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FICHA DE FICHAMENTO - formação do corrupto

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Vitor Thiago Camargo - RA.: 011170603-3 
Sociedade Corruptiva 
Corrupção e Pagode | 14-A 
 
MEDEIROS, Ricardo Marques de. O Mito do Brasil Corrupto. Gazeta do Povo, 20 
Julho. 2012. Caderno G, Disponível em < www.gazetadopovo.com.br > Acesso em 
01. 03. 2015. 
 
“A percepção da corrupção como um mal endêmico pode criar noções equivocadas 
de um problema cultural irremediável, dizem especialistas.” (1) 
 
“O Brasil nunca viveu na sua história um período democrático tão longo como o atual. 
Desde 1989, os brasileiros podem eleger o presidente da República. Nesses quase 
23 anos de reabertura política, não houve ameaças de golpes e a troca de faixas entre 
os eleitos foi tranquila.” (1) 
 
“A liberdade de expressão fez com que muitos atos escusos cometidos por agentes 
públicos viessem à tona [...]” (1) 
 
“‘Qualquer caso de corrupção, feito com menos peritagem, pode vir à tona. Isso cria 
uma impressão de que há mais corrupção. O que acontece é que eles [os casos de 
corrupção] são mais propalados. No período da ditadura, a maior parte dos casos não 
era divulgada, ficava escondida’ [...]” (1) 
 
“’A cultura da corrupção só se desenvolve onde não há noções de ética incorporadas 
em nossas ações do cotidiano. Não podemos cobrar da classe política honestidade 
se, em nossas ações diárias cometemos pequenas infrações que comprometem o 
bem comum’. - Ligia Pavan Baptista , doutora em Ética e professora da Universidade 
de Brasília (UnB).” (2) 
 
“’Se discute muito sobre políticos, autoridades, magistraturas, mas as empresas, os 
fornecedores e o interesse privado, que também corrompem, são muito pouco 
divulgados. Para que haja o corrupto, tem de haver o corruptor e toda uma cultura 
empresarial que vive dependendo desta prática.’ - Ricardo Costa de Oliveira , cientista 
político e professor da UFPR.” (2) 
 
“1990-1992 - O primeiro presidente eleito diretamente após o fim da ditadura militar 
(1964-1985), Fernando Collor, foi acusado de ser beneficiado por um esquema de 
corrupção organizado pelo seu tesoureiro de campanha, Paulo César Farias [...]” (3) 
 
“1995-1998 - O primeiro governo Fernando Henrique Cardoso ficou marcado pelo 
escândalo da suposta compra de votos de parlamentares para aprovar a reeleição de 
presidentes, governadores e prefeitos no país. FHC, popular graças ao sucesso do 
Plano Real – que estabilizou a moeda e controlou a inflação –, foi beneficiado com a 
mudança na Constituição. Cardoso tinha a maioria no Congresso, conseguiu barrar a 
apuração da denúncia e foi reeleito.” (3) 
 
 
 
Vitor Thiago Camargo - RA.: 011170603-3 
Sociedade Corruptiva 
Corrupção e Pagode | 15-A 
 
MEDEIROS, Ricardo Marques de. O Mito do Brasil Corrupto. Gazeta do Povo, 20 
Julho. 2012. Caderno G, Disponível em < www.gazetadopovo.com.br > Acesso em 
01. 03. 2015. 
 
