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PATOLOGIA 4ª Etapa Mód. 3 Marina Giovanna Emanuela Delmondes PROBLEMA 1 CÉLULAS Neurônio Micróglia Astrócitos Função: Nutrição, sustentação; Oligodendrócitos Oligodendrócitos Halo branco - Produz bainha de mielina Micróglia Se diferenciar durante uma lesão em macrófago Astrócitos ANATPAT Alterações patológicas em neurônios e glia ALTERAÇÕES PATOLÓGICAS DOS NEURÔNIOS A) Necrose. Praticamente todas as alterações patológicas dos neurônios são regressivas e a mais importante é a necrose. A causa mais comum é anóxia, geralmente por isquemia, daí o termo alteração celular isquêmica. O neurônio necrótico tem volume diminuído, núcleo picnótico e ovalado ou cariolítico. O citoplasma perde a basofilia normal e os corpúsculos de Nissl, passando a eosinófilo. Esses caracteres são os mesmos de qualquer outra célula necrótica. O neurônio necrótico pode sofrer lise ou, mais raramente, pode calcificar-se mantendo a silhueta do corpo celular e dos dendritos. B) Retração. A retração celular é uma alteração comum, em que o neurônio diminui de volume, o núcleo torna-se picnótico e o citoplasma mais basófilo que o normal. Esta alteração pode representar grave lesão celular, mas o mesmo aspecto pode também ser produzido por manipulação do tecido nervoso a fresco e corresponder, portanto, a artefato. Daí a cautela necessária em sua interpretação. C) Atrofia. Como outras células, o neurônio pode sofrer redução do volume celular, atingindo principalmente o citoplasma. Esse processo de atrofia simples é de evolução lenta e observado em várias doenças degenerativas do SNC, como a esclerose lateral amiotrófica. Nesta doença, de causa desconhecida, os neurônios motores do corno anterior gradualmente atrofiam e desaparecem, tendo como conseqüência atrofia muscular, paralisias e morte. Os neurônios atróficos freqüentemente contêm abundante lipofuscina, daí o termo atrofia pigmentar. D) Cromatólise central. A secção do axônio pode causar no neurônio alterações conhecidas como cromatólise central ou reação axonal: o corpo celular sofre tumefação, com desaparecimento dos corpúsculos de Nissl na porção central da célula e deslocamento do núcleo para a periferia. Estas alterações são geralmente reversíveis e interpretadas como um estado de metabolismo aumentado para favorecer a regeneração do axônio. E) Armazenamento. O citoplasma do neurônio pode acumular substâncias nas doenças de armazenamento. Em um grupo destas doenças, denominadas esfingolipidoses, o material acumulado é um esfingolípide, cujo tipo varia conforme a enzima lisossômica deficitária. São exemplos a doença de Tay-Sachs ou idiotia amaurótica familial (acúmulo de gangliósides) e a doença de Niemann-Pick (esfingomielina). Seja qual for a doença, os neurônios ficam volumosos, com contornos arredondados (aspecto abalonado) e o núcleo torna-se picnótico e deslocado para a periferia. O acúmulo pode provocar disfunção crônica e morte da célula. F) Alteração neurofibrilar de Alzheimer. Esta alteração patológica ocorre em muitos neurônios, especialmente do hipocampo e córtex cerebral, na doença de Alzheimer, uma demência progressiva de causa desconhecida que afeta pacientes de ambos sexos, mais comumente após a 7a década. Porém é vista, em menor número de neurônios, como parte do processo normal de envelhecimento. Há deposição no citoplasma dos neurônios de uma proteína fibrilar, com características tintoriais de amilóide, que se impregna por prata, dando ao neurônio aspecto característico em chama de vela. O amilóide gradualmente ocupa lugar das organelas e do núcleo, causando morte da célula ALTERAÇÕES PATOLÓGICAS DAS CÉLULAS DA GLIA ASTRÓCITOS GEMISTOCÍTICOS E FIBROSOS Os astrócitos têm como uma de suas funções principais a cicatrização do tecido nervoso após lesões diversas, papel semelhante ao dos fibroblastos em outros tecidos. Para isto os astrócitos, tanto protoplasmáticos quanto fibrosos, sofrem hipertrofia e hiperplasia. O citoplasma torna-se abundante, nítido, eosinófilo e homogêneo. O núcleo desloca-se para a periferia e, freqüentemente, observa-se binucleação. Estes astrócitos volumosos são denominados astrócitos gemistocíticos e são indicação segura de lesão do tecido nervoso. Sintetizam copiosas quantidades da proteína específica dos astrócitos, a GFAP, que forma fibrilas no citoplasma destes. Ao longo de alguns meses, o volume do citoplasma diminui e as fibrilas se condensam, assumindo aspecto refringente, eosinófilo, que caracteriza o astrócito fibroso patológico (não confundir com o astrócito fibroso normal). Assim, um astrócito gemistocítico gradualmente se transforma em astrócito fibroso, cujo volume é menor, mas cujas fibrilas permanecem visíveis em HE. Após meses ou anos, os astrócitos fibrosos podem diminuir em número e muitos desaparecem, mas as fibrilas gliais ficam permamentemente no tecido, agora em localização extracelular. ASTRÓCITOS GEMISTOCÍTICOS INDICAM LESÃO DO TECIDO NERVOSO, SEM DEFINIR A CAUSA. GLIOSE Denomina-se gliose o aumento no número e/ou volume dos astrócitos e deposição de fibrilas gliais no tecido nervoso central. Uma área de gliose recente contém muitos astrócitos gemistocíticos. Em uma área de gliose antiga o tecido tem aspecto ricamente fibrilar, sendo as fibrilas delicadas e eosinófilas. Contudo, há poucos núcleos, pois a maioria das células desapareceu. É o achado mais comum na vizinhança de infartos, hemorragias e abscessos, meses ou anos após a fase aguda da lesão. Em certas encefalites, as células microgliais ativadas podem formar pequenos aglomerados, os nódulos gliais, que, embora inespecíficos (ocorrem em encefalites por vírus, por protozoários como o Toxoplasma ou por fungos como a Candida), testemunham a natureza inflamatória do processo. Também, quando um neurônio morre acometido por um vírus (como na poliomielite), as células microgliais fagocitam ativamente os restos necróticos, formando um pequeno nódulo glial: o fenômeno é denominado neuronofagia. OLIGODENDRÓGLIA A oligodendróglia sofre por anóxia a tumefação aguda, que é a formação de um amplo vacúolo em volta do núcleo por entrada de água na célula. O aspecto é classicamente comparado ao de um ovo frito. A tumefação aguda é freqüente em material de autópsia e, neste caso, é interpretada como artefato decorrente de alterações metabólicas agônicas. MICRÓGLIA A micróglia, derivada do mesoderma, é a representante do sistema mononuclear fagocitário (ou sistema retículo-endotelial) no SNC. Sua transformação patológica mais freqüente é a célula grânulo-adiposa, que tem as características de um macrófago com citoplasma vacuolado. É a forma fagocitária ativa da micróglia, encontrada no tecido nervoso após vários tipos de lesão como infartos e hemorragias. Normalmente é uma célula alongada, sofre retração de seus prolongamentos, o citoplasma distribui-se ao redor do núcleo, tomando forma arredondada e fagocitando restos celulares e baínhas de mielina degeneradas. Como o tecido nervoso é muito rico em lípides, os vacúolos coram-se em vermelho pelo escarlate R (corante para lípides). Após exercer sua função, as células grânulo-adiposas migram para os espaços perivasculares e ganham a luz de vênulas, sendo eliminadas por via sanguínea. A maioria das células grânulo-adiposas provêm de monócitos do sangue e não de células microgliais pré-existentes. Outra forma reacional da micróglia é a célula em bastonete, encontrada nas encefalites crônicas. A micróglia mantém sua forma, mas torna-se maior, com prolongamentos mais longos e retilíneos. Na HE, o que chama a atenção é o aumento do comprimento do núcleo, que assume forma em bastão, daí o nome da célula. Os prolongamentossão reconhecíveis só em impregnação pela prata. As células em bastonete são melhor observadas no córtex cerebral e no hipocampo, p.ex., na paralisia geral sifilítica. Em certas encefalites, as células microgliais ativadas podem formar pequenos aglomerados, os nódulos gliais, que, embora inespecíficos (ocorrem em encefalites por vírus, por protozoários como o Toxoplasma ou por fungos como a Candida), testemunham a natureza inflamatória do processo. Também, quando um neurônio morre acometido por um vírus (como na poliomielite), as células microgliais fagocitam ativamente os restos necróticos, formando um pequeno nódulo glial: o fenômeno é denominado neuronofagia. ROBINS Patologia Celular do Sistema Nervoso Central Reações dos Neurônios à Lesão. Os neurônios têm estrutura e dimensões que variam consideravelmente tanto ao longo do sistema nervoso como dentro de uma determinada região encefálica. As especializações estruturais associadas à função neuronal incluem as relacionadas à transmissão sináptica, assim como a diferenciação axonal e dendrítica. Os neurônios compartilham as vias para responder às lesões, incluindo mecanismos apoptóticos,com células de outros tecidos. Durante o desenvolvimento, a apoptose neuronal possui um papel importante na definição do número de neurônios. Estes mecanismos também participam em uma variedade de doenças, incluindo algumas neurodegenerativas. Os padrões principais de lesão neuronal são os seguintes: Lesão neuronal aguda (“neurônios vermelhos”) Se refere ao espectro de alterações que acompanha a hipóxia/isquemia aguda do SNC ou outro agressor agudo e reflete a morte celular, ou por necrose ou por apoptose “Neurônios vermelhos” são evidentes em preparações de hematoxilina e eosina (HE) em torno de 12 a 24 horas após o evento de hipóxia/isquemia irreversível. Os padrões morfológicos consistem em: ● retração do corpo celular, ● picnose do núcleo ● desaparecimento do nucléolo ● perda da substância de Nissl ● com intensa eosinofilia no citoplasma. NORMAL → Núcleo grande com nucléolo roxo no centro NEURÔNIOS VERMELHOS - NECROSE Picnose → Núcleo começa a compactar ex.: AVC Cariólise → Clareia Cariorrexe → Fragmenta FIGURA 28–13 Infarto cerebral. A, É possível ver as áreas demarcadas de um infarto agudo. Na substância branca subjacente, as áreas de infarto estão bem demonstradas pela coloração da mielina. Coloração - Onde há mielina fica roxo - Área de isquemia grande; Morreram neurônios na substância cinzenta e afetou a substância branca; gerou edema e em grande aumento se vê neurônio vermelho; B, Em menor aumento se encontra neurônios vermelhos; Lesão isquêmica aguda causa eosinofilia difusa em neurônios, que estão começando a se retrair; NORMAL → Núcleo grande com nucléolo roxo no centro NEURÔNIOS VERMELHOS - NECROSE Picnose → Núcleo começa a compactar ex.: AVC Cariólise → Clareia Cariorrexe → Fragmenta Neurônios necróticos perdem a basofilia normal do citoplasma, que se torna eosinófilo. O citoplasma normal é basófilo (roxo) porque contém substância de Nissl, formada por ribossomos (síntese protéica). Com a necrose, o RNA citoplasmático se desintegra. O núcleo torna-se escuro e denso (picnótico) e pode sofrer cariolise (empalidece até desaparecer). As alterações começam a ficar evidentes na microscopia óptica (necrofanerose) cerca de 6 horas após a necrose. Os neurônios necróticos são fagocitados por células grânulo-adiposas e desaparecem em cerca de 4 dias. Lesão neuronal subaguda e crônica (“degeneração”) Se refere à morte neuronal que ocorre como resultado de um processo de doença progressiva de alguma duração, como observado em determinadas doenças neurológicas de desenvolvimento lento, como a esclerose lateral amiotrófica (ELA). O padrão histológico característico é a perda celular, frequentemente envolvendo de forma seletiva grupos de neurônios funcionalmente relacionados, e gliose reativa. Quando o processo está em um estágio inicial, a perda celular é difícil de ser detectada. As alterações gliais reativas associadas são, com frequência, o melhor indicador do processo patológico. Para muitas destas doenças, existe evidência de que a perda celular ocorre devido à apoptose. A degeneração neuronal transsináptica é observada quando existe um processo destrutivo que interrompe a maioria das aferências de um grupo de neurônios. Neurônio motor normal - Grande como pontos roxos basofílicos (Corpúsculos de Nissl) RE rugoso haver com produção de proteína Atrofia neurônios menores que pode evoluir para morte celular; Ex.: ELA acometimento do corno anterior na substância cinzenta da medula espinhal e do fascículo piramidal no funículo lateral. Normal: Substância cinzenta - corpos dos neurônios - periferia branca; Atrofia Reação axonal Se refere à reação no interior do corpo celular que auxilia a regeneração do axônio. Ela é melhor observada nas células do corno anterior da medula espinal quando os axônios motores são seccionados ou gravemente danificados. Ocorre um aumento da síntese de proteínas associadas ao brotamento axonal. Isto se reflete no aumento do tamanho e arredondamento do corpo celular, deslocamento periférico do núcleo, aumento do tamanho do nucléolo e dispersão da substância de Nissl do centro para a periferia da célula (cromatólise central). REAÇÃO AXONAL Ruptura, secção do axônio que inicia um processo de regeneração; Para que isso ocorra há uma alteração do corpo celular - O núcleo se desloca para a periferia; (Cromatólise central) Inclusões neuronais O dano neuronal pode estar associado a uma grande variedade de alterações subcelulares nas organelas neuronais e no citoesqueleto. As inclusões neuronais podem ocorrer como uma manifestação do processo de envelhecimento, com o depósito intracitoplasmático de lípides complexos (lipofuscina), proteínas ou carboidratos. O depósito citoplasmático anormal de lípides complexos e de outras substâncias também ocorre em distúrbios do metabolismo geneticamente determinados, no qual os substratos ou intermediários se acumulam. A infecção viral pode levar a inclusões intranucleares anormais, como as observadas na infecção herpética (corpúsculo de Cowdry), inclusões citoplasmáticas, como as observadas na raiva (corpúsculo de Negri), ou tanto o núcleo quanto o citoplasma na infecção por citomegalovirus (CMV). Infecções neurais - Neurônio desenvolve halo ao redor do núcleo, não é possível saber o vírus;Lipofuscina: Células com baixo poder de divisão tem a capacidade de regenerar suas organelas, isso gera organelas antigas “Um lixo” forma os grânnulos Inclusões intracitoplasmáticas Algumas doenças degenerativas do SNC estão associadas a inclusões intracitoplasmáticas, como os emaranhados neurofibrilares na doença de Alzheimer e os corpúsculos de Lewy na doença de Parkinson. Outras doenças causam vacuolização anormal do pericário e do neurópilo de processos celulares neuronais (doença de Creutzfeldt-Jakob). Estes agregados são altamente resistentes à degradação, contêm proteínas com conformação alterada, e podem resultar de mutações que afetam o enovelamento da proteína, sua ubiquitinização e o seu tráfego intracelular Pode-se citar estes distúrbios como proteinopatias. Existem evidências em muitas destas doenças que os agregados visíveis não são a base da lesão celular; ao contrário, pequenos multímeros das proteínas (oligômeros) seriam os mediadores críticos do dano. ALTERAÇÕES NEUROFIBRILARES: Há deposição de Beta-amilóide no interior dos neurônios na forma de filamentos, que gradualmente substituem todas as organelas levando à morte celular; Formato de chama → Com o tempo o neurônio morre Reações dos Astrócitos à Lesão O nomeastrócito decorre de seu aspecto estrelado. Estas células possuem múltiplos prolongamentos citoplasmáticos ramificados, que se irradiam do corpo celular, e contêm a proteína glial fibrilar ácida (GFAP), um filamento intermediário específico para este tipo de célula . Os astrócitos agem como tampões metabólicos e detoxificadores no interior do encéfalo. Além disso, por meio dos pés astrocitários ou dos prolongamentos vasculares, que circundam os capilares ou se estendem às zonas subpial e subependimária, eles contribuem como função de barreira para controlar o fluxo de macromoléculas entre o sangue, o líquido cefalorraquiano (LCR) e o encéfalo. Gliose (ou astrogliose) é o indicador histopatológico mais importante de lesão do SNC, independente da etiologia,e é caracterizada tanto pela hipertrofia quanto pela hiperplasia. Nesta reação, o núcleo dos astrócitos, que tipicamente apresentam forma arredondada ou ovalada (10 μm de largura) com cromatina pálida uniformemente dispersa, aumenta de dimensões se tornando vesicular apresentando um nucléolo proeminente. O citoplasma, anteriormente escasso, se expande se tornando rosa brilhante, algo irregular ao redor de um núcleo excêntrico, a partir do qual emergem numerosos prolongamentos vigorosos e ramificados. Estas células são chamadas de astrócitos gemistocíticos. Quando os astrócitos são diretamente lesados, podem reagir ficando com o citoplasma tumefacto. Pode ser observado no caso de uma agressão aguda da célula, que causa uma falha de seus canais iônicos dependentes de ATP, como ocorre na hipóxia, na hipoglicemia e nas lesões tóxicas. O astrócito de Alzheimer do tipo II é uma célula da substância cinzenta que possui um núcleo de dimensões duas a três vezes maior do que o normal, com cromatina central de coloração pálida e presença de uma gotícula intranuclear de glicogênio, além de membrana nuclear e nucléolos proeminentes. Este nome pode gerar confusão, uma vez que ele não é principalmente observado na doença de Alzheimer, mas em indivíduos com hiperamonemia de longa duração devido a doença hepática crônica, na doença de Wilson ou em distúrbios metabólicos hereditários do ciclo da ureia. Os astrócitos não são poupados de processos que levam à formação de corpúsculos de inclusão citoplasmática. As fibras de Rosenthal são estruturas grossas,alongadas, brilhantemente eosinofílicas e relativamente irregulares que ocorrem dentro de um processo astrocitário e que contêm duas proteínas de choque térmico (αβ-cristalina e hsp27), como a ubiquitina. São habitualmente encontradas em regiões de gliose de longa duração. Elas também são características de um tipo de tumor glial, o astrocitoma pilocítico. Na doença de Alexander, uma leucodistrofia associada a mutações no gene codificador da GFAP, são encontradas abundantes fibras de Rosenthal em localizações periventriculares, perivasculares e subpiais. Um achado mais frequente é o encontro de corpúsculos amiláceos ou os corpúsculos de poliglicosanos. Estes são estruturas redondas, fracamente basófilas, reação do ácido periódico de Schiff (PAS) positivas, concentricamente dispostas em lâminas de 5 a 50 μm de diâmetro que se localizam onde existem prolongamentos astrocitários, especialmente nas zonas subpial e perivascular. Consistindo principalmente de polímeros de glicosaminoglicanos, eles também contêm proteínas de choque térmico e ubiquitina. Eles aumentam conforme a idade e se acredita que representem uma alteração degenerativa no astrócito. Os corpúsculos de Lafora, observados no citoplasma de neurônios (como de hepatócitos, miócitos e de outras células) em um tipo de epilepsia mioclônica (epilepsia mioclônica com corpúsculos de Lafora), possuem estrutura e composição bioquímica semelhantes. Astrócito Protoplasmático Neurônio piramidal SUBSTÂNCIA CINZENTA Há corpos de neurônios Astrócito Fibroso