se torne um tirano é preferível a democracia porque há mais de um homem e é mais fácil se contrapor.
	Platão propõem a explicação de toda a sua filosofia ao mito da caverna, nesse mito podemos sintetizar e abstrair toda a sua filosofia. O mito da caverna é composto por 4 dimensões: 1º o mundo sensível (físico) e suprassensível (mundo das deias). a 2ª caraterística é o conhecimento a opinião órfica e a ciência. 3ª Religião por meio de suas próprias conclusões espiritualistas e deixou-se levar pelo do Orfismo. E por fim a última, a dimensão política.
	A escola de Platão surgiu um pouco posterior ao ano 388 a.C., representando um momento rememorável, pois na Grécia ainda não existiam instituições desse tipo. Uma comunidade de homens dedicada à busca do verdadeiro bem poderia ser reconhecida legalmente sob essa forma. A academia abriu suas portas a personalidades de formação extremamente diversificada e de várias tendências.
APRECIAÇÃO
	Achei muito bacana a forma com que Platão organizou e sistematizou o Estado. Embora ele deixe a desejar em alguns aspectos. Platão possuía o desejo de que o governo fosse regido por meio da razão. A importante tripartição da alma proposta por ele e que até hoje é utilizado.
	O Estado platônico é utópico, poderia ser concreto se as pessoas vivessem a razão pura em todos os sentidos, vem o cristianismo e apresenta a vontade e só chegaremos a viver assim conformando a nossa vontade à vontade de Deus. Platão tem um pensamento bem lógico e tenta organizar tudo por meio da razão. Ele eleva a razão aos mais altos picos.
Relatório dos dias 10/05/16 e 11/05/2016
	Nessas aulas assistimos a aula do professor Olavo de Carvalho sobre Sócrates e Platão para podermos assim encerrar esses dois grandes filósofos.
Relatório do dia 17/05/16
	Nessa aula demos início a quinta parte da apostila: “Aristóteles – A Primeira Sistematização Ocidental do Saber”, vimos desde a “questão aristotélica” até a metafísica. Também nessa aula entregamos o relatório da aula-vídeo do professor Olavo de Carvalho sobre a Sócrates e Platão.
RESUMO
	Aristóteles nasceu em Estagira, ficou órfão aos dezoito anos, e logo após isso ele se mudou para Atenas e ingressou na academia de Platão, sendo nesse lugar que ele descobriu a sua vocação filosófica.
	Os escritos de Aristóteles dividem-se em dois grupos: os “exotéricos” e os “esotéricos”. O primeiro grupo perdeu-se completamente, restando apenas alguns títulos e pequenos fragmentos. Por outro lado, chegou a maior parte das obras esotéricas, todas tratando da problemática filosófica e de alguns ramos das ciências naturais. 
	Chama-se de “exotéricos”, os escritos que eram destinados a um grande público, fora da escola, composto em forma dialógica, que é a forma de ensino que incita ao debate em forma de diálogo. Já os escritos “esotéricos” foram escritos para os alunos de Aristóteles, ou seja, para dentro da escola, eram compostos em forma didática, destinados somente aos discípulos e a maioria desses escritos chegaram até nós.
	Segundo Diógenes de Laércio, “Aristóteles foi o mais genuíno dos discípulos de Platão”, ou seja, ele além de chegar ao pensamento platônico ele consegue ultrapassar, ir além do mestre, mas no espírito do mestre. Outro ponto em que eles se divergiam era no quesito interesse por ciências diferentes, Platão era interessado pelas ciências matemáticas, mas não pelas ciências empíricas, já Aristóteles era interessado por quase todas as ciências empíricas e também pelos fenômenos empíricos.
