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antropologia concepção platônica e aristotélica

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ETEC LAURO GOMES 
 
GEOVANA CARVALHO PEDERNESCHI 
MATEUS ASSIS CAMPANUCI 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANTROPOLOGIA FILOSOFICA 
CONCEPÇÃO ARISTOTÉLICA 
CONCEPÇÃO PLATONICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SÃO BERNARDO DO CAMPO 
2020 
GEOVANA CARVALHO PEDERNESCHI N°12 
MATEUS ASSIS CAMPANUCI N°31 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANTROPOLOGIA FILOSOFICA 
CONCEPÇÃO ARISTOTÉLICA 
CONCEPÇÃO PLATONICA 
 
 
ABORDAMOS O TEMA ANTROPOLOGIA 
FILOSOFICA, CONCEPÇÃO ARISTOTÉLICA, 
CONCEPÇÃO PLATONICA, ORIENTADOS PALA 
PROFESSORA ALINE. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SÃO BERNARDO DO CAMPO 
2020 
SUMÁRIO 
 
 
INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 4 
1. ANTROPOLOGIA FILOSÓFICA .......................................................................... 5 
2. CONCEPÇÃO ARISTOTÉLICA ............................................................................ 8 
3. CONCEPÇÃO PLATÔNICA ................................................................................... 9 
CONCLUSÃO.................................................................................................................. 13 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
O presente trabalho retrata três âmbitos da filosofia de modo belivoquente. 
Antropologia filosófica retrata-se no primeiro período do presente trabalho. Abordando a área 
do conhecimento onde se investiga a estrutura essencial do ser humano, não preocupando-se 
com as características humanas, mas sim com sua essência, diferenciando-se de outras 
antropologias, lidando com questões existenciais e metafisicas acerca da natureza humana. 
Concepção aristotélica retrata-se no segundo período do presente trabalho. Aborda de modo 
introdutório o conceito de ética e felicidade segundo Aristóteles discorrendo sobre os bens dos 
homens, e sua formação. 
Concepção platônica retrata-se no terceiro período do presente trabalho. Abordando a área da 
metafisica onde o homem é dividido em corpo e alma e que todos os homens são totalmente 
influenciados pelo molde da nossa espécie. 
 
