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Hermenêutica e suas escolas, silogismo, fundamentação jurídica, argumentação, retórica e linguagem jurídica.

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA 
FACULDADE DE DIREITO 
DIRA45 - TEORIA DO DIREITO I 
 
DOCENTE: Taysa Matos 
DISCENTE: Fernanda Santos Oliveira 
 
 
● HERMENÊUTICA 1
Para Carlos Maximiliano Pereira dos Santos, a Hermenêutica Jurídica tem 
como objetivo sistematizar “os processos aplicáveis para determinar o sentido e o 
alcance das expressões do Direito”. Ou seja, extrair da “norma tudo o que na 
mesma se contém”. Além disso, a Hermenêutica se diferencia da interpretação, pois 
“esta é a interpretação daquela; a primeira descobre e fixa os princípios que regem 
a segunda”, ou seja a” Hermenêutica é a teoria científica da arte de interpretar”. 
Outro ponto a ser ressaltado, é que o exercício da Hermenêutica é mister para uma 
eficaz Aplicação do Direito. 
 
○ E SUAS ESCOLAS 
Escolástica, Dogmática, ou Exegese : ​“Sistema tradicional, primitivo de 2
Hermenêutica, ao que se obstina em jungir o Direito aos textos rígidos e aplicá-lo de 
acordo com a vontade, verificada ou presumida, de um legislador há muito 
sepultado”, ou seja, admitia como fonte somente a lei, como se tratasse de uma 
obra perfeita sem lacunas. Além disso, com essa escola “se deduziria quando muito 
o ​sentido desta (da norma), e não o respectivo ​alcance​, jamais preestabelecido e 
difícil de prever.” Tal sistema tradicional, “levado ao exagero, deu em resultado o 
predomínio do método exegese”, método que “consistia em expor a matéria dos 
Códigos artigo por artigo” pois isso facilitava “a investigação da vontade do 
legislador”; 
Histórico-evolutivo ou Evolutivo : “Alguns mestres de Hermenêutica 3
aceitaram a modernização da teoria; … tentam outros conciliar o passado com o 
presente, … porém permitem que se observe não só o que o legislador quis, mas 
também o que ele quereria se vivesse no meio atual, enfrentasse determinado caso 
1 ​MAXIMILIANO, Carlos. Hermenêutica e Aplicação do Direito. 20ª. ed. Rio de Janeiro: Forense, 
2011, p. 1 
2 ​MAXIMILIANO, Carlos. Hermenêutica e Aplicação do Direito. 20ª. ed. Rio de Janeiro: Forense, 
2011, p. 36, 37 e 38 
3 ​MAXIMILIANO, Carlos. Hermenêutica e Aplicação do Direito. 20ª. ed. Rio de Janeiro: Forense, 
2011, p. 38 e 39 
concreto hodierno, ou se compreendesse das necessidades contemporâneas de 
garantias, não suspeitadas pelos antepassados”; 
Livre- Indagação ou Livre investigação científica : ​Essa escola autoriza “o 4
magistrado a agir como legislador” e quando moderada, “quase não se distingue da 
preferida pela corrente histórico-evolutiva”, porém não deixa de ser perigosa, visto 
que autoriza “expressamente o juiz a transpor as raias de sua competência de 
simples aplicador do Direito. Se o faz também criador, embora com restrições 
severas, ele pouco a pouco as vai solapando e suprimindo”. Portanto, esta escola 
busca atribuir “ao juiz liberdade ampla, relativamente criadora, em falta de 
disposição escrita ou costumeira​; portanto,” autorizando-o “a agir​ proeter legem​”. 
Escola de Direito Livre : Essa escola foi iniciada por Kantorowicz, e 5
buscar induzir “o magistrado a buscar o ideal jurídico, o Direito justo, onde quer que 
se encontre, ​dentro ou fora da lei, na ausência desta ou- a despeito da mesma, isto 
é, a decidir ​proeter e também contra legem​”, para ele, o juiz não deveria se 
preocupar com os textos, como também desprezar as interpretações, construções, 
ficções ou analogia, em contraste a isso, o magistrado deveria se inspirar, de 
preferência nos dados sociológicos e seguir o determinismo dos fenômenos. 
 
