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Patologia toxicologia

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PATOLOGIA
4ª Etapa Mód. 3
Marina Giovanna
Emanuela Delmondes
PROBLEMA 1 
CÉLULAS
Neurônio
Micróglia
Astrócitos
Função: Nutrição, sustentação;
Oligodendrócitos
Oligodendrócitos
Halo branco - Produz 
bainha de mielina
Micróglia
Se diferenciar durante uma 
lesão em macrófago
Astrócitos
ANATPAT
Alterações patológicas em neurônios e glia
ALTERAÇÕES PATOLÓGICAS DOS NEURÔNIOS
A) Necrose. Praticamente todas as alterações patológicas dos neurônios são 
regressivas e a mais importante é a necrose. A causa mais comum é anóxia, 
geralmente por isquemia, daí o termo alteração celular isquêmica. O neurônio 
necrótico tem volume diminuído, núcleo picnótico e ovalado ou cariolítico. 
O citoplasma perde a basofilia normal e os corpúsculos de Nissl, passando a 
eosinófilo. Esses caracteres são os mesmos de qualquer outra célula necrótica. O 
neurônio necrótico pode sofrer lise ou, mais raramente, pode calcificar-se mantendo a 
silhueta do corpo celular e dos dendritos.
 
B) Retração. A retração celular é uma alteração comum, em que o neurônio 
diminui de volume, o núcleo torna-se picnótico e o citoplasma mais basófilo 
que o normal. Esta alteração pode representar grave lesão celular, mas o 
mesmo aspecto pode também ser produzido por manipulação do tecido nervoso 
a fresco e corresponder, portanto, a artefato. Daí a cautela necessária em sua 
interpretação.
 C) Atrofia. Como outras células, o neurônio pode sofrer redução do volume 
celular, atingindo principalmente o citoplasma. Esse processo de atrofia simples 
é de evolução lenta e observado em várias doenças degenerativas do SNC, 
como a esclerose lateral amiotrófica. Nesta doença, de causa desconhecida, os 
neurônios motores do corno anterior gradualmente atrofiam e desaparecem, 
tendo como conseqüência atrofia muscular, paralisias e morte. Os neurônios 
atróficos freqüentemente contêm abundante lipofuscina, daí o termo atrofia 
pigmentar.
D) Cromatólise central. A secção do axônio pode causar no neurônio alterações 
conhecidas como cromatólise central ou reação axonal: o corpo celular sofre 
tumefação, com desaparecimento dos corpúsculos de Nissl na porção central da 
célula e deslocamento do núcleo para a periferia. Estas alterações são geralmente 
reversíveis e interpretadas como um estado de metabolismo aumentado para 
favorecer a regeneração do axônio. 
 E) Armazenamento. O citoplasma do neurônio pode acumular substâncias nas 
doenças de armazenamento. Em um grupo destas doenças, denominadas 
esfingolipidoses, o material acumulado é um esfingolípide, cujo tipo varia conforme 
a enzima lisossômica deficitária. São exemplos a doença de Tay-Sachs ou idiotia 
amaurótica familial (acúmulo de gangliósides) e a doença de Niemann-Pick 
(esfingomielina). Seja qual for a doença, os neurônios ficam volumosos, com 
contornos arredondados (aspecto abalonado) e o núcleo torna-se picnótico e 
deslocado para a periferia. O acúmulo pode provocar disfunção crônica e morte da 
célula.
F) Alteração neurofibrilar de Alzheimer. Esta alteração patológica ocorre em 
muitos neurônios, especialmente do hipocampo e córtex cerebral, na doença de 
Alzheimer, uma demência progressiva de causa desconhecida que afeta pacientes 
de ambos sexos, mais comumente após a 7a década. 
Porém é vista, em menor número de neurônios, como parte do processo normal de 
envelhecimento. Há deposição no citoplasma dos neurônios de uma proteína fibrilar, 
com características tintoriais de amilóide, que se impregna por prata, dando ao 
neurônio aspecto característico em chama de vela. O amilóide gradualmente ocupa 
lugar das organelas e do núcleo, causando morte da célula
ALTERAÇÕES PATOLÓGICAS DAS CÉLULAS DA GLIA
ASTRÓCITOS GEMISTOCÍTICOS E FIBROSOS
Os astrócitos têm como uma de suas funções principais a cicatrização do tecido 
nervoso após lesões diversas, papel semelhante ao dos fibroblastos em outros 
tecidos. Para isto os astrócitos, tanto protoplasmáticos quanto fibrosos, sofrem 
hipertrofia e hiperplasia. O citoplasma torna-se abundante, nítido, eosinófilo e 
homogêneo. O núcleo desloca-se para a periferia e, freqüentemente, observa-se 
binucleação. Estes astrócitos volumosos são denominados astrócitos gemistocíticos 
e são indicação segura de lesão do tecido nervoso. 
Sintetizam copiosas quantidades da proteína específica dos astrócitos, a GFAP, que 
forma fibrilas no citoplasma destes. Ao longo de alguns meses, o volume do 
citoplasma diminui e as fibrilas se condensam, assumindo aspecto refringente, 
eosinófilo, que caracteriza o astrócito fibroso patológico (não confundir com o 
astrócito fibroso normal). 
Assim, um astrócito gemistocítico gradualmente se transforma em astrócito 
fibroso, cujo volume é menor, mas cujas fibrilas permanecem visíveis em HE. 
Após meses ou anos, os astrócitos fibrosos podem diminuir em número e muitos 
desaparecem, mas as fibrilas gliais ficam permamentemente no tecido, agora em 
localização extracelular. 
ASTRÓCITOS GEMISTOCÍTICOS INDICAM LESÃO 
DO TECIDO NERVOSO, SEM DEFINIR A CAUSA.
GLIOSE
Denomina-se gliose o aumento no número e/ou volume dos astrócitos e 
deposição de fibrilas gliais no tecido nervoso central. Uma área de gliose recente 
contém muitos astrócitos gemistocíticos. Em uma área de gliose antiga o tecido 
tem aspecto ricamente fibrilar, sendo as fibrilas delicadas e eosinófilas. Contudo, 
há poucos núcleos, pois a maioria das células desapareceu. É o achado mais 
comum na vizinhança de infartos, hemorragias e abscessos, meses ou anos 
após a fase aguda da lesão. 
 
Em certas encefalites, as células microgliais 
ativadas podem formar pequenos 
aglomerados, os nódulos gliais, que, embora 
inespecíficos (ocorrem em encefalites por 
vírus, por protozoários como o Toxoplasma 
ou por fungos como a Candida), 
testemunham a natureza inflamatória do 
processo. Também, quando um neurônio 
morre acometido por um vírus (como na 
poliomielite), as células microgliais fagocitam 
ativamente os restos necróticos, formando um 
pequeno nódulo glial: o fenômeno é 
denominado neuronofagia.
OLIGODENDRÓGLIA
A oligodendróglia sofre por anóxia a tumefação aguda, que é a formação de um 
amplo vacúolo em volta do núcleo por entrada de água na célula. O aspecto é 
classicamente comparado ao de um ovo frito. A tumefação aguda é freqüente em 
material de autópsia e, neste caso, é interpretada como artefato decorrente de 
alterações metabólicas agônicas. 
MICRÓGLIA
A micróglia, derivada do mesoderma, é a representante do sistema mononuclear 
fagocitário (ou sistema retículo-endotelial) no SNC. Sua transformação patológica 
mais freqüente é a célula grânulo-adiposa, que tem as características de um 
macrófago com citoplasma vacuolado. É a forma fagocitária ativa da micróglia, 
encontrada no tecido nervoso após vários tipos de lesão como infartos e hemorragias. 
Normalmente é uma célula alongada, sofre retração de seus prolongamentos, o 
citoplasma distribui-se ao redor do núcleo, tomando forma arredondada e fagocitando 
restos celulares e baínhas de mielina degeneradas. 
Como o tecido nervoso é muito rico em lípides, os vacúolos coram-se em vermelho pelo 
escarlate R (corante para lípides). Após exercer sua função, as células grânulo-adiposas 
migram para os espaços perivasculares e ganham a luz de vênulas, sendo eliminadas por 
via sanguínea. A maioria das células grânulo-adiposas provêm de monócitos do sangue e 
não de células microgliais pré-existentes.
Outra forma reacional da micróglia é a célula em bastonete, encontrada nas encefalites 
crônicas. A micróglia mantém sua forma, mas torna-se maior, com prolongamentos mais 
longos e retilíneos. Na HE, o que chama a atenção é o aumento do comprimento do núcleo, 
que assume forma em bastão, daí o nome da célula. Os prolongamentossão reconhecíveis 
só em impregnação pela prata. As células em bastonete são melhor observadas no córtex 
cerebral e no hipocampo, p.ex., na paralisia geral sifilítica.
Em certas encefalites, as células microgliais ativadas podem formar pequenos aglomerados, 
os nódulos gliais, que, embora inespecíficos (ocorrem em encefalites por vírus, por 
protozoários como o Toxoplasma ou por fungos como a Candida), testemunham a natureza 
inflamatória do processo. Também, quando um neurônio morre acometido por um vírus 
(como na poliomielite), as células microgliais fagocitam ativamente os restos necróticos, 
formando um pequeno nódulo glial: o fenômeno é denominado neuronofagia.
ROBINS
Patologia Celular do Sistema Nervoso Central
Reações dos Neurônios à Lesão. 
Os neurônios têm estrutura e dimensões que variam consideravelmente tanto ao 
longo do sistema nervoso como dentro de uma determinada região encefálica.
As especializações estruturais associadas à função neuronal incluem as 
relacionadas à transmissão sináptica, assim como a diferenciação axonal e 
dendrítica. Os neurônios compartilham as vias para responder às lesões, 
incluindo mecanismos apoptóticos,com células de outros tecidos. Durante o 
desenvolvimento, a apoptose neuronal possui um papel importante na definição 
do número de neurônios. Estes mecanismos também participam em uma 
variedade de doenças, incluindo algumas neurodegenerativas.
Os padrões principais de lesão neuronal são os seguintes:
Lesão neuronal aguda (“neurônios vermelhos”)
Se refere ao espectro de alterações que acompanha a hipóxia/isquemia aguda do 
SNC ou outro agressor agudo e reflete a morte celular, ou por necrose ou por 
apoptose “Neurônios vermelhos” são evidentes em preparações de hematoxilina 
e eosina (HE) em torno de 12 a 24 horas após o evento de hipóxia/isquemia 
irreversível. Os padrões morfológicos consistem em:
● retração do corpo celular, 
● picnose do núcleo
● desaparecimento do 
nucléolo 
● perda da substância de 
Nissl
● com intensa eosinofilia no 
citoplasma.
