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BEM VINDOS Direito Civil– família e sucessões Prof. Joanna Cardoso Gonçales de Vicente ORDEM DA VOCAÇÃO HEREDITÁRIA É o chamamento dos sucessores, que é realizado por classes 1º descendentes 2º ascendentes 3º cônjuge 4º colaterais Em ordem preferencial Sucessão do Cônjuge sobrevivente Inciso III - ao cônjuge sobrevivente; Colocados em terceiro plano (CC,1.836), observando-se as seguintes regras: 1ª). SUCESSÃO POR INTEIRO EM FALTA DE DESCENDENTES E ASCENDENTES (Art. 1.838) Obs: o reconhecimento do direito sucessório seguindo o art. 1.830. Portanto Sucessão do Cônjuge sobrevivente Não herdará se estiver: 1. Judicialmente separado/divorciado do de cujus; 2. Separado de fato há mais de dois anos, não provar que se tornou insuportável sem culpa sua (CC,1.830)* *Obs: emenda 66/2010 – inovação constitucional que põe fim à separação e às causas subjetivas (culpa) e objetivas (lapto temporal) e a sua aplicação para os fins do artigo 1.830 Sucessão do Cônjuge sobrevivente 2º) DIREITO REAL DE HABITAÇÃO Art. 1.831. Ao cônjuge sobrevivente, qualquer que seja o regime de bens, será assegurado, sem prejuízo da participação que lhe caiba na herança, o direito real de habitação relativamente ao imóvel destinado à residência da família, desde que seja o único daquela natureza a inventariar (* STJ – mesmo que haja outros bens imóveis) Por quanto tempo? Sucessão do Cônjuge sobrevivente perdurará enquanto permanecer viúvo e não viver em união estável (C.R.G) Segundo Venosa “o estado de viuvez foi fator de extinção no CC/16 (art. 1.611, þ 2º ). Existe projeto para adotar novamente a situação como fator de extinção, embora, a modificação projetada não poderá atingir os direitos já constituídos” Para Maria Berenice Dias é direito vitalício, mesmo que venha constituir nova união Sucessão do Cônjuge sobrevivente (TJPR) APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE.SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA. REFORMA. DIREITO REAL DE HABITAÇÃO DO CÔNJUGE SOBREVIVENTE.RECONHECIMENTO. REQUISITOS DO ART. 561, CPC/15 COMPROVADOS. ÔNUS DE SUCUMBÊNCIA INVERTIDOS.RECURSO PROVIDO.1. (...) .2. Ao regulamentar o direito real de habitação do cônjuge supérstite, o Código Civil de 2002 afastou a limitação até então prevista pelo artigo 1.611, §2º1 do Código Civil de 1916, de que o direito do habitador somente subsistiria enquanto permanecesse viúvo, de forma que conclui-se pela inexistência de impedimento para que o habitador constitua nova família. Sucessão do Cônjuge sobrevivente (STJ) DIREITO CIVIL. DIREITO DE FAMÍLIA E SUCESSÃO. DIREITO REAL DE HABITAÇÃO DO CÔNJUGE SOBREVIVENTE. RECONHECIMENTO MESMO EM FACE DE FILHOS EXCLUSIVOS DO DE CUJOS. 1.- O direito real de habitação sobre o imóvel que servia de residência do casal deve ser conferido ao cônjuge/companheiro sobrevivente não apenas quando houver descendentes comuns, mas também quando concorrerem filhos exclusivos do de cujos.2.