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Execução de obrigação de dar, fazer e não fazer.Execução por quantia certa contra devedor insolvente e devedor solvente (70% da prova) Primeira parte (30%) AULA 1- PROCESSO DE EXECUÇÃO *Relembrando a fase do direito processual do conhecimento: Constitutiva: o direito só surge após a sentença. A sentença cria o Direito. Declarativa: o direito preexiste, a sentença apenas reconhece. De qualquer forma, é o processo de conhecimento que vai criar ou reconhecer um direito. Ex: sentença dizendo para pagar a um sujeito R$1000. O sujeito pagou. Extingue o processo com uma satisfação do direito do autor. Mas, essa NÃO é a regra do processo de conhecimento. A parte ré não costuma cumprir voluntariamente os termos. Então, deve-se EXECUTAR! CONCEITO DE PROCESSO DE EXECUÇÃO: “ é o meio processual hábil a SATISFAZER um direito consubstanciado em um TÍTULO EXECUTIVO.” Ajuizada a execução, já que a mesma tem natureza satisfativa, posso discutir o mérito da dívida ou do direito? É objeto da execução discutir o mérito, seja um título judicial ou extrajudicial? NÃO. Como regra, o processo de execução NÃO se presta a discussão do Mérito (CUIDADO!). Vamos verificar que nos procedimentos específicos, é possível em sede executiva, eu ter um INCIDENTE DE MÉRITO. Uma questão prejudicial ao prosseguimento da execução. Ex: execução de uma Duplicata (título executivo extrajudicial). O cara ajuíza e eu, na minha defesa, verifico que realmente eu não paguei, mas não paguei porque a mercadoria que ele me entregou estava estragada e eu a devolvi. Pra prosseguir a execução, o juiz deverá analisar o mérito da minha defesa, isso é incidente de mérito, que NÃO é regra! TÍTULO EXECUTIVO: é um documento que vai dizer ao juiz que o exequente,executor (autor da ação) tem contra o executado (devedor). É um documento que mostra ao juiz que eu tenho um direito contra um terceiro. Quais são os tipos de títulos que podem ser objeto de execução? JUDICIAL: antes do CPC atual, havia a prolação da sentença. Verificava se era possível a execução provisória (antes do trânsito em julgado). Então, o exequente dava início a um processo autônomo de execução. Percebeu-se que isso é perda de tempo! Então, o próprio juiz que prolatou a sentença, passou a ter competência para processar a execução, sem necessidade do início de um processo autônomo. Então, hoje, ele é um PROCESSO SINCRÉTICO. A regra é: prolatada a sentença, o beneficiário desta, requer ao juiz o prosseguimento do feito, em execução! É a EXECUÇÃO POR CUMPRIMENTO DE SENTENÇA. Como regra, então, ela se processa nos mesmos autos da ação de conhecimento que gerou a sentença. Mas, existe exceção. Ex: a sentença penal condenatória, é titulo executivo judicial para efeitos de reparação civil. Não posso executar esse título em sede de juiz criminal. Ele não tem competência (aqui, temos o exemplo de execução de titulo executivo judicial, que não vai se processar por cumprimento de sentença, terá a fase intermediária, que é a liquidação da sentença, onde o juiz determina um valor). Outro exemplo: juízo arbitral: tem o objetivo de desafogar o judiciário no ajuizamento de questões patrimoniais disponíveis entre empresas. A empresa passa a ter o direito de colocar no contrato que, a competência para processar e julgar qualquer litígio naquele contrato, sai do poder judiciário e vai para o juízo arbitral privado. Para evitar repetição de julgamento, a decisão arbitral tinha natureza de título executivo extrajudicial. Já ia direto para a execução. Hoje, ele é titulo executivo JUDICIAL. Vai se processar por cumprimento de sentença, mas NÃO será nos mesmos autos, porque os autos foram processados em juízo arbitral. EXTRAJUDICIAL: são aqueles elencados no CPC. Exs: títulos de credito, contratos, confissão de dívida, etc. Eles criam direitos ou obrigações. Se é para satisfazer, temos que partir do pressuposto que o direito que está consubstanciado nesse título é LÍQUIDO e CERTO. Certeza, quanto a existência do direito. E a Liquidez, no caso de quantia, é o valor exato devido. Essa presunção é absoluta ou relativa? Ex: numa execução fiscal, o contribuinte de IPTU é citado como não tendo pago o IPTU de 2013. O cara pegou a citação e viu que aquilo estava pago. A presunção portanto é RELATIVA, porque pode haver incerteza (pela decadência, prescrição, pela inexistência do próprio direito), ou ele pode não estar liquidado. Na Lei 6830\80 (Lei de Execução Fiscal), o próprio legislador disse que essa natureza da presunção era relativa: “Art. 3º - A Dívida Ativa regularmente inscrita goza da presunção de certeza e liquidez. Parágrafo Único - A presunção a que se refere este artigo é relativa e pode ser ilidida por prova inequívoca, a cargo do executado ou de terceiro, a quem aproveite.” Quando for vício do título executivo, e esse vício for violação de ordem pública, deve ser suscitado pelo parte, por terceiro ou de ofício pelo próprio juízo executivo. Se o juiz receber dizendo que o objeto da execução já está prescrito, ele não precisa esperar que a matéria seja suscitada pela parte, ele de ofício pode reconhecer a prescrição e extinguir a execução! AULA 2- PRINCÍPIOS ESPECÍFICOS DO PROCESSO EXECUTIVO a) Nulla Executio Sine Titulo: o titulo executivo é pressuposto é pressuposto específico, NÃO se admite execução sem titulo executivo. \\\ É impossível a propositura da ação de execução, se não tiver titulo executivo. Será nula a execução sem titulo. O juiz extingue de plano, por ausência de pressuposto específico. b) Tipicidade: só tem eficácia executiva os títulos enumerados na legislação especial ou aqueles dos arts.515 (rol taxativo- titulo executivo judicial) e 784 (título executivo extrajudicial), ambos do CPC. \\\ A execução, como vimos, tem que ter o título executivo. Quais são os títulos executivos? Qualquer documento pode ser considerado? NÃO. Só tem eficácia executiva os documentos previstos em lei, como tal. Em algumas situações, não estão no CPC, mas estão em leis extravagantes. Ex: eu tenho um documento, olhei na lei, mas esse documento não consta lá. Serve para alguma coisa? SIM. Não serve para promover a execução, mas pode ser prova pré-constituída para promover ação de conhecimento para converter o direito ali expresso, para titulo executivo judicial. O fato de eu ter um titulo, que não tem eficácia executiva, não significa que ele não serve para nada. Ele só não serve para promover a execução. c) Disponibilidade da Execução: OBSimp: NÃO se aplica em execução fiscal – incidência do princípio da Indisponibilidade da receita pública.