1. ANTROPOLOGIA FILOSÓFICA 
 
 A antropologia filosófica é antropologia onde se investiga a estrutura essencial do ser 
humano. É o ser humano que ocupa o lugar mais preponderante na especulação filosófica, pois 
é a partir dele que tudo é deduzido. Essa forma de antropologia não se preocupa com as 
características humanas, mas sim com a essência do humano, fornecendo uma interpretação 
ontológica dele, se diferenciando, portanto, de outras formas de antropologia, como a mítica, 
teológica, poética, científico natural etc. Bernard Groethuysen a define como a reflexão sobre 
nós próprios, reflexão sempre renovada que o humano faz para chegar a compreender-se. Já 
Landsberg define como uma explicação conceitual da ideia de humano a partir da concepção 
que esse tem de si mesmo em determinada fase de sua existência. 
 A antropologia filosófica lida com questões existenciais e metafísicas acerca da 
natureza humana. Subdivide essa questão fundamental em vários temas, como identidade, 
pessoalidade, livre-arbítrio e determinismo, constituição humana, natureza humana, psique, 
mente, dentre outros tópicos. 
 Iniciado por filósofos alemães na esteira do neo-Kantianismo, fenomenologia, 
existencialismo e hermenêutica de Dilthey, o projeto filosófico de Max Scheler (1874-1961), 
Helmuth Plessner (1892– 1985) e Arnold Gehlen (1904-1976) procurou compreender o papel 
do homem no mundo. Para eles, a ênfase está na singularidade do homem. 
 Como dito, a antropologia filosófica resulta das questões fundamentais de Kant, nas 
quais preste atenção no eu: 
1. O que eu posso conhecer? 
2. O que eu devo fazer? 
3. O que eu posso esperar? 
4. O que é ser humano? 
 Podemos distinguir pelo menos três maneiras de compreender a natureza humana. Na 
primeira, as teorias sobre a natureza humana são entendidas como tentativas de descrever qual 
é a natureza dos seres humanos em uma acepção ampla. Outra maneira de entender a natureza 
humana é entendê-la como um conjunto de propensões ou disposições comportamentais que 
são traços universais em todas as culturas. Isso é o que as pessoas geralmente têm em mente 
quando dizem que uma ação “é típica da natureza humana”. Elas são maneiras de agir e 
inclinações que tendem a ser compartilhadas por toda a humanidade. 
 Uma terceira maneira de compreender a natureza humana é considerá-la individual por 
dizer respeito a disposições e talentos individuais inatos, que variam de indivíduo para 
indivíduo. Nesse sentido, diferentes indivíduos têm diferentes naturezas individuais que 
refletem as suas aptidões predominantes. Este tipo de concepção é exemplificado pelo mito dos 
metais do livro III da República de Platão. Segundo o mito, todos nasceram da terra e cada 
indivíduo tem um tipo de metal misturado na sua alma. Os mais apropriados para governar têm 
ouro em sua alma, ao passo que quem é mais adequado para ser auxiliar tem prata, seguidos 
daqueles que têm vocação para serem produtores por terem bronze ou ferro em sua alma. 
 Grosso modo nas tradições filosóficas nós temos três concepções do homem, a 
concepção metafísica, a naturalista e a histórico social. 
 Abordando rapidamente as três, a concepção metafísica nasceu numa base do 
platonismo ela está muito associada às ideias religiosas e teológicas, ou seja, o homem como 
um ser quase imutável, e ela predominou principalmente na idade média. Nessa concepção se 