NORMAL → Núcleo grande 
com nucléolo roxo no centro
NEURÔNIOS VERMELHOS - NECROSE
Picnose → Núcleo começa a compactar ex.: AVC
Cariólise → Clareia
Cariorrexe → Fragmenta
FIGURA 28–13 Infarto cerebral. A, É possível ver as áreas demarcadas de um infarto agudo. Na substância 
branca subjacente, as áreas de infarto estão bem demonstradas pela coloração da mielina.
Coloração - Onde há mielina fica roxo - Área de isquemia grande; Morreram neurônios na substância cinzenta e 
afetou a substância branca; gerou edema e em grande aumento se vê neurônio vermelho;
B, Em menor aumento se encontra neurônios vermelhos; Lesão isquêmica aguda causa eosinofilia difusa em 
neurônios, que estão começando a se retrair;
NORMAL → Núcleo grande 
com nucléolo roxo no centro
NEURÔNIOS VERMELHOS - NECROSE
Picnose → Núcleo começa a compactar ex.: AVC
Cariólise → Clareia
Cariorrexe → Fragmenta
Neurônios necróticos perdem a basofilia normal do citoplasma, que se torna 
eosinófilo. O citoplasma normal é basófilo (roxo) porque contém substância 
de Nissl, formada por ribossomos (síntese protéica). Com a necrose, o RNA 
citoplasmático se desintegra. O núcleo torna-se escuro e denso (picnótico) e 
pode sofrer cariolise (empalidece até desaparecer). As alterações começam a 
ficar evidentes na microscopia óptica (necrofanerose) cerca de 6 horas após a 
necrose. Os neurônios necróticos são fagocitados por células 
grânulo-adiposas e desaparecem em cerca de 4 dias. 
Lesão neuronal subaguda e crônica (“degeneração”)
Se refere à morte neuronal que ocorre como resultado de um processo de 
doença progressiva de alguma duração, como observado em determinadas 
doenças neurológicas de desenvolvimento lento,
como a esclerose lateral amiotrófica (ELA). O padrão histológico característico é 
a perda celular, frequentemente envolvendo de forma seletiva grupos de 
neurônios funcionalmente relacionados, e gliose reativa. Quando o processo está 
em um estágio inicial, a perda celular é difícil de ser detectada. 
As alterações gliais reativas associadas são, com frequência, o melhor indicador 
do processo patológico. Para muitas destas doenças, existe evidência de que a 
perda celular ocorre devido à apoptose. A degeneração neuronal transsináptica é 
observada quando existe um processo destrutivo que interrompe a maioria das 
aferências de um grupo de neurônios.
Neurônio motor normal - Grande como pontos 
roxos basofílicos (Corpúsculos de Nissl) 
RE rugoso haver com produção de proteína
 Atrofia neurônios menores que pode evoluir para 
morte celular; 
Ex.: ELA acometimento do corno anterior na substância 
cinzenta da medula espinhal e do fascículo piramidal no 
funículo lateral.
Normal: Substância cinzenta - corpos dos neurônios 
- periferia branca;
Atrofia
Reação axonal
Se refere à reação no interior do corpo celular que auxilia a regeneração do 
axônio. Ela é melhor observada nas células do corno anterior da medula espinal 
quando os axônios motores são seccionados ou gravemente danificados. Ocorre 
um aumento da síntese de proteínas associadas ao brotamento axonal. Isto se 
reflete no aumento do tamanho e arredondamento do corpo celular, 
deslocamento periférico do núcleo, aumento do tamanho do nucléolo e 
dispersão da substância de Nissl do centro para a periferia da célula 
(cromatólise central).
REAÇÃO AXONAL
Ruptura, secção do axônio que inicia 
um processo de regeneração;
Para que isso ocorra há uma 
alteração do corpo celular - O núcleo 
se desloca para a periferia; 
(Cromatólise central)
Inclusões neuronais
O dano neuronal pode estar associado a uma grande variedade de alterações 
subcelulares nas organelas neuronais e no citoesqueleto.
As inclusões neuronais podem ocorrer como uma manifestação do processo 
de envelhecimento, com o depósito intracitoplasmático de lípides complexos 
(lipofuscina), proteínas ou carboidratos. O depósito citoplasmático anormal de 
lípides complexos e de outras substâncias também ocorre em distúrbios do 
metabolismo geneticamente determinados, no qual os substratos ou 
intermediários se acumulam. 
A infecção viral pode levar a inclusões intranucleares anormais, como as 
observadas na infecção herpética (corpúsculo de Cowdry), inclusões 
citoplasmáticas, como as observadas na raiva (corpúsculo de Negri), ou tanto o 
núcleo quanto o citoplasma na infecção por citomegalovirus (CMV).
Infecções neurais - Neurônio desenvolve halo ao 
redor do núcleo, não é possível saber o vírus;Lipofuscina: Células com baixo poder de divisão tem 
a capacidade de regenerar suas organelas, isso gera 
organelas antigas “Um lixo” forma os grânnulos
Inclusões intracitoplasmáticas
Algumas doenças degenerativas do SNC estão associadas a inclusões 
intracitoplasmáticas, como os emaranhados neurofibrilares na doença de 
Alzheimer e os corpúsculos de Lewy na doença de Parkinson. Outras doenças 
causam vacuolização anormal do pericário e do neurópilo de processos celulares
neuronais (doença de Creutzfeldt-Jakob). Estes agregados são altamente 
resistentes à degradação, contêm proteínas com conformação alterada, e podem 
resultar de mutações que afetam o enovelamento da proteína, sua ubiquitinização 
e o seu tráfego intracelular Pode-se citar estes distúrbios como proteinopatias.
Existem evidências em muitas destas doenças que os agregados visíveis não são 
a base da lesão celular; ao contrário, pequenos multímeros das proteínas 
(oligômeros) seriam os mediadores críticos do dano.
ALTERAÇÕES 
NEUROFIBRILARES: 
Há deposição de 
Beta-amilóide no interior 
dos neurônios na forma de 
filamentos, que 
gradualmente substituem 
todas as organelas 
levando à morte celular;
Formato de chama → 
Com o tempo o neurônio 
morre
Reações dos Astrócitos à Lesão
O nomeastrócito decorre de seu aspecto estrelado. Estas células possuem 
múltiplos prolongamentos citoplasmáticos ramificados, que se irradiam do corpo 
celular, e contêm a proteína glial fibrilar ácida (GFAP), um filamento intermediário 
específico para este tipo de célula . Os astrócitos agem como tampões metabólicos 
e detoxificadores no interior do encéfalo. Além disso, por meio dos pés astrocitários 
ou dos prolongamentos vasculares, que circundam os capilares ou se estendem às 
zonas subpial e subependimária, eles contribuem como função de barreira para 
controlar o fluxo de macromoléculas entre o sangue, o líquido cefalorraquiano (LCR) 
e o encéfalo. 
Gliose (ou astrogliose) é o indicador histopatológico mais importante de lesão do 
SNC, independente da etiologia,e é caracterizada tanto pela hipertrofia quanto pela 
hiperplasia. Nesta reação, o núcleo dos astrócitos, que tipicamente apresentam 
forma arredondada ou ovalada (10 μm de largura) com cromatina pálida 
uniformemente dispersa, aumenta de dimensões se tornando vesicular 
apresentando um nucléolo proeminente.
O citoplasma, anteriormente escasso, se expande se tornando rosa brilhante, 
algo irregular ao redor de um núcleo excêntrico, a partir do qual emergem 
numerosos prolongamentos vigorosos e ramificados. Estas células são chamadas 
de astrócitos gemistocíticos.
Quando os astrócitos são diretamente lesados, podem reagir ficando com o 
citoplasma tumefacto. Pode ser observado no caso de uma agressão aguda da 
célula, que causa uma falha de seus canais iônicos dependentes de ATP, como 
ocorre na hipóxia, na hipoglicemia e nas lesões tóxicas. 
O astrócito de Alzheimer do tipo II é uma célula da substância cinzenta que possui 
um núcleo de dimensões duas a três vezes maior do que o normal, com cromatina 
central de coloração pálida e presença de uma gotícula intranuclear de glicogênio, 
além de membrana nuclear e nucléolos proeminentes. Este nome pode gerar 
confusão, uma vez que ele não é principalmente observado na doença de 
Alzheimer, mas em indivíduos com hiperamonemia de longa duração devido a 
doença hepática crônica, na doença de Wilson ou em distúrbios metabólicos 
hereditários do ciclo da ureia.
Os astrócitos não são poupados de processos que levam à formação de corpúsculos de inclusão 
citoplasmática. As fibras de Rosenthal são estruturas grossas,alongadas, brilhantemente 
eosinofílicas e relativamente irregulares que ocorrem dentro de um processo astrocitário e que 
contêm duas proteínas de choque térmico (αβ-cristalina e hsp27), como a ubiquitina. São 
habitualmente encontradas em regiões de gliose de longa duração. Elas também são 
características de um tipo de tumor glial, o astrocitoma pilocítico. Na doença de Alexander, uma 
leucodistrofia associada a mutações no gene codificador da GFAP, são encontradas abundantes 
fibras de Rosenthal em localizações periventriculares, perivasculares e subpiais. 
Um achado mais frequente é o encontro de corpúsculos amiláceos ou os corpúsculos de 
poliglicosanos. Estes são estruturas redondas, fracamente basófilas, reação do ácido periódico 
de Schiff (PAS) positivas, concentricamente dispostas em lâminas de 5 a 50 μm de diâmetro que 
se localizam onde existem prolongamentos astrocitários, especialmente nas zonas subpial e 
perivascular. Consistindo principalmente de polímeros de glicosaminoglicanos, eles também 
contêm proteínas de choque térmico e ubiquitina. Eles aumentam conforme a idade e se acredita 
que representem uma alteração degenerativa no astrócito. Os corpúsculos de Lafora, observados 
no citoplasma de neurônios (como de hepatócitos, miócitos e de outras células) em um tipo de 
epilepsia mioclônica (epilepsia mioclônica com corpúsculos de Lafora), possuem estrutura e 
composição bioquímica semelhantes.