\\\ Quem promove a execução fiscal? A Fazenda Pública. Por que na execução fiscal não se admite a disponibilidade da ação executiva? Ex: Bárbara emprestou R$100 reais a mim, mas pediu para eu assinar a promissória e eu assino. Vencido o prazo, ela chega para mim e pergunta: cadê os R$100 reais. E eu digo que não tenho. Ela então, me perdoa e manda eu rasgar a promissória. Ela pode fazer isso porque o dinheiro é meu. Direito patrimonial disponível. Agora, se a Bárbara for uma Pessoa de Direito Privado, como a Fazenda Pública e disser que está perdoado, isso não pode ser feito, porque o dinheiro não é dela. O dinheiro é da coletividade. Eu não posso dispor daquilo que NÃO me pertence! Então, a execução fiscal fica vinculada a procedimentos legais. A Fazenda Pública só pode deixar de promover a execução fiscal, quando houver EXPRESSA AUTORIZAÇÃO EM LEI. O principio da indisponibilidade da receita ou do crédito é do Direito Financeiro. ➢ O credor NÃO é obrigado a promover a ação de execução, nem a prosseguir com o processo já iniciado, podendo desistir do feito mesmo após a oposição de embargos do devedor; nesse caso, podem ser operados 2 efeitos distintos: \\\Não quero executar. Posso? CLARO. Mas, eu iniciei o procedimento, posso desistir? Posso! Em qualquer momento, inclusive após o devedor impor embargos de execução. Só que aqui, teremos 2 situações diferentes: ● Art.775,p.ú,I, CPC: os embargos versam apenas sobre QUESTÕES PROCESSUAIS: A extinção da execução acarreta a extinção dos embargos. O exequente arca com as custas e honorários relativamente aos embargos. \\\ Eu sou o exequente, promovi a ação de execução fiscal, fui citado em embargos. Eu quis desistir da execução. Posso? Sim. Só que tenho que verificar o objeto específico dos embargos. Se o objeto versar sobre matéria processual, a desistência extingue também os embargos. Quando o exequente desiste da execução, ele deve pagar para a parte devedora! Esse é o ônus. ● Art.775,p.ú,II,CPC: os embargos visam sobre a relação jurídica de DIREITO MATERIAL: A extinção dos embargos depende da anuência do executado. \\\ aqui é diferente. Se no julgamento dos embargos tiver a procedência, pode-se chegar a conclusão que aquela execução foi indevida. Eu passo a ter agora uma inversão na relação jurídica. O que antes era devedor para a ser credor. Neste caso, quando o exequente desistir da execução, a execução está extinta, mas a extinção dos embargos vai depender da vontade do devedor. Se ele quiser que os embargos sejam extintos, ele deve se manifestar por petição. Nesse caso, ninguém paga nada a ninguém. Ele desistiu porque quis. Aqui não tem ônus. Art.775. O exequente tem o direito de desistir de toda a execução ou de apenas alguma medida executiva. Parágrafo único. Na desistência da execução, observar-se-á o seguinte: I - serão extintos a impugnação e os embargos que versarem apenas sobre questões processuais, pagando o exequente as custas processuais e os honorários advocatícios; II - nos demais casos, a extinção dependerá da concordância do impugnante ou do embargante. d) Patrimonialidade: “todo” patrimônio do devedor responde por suas obrigações.\\\ Não é todo patrimônio: ATENÇÃO, EXCEÇÃO: bens impenhoráveis (CPC; Lei 8009\90) \\\\ Ex: salário; instrumentos de trabalho; poupança ate 40 salários mínimos; pensão, aposentadoria. É um rol de bens que a lei protege da penhora. Logo, esse bem não responde pela divida. (vamos aprender isso mais tarde!). Essa impenhorabilidade é relativa! Lei 8009\90 são os imóveis únicos, que são impenhoráveis. A execução é SEMPRE REAL. \\\ porque incide sobre patrimônio, NÃO é pessoal. Ex: na Roma, era possível a execução pessoal. A pessoa responde com seu corpo pela satisfação da obrigação. Se o cara não tinha dinheiro, ele virava escravo. Agora, a execução é real, incide sobre o patrimônio, a coisa. E nos casos que o Juiz determina a prisão civil por divida de alimentos? A execução não é pessoal, o que responde são os bens. A ameaça ou a prisão é meramente um constrangimento para o devedor cumprir a obrigação. e) Utilidade: o resultado final da execução deve aproveitar ao credor (ser útil). O poder judiciário NÃO pode ser acionado como instrumento de vingança pessoal. \\\ Principio do resultado útil. Ex: o sujeito tem um crédito de 6 mil reais. Promove a execução e o único bem penhorável que ele achou é um automóvel de 1500 reais. Promovida a asta pública, o leilão, percebeu-se que não sobrou nada para pagar o exequente. O resultado dessa execução foi útil? NÃO. Então o juiz, verificando que não haverá utilidade no prosseguimento do feito, ele determina o SOBRESTAMENTO DA EXECUÇÃO, até que o credor indique um bem suficiente para receber. Pode ocorrer por no máximo 5 anos, no qual ocorre a prescrição intercorrente, que ocorre no curso do processo. Se ficar mais de 5 anos sem ter fatos novos, o processo é extinto. f) Menor onerosidade ao executado: NÃO se deve agravar a situação do devedor; havendo alternativa menos gravosa, esta deve ser aplicada.