“2003-2006 - Luiz Inácio Lula da Silva também enfrentou um grande escândalo em 
seu primeiro governo. O mensalão veio à tona quando o deputado federal Roberto 
Jefferson (PTB-RJ) acusou o ministro da Casa Civil, José Dirceu, de comandar o 
esquema de pagamento de dinheiro a parlamentares para que votassem a favor do 
governo. [...]” (3) 
 
“2011 - Em seu primeiro ano de mandato, a presidente Dilma Rousseff viu uma série 
de escândalos derrubarem seis ministros. [...]” (3) 
 
“A doutora em Ética e professora da Universidade de Brasília (UnB) Ligia Pavan 
Baptista liga os pontos: a política brasileira é o reflexo de um descaso histórico com a 
educação no país. ‘O exercício da cidadania, que vai muito além do voto, exige 
educação política, informação e conscientização’, [...] ‘A cultura da corrupção só se 
desenvolve onde não há noções de ética incorporadas em nossas ações do cotidiano. 
Não podemos cobrar da classe política honestidade se, em nossas ações diárias, 
cometemos pequenas infrações que comprometem o bem comum.’” (4) 
 
“‘[...] As pessoas incorporaram a concepção de que o Estado serve para isso mesmo, 
e não é possível outra relação senão essa de conseguir viabilizar benefícios 
específicos.’” (4) 
 
“’[...] Se entendemos cultura como um conjunto de práticas historicamente 
constituídas, o modo como as pessoas têm se relacionado e compreendido a 
administração pública, aí se pode falar em algo cultural, mas não como uma coisa que 
não pode ser transformada’[...]” (5) 
 
“‘[...] Cultura você não supera com medidas políticas, com decretos, com leis. Cultura 
você supera com educação, e aí vamos precisar de mais 200 anos’[...]” (5) 
 
“‘[...] Para que haja o corrupto, tem que haver o corruptor e toda uma cultura 
empresarial que vive dependendo desta prática [...]’” (5) 
 
“A política, uma atividade cara, permeada de interesses e formas de cooptação, além 
de um potencial mecanismo de enriquecimento individual, se torna um campo sempre 
sujeito a oportunismos. ‘A corrupção é intrínseca à própria política’ [...]” (6) 
 
“[...]’Mas a própria democracia oferece instrumentos possíveis para combatê-la”, diz 
Bezerra. “Assim como educação, saúde, políticas públicas voltadas para o coletivo, é 
importante que a corrupção também seja colocada como uma preocupação 
permanente do Estado, não de um governo. Aí, os casos serão tratados da maneira 
séria como merecem, não politicamente, como vem acontecendo’ [..]” (6) 
 
Vitor Thiago Camargo - RA.: 011170603-3 
Sociedade Corruptiva 
Corrupção e Pagode | 16-A 
 
MEDEIROS, Ricardo Marques de. O Mito do Brasil Corrupto. Gazeta do Povo, 20 
Julho. 2012. Caderno G, Disponível em < www.gazetadopovo.com.br > Acesso em 
01. 03. 2015. 
 
“’O maior perigo da sensação de impunidade para crimes de corrupção no país é 
produzir essa generalização, e, como consequência dela, uma inércia e um ceticismo 
em relação à esperança de que nós podemos alterar esse cenário”, destaca Ligia. 
“Será um grande exemplo para o país se os considerados culpados forem punidos 
com penas exemplares.’” (7) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Vitor Thiago Camargo - RA.: 011170603-3 
Sociedade Corruptiva 
Corrupção e Pagode | 17-A 
 
CAULYT, Fernando. Impunidade e falta de controle pela sociedade estimulam 
corrupção no Brasil. Deutsche Welle, 28 Junho 2013. Política, Disponível em < 
http://dw.de/p/18yDk > Acesso em 03. 03. 2015. 
 
“Para especialistas, sociedade deve fiscalizar com mais rigor as atividades de 
governantes e gestores públicos. E sem penas duras para os corruptos, o problema 
jamais terá solução.” (1) 
 
 
“[...] uma pessoa quase nunca devolve o dinheiro que foi usado, por exemplo, para 
corromper agentes públicos. ‘Então acaba valendo a pena desviar recursos públicos, 
já que normalmente o culpado não vai para a cadeia e fica em regime aberto’” (2) 
 
“Para Gil Castello Branco, fundador e secretário-geral da Associação Contas Abertas 
– uma organização não governamental que faz o acompanhamento das contas do 
governo federal – a corrupção não aumentou nem diminuiu, mas continua sendo um 
problema muito grave no Brasil.” (2) 
 