SUBSTÂNCIA BRANCA Mais delicado Pés vasculares ASTRÓCITOS GEMISTOCÍSTICOS PROCESSO DE GLIOSE: ASTRÓCITOS GEMISTOCÍTICOS - (Vem de um fibroso ou fibroso) Para “fechar a lesão” o sist. nervoso não dispõe de fibroblastos no tecido (Há fibroblastos somente ao redor de vasos e da ecto meníngea) para produzir fibrilas, os astrócitos se diferenciam e começam a produzir fibrilas gliais; ASTRÓCITO FIBROSO PATOLÓGICO → com o tempo diminui de tamanho e se torna uma célula alongada; GFAP Proteína GFAP+ → Proteína só do astrócito - Coloração marrom Vasos são cheios de prolongamentos dos astrócitos os pés vasculares; Identificar tumores. Ex.: Astrocitoma GFAP+ Astrócito fibroso por ser delicado; Oligodendrócito - Células com halo branco ao redor - Substância branca LESÃO Para ocorrer o reparo serão necessários astrócitos se diferenciando; ASTRÓCITO FIBROSO PATOLÓGICO Alongado, já produziu as fibrilas gliais; FIBRAS DE ROSENTHAL O astrócito expressa GFAP, mas em algumas doenças ele perde a expressão de GFAP e começa e expressar alfa-beta cristalina que forma fibras que ficam todas ligadas “Cenouras” Ex.: Astrocitoma pilocítico FIBRAS DE ROSENTHAL São constituídas pela proteína alfa--beta-cristalina, não por proteína GFAP Reações de Outras Células Gliais à Lesão. Ao contrário dos astrócitos, os oligodendrócitos e as células ependimárias não participam da resposta ativa à lesão no SNC e mostram um repertório mais limitado de reações. Os prolongamentos citoplasmáticos oligodendrogliais se enrolam em torno dos axônios e formam a mielina. Cada oligodendrócito mieliniza numerosos internodos de múltiplos axônios. A lesão ou a apoptose de células oligodendrogliais é uma característica dos distúrbios de desmielinização adquiridos e das leucodistrofias. O núcleo oligodendroglial pode proteger as inclusões virais na leucoencefalopatia multifocal progressiva. As inclusões citoplasmáticas gliais, principalmente compostas de α-sinucleína, são encontradas em oligodendrócitos na atrofia de múltiplos sistemas (AMS). As células ependimárias, que são células epiteliais colunares ciliares que revestem os ventrículos, não possuem padrões específicos de reação. Quando há inflamação ou dilatação importante do sistema ventricular, a ruptura do revestimento ependimário ocorre junto com a proliferação dos astrócitos subependimários para produzir pequenas irregularidades nas superfícies ventriculares (granulações ependimárias). Determinados agentes infecciosos, particularmente o CMV, podem produzir ampla lesão ependimária, com inclusões nas células ependimárias. Reações da Microglia à Lesão; A microglia é constituída de células derivadas do mesoderma, cuja principal função é atuar como um sistema macrofágico no SNC. Compartilham diversos marcadores de superfície com monócitos/macrófagos periféricos (como CR3 e CD68) e respondem à lesão por (1) proliferação; (2) desenvolvendo um núcleo alongado (células em bastão), como na neurossífilis; (3) formando agregados ao redor de pequenos focos de tecido necrosado (nódulos microgliais); ou (4) se reunindo em torno dos corpos celulares de neurônios que estão morrendo (neuronofagia). Além da microglia residente, os macrófagos derivados do sangue são as principais células fagocíticas presentes no foco inflamatório. Célula pequena a micróglia; se houver necessidade se diferencia em macrófago para fagocitar material de lesão; No sistema nervoso há muitos lípides devido à bainha de mielina e pode ficar com citoplasma espumoso; Corante de marca lípides: Células grânulo adiposas Ex.: Evolução de um AVC CD68 Proteína da micróglia PROBLEMA 2 ANATPAT EPITÉLIO RESPIRATÓRIO HISTOLOGIA EPITÉLIO RESPIRATÓRIO HISTOLOGIA EPITÉLIO RESPIRATÓRIO HISTOLOGIA Bronquíolo terminal + Porções dos bronquíolos respiratórios não ocupadaspelos alvéolos EPITÉLIO RESPIRATÓRIO HISTOLOGIA EPITÉLIO RESPIRATÓRIO HISTOLOGIA ROBINS PINK PUFFER – Aumento da frequência respiratória – Dispneia acentuada – Níveis normais de pCO2 BLUE BLOATERS – Cianose – Tosse – Expectoração produtiva – Infecções bacterianas de repetição – Diminuição do volume corrente – Aumento do espaço morto – Retenção de CO2 (hipercapnia) – Hipoxia Doenças Pulmonares Obstrutivas •Entidades clinicopatológicas que têm em comum obstrução crônica ao fluxo aéreo, em qualquer nível da árvore respiratória; • Clinicamente, manifestam-‐se com dificuldade respiratória, sobretudo na fase expiratória Aumento da resistência ao fluxo aéreo → obstrução parcial ou completa em qualquer nível da traqueia e brônquios maiores até os bronquíolos terminais e respiratórios; Consequência funcional: Limitação do fluxo aéreo Muitos pacientes apresentam características sobrepostas de lesões tanto em nível acinar (enfisema) quanto em nível brônquico (bronquite), quase certamente porque um gatilho extrínseco – o cigarro – é comum a ambas Doenças Pulmonares Obstrutivas Enfisema e bronquite crônica frequentemente são consideradas como um único grupo e referidas como doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), uma vez que muitos pacientes apresentam características sobrepostas de lesões tanto em nível acinar (enfi sema) quanto em nível brônquico (bronquite), quase certamente porque um gatilho extrínseco – o cigarro – é comum a ambas. Além disso, atualmente sabemos que a doença de pequenas vias aéreas, uma variante da bronquiolite crônica, contribui para a obstrução tanto no enfisema quanto na bronquite crônica. Embora a asma seja distinguida da bronquite crônica e do enfisema pela presença de um broncoespasmo reversível, alguns pacientes com asma típica sob outros aspectos também desenvolvem um componente irreversível. Inversamente, alguns pacientes com DPOC típica sob outros aspectos apresentam um componente reversível. É comum rotular esses pacientes na prática clínica como portadores de DPOC/asma. Na maioria dos pacientes, a DPOC é o resultado do uso de cigarros intenso e de longa duração; aproximadamente 10% dos pacientes não são fumantes. Contudo, apenas uma minoria dos fumantes desenvolve DPOC e o motivo para isso ainda é desconhecido. Em razão do aumento do tabagismo, de poluentes ambientais e outras exposições nocivas, a incidência de DPOC aumentou acentuadamente nas últimas décadas e atualmente está classificada em quarto lugar nos Estados Unidos como causa de morbidade e mortalidade. Reconhecendo a sobreposição entre as várias formas de DPOC, cada um dos seus componentes e os aspectos que os caracterizam em suas formas puras são discutidos a seguir, porque é essencial compreender a base fisiopatológica das diferentes causas de obstrução do fluxo aéreo. Embora atualmente essas condições sejam tratadas com base nos sintomas, uma compreensão de sua patogenia pode levar a terapias direcionadas para os mecanismos. ENFISEMA O enfisema é uma condição do pulmão caracterizada pelo aumento irreversível dos espaços aéreos distalmente ao bronquíolo terminal, acompanhado por destruição de suas paredes sem fibrose óbvia. Incidência. A DPOC constitui um problema de saúde pública importante. É a quarta principal causa de morbidade e mortalidade nos Estados Unidos e, segundo as projeções, estará classificada em 5º lugar em 2020 como carga de doença no mundo todo. Em um estudo, houve uma incidência combinada de 50% de enfisema pan-acinar e centroacinar em necropsia e a doença pulmonar foi considerada responsável pela morte em 6,5% desses pacientes. Existe uma nítida associação entre o hábito intenso de fumar cigarros e o enfisema, e mulheres e afro-americanos são mais susceptíveis que outros grupos. Tipos de Enfisema. O enfisema é classificado de acordo com sua distribuição anatômica no lóbulo. Você deve lembrar que o lóbulo é um agrupamento de ácinos, as unidades respiratórias terminais. Embora o termo enfisema algumas vezes seja aplicado irrestritamente a diversas condições, existem quatro tipos principais: (1) centroacinar, (2) pan-acinar, (3) parasseptal e (4) irregular. Destes, apenas os dois primeiros causam uma obstrução clinicamente significativa do fluxo aéreo O enfisema centroacinar é muito mais comum que a forma pan-acinar, constituindo mais de 95% dos casos. Neste tipo de enfisema, as partes centrais ou proximais dos ácinos, formadas por bronquíolos respiratórios, são afetadas, enquanto os alvéolos distais são poupados . Consequentemente, existem tanto espaços aéreos enfisematosos quanto normais no mesmo ácino e lóbulo. As lesões são mais comuns e geralmente mais severas nos lobos superiores, particularmente nos segmentos apicais. As paredes dos espaços enfisematosos frequentemente contêm grandes quantidades de um pigmento preto (pigmento antracótico).A inflamação ao redor dos brônquios e bronquíolos é comum. No enfisema centroacinar severo, o ácino distal também pode estar envolvido, e a diferenciação do enfisema pan-acinar é dificultada. O enfisema centroacinar ocorre predominantemente em fumantes inveterados, muitas vezes em associação com bronquite crônica. Enfisema Centroacinar (Centrolobular). As paredes dos espaços enfisematosos frequentemente contêm grandes quantidades de um pigmento preto Neste tipo, os ácinos estão uniformemente aumentados desde o nível do bronquíolo respiratório até os alvéolos em fundo cego terminais . O prefixo “pan” refere-se ao ácino por completo, mas não a todo o pulmão. Em contraste com o enfisema centroacinar, o enfisema pan-acinar tende a ocorrer mais frequentemente nas zonas mais baixas e nas margens anteriores do pulmão e geralmente é mais severo nas bases. Este tipo de enfisema está associado à deficiência de α1-antitripsina (α1-AT) • Todo o ácino está aumentado, tornando