\\ A execução tem por objeto a satisfação do direito do credor, mas nem por isso deve haver um agravamento da situação do devedor. Ex: eu tenho um devedor, que é citado em execução, e o exequente já nomeia em penhora um imóvel desse devedor, no valor de 2 milhões de reais. A execução é de 15 mil. E ele tem outro imóvel passível de penhora que vale 40 mil. Porque eu vou penhorar o imóvel de 2 milhões, se o imóvel de 40 mil é suficiente para satisfação do crédito? Isso é errado! Aplica-se esse principio então. Tem uma alternativa menos gravosa? Sim, o imóvel de 40 mil. O executado então promove a substituição do bem penhorado, desonerando o imóvel de 2 milhões. 2- Competência para execução (ver art.781, CPC)- Títulos Extrajudiciais: A execução dos títulos judiciais pode acontecer por processo sincrético, ou seja, junto aos autos que gerou o titulo executivo ou no caso de titulo executivo que não permite o processo sincrético, a legislação já determina qual é a competência. ● Art. 781. A execução fundada em título extrajudicial será processada perante o juízo competente, observando-se o seguinte: I - a execução poderá ser proposta no foro de domicílio do executado, de eleição constante do título ou, ainda, de situação dos bens a ela sujeitos; II - tendo mais de um domicílio, o executado poderá ser demandado no foro de qualquer deles; III - sendo incerto ou desconhecido o domicílio do executado, a execução poderá ser proposta no lugar onde for encontrado ou no foro de domicílio do exequente; IV - havendo mais de um devedor, com diferentes domicílios, a execução será proposta no foro de qualquer deles, à escolha do exequente; V - a execução poderá ser proposta no foro do lugar em que se praticou o ato ou em que ocorreu o fato que deu origem ao título, mesmo que nele não mais resida o executado. a) Regras Gerais: o exequente PODE PROMOVER (pode escolher) a ação executiva em qualquer dos seguintes foros: ● Foro do Domicílio do executado; ● Foro de Eleição; ● Foro da Situação dos bens sujeitos à execução; (porque fica mais ágil. Imagine que o domicilio do executado é em Cabo Frio, mas eu fucei antes e descobri que o cara tem bens imóveis em RS. Eu posso decidi ajuizar a ação em RS, porque se ajuizar em Cabo Frio a hasta pública vai ocorrer por carta precatória, demora muito mais. ● Foro do local onde foi praticado o ato ou ocorreu o fato que deu origem ao título executivo. (local onde foi prestado o serviço) b) Especificidades: (situações específicas) ● Devedor com mais de um domicílio: o exequente pode escolher qualquer um deles; ● Devedor com domicílio incerto: o exequente opta por ajuizar no: -Foro do lugar onde for encontrado; -Foro do domicílio do exequente (credor). (mais comum! ) ● Pluralidade de devedores com domicílios distintos: o autor pode escolher o foro do domicilio de qualquer um deles. 3- Requisitos Processuais- Pressupostos Específicos da ação executiva(art.786,CPC) ● Art. 786. A execução pode ser instaurada caso o devedor não satisfaça a obrigação certa, líquida e exigível consubstanciada em título executivo. Parágrafo único. A necessidade de simples operações aritméticas para apurar o crédito exequendo não retira a liquidez da obrigação constante do título. Condição de procedibilidade: ➢ Existência de título executivo (princípio do Nulla executio sine titulo), que consubstancia um direito liquido e certo, que tem uma presunção RELATIVA, que pode ser apresentada prova inequívoca. Ex: o cara tem um titulo, mas o direito de ajuizar a ação prescreveu. Vai faltar a certeza. ➢ Inadimplemento da obrigação. Ex: tenho uma nota promissória e me comprometo a pagar 10 mil a uma pessoa. Isso é um titulo executivo! A data que eu me comprometo a pagar é dia 31 de dezembro de 2017. O meu credor ajuíza uma ação hoje. O juiz então EXTINGUE por ausência de pressuposto. Aquela obrigação ainda não é exigível,porque eu ainda não inadimplir! ✓ Obrigação : liquida Certa exigível (pode ocorrer a suspensão do crédito tributário. Ex no momento que a Fazenda Pública ajuíza ação fiscal, eu tenho a presença de todos os requisitos acima. Se fizer o parcelamento administrativo, vai ocorrer a perda da exigibilidade. O processo vai ser extinto? NÃO! É questão de SUSPENSÃO do feito, porque no momento que a ação foi proposta, havia o requisito. Então a inexigibilidade foi superveniente. (CUIDADO!) ❖ A ausência de qualquer pressuposto = NULIDADE da execução (extinção do feito). OBS: a sentença penal condenatória é titulo executivo judicial para efeito de indenização civil. A sentença penal condenatória apenas diz o tempo de cumprimento da pena e o regime. Se eu pegar essa sentença e ajuizar uma ação de execução, estará faltando a LIQUIDEZ. Certo ela é, é um titulo executivo judicial transitado em julgado. Alguns títulos executivos judiciais, antes do inicio do procedimento executivo, vão ter uma fase de LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA. O juiz do processo executivo, em fase preliminar, vai arbitrar o valor da indenização, sem passar pelo processo de conhecimento, será por arbitramento. Aula 3- Teoria Geral da Execução- continuação 4) Cumulação de execuções: A cumulação de execuções consiste na reunião, em um mesmo processo executivo, de várias execuções, ainda que fundadas em títulos executivos diferentes. (Bárbara é credora de Diana. Tem uma nota promissória, tem uma confissão de dívida e tem uma letra de cambio. Ela pode promover 1 ação só? Claro! Temos que ter o principio da economia processual. Essa cumulação de função pode ser fundada em titulo iguais, ex: 3 notas promissórias; 4 cheques. Ou em títulos executivos extrajudiciais diferentes. Por que não serve para titulo executivo judicial? Porque esse processo é por cumprimento de sentença, e o processo de conhecimento não vai gerar 3 sentenças diferentes, vai gerar 1 sentença só. Essa cumulação é possível, mas não é livre, não depende da vontade das partes. ) Requisitos: a) Identidade de credor; (tem que ser o mesmo credor para aquele devedor. \ Vamos imaginar que eu tenho uma confissão de divida com 2 credores. Esses mesmos 2 credores também figuram em outro titulo executivo. Posso cumular essa execução? Sim, porque possui identidade de credores. \ Eu e ele somos credores da Diana de uma confissão de dívida. Eu e ele somos credores de