entende que existe um modelo de homem e somos as transformações deste modelo. 
 Já a concepção naturalista típica da idade moderna é fruto principalmente do 
modernismo obvio, mas é fruto sobretudo de pensadores como Descartes e Locke, nela o 
homem é visto de duas formas muito claras a sua dualidade psicofísica, ou seja, a partir da ideia 
de uma substância pensante e da sua questão biológica. Neste caso naturalista o homem é 
produto das determinações naturais e não é percebido como um ser autônomo capazes de gerir 
seu próprio destino. 
 A última concepção é aquela que nós denominamos de histórico social, o homem nesse 
caso é visto como um processo obviamente valorizado pela sua existência pessoal e concreta. 
Nessa concepção o homem é capaz de realizar atos de modificar entre aspas o seu próprio 
destino, mas ele é um ser exatamente por ser assim um ser inacabado, um ser que está se 
construindo como ser humano como homem, ou seja, é aquela concepção de que o homem não 
nasce homem, torna-se homem. Um dos pensadores contemporâneos que muito citou essa 
questão da condição é Edgar Morin (Filosofo Frances) é dele a celebre frase que diz “ Conhecer 
o homem não é separá-lo do universo, mas sim situá-lo nele”. 
 A acepção restrita da natureza humana é particularmente importante para questões de 
ética e política. Envolve, por exemplo, uma tomada de posição na discussão sobre a 
natureza versus cultura, pois implica que a genética e a hereditariedade influenciam diretamente 
o comportamento humano. Infelizmente, devido às suas implicações políticas, essa concepção 
de natureza humana tem sido muitas vezes atacada por ativistas políticos que a consideram 
imoral e reacionária, sendo por isso silenciada. A razão é simples: se os seres humanos de fato 
têm algumas disposições comportamentais que são impermeáveis à influência cultural, não 
poderão ser moldados de acordo com ideais políticos que são tidos como progressistas por 
alguns grupos. 
 A natureza humana nessa acepção restrita levanta uma série de questões. Somos animais 
políticos que precisam da atividade política para o seu bem-estar, ou tem a política apenas um 
valor instrumental para o ser humano? Somos capazes de progresso moral contínuo, ou as 
nossas capacidades morais e intelectuais são limitadas? Somos egoístas por natureza, ou 
poderíamos aceitar uma comunidade sem propriedade privada? Essas e outras questões serão 
vitaispara determinar o que consideramos essencial para o florescimento humano. 
 Outra questão importante diz respeito ao futuro da natureza humana. Não podemos 
ignorar a possibilidade de alterar a natureza humana em todas as suas acepções com o uso de 
tecnologia em um futuro próximo. Os transhumanistas defendem que poderemos no futuro 
modificar e aprimorar a natureza humana com o uso da tecnologia. Argumentam que devemos 
ser otimistas diante da criação de um novo animal tecnológico, pois isso nos permitiria superar 
as limitações intrínsecas da nossa natureza. Os bioconservadores, por outro lado, consideram 
essa possibilidade de reinvenção despropositada e perigosa. O desenvolvimento tecnológico da 
nossa constituição biológica representaria na realidade a destruição da natureza humana e não 
o seu aprimoramento. Qualquer tentativa de alterar a condição humana com o uso de 
biotecnologia à revelia dos nossos instintos deve ser vista com desconfiança e trará um mal-
estar imenso à humanidade. 
 