“Além da questão legal, há uma ausência muito forte de controle social. As pessoas 
não acreditam no sistema legal e não acompanham o exercício da função pública. E, 
se você não tem um controle social que funciona, a ocasião faz o ladrão" (3) 
 
“Para Castello Branco, da Associação Contas Abertas, o trabalho preventivo é 
importante, mas é crucial que haja punições. Ele afirma que, "no Brasil, o crime 
compensa porque a punição é muito branda. [...]” (3) 
 
“[...] um sigilo bancário excessivo, a falta de transparência nos gastos das empresas 
estatais, o foro privilegiado para autoridades e a morosidade da Justiça levam à 
impunidade e ‘à realimentação permanente da corrupção no país’.” (4) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Vitor Thiago Camargo- RA.: 011170603-3 
Sociedade Corruptiva 
Corrupção e Pagode | 18-A 
 
CORTELLA, Mario Sergio, BARROS FILHO, Clóvis de. Ética e vergonha na cara!. 
Campinas: Papirus 7 Mares, 2014. 
 
“A corrupção é uma das formas mais agressivas de comportamento porque está no 
campo público e no campo privado, sendo, portanto, algo da esfera da vida [...]” (63) 
 
“Ao dizer que nunca deixaremos de ter corrupção, não quero afirmar que ela é 
obrigatória, mas sim que é uma possibilidade. E como é uma possibilidade de nossa 
escolha livre, sempre poderemos ter pessoas que escolham de maneira equivocada 
o caminho que corrompe, que apodrece, seja na vida privada, seja na vida pública 
[...]” (66-67) 
 
“[...] há uma diferença interessante entre o corruptor e o corrupto. O corruptor detém 
algo que o corrupto almeja. É muito comum em nossa sociedade que a chamada 
esfera privada atribua à esfera pública, quando a ela se refere, o privilégio, o 
monopólio das práticas de corrupção [...]” (78) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Vitor Thiago Camargo - RA.: 011170603-3 
Sociedade Corruptiva 
Corrupção e Pagode | 19-A 
 
ANDRADE, Thiago Xavier de. As Possíveis causas da corrupção. Âmbito Jurídico, 
Outros, Disponível em < www.ambito-juridico.com.br > Acesso em 11. 04. 2015. 
 
“Uma das maiores dificuldades no estudo da corrupção é, justamente, a sua 
conceituação. A corrupção abrange uma gama de atos que incluem desde suborno, 
nepotismo a tráfico de influências, condutas estas que na maioria das vezes tem 
relação intrínseca com o desvio de função da posição pública em benefício de 
favorecimentos privados.” (1) 
“Numa anteposição aos que tinham a corrupção como um caráter relacionado à moral 
individual, temos as visões dos pensadores renascentistas, entre os quais podemos 
destacar Maquiavel. Essa interpretação, que marca o pensamento político até os 
nossos dias, vê na corrupção uma ligação com a fraqueza das leis e instituições 
políticas e a falta de preocupação e ação dos cidadãos em relação à coisa pública.” 
(1) 
“Etimologicamente falando, o termo corrupção é derivado do verbo latino rumpere, 
que significa romper, quebrar. É o que se rompe na sua organização; estava 
associado e se solta. Seria o rompimento de uma regra, uma lei, um código moral ou 
social.” (1) 
“Quando o assunto é corrupção, podemos afirmar quer não existe causa única para 
sua existência, tampouco solução singular. Ela existe em decorrência de uma 
variada quantidade de fatores.” (2) 
“Luís de Sousa[4] agrupa as causas da corrupção em quatro dimensões: níveis de 
desenvolvimento; processos de modernização; cultura cívica; e qualidade das 
instituições.” (2) 
“[...] sobre o tema da corrupção, assevera que trata-se de “um crime de cálculo e 
não de paixão”. Ou seja, que tal comportamento derivaria menos da falta de 
princípios éticos ou morais e mais das condições materiais propícias para a 
ocorrência do crime. De acordo com essa teoria, a corrupção envolve principalmente 
três variáveis: a oportunidade para ocorrer o ato ilegal, a chance de a ação corrupta 
ser descoberta e a probabilidade do autor ser punido. 
Portanto, a penalização do autor do ato corrupto exerce papel saliente no combate à 
corrupção, de forma imediata; e na sua ocorrência, de forma mediata. A prática da 
transgressão está particularmente ligada à possibilidade dos atos corruptos serem 
descobertos.” (3) 
 
