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Aula 14 - ORDEM DO PROCESSO NOS TRIBUNAIS

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PROCESSO DE CONHECIMENTO II – Prof. Francis Vanine de Andrade Reis
AULA 14
ORDEM DO PROCESSO NOS TRIBUNAIS
HIPÓTESES DE TRAMITAÇÃO DE PROCESSOS NOS TRIBUNAIS:
Competência recursal: princípio do duplo grau de jurisdição (5º, LV, CR/1988) – possibilidade de reexame da matéria decidida por órgão colegiado.
Reexame necessário: juízo de fiscalização de decisões de primeiro grau prolatadas contra a Fazenda Pública – 475, CPC – independe de recurso voluntário do Estado.
Competência originária: feitos especiais que são exceção ao princípio do duplo grau de jurisdição – são julgados originalmente nos tribunais, em única instância – desafiam, como regra, apenas, os recursos na via excepcional (especial e extraordinário) – EXCEÇÃO: hipóteses de cabimento de recurso ordinário (539, CPC). As competências originárias são definidas na Constituição Federal (STF – 102, I e §1º; STJ – 105, I; TRF’s – 108, I; TJ’s – 93, CPC c/c 125, §1º, CR/1988 c/c 21, LC-MG 59/2001 – LODJ-MG – RI-TJMG). 
PROCEDIMENTO DE TRAMITAÇÃO DO PROCESSO NOS TRIBUNAIS ESTADUAIS E FEDERAIS - GENERALIDADES�:
Órgãos julgadores: 
a) Câmaras (Isoladas ou Reunidas/Grupo); 
b) Pleno – divisão do trabalho nos tribunais – recursos sempre dirigidos ao presidente do tribunal, responsável por determinar sua distribuição (que pode se dar, inclusive, por prevenção em hipóteses regimentais).
Componentes dos órgãos julgadores:
PRESIDENTE: julgador responsável pela direção dos julgamentos no órgão colegiado.
RELATOR: julgador com funções mais importantes – escolhido por sorteio entre os componentes da Câmara (se não for caso de prevenção) – tem competência para direção do procedimento tribunalício (seja no feito originário, seja no feito recursal), ou seja, pelas providência interlocutórias preparatórias para o julgamento colegiado – único julgador a estudar detidamente o caso (dever de elaboração do relatório) – possibilidade de decisão de recurso sozinho (557, CPC).
REVISOR: fiscal dos trabalhos do relator – estuda o feito após a elaboração do relatório (lançamento de “visto” – 551, §2º, CPC) e pede designação de data para julgamento (“pedido de dia”) – só atua na apelação�, embargos infringentes e ação rescisória (551, caput, CPC) – é, com exceção do relator, o mais antigo entre os sorteados para o julgamento colegiado (551, §1º, CPC).
VOGAL: participante apenas da sessão de julgamento colegiado – só tem acesso ao feito na hora do julgamento – se necessitar de estudar mais profundamente o tema, deve pedir vista na sessão, com adiamento do julgamento.
Procedimento:
PROTOCOLO: 547, caput, CPC – secretaria do tribunal – recebimento dos autos (apelação) ou de petição (demais recursos e ações originárias) – ordenação, numeração e distribuição – possibilidade de descentralização do serviço com delegação dos serviços ao primeiro grau (“protocolo integrado” – 547, parágrafo único, CPC).
DISTRIBUIÇÃO: imediata (93, XV, CR/1988) – na forma do RI-TJMG com observância dos princípios da publicidade, alternatividade e do sorteio (548, CPC) – possibilidade de distribuição por prevenção em casos regimentais (e.g., distribuição por prevenção de apelação ao relator de agravo no mesmo processo).
CONCLUSÃO AO RELATOR: para análise do recurso ou feito original, tomada de providência interlocutórias preliminares e elaboração de relatório (exposição dos pontos controvertidos do feito) – restituição à secretaria com seu “visto” (549, CPC).
CONCLUSÃO AO REVISOR: re-análise sumária do feito – pedido de dia e “visto” (551, §2º, CPC).
OBS: ação rescisória e embargos infringentes: envio de cópia do relatório a todos os magistrados que participarão do julgamento (553, CPC).
DESIGNAÇÃO DE DATA PARA JULGAMENTO: pelo presidente da Câmara, com intimação das partes (da pauta) no DOJ (552, caput, CPC) - prazo mínimo de 48 horas entre a publicação e a sessão de julgamento (552, §1º, CPC – pena de nulidade na ausência das partes – Súmula 117, STJ).
JULGAMENTO COLEGIADO: na data fixada e publicada pelo presidente da Câmara – julgamento por três julgadores (555, caput, CPC) – FASES:
Exposição da causa pelo relator;
Sustentação oral: possibilidade de defesa oral pelos advogados das partes, por prazos sucessivos e improrrogáveis de até 15 minutos (554, CPC) – necessidade de prévia inscrição.
OBS: agravo por instrumento e embargos declaratórios: ausência de sustentação oral (554, CPC).