 
 
 
2. CONCEPÇÃO ARISTOTÉLICA 
 
A concepção aristotélica no âmbito de filosofia, tem como base introdutória o conceito da ética 
e da felicidade. No seu livro “Ética a Nicômaco”, Aristóteles aborda a ética do meio-termo. Por 
exemplo, entre a covardia e a audácia está a coragem; entre a belicosidade e a bajulação está a 
amizade; entre a indolência e a ganância está a ambição, dentre outros exemplos. 
A ética aristotélica segundo o próprio, são elementos positivos como a riqueza e a saúde, não 
possuem nenhum valor, se a alma do indivíduo em questão não for boa, ressaltando que a 
melhor coisa a ser feita é promover o que há de melhor, na melhor parte do sujeito, que seria 
tão racional quanto possível, pois da mesma forma que a alma é superior ao corpo, a parte 
racional da alma é superior a parte irracional. De acordo com o filósofo, é natural e certo que 
os homens se tornem animais racionais, e caso não o façam, podem até ser homens vivos, mas 
não estariam vivendo como tal, não haveria prazer em viver. 
Tomando como ponto o valor que Aristóteles atribui a razão, leva-se também em conta, qual 
seria para ele a utilidade da filosofia. Segundo ele, algumas coisas são boas pelo que são capazes 
de proporcionar, outras são boas em si mesmas, seria esse o caso da filosofia. O fato de que ela 
é fundamental mesmo sem proporcionar algo a mais, significa não que ela seja inútil, mas sim, 
um dos bens mais elevados. No que diz respeito a ética, existem duas compilações estreitamente 
relacionadas, a Ética a Nicômaco e a Ética a Eudemo. 
Para entender a felicidade Aristóteles discorre sobre o sentido dos bens para o homem, quais 
são esses bens e que vantagens eles trazem para a vida da humana. Para se conseguir determinar 
o que é Felicidade é preciso determinar qual é o fim da natureza humana e esta é uma angústia 
que vem sendo despertada no ser humano desde o princípio do seu pensar, afinal, para poder 
resolver essa angústia, faz-se necessário descobrir e definir esse “bem, para o qual, antes de 
tudo, é feito o homem, o bem pelo qual em ente racional se realiza e que lhe é propriamente 
conveniente”. 
 