difícil a distinção entre alvéolos e ductos alveolares Enfisema Pan-acinar (Panlobular). Neste tipo, a porção proximal do ácino está normal e a parte distal é predominantemente envolvida. O enfisema é mais notável em áreas adjacentes à pleura, ao longo dos septos de tecido conjuntivo lobular e nas margens dos lóbulos. Ocorre em locais adjacentes a áreas de fibrose, cicatrização ou atelectasia e geralmente é mais severo na metade superior dos pulmões. Os achados característicos consistem em múltiplos espaços aéreos aumentados e contínuos, de menos de 0,5 cm a mais de 2,0 cm de diâmetro, às vezes formando estruturas císticas. Este tipo de enfisema provavelmente é a base de muitos casos de pneumotórax espontâneo em adultos jovens. Enfisema Acinar Distal (Parasseptal). O enfisema irregular, que recebe esse nome porque o ácino é envolvido irregularmente, está quase invariavelmente associado a uma cicatrização. Consequentemente, esta pode ser a forma mais comum de enfisema, uma vez que a pesquisa cuidadosa da maioria dos pulmões na necropsia exibe uma ou mais cicatrizes derivadas de um processo inflamatório curado. Na maioria dos casos, estes focos de enfisema irregular são assintomáticos e clinicamente insignificantes. Aumento do Espaço Aéreo com Fibrose (Enfisema Irregular). MORFOLOGIA O enfisema avançado produz pulmões volumosos, muitas vezes sobrepostos ao coração e ocultando-o, quando a parede torácica anterior é removida. Em geral, os dois terços superiores dos pulmões são afetados com maior severidade. Grandes vesículas ou bolhas apicais são mais características do enfisema irregular secundário a cicatrização e do enfisema acinar distal. Grandes alvéolos podem ser vistos facilmente na superfície de corte do pulmão inflado fixado com formalina Microscopicamente, existem alvéolos anormalmente grandes, separadospor septos delgados, apenas com fibrose centroacinar focal. Ocorre uma perda da fixação dos alvéolos à parede externa das pequenas vias aéreas. Os poros de Kohn são tão grandes que os septos parecem estar flutuando ou sofrem protrusão cega para os espaços alveolares com uma extremidade em forma de baqueta. Conforme as paredes alveolares são destruídas, ocorre uma redução do leito capilar. Na doença avançada, existem espaços aéreos anormais ainda maiores e possivelmente vesículas ou bolhas, que muitas vezes deformam e comprimem os bronquíolos respiratórios e a vasculatura do pulmão. hyp://anatpat.unicamp.br/lamresp10.html hyp://anatpat.unicamp.br/lamresp2.html enfisema destruição dos septos Patogenia. A DPOC é caracterizada por inflamação crônica leve em todas as vias aéreas, parênquima e vasculatura pulmonar. Macrófagos, linfócitos T CD8+ e CD4+ e neutrófilos estão aumentados em várias partes do pulmão. As células inflamatórias ativadas liberam vários mediadores, incluindo leucotrieno B4, IL-8, TNF e outros, que são capazes de danificar as estruturas pulmonares ou manter uma inflamação neutrofílica. Embora os detalhes da gênese das duas formas mais comuns de enfisema – centroacinar e pan-acinar – ainda não sejam bem definidos, a hipótese mais plausível para explicar a destruição das paredes alveolares é o mecanismo de protease-antiprotease, auxiliado e estimulado pelo desequilíbrio de oxidantes e antioxidantes. A hipótese do desequilíbrio de protease-antiprotease é baseada na observação de que pacientes com uma deficiência genética da antiprotease α1-antitripsina apresentam uma tendência notavelmente maior de desenvolver enfisema pulmonar, que é aumentada pelo tabagismo. Cerca de 1% de todos os pacientes com enfisema possui esse defeito. A α1-antitripsina, normalmente presente no soro, em fluidos tissulares e macrófagos, é um inibidor importante das proteases (particularmente a elastase) secretadas por neutrófilos durante a inflamação. A α1-antitripsina é codificada por genes expressos de um modo codominante no lócus do inibidor de proteinase (Pi) no cromossomo 14. O lócus Pi é extremamente polimórfico, com muitos alelos diferentes. O mais comum é o alelo normal (M) e o fenótipo correspondente. Aproximadamente 0,012% da população dos EUA é homozigota para o alelo Z, associado a uma diminuição acentuada dos níveis séricos de α1-antitripsina. Mais de 80% desses indivíduos desenvolvem enfisema pan-acinar sintomático, que ocorre em uma idade mais precoce e com maior severidade se o indivíduo fumar. A seguinte sequência é postulada: 1. Os neutrófilos (a principal fonte de proteases celulares) são normalmente sequestrados em capilares periféricos, incluindo os do pulmão, e alguns têm acesso aos espaços alveolares. 2. Qualquer estímulo que aumente o número de leucócitos (neutrófilos e macrófagos) no pulmão ou a liberação de seus grânulos contendo protease aumenta a atividade proteolítica. 3. Com baixos níveis séricos de α1-antitripsina, a destruição do tecido elástico não é reprimida, resultando em enfisema. Portanto, considera-se que o enfisema resulte do efeito destrutivo de uma elevada atividade de protease em indivíduos com baixa atividade antiprotease. A hipótese do desequilíbrio de protease antiprotease também ajuda a explicar o efeito do fumo no desenvolvimento do enfisema, particularmente a forma centroacinar, em indivíduos com quantidades normais de α1-antitripsina: ● Em fumantes, ocorre acúmulo de neutrófilos e macrófagos nos alvéolos. possivelmente envolve os efeitos quimioatraentes da nicotina, assim como os efeitos de espécies reativas de oxigênio contidas no fumo. Estas ativam o fator de transcrição NF-κB, que aciona os genes que codificam TNF e quimiocinas, incluindo IL-8. Estes, por sua vez, atraem e ativam os neutrófilos. ● Os neutrófilos acumulados são ativados e liberam seus grânulos, ricos em uma variedade de proteases celulares (elastase neutrofílica, proteinase 3 e catepsina G), resultando em lesão tissular. ● O tabagismo também aumenta a atividade da elastase em macrófagos; a elastase dos macrófagos não é inibida pela α1-antitripsina e, na verdade, pode digerir proteoliticamente esta antiprotease. Existem cada vez mais evidências de que, além da elastase, as metaloproteinases da matriz derivadas de macrófagos e neutrófilos também atuam na destruição dos tecidos. Além disso, o tabagismo desempenha um papel essencial na perpetuação do desequilíbrio de oxidantes-antioxidantes na patogenia do enfisema. Normalmente, o pulmão contém um complemento saudável de antioxidantes (superóxido dismutase, glutationa) que mantém a lesão oxidativa em um mínimo. A fumaça do tabaco contém espécies reativas de oxigênio (radicais livres) em abundância, que depletam estes mecanismos antioxidantes, estimulando, assim, o dano tissular . Os neutrófilos ativados também contribuem para o pool de espécies reativas de oxigênio nos alvéolos. Uma consequência secundária da lesão oxidativa é a inativação das antiproteases nativas, resultando em uma deficiência “funcional” de α1-antitripsina mesmo em pacientes sem deficiência da enzima. Uma vez que as pequenas vias aéreas são normalmente firmadas pelo recuo elástico do parênquima pulmonar, a perda do tecido elástico nas paredes dos alvéolos que circundam os bronquíolos respiratórios reduz a tração radial e, consequentemente, causa o colapso dos bronquíolos respiratórios durante a expiração. Isso provoca uma obstrução funcional do fluxo aéreo, apesar da ausência de uma obstrução mecânica. Até recentemente, a perda do recuo elástico era considerada como o único mecanismo de obstrução do fluxo aéreo no enfisema. Contudo, estudos minuciosos em fumantes jovens que morreram em acidentes revelaram que a inflamação das pequenas vias aéreas, definidas como bronquíolos com menos de 2 mm de diâmetro, ocorre precocemente na evolução da DPOC. Diversas alterações são observadas: 1. metaplasia de células caliciformes com muco obstruindo a luz. 2. infiltração inflamatória das paredes por neutrófilos, macrófagos, células B (algumas vezes formando folículos), células T CD4 e CD8+. 3. espessamento da parede bronquiolar devido a hipertrofia de músculo liso e fibrose peribrônquica. Em conjunto, essas alterações estreitam a luz bronquiolar e contribuem para a obstrução das vias aéreas. Uma das características espantosas da DPOC é que a inflamação latente e a destruição lenta e progressiva do parênquima pulmonar geralmente continuam por décadas após o indivíduo deixar de fumar. Embora não existam respostas claras, têm surgido evidências de que a agressão inicial na forma de fumaça de tabaco ou outros irritantes desencadeia uma resposta imunológica mal adaptada e auto perpetuada, na qual componentes inatos e adaptativos desempenham um papel. Os indícios apontam para células CD4+TH17 patogênicas semelhantes às envolvidas em outras doenças inflamatórias de mediação imunológica, como a doença de Crohn. • Pulmão → anTIoxidantes → lesão oxidaTIva em um mínimo → fumaça do tabaco → espécies reaTIvas de oxigênio em abundância → depletam mecanismos anTIoxidantes → dano Tissular Curso Clínico. As manifestações clínicas do enfisema não aparecem até que pelo menos um terço do parênquima pulmonar funcionante esteja lesado. Dispneia geralmente é o primeiro sintoma; ela começa insidiosamente, mas progride de modo estável. Em alguns pacientes, tosse ou sibilo constitui a queixa principal, facilmente confundida com asma. A tosse e a expectoração são extremamente variáveis e dependem da extensão da bronquite associada. Perda de peso é comum e pode ser severa a ponto de sugerir um tumor maligno oculto. Classicamente, o paciente apresenta um tórax em barril e dispneia, com um prolongamento óbvio da expiração,senta-se