 
Vitor Thiago Camargo - RA.: 011170603-3 
Sociedade Corruptiva 
Corrupção e Pagode | 20-A 
 
ANDRADE, Thiago Xavier de. As Possíveis causas da corrupção. Âmbito Jurídico, 
Outros, Disponível em < www.ambito-juridico.com.br > Acesso em 11. 04. 2015. 
“Hoje no Brasil, diante dos inúmeros casos de práticas corruptas, tem-se, em alguns, 
a sensação de que nunca na história houve tanta corrupção e que essa patologia é 
típica, ou senão exclusiva, deste País. Há quem suponha, repita-se, que foi o Brasil 
que a descobriu, ou pelo menos, que trata-se de um problema exclusivamente seu. 
Como é nítido, estamos diante de um enorme equívoco. Nem o Brasil é o único lugar 
no mundo onde encontramos casos de corrupção, nem mesmo fomos nós quem a 
inventamos. Trata-se de um problema que se remete a tempos muito longe dos 
nossos. Ela existe desde muito antes do descobrimento do Brasil e esteve sempre 
presente em muitos países e em vários momentos da História.” (4) 
“Logo se compreende que o problema da corrupção não está no brasileiro, mas nos 
membros de qualquer sociedade, que independente do lugar ou da época podem se 
corromper em troca de benefícios. As palavras dos profetas mostram que a 
maldade, a desonestidade e a corrupção são problemas humanos, em todos os 
tempos, lugares e culturas.” (5) 
“Mas as dúvidas não saem da cabeça dos brasileiros: Será que há mais corrupção 
hoje do que em outros tempos? Ou será que hoje, simplesmente, existe mais 
investigação e reação da sociedade em seu desfavor? Por que o Brasil é 
considerado tão corrupto?” (5) 
 “Vê-se que o persistente nível de corrupção que hoje assola o Brasil, deriva, em 
grande parte, das práticas já existentes nos séculos passados, principalmente do 
período de colonização e império, que tem grande participação na formação cultural 
do país. O que hoje vemos, pode ser tido pelo reflexo da evolução cultural brasileira, 
evolução baseada em princípios como o do patrimonialismo, clientelismo e 
coronelismo, herança maldita de tempos passados.” (8) 
“A ideia de que é impossível controlar a corrupção, faz com que os brasileiros 
desenvolvam um sentimento de descrença, que resulta num individualismo 
exacerbado, uma cultura egocêntrica, onde cada um pensa exclusivamente no seu 
bem estar singular. De acordo com Luís de Sousa, analisando a situação portuguesa 
“os cidadãos só se revoltam contra a corrupção quando esse mal se torna 
demasiado evidente e o seu impacto é percepcionado como sintoma de injustiça 
social numa conjuntura econômica difícil”. Essa análise cabe perfeitamente ao caso 
brasileiro” (9) 
“[...]’o excesso de lei leva à mais transgressão que leva à mais lei que leva à mais 
transgressão’ [...]” 
 