Astrócito Protoplasmático
Neurônio 
piramidal
SUBSTÂNCIA CINZENTA
Há corpos de neurônios
Astrócito Fibroso
SUBSTÂNCIA BRANCA
Mais delicado
Pés vasculares
ASTRÓCITOS GEMISTOCÍSTICOS
PROCESSO DE GLIOSE:
ASTRÓCITOS GEMISTOCÍTICOS - 
(Vem de um fibroso ou fibroso) Para 
“fechar a lesão” o sist. nervoso não 
dispõe de fibroblastos no tecido (Há 
fibroblastos somente ao redor de vasos 
e da ecto meníngea) para produzir 
fibrilas, os astrócitos se diferenciam e 
começam a produzir fibrilas gliais; 
ASTRÓCITO FIBROSO PATOLÓGICO 
→ com o tempo diminui de tamanho e 
se torna uma célula alongada; 
GFAP
Proteína GFAP+ → Proteína só do 
astrócito - Coloração marrom
Vasos são cheios de 
prolongamentos dos astrócitos os 
pés vasculares;
Identificar tumores. Ex.: Astrocitoma 
GFAP+
Astrócito fibroso por ser delicado;
Oligodendrócito - Células com halo 
branco ao redor - Substância branca
LESÃO
Para ocorrer o reparo serão 
necessários astrócitos se 
diferenciando;
ASTRÓCITO FIBROSO PATOLÓGICO
Alongado, já produziu as fibrilas 
gliais;
FIBRAS DE ROSENTHAL
O astrócito expressa GFAP, mas 
em algumas doenças ele perde a 
expressão de GFAP e começa e 
expressar alfa-beta cristalina que 
forma fibras que ficam todas 
ligadas
“Cenouras”
Ex.: Astrocitoma pilocítico
FIBRAS DE ROSENTHAL
São constituídas pela proteína 
alfa--beta-cristalina, não por 
proteína GFAP
Reações de Outras Células Gliais à Lesão.
Ao contrário dos astrócitos, os oligodendrócitos e as células ependimárias não 
participam da resposta ativa à lesão no SNC e mostram um repertório mais limitado 
de reações. Os prolongamentos citoplasmáticos oligodendrogliais se enrolam em torno 
dos axônios e formam a mielina. Cada oligodendrócito mieliniza numerosos internodos 
de múltiplos axônios. A lesão ou a apoptose de células oligodendrogliais é uma 
característica dos distúrbios de desmielinização adquiridos e das leucodistrofias. O 
núcleo oligodendroglial pode proteger as inclusões virais na leucoencefalopatia 
multifocal progressiva. As inclusões citoplasmáticas gliais, principalmente compostas 
de α-sinucleína, são encontradas em oligodendrócitos na atrofia de múltiplos sistemas 
(AMS).
As células ependimárias, que são células epiteliais colunares ciliares que revestem 
os ventrículos, não possuem padrões específicos de reação. Quando há inflamação ou 
dilatação importante do sistema ventricular, a ruptura do revestimento ependimário 
ocorre junto com a proliferação dos astrócitos subependimários para produzir 
pequenas irregularidades nas superfícies ventriculares (granulações ependimárias). 
Determinados agentes infecciosos, particularmente o CMV, podem produzir ampla 
lesão ependimária, com inclusões nas células ependimárias.
Reações da Microglia à Lesão;
A microglia é constituída de células derivadas do mesoderma, cuja principal função é 
atuar como um sistema macrofágico no SNC. Compartilham diversos marcadores de 
superfície com monócitos/macrófagos periféricos (como CR3 e CD68) e respondem 
à lesão por 
(1) proliferação;
(2) desenvolvendo um núcleo alongado (células em bastão), como na neurossífilis; 
(3) formando agregados ao redor de pequenos focos de tecido necrosado (nódulos 
microgliais); ou 
(4) se reunindo em torno dos corpos celulares de neurônios que estão morrendo 
(neuronofagia). Além da microglia residente, os macrófagos derivados do sangue 
são as principais células fagocíticas presentes no foco inflamatório.
Célula pequena a micróglia; se houver necessidade 
se diferencia em macrófago para fagocitar material 
de lesão;
No sistema nervoso há muitos lípides devido à 
bainha de mielina e pode ficar com citoplasma 
espumoso;
Corante de marca lípides:
Células grânulo adiposas
Ex.: Evolução de um AVC
CD68
Proteína da micróglia
PROBLEMA 2 
ANATPAT
EPITÉLIO RESPIRATÓRIO HISTOLOGIA
EPITÉLIO RESPIRATÓRIO HISTOLOGIA
EPITÉLIO RESPIRATÓRIO HISTOLOGIA
Bronquíolo terminal + Porções dos bronquíolos respiratórios não ocupadaspelos alvéolos
EPITÉLIO RESPIRATÓRIO HISTOLOGIA
EPITÉLIO RESPIRATÓRIO HISTOLOGIA
ROBINS
PINK PUFFER
– Aumento da 
frequência respiratória
– Dispneia acentuada 
– Níveis normais de 
pCO2
BLUE BLOATERS
– Cianose
– Tosse
– Expectoração produtiva
– Infecções bacterianas
de repetição
– Diminuição do volume 
corrente
– Aumento do espaço 
morto
– Retenção de CO2 
(hipercapnia)
– Hipoxia
Doenças Pulmonares Obstrutivas
•Entidades clinicopatológicas que têm em 
comum obstrução crônica ao fluxo aéreo, 
em qualquer nível da árvore respiratória;
• Clinicamente, manifestam-‐se com 
dificuldade respiratória, sobretudo na fase 
expiratória
Aumento da resistência ao fluxo aéreo → 
obstrução parcial ou completa em qualquer 
nível da traqueia e brônquios maiores até 
os bronquíolos terminais e respiratórios;
Consequência funcional:
Limitação do fluxo aéreo
Muitos pacientes apresentam características sobrepostas de lesões 
tanto em nível acinar (enfisema) quanto em nível brônquico 
(bronquite), quase certamente porque
um gatilho extrínseco – o cigarro – é comum a ambas
Doenças Pulmonares Obstrutivas
Enfisema e bronquite crônica frequentemente são consideradas como um único grupo e 
referidas como doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), uma vez que muitos 
pacientes apresentam características sobrepostas de lesões tanto em nível acinar (enfi 
sema) quanto em nível brônquico (bronquite), quase certamente porque um gatilho 
extrínseco – o cigarro – é comum a ambas. Além disso, atualmente sabemos que a 
doença de pequenas vias aéreas, uma variante da bronquiolite crônica, contribui para a 
obstrução tanto no enfisema quanto na bronquite crônica.
Embora a asma seja distinguida da bronquite crônica e do enfisema pela presença de 
um broncoespasmo reversível, alguns pacientes com asma típica sob outros aspectos 
também desenvolvem um componente irreversível. Inversamente, alguns pacientes com 
DPOC típica sob outros aspectos apresentam um componente reversível.
É comum rotular esses pacientes na prática clínica como portadores de 
DPOC/asma. 
Na maioria dos pacientes, a DPOC é o resultado do uso de cigarros intenso e de 
longa duração; aproximadamente 10% dos pacientes não são fumantes.
Contudo, apenas uma minoria dos fumantes desenvolve DPOC e o motivo para isso 
ainda é desconhecido. Em razão do aumento do tabagismo, de poluentes 
ambientais e outras exposições nocivas, a incidência de DPOC aumentou 
acentuadamente nas últimas décadas e atualmente está classificada em quarto lugar 
nos Estados Unidos como causa de morbidade e mortalidade.
Reconhecendo a sobreposição entre as várias formas de DPOC, cada um dos seus 
componentes e os aspectos que os caracterizam em suas formas puras são 
discutidos a seguir, porque é essencial compreender a base fisiopatológica das 
diferentes causas de obstrução do fluxo aéreo. Embora atualmente essas condições 
sejam tratadas com base nos sintomas, uma compreensão de sua patogenia pode 
levar a terapias direcionadas para os mecanismos.
ENFISEMA
O enfisema é uma condição do pulmão caracterizada pelo aumento irreversível 
dos espaços aéreos distalmente ao bronquíolo terminal, acompanhado por 
destruição de suas paredes sem fibrose óbvia.
Incidência. 
A DPOC constitui um problema de saúde pública importante. É a quarta principal 
causa de morbidade e mortalidade nos Estados Unidos e, segundo as projeções, 
estará classificada em 5º lugar em 2020 como carga de doença no mundo todo. 
Em um estudo, houve uma incidência combinada de 50% de enfisema pan-acinar 
e centroacinar em necropsia e a doença pulmonar foi considerada responsável 
pela morte em 6,5% desses pacientes. Existe uma nítida associação entre o 
hábito intenso de fumar cigarros e o enfisema, e mulheres e afro-americanos 
são mais susceptíveis que outros grupos.
Tipos de Enfisema. 
O enfisema é classificado de acordo com sua 
distribuição anatômica no lóbulo. Você deve 
lembrar que o lóbulo é um agrupamento de 
ácinos, as unidades respiratórias terminais. 
Embora o termo enfisema algumas vezes seja 
aplicado irrestritamente a diversas condições, 
existem quatro tipos principais:
(1) centroacinar, 
(2) pan-acinar, 
(3) parasseptal e 
(4) irregular.
Destes, apenas os dois primeiros causam uma 
obstrução clinicamente significativa do fluxo aéreo 
O enfisema centroacinar é muito mais comum 
que a forma pan-acinar, constituindo mais de 95% 
dos casos.
Neste tipo de enfisema, as partes centrais ou proximais dos ácinos, formadas por 
bronquíolos respiratórios, são afetadas, enquanto os alvéolos distais são 
poupados . Consequentemente, existem tanto espaços aéreos enfisematosos 
quanto normais no mesmo ácino e lóbulo. As lesões são mais comuns e 
geralmente mais severas nos lobos superiores, particularmente nos segmentos 
apicais. As paredes dos espaços enfisematosos frequentemente contêm grandes 
quantidades de um pigmento preto (pigmento antracótico).A inflamação ao redor 
dos brônquios e bronquíolos é comum. No enfisema centroacinar severo, o ácino 
distal também pode estar envolvido, e a diferenciação do enfisema pan-acinar é 
dificultada.
 O enfisema centroacinar ocorre predominantemente em fumantes inveterados, 
muitas vezes em associação com bronquite crônica.
Enfisema Centroacinar (Centrolobular).
As paredes dos espaços enfisematosos frequentemente contêm grandes 
quantidades de um pigmento preto
Neste tipo, os ácinos estão uniformemente aumentados desde o nível do 
bronquíolo respiratório até os alvéolos em fundo cego terminais .
