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Teoria Geral do Processo Cautelar - 1 av

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Walkyria Bezerra 
 
Processo Cautelar 
Anotações das aulas – 1ª Av. 2015.1 
1 
Teoria Geral do Processo Cautelar 
O Processo Cautelar consiste numa terceira forma de manifestação de jurisdição. Nele o objeto 
é resguardar bens, pessoas ou provas com finalidade de assegurar a eficácia de outro 
processo, dito ‘principal’. 
É característica do P.C: 
1. Acessoriedade: O P.C é acessório, tendo em vista que sua finalidade é apenas 
assegurar a eficácia do processo principal, seja ele de conhecimento ou de execução. 
Se extinto o principal extingue-se também o cautelar. 
2. Autonomia: Possui procedimento próprio 
3. Sumariedade: Possui o procedimento mais curto. O juízo de cognição tamb´´em é mais 
curto, célere. Necessita de dois requisitos para serem reconhecidos pelo juiz: 1 – O 
Periculum in mora e 2- O Fomus Bonis Juris. 
“O juiz determinará as medias provisórias que julgar adequadas, quando houver fundado 
receio de que uma parte, antes do julgamento da lide, cause ao direito da outra lesão grade 
e de difícil reparação” – art. 798, CPC. 
Classificação 
1. Quanto ao tempo: 
1.1. Preparatório: É aquele ajuizado antes mesmo da existência do processo principal. 
Proposto a Ação Cautelar em caráter preparatório, a parte deverá propor a ação 
principal no prazo de 30 dias contados da data da efetivação da medida cautelar, sob 
pena de perda da eficácia da medida cautelar. 
“O procedimento cautelar pode ser instaurado antes, ou no curso do processo principal e 
deste é sempre dependente” – art. 796, CPC. 
“As medidas cautelares, serão requeridas ao juiz da causa; e, quando preparatórias ao juiz 
competente para conhecer da ação principal” – art. 800, CPC. 
“Cabe à parte propor a ação, no prazo de 30 dias, contados da data da efetivação da medida 
cautelar, quando esta for concedida em procedimento preparatório” – art. 806, CPC. 
1.2. Incidental: É aquele proposto no curso do processo. 
“O procedimento cautelar pode ser instaurado antes, ou no curso do processo principal e 
deste é sempre dependente” – art. 796, CPC. 
2. Quanto à natureza: 
2.1. Típica: Aquela expressamente prevista pelo legislador. 
2.2. Atípica: Aquela que embora não esteja prevista expressamente pelo legislador poderá 
ser utilizada quando presentes os requisitos legais. 
 
 
 
 
 
Walkyria Bezerra 
 
Processo Cautelar 
Anotações das aulas – 1ª Av. 2015.1 
2 
NÃO CONFUNDIR 
Ação Cautelar Processo Cautelar Medida Cautelar Liminar em Ação 
Cautelar 
Instrumento 
responsável por 
provocar a jurisdição 
cautelar 
Instrumento utilizado 
pela jurisdição 
cautelar para 
resolver a lide 
cautelar 
É a providencia 
jurisdicional concreta 
deferida no processo 
cautelar 
É a medida cautelar 
concedida de forma 
antecipada no 
processo cautelar. 
 
Tutela Cautelar não se confunde com Tutela Antecipada, apesar de serem espécies do gênero 
“tutelas de urgência”. A Tutela Cautelar não possui caráter satisfativo, ao passo que a Tutela 
Antecipada possui, haja vista que a mesma antecipa o objeto da demanda principal. Noutros 
termos, enquanto a Tutela Cautelar assegura o objeto da demanda principal, a Tutela 
Antecipada concede de imediato tal objeto. 
Tutela Antecipada 
“O juiz poderá, a requerimento da parte, antecipar, total ou parcialmente, o efeito da tutela 
pretendida no pedido inicial, desde que, existindo prova inequívoca, se convença da 
verossimilhança das alegações” art. 273 
Consiste numa proteção jurisdicional antecipada representada pelo gozo imediato e provisório 
do bem ou direito perseguido. 
1. Dos requisitos: 
 Gerais: Requerimento da parte prova inequívoco e verossimilhança das alegações 
(caput do art 273) 
 
 Alternativos: fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação, ou haja o 
abuso de direito de defesa ou manifesto proposito protelatório do réu. (incisos do art. 
273) 
O juiz não concederá a tutela antecipada se houver perigo de irreversibilidade da medida. 
 