Vitor Thiago Camargo - RA.: 011170603-3 
Sociedade Corruptiva 
Corrupção e Pagode | 21-A 
 
ANDRADE, Thiago Xavier de. As Possíveis causas da corrupção. Âmbito Jurídico, 
Outros, Disponível em < www.ambito-juridico.com.br > Acesso em 11. 04. 2015. 
“A corrupção não é uma transgressão exclusiva dos políticos brasileiros, do contrário, 
ela é o retrato de toda uma sociedade que a aceita. Não a aceita com essa 
terminologia, mas com a simpática expressão “jeitinho brasileiro”, que nada mais é 
que o drible à lei em favor de interesses pessoais, da garantia de acesso a serviços e 
oportunidades através de métodos que não são os identicamente utilizados pelos 
demais cidadãos” (10) 
“Antes de qualquer coisa, o Brasil precisa compreender que deve caminhar para um 
tempo onde o afamado “jeitinho brasileiro”, de querer se pôr em vantagem sempre, 
não seja mais um comportamento culturalmente aceito, como hoje acontece. É preciso 
que o corrupto sinta que não mais é aceito pela sociedade, que trata-se 
de persona non gratta.” (10) 
“Diante disso, devem os brasileiros além de indignar-se, ir à luta, tentar eliminar a 
corrupção, primeiro no próprio seio da sociedade, mas não basta indignar-se, é 
preciso ação. Os cidadãos devem participar mais da vida política de sua sociedade, 
acompanhando, fiscalizando, atuando, etc.” (10) 
“Devem os brasileiros refletir e olhar para o passado, buscar na história exemplos de 
tudo o que foi feito de errado para, na tentativa de solucionar a questão, reestruturar 
uma cultura marcada por transgressões.” (11) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
VitorThiago Camargo - RA.: 011170603-3 
Corrupção e Pagode 
MEDEIROS, Ricardo Marques de. O Mito do Brasil Corrupto. Gazeta do Povo, 20 
Julho. 2012. Caderno G, Disponível em < www.gazetadopovo.com.br > Acesso em 
01. 03. 2015. 
CAULYT, Fernando. Impunidade e falta de controle pela sociedade estimulam 
corrupção no Brasil. Deutsche Welle, 28 Junho 2013. Política, Disponível em < 
http://dw.de/p/18yDk > Acesso em 03. 03. 2015. 
CORTELLA, Mario Sergio, BARROS FILHO, Clóvis de. Ética e vergonha na cara!. 
Campinas: Papirus 7 Mares, 2014. 
ANDRADE, Thiago Xavier de. As Possíveis causas da corrupção. Âmbito Jurídico, 
Outros, Disponível em < www.ambito-juridico.com.br > Acesso em 11. 04. 2015. 
 
1- A percepção da corrupção como um mal endêmico pode criar noções equivocadas 
de um problema cultural irremediável, dizem especialistas. 
1.1 A cultura da corrupção só se desenvolve onde não há noções de ética 
incorporadas em nossas ações do cotidiano. 
1.1.1 Logo se compreende que o problema da corrupção não está no brasileiro, 
mas nos membros de qualquer sociedade, que independente do lugar ou 
da época podem se corromper em troca de benefícios. As palavras dos 
profetas mostram que a maldade, a desonestidade e a corrupção são 
problemas humanos, em todos os tempos, lugares e culturas 
1.1.2 Luís de Sousa[4] agrupa as causas da corrupção em quatro dimensões: 
níveis de desenvolvimento; processos de modernização; cultura cívica; e 
qualidade das instituições. 
1.2 Não podemos cobrar da classe política honestidade se, em nossas ações 
diárias cometemos pequenas infrações que comprometem o bem comum. 
1.3 Uma das maiores dificuldades no estudo da corrupção é, justamente, a sua 
conceituação. A corrupção abrange uma gama de atos que incluem desde 
suborno, nepotismo a tráfico de influências, condutas estas que na maioria das 
vezes tem relação intrínseca com o desvio de função da posição pública em 
benefício de favorecimentos privados. 
1.3.1 Etimologicamente falando, o termo corrupção é derivado do verbo 
latino rumpere, que significa romper, quebrar. É o que se rompe na sua 
organização; estava associado e se solta. Seria o rompimento de uma 
regra, uma lei, um código moral ou social. 
 