O prefixo “pan” refere-se ao ácino por completo, mas não a todo o pulmão. Em 
contraste com o enfisema centroacinar, o enfisema pan-acinar tende a ocorrer 
mais frequentemente nas zonas mais baixas e nas margens anteriores do 
pulmão e geralmente é mais severo nas bases. 
Este tipo de enfisema está associado à deficiência de α1-antitripsina (α1-AT) 
• Todo o ácino está aumentado, tornando difícil a distinção entre alvéolos e 
ductos alveolares
Enfisema Pan-acinar (Panlobular).
Neste tipo, a porção proximal do ácino está normal e a parte distal é 
predominantemente envolvida. O enfisema é mais notável em áreas adjacentes à 
pleura, ao longo dos septos de tecido conjuntivo lobular e nas margens dos 
lóbulos. Ocorre em locais adjacentes a áreas de fibrose, cicatrização ou 
atelectasia e geralmente é mais severo na metade superior dos pulmões.
 Os achados característicos consistem em múltiplos espaços aéreos aumentados 
e contínuos, de menos de 0,5 cm a mais de 2,0 cm de diâmetro, às vezes 
formando estruturas císticas. Este tipo de enfisema provavelmente é a base de 
muitos casos de pneumotórax espontâneo em adultos jovens.
Enfisema Acinar Distal (Parasseptal).
O enfisema irregular, que recebe esse nome porque o ácino é envolvido 
irregularmente, está quase invariavelmente associado a uma cicatrização. 
Consequentemente, esta pode ser a forma mais comum de enfisema, uma vez 
que a pesquisa cuidadosa da maioria dos pulmões na necropsia exibe uma ou 
mais cicatrizes derivadas de um processo inflamatório curado. Na maioria dos 
casos, estes focos de enfisema irregular são assintomáticos e clinicamente 
insignificantes.
Aumento do Espaço Aéreo com Fibrose (Enfisema Irregular).
MORFOLOGIA
O enfisema avançado produz pulmões volumosos, muitas vezes sobrepostos ao 
coração e ocultando-o, quando a parede torácica anterior é removida. Em geral, os 
dois terços superiores dos pulmões são afetados com maior severidade. 
Grandes vesículas ou bolhas apicais são mais características do enfisema irregular 
secundário a cicatrização e do enfisema acinar distal. Grandes alvéolos podem ser 
vistos facilmente na superfície de corte do pulmão inflado fixado com formalina 
Microscopicamente, existem alvéolos anormalmente grandes, separadospor septos 
delgados, apenas com fibrose centroacinar focal. Ocorre uma perda da fixação dos 
alvéolos à parede externa das pequenas vias aéreas.
Os poros de Kohn são tão grandes que os septos parecem estar flutuando ou sofrem 
protrusão cega para os espaços alveolares com uma extremidade em forma de 
baqueta.
Conforme as paredes alveolares são destruídas, ocorre uma redução do leito capilar. 
Na doença avançada, existem espaços aéreos anormais ainda maiores e 
possivelmente vesículas ou bolhas, que muitas vezes deformam e comprimem os 
bronquíolos respiratórios e a vasculatura do pulmão. 
hyp://anatpat.unicamp.br/lamresp10.html hyp://anatpat.unicamp.br/lamresp2.html
enfisema
destruição dos 
septos
Patogenia.
A DPOC é caracterizada por inflamação crônica leve em todas as vias aéreas, 
parênquima e vasculatura pulmonar. Macrófagos, linfócitos T CD8+ e CD4+ e 
neutrófilos estão aumentados em várias partes do pulmão. As células 
inflamatórias ativadas liberam vários mediadores, incluindo leucotrieno B4, IL-8, 
TNF e outros, que são capazes de danificar as estruturas pulmonares ou manter 
uma inflamação neutrofílica. 
Embora os detalhes da gênese das duas formas mais comuns de enfisema – 
centroacinar e pan-acinar – ainda não sejam bem definidos, a hipótese mais 
plausível para explicar a destruição das paredes alveolares é o mecanismo de 
protease-antiprotease, auxiliado e estimulado pelo desequilíbrio de oxidantes e 
antioxidantes.
A hipótese do desequilíbrio de protease-antiprotease é baseada na 
observação de que pacientes com uma deficiência genética da antiprotease 
α1-antitripsina apresentam uma tendência notavelmente maior de desenvolver 
enfisema pulmonar, que é aumentada pelo tabagismo. Cerca de 1% de todos os 
pacientes com enfisema possui esse defeito. 
A α1-antitripsina, normalmente presente no soro, em fluidos tissulares e 
macrófagos, é um inibidor importante das proteases (particularmente a elastase) 
secretadas por neutrófilos durante a inflamação. A α1-antitripsina é codificada 
por genes expressos de um modo codominante no lócus do inibidor de proteinase 
(Pi) no cromossomo 14. O lócus Pi é extremamente polimórfico, com muitos 
alelos diferentes. O mais comum é o alelo normal (M) e o fenótipo 
correspondente.
Aproximadamente 0,012% da população dos EUA é homozigota para o alelo Z, 
associado a uma diminuição acentuada dos níveis séricos de α1-antitripsina. Mais 
de 80% desses indivíduos desenvolvem enfisema pan-acinar sintomático, que 
ocorre em uma idade mais precoce e com maior severidade se o indivíduo fumar.
A seguinte sequência é postulada:
1. Os neutrófilos (a principal fonte de proteases celulares) são normalmente 
sequestrados em capilares periféricos, incluindo os do pulmão, e alguns têm 
acesso aos espaços alveolares.
2. Qualquer estímulo que aumente o número de leucócitos (neutrófilos e 
macrófagos) no pulmão ou a liberação de seus grânulos contendo protease 
aumenta a atividade proteolítica.
3. Com baixos níveis séricos de α1-antitripsina, a destruição do tecido elástico 
não é reprimida, resultando em enfisema.
Portanto, considera-se que o enfisema resulte do efeito destrutivo de uma elevada 
atividade de protease em indivíduos com baixa atividade antiprotease. A 
hipótese do desequilíbrio de protease antiprotease também ajuda a explicar o efeito 
do fumo no desenvolvimento do enfisema, particularmente a forma centroacinar, em 
indivíduos com quantidades normais de α1-antitripsina:
● Em fumantes, ocorre acúmulo de neutrófilos e macrófagos nos alvéolos. 
possivelmente envolve os efeitos quimioatraentes da nicotina, assim como os 
efeitos de espécies reativas de oxigênio contidas no fumo. Estas ativam o fator 
de transcrição NF-κB, que aciona os genes que codificam TNF e quimiocinas, 
incluindo IL-8. Estes, por sua vez, atraem e ativam os neutrófilos.
● Os neutrófilos acumulados são ativados e liberam seus grânulos, ricos em 
uma variedade de proteases celulares (elastase neutrofílica, proteinase 3 e 
catepsina G), resultando em lesão tissular.
● O tabagismo também aumenta a atividade da elastase em macrófagos; a 
elastase dos macrófagos não é inibida pela α1-antitripsina e, na verdade, pode 
digerir proteoliticamente esta antiprotease. Existem cada vez mais evidências de 
que, além da elastase, as metaloproteinases da matriz derivadas de macrófagos 
e neutrófilos também atuam na destruição dos tecidos.
Além disso, o tabagismo desempenha um papel essencial na perpetuação do 
desequilíbrio de oxidantes-antioxidantes na patogenia do enfisema. Normalmente, 
o pulmão contém um complemento saudável de antioxidantes (superóxido 
dismutase, glutationa) que mantém a lesão oxidativa em um mínimo. 
A fumaça do tabaco contém espécies reativas de oxigênio (radicais livres) em 
abundância, que depletam estes mecanismos antioxidantes, estimulando, assim, 
o dano tissular . Os neutrófilos ativados também contribuem para o pool de 
espécies reativas de oxigênio nos alvéolos. Uma consequência secundária da 
lesão oxidativa é a inativação das antiproteases nativas, resultando em uma 
deficiência “funcional” de α1-antitripsina mesmo em pacientes sem deficiência da 
enzima.
Uma vez que as pequenas vias aéreas são normalmente firmadas pelo recuo 
elástico do parênquima pulmonar, a perda do tecido elástico nas paredes dos 
alvéolos que circundam os bronquíolos respiratórios reduz a tração radial e, 
consequentemente, causa o colapso dos bronquíolos respiratórios durante a 
expiração. Isso provoca uma obstrução funcional do fluxo aéreo, apesar da 
ausência de uma obstrução mecânica.
Até recentemente, a perda do recuo elástico era considerada como o único 
mecanismo de obstrução do fluxo aéreo no enfisema. 
Contudo, estudos minuciosos em fumantes jovens que morreram em acidentes 
revelaram que a inflamação das pequenas vias aéreas, definidas como bronquíolos 
com menos de 2 mm de diâmetro, ocorre precocemente na evolução da DPOC. 
Diversas alterações são observadas:
1. metaplasia de células caliciformes com muco obstruindo a luz.
2. infiltração inflamatória das paredes por neutrófilos, macrófagos, células B (algumas 
vezes formando folículos), células T CD4 e CD8+.
3. espessamento da parede bronquiolar devido a hipertrofia de músculo liso e fibrose 
peribrônquica.
Em conjunto, essas alterações estreitam a luz bronquiolar e contribuem para a 
obstrução das vias aéreas.
Uma das características espantosas da DPOC é que a inflamação latente e a 
destruição lenta e progressiva do parênquima pulmonar geralmente continuam 
por décadas após o indivíduo deixar de fumar.
Embora não existam respostas claras, têm surgido evidências de que a agressão 
inicial na forma de fumaça de tabaco ou outros irritantes desencadeia uma 
resposta imunológica mal adaptada e auto perpetuada, na qual componentes 
inatos e adaptativos desempenham um papel. Os indícios apontam para células 
CD4+TH17 patogênicas semelhantes às envolvidas em outras doenças 
inflamatórias de mediação imunológica, como a doença de Crohn.
• Pulmão → anTIoxidantes → lesão oxidaTIva em um mínimo → fumaça do tabaco → espécies reaTIvas de 
oxigênio em abundância → depletam mecanismos anTIoxidantes → dano Tissular
Curso Clínico.
As manifestações clínicas do enfisema não aparecem até que pelo menos um 
terço do parênquima pulmonar funcionante esteja lesado. Dispneia geralmente é 
o primeiro sintoma; ela começa insidiosamente, mas progride de modo estável. 
