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Direito penal mínimo Versus Direito penal máximo: Breve análise.

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UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI – URCA
CAMPUS SÃO MIGUEL
CENTRO DE ESTUDOS SOCIAIS APLICADOS – CESA
CURSO: DIREITO
DISCIPLINA: DIREITO PENAL I
DOCENTE: MICAEL FRANÇOIS GONÇALVES CARDOSO
ALUNO: JOSÉ WELITON LÓCIO BÉRGAMO
Crato
2018
Direito penal mínimo versus direito penal máximo: um paralelo
		Nulla lex poenalis sine necessitate, esta citação jurídica que significa ‘’não há lei penal sem necessidade, ’’ é uma das maneiras de se rapidamente caracterizar o princípio da intervenção mínima do estado. Para esta corrente doutrinária, só deve ocorrer a restrição da liberdade em situações em que há risco social efetivo, sendo assim uma solução ‘’pratica’’ para os problemas sociais, o direito penal em sua essência como defendido pelos princípios da proporcionalidade e racionalidade deveria agir somente na proteção dos bens jurídicos mais relevantes, aqueles cujo outros ramos do direito não alcançam. 
Se tem observado atualmente que os legisladores são condicionados pelo clamor social e elaboram assim leis que levam o jus puniendi para situações não inicialmente pretendidas, como por exemplo o crime de maltratar plantas ornamentais como redigido na lei n° 9605 Art. 49. ‘’. Destruir, danificar, lesar ou maltratar, por qualquer modo ou meio, plantas de ornamentação de logradouros públicos ou em propriedade privada alheia, ’’ este crime tem sanções proporcionais ao crime de ameaça e invasão de propriedade privada, assim expõe a tendência do estado brasileiro de agir em ‘’prima ratio’’ em setores cujo o a ‘’ultima ratio’’ seria solução mais socialmente eficaz. Em suma, um estado democrático de direito deve buscar um nível de bem estar social que esteja aliado com o princípio da intervenção mínima do estado, modelo este que só se alcança ao aliar a conduta social a costumes que em si busquem ao máximo evitar a prática de atos que geram sanções.
		Já o direito penal máximo ou abolicionismo penal é o oposto do defendido pelo direito penal mínimo, esta corrente defende a sanção como principal remédio para resolução dos problemas sociais, ou seja, é imprescindível a aplicação do direito penal no controle social, também é defendida a ampliação do direito penal, pena de prisão de longa duração e mais rígido cumprimento da lei penal sendo a melhor forma de combater todas as formas de violência social.
		É importante salientar que a metodologia do direito penal se divide em sete eixos, ampliação das leis penais, ampliação das penas de prisão e com longa duração, regime de execução mais rígido, tolerância zero, redução da maioridade penal, pena de prisão para usuários de drogas e direito penal do inimigo.
		Tendo apresentado ambas as correntes, para analisar qual seria a melhor para sociedade é necessário se entender que suas aplicações dependem do atual estado social, da infraestrutura do sistema carcerário e concordância majoritária sobre qual sistema usar. O professor Miguel Reale defendia que existem inúmeros caminhos para se alcançar a justiça e todos devem ser explorados, e tal qual fez ao unir teorias antes opostas em sua teoria tridimensional, podemos buscar extrair de ambas as apresentadas ferramentas que ao trabalhar em conjunto encontram um equilíbrio entre o nível de controle e bem estar social.
		A teoria da máxima aplicabilidade da lei é de grande importância pois reforça o papel da justiça como modificadora da realidade ao exercer o controle do jus puniendi ao se retirar a liberdade do indivíduo, Reale defendia o ‘’uso do veneno do poder para se combater outras formas de poder,’’ portanto fica explícito que há um equilíbrio justo ao se aplicar sanções máximas por exemplo em casos de crime de grande violência onde um poder desproporcional fora exercido de uma pessoa sobre outra devendo ser respondido pela justiça em igual proporcionalidade para a manutenção da segurança jurídica.
	A importância do garantismo penal na teoria da mínima interferência estatal também deve ser mencionada, há um consenso entre grande parte dos doutrinadores modernos de que esta seria a ideal para o atual estado de direito brasileiro, pois sua aplicabilidade evitaria o punho de ferro do direito penal máximo em causas de menor relevância e dano ao bem jurídico, isso não quer dizer contanto que deixará de existir sanções para os pequenos casos, mas podem ser aplicadas sanções diferentes da defendida pelo direito penal máximo, ao invés de prender usuários de drogas pode ser aplicada medidas de serviço comunitário que também sirvam como busca pelo processo de reabilitação, o sistema carcerário brasileiro atualmente se encontra numa espécie de superávit carcerário, são muitos ingressando em suas brechas e milhares de mandatos em prisão em processo, gerando não só uma enorme dívida para os pagadores de impostos como também, segundo especialistas, ‘’uma fábrica de criminosos,’’ onde quem verdadeiramente manda é o crescente crime organizado, sendo a maioria dos presos aqueles condenados por tráfico de drogas.
	Em suma, é de grande importância a aplicação do direito penal máximo em casos de grande lesão ao bem jurídico, pois serve como forma de demonstrar o poder da justiça, mas é necessário se buscar um estado em que o direito penal mínimo seja prevalecente, havendo equilíbrio nas sanções para que não haja impunibilidade em casos graves nem sanções desproporcionais em situações de menor dano, é necessário também notar que este equilíbrio surge como uma forma de moldar os costumes sócias, pois se a única forma de punição for a prisão então o nível de estigma e aceitação aos presos seria menor, mas se esta for uma forma que só é aplicada em casos extremos, então haverá maior rejeição social para pessoas que se encontram nessa situação, utilizando do estigma social gerado pelo costume como um poderosa ferramenta de controle social secundário. 
	
Referências
 ROBALDO, José Carlos de Oliveira. Direito Penal Máximo e o Controle Social. Disponível em http:// www.lfg.com.br - 17 de novembro de 2009.
JORGE SILVEIRA, Renato de Mello. Direito Penal Mínimo Versus Direito Penal Máximo. Disponível em http:// https://amp-mg.jusbrasil.com.br/noticias/100211136/direito-penal-minimo-versus-direito-penal-maximo – 2012. Acesso em 01 de dezembro de 2018
ARAGÃO, Gerson. O que é Direito Penal Mínimo? Disponível em http:// https://gersonaragao.jusbrasil.com.br/artigos/221391951/o-que-e-direito-penal-minimo - 2015. Acesso em 01 de dezembro de 2018.
TALON, Evinis. O Direito Penal Mínimo. Disponível em http://evinistalon.com/direito-penal-minimo/ - 30 de janeiro de 2018. Acesso em 01 de dezembro de 2018

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