Barbara de uma nota promissória. Pode cumular! O que não pode é: eu e ele somos credores de Diana de um cheque, e eu e ela somos credores de Barbara numa nota promissória. Houve mudança de credores, os credores são diferentes, então não pode!) b) Identidade de devedor; (Mesmo devedor. Posso ter devedores solidários também. Ex: num título, Barbara é solidaria com Diana, e no outro ela é solidária com Taisa. Os devedores são diferentes, NÃO poderá cumular nesse caso. A execução terá que ser separada) c) Mesma competência de juízo; ( ex: eu tenho identidade de credor e devedor, meu titulo é uma confissão de divida que houve foro de eleição. E tenho uma nota promissória que foi expedida em Cabo Frio. Posso cumular? NÃO, porque tenho foros diferentes.) d) Identidade de procedimento. (qual é o principio que fundamenta a identidade de procedimento como requisito para cumulação de execuções? Ex: eu sou credora da Diana (cumpri os 2 requisitos, mesmo credor e devedor). O foro vai ser em Cabo Frio (cumpri o 3º requisito). Num título eu sou credora de quantia certa; no outro a execução vai ser uma obrigação de fazer; e no outro titulo a execução é entrega de coisa certa (obrigação de dar). Posso cumular? NÃO! Porque os procedimentos são diferentes. É princípio da Tipicidade, para cada objeto de execução, a lei processual estabelece um procedimento específico. Então, se o titulo é nota promissória, vai receber dinheiro (será execução de quantia certa de devedor solvente). Obrigação de dar é rito diferente. Art. 780 cpc) O exequente pode cumular várias execuções, ainda que fundadas em títulos diferentes, quando o executado for o mesmo e desde que para todas elas seja competente o mesmo juízo e idêntico o procedimento. 5) Partes da Execução: Art.778 CPC) Pode promover a execução forçada o credor a quem a lei confere título executivo. § 1º Podem promover a execução forçada ou nela prosseguir, em sucessão ao exequente originário: I - o Ministério Público, nos casos previstos em lei; II - o espólio, os herdeiros ou os sucessores do credor, sempre que, por morte deste, lhes for transmitido o direito resultante do título executivo; III - o cessionário, quando o direito resultante do título executivo lhe for transferido por ato entre vivos; IV - o sub-rogado, nos casos de sub-rogação legal ou convencional. § 2º A sucessão prevista no § 1º independe de consentimento do executado. Art.779) A execução pode ser promovida contra: I - o devedor, reconhecido como tal no título executivo; II - o espólio, os herdeiros ou os sucessores do devedor; III - o novo devedor que assumiu, com o consentimento do credor, a obrigação resultante do título executivo; IV - o fiador do débito constante em título extrajudicial; V - o responsável titular do bem vinculado por garantia real ao pagamento do débito; VI - o responsável tributário, assim definido em lei. A relação jurídica é intersubjetiva, para que ela ocorra eu tenho que ter pelo menos 2 partes. A parte que demanda, e a parte que é demandada em juízo. No processo de execução, essa parte demandante vai querer a SATISFAÇÃO de um Direito consubstanciado em um titulo executivo. A parte autora então é o EXEQUENTE, ou credor. A parte demandada é o devedor, ou EXECUTADO. a) Legitimação Ativa: legitimado ativo é a parte que tem o direito de propor a ação de execução, ou de prosseguir com a execução já iniciada. Classifica-se em: legitimação ordinária; legitimação extraordinária e legitimação sucessiva. (é o exequente. É quem pode dar inicio a essa relação jurídica processual para demandar em juízo o cumprimento de determinada obrigação líquida, certa e exigível. A lei vai determinar quem tem legitimidade ativa para PROPOR ou DAR SEGUIMENTO a ação de execução já iniciada). 1) Legitimação Ordinária (ou originária): o legitimado ativo é a pessoa que, originariamente, figura como CREDOR no titulo executivo. (O legitimado ativo ordinário ou originário é identificado no próprio titulo executivo. Ele é o CREDOR.) ATENÇÃO: a LEI confere legitimidade ativa ordinária ao advogado da parte vencedora para a execução de honorários. (Honorários de sucumbência: é quando a parte sucumbente no processo é demandada pelo juiz a pagar os honorários advocatícios da parte vencedora. Esta obrigação surge de forma incidental. O juiz que fixa os honorários. Só que a LEI determina que para efeitos da execução de honorários de sucumbência, a legitimação do advogado é ORDINÁRIA, porque? Não foi o advogado autor da ação. Os honorários é algo reflexo, incidental. Mas ele é legitimado ordinário porque a LEI assim determina. Consequências: isso é apenas para diminuir os requisitos necessários para que ele possa entrar com a ação.) 2) Legitimação Extraordinária: ocorre quando a lei, em situações excepcionais, permite que o exequente, EM NOME PROPRIO, promova a ação de execução fundada em direito alheio. (É a pessoa que ajuíza ação em nome PRÓPRIO, mas em defesa de direito de TERCEIROS. Atenção: a mãe que ajuíza alimentos para o filho menor NÃO é legitimação extraordinária, porque a mãe não está peticionando em nome próprio, o autor da ação é o menor. A mãe é mera representante. \ Aqui, o autor da ação não vai constar como credor do título executivo, o credor é outro. pode isso? Pode, porque a lei excepcionalmente confere essafaculdade. Ex de antigamente: no código civil de 1916, tinha 4 regimes de casamento. Um deles era o dote. O pai da noiva fixava o pacto nupcial. Qualquer ação na defesa da esposa só podia ser ajuizada pelo marido em nome próprio, sendo que o direito não é dele, e sim dela. Ex de atualmente: direitos difusos, transindividuais e coletivos. Na ação civil pública, o MP pode promover um TAC. No art.784 CPC, consta o TAC como titulo executivo extrajudicial? SIM. Quem pode promover ação de execução do TAC? MP. O direito pertence ao MP? Não, pertence ao TAC, que é titulo executivo. A lei dá ao MP legitimidade extraordinária para promover a execução do TAC em nome próprio, que versa sobre direito alheio, e não do MP, é da coletividade. O MP faz em nome próprio essas ações que versão sobre direitos da coletividade). 