Em alguns pacientes, tosse ou sibilo constitui a queixa principal, facilmente 
confundida com asma. A tosse e a expectoração são extremamente variáveis e 
dependem da extensão da bronquite associada. Perda de peso é comum e pode 
ser severa a ponto de sugerir um tumor maligno oculto. 
Classicamente, o paciente apresenta um tórax em barril e dispneia, com um 
prolongamento óbvio da expiração,senta-se inclinado para frente em uma 
posição encurvada e respira por lábios franzidos. A limitação do fluxo aéreo 
expiratório, mais bem medido por espirometria, é a chave para o diagnóstico.
Em indivíduos com enfisema severo, a tosse geralmente é discreta, a 
superdistensão é severa, a capacidade de difusão é baixa e os valores de gases 
sanguíneos estão relativamente normais em repouso. Esses pacientes podem 
hiperventilar e permanecer bem oxigenados e, por isso, são chamados de um modo 
um tanto inglório de sopradores rosados . 
O desenvolvimento de cor pulmonale e, eventualmente, insuficiência cardíaca 
congestiva, relacionado à hipertensão vascular pulmonar secundária, está 
associado a um prognóstico desfavorável.
 A morte na maioria dos pacientes com enfisema é decorrente de 
(1) acidose respiratória e coma, 
(2) insuficiência cardíaca direita e 
(3) colapso maciço dos pulmões secundário a pneumotórax. 
As opções terapêuticas incluem broncodilatadores, esteroides, bulectomia e, em 
pacientes selecionados, cirurgia de redução do volume pulmonar e transplante de 
pulmão. Terapia de substituição com α1-AT está sendo avaliada.
A hiperinflação em lesões obstrutivas ocorre 
(1) por uma ação de válvula do agente obstrutor, de modo que o ar entra durante 
a inspiração, mas não consegue sair na expiração, ou 
(2) porque o brônquio pode estar totalmente obstruído, mas, ainda assim, a 
ventilação derivada de colaterais pode trazer ar de pontos localizados atrás da 
obstrução. Estes colaterais consistem nos poros de Kohn e outras conexões 
bronquioloalveolares acessórias diretas (os canais de Lambert).
 A hiperinflação obstrutiva pode representar uma emergência com risco à vida, 
porque a porção afetada se distende o suficiente para comprimir o pulmão normal 
remanescente.
Enfisema Bolhoso. Este é um termo descritivo 
para grandes vesículas ou bolhas subpleurais 
(com espaços de mais de 1 cm de diâmetro no 
estado distendido) que podem ocorrer em 
qualquer forma de enfisema .Elas representam 
acentuações localizadas do enfisema e ocorrem 
próximas ao ápice, algumas vezes com relação a 
uma antiga cicatriz tuberculosa. 
Ocasionalmente, a ruptura das bolhas pode 
originar um pneumotórax.
FIGURA 15–9 Enfisema bolhoso com grandes 
bolhas subpleurais (região superior esquerda).
BRONQUITE CRÔNICA
A bronquite crônica é definida clinicamente como tosse persistente com 
produção de escarro por, no mínimo, 3 meses em pelo menos 2 anos 
consecutivos, na ausência de qualquer outra causa identificável. 
A bronquite crônica, tão comum entre fumantes habituais e habitantes de 
cidades poluídas, não é tão insignificante quanto se considerava no passado. 
Quando persiste por anos, ela pode: 
(1) progredir para DPOC, 
(2) provocar cor pulmonale e insuficiência cardíaca ou 
(3) causar metaplasia atípica e displasia do epitélio respiratório, proporcionando 
um terreno fértil para uma transformação cancerosa.
MORFOLOGIA
Macroscopicamente, há hiperemia, tumefação e edema das membranas mucosas, 
frequentemente acompanhadas pelo excesso de secreções mucinosas ou 
mucopurulentas. Às vezes, cilindros grosseiros de secreções e pus preenchem os 
brônquios e os bronquíolos. 
Aspectos histológicos característicos consistem em inflamação crônica das vias 
aéreas (predominantemente linfócitos), aumento das glândulas secretoras de muco 
da traqueia e dos brônquios. Embora os números de células caliciformes 
aumentem discretamente, a principal alteração está no tamanho da glândula 
mucosa (hiperplasia).
Esse aumento pode ser avaliado pela 
relação entre a espessura da camada de 
glândulas mucosas e a espessura da 
parede entre o epitélio e a cartilagem 
(índice de Reid). O índice de Reid 
(normalmente 0,4) está aumentado na 
bronquite crônica, geralmente de modo 
proporcional à severidade e à duração da 
doença. O epitélio brônquico pode exibir 
metaplasia escamosa e displasia. Há um 
estreitamento acentuado dos bronquíolos 
causado por tampões de muco, 
inflamação e fibrose. Nos casos mais 
severos, pode ocorrer obliteração da luz 
em virtude de fibrose (bronquiolite 
obliterante). Normal: 0,4 / Bronquite crônica: > 0,5
Brônquio
cabeça da seta
metaplasia 
escamosa
seta
 hiperplasia das 
glândulas secretoras 
de muco
imagem representa um 
brônquio devido a presença 
de cartilagem
Metaplasia escamosa
epitélio respiratório 
(pseudoestratificado 
cilíndrico ciliado com 
células caliciformes) 
epitélio estratificado 
hiperplasia das 
glândulas
Muco devido há
● hiperplasia das 
glândulas (brônquios)
● hiperplasia de células 
caliciformes 
(bronquíolos)
Bronquíolo
Seção da parede de 
bronquíolo com acúmulo 
luminal de muco, 
hiperplasia das células 
caliciformes, espessamento 
da membrana basal (seta), e 
dispersas células 
inflamatórias mononucleares.
hiperplasia das 
células caliciformes
Patogenia. O fator primário ou inicial na gênese da bronquite crônica parece 
ser uma irritação de longa duração por substâncias inaladas como fumaça de 
tabaco (90% dos pacientes são fumantes) e pó de grãos, algodão e sílica. 
A característica mais precoce da bronquite crônica é a hipersecreção de muco 
nas grandes vias aéreas, associada a uma hipertrofia das glândulas 
submucosas na traqueia e nos brônquios.
Proteases liberadas dos neutrófilos, como a elastase neutrofílica e a 
catepsina, e metaloproteinases da matriz estimulam esta hipersecreção de 
muco. 
Quando a bronquite crônica persiste, ocorre também aumento acentuado das 
células caliciformes das pequenas vias aéreas – brônquios pequenos e 
bronquíolos – levando à produção excessiva de muco, que contribui para a 
obstrução das vias aéreas. 
Acredita-se que tanto a hipertrofia das glândulas submucosas quanto o aumento 
de células caliciformes constituam reações metaplásicas protetoras contra a 
fumaça do tabaco ou outros poluentes (p. ex., dióxido de enxofre e dióxido de 
nitrogênio).
 Embora a hipersecreção de muco nas grandes vias aéreas seja a causa da 
superprodução de escarro, atualmente se acredita que as alterações associadas 
nas pequenas vias aéreas do pulmão (brônquios pequenos e bronquíolos, de 
menos de 2 a 3 mm de diâmetro) possam resultar em manifestações precoces e 
fisiologicamente importantes de obstrução crônica das vias aéreas.
Essa característica é semelhante ao que foi descrito anteriormente no enfisema e 
parece ser um denominador comum na DPOC.
O papel da infecção parece ser secundário. Ela não é responsável pelo início da 
bronquite crônica, mas provavelmente é importante para sua manutenção e 
pode ser crítica na produção de exacerbações agudas. 
O uso de cigarros predispõe à infecção por mais de um mecanismo. Ele interfere 
com a atividade ciliar do epitélio respiratório, pode causar lesão direta do 
epitélio das vias aéreas e inibe a capacidade de eliminação de bactérias pelos 
leucócitos brônquicos e alveolares. 
Infecções virais também podem causar exacerbações da bronquite crônica.
NEUTRÓFILOS → proteases (elastase, por ex.)
– Hipersecreção de muco
 • Hipertrofia das glândulas submucosas na traqueia e nos brônquios
 – superprodução de escarro
 • Aumento acentuado das células caliciformes das peq. vias aéreas – importante 
para a obstrução crônica das vias áreas;
CÉLULAS EPITELIAIS → células do revestimento brônquico
 – Fonte de mediadores inflamatórios (eicosanoides, citocinas e moléculas de 
adesão)
 • recrutamento e adesão de neutrófilos
MACRÓFAGOS → TNF--alfa, IL--8, LTB4 • quimiotaxia de neutrófilos
LINFÓCITOS → predominam T CD8+
– Lesão do parênquima pulmonar
– Recrutamento de neutrófilos
Aspectos Clínicos
O sintoma primordial da bronquite crônica é uma tosse persistente com produção 
de escarro. Durante muitos anos, nenhum outro prejuízo funcionalrespiratório está 
presente, mas, eventualmente, surge dispneia ao esforço. Com a passagem do 
tempo, e geralmente com o tabagismo contínuo, outros elementos de DPOC podem 
aparecer, incluindo hipercapnia, hipoxemia e cianose leve (“inchados azuis”). 
A diferenciação da bronquite crônica pura da forma associada ao enfisema pode ser 
feita em casos clássicos, mas, como já foi mencionado, muitos pacientes com 
DPOC apresentam as duas condições. 
A bronquite crônica severa de longa duração geralmente leva a cor pulmonale com 
insuficiência cardíaca. 
A morte também pode resultar do prejuízo adicional da função respiratória em 
decorrência de infecções agudas superpostas.
PROBLEMA 3 
ANATPAT
Antracose pulmonar; pulmão normal Este pulmão normal, 
fotografado na mesa de 
autópsia e a fresco (sem 
fixação) mostra várias 
pequenas manchas negras na 
superfície pleural e de corte, 
que correspondem à deposição 
de partículas de carbono da 
poluição atmosférica inaladas 
ao longo da vida. Estão 
localizadas no tecido 
intersticial entre os alvéolos, 
e tendem a concentrar-se em 
certas áreas. A antracose é 
encontrada nos habitantes de 
cidades e é inócua. O 
parênquima pulmonar é normal. 
Notar a cor rósea acinzentada 
na superfície pleural. A 
raspagem da superfície de corte 
daria escasso líquido 
vermelho espumoso.
Antracose pulmonar Lam. A. 209
Pigmento de cor negra distribuido em pequenos focos pelo parênquima pulmonar. Em aumento forte, o 
pigmento é constituido por pequenos grãos negros, em parte livres e em parte no citoplasma de 
macrófagos. São partículas de carvão provenientes do ar e não causam lesão pulmonar. 