inclinado para frente em uma posição encurvada e respira por lábios franzidos. A limitação do fluxo aéreo expiratório, mais bem medido por espirometria, é a chave para o diagnóstico. Em indivíduos com enfisema severo, a tosse geralmente é discreta, a superdistensão é severa, a capacidade de difusão é baixa e os valores de gases sanguíneos estão relativamente normais em repouso. Esses pacientes podem hiperventilar e permanecer bem oxigenados e, por isso, são chamados de um modo um tanto inglório de sopradores rosados . O desenvolvimento de cor pulmonale e, eventualmente, insuficiência cardíaca congestiva, relacionado à hipertensão vascular pulmonar secundária, está associado a um prognóstico desfavorável. A morte na maioria dos pacientes com enfisema é decorrente de (1) acidose respiratória e coma, (2) insuficiência cardíaca direita e (3) colapso maciço dos pulmões secundário a pneumotórax. As opções terapêuticas incluem broncodilatadores, esteroides, bulectomia e, em pacientes selecionados, cirurgia de redução do volume pulmonar e transplante de pulmão. Terapia de substituição com α1-AT está sendo avaliada. A hiperinflação em lesões obstrutivas ocorre (1) por uma ação de válvula do agente obstrutor, de modo que o ar entra durante a inspiração, mas não consegue sair na expiração, ou (2) porque o brônquio pode estar totalmente obstruído, mas, ainda assim, a ventilação derivada de colaterais pode trazer ar de pontos localizados atrás da obstrução. Estes colaterais consistem nos poros de Kohn e outras conexões bronquioloalveolares acessórias diretas (os canais de Lambert). A hiperinflação obstrutiva pode representar uma emergência com risco à vida, porque a porção afetada se distende o suficiente para comprimir o pulmão normal remanescente. Enfisema Bolhoso. Este é um termo descritivo para grandes vesículas ou bolhas subpleurais (com espaços de mais de 1 cm de diâmetro no estado distendido) que podem ocorrer em qualquer forma de enfisema .Elas representam acentuações localizadas do enfisema e ocorrem próximas ao ápice, algumas vezes com relação a uma antiga cicatriz tuberculosa. Ocasionalmente, a ruptura das bolhas pode originar um pneumotórax. FIGURA 15–9 Enfisema bolhoso com grandes bolhas subpleurais (região superior esquerda). BRONQUITE CRÔNICA A bronquite crônica é definida clinicamente como tosse persistente com produção de escarro por, no mínimo, 3 meses em pelo menos 2 anos consecutivos, na ausência de qualquer outra causa identificável. A bronquite crônica, tão comum entre fumantes habituais e habitantes de cidades poluídas, não é tão insignificante quanto se considerava no passado. Quando persiste por anos, ela pode: (1) progredir para DPOC, (2) provocar cor pulmonale e insuficiência cardíaca ou (3) causar metaplasia atípica e displasia do epitélio respiratório, proporcionando um terreno fértil para uma transformação cancerosa. MORFOLOGIA Macroscopicamente, há hiperemia, tumefação e edema das membranas mucosas, frequentemente acompanhadas pelo excesso de secreções mucinosas ou mucopurulentas. Às vezes, cilindros grosseiros de secreções e pus preenchem os brônquios e os bronquíolos. Aspectos histológicos característicos consistem em inflamação crônica das vias aéreas (predominantemente linfócitos), aumento das glândulas secretoras de muco da traqueia e dos brônquios. Embora os números de células caliciformes aumentem discretamente, a principal alteração está no tamanho da glândula mucosa (hiperplasia). Esse aumento pode ser avaliado pela relação entre a espessura da camada de glândulas mucosas e a espessura da parede entre o epitélio e a cartilagem (índice de Reid). O índice de Reid (normalmente 0,4) está aumentado na bronquite crônica, geralmente de modo proporcional à severidade e à duração da doença. O epitélio brônquico pode exibir metaplasia escamosa e displasia. Há um estreitamento acentuado dos bronquíolos causado por tampões de muco, inflamação e fibrose. Nos casos mais severos, pode ocorrer obliteração da luz em virtude de fibrose (bronquiolite obliterante). Normal: 0,4 / Bronquite crônica: > 0,5 Brônquio cabeça da seta metaplasia escamosa seta hiperplasia das glândulas secretoras de muco imagem representa um brônquio devido a presença de cartilagem Metaplasia escamosa epitélio respiratório (pseudoestratificado cilíndrico ciliado com células caliciformes) epitélio estratificado hiperplasia das glândulas Muco devido há ● hiperplasia das glândulas (brônquios) ● hiperplasia de células caliciformes (bronquíolos) Bronquíolo Seção da parede de bronquíolo com acúmulo luminal de muco, hiperplasia das células caliciformes, espessamento da membrana basal (seta), e dispersas células inflamatórias mononucleares. hiperplasia das células caliciformes Patogenia. O fator primário ou inicial na gênese da bronquite crônica parece ser uma irritação de longa duração por substâncias inaladas como fumaça de tabaco (90% dos pacientes são fumantes) e pó de grãos, algodão e sílica. A característica mais precoce da bronquite crônica é a hipersecreção de muco nas grandes vias aéreas, associada a uma hipertrofia das glândulas submucosas na traqueia e nos brônquios. Proteases liberadas dos neutrófilos, como a elastase neutrofílica e a catepsina, e metaloproteinases da matriz estimulam esta hipersecreção de muco. Quando a bronquite crônica persiste, ocorre também aumento acentuado das células caliciformes das pequenas vias aéreas – brônquios pequenos e bronquíolos – levando à produção excessiva de muco, que contribui para a obstrução das vias aéreas. Acredita-se que tanto a hipertrofia das glândulas submucosas quanto o aumento de células caliciformes constituam reações metaplásicas protetoras contra a fumaça do tabaco ou outros poluentes (p. ex., dióxido de enxofre e dióxido de nitrogênio). Embora a hipersecreção de muco nas grandes vias aéreas seja a causa da superprodução de escarro, atualmente se acredita que as alterações associadas nas pequenas vias aéreas do pulmão (brônquios pequenos e bronquíolos, de menos de 2 a 3 mm de diâmetro) possam resultar em manifestações precoces e fisiologicamente importantes de obstrução crônica das vias aéreas. Essa característica é semelhante ao que foi descrito anteriormente no enfisema e parece ser um denominador comum na DPOC. O papel da infecção parece ser secundário. Ela não é responsável pelo início da bronquite crônica, mas provavelmente é importante para sua manutenção e pode ser crítica na produção de exacerbações agudas. O uso de cigarros predispõe à infecção por mais de um mecanismo. Ele interfere com a atividade ciliar do epitélio respiratório, pode causar lesão direta do epitélio das vias aéreas e inibe a capacidade de eliminação de bactérias pelos leucócitos brônquicos e alveolares. Infecções virais também podem causar exacerbações da bronquite crônica. NEUTRÓFILOS → proteases (elastase, por ex.) – Hipersecreção de muco • Hipertrofia das glândulas submucosas na traqueia e nos brônquios – superprodução de escarro • Aumento acentuado das células caliciformes das peq. vias aéreas – importante para a obstrução crônica das vias áreas; CÉLULAS EPITELIAIS → células do revestimento brônquico – Fonte de mediadores inflamatórios (eicosanoides, citocinas e moléculas de adesão) • recrutamento e adesão de neutrófilos MACRÓFAGOS → TNF--alfa, IL--8, LTB4 • quimiotaxia de neutrófilos LINFÓCITOS → predominam T CD8+ – Lesão do parênquima pulmonar – Recrutamento de neutrófilos Aspectos Clínicos O sintoma primordial da bronquite crônica é uma tosse persistente com produção de escarro. Durante muitos anos, nenhum outro prejuízo funcionalrespiratório está presente, mas, eventualmente, surge dispneia ao esforço. Com a passagem do tempo, e geralmente com o tabagismo contínuo, outros elementos de DPOC podem aparecer, incluindo hipercapnia, hipoxemia e cianose leve (“inchados azuis”). A diferenciação da bronquite crônica pura da forma associada ao enfisema pode ser feita em casos clássicos, mas, como já foi mencionado, muitos pacientes com DPOC apresentam as duas condições. A bronquite crônica severa de longa duração geralmente leva a cor pulmonale com insuficiência cardíaca. A morte também pode resultar do prejuízo adicional da função respiratória em decorrência de infecções agudas superpostas. PROBLEMA 3 ANATPAT Antracose pulmonar; pulmão normal Este pulmão normal, fotografado na mesa de autópsia e a fresco (sem fixação) mostra várias pequenas manchas negras na superfície pleural e de corte, que correspondem à deposição de partículas de carbono da poluição atmosférica inaladas ao longo da vida. Estão localizadas no tecido intersticial entre os alvéolos, e tendem a concentrar-se em certas áreas. A antracose é encontrada nos habitantes de cidades e é inócua. O parênquima pulmonar é normal. Notar a cor rósea acinzentada na superfície pleural. A raspagem da superfície de corte daria escasso líquido vermelho espumoso. Antracose pulmonar Lam. A. 209 Pigmento de cor negra distribuido em pequenos focos pelo parênquima pulmonar. Em aumento forte, o pigmento é constituido por pequenos grãos negros, em parte livres e em parte no citoplasma de macrófagos. São partículas de carvão provenientes do ar e não causam lesão pulmonar. Pneumoconiose dos mineiros de carvão Trabalhadores em minas de carvão podem apresentar amplo espectro de alterações pulmonares: a) antracose simples, semelhante à dos moradores de cidades e dos fumantes crônicos, mas mais intensa, em que o pigmento negro acumula-se sem causar reação celular. b) pneumoconiose dos mineiros de carvão do tipo simples em que há acúmulos de macrófagos com