2- Se entendemos cultura como um conjunto de práticas historicamente constituídas, 
o modo como as pessoas têm se relacionado e compreendido a administração 
pública, aí se pode falar em algo cultural, mas não como uma coisa que não pode 
ser transformada. 
2.1 Vê-se que o persistente nível de corrupção que hoje assola o Brasil, deriva, em 
grande parte, das práticas já existentes nos séculos passados, principalmente 
do período de colonização e império, que tem grande participação na formação 
Vitor Thiago Camargo - RA.: 011170603-3 
cultural do país. O que hoje vemos, pode ser tido pelo reflexo da evolução 
cultural brasileira, evolução baseada em princípios como o do patrimonialismo, 
clientelismo e coronelismo, herança maldita de tempos passados. 
2.2 Devem os brasileiros refletir e olhar para o passado, buscar na história 
exemplos de tudo o que foi feito de errado para, na tentativa de solucionar a 
questão, reestruturar uma cultura marcada por transgressões. 
2.2.1 Cultura você não supera com medidas políticas, com decretos, com leis, 
cultura você supera com educação, e aí vamos precisar de mais de 200 
anos. 
2.2.2 O excesso de lei leva à mais transgressão que leva à mais lei que leva à 
mais transgressão 
2.3 Antes de qualquer coisa, o Brasil precisa compreender que deve caminhar para 
um tempo onde o afamado “jeitinho brasileiro”, de querer se pôr em vantagem 
sempre, não seja mais um comportamento culturalmente aceito, como hoje 
acontece. 
2.3.1 É preciso que o corrupto sinta que não mais é aceito pela sociedade, que 
trata-se de persona non gratta. 
2.4 Ao dizer que nunca deixaremos de ter corrupção, não quero afirmar que ela é 
obrigatória, mas sim que é uma possibilidade. E como é uma possibilidade de 
nossa escolha livre, sempre poderemos ter pessoas que escolham de maneira 
equivocada o caminho que corrompe, que apodrece, seja na vida privada, seja 
na vida pública. 
2.5 Mas a própria democracia oferece instrumentos possíveis para combatê-la”, diz 
Bezerra. “Assim como educação, saúde, políticas públicas voltadas para o 
coletivo, é importante que a corrupção também seja colocada como uma 
preocupação permanente do Estado, não de um governo. 
2.5.1Aí, os casos serão tratados da maneira séria como merecem, não 
politicamente, como vem acontecendo 
 
3- Quando o assunto é corrupção, podemos afirmar quer não existe causa única para 
sua existência, tampouco solução singular. Ela existe em decorrência de uma 
variada quantidade de fatores. 
3.1 A corrupção é uma das formas mais agressivas de comportamento porque está 
no campo público e no campo privado, sendo, portanto, algo da esfera da vida. 
3.2 As pessoas incorporaram a concepção de que o Estado serve para isso mesmo, 
e não é possível outra relação senão essa de conseguir viabilizar benefícios 
específicos. 
3.3 A política, uma atividade cara, permeada de interesses e formas de cooptação, 
além de um potencial mecanismo de enriquecimento individual, se torna um 
campo sempre sujeito a oportunismos. ‘A corrupção é intrínseca à própria 
política 
 