Pneumoconiose dos mineiros de carvão
Trabalhadores em minas de carvão podem apresentar amplo espectro de alterações 
pulmonares: 
a) antracose simples, semelhante à dos moradores de cidades e dos fumantes 
crônicos, mas mais intensa, em que o pigmento negro acumula-se sem causar 
reação celular. 
b) pneumoconiose dos mineiros de carvão do tipo simples em que há acúmulos 
de macrófagos com pouca ou nenhuma disfunção pulmonar; e 
c) pneumoconiose dos mineiros de carvão do tipo complicado, em que há 
fibrose pulmonar difusa e extensa, com comprometimento da função pulmonar. O 
mecanismo da fibrose pulmonar é discutido, admitindo-se que a principal causa seja 
a própria poeira de carvão em doses excessivas. Contaminação por sílica pode 
também ter algum papel. 
Aqui apresentamos um caso de pneumoconiose dos mineiros do tipo simples.
Pneumoconiose do tipo simples de mineiros de carvão: abundante pigmento 
negro distribuído irregularmente pelo parênquima pulmonar, com focos incipientes 
de fibrose.
Partículas de pigmento 
negro são vistas na luz 
alveolar fagocitadas por 
macrófagos, e no 
interstício pulmonar. 
A distribuição é em 
pequenos focos, para onde 
as partículas são 
transportadas pelos 
linfáticos. 
Na maior parte, as 
partículas são diminutas. 
Algumas maiores e 
irregulares são vistas em 
macrófagos ou células 
gigantes de corpo 
estranho.
R-44A Silicose pulmonar
Este pulmão apresenta extenso acometimento por 
silicose, resultante de prolongada exposição 
ocupacional ao pó de sílica (geralmente anos ou 
décadas). A silicose causa intensa fibrose do 
parênquima pulmonar levando a uma 
pneumopatia restritiva (dificuldade de 
expansão). No parênquima, a lesão silicótica é 
mais intensa e melhor vista na periferia, onde o 
tecido pulmonar tem cor acinzentada e aspecto 
pétreo (lembrando granito). 
À palpação, esta região tem consistência muito 
firme, que contrasta com as regiões vizinhas, que 
lembram uma esponja. Nestas, o pulmão também 
não é normal, pois há enfisema (destruição 
permanente dos septos alveolares). Os alvéolos 
se tornam perceptíveis já macroscopicamente. 
Há intensa fibrose pleural (paquipleuris) 
também em conseqüência da silicose. 
Cor pulmonale, conseqüente a silicose pulmonar
Peça R-44B. Cor pulmonale, conseqüente a silicose pulmonar. O coração apresenta hipertrofia e dilatação 
do ventrículo direito, enquanto que o ventrículo esquerdo é normal. Isto ocorre porque, devido à fibrose 
pulmonar pela silicose, há aumento da resistência no leito vascular pulmonar, mas na grande circulação 
as condições são normais. Notar que as colunas carnudas do VD são maiores que as do VE, devido à 
hipertrofia, e há dilatação do cone de saída da A. pulmonar. A hipertrofia da parede do VD está em parte 
mascarada pela dilatação.
Silicose pulmonar Lam. A. 315
A silicose produz fibrose pulmonar difusa e pneumopatia restritiva, levando a intensa dispnéia, inicialmente aos 
esforços, depois em repouso. São necessários vários anos de exposição ao pó de sílica para produzir a doença. 
Porém, uma vez instalada, é irreversível, mesmo que o indivíduo se afaste das fontes de contaminação. A fibrose 
pulmonar reduz o leito vascular capilar do pulmão e causa hipertensão no circulação pulmonar. Isto resulta na 
hipertrofia e dilatação do VD (cor pulmonale) (ver peça). 
Em aumento fraco, notam-se no parênquima pulmonar numerosos nódulos constituídos por tecido fibroso e células 
inflamatórias crônicas, principalmente linfócitos, plasmócitos e macrófagos. Esses nódulos são chamados nódulos 
silicóticos, porque são reacionais à sílica, a causadora da reação inflamatória e da fibrose. Entre eles há alvéolos com 
estrutura relativamente preservada. 
Examinando-se um nódulo silicótico, observa-se facilmente um pigmento preto, que é antracose, igual à já 
demonstrada na lâmina A. 209. Menos óbvia é a sílica, que é constituída por partículas incolores como diminutos 
caquinhos de vidro. Para observá-la, pode-se abaixar o condensador do microscópio e mexer no foco micrométrico 
para cima e para baixo. Logo se notam pequenos cristais refringentes, que ora brilham, ora desaparecem, 
dependendo da profundidade do foco. Isto ocorre porque os cristais de sílica (uma forma de quartzo) se comportam 
como minúsculas lentes. As animações abaixo foram montadas combinando duas imagens do mesmo campo em focos 
diferentes. As mais embaixo estão escuras devido à posição do condensador. O condensador baixo muda a incidência 
dos raios de luz, facilitando a visualização das partículas. 
USO DE LUZ POLARIZADA PARA PESQUISA DE SÍLICA
 Um meio eficiente de pesquisar sílica é o exame do corte em luz polarizada. Para isso são necessários dois 
polaróides (películas que polarizam a luz), um colocado entre a fonte luminosa (lâmpada comum) e a lâmina, e outro entre 
a lâmina e o olho do observador. 
 A luz comum vibra em vários planos. A luz que passa pelo primeiro polaróide tem todos os planos de vibração 
bloqueados, menos um. Se a luz passa então pelo segundo polaróide cujo plano é 90 graus em relação ao primeiro, toda 
luz é bloqueada e o observador vê só campo escuro. 
 Cristais em geral, incluindo os de sílica, giram o plano de vibração da luz polarizada. Portanto, a luz quando passa 
pelo segundo polaróide não é totalmente bloqueada, pois seu plano de vibração foi alterado. Neste caso, o observador vê 
os cristais como partículas brilhantes sobre um fundo escuro. 
 Embaixo, temos duas imagens do mesmo campo, a da E. feita em luz comum, a da D. em luz polarizada. As 
partículas de sílica brilham intensamente; o restante do campo fica escuro.
Silicose - nódulos fibróticos e necrose coagulativa
Nódulos silicóticos podem tornar-se ao longo 
de sua evolução muito fibróticos e paucicelulares, 
por gradual deposição de colágeno e diminuição 
no número de células inflamatórias e fibroblastos. 
Eventualmente o tecido fibroso pode tornar-se 
totalmente anucleado, constituindo, portanto, 
necrose coagulativa. Esses nódulos fibróticos com 
necrose podem ser observados no parênquima 
pulmonar e em linfonodos próximos,em virtude 
da drenagem linfática levar a sílica até estes. O 
aspecto acelular pode simular a necrose 
coagulativa observada tumores malignos, daí a 
cautela necessária em exames de congelação. 
Tecido fibroso acelular (ou seja, com necrose coagulativa) à 
E, e tecido fibroso viável, com núcleos, à D, em um nódulo 
silicótico.
Asbestose
Aqui mostramos um caso incipiente de asbestose 
pulmonar. Há deposição das fibras de asbesto nos 
bronquíolos e em partes da superfície pleural, 
levando a reação inflamatória crônica e fibrose 
nestes locais. 
As lesões são inicialmente multifocais e esparsas, 
sendo a maior parte do tecido pulmonar de aspecto 
normal. 
Em casos mais avançados há fibrose pulmonar 
difusa, como na silicose. 
A asbestose inicia-se nos lobos inferiores e em 
localização subpleural, afetando os lobos médios e 
superiores com o progresso da doença. 
Na asbestose há também, caracteristicamente, 
fibrose pleural. Esta chega a formar placas 
esbranquiçadas de tecido colágeno denso na 
superfície pulmonar e causar aderências entre os 
folhetos parietal e visceral da pleura. 
Pode haver calcificação. 
As placas se formam mais comumente nos aspectos 
anterior e póstero-lateral da pleura parietal, e sobre 
o diafragma. Ao contrário do que se poderia pensar, 
as placas pleurais não contêm corpos de asbesto. 
Focos de fibrose peribronquiolar e subpleural. As lesões na asbestose se iniciam a nível dos bronquíolos 
mais distais, onde as fibras de asbesto chegam quando inaladas. 
As fibras do grupo dos anfibólios, que são encontradas no presente exemplo, são finas, curtas e rígidas, lembrando 
minúsculas agulhas, e penetram através do epitélio bronquiolar, atingindo o interstício. Aí são fagocitadas por 
macrófagos, induzindo reação inflamatória crônica, que termina em fibrose após vários anos. A fibrose nas proximidades 
leva a distorção dos bronquíolos, dando-lhes contornos alongados ou retorcidos. No pulmão, os bronquíolos estão 
próximos a arteríolas, sendo encontrados geralmente lado a lado. Nas fotos abaixo vemos, já em aumento fraco, 
pequenos focos de fibrose, associados a bronquíolos ou na superfície pleural. No tecido fibroso há infiltrado inflamatório 
crônico contendo macrófagos ou células gigantes pequenas (com poucos núcleos), e corpos de asbesto. Há também 
partículas negras de carvão (antracose).
Corpos de asbesto. As fibras de asbesto têm morfologia variável conforme a natureza química da partícula, 
que é um silicato contendo cálcio, magnésio, ferro e outros elementos. 
No presente caso, trata-se de um asbesto do tipo anfibólio, cujas fibras são finas e retas. As fibras são em 
grande parte recobertas por partículas marrons refringentes, constituídas por material proteináceo rico em 
ferro. Admite-se que este material seja depositado por macrófagos durante tentativas de fagocitose, e que 
derive da ferritina que existe normalmente no citoplasma dos fagócitos. O conjunto lembra contas de rosário, 
que brilham ao variar-se o foco micrométrico. Contudo, não refringem à luz polarizada.
Corpos de asbesto podem também ser encontrados em espaços aéreos terminais (bronquíolos e alvéolos), com o mesmo 
aspecto característico. Freqüentemente estão próximos a, ou fagocitados por, macrófagos. Como os macrófagos são 
incapazes de digerir a partícula, terminam por degenerar e a partícula é fagocitada por outros macrófagos. Alguns 
macrófagos são multinucleados, correspondendo a células gigantes de corpo estranho. 
Corpos de asbesto brilham ao variar-se o foco micrométrico. Para ilustrar este ponto, as animações da coluna da direita 
foram feitas combinando fotos do mesmo campo em planos de foco ligeiramente diferentes. Notar que o material proteico 
em volta da fibra refringe mais que a fibra propriamente dita.