3. Nomenclatura: 
3.1. Requerente: é aquele que propõe a ação cautelar. 
3.2. Requerido: é aquele contra qual a ação é proposta. 
 
4. Procedimento: 
Sendo a Ação Cautelar Preparatória, deverá a mesma ser proposta perante o juízo competente 
para conhecer da ação principal. Já a Ação Cautelar Incidental será proposta perante o juízo 
onde tramita a ação principal. Estando a ação tramitando em fase recursal, a Ação Cautelar 
será proposta diretamente no Tribunal. 
“As medidas cautelares, serão requeridas ao juiz da causa; e, quando preparatórias ao juiz 
 
 
Walkyria Bezerra 
 
Processo Cautelar 
Anotações das aulas – 1ª Av. 2015.1 
3 
competente para conhecer da ação principal” – art. 800, CPC. 
5. Petição Inicial: 
Art. 801. O requerente pleiteará a medida cautelar em petição escrita, que indicará: 
I - a autoridade judiciária, a que for dirigida; 
II - o nome, o estado civil, a profissão e a residência do requerente e do requerido; 
III - a lide e seu fundamento; 
IV - a exposição sumária do direito ameaçado e o receio da lesão; 
V - as provas que serão produzidas. 
Parágrafo único. Não se exigirá o requisito do no III senão quando a medida cautelar for 
requerida em procedimento preparatório. 
 
6. Admissibilidade: 
 
Apresentada petição inicial, os autos irão conclusos para o juízo de admissibilidade e eventual 
concessão da media cautelar de forma liminar. O juiz poderá conceder, sem ouvir a outra 
parte, a medida cautelar liminarmente ou após justificação prévia quando perceber que este 
sendo citado torne a medida ineficaz. 
 
Art. 804. É lícito ao juiz conceder liminarmente ou após justificação prévia a 
medida cautelar, sem ouvir o réu, quando verificar que este, sendo citado, poderá 
torná-la ineficaz; caso em que poderá determinar que o requerente preste caução 
real ou fidejussória de ressarcir os danos que o requerido possa vir a sofrer. 
 
A justificação previa é a audiência destinada a comprovação dos requisitos ensejadores da 
medida cautelar. A mesma será realizada com a participação do requerente e das testemunhas 
por ele trazida. Urge ressaltar que a audiência será realizada em segredo e de plano, ou seja, 
imediatamente. 
7. Citação: 
Concedia ou não a medida cautelar, o juiz determinará a citação do requerido para 
que apresente contestação no prazo de 5 dias. 
Art. 802. O requerido será citado, qualquer que seja o procedimento cautelar, 
para, no prazo de 5 (cinco) dias, contestar o pedido, indicando as provas que 
pretende produzir. 
Parágrafo único. Conta-se o prazo, da juntada aos autos do mandado: 
I - de citação devidamente cumprido; 
II - da execução da medida cautelar, quando concedida liminarmente ou após 
justificação prévia. 
 
8. Conteúdo: 
A contestação versará sobre a existência ou não dos requisitos ensejadores da medida 
cautelar. 
9. Revelia: 
Não contestado o pedido presumir-se-ão como verdadeiros os fatos afirmados na 
petição inicial. 
 
 
Walkyria Bezerra 
 
Processo Cautelar 
Anotações das aulas – 1ª Av. 2015.1 
4 
A doutrina majoritária entende que não cabe reconvenção na cautelar. 
Art. 803. Não sendo contestado o pedido, presumir-se-ão aceitos pelo requerido, 
como verdadeiros, os fatos alegados pelo requerente (arts. 285 e 319); caso em 
que o juiz decidirá dentro em 5 (cinco) dias 
Parágrafo único. Se o requerido contestar no prazo legal, o juiz designará 
audiência de instrução e julgamento, havendo prova a ser nela produzida. 
 