4- Se discute muito sobre políticos, autoridades, magistraturas, mas as empresas, os 
fornecedores e o interesse privado, que também corrompem, são muito pouco 
divulgados. 
4.1 Para que haja o corrupto, tem de haver o corruptor e toda uma cultura 
empresarial que vive dependendo desta prática.’ - Ricardo Costa de Oliveira, 
cientista político e professor da UFPR. 
4.1.1 Há uma diferença interessante entre o corruptor e o corrupto. O corruptor 
detém algo que o corrupto almeja. É muito comum em nossa sociedade 
Vitor Thiago Camargo - RA.: 011170603-3 
que a chamada esfera privada atribua à esfera pública, quando a ela se 
refere, o privilégio, o monopólio das práticas de corrupção 
4.2 A corrupção não é uma transgressão exclusiva dos políticos brasileiros, do 
contrário, ela é o retrato de toda uma sociedade que a aceita. 
4.2.1 Não a aceita com essa terminologia, mas com a simpática expressão 
“jeitinho brasileiro”, que nada mais é que o drible à lei em favor de 
interesses pessoais, da garantia de acesso a serviços e oportunidades 
através de métodos que não são os identicamente utilizados pelos demais 
cidadãos. 
 
5- A liberdade de expressão fez com que muitos atos escusos cometidos por agentes 
públicos viessem à tona. 
5.1 Qualquer caso de corrupção, feito com menos peritagem, pode vir à tona. Isso 
cria uma impressão de que há mais corrupção. O que acontece é que eles [os 
casos de corrupção] são mais propalados. No período da ditadura, a maior 
parte dos casos não era divulgada, ficava escondida. 
5.2 Mas as dúvidas não saem da cabeça dos brasileiros: Será que há mais 
corrupção hoje do que em outros tempos? Ou será que hoje, simplesmente, 
existe mais investigação e reação da sociedade em seu desfavor? Por que o 
Brasil é considerado tão corrupto? 
5.2.1 Para Gil Castello Branco, fundador e secretário-geral da Associação 
Contas Abertas – uma organização não governamental que faz o 
acompanhamento das contas do governo federal – a corrupção não 
aumentou nem diminuiu, mas continua sendo um problema muito grave 
no Brasil 
5.2.2 O Brasil nunca viveu na sua história um período democrático tão longo 
como o atual. Desde 1989, os brasileiros podem eleger o presidente da 
República. Nesses quase 23 anos de reabertura política, não houve 
ameaças de golpes e a troca de faixas entre os eleitos foi tranquila. 
5.2.3 1990-1992 - O primeiro presidente eleito diretamente após o fim da 
ditadura militar (1964-1985), Fernando Collor, foi acusado de ser 
beneficiado por um esquema de corrupçãoorganizado pelo seu tesoureiro 
de campanha, Paulo César Farias. 
1995-1998 - O primeiro governo Fernando Henrique Cardoso ficou 
marcado pelo escândalo da suposta compra de votos de parlamentares 
para aprovar a reeleição de presidentes, governadores e prefeitos no país. 
FHC, popular graças ao sucesso do Plano Real – que estabilizou a moeda 
e controlou a inflação –, foi beneficiado com a mudança na Constituição. 
Cardoso tinha a maioria no Congresso, conseguiu barrar a apuração da 
denúncia e foi reeleito. 
2003-2006 - Luiz Inácio Lula da Silva também enfrentou um grande 
escândalo em seu primeiro governo. O mensalão veio à tona quando o 
deputado federal Roberto Jefferson (PTB-RJ) acusou o ministro da Casa 
Civil, José Dirceu, de comandar o esquema de pagamento de dinheiro a 
parlamentares para que votassem a favor do governo. 
2011 - Em seu primeiro ano de mandato, a presidente Dilma Rousseff viu 
uma série de escândalos derrubarem seis ministros. 
5.2.4 Hoje no Brasil, diante dos inúmeros casos de práticas corruptas, tem-se, 
em alguns, a sensação de que nunca na história houve tanta corrupção e 
que essa patologia é típica, ou senão exclusiva, deste País. Há quem 
Vitor Thiago Camargo - RA.: 011170603-3 
suponha, repita-se, que foi o Brasil que a descobriu, ou pelo menos, que 
trata-se de um problema exclusivamente seu. 
Como é nítido, estamos diante de um enorme equívoco. Nem o Brasil é o 
único lugar no mundo onde encontramos casos de corrupção, nem 
mesmo fomos nós quem a inventamos. Trata-se de um problema que se 
remete a tempos muito longe dos nossos. Ela existe desde muito antes 
do descobrimento do Brasil e esteve sempre presente em muitos países 
e em vários momentos da História. 
 