 
 
 
3. CONCEPÇÃO PLATÔNICA 
 
 Muitos pesquisadores acham que a influência do platonismo foi uma das mais 
importantes para a concepção clássica do homem. Não podemos negar a sua admirável 
inteligência, Platão (428-347 a.C.) teve na sua vida inúmeros estudos, alguns talvez nem 
conhecemos, mas ele teve um papel importante para a antropologia filosófica, e para entender 
o que tudo isso significa, precisamos entender um pouco das suas teorias. 
 Antes de tudo precisamos deixar explícito a clara importância que Sócrates teve nisso 
tudo. Platão foi seu discípulo por muito tempo, então suas ideias foram muito influenciadas 
pelo seu mentor. A morte horrenda de Sócrates deixaria uma impressão indelével; isso iria 
determinar a orientação de toda a sua atividade filosófica. Dentre suas orientações estava a 
concepção do mundo, resultando na concepção do homem. Platão interessava-se em tudo aquilo 
que é imutável e tudo aquilo que ”flui”, exatamente como os pré-socráticos. Uma de suas teorias 
que precisamos citar foi o Mundo das Ideias. A tese que era apresentada era que o universo 
possuía um mundo das ideias, e outro sensível... Calma eu vou explicar. 
 Os filósofos que o antecederam acreditavam num mundo que flui, como todos sabem as 
coisas nascem, vivem e perecem. A ideia era que os mesmos átomos, que constituíam tudo 
aquilo que conhecemos, depois de morrerem se transformavam e formavam um novo objeto. A 
ideia de fluir é esse ciclo, nasceu, viveu, pereceu, nasceu, viveu, pereceu, e assim 
sucessivamente. Esse mundo que conhecemos pelos nossos sentidos (visão, olfato, tato, audição 
e paladar) ele nomeou de “mundo sensível”. 
 Tudo bem, não existia nenhuma explicação aceitável para o modo como estas partículas 
minúsculas que eram elementos de um objeto ou ser, podiam produzir quatro ou cinco séculos 
mais tarde um objeto totalmente novo! Seja ele qual for. Daí originou-se seu ponto de partida. 
Platão respondeu essa pergunta, para ele existiam formas que moldavam esses seres. 
 Por precaução, vou explicar melhor: tens uma caixa de peças de Lego e constróis um 
cavalo. Depois, desmanchas o que fizeste e colocas novamente as peças na caixa. Não podes 
esperar ter um novo cavalo se apenas agitas a caixa. Como é que as peças do Lego 
conseguiriam produzir por si mesmas um novo cavalo? Não, tu tens de montar de novo o 
cavalo, Sofia. E se o consegues é porque tens em ti uma imagem do aspecto do cavalo. O 
cavalo de Lego foi, portanto, formado a partir de um modelo que se conserva inalterado de 
cavalo para cavalo. 
Conseguiste resolver a pergunta acerca dos cinquenta bolos iguais? 
Imaginemos agora que cais do espaço sideral para a terra e que nunca tinhas visto uma 
pastelaria. Deparas com uma pastelaria atraente — e vês, num tabuleiro, cinquenta 
biscoitos em forma de homem, exatamente iguais. Cálculo que coçarias a cabeça e te 
questionarias como é que podiam ser todos exatamente iguais. É fácil de imaginar que a um 
falta um braço, um outro perdeu talvez um bocado da cabeça, e o terceiro tem uma barriga 
demasiado gorda. Mas depois de uma reflexão fundada chegas à conclusão de que todos os 
biscoitos possuem um denominador comum. Apesar de nenhum deles ser totalmente perfeito, 
tens a idéia de que têm que ter uma origem comum. [...] 
Se resolveste este problema sozinha, resolveste um problema filosófico exatamente da 
mesma forma que Platão. Como a maior parte dos filósofos, ele “caiu do espaço sideral”, 
por assim dizer. (Ele instalou-se na parte mais alta de um dos pêlos finos da pelagem do 
coelho). Ele admirou-se como todos os fenômenos na natureza podem ser tão semelhantes 
entre si, e chegou então à conclusão de que “acima” ou “por detrás” de tudo o que vemos 
à nossa volta há um número limitado de formas. A estas formas chamou Platão idéias. Por 
detrás de todos os cavalos, porcos e homens há a “idéia cavalo”, a “idéia porco” e a “idéia 
homem”. (E por isso, a referida pastelaria pode ter, além de biscoitos em forma de homem, 
biscoitos em forma de porco e de cavalo, visto que uma pastelaria decente tem geralmente 
variadíssimas formas. Mas para cada tipo de biscoito é suficiente uma única forma). 
Conclusão: Platão defendia uma realidade própria 
(O Mundo de Sofia- Jostein Gaarder Cap.19- Pag.59,60) 
 