- Recurso Especial improvido. REsp 1134387 / SP RECURSO ESPECIAL 2009/0150803-3 Sucessão do Cônjuge sobrevivente (STJ) Ementa (VOTO VISTA) (MIN. MARCO BUZZI) - O companheiro ou companheira supérstites têm direito real de habitação, ainda que adquiram outro imóvel residencial após o óbito do cônjuge. REsp 1249227 / SC RECURSO ESPECIAL 2011/0084991-2 Sucessão do Cônjuge sobrevivente 3º) O DIREITO À LEGÍTIMA Art. 1.846 – metade dos bens do de cujus Regra do Novo Código Civil (2002) que insere o cônjuge como herdeiro necessário (CC, 1.845/1.846) Não mais pode ser totalmente excluído da sucessão por testamento, como ainda ocorre com os colaterais (CC, 1,850) Sucessão do companheiro sobrevivente Antes da CF/88 a união estável não garantia ao companheiro(a) a posição de herdeiro legítimo. Com a CF/88 – união estável como entidade familiar, dando azo a duas leis: 8.971/94 e 9.278/96 Com a lei 8.971/94 direito a alimentos e sucessão 1.1 garantia de herdeiro legítimo (não necessário): o companheiro foi inserido na ordem da vocação hereditária. REQUISITOS A) FORMAL: concubinato puro (união estável com solteiro, separado judicialmente, divorciado, viúvo); O impuro, ou seja, concomitante com casamento não estendia direito de sucessão da companheira. obs: Não autorizava ao companheiro concorrer à herança com o cônjuge, ainda que separado de fato. Com a lei 8.971/94 direito a alimentos e sucessão b) TEMPORAL: exigia união estável há mais de 05 anos; ou existência de prole; c) CONDICIONAL: enquanto não constituísse nova união (permanência do estado de viuvez) e desde que provada a necessidade. Com a lei 8.971/94 direito a alimentos e sucessão 1.2 Direito de herança de usufruto vidual: durante o “estado de viuvez” (art. 2º da lei de 94) 1. Concorrendo com Filhos (comuns ou exclusivos): 1/4 dos bens 2. Concorrendo com ascendentes:1/2 dos bens 3. Na ausência dos anteriores: Totalidade dos bens Com a lei 8.971/94 direito a alimentos e sucessão 1.3 direito de meação: artigo 3º da lei de 94 – necessidade de se provar a colaboração que não se presumia; súmula 380 do STF: “Comprovada a existência de sociedade de fato entre os concubinos, é cabível a sua dissolução judicial, com a partilha do patrimônio adquirido pelo esforço comum” Com a lei de 9278/96 2.1 AFASTA requisito temporal de 05 anos de união estável previsto na lei 8.971 de 1994 para a legitimação do companheiro como herdeiro legítimo. Era como sendo de 05 anos de união estável ou prole Com a lei de 9278/96 2.2 insere direito real de habitação – com relação ao imóvel destinado à residência familiar e durante o estado de viuvez*. Que antes era só do cônjuge, na forma do 1.611, Þ 2º CC) *o estado de viuvez foi fator de extinção no CC/16 (art. 1.611, þ 2º ) até a nova redação do artigo 1831 CC/02, suprimir o termo. Hoje, para o TJPR – é vitalício. Direito sucessórios do companheiro no CC-02 nada diz sobre “revogação” ou “manutenção” das leis de 8971/94 e 9278/96. regulamentação em um único artigo, qual seja, art. 1.790 CC Sucessão do companheiro sobrevivente Sucessão do companheiro sobrevivente O Tribunal fixou tese nos seguintes termos: “É inconstitucional a distinção de regimes sucessórios entre cônjuges e companheiros prevista no art. 1.790 do CC/2002, devendo ser aplicado, tanto nas hipóteses de casamento quanto nas de união estável, o regime do art. 1.829 do CC/2002”. Ausentes, justificadamente, os Ministros Dias Toffoli e Celso de Mello, que votaram em assentada anterior, e, neste julgamento, o Ministro Luiz Fux, que votou em assentada anterior, e o Ministro Gilmar Mendes. Não votou o Ministro Alexandre de Moraes, sucessor do Ministro Teori Zavascki, que votara em assentada anterior. Presidiu o julgamento a Ministra Cármen Lúcia. Plenário, 10.5.2017. COMPARATIVOS DE REGRAS Comparativo de regras Regra do 