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PREPARO DE SOLO FLORESTAL Sétima Aula Teórica Prof. Volpato 1.0. Introdução Ao conjunto de operações que se realizam com a finalidade de dar ao terreno condições ótimas para receber sementes, órgãos de reproduções vegetativas ou mudas das plantas cultivadas, dá-se o nome de preparo do solo. Quando o terreno estiver recoberto de vegetação natural ou com sua superfície irregular, torna-se necessário a remoção desses obstáculos para implantação de culturas ou para outros fins. Assim sendo, essas operações requeridas são chamadas de preparo inicial do solo. Depois do preparo inicial do solo, o terreno passa a ter condições de ser cultivada e o preparo do solo florestal passa a ser periódico, isto é, a cada ciclo de renovação florestal. 2.0. Preparo Inicial do Solo O preparo inicial do solo compreende operações necessárias, no sentido de criar condições de implantação de cultivos. Quando se trata de áreas cobertas com vegetação natural (mata, capoeira, etc.) ou artificial (pastagens, culturas perenes, semi-perenes ou anuais), deverá ser feito o desmatamento manual ou mecanizado e, se necessário, a movimentação de terra para tornar a superfície regular e facilmente trabalhável. O preparo inicial do solo compreende as operações necessárias para criar as condições de implantação de culturas, em áreas não utilizadas anteriormente, podendo ser áreas cobertas com vegetação (mata, capoeira, pastagens, pasto sujo, culturas perenes ou anuais) ou áreas com superfície irregular (movimentação de terra). Os fatores que influenciam o preparo inicial são: 2.1. Vegetação O tipo de operação a ser realizada para o desmatamento é influenciada diretamente pelo tipo de vegetação encontrada, necessitando desta forma um levantamento detalhado das espécies encontradas assim como o seu tamanho. A vegetação encontrada para a realização deste tipo de operação pode variar deste uma mata virgem, capoeirão até a vegetação de cerrado. 2.2. Condições do solo O aspecto observado no solo é quantidade de pedras assim como a sua umidade e tipo de solo. 2.3. Topografia O relevo acidentado pode dificultar o trabalhos das máquinas, ou até mesmo impedir algumas das operações. 2.4. Chuvas e condições meteorológicas As chuvas podem impedir o trabalho das máquinas em todas as operações no campo. 2.5. Finalidade do terreno É outro fator que pode influenciar o tipo de operações a serem realizadas, já que a área desmatada poderá servir para a implantação de alguma cultura, ou limpeza para construção de barragens. Assim sendo, podem-se separar as operações de preparo inicial do solo em: Operações de desmatamento; Operações de movimentação de terra. 3.0 Operações de desmatamento As operações de desmatamento envolvem trabalhos que visam a remoção completa da cobertura vegetal existente e consequente desnudamento do solo. O desmatamento compreende as seguintes operações: derrubada da vegetação; destocamento; enleiramento dos troncos, tocos e restos de vegetação e limpeza da área mobilizada e desenraizamento. O encoivaramento é a última etapa do processo de preparação do solo para o plantio. Botar em coivaras, enfeixar. Juntar os restos do mato para queimada. 3. 1. Derrubada da vegetação O tipo de operação a ser realizada para o desmatamento é influenciada diretamente pelo tipo de vegetação encontrada, necessitando desta forma um levantamento detalhado das espécies encontradas assim como o seu tamanho. As áreas para desmatamento são muito variadas e podem se apresentar da seguintr forma: a) Vegetação de grande porte: Floresta primária (atlântica, amazônica), floresta secundaria, floresta do tipo cerradão e outras. b) Vegetação de médio porte: Cerrado, capoeira, restinga, caatinga, e outras. c) Vegetação de pequeno porte: Pasto limpo, pasto sujo, campo limpo, campo sujo, etc. d) Culturas perenes: café, citros, frutíferas em geral, etc. e) Tocos esparsos: em pasto sem vegetação e de desmatamento manual. 