 
 Esse mundo das formas ele nomeou de “mundo das idéias”. Como isso se aplica na 
antropologia? Agora precisamos unificar essa teoria com mais duas. Platão acreditava que 
tudo aquilo que podemos tocar (mundo sensível) não era confiável, durável, era mutável. Ele 
dizia que a razão proveniente da alma (mundo das ideias), era a única coisa imutável, e 
confiável. Essa teoria é conhecida como “Verdadeiro Conhecimento”. 
 
Sofia, eu vou explicar isto melhor: um biscoito em formade homem pode sofrer tanto ao ser 
amassado, ao mofar e ao ser cozido que já não se possa dizer exatamente o que é. Mas 
depois de eu ter visto vinte, trinta biscoitos — que podem ser mais ou menos perfeitos —, 
posso saber com grande segurança qual é o aspecto da forma dos bolos. Posso concluí-lo, 
mesmo que nunca tenha visto a própria forma. Nunca é claro se seria melhor ver a forma a 
olho nu, visto que não podemos confiar sempre nos nossos sentidos. A visão pode variar de 
homem para homem. 
Inversamente, podemos confiar naquilo que a razão nos diz, visto que a razão é a mesma em 
todos os homens. Quando estás numa sala de aula com mais trinta alunos, e o professor 
pergunta qual é a cor mais bonita do arco-íris — aí ele tem certamente muitas respostas 
diferentes. Mas se ele perguntar quanto é três vezes oito, toda a turma deveria dar a mesma 
resposta. Nesse caso, é a razão que julga, e a razão é de certo modo exatamente o contrário 
do opinar e do sentir. Podemos dizer que a razão é eterna e universal, precisamente porque 
se pronuncia apenas acerca de realidades eternas e universais. 
Platão interessou-se muito por matemática, porque as verdades matemáticas nunca se 
alteram. Assim, podemos ter um saber seguro acerca delas. 
Mas agora precisamos de um exemplo: imagina que encontras na floresta uma pinha 
redonda. Talvez digas que achas que ela parece redonda — mas Jorunn afirma que ela é um 
pouco achatada num dos lados. (Vocês discutem então!). Não podem ter um conhecimento 
seguro acerca do que vêm com os olhos, mas podem saber com toda a segurança que a soma 
dos ângulos num círculo perfaz 360. Vocês estão a falar de um círculo “ideal” que não 
existe na natureza, mas que vêem muito claramente com a vossa visão interior. (Vocês falam 
sobre a forma escondida do bolo — e não sobre qualquer biscoito em cima da mesa da 
cozinha). 
(O Mundo de Sofia- Jostein Gaarder Cap.19- Pag61) 
 Por último temos “Uma Alma imortal”. Vimos que Platão acreditava em um mundo 
sensível, aquilo que podemos ver, sentir, tocar, todo aquilo que flui, no qual na visão dele era 
inferior ao mundo das ideias, que constituía das formas, que modelavam todo aquilo que 
conhecemos. Mas isso não é tudo, o homem vive e pertence ao mundo, consequentemente ele 
também é dividido em dois. Sim temos o corpo, que flui, ele está ligado ao mundo sensível, 
logo sofre o mesmo destino. E temos a alma, que é a nossa sede da razão, uma vez que ela não 
é material, ela pertence ao mundo das ideias. 
 Mas isso não é tudo, Platão acreditava numa alma imortal, que existiu antes mesmo de 
entrar no corpo, e nesse momento sofreu uma espécie de formatação defeituosa. Quando ela via 
algo semelhante a esse “mundo de ideais” ela o associava instantaneamente. Por isso sabemos 
que um ser com rabo, cabeça, quatro patas e uma crina é um cavalo. Como dito anteriormente 
Platão acreditava que o mundo sensível era inferior ao mundo das ideias, por essa razão a 
“alma” quando obter essa referência tem uma espécie de frustação. Obtendo assim saudade, 
consequentemente um “desejo amoroso” pela sua verdadeira origem. Nisso ela quer se libertar 
da prisão que ela se encontra, isto é o corpo. 
 Daí nasceu a concepção metafísica, ou concepção platônica. Resumindo tudo, a 
concepção platônica da antropologia filosófica é que o homem é dividido em corpo e alma e 
que todos os homens são totalmente influenciados pelo molde (mundo das ideias) da nossa 
espécie. Essa concepção é entusiasmada pela da teologia, Platão não era um homem crente no 
sentido moderno da palavra, mas ele vivia em uma Grécia politeísta e pagã, eles adoravam 
deuses que representavam fenômenos naturais do mundo. 
 As principais características dessa concepção antropológica são: o corpo não é visto 
como algo que faz parte da essência humana, mas ao contrário, como “túmulo” e “cárcere” da 
mesma, em outras palavras, como um local de expiação da alma. Outro ponto importante é que 
nessa visão a alma é imortal, pré-existente. Por essa razão ela necessita procurar se livrar do 
seu “cárcere”. Essa concepção defende que o homem é essencialmente alma. Acredita numa 
alma frustrada com o mundo. Um homem essencialmente alma que deve se apartar do corpo e 
tudo que provem dele, para assim alcançar a supremacia. 
 