1.790, inciso I e II – concorrência com descendentes comuns e exclusivos; DESCENDENTES COMUNS: se a concorrência do CÔNJUGE garante quinhão igual com reserva da quarta parte, a concorrência do COMPANHEIRO era equivalente, mas sem reserva. DESCENDENTES EXCLUSIVOS DO DE CUJUS se a concorrência do CÔNJUGE garante QUINHÃO IGUAL SEM reserva da quarta parte, a concorrência do COMPANHEIRO seria METADE, sem reserva. Comparativo de regras Descendentes de origem híbrida A concorrencia do cônjuge na corrente predominante garante quinhão igual SEM reserva (C.R.G) da quarta parte, a concorrência do companheiro na corrente predominante garantia cota EQUIVAMENTE, com aplicação do inciso I, com presença também de jurisprudência aplicando o inciso II, conquanto metade da cota. Comparativo de regras Regra do 1.790, inciso III – concorrência com ascendentes; se a concorrência do CÔNJUGE garante quota de 1/3 (igual a cada um dos pais) e ½ sendo pré-morto um deles, a concorrênciado COMPANHEIRO era sempre de 1/3. Comparativo de regras Regra do 1.790, inciso III – concorrência com colaterais até 4º grau; O cônjuge sobrevivente está à frente dos colaterais (1.829, III), e “leva tudo” a concorrência do companheiro alcançava colaterais até 4º grau e seria de 1/3. Atenção: a regra era um Retrocesso à lei 8.971/94, que no artigo 2º,III já colocava o companheiro sobrevivente à frente dos colaterais, na sucessão do de cujus Sucessão dos Colaterais IV - aos colaterais. Colocados em quarto plano (CC,1.836), observando-se as seguintes regras: 1º) Art. 1.839. Se não houver cônjuge sobrevivente, nas condições estabelecidas no art. 1.830, serão chamados a suceder os colaterais até o quarto grau. Sucessão dos Colaterais 2º) Os mais próximos em grau excluem os mais remotos, salvo o direito de representação concedido aos filhos de irmãos (Art. 1.840; 1.853) Assim a existência de irmãos (colaterais em segundo grau) afasta os tios (colaterais em terceiro grau) Hipótese do artigo 1.853 CC “(...) se dá o direito de representação em favor dos filhos de irmãos do falecido, quando com irmãos deste concorrerem Sucessão dos Colaterais 3º) Concorrência entre irmãos bilaterais e/ou unilaterais - irmão unilateral herdam a metade da quota parte do irmão bilaterial (CC, 1841) se TODOS forem irmãos unilaterais as quotas serão iguais (CC, 1842) obs: o mesmo vale quando todos forem bilaterais Sucessão dos Colaterais 4º) Concorrência entre SOBRINHOS e TIOS Embora SOBRINHOS e TIOS sejam parentes colaterais em terceiro grau, a lei prefere a força nova Art. 1.843. Na falta de irmãos, herdarão os filhos destes e, não os havendo, os tios. Regras especiais nos parágrafos Sucessão dos Colaterais 5º) Concorrência entre FILHOS de irmãos (sobrinhos) bilaterais e/ou unilaterais falecidos concorrência somente entre filhos de irmãos falecidos, estes herdarão por cabeça (CC, 1843 § 1º ) filho de irmão unilateral herdam a metade da quota parte do filho do irmão bilaterial (CC, 1843 § 2º ) se TODOS forem filhos de irmãos unilaterais as quotas serão iguais CC, 1843 § 3º) obs: o mesmo vale quanto todos forem bilaterais Sucessão dos Colaterais 6º) Não havendo sobrinhos dar-se-á o chamamento 1º ) de tios dos falecido (colateral de 3º grau) 2º ) primos-irmãos, sobrinhos-netos e tios-avós (colaterais de 4º grau) Sucedem por direito próprio, sem qualquer distinção; São herdeiros legítimos, mas não necessários * *