Julgamento: 
a) questões preliminares: voto do relator, revisor e vogal, nesta ordem – decisão por maioria simples� - 560, caput, CPC – se envolver nulidade suprimível, o julgamento será convertido em diligência com remessa dos autos ao juízo primevo (560, parágrafo único, CPC); 
b) mérito: superadas as preliminares (por unanimidade ou maioria), voto do relator, revisor e vogal, quanto a toda matéria (561, CPC).
Acórdão: resultado do julgamento colegiado – redigido pelo relator, ou pelo primeiro votante vencedor quando o voto do relator for vencido (556, caput, CPC) – é requisito específico dos acórdãos um resumo sistemático do tema decidido e da decisão para fins de facilitação de futuras pesquisas (ementa – 563, CPC).
Publicação do resultado do julgamento: 556, CPC – pelo presidente do órgão colegiado – impossibilidade de alteração dos votos pelos julgadores.
Publicação do acórdão: nos 10 dias subseqüentes à sua assinatura – as partes serão intimadas neste momento (564 c/c 236 e 506, III, CPC) e a partir dele começará o prazo de eventuais recursos.
OBS: julgamentos monocráticos: 
a) negativa de seguimento: relator pode negar seguimento do recurso em caso de confronto súmula ou jurisprudência dominante de tribunais superiores ou do próprio tribunal (557, caput, CPC); 
b) provimento liminar: relator pode dar provimento ao recurso se a decisão recorrida estiver em confronto com súmula ou jurisprudência dominante de tribunal superior ou STF (557, §1º-A, CPC) – em ambos os casos caberá agravo regimental por parte do sucumbente (557, §1º, CPC), que, se inadmissível ou infundado, será penalizado com multa de 1% a 10%, que deverão ser depositados previamente para ajuizamento de qualquer outro recurso (557, §2º, CPC).
Adiamento de sessões:
a) pedido de vista: pode qualquer dos julgadores, na hipótese de não se sentir ainda em condições de julgar o recurso, pedir, por uma vez, vista dos autos para análise mais aprofundada da questão, no prazo de 10 dias, prorrogáveis por solicitação do julgador – o julgamento, assim, será adiado para a sessão subseqüente a devolução dos autos, que poderão ser avocados pelo presidente da câmara em caso de excesso de prazo (555, §§2º e 3º, CPC); 
b) sustentação oral: divergência jurisprudencial – 565, caput, CPC - pedido de parte de adiamento para sustentação oral (posição majoritária do TJMG) ou adiamento automático por conta de inscrição para sustentação oral (posição, e.g., da 17ª C. Civ., com base na interpretação do parágrafo único do 565).
PRINCIPAIS INCIDENTES NOS TRIBUNAIS:
Uniformização de jurisprudência: 476, CPC�:
a) PROVOCAÇÃO: incidente iniciado de forma oficiosa por qualquer julgador votante em turma, câmara ou grupo de câmaras, ou mesmo pela parte em arrazoado recursal ou petição avulsa�, para fins de pronunciamento prévio do pleno do tribunal acerca de questão que envolva divergência jurisprudencial entre câmaras – divergência sempre sobre direito em tese� – instauração do incidente provoca necessidade do julgamento da existência da divergência e da conveniência e oportunidade do deslocamento pelo órgão colegiado julgador.
OBS: Incidente provocado em sede de embargos declaratórios: para Elpídio Donizetti não é possível, a não ser que se envolva a matéria dos embargos – em sentido contrário, defende a possibilidade, mesmo após o julgamento, em posição isolada, Scarpinella.
b) DECISÃO NO ÓRGÃO FRACIONARIO: se reconhecida�-�, será lavrado acórdão determinando a suspensão do julgamento do recurso e seu envio ao plenário do tribunal ou órgão regimental especial (477, CPC) – acórdão irrecorrível.c) DECISÃO QUANTO À ADMISSIBILIDADE DO INCIDENTE NO ÓRGÃO ESPECIAL OU PLENO: acórdão irrecorrível (Elpídio Donizetti e Marinoni).
d) MANIFESTAÇÃO DO MP: mesmo que não tenha atuado no feito (478, parágrafo único, CPC - Elpídio Donizetti)�.
e) JULGAMENTO DO INCIDENTE NO MÉRITO: desdobramento da competência - o julgamento será designado pelo presidente do tribunal e todos os demais magistrados receberão cópia do acórdão que reconheceu a divergência (477, CPC) – antes de tal julgamento será ouvido o Ministério Público (478, parágrafo único, CPC) – o pleno julgará a questão por maioria (indicação da interpretação correta), com votos fundamentados de todos os magistrados – todos os julgadores recebem, previamente, cópia do acórdão de deslocamento para análise.
f) ACÓRDÃO E SÚMULA: se o julgamento se der por maioria absoluta dos membros do tribunal, o acórdão será objeto de súmula�, que será publicada e será precedente no tribunal (479, CPC) – a decisão é irrecorrível.
g) JULGAMENTO DO CASO CONCRETO NO ÓRGÃO FRACIONÁRIO ORIGINAL: publicado o acórdão, os autos retornam ao órgão colegiado original para regular julgamento do caso concreto aplicando a tese fixada (vinculação horizontal�).