ROBINS
Pneumoconioses
O termo pneumoconiose foi criado originalmente para descrever a reação 
pulmonar não neoplásica à inalação de poeiras minerais encontradas no local de 
trabalho. Atualmente, também inclui doenças induzidas por partículas 
orgânicas assim como inorgânicas e fumaças e vapores de produtos 
químicos. 
Os regulamentos que limitam a exposição do trabalhador resultaram na 
diminuição acentuada das doenças associadas à poeira.
Embora a pneumoconiose resulte de exposição ocupacional bem definida a 
agentes específicos transportados pelo ar, a poluição particulada do ar também 
tem efeitos nocivos sobre a população geral, especialmente em áreas urbanas. 
Estudos constataram um aumento da morbidade (p. ex., incidência de asma) e 
taxas de mortalidade em populações expostas aos altos níveis de partículas no ar 
ambiente, levando a uma necessidade de maiores esforços para redução dos 
níveis de partículas no ar urbano.
Patogenia. O desenvolvimento de uma pneumoconiose depende: 
(1) da quantidade de poeira retida no pulmão e nas vias aéreas; quando há 
pouco macrófagos fagocitam e não há reação inflamatória;
(2) do tamanho, forma e consequentemente poder de flutuação das partículas; 
(3) da solubilidade da partícula e reatividade físico-química; e 
(4) de possíveis efeitos adicionais de outros irritantes (p. ex., tabagismo 
concomitante).
A quantidade de poeira retida pelos pulmões é determinada pela:
➢ Concentração de poeira no ar ambiente, 
➢ Duração da exposição e 
➢ Eficácia dos mecanismos de eliminação. 
Qualquer influência, como o fumo, que afete a integridade do aparelho 
mucociliar predispõe significativamente ao acúmulo de poeira.
As partículas mais perigosas variam de 1 a 5 μm em diâmetro porque podem 
atingir pequenas vias aéreas terminais e os sacos aéreos e se depositar em 
seus revestimentos. 
 Em condições normais, existe um agrupamento pequeno de macrófagos 
intra-alveolares, e este é expandido pelo recrutamento de mais macrófagos quando 
a poeira atinge os espaços alveolares. 
A proteção fornecida pela fagocitose de partículas, porém, pode ser superada por 
uma grande carga de poeira por meio de interações químicas específicas das 
partículas com as células.
A solubilidade e a citotoxicidade das partículas, que são influenciadas em um grau 
considerável por seu tamanho, modificam a natureza da resposta pulmonar. 
Partículas pequenas: Em geral, quanto menor a partícula, maior a probabilidade 
de que ela apareça em líquidos pulmonares e atinja rapidamente níveis tóxicos, 
dependendo obviamente da solubilidade do agente. Consequentemente, partículas 
menores tendem a causar lesão pulmonar aguda. 
Partículas grandes: Partículas maiores resistem à dissolução e, desse modo, 
podem persistir no interior do parênquima pulmonar por anos. Estas tendem a 
evocar pneumoconioses colagenosas fibrosantes, como é característico da silicose. 
Algumas das partículas podem ser captadas pelas células epiteliais ou podem 
atravessar o revestimento das células epiteliais e interagir diretamente com 
fibroblastos e macrófagos intersticiais.
Algumas podem atingir os vasos linfáticos por drenagem direta ou no interior de 
macrófagos migratórios e iniciar assim uma resposta imunológica aos 
componentes das partículas ou autoproteínas modificadas pelas partículas ou 
ambos. Essa resposta amplifica a intensidade e a duração da reação local. 
Embora o tabagismo agrave os efeitos de todas as poeiras minerais inaladas, os 
efeitos do asbesto são particularmente amplificados pelo fumo. 
Os efeitos das partículas inaladas não são confinados apenas ao pulmão, uma 
vez que solutos de partículas podem entrar no sangue, e a inflamação pulmonar 
invoca respostas sistêmicas.
Em geral, apenas uma pequena porcentagem de pessoas expostas desenvolve 
doenças respiratórias ocupacionais, implicando uma predisposição genética 
para seu desenvolvimento. Em um estudo, foi demonstrado que a variação 
genética de proteínas séricas e eritrocitárias estava correlacionada com asusceptibilidade ao desenvolvimento de silicose, bronquite crônica e asma 
ocupacional.
Medidas para redução de poeira em minas de carvão no mundo todo reduziram 
drasticamente a incidência da pneumoconiose dos mineradores de carvão (PMC). 
O espectro dos achados pulmonares em trabalhadores de minas de carvão é 
amplo, variando de 
(1) antracose assintomática a 
(2) PMC simples com pouca ou nenhuma disfunção pulmonar até 
(3) PMC complicada ou fibrose maciça progressiva (FMP), na qual a função 
pulmonar está comprometida.
A patogenia da PMC complicada, particularmente o que causa a progressão das 
lesões de PMC simples para FMP, não é completamente compreendida. Sílica 
contaminante na poeira de carvão pode favorecer a doença progressiva. Na 
maioria dos casos, a própria poeira de carbono é a principal culpada, e os 
estudos mostraram que lesões complicadas contêm muito mais poeira que lesões 
simples.
Pneumoconiose dos Mineradores de Carvão
MORFOLOGIA
Antracose 
é a lesão pulmonar induzida por carvão mais inócua em mineradores de carvão e 
também é observada em algum grau em habitantes de zonas urbanas e tabagistas. 
O pigmento de carbono inalado é englobado por macrófagos alveolares ou 
intersticiais, que então se acumulam no tecido conjuntivo ao longo dos linfáticos, 
incluindo os linfáticos pleurais, ou em um tecido linfoide organizado ao longo dos 
brônquios ou do hilo pulmonar.
● Pigmento negro que não causa reação celular;
Paciente fumante, morar em centro urbanos;
MORFOLOGIA
PMC complicada 
(fibrose maciça progressiva) ocorre em um 
cenário de PMC simples e, em geral, requer 
muitos anos para se desenvolver. É 
caracterizada por cicatrizes intensamente 
escurecidas com mais de 2 cm, algumas 
vezes com até 10 cm em seu maior 
diâmetro. 
Geralmente, são múltiplas. 
Microscopicamente, as lesões consistem 
em colágeno denso e pigmento. O centro 
da lesão muitas vezes é necrótico, mais 
provavelmente devido à isquemia local.
● Fibrose; doses excessivas de poeira de 
carvão;
FIGURA 15–17 Fibrose maciça progressiva 
superposta a pneumoconiose dos mineradores 
de carvão. As grandes cicatrizes enegrecidas 
estão localizadas, principalmente, no lobo 
superior. Observar as extensões das cicatrizes 
para o parênquima circundante e a retração da 
pleura adjacente. 
MORFOLOGIA
PMC simples 
é caracterizada por máculas de carvão (1 a 2 mm de diâmetro) e nódulos de 
carvão um pouco maiores. 
A mácula de carvão consiste em macrófagos carregados de carbono; 
O nódulo também contém pequenas quantidades de uma rede delicada de fibras de 
colágeno.
Embora essas lesões estejam dispersas por todo o pulmão, os lobos superiores e 
as zonas superiores dos lobos inferiores são mais fortemente envolvidos. 
Estão localizadas primariamente em regiões adjacentes aos bronquíolos 
respiratórios, o local de acúmulo inicial da poeira. 
No devido curso, ocorre dilatação dos alvéolos adjacentes, uma condição algumas 
vezes referida como enfisema centrolobular.
● Quantidade maior de partículas que pode iniciar uma leve reação e causar 
acúmulo de macrófagos;
Curso Clínico. A PMC geralmente é uma doença benigna que causa 
pouca diminuição na função pulmonar. 
Mesmo formas leves de PMC complicada não demonstram anormalidades da 
função pulmonar. 
● FMP( fibrose maciça progressiva) Em uma minoria dos casos (menos de 
10%), uma FMP se desenvolve, levando a disfunção pulmonar crescente, 
hipertensão pulmonar e cor pulmonale. Quando FMP se desenvolve, ela 
pode tornar-se progressiva, mesmo que a exposição adicional à poeira seja 
evitada. 
Ao contrário da silicose , não há uma evidência convincente de que a poeira do 
carvão aumente a susceptibilidade à tuberculose. 
Existem algumas evidências de que a exposição à poeira de carvão aumente a 
incidência de bronquite crônica e enfisema, independentemente do fumo. 
Até o momento, contudo, não existe uma evidência convincente de que PMC na 
ausência de tabagismo predisponha a câncer.
Silicose é uma doença pulmonar causada pela inalação do dióxido de silício 
cristalino (sílica).
 Atualmente a doença ocupacional crônica mais prevalente no mundo, a 
silicose geralmente se apresenta depois de décadas de exposição como uma 
pneumoconiose fibrosante, nodular, de progressão lenta. 
Trabalhadores em diversas ocupações correm risco, especialmente jateadores 
de areia e muitos mineiros. 
● Menos comumente, a exposição intensa durante meses a alguns anos pode 
resultar em silicose aguda, um distúrbio caracterizado pelo acúmulo de 
material lipoproteináceo abundante no interior dos alvéolos;
Silicose
Patogenia A sílica ocorre tanto na forma cristalina quanto na forma amorfa, 
Formas cristalinas (incluindo quartzo, cristobalita e tridimita) são muito mais 
fibrogênicas. Destas, o quartzo é implicado na silicose com maior frequência. Após a 
inalação, as partículas interagem com células epiteliais e macrófagos. 
No interior dos macrófagos, a sílica causa ativação e liberação de mediadores. Esses 
mediadores incluem IL-1, TNF, fibronectina, mediadores lipídicos, radicais livres 
derivados de oxigênio e citocinas fibrogênicas.
Especialmente suspeita é a evidência que incrimina TNF, uma vez que anticorpos 
monoclonais anti-TNF podem bloquear o acúmulo de colágeno pulmonar em 
camundongos que recebem sílica por via intratraqueal. 
➢ Foi observado que, quando misturado a outros minerais, o quartzo apresenta efeito 
fibrogênico reduzido. Esse fenômeno tem importância prática porque o quartzo no 
local de trabalho raramente é puro. Portanto, mineiros de veios de hematita 
contendo ferro podem apresentar mais quartzo em seus pulmões que alguns 
trabalhadores expostos ao quartzo e, ainda assim, apresentar doença pulmonar 
relativamente leve, porque a hematita algumas vezes fornece um efeito protetor. 