3) Legitimação Sucessiva (secundária, derivada ou superveniente): surge por 2 formas: (Pelo nome, sabemos que o primeiro requisito para haver uma legitimação sucessiva é que tenha antes um legitimado ordinário. Ela é superveniente, então tem uma coisa antes, o direito pertence a um outro credor, que é o credor ordinário ou originário. Titulo de credito pode ocorrer a cessão de direitos. Ex: vou ceder um direito da nota promissória. Diana tem uma nota promissória no valor de 100 mil, só vai vencer em 31 de dezembro. Ela está sem dinheiro. Eu chego para ela e digo que vou comprar a promissória. Ela pode me vender? Sim, vai fazer uma cessão de direitos. Eu dei 80 mil a ela, e vou esperar 6 meses, pra que esse 80 mil gere mais 20 mil, vou receber 100 mil então. A cessão desse direito é feito por endosso no próprio titulo. Vai constar 2 nomes no titulo. O dela como CREDORA ORIGINÁRIA e no momento da cessão, vai aparecer o meu nome no titulo. O legitimado ordinário é Diana, eu só apareci na historia depois de já existir um titulo com o credor originário. Essa aparissão minha é superveniente. Ocorreu então a sucessão por atos intervivos! Eu não era credora originária, mas me tornei legitimada por ato intervivo. ) ● Por ato intervivos: a cessão do direito pode ocorrer ANTES da propositura da ação de execução; ou DEPOIS do inicio da execução. (A primeira situação (ANTES) é a do exemplo. Eu estou sendo cessionário dessa nota promissória. A nota vence dia 31 de dezembro. Eu posso promover a ação de execução segunda feira? NÃO, porque está antes do prazo de vencimento, não é exigível ainda. Não tenho como comprovar o inadimplemento, porque ainda está dentro do prazo de cumprimento da obrigação. A sucessão ocorreu em momento anterior a propositura da ação de execução.) (Segunda hipótese: a nota promissória já está exigível, o devedor não pagou, e Diana cobra em juízo, faz ação de execução por quantia certa contra devedor solvente. Só que ela percebe que o juiz da Vara é muito lento. Ela pode ceder esse direito ajuizado no titulo executivo após o ajuizamento de ação de execução? SIM, neste caso vai haver substituição de partes. No caso anterior, eu já promovo a execução no meu nome, porque meu nome já consta no titulo executivo. Aqui não, quem promoveu a execução inicialmente foi ela, eu só vou aparecer no curso da execução! Vou pedir a substituição da parte, tirar a Diana e incluir eu no polo ativo. ) ➢➢ Quando ocorre no curso do processo executivo: substituição de parte. ➢➢ IMPORTANTE: a substituição da parte no polo ativo da relação processual NÃO depende da anuência do executado. (Rafinha é devedora do titulo de credito que está com Diana (credora). Quando a Diana cede esse direito a mim, e eu me subrogo por substituição de parte, a Rafinha não quer que isso aconteça, porque ela não gosta de mim! Ela chega para o juiz e diz que não concorda com a substituição do exequente. O que vai acontecer? Ela vai ter que aceitar. O devedor NÃO pode se meter na relação do polo ativo. Independente de quem seja, ele tem que pagar, não pode escolher o credor! ) Quando a substituição é do polo passivo, o credor pode se meter! Porque o credor pode escolher o seu devedor. (se você é ORDINÁRIO, você já ajuíza a ação diretamente com o titulo. Se você é sucessivo, você tem que COMPROVAR que houve a cessão do direito( a sucessão). Naquele caso do advogado, se a lei não desse a ele legitimidade ordinária, ele nunca ia poder executar seus honorários.) ● Sucessão Mortis Causa: (sucessão que ocorre quando o titular de bens e direitos morre. O CC adota o “Droit de saisiné”: passar os bens do falecido aos seus respectivos herdeiros, ocorrer no momento da morte. Por que tem que abrir o inventário? Porque tem que formalizar, dar publicidade. Mas, não fica sem proprietário! ) também pode ocorrer: ➢➢ Falecimento: ANTES da propositura da ação executiva; ou no CURSO de execução já iniciada. (ANTES: o de cujus, quando vivo tinha 200 notas promissórias. Ainda não havia promovido a execução, porque elas ainda NÃO estavam vencidas. Ele morreu, e as notas promissórias passam para seu herdeiro. Ele passa a ser o novo proprietário. Durante o curso do procedimento sucessório, ele verifica que as promissórias venceram, e que há um prazo de 2 anos prescricionais para ajuizar a ação de execução. Ele verifica que quem está atuando no processo sucessório é um juiz muito lento. O que vai acontecer se ele esperar até o fim? Vai prescrever. Ele então, promove a execução desses títulos.) (NO CURSO: o de cujus, quando vivo já tinha promovido a execução. Ele morreu no curso do processo de execução. Vai ocorrer uma substituição de parte. O inventariante vai peticionar ao juiz comprovando que ele é inventariante do espólio do falecido, autor da ação, e requer a substituição do polo ativo dessa relação. Sai o falecido e entra o inventariante. ) ➢➢ A substituição da parte também INDEPENDE da anuência do executado. *Exercícios no caderno! AULA 4- continuação b) Legitimidade Passiva: os legitimados passivos do processo de execução estão enumerados no art.779, CPC. Art. 779. A execução pode ser promovida contra: I - o devedor, reconhecido como tal no título executivo; (legitimado passivo originário) II - o espólio, os herdeiros ou os sucessores do devedor; (Espólio, ocorre quando o legitimado ordinário deixa de ser sujeito de direito, quando ele morre. Morto não tem personalidade, portanto não pode ser executado, mas as dividas permanecem e irão para o espólio. É legitimado passivo superveniente, porque o devedor era o falecido). III - o novo devedor que assumiu, com o consentimento do credor, a obrigação resultante do título executivo; (substituição de parte no polo passivo por ato intervivos. Diferente da substituição do polo ativo, aqui o exequente tem que concordar. Ex: filho tem uma execução, que pode o atrapalhar na posse do concurso público. Então N 1. Me 2. 