pouca ou nenhuma disfunção pulmonar; e c) pneumoconiose dos mineiros de carvão do tipo complicado, em que há fibrose pulmonar difusa e extensa, com comprometimento da função pulmonar. O mecanismo da fibrose pulmonar é discutido, admitindo-se que a principal causa seja a própria poeira de carvão em doses excessivas. Contaminação por sílica pode também ter algum papel. Aqui apresentamos um caso de pneumoconiose dos mineiros do tipo simples. Pneumoconiose do tipo simples de mineiros de carvão: abundante pigmento negro distribuído irregularmente pelo parênquima pulmonar, com focos incipientes de fibrose. Partículas de pigmento negro são vistas na luz alveolar fagocitadas por macrófagos, e no interstício pulmonar. A distribuição é em pequenos focos, para onde as partículas são transportadas pelos linfáticos. Na maior parte, as partículas são diminutas. Algumas maiores e irregulares são vistas em macrófagos ou células gigantes de corpo estranho. R-44A Silicose pulmonar Este pulmão apresenta extenso acometimento por silicose, resultante de prolongada exposição ocupacional ao pó de sílica (geralmente anos ou décadas). A silicose causa intensa fibrose do parênquima pulmonar levando a uma pneumopatia restritiva (dificuldade de expansão). No parênquima, a lesão silicótica é mais intensa e melhor vista na periferia, onde o tecido pulmonar tem cor acinzentada e aspecto pétreo (lembrando granito). À palpação, esta região tem consistência muito firme, que contrasta com as regiões vizinhas, que lembram uma esponja. Nestas, o pulmão também não é normal, pois há enfisema (destruição permanente dos septos alveolares). Os alvéolos se tornam perceptíveis já macroscopicamente. Há intensa fibrose pleural (paquipleuris) também em conseqüência da silicose. Cor pulmonale, conseqüente a silicose pulmonar Peça R-44B. Cor pulmonale, conseqüente a silicose pulmonar. O coração apresenta hipertrofia e dilatação do ventrículo direito, enquanto que o ventrículo esquerdo é normal. Isto ocorre porque, devido à fibrose pulmonar pela silicose, há aumento da resistência no leito vascular pulmonar, mas na grande circulação as condições são normais. Notar que as colunas carnudas do VD são maiores que as do VE, devido à hipertrofia, e há dilatação do cone de saída da A. pulmonar. A hipertrofia da parede do VD está em parte mascarada pela dilatação. Silicose pulmonar Lam. A. 315 A silicose produz fibrose pulmonar difusa e pneumopatia restritiva, levando a intensa dispnéia, inicialmente aos esforços, depois em repouso. São necessários vários anos de exposição ao pó de sílica para produzir a doença. Porém, uma vez instalada, é irreversível, mesmo que o indivíduo se afaste das fontes de contaminação. A fibrose pulmonar reduz o leito vascular capilar do pulmão e causa hipertensão no circulação pulmonar. Isto resulta na hipertrofia e dilatação do VD (cor pulmonale) (ver peça). Em aumento fraco, notam-se no parênquima pulmonar numerosos nódulos constituídos por tecido fibroso e células inflamatórias crônicas, principalmente linfócitos, plasmócitos e macrófagos. Esses nódulos são chamados nódulos silicóticos, porque são reacionais à sílica, a causadora da reação inflamatória e da fibrose. Entre eles há alvéolos com estrutura relativamente preservada. Examinando-se um nódulo silicótico, observa-se facilmente um pigmento preto, que é antracose, igual à já demonstrada na lâmina A. 209. Menos óbvia é a sílica, que é constituída por partículas incolores como diminutos caquinhos de vidro. Para observá-la, pode-se abaixar o condensador do microscópio e mexer no foco micrométrico para cima e para baixo. Logo se notam pequenos cristais refringentes, que ora brilham, ora desaparecem, dependendo da profundidade do foco. Isto ocorre porque os cristais de sílica (uma forma de quartzo) se comportam como minúsculas lentes. As animações abaixo foram montadas combinando duas imagens do mesmo campo em focos diferentes. As mais embaixo estão escuras devido à posição do condensador. O condensador baixo muda a incidência dos raios de luz, facilitando a visualização das partículas. USO DE LUZ POLARIZADA PARA PESQUISA DE SÍLICA Um meio eficiente de pesquisar sílica é o exame do corte em luz polarizada. Para isso são necessários dois polaróides (películas que polarizam a luz), um colocado entre a fonte luminosa (lâmpada comum) e a lâmina, e outro entre a lâmina e o olho do observador. A luz comum vibra em vários planos. A luz que passa pelo primeiro polaróide tem todos os planos de vibração bloqueados, menos um. Se a luz passa então pelo segundo polaróide cujo plano é 90 graus em relação ao primeiro, toda luz é bloqueada e o observador vê só campo escuro. Cristais em geral, incluindo os de sílica, giram o plano de vibração da luz polarizada. Portanto, a luz quando passa pelo segundo polaróide não é totalmente bloqueada, pois seu plano de vibração foi alterado. Neste caso, o observador vê os cristais como partículas brilhantes sobre um fundo escuro. Embaixo, temos duas imagens do mesmo campo, a da E. feita em luz comum, a da D. em luz polarizada. As partículas de sílica brilham intensamente; o restante do campo fica escuro. Silicose - nódulos fibróticos e necrose coagulativa Nódulos silicóticos podem tornar-se ao longo de sua evolução muito fibróticos e paucicelulares, por gradual deposição de colágeno e diminuição no número de células inflamatórias e fibroblastos. Eventualmente o tecido fibroso pode tornar-se totalmente anucleado, constituindo, portanto, necrose coagulativa. Esses nódulos fibróticos com necrose podem ser observados no parênquima pulmonar e em linfonodos próximos,em virtude da drenagem linfática levar a sílica até estes. O aspecto acelular pode simular a necrose coagulativa observada tumores malignos, daí a cautela necessária em exames de congelação. Tecido fibroso acelular (ou seja, com necrose coagulativa) à E, e tecido fibroso viável, com núcleos, à D, em um nódulo silicótico. Asbestose Aqui mostramos um caso incipiente de asbestose pulmonar. Há deposição das fibras de asbesto nos bronquíolos e em partes da superfície pleural, levando a reação inflamatória crônica e fibrose nestes locais. As lesões são inicialmente multifocais e esparsas, sendo a maior parte do tecido pulmonar de aspecto normal. Em casos mais avançados há fibrose pulmonar difusa, como na silicose. A asbestose inicia-se nos lobos inferiores e em localização subpleural, afetando os lobos médios e superiores com o progresso da doença. Na asbestose há também, caracteristicamente, fibrose pleural. Esta chega a formar placas esbranquiçadas de tecido colágeno denso na superfície pulmonar e causar aderências entre os folhetos parietal e visceral da pleura. Pode haver calcificação. As placas se formam mais comumente nos aspectos anterior e póstero-lateral da pleura parietal, e sobre o diafragma. Ao contrário do que se poderia pensar, as placas pleurais não contêm corpos de asbesto. Focos de fibrose peribronquiolar e subpleural. As lesões na asbestose se iniciam a nível dos bronquíolos mais distais, onde as fibras de asbesto chegam quando inaladas. As fibras do grupo dos anfibólios, que são encontradas no presente exemplo, são finas, curtas e rígidas, lembrando minúsculas agulhas, e penetram através do epitélio bronquiolar, atingindo o interstício. Aí são fagocitadas por macrófagos, induzindo reação inflamatória crônica, que termina em fibrose após vários anos. A fibrose nas proximidades leva a distorção dos bronquíolos, dando-lhes contornos alongados ou retorcidos. No pulmão, os bronquíolos estão próximos a arteríolas, sendo encontrados geralmente lado a lado. Nas fotos abaixo vemos, já em aumento fraco, pequenos focos de fibrose, associados a bronquíolos ou na superfície pleural. No tecido fibroso há infiltrado inflamatório crônico contendo macrófagos ou células gigantes pequenas (com poucos núcleos), e corpos de asbesto. Há também partículas negras de carvão (antracose). Corpos de asbesto. As fibras de asbesto têm morfologia variável conforme a natureza química da partícula, que é um silicato contendo cálcio, magnésio, ferro e outros elementos. No presente caso, trata-se de um asbesto do tipo anfibólio, cujas fibras são finas e retas. As fibras são em grande parte recobertas por partículas marrons refringentes, constituídas por material proteináceo rico em ferro. Admite-se que este material seja depositado por macrófagos durante tentativas de fagocitose, e que derive da ferritina que existe normalmente no citoplasma dos fagócitos. O conjunto lembra contas de rosário, que brilham ao variar-se o foco micrométrico. Contudo, não refringem à luz polarizada. Corpos de asbesto podem também ser encontrados em espaços aéreos terminais (bronquíolos e alvéolos), com o mesmo aspecto característico. Freqüentemente estão próximos a, ou fagocitados por, macrófagos. Como os macrófagos são incapazes de digerir a partícula, terminam por degenerar e a partícula é fagocitada por outros macrófagos. Alguns macrófagos são multinucleados, correspondendo a células gigantes de corpo estranho. Corpos de asbesto brilham ao variar-se o foco micrométrico. Para ilustrar este ponto, as animações da coluna da direita foram feitas combinando fotos do mesmo campo em planos de foco ligeiramente diferentes. Notar que o material proteico em volta da fibra refringe mais que a fibra propriamente dita. ROBINS Pneumoconioses O termo pneumoconiose foi criado originalmente para descrever a reação pulmonar não neoplásica à inalação de poeiras minerais encontradas no local de trabalho. Atualmente, também inclui doenças induzidas por partículas orgânicas