	Uma das grandes contribuições de Aristóteles para a civilização foi a tripartição das ciências: ciências teoréticas, ciências práticas e ciências poéticas. As ciências teoréticas buscam o saber em si mesmo; as ciências práticas buscam o saber para, através dele, alcançar a perfeição moral; e por fim as ciências poéticas buscam o saber em função do fazer, isto é, com o objetivo de produzir determinados objetos.	Entretanto, a mais conhecida influência aristotélica é na metafísica. Esse termo não é originalmente de Aristóteles, acredita-se que tenha sido cunhado pelos seus discípulos, ele afirma que a metafisica é a ciência mais elevada precisamente porque não está ligada às necessidades materiais. A metafísica não é uma ciência voltada para objetivos práticos ou empíricos como as demais ciências. A metafísica é ciência que vale em si e por si mesma, pois tem em si mesma seu escopo e, nesse sentido, é ciência livre por excelência. É por esse motivo que Aristóteles escreve: “Todas as outras ciências podem ser mais necessárias ao homem, mas superior a esta nenhuma”.
	Além da definição feita de metafísica, o Estagirita vai além, ele esclareceu que as causas primeiras, que metafísica busca, devem ser finitas quanto ao número e estabeleceu que, no que se refere ao mundo do devir, reduzem-se às seguintes quatro: causa formal, causa material, causa eficiente e causa final. As quatro causas servem para explicar o ser no seu aspecto total. As causas formal e material explicam a matéria e as causas eficiente e final explicam a dinamicidade do SER., portanto, só podemos fazer metafísica se partirmos dessas quatro causas que nos informam e formam o ser em seus aspectos e atributos.	
APRECIAÇÃO
	Sócrates, Platão e Aristóteles foram sem dúvida um dos maiores gênios da Humanidade. Sócrates afirmando a existência da ALMA (Psyché), Platão inaugurando a metafísica, porém profundamente influenciado pelo pensamento religioso Órfico. E por fim Aristóteles que aborda os temas da física e da metafísica. Dos três, Aristóteles é o maior, porque ele usou do pensamento dos outros dois e ainda assim conseguiu ser original em sua forma de pensar.
	Existe uma grande diferença entre os escritos platônicos com os escritos aristotélicos, mesmo Aristóteles aprendendo a pensar filosoficamente de forma platônica, ele conseguiu ir além, ele conseguiu ser original o que fez dele o maior dos três filósofos clássicos.
Relatório do dia 18/05/16
	Nessa aula entregamos a IV parte do fichamento do livro “Aristóteles para Todos”, que especificamente nessa parte trabalha com o conceito de “Homem como Conhecedor”. Após entregarmos o fichamento, discutimos e esclarecemos dúvidas sobre a respectiva parte.
Relatório do dia 24/05/16
	Nessa aula demos continuidade com os temas aristotélicos desde o ser e seus significados até o éter ou a “quintessência” e a divisão do mundo físico em mundo sublunar e mundo celeste.
RESUMO
	Aristóteles introduz sua grande reforma, que implica na superação total da ontologia eleática, afirmando que o ser não tem apenas um, mas múltiplos significados. A metafísica pretende chegar às “causas primeiras do ser enquanto ser”, ou seja, ao porque que explica a realidade em sua totalidade; já as ciências particulares se detêm nas causas particulares, nas partes específicas da realidade. Portanto, o ser é substância, alteração da substancia ou, de qualquer modo, algo-que-reporta-à-substancia.
	Aristóteles também procurou redigir um quadro que reunisse todos os significados possíveis do ser, distinguindo quatrogrupos fundamentais de significados. 1) o ser como categorias (ou ser em si); 2) o ser como ato e potência; 3) o ser como acidente; 4) o ser como verdadeiro (e o não-ser como falso).
	Essas categorias constituem os gêneros do ser e/ou divisões do ser, como: substância ou essência, qualidade, quantidade, relação, ação ou agir, paixão ou sofrer, onde ou lugar, quando ou tempo, ter, jazer.