OBS: deslocamento do julgamento: “uniformização de jurisprudência preventiva” - em caso de relevante questão de direito, se o relator entender que será interessante prevenir� ou compor divergência entre câmaras sobre o tema, será o julgamento encaminhado ao órgão especial (Pleno, Grupo de Câmaras etc), que julgará o recurso se reconhecer o interesse público� da matéria (555, §1º, CPC) – função similar a da uniformização de jurisprudência�.
Súmula vinculante: 103-A, CR/1988 – Súmula especial� emitida pelo STF para consolidação de jurisprudencial dominante, baseada em decisões reiteradas, a fim de sanar divergência (controvérsia atual que provoque grave insegurança ou relevante multiplicação de processos sobre a mesma matéria) em interpretação de matéria constitucional entre tribunais ou órgãos administrativos (relativa à interpretação, validade ou eficácia), cujo teor a estes últimos vincula (em caso de descumprimento cabe reclamação constitucional para anulação do ato administrativo ou cassação do ato jurisdicional) – incidente de provocação pelos legitimados para a ADIN� ou oficioso pelo STF� – deve ser aprovada por decisão de 2/3 dos membros do STF – cabe a participação de amicus curiae por convocação do relator (3º, §2º, L. 11.417/2006 – decisão irrecorrível) – eficácia da súmula com sua publicação, a menos que o STF tenha deliberado de forma diversa em face excepcional interesse público ou de segurança jurídica (efeitos “pro futuro” – 4º, L. 11.417/2006) – o processo de elaboração de súmula vinculante não autoriza a suspensão dos processos em andamento sobre o tema a ser sumulado (6º, L. 11.417/2006) – a súmula só gera efeitos após sua publicação no diário oficial, a qual deve se dar em até 10 dias após a sessão (2º, §4º, L. 11.417/2006) – necessário parecer prévio do PGR (custus legis – 2º, §2º, L. 11.417/2006) – a contrariedade da súmula permite o uso de reclamação constitucional contra o Poder Público (depende do esgotamento das vias administrativas) ou Judiciário (independe de esgotamento de instância – 7º, L. 11.417/2006).
Declaração de inconstitucionalidade: controle incidental de constitucionalidade nos tribunais� (questão da constitucionalidade da lei como matéria prejudicial ao julgamento da causa) – cláusula de reserva de plenário (full bench – 97, CR) = necessidade da declaração inconstitucionalidade se dar por voto da maioria absoluta dos membros do tribunal (ou órgão especial – 93, XI, CF) – necessidade de encaminhamento da questão ao Tribunal Pleno (476, CPC - incidente suspensão do julgamento do recurso) sob pena de nulidade� – EXCEÇÕES: 
a) corte especial: órgão interno especial dos tribunais com mais de 25 membros, compostos por, no mínimo 11 e no máximo 25 juízes, metade composta por antiguidade e a outra por eleição (93, XI, CR); 
b) julgamento por órgão fracionário: questão já previamente decidida pelo Pleno (ou corte especial) do Tribunal, ou pelo STF – desnecessidade de suscitação do incidente (480 e 481, parágrafo único, CPC)� – para Scarpinella, mesmo nesse caso, porém, não cabe julgamento monocrático do relator (considerando a necessidade de prévia oitiva do MP).
PROCEDIMENTO:
Legitimidade: partes, terceiros intervenientes, MP� – cabe também suscitação de ofício – possibilidade de participação das pessoas jurídicas de direito público responsáveis pela edição do ato questionado, dos legitimados para a ADI (103, CF) e de amicus curiae� (482, §§1º a 3º, CPC).
Momento: a qualquer tempo, até mesmo em sustentação oral pela parte, ou no momento de votar dos juízes do tribunal�.
 Argüição: dirigida ao órgão julgador do recurso – decisão colegiada sobre aceitação ou não do incidente� – se aceitar, suspensão do julgamento do recurso e envio ao pleno ou corte especial – necessidade de prévia oitiva do MP – CISÃO DO JULGAMENTO com lavratura de acórdão (481, CPC - se não for caso de julgamento no juízo fracionário, quando a sessão será adiada para prévia oitiva do Ministério Público) – se não aceitar, prosseguimento do julgamento do recurso (480, CPC).
OBS: negativa de aplicabilidade da lei taxada pela parte de inconstitucional: impossibilidade – Súmula Vinculante 10.
Arguição em embargos declaratórios: possibilidade (Scarpinella).
Interpretação conforme a constituição: não cabimento (Scarpinella)�.