6 - O maior perigo da sensação de impunidade para crimes de corrupção no país é 
produzir essa generalização, e, como consequência dela, uma inércia e um 
ceticismo em relação à esperança de que nós podemos alterar esse cenário, 
destaca Ligia. Será um grande exemplo para o país se os considerados culpados 
forem punidos com penas exemplares. 
6.1 Além da questão legal, há uma ausência muito forte de controle social. As 
pessoas não acreditam no sistema legal e não acompanham o exercício da 
função pública. E, se você não tem um controle social que funciona, a ocasião 
faz o ladrão 
6.1.1Para Castello Branco, da Associação Contas Abertas, o trabalho 
preventivo é importante, mas é crucial que haja punições. Ele afirma que, 
"no Brasil, o crime compensa porque a punição é muito branda. 
6.2 Sobre o tema da corrupção, assevera que trata-se de “um crime de cálculo e 
não de paixão”. Ou seja, que tal comportamento derivaria menos da falta de 
princípios éticos ou morais e mais das condições materiais propícias para a 
ocorrência do crime. De acordo com essa teoria, a corrupção envolve 
principalmente três variáveis: a oportunidade para ocorrer o ato ilegal, a chance 
de a ação corrupta ser descoberta e a probabilidade do autor ser punido. 
Portanto, a penalização do autor do ato corrupto exerce papel saliente no 
combate à corrupção, de forma imediata; e na sua ocorrência, de forma 
mediata. A prática da transgressão está particularmente ligada à possibilidade 
dos atos corruptos serem descobertos. 
6.2.1 Para especialistas, sociedade deve fiscalizar com mais rigor as atividades 
de governantes e gestores públicos. E sem penas duras para os 
corruptos, o problema jamais terá solução. 
6.2.2 Uma pessoa quase nunca devolve o dinheiro que foi usado, por exemplo, 
para corromper agentes públicos. ‘Então acaba valendo a pena desviar 
recursos públicos, já que normalmente o culpado não vai para a cadeia e 
fica em regime aberto. 
6.2.3 Um sigilo bancário excessivo, a falta de transparência nos gastos das 
empresas estatais, o foro privilegiado para autoridades e a morosidade da 
Justiça levam à impunidade e ‘à realimentação permanente da corrupção 
no país. 
 
7- Numa anteposição aos que tinham a corrupção como um caráter relacionado à 
moral individual, temos as visões dos pensadores renascentistas, entre os quais 
podemos destacar Maquiavel. Essa interpretação, que marca o pensamento 
político até os nossos dias, vê na corrupção uma ligação com a fraqueza das leis e 
instituições políticas e a falta de preocupação e ação dos cidadãos em relação à 
coisa pública. 
Vitor Thiago Camargo - RA.: 011170603-3 
7.1 A ideia de que é impossível controlar a corrupção, faz com que os brasileiros 
desenvolvam um sentimento de descrença, que resulta num individualismo 
exacerbado, uma cultura egocêntrica, onde cada um pensa exclusivamente no 
seu bem estar singular. De acordo com Luís de Sousa, analisando a situação 
portuguesa “os cidadãos só se revoltam contra a corrupção quando esse mal 
se torna demasiado evidente e o seu impacto é percepcionado como sintoma 
de injustiça social numa conjuntura econômica difícil”. Essa análise cabe 
perfeitamente ao caso brasileiro. 
7.2 Diante disso, devem os brasileiros além de indignar-se, ir à luta, tentar eliminar 
a corrupção, primeiro no próprio seio da sociedade, mas não basta indignar-se, 
é preciso ação. Os cidadãos devem participar mais da vida política de sua 
sociedade, acompanhando, fiscalizando, atuando etc.

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