	Aristóteles foi bem feliz e esclarecedor foi em suas definições de Ato e Potência. Eles são originários e, portanto, não podem ser definidos em referência a outra coisa, as apenas em relação mútua um com o outro e ilustrados como exemplos, ou seja, a planta de trigo é trigo em potência, ao mesmo passo que a espiga madura de trigo é trigo em ato. A potência e o ato se dão em todas as categorias. Nas outras duas categorias que sobraram, Aristóteles vai definir o ser como: “acidental, fortuito e casual”, ou seja, é um puro “acontecer” que eu esteja sentado, pálido etc. Por último, o ser como verdadeiro é aquele tipo de ser próprio da mente humana que pensa as coisas e sabe conjuga-las como elas estão conjugadas na realidade, ou separá-las como estão separadas na realidade. As causas do acidente não são cognoscíveis, enquanto são cognoscíveis somente as causas daquilo que existe sempre ou no mais das vezes, ou seja, determináveis e necessárias.
	A problemática da substância revela-se mais complexa e espinhosa, precisamente pelo fato de ser a substância o eixo em torno do qual giram todos os significados do ser. Em seu significado mais forte, o ser é a substância; a substância em um sentido (impróprio) é matéria, em segundo sentido (mais próprio) é “sinolo” e em terceiro sentido (e por excelência) é forma; o ser, portanto, é a matéria; em grau mais elevado, o ser é o sinolo; e, no sentido mais forte, o ser é a forma. Desse modo, pode-se compreender por que Aristóteles chegou a chamar a forma até mesmo de “causa primeira do ser” (precisamente porque ela “informa” a matéria e funda o sinolo).
	Todo ser é uma substância, constituída de matéria e forma, a matéria é potência, o que tende a ser, a forma é o ato, o que já o é. O movimento é, portanto, a forma atualizando a matéria, ou seja, é a passagem da potência ao ato, do possível ao real.
	Em resumo geral dos termos até agora apresentados temos: a substância é aquilo que é em si mesmo; a essência é o atributo que convém à substância de tal modo que, se lhe faltasse, a substância não seria o que é; o ato é aquilo que já existe, já a potência é aquilo que tem a possibilidade de vir a ser; forma: é aquilo que faz com que uma coisa seja o que é; matéria: é o princípio indeterminado de que o mundo físico é composto, é aquilo de que é feito algo.
	Outro ponto que Aristóteles explica é a diferenciação e supervalorização do ato. Para Aristóteles potência e ato não são equipolentes do ponto de vista ontológico, ou seja, no grau de ser, mas o ato goza de prioridade em relação à potência, da qual constitui a condição, o fim e a regra. O ato corresponde à forma, a potência à matéria. 
	Para Aristóteles o movimento e o tempo estão intimamente ligados e se relacionam mutuamente, enquanto o tempo é a delimitação do movimento, o movimento é marcado pelo tempo. Aristóteles vai afirmar que o mundo não teve começo e o que mantém todos os seres em ordem e em constante movimento é um motor que move tudo, mas não se move e não sofre mudanças. O princípio deve ser ato puro. 
Para Aristóteles é impossível ir de causa em causa rumo ao infinito, mas para ele deve haver um ato que causa todas as outras potências, ou seja, esse ato tem influência sobre tudo, mas ele não sofre influência de nada.
	O motor imóvel atrai todas as coisas para si por meio da inteligência, por ele ser tão belo ele atrai, mas não sabe que atrai por sua condição de ser o motor-imóvel.
	Aristóteles cria em um Deus totalmente racional que ordena e sistematiza tudo. Deus pensa o que é mais excelente. E a coisa mais excelente é o próprio Deus. Deus, portanto, pensa a si mesmo, é atividade contemplativa de si mesmo: é pensamento de pensamento. Aristóteles atribui oito categorias a esse Deus, sendo elas: eterno, imóvel, ato puro, privado de potencialidade e de matéria, vida espiritual, impassível, inalterável e pensamento de pensamento, portanto o Deus aristotélico é um ser que não possui grandezas e é ato puro.