3.1.1. Vegetação de grande porte: Para a derrubada de Floresta primária (atlântica, amazônica), floresta secundária, floresta do tipo cerradão e outras deste porte, pelo fato de encontrarmos árvores de grande porte, esta operação de derrubada é realizada por meio do corte da árvore com lâminas de corte acopladas em tratores de esteiras. Existem dois tipos principais de laminas cortadoras de arvores: 3.1.1.1. Lâminas em ângulo São chamadas também de Lâmina ROME KG, ela é formada pelo ferrão, que introduz a faca; pela faca que tem a função de iniciar o corte da árvore e pela borda cortante que se prolonga por toda a extensão da lâmina para fazer a limpeza do terreno e corte de outras pequenas plantas; e pela Barra-Guia que tem por finalidade empurrar o material cortado para frente. Figura 1. Lâmina ROME KG Tabela 1: Modelo trator D5B D6D D7G D8K Lâmina KGBA6B KGBA6CA KFBA7E KGBA8 Largura (m) 3,16 3,16 3,40 3,76 Peso (kg) 1520 1530 2350 3090 3.1.1.2 Lâminas em V Também conhecidas por lâminas FLECO. Diferencia-se da lâmina em ângulo pelo fato de o ferrão e a faca estar centralizada na lâmina, fazendo que tenha um formato em V. As lâminas fixas (Buldozer) ou anguláveis (Angledozer) utilizadas geralmente nas operações de terraplenagem também podem ser utilizadas nas operações de desmatamento, mas com o inconveniente de se ter uma menor capacidade operacional. Figura 2. Lâmina FLECO Tabela 2: Modelo trator D4E D5B D6D D7G D8K Lâmina VT4 VT5 VT6 VT7 VT8A VT8B Largura (m) 2,49 3,05 3,05 3,30 3,66 4,27 Altura total (m) 1,04 1,12 1,12 1,24 130, 1,30 Extensão seccional (mm) 610 760 760 940 1220 1220 Peso (kg) 1710 2270 2760 3720 5550 5710 2.1.1.1.3 Estimativa do desempenho na derrubada A primeira providência a ser tomada para a realização do planejamento é demarcação da área, e realizar o levantamento das espécies e o tamanho das árvores por meio de uma amostragem em uma área de aproximadamente de 1000 m 2 . Densidade de árvores com menos de 30 cm de diâmetro Densa: Mais de 1480 árvores/ha Média: 990 a 1480 árvores/ha Rala: Menos de 990 árvores/ha Percentagem de árvores de Lei A quantidade de madeira de cerne dura pode aumentar ou diminuir a capacidade operacional, de acordo com a sua densidade. A estimativa tempo para a realização do desmatamento de 1 ha é realizada por meio da expressão: T = X (A x B + M1 N1 + M2 N2 + M3 N3 + M4 N4 + D x F) Onde: T - tempo por hectare; A - fator de concentração ou presença de cipós que afetam o tempo básico; Incidência (Árvores/ha) Coeficiente (A) Mais de 1480 2 990 - 1480 1 Menos de 990 0,7 Em casos que ocorra uma grande quantidade de cipós, deve ser somado ao valor de A, mais 1. Quando a operação da destoca das árvores com diâmetro acima de 30 cm for realizada juntamente com a derrubada, deve-se acrescentar 25% no tempo de preparo do terreno,caso as operações forem realizadas separadamente, deve-se acrescentar 50% do tempototal para o preparo do terreno. X - fator de concentração de madeiras de lei que afetam o tempo básico; Incidência (%) Coeficiente (X) 75-100 +30 25-50 0 0-25 -30 B - tempo básico para cada trator, por ha M - minutos por árvore em cada diâmetro; Trator (C.V.) Tempo Básico (min/ha) 31-60 M1 61-90 M2 91-120 M3 121-180 M4 Acima de 180 a Cada 30 cm (F) 142 100 0,8 4,0 8,0 -- -- 203 62 0,5 1,8 3,6 11 3,6 305 51 0,3 1,5 2,5 7 2,0 406 45 0,2 0,5 1,5 4 1,2 N - Número de árvorespor hectare, em cada classe de diâmetro, obtido no levantamento no campo; D - soma dos diâmetros, em metros, de todas as árvores por ha, com diâmetro acima de 1,80 m ao nível do solo, obtida no levantamento de campo. F - minutos por metro de diâmetro para árvores com mais de 1,80 m de diâmetro. 