3. o pai substitui o filho na execução. Ai o exequente analisa que ele tem bens, e topa a substituição! Isso tem que ser requerido ao juiz, que notifica o exequente para se manifestar sobre a petição de folhas tais.) IV - o fiador do débito constante em título extrajudicial; V - o responsável titular do bem vinculado por garantia real ao pagamento do débito; (Garantia real incide sobre bem móvel ou imóvel. Sobre bem móvel é penhor. Sobre bem imóvel é hipoteca.) VI - o responsável tributário, assim definido em lei. (dentro da ótica da relação jurídica tributária, nós temos 2 sujeitos: a figura do contribuinte, que é aquela que pratica o fato gerador do tributo, independentemente de ser ou não o sujeito passivo da obrigação. Contribuinte é apenas a pessoa que praticou o fato gerador. Ex: IPTU, ofato gerador sobre esse imposto é a propriedade de bem imóvel localizado em solo urbano. É possível que um recém-nascido seja proprietário de imóvel? Sim, apesar de não ter capacidade plena, ou seja, não pode praticar atos de disposição, ele continua sendo sujeito de direitos, e pode ser proprietário. No dia 1 de janeiro, ele é proprietário e praticou o fato gerador do IPTU. Ele é contribuinte. Então, a prefeitura vai encaminhar uma notificação regular de lançamento do IPTU. o bebê é o contribuinte, mas NÃO é o sujeito passivo. Sujeito passivo é aquele que é obrigado ao pagamento, neste caso será o responsável tributário, que é definido em lei, no CTN (Código Tributário Nacional). A execução vai recair sobre os pais, como responsáveis). Também são classificados em originários e supervenientes. ATENÇÃO: a substituição da parte, no polo passivo, por ato intervivos, DEPENDE da anuência do exequente. PROCESSOS EXECUTIVOS EM ESPÉCIE: 1) Processo de Execução Fiscal: legislação aplicável (art.1º, LEF)- Lei 6830\80 e, subsidiariamente, o CPC. ● Art. 1º - A execução judicial para cobrança da Dívida Ativa da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e respectivas autarquias será regida por esta Lei e, subsidiariamente, pelo Código de Processo Civil. A legislação aplicável é a lei especial, e esse artigo determina que aplica-se subsidiariamente o CPC. O exequente CIVIL, pessoa de direito privado, passou a ter alguns benefícios que a LEF não consentia a Fazenda pública. Aí a Procuradoria da Fazenda Nacional não gostou disso e criou o princípio do diálogo entre as fontes. Quando há conflito aparente de normas, lei especial afasta norma geral no que lhe for contrário. Esse princípio diz o contrário. O credito público é do Estado? Não, é da coletividade. Então, não há sentido dá preferência ao exequente privado em detrimento do exequente público. Então, se eu tenho disposições processuais civis, mesmo havendo disposição na LEF, se elas forem mais benéficas, irei aplicar a lei geral (CPC). Na execução civil, pode opor embargos sem garantia de juízo. Não é condição de procedibilidade, eu citado em execução civil, eu posso embargar sem a necessidade de garantir o juízo. Os embargos, se recebidos, só podem ser recebidos com efeito devolutivo, e não suspensivo. Já a execução fiscal, a garantia de juízo é condição de procedibilidade, se eu não garantia o juízo, os embargos não são recebidos. IMPORTANTE: a PFN e, parte da jurisprudência, têm entendimento da incidência do PRINCÍPIO DO DIÁLOGO ENTRE AS FONTES- mesmo havendo disposição na LEF, aplica-se as disposições do CPC quando mais favoráveis à Fazenda Pública. Objeto: COBRANÇA, em sede judicial, de créditos públicos de natureza tributária (tributos e multas tributárias) e de natureza não- tributária. Cobrança de créditos públicos. CUIDADO: a execução fiscal só serve para cobrar tributos? NÃO! A execução fiscal se presta para cobrança judicial de qualquer crédito publico, seja ele de natureza tributária ou não- tributária! No caso da tributária, vai cobrar Impostos, Taxas, Contribuições de Melhorias, Empréstimos Compulsórios e Contribuições sociais + multas tributárias, que decorrem de descumprimento de obrigação tributária solida. No caso de créditos não-tributários: ex: motorista ganha multa ao ultrapassar o sinal vermelho. A multa emitida e não paga gera um crédito a favor da Receita. O meio de pagar essa multa é a execução fiscal. Qualquer outro crédito não tributário também é cobrado pela via da execução fiscal. ● Art. 2º - Constitui Dívida Ativa da Fazenda Pública aquela definida como tributária ou não tributária na Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964, com as alterações posteriores, que estatui normas gerais de direito financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal. § 2º - A Dívida Ativa da Fazenda Pública, compreendendo a tributária e a não tributária, abrange atualização monetária, juros e multa de mora e demais encargos previstos em lei ou contrato. ⇨ Processa-se por meio de TÍTULO EXECUTIVO EXTRAJUDICIAL- a CDA (Certidão da Dívida Ativa). Ex: eu tenho ação de conhecimento proposta pelo Município contra motorista de carro que derrubou o muro de uma escola municipal. O cara ganhou. Como será a execução? Por processo sincrético, por cumprimento de sentença. É titulo executivo extrajudicial, a certidão da dívida ativa. IMPORTANTE: a inscrição do crédito público é procedimento administrativo efetuado pelo ÓRGÃO COMPETENTE. ● Art.2º § 3º - A inscrição, que se constitui no ato de controle administrativo da legalidade, será feita pelo órgão competente para apurar a liquidez e certeza do crédito e suspenderá a prescrição, para todos os efeitos de direito, por 180 dias, ou até a distribuição da execução fiscal, se esta ocorrer antes de findo aquele prazo. Havendo um crédito público vencido e não pago, ele passa a ser exigível. O primeiro procedimento é a inscrição desse crédito em cartório da divida ativa. Vai ter um tempo de inscrição em divida ativa. Igual quando uma criança nasce, o pai deve registrar em cartório, e será