Silicatos amorfos são biologicamente menos ativos que a sílica cristalina, cargas 
pulmonares intensas desses minerais também podem produzir lesões.
MORFOLOGIA
A silicose é caracterizada macroscopicamente nos estágios iniciais por pequenos 
nódulos pouco palpáveis, distintos, pálidos a escurecidos (se poeira de carvão 
também estiver presente) nas zonas superiores dos pulmões. 
Alguns nódulos podem sofrer amolecimento e cavitação central. Essa alteração 
pode ser decorrente de tuberculose ou isquemia superpostas. 
Lesões fibróticas também podem ocorrer nos linfonodos hilares e na pleura.
Algumas vezes, lâminas de calcificação finas ocorrem nos linfonodos e são 
observadas radiograficamente como calcificação em casca de ovo (ou seja, cálcio 
circundando uma zona que não apresenta calcificação). 
Se a doença continuar a progredir, expansão e a coalescência das lesões podem 
produzir fibrose maciça progressiva. 
O exame dos nódulos por microscopia polarizada revela partículas de sílica 
birrefringentes.
FIGURA 15–18 Silicose avançada (pulmão 
transeccionado). A cicatrização contraiu o lobo 
superior em uma pequena massa escura (seta).
Notar o espessamento pleural denso.
À medida que a doença progride, esses 
nódulos podem coalescer em cicatrizes 
colagenosas duras;
FIGURA 15–19 Vários nódulos 
silicóticos colagenosos 
coalescentes.
O exame histológico revela 
que as lesões nodulares 
consistem em camadas 
concêntricas de colágeno 
hialinizado cercado por uma 
cápsula densa de colágeno 
mais condensado 
Curso Clínico.
As radiografias de tórax tipicamente exibem nodularidade fina nas zonas 
superiores do pulmão, porém as funções pulmonares são normais ou 
apenas moderadamente afetadas.
A maioria dos pacientes não desenvolve falta de ar até o final da evolução, 
após fibrose maciça progressiva estar presente. 
A doença pode ser progressiva mesmo quando o paciente já não está 
exposto. 
A doença mata lentamente, porém o prejuízo da função pulmonar pode 
limitar a atividade severamente.A silicose está associada a maior susceptibilidade à tuberculose. 
Postula-se que a silicose resulte em uma depressão da imunidade celular 
e a sílica cristalina possa inibir a capacidade de eliminação de 
micobactérias fagocitadas pelos macrófagos pulmonares. 
Nódulos de silicotuberculose frequentemente exibem uma zona central de 
caseação. 
Asbestos consistem em uma família de silicatos hidratados cristalinos que formam 
fibras. O uso de asbestos é seriamente restrito em muitos países desenvolvidos; 
contudo, existe pouco ou nenhum controle nas partes menos desenvolvidas do 
mundo.
Com base em estudos epidemiológicos, a exposição ocupacional a asbestos está 
relacionada a:
● Placas fibrosas localizadas ou, raramente, fibrose pleural difusa.
● Derrames pleurais.
● Fibrose intersticial parenquimatosa (asbestose).
● Carcinoma pulmonar.
● Mesoteliomas.
● Neoplasias laríngeas e, talvez, outras neoplasias extrapulmonares,
incluindo carcinomas de cólon.
A maior incidência de câncer relacionado a asbesto em familiares de 
trabalhadores com asbesto alertou o público geral aos possíveis riscos de 
asbestos no ambiente. A política de saúde pública apropriada no sentido de 
reduzir os níveis de exposição que poderiam ser encontrados em edifícios antigos 
ou escolas não está bem defi nida: alguns especialistas questionam a sensatez 
dos dispendiosos programas de redução de asbestos para ambientes com 
contagens de fi bras no ar, que são até 100 vezes menores que as permitidas 
pelos padrões ocupacionais.
Asbesto
Patogenia. A concentração, o tamanho, a forma e a solubilidade das diferente formas de 
asbestos determinam se estes causarão doenças.
Existem duas formas geométricas distintas de asbestos: serpentina e anfíbolo. 
A forma química crisotila da serpentina representa a maioria dos asbestos usados na indústria.
Tanto anfíbolas quanto serpentinas são fibrogênicas, e doses crescentes estão associadas a 
maior incidência de todas as doenças relacionadas a asbestos, com exceção do mesotelioma, 
que está associado apenas a exposição a anfíbolas.
● Crisotilas, com sua estrutura mais flexível e curvada, têm maior probabilidade de 
ficarem impactadas nas passagens respiratórias superiores e serem removidas pelo 
elevador mucociliar. Além disso, após aprisionamento nos pulmões, as crisotilas são 
eliminadas gradualmente dos tecidos porque são mais solúveis que anfíbolas.
● Anfíbolas, embora menos prevalentes, são mais patogênicas que crisotilas, 
particularmente em relação à indução de tumores pleurais malignos (mesoteliomas). A 
maior patogenicidade das anfíbolas aparentemente está relacionada a suas propriedades 
aerodinâmicas e solubilidade. Em contraste, as anfíbolas retas e rígidas podem 
alinhar-se no espaço aéreo e, consequentemente, ser levadas mais profundamente aos 
pulmões, onde podem penetrar nas células epiteliais e atingir o interstício. 
Em contraste com outras poeiras inorgânicas, os asbestos, também podem agir 
como iniciadores e promotores de tumor.
Alguns de seus efeitos oncogênicos são mediados por radicais livres reativos 
gerados por fibras de asbestos, localizadas preferencialmente no pulmão distal, 
próximo às camadas mesoteliais. 
Produtos químicos potencialmente tóxicos adsorvidos nas fibras de asbestos muito 
provavelmente contribuem para a oncogenicidade das fibras. Por exemplo, a 
adsorção de carcinógenos da fumaça de tabaco nas fibras de asbestos pode 
contribuir para a notável sinergia entre o tabagismo e o desenvolvimento de 
carcinoma de pulmão em trabalhadores de asbestos. 
Um estudo sobre trabalhadores de asbestos encontrou um aumento de cinco vezes 
no carcinoma de pulmão apenas com a exposição a asbestos, enquanto que a 
exposição a asbestos e tabagismo associado levou ao aumento de 55 vezes no risco 
de câncer de pulmão.
A ocorrência de asbestose, como outras pneumoconioses, depende da interação das 
fibras inaladas com os macrófagos pulmonares e outras células parenquimatosas. 
A lesão inicial ocorre nas bifurcações das pequenas vias aéreas e ductos, onde as 
fibras de asbestos estão situadas e penetram. Os macrófagos, tanto alveolares 
quanto intersticiais, tentam ingerir e eliminar as fibras e são ativados para liberar 
fatores quimiostáticos e mediadores fibrogênicos que amplificam a resposta. 
A deposição crônica de fibras e a liberação persistente de mediadores eventualmente 
levam a uma inflamação intersticial pulmonar generalizada e fibrose intersticial.
MORFOLOGIA
Asbestose é marcada por fibrose intersticial pulmonar difusa, que é indistinguível 
da fibrose intersticial difusa resultante de outras causas, com exceção da presença
de múltiplos corpos de asbestos. 
Surgem quando os macrófagos tentam fagocitar as fibras de asbestos; o ferro 
supostamente é derivado da ferritina dos fagócitos. 
Outras partículas inorgânicas podem ser revestidas por complexos de ferroproteína 
semelhantes chamadas de corpos ferruginosos. 
Raros corpos de asbestos isolados podem ser encontrados nos pulmões de pessoas 
normais.
A asbestose começa como fibrose ao redor dos bronquíolos respiratórios e 
ductos alveolares e se estende para envolver os sacos alveolares e alvéolos 
adjacentes. 
O tecido fibroso distorce a arquitetura, criando espaços aéreos aumentados 
envolvidos por paredes fibrosas espessas; eventualmente as regiões afetadas 
passam a apresentar um aspecto de favo de mel. O padrão de fibrose é semelhante 
ao observado na PIU, com focos fibroblásticos e graus variáveis de fibrose, sendo 
que a única diferença é a presença de numerosos corpos de asbestos.
FIGURA 15–20 Detalhe em 
grande aumento de corpos 
de asbestos, revelando o 
aspecto em conta e as 
extremidades arredondadas 
típicos;
Os corpos de asbestos 
aparecem como hastes 
cobertas por contas 
castanho-douradas ou 
fusiformes ou com um 
centro translúcido e 
consistem em fibras de 
asbestos revestidas por 
um material 
proteináceo contendo 
ferro 
MORFOLOGIA
A asbestose começa nos lobos inferiores e nas regiões subpleurais. Os lobos 
médio e superior dos pulmões são afetados à medida que a fibrose progride. 
A cicatrização pode aprisionar e estreitar as artérias e arteríolas pulmonares, 
causando hipertensão pulmonar e cor pulmonale. 
Raramente, a exposição a asbestos induz derrames pleurais, que geralmente são 
serosos, mas também podem ser sanguinolentos. 
Raramente, fibrose pleural visceral difusa pode ocorrer e, em casos avançados, 
conectar o pulmão à parede da cavidade torácica.
Tanto carcinomas de pulmão quanto mesoteliomas (pleurais e peritonites) se 
desenvolvem em trabalhadores expostos a asbestos. O risco de carcinoma de 
pulmão aumenta aproximadamente cinco vezes para trabalhadores de asbestos; o 
risco relativo de mesoteliomas, normalmente um tumor raro (2 a 17 casos por 1 
milhão de pessoas), é mais de 1.000 vezes maior. O tabagismo concomitante 
aumenta muito o risco de carcinoma pulmonar, mas não o de mesotelioma.
FIGURA 15–21 Placas pleurais relacionadas a 
asbestos. 
Placas fibrocalcificadas grandes e distintas são 
observadas na superfície pleural do diafragma. 
As placas pleurais, a manifestação 
mais comum da exposição a asbestos, 
consistem em placas bem circunscritas 
de colágeno denso, frequentemente 
contendo cálcio. Elas se desenvolvem 
mais frequentemente nos aspectos 
anterior e posterolateral da pleura 
parietal e sobre as cúpulas do 
diafragma. O tamanho e o número 
das placas pleurais não estão 
correlacionados ao nível de exposição 
a asbestos ou ao tempo desde a 
exposição.
Não não contêm corpos de asbestos; 
contudo, apenas raramente ocorrem 
em indivíduos que não apresentam 
história ou evidência de exposição a 
asbestos.
Curso Clínico.Os achados clínicos na asbestose são muito semelhantes aos 
causados por outras doenças pulmonares intersticiais difusas (discutidas 
anteriormente).

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