Julgamento da argüição: órgão especial ou pleno – julgamento da inconstitucionalidade em tese (não se julga a causa, a matéria de fato) – soma de votos = apenas nas teses homogêneas – só assim a lei será declarada inconstitucional – decisão irrecorrível� = só cabe recurso da decisão do julgamento do recurso pelo órgão fracionário, a partir da tese fixada no incidente (Súmula 513, STF)�.
OBS: norma pré-constitucional: desnecessidade do incidente (não passa pelo controle de constitucionalidade.
Homologação de sentença estrangeira: necessidade de nacionalização da sentença proferida no estrangeiro para que produza efeitos no Brasil� (questão de soberania�) – a homologação confere eficácia nacional à sentença prolatada no estrangeiro (483, CPC – natureza constitutiva – 4º, Resolução 09/2005, STJ) – juízo de delibação da validade da sentença no território nacional (não se analisa o mérito da decisão, apenas sua adequação ao ordenamento nacional).
Matérias que não admitem sentença estrangeira: 89, CPC – competência internacional exclusiva: imóveis situados no Brasil e inventário e partilha de tais bens.
Dispensa do procedimento: 15, parágrafo único, LINDB – sentença meramente declaratória do estado das pessoas (e.g. divórcio e declaração de paternidade).
FASES:
a) formal: análise quanto à forma (requisitos procedimentais mínimos – 15, LICC + 5º, Res. 09/05, STJ); autenticidade (cônsul brasileiro); competência; tradução (oficial ou juramentado); 
b) substancial: (mérito) ausência de ofensa à ordem pública, aos bons costumes nacionais e à soberania nacional (17, LICC); também ausência de decisão brasileira transitada em julgado sobre a mesma controvérsia (HTJ).
COMPETÊNCIA: Superior Tribunal de Justiça (105, I, CR) – homologação pelo Presidente do STJ e processamento e eventual contestação junto à corte especial deste tribunal (2º e 9º, Resolução 09/2005, STJ).
REQUISITOS DE EFICÁCIA DA SENTENÇA ESTRANGEIRA NO TERRITÓRIO NACIONAL: 15, LICC:
a) ter sido proferida por juízo competente; 
b) terem as partes sido citadas; 
c) ter ocorrido a revelia de forma legal; 
d) ter transitado em julgado (Súmula 420, STF); 
e) ser título executivo no local em que foi proferida; 
f) tradução por intérprete autorizado; 
g) homologação pelo STJ.
PROCEDIMENTO COMUM: Resolução 09/2005, STJ�
Ajuizamento: petição inicial interposta dirigida ao Presidente do STJ (requisitos do 282, CPC), instruída com certidão ou cópia autenticada e traduzida da sentença estrangeira, bem como cópia dos autosem que foi proferida para análise dos requisitos formais (procedimentais) – 3º, RES. 09/05, STJ.
Citação: do réu para apresentar defesa em face da pretensão homologatória no prazo de 15 dias (8º, Res. 09/05, STJ).
Defesa: matéria limitada – autenticidade dos documentos; inteligência da decisão e observância dos requisitos formais de homologação (9º, caput, Res. 09/05, STJ) – em sua presença, o feito é encaminhado para processamento e julgamento junto à Corte Especial (9º, §1º, Res. 09/05-STJ).
Revelia: ou réu incapaz – nomeação de curador especial (9º, §3º, Res. 09/05-STJ) – neste caso, o Presidente do STJ tem competência para julgamento monocrático (2º e 9º, §1º da Res. 09/05-STJ).
Intimação do MP: para apresentação de parecer após a juntada da defesa, pelo prazo de 10 dias (10, Res. 09/05-STJ).
Recursos: das decisões do Presidente = agravo regimental (11, Res. 09/05-STJ).
Execução: título parajudicial – procedimento de cumprimento de sentença (475-N, parágrafo único, CPC) – petição inicial distribuída junto à Justiça Federal (109, X, CR e 12, Res. 09/05-STJ), instruída com carta de sentença extraída dos autos da homologação (484, CPC).
� INCLUDEPICTURE "http://www2.redepitagoras.com.br/Pitagoras_Programadores_Interno/FADOM/fadom_ass.jpg" \* MERGEFORMATINET ���
� Os Tribunais Superiores e o STF têm regulação própria por seus regimentos internos.
� Regra geral. EXCEÇÕES: 551, §3º, CPC – a) procedimento sumário; b) despejo; c) apelação em indeferimento liminar da petição inicial (296 e 285-A, CPC).
� EXCEÇÕES: STJ e decretação de inconstitucionalidade – voto pela maioria absoluta (no STJ, na Turma – 41-A, L. 8.038/1990 -, e na declaração de inconstitucionalidade, dos membros do Tribunal). 
� Para Cassio Scarpinella Bueno a previsão do CPC é restrita à formação da jurisprudência nos tribunais de justiça e regionais federais. No âmbito do STF e STJ só cabe a uniformização de jurisprudência preventiva (555, §1º, CPC e 22, pú, b, RISTF, 14, II e 16, IV, RISTJ).