emitida a certidão de nascimento. Na inscrição da divida ativa, eu vou registrar que existe um crédito público certo e exigível a favor daquele determinado ente público. Após o registro, eu peço a certidão no cartório. Essa certidão é a CDA, que é o titulo executivo hábil a instruir a petição inicial da execução fiscal. Quem faz a inscrição em divida ativa? A LEF diz que é o ÓRGÃO COMPETENTE. Isso varia para cada pessoa jurídica de direito público. No caso dos créditos da União, a LEF apresenta como órgão competente a Procuradoria da Fazenda Nacional (PFN). Lá dentro existe o Cartório da Dívida ativa da União. A PFN inscreve, extrai a certidão e passa a ser um titulo executivo. Quem promove a execução? PFN. Quem gera o titulo executivo? PFN. CUIDADO: quem é o autor da ação de execução fiscal? É a União, nesse caso. A PFN é apenas órgão de representação. Se for o Estado, olha-se qual o órgão competente na legislação estadual. ⇨ A CDA goza de PRESUNÇÃO RELATIVA DE CERTEZA E LIQUIDEZ, ou seja, pode ser ilidida por meio de prova inequívoca. ● Art. 3º - A Dívida Ativa regularmente inscrita goza da presunção de certeza e liquidez. Parágrafo Único - A presunção a que se refere este artigo é relativa e pode ser ilidida por prova inequívoca, a cargo do executado ou de terceiro, a quem aproveite. Como título executivo, a CDA goza de presunção RELATIVA, porque poderá ser atacada. Ex: sofri uma execução fiscal de IPTU, que eu havia pago. O crédito será extinto. Tá cobrando divida inexistente. Se fosse presunção absoluta, não caberia defesa, deveria pagar de novo. ⇨ A inscrição do crédito público em cartório da divida ativa opera efeito de SUSPENDER o curso do prazo prescricional por até 180 dias. ● Art.2º§ 3º - A inscrição, que se constitui no ato de controle administrativo da legalidade, será feita pelo órgão competente para apurar a liquidez e certeza do crédito e suspenderá a prescrição, para todos os efeitos de direito, por 180 dias, ou até a distribuição da execução fiscal, se esta ocorrer antes de findo aquele prazo. Dependendo da natureza do crédito, eu vou ter prazos de prescrição diferentes. No caso de créditos de natureza tributária, quem define o prazo de prescrição é o Código Tributário Nacional, que estabelece que a prescrição para cobrança em juízo dos creditos tributários prescreve em 5 anos! No momento em que é feita a INSCRIÇÃO na divida ativa, ocorre a SUSPENSÃO do prazo da prescrição, ou seja, comecei a contar a prescrição, e no 2º ano ocorreu a suspensão. Terminou a suspensão, continua a contar o prazo. Espera os 180 dias, depois continua a contar o prazo até os 5 anos. ⇨ O termo de inscrição em divida ativa deverá conter os seguintes elementos: ● Art.2º § 5º - O Termo de Inscrição de Dívida Ativa deverá conter: I - o nome do devedor, dos co-responsáveis e, sempre que conhecido, o domicílio ou residência de um e de outros; (indica o devedor) II - o valor originário da dívida, bem como o termo inicial e a forma de calcular os juros de mora e demais encargos previstos em lei ou contrato; III - a origem, a natureza e o fundamento legal ou contratual da dívida; (indica a natureza do débito; os dispositivos legais em caso de matéria tributária, ou contratuais em caso de dívida ativa não tributária. NÃO posso me inscrever em dívida ativa sem fundamento. Devo dizer, por exemplo, que é IPTU, relativo a tal imóvel, com tal matricula, etc). IV - a indicação, se for o caso, de estar a dívida sujeita à atualização monetária, bem como o respectivo fundamento legal e o termo inicial para o cálculo; (taxa Selic) V - a data e o número da inscrição, no Registro de Dívida Ativa; e (data da inscrição é importante para o executado saber se ocorreu ou não a prescrição no momento da distribuição da ação.) VI - o número do processo administrativo ou do auto de infração, se neles estiver apurado o valor da dívida. (auto de infração, como multa de transito, é administrativo.) --Quando eu tiver um crédito de natureza tributária,além dessas informações, a CDA deve conter a data de ocorrência do fato gerador e a data do lançamento, para que o executado posso verificar se ocorreu prescrição ou decadência. (vamos ver período que vem). ATENÇÃO: a CDA deverá conter os MESMOS ELEMENTOS do termo de inscrição em dívida ativa. A certidão da divida ativa deve conter TODOS os elementos previstos na inscrição, inclusive os fundamentos legais. Se eu recebo uma execução fiscal sem fundamentos, ela é NULA, por descumprimento de expressa disposição em lei. ● Art.2º § 6º - A Certidão de Dívida Ativa conterá os mesmos elementos do Termo de Inscrição e será autenticada pela autoridade competente. Legitimidade: a) Ativa: pessoa jurídica de direito público interno, titular do crédito público definido na CDA. (União, os Estados, Distrito Federal, Territórios, Municípios, autarquias (inclusive as associações públicas) e demais entidades de caráter público que a lei assim definir.) Ex: Caixa Econômica; Autarquias; Fundações públicas. Banco do Brasil, Petrobras, são privados e será feito a execução civil. \ se é credito da União, o legitimado ativo será a União. Se for Estado, Estado, o Município, será o Município etc. OBS: Art.2º § 9º - O prazo para a cobrança das contribuições previdenciárias continua a ser o estabelecido no artigo 144 da Lei nº 3.807, de 26 de agosto de 1960. (AFASTADO PELO STF)- estabelecia que o prazo para cobrança de crédito previdenciário ocorreria em 15 anos. Aí depois a lei nova estabeleceu que seria de 10 anos. Daí o STF disse que cobranças previdenciárias são cobranças sociais, portanto são tributos, e quem determina o prazo da prescrição tributária é a LEF, que estabelece prazo de 5 anos. Os créditos tributários, sejam eles previdenciários ou não, prescrevem em 5 anos. A lei previdenciária é lei ordinária, não pode fazer leis gerais. O que vale é o CTN (código tributário nacional). b) Passiva: Devedor Originário; Fiador; Espólio; Massa Falida; Responsável. ● Art. 4º - A execução fiscal poderá ser promovida contra: I - o devedor; II - o fiador; III - o espólio; IV - a massa; V - o responsável, nos termos da lei, por dívidas, tributárias ou não, de pessoas físicas ou pessoas jurídicas de direito privado; e VI - os sucessores a qualquer título. Procedimento: ● Petição Inicial instruída com a CDA, endereçada ao juízo competente.