	Uma das questões mais complexas se relacionam ao Motor Imóvel e as cinquenta e cinco esferas. Aristóteles não conseguiu explicar de forma clara essas relações, porque parece existir um Deus ordenador (motor imóvel) e outros 55 deuses independentes, eternos que se harmonizam com o motor imóvel. Essas 55 esferas, segundo Aristóteles, estão organizadas sistemática e hierarquicamente, sendo umas superiores às outras.
	É com base na existência desse Deus que Aristóteles afirma que o mundo é eterno, ou seja, o mundo se produziu e tende para Deus, atraído pela sua perfeição. Cada um dos homens e cada uma das coisas em geral tendem para Deus, mas Deus não conhece, nem ama as coisas, porque o amor significa limitação, Deus ama apenas a si mesmo e se conhece.
	Aristóteles vai afirmar que o suprassensível é a causa e razão do sensível e no suprassensível termina tanto a investigação metafísica quanto a própria investigação física. Se a física é a teoria da substância em movimento, é evidente que a explicação do “movimento” constitui sua parte principal. 
	Em relação ao ser-em-ato, o ser-em-potência pode considera-se não-ser, mais precisamente, não-ser-em-ato. Está claro que se trata de um não-ser relativo, já que a potência é real e possibilidade efetiva de chegar ao ato. Podemos considerar as seguintes categorias em relação da passagem da potência para o ato: 1) da substância: a mutação segundo a substância é “a geração e corrupção”; 2) da qualidade: a mutação segundo a qualidade é “a alteração”; 3) da quantidade: a mutação segundo a qualidade é “o aumento e a diminuição; 4) do lugar: a mutação segundo o lugar é “a translação”.
	Outro ponto tocado por Aristóteles é sobre o espaço, o tempo e o infinito. Os objetos existem e se movem não no não-ser (que não existe), mas em um “onde”, ou seja, em um lugar que, portanto, deve ser alguma coisa, ou seja, o corpo vai informar o espaço e nós só conseguimos ver o espaço por meio dos corpos que os ocupam. Segundo Aristóteles, existe um “lugar natural” para o qual cada elemento parece tender por sua própria natureza: o fogo e o ar tendem para o “alto”, a terra e a água para “baixo”.
	Por fim, ele vai explanar sobre as realidades do tempo e do movimento, a existência do quinto elemento o éter e a matemática e natureza de seus objetos. Nós só percebemos o tempo pelo movimento/mudanças que ocorrem, pois se não percebêssemos as mudanças não saberíamos que o tempo teria passado, ou seja, se a claridade que vemos aqui na terra não mudasse em nada não seríamos capazes de distinguir entre o que é o dia e o que é noite. Além disso, Aristóteles apresenta o éter como o quinto elemento e dividiu o mundo físico em duas categorias, o sublunar e o supralunar. O mundo sublunar, ou seja, o mundo abaixo da lua, é caracterizado pelo mundo sensível e seus elementos (terra, água, ar, fogo). O mundo supralunar, ou seja, o mundo acima da lua, é caracterizado pela presença do 5º elemento, o éter, elemento este infinitamente superior aos outros quatro, um poder especial que mantém o mundo supralunar e também ajuda a manter o mundo sublunar. Por fim, quando ele vai falar sobre a matemática, ele ressalta o seguinte: podemos considerar as coisas sensíveis, prescindindo de todas as outras co-propriedades, somente como corpos tridimensionais; depois, prosseguindo o processo de abstração, podemos ainda considerar as coisas somente segundo duas dimensões, isto é, como superfícies, prescindindo de todo o resto. Aristóteles apresentou os objetos matemáticos não são entidades reais, mas tampouco algo de irreal. 
APRECIAÇÃO
	Aristóteles revolucionou de tal ponto o ser que até hoje se mantém o quadro por ele redigido e isso

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