� Nesse caso, necessidade de utilização da técnica do cotejo analítico e similitude fática, bem como da juntada de cópia do paradigma, além de sua certidão de trânsito em julgado. Também deve o recurso estar em julgamento. Cassio Scarpinella e Humberto Theodoro Júnior defendem que a parte pode levantar, inclusive, o incidente via sustentação oral, já que este pode ser conhecido de ofício.
� AGRAVO REGIMENTAL NOS EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA - RECURSO ESPECIAL - CONTRATO DE PARTICIPAÇÃO FINANCEIRA - AUSÊNCIA DE SIMILITUDE FÁTICA - INCIDENTE DE UNIFORMIZAÇÃO DE JURISPRUDÊNCIA - EXTEMPORANEIDADE - RECURSO DESPROVIDO. 1 - É pacífico neste Colegiado de Uniformização o entendimento de que, nos Embargos de Divergência, a decisão embargada e os arestos trazidos a confronto devem guardar semelhança fática entre si, requisito inocorrente no caso sub examen. 2 - Não se configura a divergência entre julgado que não conhece de Especial por falta de pressupostos recursais, é dizer, diante da deficiência de fundamentação, da ausência de prequestionamento e da incidência das Súmulas 05 e 07/STJ, e arestos que apreciam o mérito recursal, vez que inexistentes a similitude fática e a discrepância de teses acerca da mesma questão de direito. Precedentes. 3 - O pleito de Uniformização de Jurisprudência, previsto no art. 476 do CPC, possui caráter preventivo, podendo ser suscitado pela parte nas razões recursais, nas contra-razões ou até o respectivo julgamento; outrossim, o pedido em tais termos efetivado não é vinculante ao órgão julgador, ao qual a iniciativa do incidente é mera faculdade, cabendo-lhe admitir seu processamento segundo critérios de conveniência e oportunidade, ao revés do verificado quanto aos Embargos de Divergência. Destarte, não ostentando natureza recursal, descabe sua utilização como meio de reforma de decisão jurisdicional; ademais, tal instituto não visa a apreciar concretamente a lide, mas a discutir teses jurídicas contrapostas, com o fito de pacificar a jurisprudência interna de determinado Tribunal. Precedentes. 4 - In casu, o Incidente de Uniformização de Jurisprudência foi suscitado indevidamente, com fins corretivos, posteriormente ao julgamento do Especial, sendo certa a sua extemporaneidade, consoante orientação deste e. Tribunal, que repele sua provocação em sede de Agravo Regimental ou de Embargos de Declaração. Precedentes. 5 - Agravo Regimental desprovido. (AgRg nos EREsp 620.276/RS, Rel. Ministro JORGE SCARTEZZINI, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 28/06/2006, DJ 01/08/2006, p. 366).
� Para Elpídio Donizetti, o conhecimento do incidente é de competência do relator e do órgão especial ou pleno e tem caráter discrionário (conveniência e oportunidade – neste sentido também Luiz Guilherme Marinoni). A decisão é irrecorrível. Neste sentido: PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. DANOS AMBIENTAIS. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. RESPONSABILIDADE DO ADQUIRENTE. TERRAS RURAIS. RECOMPOSIÇÃO. MATAS. INCIDENTE DE UNIFORMIZAÇÃO DE JURISPRUDÊNCIA. ART. 476 DO CPC. FACULDADE DO ÓRGÃO JULGADOR. [...] 5. É cediço em sede doutrinária que se reconhece ao órgão julgador da primazia da suscitação do incidente de uniformização discricionariedade no exame da necessidade do incidente porquanto, por vezes suscitado com intuito protelatório. 6. Sobre o tema leciona José Carlos Barbosa Moreira, in Comentários ao Código de Processo Civil, Vol. V, Forense, litteris: "(..)No exercício da função jurisdicional, têm os órgãos judiciais de aplicar aos casos concretos as regras de direito. Cumpre-Ihes, para tanto, interpretar essas regras, isto é, determinar o seu sentido e alcance. Assim se fixam as teses jurídicas, a cuja luz hão de apreciar-se as hipóteses variadíssimas que a vida oferece à consideração dos julgadores.(...) Nesses limites, e somente neles, é que se põe o problema da uniformização da jurisprudência. Não se trata, nem seria concebível que se tratasse, de impor aos órgãos judicantes uma camisa-de-força, que lhes tolhesse o movimento em direção a novas maneiras de entender as regras jurídicas, sempre que a anteriormente adotada já não corresponda às necessidades cambiantes do convívio social. Trata-se, pura e simplesmente, de evitar, na medida do possível, que a sorte dos litigantes e afinal a própria unidade do sistema jurídico vigente fiquem na dependência exclusiva da distribuição do feito ou do recurso a este ou àquele órgão(...)" p. 04-05 7. Deveras, a severidade do incidente é tema interditado ao STJ, ante o óbice erigido pela Súmula 07. 8. O pedido de uniformização de jurisprudência revela caráter eminentemente preventivo e, consoante cediço, não vincula o órgão julgador, ao qual a iniciativa do incidente é mera faculdade, consoante a ratio essendi do art. 476 do CPC. Precedentes do STJ: AgRg nos EREsp 620276/RS, Relator Ministro Jorge Scartezzini, DJ de 01.08.2006; EDcl nos EDcl no RMS 20101/ES, Relator Ministro Castro Meira, DJ de 30.05.2006 e EDcl no AgRg nos EDcl no CC 34001/ES, Relator Ministro Francisco Falcão, DJ de 29.11.2004.