assim como inorgânicas e fumaças e vapores de produtos químicos. Os regulamentos que limitam a exposição do trabalhador resultaram na diminuição acentuada das doenças associadas à poeira. Embora a pneumoconiose resulte de exposição ocupacional bem definida a agentes específicos transportados pelo ar, a poluição particulada do ar também tem efeitos nocivos sobre a população geral, especialmente em áreas urbanas. Estudos constataram um aumento da morbidade (p. ex., incidência de asma) e taxas de mortalidade em populações expostas aos altos níveis de partículas no ar ambiente, levando a uma necessidade de maiores esforços para redução dos níveis de partículas no ar urbano. Patogenia. O desenvolvimento de uma pneumoconiose depende: (1) da quantidade de poeira retida no pulmão e nas vias aéreas; quando há pouco macrófagos fagocitam e não há reação inflamatória; (2) do tamanho, forma e consequentemente poder de flutuação das partículas; (3) da solubilidade da partícula e reatividade físico-química; e (4) de possíveis efeitos adicionais de outros irritantes (p. ex., tabagismo concomitante). A quantidade de poeira retida pelos pulmões é determinada pela: ➢ Concentração de poeira no ar ambiente, ➢ Duração da exposição e ➢ Eficácia dos mecanismos de eliminação. Qualquer influência, como o fumo, que afete a integridade do aparelho mucociliar predispõe significativamente ao acúmulo de poeira. As partículas mais perigosas variam de 1 a 5 μm em diâmetro porque podem atingir pequenas vias aéreas terminais e os sacos aéreos e se depositar em seus revestimentos. Em condições normais, existe um agrupamento pequeno de macrófagos intra-alveolares, e este é expandido pelo recrutamento de mais macrófagos quando a poeira atinge os espaços alveolares. A proteção fornecida pela fagocitose de partículas, porém, pode ser superada por uma grande carga de poeira por meio de interações químicas específicas das partículas com as células. A solubilidade e a citotoxicidade das partículas, que são influenciadas em um grau considerável por seu tamanho, modificam a natureza da resposta pulmonar. Partículas pequenas: Em geral, quanto menor a partícula, maior a probabilidade de que ela apareça em líquidos pulmonares e atinja rapidamente níveis tóxicos, dependendo obviamente da solubilidade do agente. Consequentemente, partículas menores tendem a causar lesão pulmonar aguda. Partículas grandes: Partículas maiores resistem à dissolução e, desse modo, podem persistir no interior do parênquima pulmonar por anos. Estas tendem a evocar pneumoconioses colagenosas fibrosantes, como é característico da silicose. Algumas das partículas podem ser captadas pelas células epiteliais ou podem atravessar o revestimento das células epiteliais e interagir diretamente com fibroblastos e macrófagos intersticiais. Algumas podem atingir os vasos linfáticos por drenagem direta ou no interior de macrófagos migratórios e iniciar assim uma resposta imunológica aos componentes das partículas ou autoproteínas modificadas pelas partículas ou ambos. Essa resposta amplifica a intensidade e a duração da reação local. Embora o tabagismo agrave os efeitos de todas as poeiras minerais inaladas, os efeitos do asbesto são particularmente amplificados pelo fumo. Os efeitos das partículas inaladas não são confinados apenas ao pulmão, uma vez que solutos de partículas podem entrar no sangue, e a inflamação pulmonar invoca respostas sistêmicas. Em geral, apenas uma pequena porcentagem de pessoas expostas desenvolve doenças respiratórias ocupacionais, implicando uma predisposição genética para seu desenvolvimento. Em um estudo, foi demonstrado que a variação genética de proteínas séricas e eritrocitárias estava correlacionada com asusceptibilidade ao desenvolvimento de silicose, bronquite crônica e asma ocupacional. Medidas para redução de poeira em minas de carvão no mundo todo reduziram drasticamente a incidência da pneumoconiose dos mineradores de carvão (PMC). O espectro dos achados pulmonares em trabalhadores de minas de carvão é amplo, variando de (1) antracose assintomática a (2) PMC simples com pouca ou nenhuma disfunção pulmonar até (3) PMC complicada ou fibrose maciça progressiva (FMP), na qual a função pulmonar está comprometida. A patogenia da PMC complicada, particularmente o que causa a progressão das lesões de PMC simples para FMP, não é completamente compreendida. Sílica contaminante na poeira de carvão pode favorecer a doença progressiva. Na maioria dos casos, a própria poeira de carbono é a principal culpada, e os estudos mostraram que lesões complicadas contêm muito mais poeira que lesões simples. Pneumoconiose dos Mineradores de Carvão MORFOLOGIA Antracose é a lesão pulmonar induzida por carvão mais inócua em mineradores de carvão e também é observada em algum grau em habitantes de zonas urbanas e tabagistas. O pigmento de carbono inalado é englobado por macrófagos alveolares ou intersticiais, que então se acumulam no tecido conjuntivo ao longo dos linfáticos, incluindo os linfáticos pleurais, ou em um tecido linfoide organizado ao longo dos brônquios ou do hilo pulmonar. ● Pigmento negro que não causa reação celular; Paciente fumante, morar em centro urbanos; MORFOLOGIA PMC complicada (fibrose maciça progressiva) ocorre em um cenário de PMC simples e, em geral, requer muitos anos para se desenvolver. É caracterizada por cicatrizes intensamente escurecidas com mais de 2 cm, algumas vezes com até 10 cm em seu maior diâmetro. Geralmente, são múltiplas. Microscopicamente, as lesões consistem em colágeno denso e pigmento. O centro da lesão muitas vezes é necrótico, mais provavelmente devido à isquemia local. ● Fibrose; doses excessivas de poeira de carvão; FIGURA 15–17 Fibrose maciça progressiva superposta a pneumoconiose dos mineradores de carvão. As grandes cicatrizes enegrecidas estão localizadas, principalmente, no lobo superior. Observar as extensões das cicatrizes para o parênquima circundante e a retração da pleura adjacente. MORFOLOGIA PMC simples é caracterizada por máculas de carvão (1 a 2 mm de diâmetro) e nódulos de carvão um pouco maiores. A mácula de carvão consiste em macrófagos carregados de carbono; O nódulo também contém pequenas quantidades de uma rede delicada de fibras de colágeno. Embora essas lesões estejam dispersas por todo o pulmão, os lobos superiores e as zonas superiores dos lobos inferiores são mais fortemente envolvidos. Estão localizadas primariamente em regiões adjacentes aos bronquíolos respiratórios, o local de acúmulo inicial da poeira. No devido curso, ocorre dilatação dos alvéolos adjacentes, uma condição algumas vezes referida como enfisema centrolobular. ● Quantidade maior de partículas que pode iniciar uma leve reação e causar acúmulo de macrófagos; Curso Clínico. A PMC geralmente é uma doença benigna que causa pouca diminuição na função pulmonar. Mesmo formas leves de PMC complicada não demonstram anormalidades da função pulmonar. ● FMP( fibrose maciça progressiva) Em uma minoria dos casos (menos de 10%), uma FMP se desenvolve, levando a disfunção pulmonar crescente, hipertensão pulmonar e cor pulmonale. Quando FMP se desenvolve, ela pode tornar-se progressiva, mesmo que a exposição adicional à poeira seja evitada. Ao contrário da silicose , não há uma evidência convincente de que a poeira do carvão aumente a susceptibilidade à tuberculose. Existem algumas evidências de que a exposição à poeira de carvão aumente a incidência de bronquite crônica e enfisema, independentemente do fumo. Até o momento, contudo, não existe uma evidência convincente de que PMC na ausência de tabagismo predisponha a câncer. Silicose é uma doença pulmonar causada pela inalação do dióxido de silício cristalino (sílica). Atualmente a doença ocupacional crônica mais prevalente no mundo, a silicose geralmente se apresenta depois de décadas de exposição como uma pneumoconiose fibrosante, nodular, de progressão lenta. Trabalhadores em diversas ocupações correm risco, especialmente jateadores de areia e muitos mineiros. ● Menos comumente, a exposição intensa durante meses a alguns anos pode resultar em silicose aguda, um distúrbio caracterizado pelo acúmulo de material lipoproteináceo abundante no interior dos alvéolos; Silicose Patogenia A sílica ocorre tanto na forma cristalina quanto na forma amorfa, Formas cristalinas (incluindo quartzo, cristobalita e tridimita) são muito mais fibrogênicas. Destas, o quartzo é implicado na silicose com maior frequência. Após a inalação, as partículas interagem com células epiteliais e macrófagos. No interior dos macrófagos, a sílica causa ativação e liberação de mediadores. Esses mediadores incluem IL-1, TNF, fibronectina, mediadores lipídicos, radicais livres derivados de oxigênio e citocinas fibrogênicas. Especialmente suspeita é a evidência que incrimina TNF, uma vez que anticorpos monoclonais anti-TNF podem bloquear o acúmulo de colágeno pulmonar em camundongos que recebem sílica por via intratraqueal. ➢ Foi observado que, quando misturado a outros minerais, o quartzo apresenta efeito fibrogênico reduzido. Esse fenômeno tem importância prática porque o quartzo no local de trabalho raramente é puro. Portanto, mineiros de veios de hematita contendo ferro podem apresentar mais quartzo em seus pulmões que alguns trabalhadores expostos ao quartzo e, ainda assim, apresentar doença pulmonar relativamente leve, porque a hematita algumas vezes fornece um efeito protetor. Silicatos amorfos são biologicamente menos ativos que a sílica cristalina, cargas pulmonares intensas desses minerais também podem produzir lesões. MORFOLOGIA A silicose