● SILOGISMO 6
Para Miguel Reale, o silogismo compreende que “..., postas duas 
proposições, chamadas premissa maior e premissa menor, delas resulta 
necessariamente uma conclusão, a qual, se esclarece ou particulariza um ponto, 
nada acresce substancialmente ao já sabido.” 
 
● FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA 7
Para Claudia Fernanda Rivera Bohn, sob influência de Robert Alexy, a 
fundamentação jurídica é “a exposição das razões que justificam uma determinada 
decisão” e além disso, “a fundamentação jurídica racional tem como proposta 
alcançar uma decisão correta”. 
 
4 ​MAXIMILIANO, Carlos. Hermenêutica e Aplicação do Direito. 20ª. ed. Rio de Janeiro: Forense, 
2011, p. 58, 59 e 60 
5 ​MAXIMILIANO, Carlos. Hermenêutica e Aplicação do Direito. 20ª. ed. Rio de Janeiro: Forense, 
2011, p. 60 
6 ​REALE, Miguel. Lições Preliminares de Direito. 25ª. ed. [S.l.: s.n.], 2001, p. 77 
7 BOHN, Claudia Fernanda Rivera. Uma análise da teoria da fundamentação jurídica de Robert 
Alexy. 2001. 172 f. Dissertação (Mestrado em Direito)- Centro de Ciências Jurídicas, 
Universidade Federal de Santa Catarina, Florianopólis, 2001, p. 94 e 95 
 Disponível em: 
<https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/81896/179155.pdf?sequence=1&isAllowed=y
>. Acesso em: 13 nov. 2018. 
● ARGUMENTAÇÃO 8
Para Tercio Sampaio, “usam-se, muitas vezes, indiferentemente as palavras 
argumento ou argumentação no sentido de raciocínio mediante o qual se intenta 
provar uma tese ou refutá-la, persuadindo ou convencendo alguém de sua verdade 
ou validade. Num sentido estrito, porém, optamos por considerar a argumentação 
como um tipo específico de raciocínio em oposição à demonstração, ou seja, como 
um procedimento típico que corresponde ao raciocínio persuasivo jurídico, 
reservando a palavra argumento para expressar o que se costuma chamar de prova 
formal. A expressão formal não deve ser tomada no sentido da lógica formal, mas 
da chamada lógica retórica, correspondente a procedimentos “quase lógicos’’, que 
não obedecem ao rigor exigido pelos sistemas formais. Existem diversas 
classificações dos argumentos.” Além disso “em seu sentido amplo, a palavra é 
usada, modernamente, não como o elenco das provas judiciárias, mas como um 
modo típico do raciocínio jurídico.” 
 
● RETÓRICA 9
Retórica é uma “boa construção dos argumentos”, usado pelos sofistas, “a 
boa retórica era o instrumento necessário para a melhor persuasão dos 
concidadãos”, a retórica se tornou a argumentação ensinada enquanto 
técnica. 
 
● LINGUAGEM JURÍDICA 10
Para Maria José Constantino Petri, a linguagem jurídica é “a denominação 
geral da linguagem do Direito, mas ela apresenta vários níveis, como é o caso da 
linguagem judiciária, que é aquela usada nos processos, nos Tribunais,...” além 
disso acrescenta que, “a linguagem jurídica não é imediatamente compreendida por 
um não jurista” pois “a linguagem do direito existe para não ser compreendida. Ela 
está fora do circuito natural de intercompreensão que caracteriza as trocas 
lingüísticas ordinárias entre os membros de uma mesma comunidade lingüística.” 
 
 
 
 
8 ​FERRAZ JÚNIOR, Tercio Sampaio. Introdução ao Estudo do Direito: Técnica, Decisão, 
Dominação. 10ª. ed. São Paulo: Atlas, 2018, p. 364 e 352 
9 ​MASCARO, Alysson Leandro. Filosofia do Direito. 5ª. ed. São Paulo: Atlas, 2016, p. 42 
10 ​PETRI, Maria José C. Manual de linguagem jurídica. São Paulo: Saraiva, 2009, p. 28 e 29

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