9. Sob esse ângulo, cumpre destacar, o mencionado incidente não ostenta natureza recursal, razão pela qual não se admite a sua promíscua utilização com nítida feição recursal, especialmente porque o instituto sub examine não é servil à apreciação do caso concreto, ao revés, revela meio hábil à discussão de teses jurídicas antagônicas, objetivando a pacificação da jurisprudência interna de determinado Tribunal.
10. Recurso especial desprovido.
(REsp 745.363/PR, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 20/09/2007, DJ 18/10/2007, p. 270)
� Há precedentes do TJMG que admitem, porém, recorribilidade da prelibação negativa do relator no incidente de uniformização por agravo regimental.
� Em posição de vanguarda, Cassio Scarpinella defende a admissão ou convocação de amicus curiae no incidente.
� Além de demonstrar posição jurisprudencial dominante (prática judicial) do tribunal, a súmula pode ser fundamento de julgamentos monocráticos de provimento ou inadmissão de recursos(nos tribunais em ambas as hipóteses, e até mesmo em primeira instância, no caso da súmula impeditiva de recurso – 518, §1º, CPC). Logo, tem função vinculada ao princípio da celeridade e segurança jurídica (previsibilidade). Afora essas hipóteses, a súmula não vincula os julgamentos futuros, sendo, apenas, sugestão interpretativa.
� EXCEÇÃO: superveniência de súmula ou jurisprudência dominante do STJ ou Tribunais superiores em sentido contrário da tese fixada no incidente local (Elpídio Donizetti).
� Para Cassio Scarpinella Bueno aqui não há necessidade, portanto, de prévio dissídio jurisprudencial.
� Para Cassio Scarpinella Bueno o conceito envolve a possibilidade de recursos múltiplos ou de ações repetitivas.
� DIREITO PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE. INDEFERIMENTO DA LIMINAR. INTERPOSIÇÃO DE AGRAVO DE INSTRUMENTO, AO QUAL O RELATOR ATRIBUIU EFEITO SUSPENSIVO. IMPETRAÇÃO DE MANDADO DE SEGURANÇA, INDEFERIDO LIMINARMENTE. SUPERVENIÊNCIA DE SENTENÇA DE PROCEDÊNCIA NA AÇÃO POSSESSÓRIA. INTERPOSIÇÃO DE APELAÇÃO, CUJO JULGAMENTO O RÉU PEDIU FOSSE AFETADO À CORTE ESPECIAL, ÓRGÃO AO QUAL DISTRIBUÍDO O AGRAVO REGIMENTAL CONTRA O INDEFERIMENTO LIMINAR DO MANDADO DE SEGURANÇA. PEDIDO INDEFERIDO. INTERPOSIÇÃO DE AGRAVO REGIMENTAL, QUE ENSEJOU APLICAÇÃO DE MULTA POR LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ. CPC, ART. 17.
I - A recorrente interpôs agravo contra a decisão que indeferiu seu pedido, fundado no art. 555 do CPC, para que a apelação fosse julgada pelo mesmo órgão que julgara seu mandado de segurança. Entendendo não se tratar de decisão o ato atacado, mas mero despacho, o Tribunal a quo aplicou multa por litigância de má-fé. II - A má-fé da recorrente não está caracterizada, pois ela se valeu de remédios processuais previstos no ordenamento jurídico sem que, com isso, ficasse evidenciado o intuito procrastinatório. É razoável entender-se – mormente se consideradas as manifestações divergentes constantes dos votos minoritários – que o procurador do recorrente apenas se valeu dos instrumentos que a lei lhe pôs a disposição, a fim de, com inegável combatividade, defender a tese que sustentava sua pretensão. E, de fato, as questões suscitadas no agravo de instrumento têm fundamento, sendo mesmo de se reconhecer que o ato atacado tem conteúdo decisório e, por isso, é qualificado como decisão e, conseqüentemente, passível de recurso. Tendo a multa sido aplicada com fundamento no fato de que se recorria de despacho de mero expediente, cumpre afastá-la. III - O art. 555, § 1.º, do Código de Processo Civil confere ao relator a possibilidade de propor o julgamento do recurso pelo órgão colegiado que o regimento indicar, quando o recomendar o interesse público. Trata-se de faculdade do relator, não de imposição legal para que assim proceda. O dispositivo, aliás, versa sobre julgamento por turma ou câmara, nada dispondo acerca da obrigatoriedade de julgamento do recurso pelo órgão especial do Tribunal. IV - Recurso especial parcialmente provido. (REsp 723.890/MG, Rel. Ministro FRANCISCO FALCÃO, PRIMEIRA TURMA, julgado em 15/08/2006, DJ 25/09/2006, p. 235).