é caracterizada macroscopicamente nos estágios iniciais por pequenos nódulos pouco palpáveis, distintos, pálidos a escurecidos (se poeira de carvão também estiver presente) nas zonas superiores dos pulmões. Alguns nódulos podem sofrer amolecimento e cavitação central. Essa alteração pode ser decorrente de tuberculose ou isquemia superpostas. Lesões fibróticas também podem ocorrer nos linfonodos hilares e na pleura. Algumas vezes, lâminas de calcificação finas ocorrem nos linfonodos e são observadas radiograficamente como calcificação em casca de ovo (ou seja, cálcio circundando uma zona que não apresenta calcificação). Se a doença continuar a progredir, expansão e a coalescência das lesões podem produzir fibrose maciça progressiva. O exame dos nódulos por microscopia polarizada revela partículas de sílica birrefringentes. FIGURA 15–18 Silicose avançada (pulmão transeccionado). A cicatrização contraiu o lobo superior em uma pequena massa escura (seta). Notar o espessamento pleural denso. À medida que a doença progride, esses nódulos podem coalescer em cicatrizes colagenosas duras; FIGURA 15–19 Vários nódulos silicóticos colagenosos coalescentes. O exame histológico revela que as lesões nodulares consistem em camadas concêntricas de colágeno hialinizado cercado por uma cápsula densa de colágeno mais condensado Curso Clínico. As radiografias de tórax tipicamente exibem nodularidade fina nas zonas superiores do pulmão, porém as funções pulmonares são normais ou apenas moderadamente afetadas. A maioria dos pacientes não desenvolve falta de ar até o final da evolução, após fibrose maciça progressiva estar presente. A doença pode ser progressiva mesmo quando o paciente já não está exposto. A doença mata lentamente, porém o prejuízo da função pulmonar pode limitar a atividade severamente.A silicose está associada a maior susceptibilidade à tuberculose. Postula-se que a silicose resulte em uma depressão da imunidade celular e a sílica cristalina possa inibir a capacidade de eliminação de micobactérias fagocitadas pelos macrófagos pulmonares. Nódulos de silicotuberculose frequentemente exibem uma zona central de caseação. Asbestos consistem em uma família de silicatos hidratados cristalinos que formam fibras. O uso de asbestos é seriamente restrito em muitos países desenvolvidos; contudo, existe pouco ou nenhum controle nas partes menos desenvolvidas do mundo. Com base em estudos epidemiológicos, a exposição ocupacional a asbestos está relacionada a: ● Placas fibrosas localizadas ou, raramente, fibrose pleural difusa. ● Derrames pleurais. ● Fibrose intersticial parenquimatosa (asbestose). ● Carcinoma pulmonar. ● Mesoteliomas. ● Neoplasias laríngeas e, talvez, outras neoplasias extrapulmonares, incluindo carcinomas de cólon. A maior incidência de câncer relacionado a asbesto em familiares de trabalhadores com asbesto alertou o público geral aos possíveis riscos de asbestos no ambiente. A política de saúde pública apropriada no sentido de reduzir os níveis de exposição que poderiam ser encontrados em edifícios antigos ou escolas não está bem defi nida: alguns especialistas questionam a sensatez dos dispendiosos programas de redução de asbestos para ambientes com contagens de fi bras no ar, que são até 100 vezes menores que as permitidas pelos padrões ocupacionais. Asbesto Patogenia. A concentração, o tamanho, a forma e a solubilidade das diferente formas de asbestos determinam se estes causarão doenças. Existem duas formas geométricas distintas de asbestos: serpentina e anfíbolo. A forma química crisotila da serpentina representa a maioria dos asbestos usados na indústria. Tanto anfíbolas quanto serpentinas são fibrogênicas, e doses crescentes estão associadas a maior incidência de todas as doenças relacionadas a asbestos, com exceção do mesotelioma, que está associado apenas a exposição a anfíbolas. ● Crisotilas, com sua estrutura mais flexível e curvada, têm maior probabilidade de ficarem impactadas nas passagens respiratórias superiores e serem removidas pelo elevador mucociliar. Além disso, após aprisionamento nos pulmões, as crisotilas são eliminadas gradualmente dos tecidos porque são mais solúveis que anfíbolas. ● Anfíbolas, embora menos prevalentes, são mais patogênicas que crisotilas, particularmente em relação à indução de tumores pleurais malignos (mesoteliomas). A maior patogenicidade das anfíbolas aparentemente está relacionada a suas propriedades aerodinâmicas e solubilidade. Em contraste, as anfíbolas retas e rígidas podem alinhar-se no espaço aéreo e, consequentemente, ser levadas mais profundamente aos pulmões, onde podem penetrar nas células epiteliais e atingir o interstício. Em contraste com outras poeiras inorgânicas, os asbestos, também podem agir como iniciadores e promotores de tumor. Alguns de seus efeitos oncogênicos são mediados por radicais livres reativos gerados por fibras de asbestos, localizadas preferencialmente no pulmão distal, próximo às camadas mesoteliais. Produtos químicos potencialmente tóxicos adsorvidos nas fibras de asbestos muito provavelmente contribuem para a oncogenicidade das fibras. Por exemplo, a adsorção de carcinógenos da fumaça de tabaco nas fibras de asbestos pode contribuir para a notável sinergia entre o tabagismo e o desenvolvimento de carcinoma de pulmão em trabalhadores de asbestos. Um estudo sobre trabalhadores de asbestos encontrou um aumento de cinco vezes no carcinoma de pulmão apenas com a exposição a asbestos, enquanto que a exposição a asbestos e tabagismo associado levou ao aumento de 55 vezes no risco de câncer de pulmão. A ocorrência de asbestose, como outras pneumoconioses, depende da interação das fibras inaladas com os macrófagos pulmonares e outras células parenquimatosas. A lesão inicial ocorre nas bifurcações das pequenas vias aéreas e ductos, onde as fibras de asbestos estão situadas e penetram. Os macrófagos, tanto alveolares quanto intersticiais, tentam ingerir e eliminar as fibras e são ativados para liberar fatores quimiostáticos e mediadores fibrogênicos que amplificam a resposta. A deposição crônica de fibras e a liberação persistente de mediadores eventualmente levam a uma inflamação intersticial pulmonar generalizada e fibrose intersticial. MORFOLOGIA Asbestose é marcada por fibrose intersticial pulmonar difusa, que é indistinguível da fibrose intersticial difusa resultante de outras causas, com exceção da presença de múltiplos corpos de asbestos. Surgem quando os macrófagos tentam fagocitar as fibras de asbestos; o ferro supostamente é derivado da ferritina dos fagócitos. Outras partículas inorgânicas podem ser revestidas por complexos de ferroproteína semelhantes chamadas de corpos ferruginosos. Raros corpos de asbestos isolados podem ser encontrados nos pulmões de pessoas normais. A asbestose começa como fibrose ao redor dos bronquíolos respiratórios e ductos alveolares e se estende para envolver os sacos alveolares e alvéolos adjacentes. O tecido fibroso distorce a arquitetura, criando espaços aéreos aumentados envolvidos por paredes fibrosas espessas; eventualmente as regiões afetadas passam a apresentar um aspecto de favo de mel. O padrão de fibrose é semelhante ao observado na PIU, com focos fibroblásticos e graus variáveis de fibrose, sendo que a única diferença é a presença de numerosos corpos de asbestos. FIGURA 15–20 Detalhe em grande aumento de corpos de asbestos, revelando o aspecto em conta e as extremidades arredondadas típicos; Os corpos de asbestos aparecem como hastes cobertas por contas castanho-douradas ou fusiformes ou com um centro translúcido e consistem em fibras de asbestos revestidas por um material proteináceo contendo ferro MORFOLOGIA A asbestose começa nos lobos inferiores e nas regiões subpleurais. Os lobos médio e superior dos pulmões são afetados à medida que a fibrose progride. A cicatrização pode aprisionar e estreitar as artérias e arteríolas pulmonares, causando hipertensão pulmonar e cor pulmonale. Raramente, a exposição a asbestos induz derrames pleurais, que geralmente são serosos, mas também podem ser sanguinolentos. Raramente, fibrose pleural visceral difusa pode ocorrer e, em casos avançados, conectar o pulmão à parede da cavidade torácica. Tanto carcinomas de pulmão quanto mesoteliomas (pleurais e peritonites) se desenvolvem em trabalhadores expostos a asbestos. O risco de carcinoma de pulmão aumenta aproximadamente cinco vezes para trabalhadores de asbestos; o risco relativo de mesoteliomas, normalmente um tumor raro (2 a 17 casos por 1 milhão de pessoas), é mais de 1.000 vezes maior. O tabagismo concomitante aumenta muito o risco de carcinoma pulmonar, mas não o de mesotelioma. FIGURA 15–21 Placas pleurais relacionadas a asbestos. Placas fibrocalcificadas grandes e distintas são observadas na superfície pleural do diafragma. As placas pleurais, a manifestação mais comum da exposição a asbestos, consistem em placas bem circunscritas de colágeno denso, frequentemente contendo cálcio. Elas se desenvolvem mais frequentemente nos aspectos anterior e posterolateral da pleura parietal e sobre as cúpulas do diafragma. O tamanho e o número das placas pleurais não estão correlacionados ao nível de exposição a asbestos ou ao tempo desde a exposição. Não não contêm corpos de asbestos; contudo, apenas raramente ocorrem em indivíduos que não apresentam história ou evidência de exposição a asbestos. Curso Clínico.Os achados clínicos na asbestose são muito semelhantes aos causados por outras doenças pulmonares intersticiais difusas (discutidas anteriormente).
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