2.1.1.2. Vegetação de médio porte: Derrubada de Cerrado Nas matas com predominância do cerrado as árvores não são de grande porte, portanto pode-se utilizara a derrubada da árvore por meio do arranquio total da planta. Lamina Rome K/G Correntão O correntão é uma das formas de desmatamento de áreas que não tem árvores de grande porte. O correntão pode ser classificado conforme seu peso e comprimento. Quanto ao seu peso pode ser classificado em leve, médio e pesado, onde o peso varia de 50 a 80, de 80 a 100 e de 100 a 120 kg/m respectivamente. A classificação em função do seu comprimento, ela pode ser normal, caso ela tenha um comprimento de 90 a 120 m, ou longa se tiver um comprimento de 120 a 150 m. Nas correntes podem ser adicionados elos giratórios com o intuito de se facilitar as operações, assim como podem ser adicionados esfera de ferro, que podem ser preenchidas com areia ou água, para que a corrente sempre se mantenha a uma altura ideal. Para tracionar a corrente são utilizados dois tratores de esteiras, um em cada extremidade, sendo a potência desses tratores variando de 120 a 300 c.v. A largura máxima de trabalho não deve ser superior a 1/3 do comprimento do correntão e a largura de trabalho não deve ser superior também a 2,5 vezes a alturas das árvores do talhão. Para uma melhor eficiência nas operações com o correntão, o correntão é passado por duas vezes, mas em sentido contrários, com a finalidade de arrancar a vegetação que sofreram apenas acamamento. Figura 3: Ilustração do trabalho de desmatamento de um cerrado por meio de correntão. 2.1.1.1. Vegetação de pequeno porte: Derrubada com lâmina ROME K/G Este tipo de lâmina também pode ser utilizado para o desmatamento de áreas com arbustos. A vegetação é cortada rente ao solo e é acumulada no lado direito do trator. A derrubada de árvores isoladas se faz necessários no uso de correntões. Esta derrubada pode ser realizada por meio de tratores de esteiras e um equipamento denominado de TREE PUSHER, que é formado de uma lança para que a árvore possa ser empurrada de uma altura maior do solo. Outra forma é a utilização de um moto-serra. Destoca Após a derrubada da árvore por meio da utilização das lâminas, existe a necessidade de realiza a destoca. Esta destoca pode ser realizada pela própria lâmina ou pela ação de destocadores específicos para esta operação. Os destocadores podem ser do tipo frontais ou acoplados na parte traseira do trator. Os acoplados na parte frontal dos tratores são colocados substituindo-se a lâmina e por meio de impactos no toco, o toco é retirado do solo. Enleiramento Depois da derrubada da vegetação a operação realizada é o enleiramento. Esta operação tem por finalidade enleirar o material derrubado formando curvas de níveis, a operação pode ser realizada no momento da derrubada ou após a derrubada, dependendo da forma escolhida para o desmatamento. Uma das formas de enleiramento é por meio da utilização da lâmina ROME K/G. A sua utilização é recomendada na falta do enleirador, pois tem o problema de transportar terra juntamente com a vegetação. Os Ancinhos Enleiradores são equipamentos específicos para as operações de enleiramento quando a derrubada é realizada por meio das lâminas ROME K/G.
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