� Também cabe conversão de súmula persuasiva em vinculante por voto de 8 ministros do STF (8º, EC 45/2004).
� Acrescidos dos demais tribunais do país, do Defensor Público Geral da União, de maneira originária, ou de Município, incidentalmente (art. 3º, VI, XI e §1º, L. 11.417/2006).
� Estes também têm legitimidade para iniciar processo de revisão ou cancelamento, quando o texto legal no qual se pautou a súmula original foi revogado ou modificado (art. 5°, L. 11.417/2006).
� Em via recursal ou em ações de competência originária.
� O caso é de incompetência material (Cassio Scarpinella Bueno). Nesse sentido: DIREITO ADMINISTRATIVO. PROCESSUAL CIVIL. PENSÃO POR MORTE DE VEREADOR. INCONSTITUCIONALIDADE DO BENEFÍCIO. NÃO-OBSERVÂNCIA DA CLÁUSULA DA RESERVA DE PLENÁRIO. OFENSA AOS ARTS. 480 E 481 DO CPC CONFIGURADA. MULTA PREVISTA NO ART. 538, PARÁGRAFO ÚNICO, DO CPC. CARÁTER NÃO-PROTELATÓRIO DOS EMBARGOS DECLARATÓRIOS. VERBETE SUMULAR 98/STJ. RECURSO ESPECIAL CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO. [...] 3. O incidente de declaração de inconstitucionalidade previsto nos arts. 480 a 482 do CPC somente poderá ser dispensado pelo órgão fracionário quando o Plenário ou Órgão Especial do Tribunal de origem ou o Supremo Tribunal Federal tenham se pronunciado a respeito da questão constitucional. Precedentes. 4. Hipótese em que não houve prévio pronunciamento do Supremo Tribunal Federal ou do Pleno do Tribunal de origem acerca da inconstitucionalidade do art. 8º da Lei Orgânica do Município de Aparecida do Taboado, que previa a pensão por morte pleiteada pela parte recorrente, pelo que o acórdão recorrido é nulo por ofensa aos arts. 480 e 481 do CPC. 5. Recurso especial conhecido e parcialmente provido para excluir a aplicação da multa prevista no art. 538, parágrafo único, do CPC e anular o acórdão recorrido, determinando seja observado o procedimento previsto nos arts. 480 a 482 do CPC. (REsp 792.600/MS, Rel. Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA, QUINTA TURMA, julgado em 18/10/2007, DJ 05/11/2007, p. 349).
� Esta regra pode ser excepcionada mesmo na presença de precedente se houver fundamento novo ou particularidade no caso concreto (distinção). Nesse caso, o acórdão originário deve fazer parte do julgamento, com juntada de cópia integral do acórdão. Nesse sentido: PROCESSO CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. ARTS. 3º E 4º DA LEI COMPLEMENTAR N. 118/2005. INCONSTITUCIONALIDADE. INCIDENTE DE INCONSTITUCIONALIDADE. JUNTADA AOS AUTOS DO RESPECTIVO ACÓRDÃO. ÔNUS DO RECORRENTE. 1. A Corte Especial do STJ, no julgamento da AI nos EREsp n.
644.736/PE, declarou que a segunda parte do art. 4º da Lei Complementar n. 118/2005 – que determina a aplicação retroativa de seu art. 3º para alcançar inclusive fatos passados – é inconstitucional, visto ofender os princípios da autonomia, da independência dos poderes, da garantia do direito adquirido, do ato jurídico perfeito e da coisa julgada. 2. Estão os órgãos fracionários dos tribunais dispensados de submeter ao plenário, ou ao órgão especial, a argüição de inconstitucionalidade, quando já houver pronunciamento destes ou do plenário do Supremo Tribunal Federal sobre a questão (art. 481, § 1º, do CPC). 3. Uma vez publicado o acórdão que julgou a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, cabe ao recorrente o ônus de juntar aos autos o inteiro teor do julgado para fins de interposição de recurso extraordinário. 4. Embargos de declaração parcialmente acolhidos.
(EDcl no REsp 932.369/SP, Rel. Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, SEGUNDA TURMA, julgado em 23/10/2007, DJ 22/11/2007, p. 234).
� O qual deve participar dos julgamentos dos casos em que não for autor, com custus legis, pena de nulidade.
� Cassio Scarpinella Bueno só vê a possibilidade de intervenção provocada e defende a participação do amicus curiae mesmo que já haja precedente que dispense o deslocamento de competência.
� Não cabe, porém, após início do julgamento, com prolatação do relator, por iniciativa das partes.
� Para Elpídio Donizetti e Cassio Scarpinella Bueno, a aceitação equivale ao reconhecimento da inconstitucionalidade pelo órgão fracionário. Assim, não reconhecendo a inconstitucionalidade, não há necessidade de cisão do julgamento.
� ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. DISSÍDIO JURISPRUDENCIAL NÃO COMPROVADO. AUSÊNCIA DE JUNTADA DE CÓPIA INTEGRAL DOS ACÓRDÃOS PARADIGMAS. INFRAÇÃO DE TRÂNSITO. EXIGÊNCIA DE SE FACULTAR AO SUPOSTO INFRATOR DEFESA PRÉVIA À APLICAÇÃO DA PENALIDADE. NOTIFICAÇÃO DA AUTUAÇÃO. PRAZO DECADENCIAL. ARTIGO 281, § ÚNICO, INCISO II, DO CTB. AUTO DE INFRAÇÃO. ARQUIVAMENTO. 1. Para o conhecimento do recurso especial fundado na alínea c do permissivo constitucional, deve haver a juntada das certidões ou cópias autenticadas dos acórdãos paradigmas, ou a citação do repositório oficial, autorizado ou credenciado, em que os mesmos foram publicados. 2. Não ofende os arts. 480 e 481 do CPC a mera aplicação,pelo órgão fracionário, de princípios da Constituição na interpretação da legislação infraconstitucional, já que tal procedimento não importa reconhecimento de inconstitucionalidade. 3. Pacificado por esta Corte o entendimento segundo o qual há necessidade de dupla notificação do infrator para legitimar a imposição de penalidade de trânsito: a primeira por ocasião da lavratura do auto de infração (CTB, art. 280, VI), e a segunda quando do julgamento da regularidade do auto de infração e da imposição da penalidade (CTB, art. 281, caput). Incidência da Súmula 312/STJ. 4. "A teor do art. 281, parágrafo único, inciso II, do Código de Trânsito Brasileiro, o auto de infração será arquivado e seu registro julgado insubsistente se, no prazo de trinta dias, não for expedida a notificação da autuação" (Resp 822.411/RS, 1ª Seção do STJ, Min. Castro Meira, DJ 04.12.2006).
5. Recurso especial parcialmente conhecido para, nessa parte, negar-lhe provimento. (REsp 915.309/RS, Rel. Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI, PRIMEIRA TURMA, julgado em 28/08/2007, DJ 24/09/2007, p. 261).
� Em sentido contrário, Cassio Scarpinella Bueno defende o cabimento de embargos declaratórios contra esta decisão.
� Em interessante precedente o STJ já decidiu que tem competência o órgão especial para julgamento originário do caso quando a questão constitucional for a única tese do recurso. Nesse sentido: INCONSTITUCIONALIDADE. ARGUIÇÃO. NECESSIDADE, OU NÃO, DE O FEITO EM QUE FOI ARGUIDA VOLVER AO ORGÃO JULGADOR QUE A SUSCITOU. PRESIDENTE. DIREITO A VOTO. I - SE O UNICO FUNDAMENTO DA CAUSA E A INCONSTITUCIONALIDADE DE TEXTO DE LEI, INEXISTINDO MATERIA REMANESCENTE A SER DECIDIDA, E DESNECESSARIO QUE A CORTE ESPECIAL DEVOLVA OS AUTOS AO ORGÃO JULGADOR QUE A SUSCITOU, PARA COMPLETAR-LHE O JULGAMENTO, DEVENDO, DESDE LOGO, DECIDIR O FEITO, A FIM DE EVITAR PROCRASTINAÇÃO INCOMPATIVEL COM OS PRINCIPIOS QUE REGEM O PROCESSO MODERNO. II - EM MATERIA CONSTITUCIONAL, O PRESIDENTE TEM DIREITO A VOTO E NÃO APENAS A VOTO DE DESEMPATE. REGIMENTO INTERNO, ARTS. 21, VI, E 175, I. INTERPRETAÇÃO. III - EMBARGOS DECLARATORIOS CONHECIDOS E RECEBIDOS, NOS TERMOS ASSINALADOS. (EDcl na AI no RMS 1.178/RS, Rel. Ministro ANTÔNIO DE PÁDUA RIBEIRO, CORTE ESPECIAL, julgado em 31/08/1995, DJ 09/10/1995, p. 33505).
� Para Elpídio Donizetti, apenas nos casos de competência internacional concorrente (88, CPC) ou que o Brasil seja incompetente para o julgamento da causa.
� Conceito, hoje, considerado incompatível com a idéia de Estado de Direito por Luigi Ferrajoli. Segundo Elpídio Donizetti, há países que não admitem execução de sentenças estrangeiras (Holanda, Noruega e Dinamarca, e.g); países que permitem revisão absoluta do julgado (França e Bélgica, e.g.) e países que adotam um sistema de controle limitado, que é o caso do Brasil e Itália.
� Há procedimentos especiais diferenciados e simplificadores de homologação de sentenças estrangeiras regulados por tratados internacionais. Um exemplo é o procedimento simplificado de homologação previsto no “Protocolo de Las Leñas” (D. 2.067/1996) referente à circulação de decisões dos países do MERCOSUL.
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