CONCLUSÃO 
 
O que todos nós podemos concordar é que o homem desde os primórdios procura resolver das 
mais diversas questões, os primeiros filósofos focavam nas perguntas sobre os fenômenos 
naturais, elementos primordiais, e de onde veio todas as coisas. Mas com o passar o tempo nós 
mesmo viramos questionamentos. O que de fato somos? Tudo esse poder que tomamos, temos 
o direito de telo? Somos algum tipo de espécie superior a qualquer outro animal? Bem esses 
questionamentos nomeamos Antropologia Filosófica, que em suma estuda o que simplesmente 
é o ser humano. As mais diversas mentes brilhantes criaram teorias sobre isso, algumas nem 
tão brilhantes. Dentre essas teorias temos ideias mais naturais e outros nem tanto vamos dizer 
assim. As mais conhecidas são as que tiveram influências teológicas, ou antropologias 
teológicas, que em sumário defendem a imortalidade, a inerência a bondade, maldade ou ambos. 
Acreditam na origem do sofrimento, proposito do mal, no livre-arbítrio, e o propósito da 
existência. 
Agora temos as posturas mais sistemáticas num mundo ocidental quanto à concepção básica do 
ser humano, temos a Monismo material ou fisicalismo, que aborda um ser humano muito 
animal, ainda que complexo culturalmente, que tem consciência como variável de processos 
biológicos. Dualismo corpo e mente, radicalmente separadas, que acredita na alma (substância 
pensante) em sua essência, e um corpo externo, e substituível, sem valor. O realismo 
hilomorfista que se acerca num corpo e mente inerentes, no qual o aspecto imaterial depende 
do material para adquirir o conhecimento. Ideias que acreditam que o humano simplesmente 
existe e que suas escolhas se definem como sua existência (Existencialismo), entre várias 
outras. Em resumo podemos dividi-las em metafísicas, naturais ou histórico-social. 
Dois filósofos que tiveram grande papel nisso tudo foi Platão e Aristóteles, curiosamente suas 
ideias se contrapõem de várias formas. Enquanto o Platão acreditava em um homem dividido 
em dois que se constitui por alma e corpo, que eram radicalmente separadas. Aristóteles 
acreditava em um homem totalmente inerente em suas duas divisões, que precisava tanto da sua 
parte imaterial quanto do material, ele dizia que todo aquilo que sabemos se deriva dos nossos 
sentidos por aquilo que não é material, portanto, as ideias não são inatas. Enquanto Platão visava 
em tudo aquilo que não “flui’, aquilo que é imutável, Aristóteles dava valor a tudo aquilo que 
sentimos “mundo sensível”, ele deva valor para as transformações, o que hoje dominamos de 
física. Tanto que ele foi o primeiro a sugerir uma divisão por espécie e gênero de tudo que 
existe, dele surgiu a ideia dos seres divididos como plantas e animais, contribuindo muito para 
a biologia. 
 Platão achava que o homem devia ver o corpo como uma prisão, indesejável. Aristóteles 
admirava o corpo. Enquanto o sucesso e a supremacia para Platão se davam com a purificação 
da alma em relação ao corpo, Aristóteles achava que para determinar a felicidade era preciso 
saber qual é o fim da natureza humana, ele defendia que para alcançar uma vida feliz precisamos 
viver uma vida ligadas na ética, na harmonia e na moderação. Ele dizia que entre a covardia e 
a audácia está a coragem; entre a belicosidade e a bajulação está a amizade; entre a indolência 
e a ganância está a ambição, dentre outros exemplos. 
O que mais se contrapõem um do outro e a forma que eles viam a felicidade, consequência da 
maneira no qual eles enxergavam o ser humano. 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
https://www.youtube.com/watch?v=VN_PFuZO_og 
https://medium.com/@leonardo_vaz/a-antropologia-filos%C3%B3fica-468bff191afdhttps://criticanarede.com/antropologia.html 
Antropologia Filosófica – Henrique C. de Lima Vaz - Edicoes Loyola, 1991 
O Mundo de Sofia - Gaarder Jostein - Editora Companhia das Letras, 19 de nov. de 2012 
Antropologia Filosófica – Henrique C. de Lima Vaz - Edicoes Loyola, 1991 
https://marinagarner.wixsite.com/filosofiadareligiao/single-post/2017/02/15/Plat%C3%A3o-
e-a-filosofia-da-religi%C3%A3o 
http://famariana.edu.br/blog/2017/10/20/a-concepcao-dualista-de-homem-no-pensamento-
platonico/ 
http://www.periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/revistahumus/article/viewFile/1546/1373 
https://www.pucsp.br/pos/cesima/schenberg/alunos/paulosergio/filosofia.html 
 
https://www.youtube.com/watch?v=VN_PFuZO_og
https://medium.com/@leonardo_vaz/a-antropologia-filos%C3%B3fica-468bff191afd
https://criticanarede.com/antropologia.html
https://marinagarner.wixsite.com/filosofiadareligiao/single-post/2017/02/15/Plat%C3%A3o-e-a-filosofia-da-religi%C3%A3o
https://marinagarner.wixsite.com/filosofiadareligiao/single-post/2017/02/15/Plat%C3%A3o-e-a-filosofia-da-religi%C3%A3o
http://famariana.edu.br/blog/2017/10/20/a-concepcao-dualista-de-homem-no-pensamento-platonico/
http://famariana.edu.br/blog/2017/10/20/a-concepcao-dualista-de-homem-no-pensamento-platonico/
http://www.periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/revistahumus/article/viewFile/1546/1373
https://www.pucsp.br/pos/cesima/schenberg/alunos/paulosergio/filosofia.html
	INTRODUÇÃO
	1. ANTROPOLOGIA FILOSÓFICA
	2. CONCEPÇÃO ARISTOTÉLICA
	3. CONCEPÇÃO PLATÔNICA
	CONCLUSÃO

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