(se é credito da União, o juízo competente é a Vara de Fazenda Pública Federal). Ações contra a fazenda pública, o processo é eletrônico, mas ela ainda tem que receber citação pessoalmente. ● Art. 6º - A petição inicial indicará apenas: I - o Juiz a quem é dirigida; II - o pedido; e III - o requerimento para a citação. § 1º - A petição inicial será instruída com a Certidão da Dívida Ativa, que dela fará parte integrante, como se estivesse transcrita. § 2º - A petição inicial e a Certidão de Dívida Ativa poderão constituir um único documento, preparado inclusive por processo eletrônico. § 3º - A produção de provas pela Fazenda Pública independe de requerimento na petição inicial. § 4º - O valor da causa será o da dívida constante da certidão, com os encargos legais. ● O executado será citado para, no prazo de 5 dias, PAGAR ou GARANTIR a execução. --Tem diferença de prazo e de conteúdo do despacho citatório: na execução CÍVEL, é citado para PAGAR. Na execução fiscal,é PAGAR ou GARANTIR o juízo (nomeando um bem a penhora; com depósito em dinheiro; com títulos de créditos; com joias, ouro). Se ele não pagou e garantiu o juízo, com que objetivo ele fez isso? Porque ele quer embargar. Porque se ele não embargar, a garantia Será levantada, converte em renda e extingue a execução, e o cara acabou “pagando”. Ele terá 30 dias para opor embargos. ● Art. 8º - O executado será citado para, no prazo de 5 (cinco) dias, pagar a dívida com os juros e multa de mora e encargos indicados na Certidão de Dívida Ativa, ou garantir a execução, observadas as seguintes normas: I - a citação será feita pelo correio, com aviso de recepção, se a Fazenda Pública não a requerer por outra forma; II - a citação pelo correio considera-se feita na data da entrega da carta no endereço do executado, ou, se a data for omitida, no aviso de recepção, 10 (dez) dias após a entrega da carta à agência postal; III - se o aviso de recepção não retornar no prazo de 15 (quinze) dias da entrega da carta à agência postal, a citação será feita por Oficial de Justiça ou por edital; IV - o edital de citação será afixado na sede do Juízo, publicado uma só vez no órgão oficial, gratuitamente, como expedientejudiciário, com o prazo de 30 (trinta) dias, e conterá, apenas, a indicação da exeqüente, o nome do devedor e dos co-responsáveis, a quantia devida, a natureza da dívida, a data e o número da inscrição no Registro da Dívida Ativa, o prazo e o endereço da sede do Juízo. § 1º - O executado ausente do País será citado por edital, com prazo de 60 (sessenta) dias. ATENÇÃO: o DESPACHO do juiz ordenando a citação INTERROMPE o prazo da prescrição. Antes, a interrupção da prescrição ocorria antes da citação do executado. Hoje, a interrupção opera-se pelo despacho que ordena a citação. Eu terei +5 anos. se eu já distribui a execução, ainda existe interrupção? Sim, porque eu posso atacar o titulo executivo, e com o despacho ele terá mais 5 anos para promover nova execução; ou para delimitar mais 5 anos para que ocorra a prescrição intercorrente, que ocorre no curso do processo já iniciado. Então, eu tenho uma execução fiscal e a Fazenda fuçou e não achou bens. Aí o PFN requer ao juiz o sobrestamento do processo, para evitar preclusão. Daí vem o despacho do juiz: a pedido da PFN, o feito fica sobrestado nesta data, começando a contar o prazo da prescrição intercorrente. Passados os 5 anos dessa prescrição intercorrente, ocorre a extinção do processo. ● Art. 8º § 2º - O despacho do Juiz, que ordenar a citação, interrompe a prescrição. Garantia do Juízo: ● Art. 9º - Em garantia da execução, pelo valor da dívida, juros e multa de mora e encargos indicados na Certidão de Dívida Ativa, o executado poderá: I - efetuar depósito em dinheiro, à ordem do Juízo em estabelecimento oficial de crédito, que assegure atualização monetária; II - oferecer fiança bancária ou seguro garantia; III - nomear bens à penhora, observada a ordem do artigo 11; ou IV - indicar à penhora bens oferecidos por terceiros e aceitos pela Fazenda Pública. ⇨ Não ocorrendo pagamento\ garantia: PENHORA que pode recair sobre todos os bens do devedor (exceto os bens legalmente impenhoráveis). ● Art. 10 - Não ocorrendo o pagamento, nem a garantia da execução de que trata o artigo 9º, a penhora poderá recair em qualquer bem do executado, exceto os que a lei declare absolutamente impenhoráveis. Principio da patrimonialidade. ⇨ Havendo a penhora, o executado pode requerer ao Juiz a substituição da penhora. Ex: a Fazenda Pública requereu a penhora de um determinado imóvel. O juiz defere. O cara percebe que a penhora é de 2 milhões e a execução é de só 1 milhão. Ele tem um imóvel que vale 1,5 milhão, ele pede ao juiz que troque. É o princípio da menor onerosidade ao executado. ● Art. 15 - Em qualquer fase do processo, será deferida pelo Juiz: I - ao executado, a substituição da penhora por depósito em dinheiro, fiança bancária ou seguro garantia; e II - à Fazenda Pública, a substituição dos bens penhorados por outros, independentemente da ordem enumerada no artigo 11, bem como o reforço da penhora insuficiente. IMPORTANTE: penhora eletrônica: BACENJUD e RENAJUD. É a penhora online. A BACENJUD é no próprio sistema, onde o serventuário fuça dentro do banco central, se aquele CPF tem alguma conta bancária, poupança e já solicita o bloqueio até o valor da execução. Ex: execução de 500 mil, o cara tem 1 milhão na conta, bloqueia 500 mil. Quando tem menos, bloqueia tudo. O RENAJUD, é o bloqueio de transferência de veículos, registrados no DETRAN, podem ser objeto de penhora online.
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