10. Instrução: 
É iminentemente documental, de modo que o juiz decide com base nos documentos trazidos 
na petição inicial e contestação. 
11. Sentença: 
Instruído o feito os outros irão conclusos para o juiz proferir a sentença. Nesse contexto valeressaltar que a sentença proferida no processo cautelar NÃO FAZ COISA JULGADA no processo 
principal, saldo quando o juiz no processo cautelar pronunciar a prescrição ou decadência. 
Arresto 
Apreensão judicial de bens indeterminados com o objetivo de assegurar uma futura 
execução por quantia certa. 
 
1. Pressupostos: 
A concessão do arresto depende do atendimento de dois requisitos, são eles: prova literal 
da dívida líquida e certa e prova dos atos lesivos. 
Art. 814. Para a concessão do arresto é essencial: 
I - prova literal da dívida líquida e certa; 
 II - prova documental ou justificação de algum dos casos mencionados no artigo 
antecedente 
Parágrafo único. Equipara-se à prova literal da dívida líquida e certa, para efeito 
de concessão de arresto, a sentença, líquida ou ilíquida, pendente de recurso, 
condenando o devedor ao pagamento de dinheiro ou de prestação que em 
dinheiro possa converter-se. 
 
2. Justificação prévia: 
Apresentado a petição inicial de arresto e o magistrado não tiver suficientemente convencido 
da existência dos atos lesivos, deverá o mesmo designar audiência de justificação previa. Esta 
será realizada em segredo e de plano, e seu objetivo é demonstrar através de testemunhas o 
periculum in mora. 
Art. 815. A justificação prévia, quando ao juiz parecer indispensável, far-se-á em 
segredo e de plano, reduzindo-se a termo o depoimento das testemunhas. 
Sequestro 
É a apreensão judicial de bem determinado com o objetivo de assegurar uma futura execução 
para entrega da coisa. 
 
 
Walkyria Bezerra 
 
Processo Cautelar 
Anotações das aulas – 1ª Av. 2015.1 
5 
1. Distinção: 
Arresto ≠ Sequestro: Arresto e Sequestro não se confundem, embora ambas as medidas 
incidam sobre bens. No Arresto o objeto é assegurar uma futura execução por quantia certa, 
ao passo que no sequestro o objetivo é assegurar uma futura execução para entrega de coisa. 
Ademais, o arresto incide sobre bens indeterminados (tantos quantos bastem para o 
pagamento da dívida) ao passo que no sequestro a medida incide sobre bem determinado 
(bem litigioso). 
2. Casuística: 
O juiz poderá determinar o sequestro dos bens móveis, imóveis e semoventes, quando diante 
de uma disputa judicial houver perigo de rixas ou danificações. Dos frutos e rendimentos do 
imóvel, quando o réu condenado por sentença os tiver dissipando; dos bens do casal, quando 
um dos conjugues o estiver dilapidando, e nos demais casos previsto em lei. 
3. Nomeação de depositário: 
Deferido o sequestro o juiz determinará a expedição de mandado. Lavrado o auto de 
sequestro será nomeado o depositário. Tal função será exercida por um terceiro escolhido de 
comum acordo pelas partes. Não havendo acordo a função de depositário recairá sob a parte 
que oferecer maior garantia. 
Art. 824. Incumbe ao juiz nomear o depositário dos bens sequestrados. A escolha 
poderá, todavia, recair: 
I - em pessoa indicada, de comum acordo, pelas partes; 
II - em uma das partes, desde que ofereça maiores garantias e preste caução 
idônea. 
Busca e Apreensão 
Possui caráter residual, ou seja, caberá apenas quando não couber o arresto nem o sequestro. 
Incide sobre bens (natureza real) e sobre pessoas (natureza pessoal). 
1. Variações jurídicas 
 Busca e apreensão como medida incidental na execução : 
Art. 461-A. Na ação que tenha por objeto a entrega de coisa, o juiz, ao conceder a 
tutela específica, fixará o prazo para o cumprimento da obrigação. 
§ 2o Não cumprida a obrigação no prazo estabelecido, expedir-se-á em favor do 
credor mandado de busca e apreensão ou de imissão na posse, conforme se tratar 
de coisa móvel ou imóvel. 
 
Uma vez deferida a liminar será expedido mandado com a indicação da casa ou do lugar em 
que deve ocorrer a diligência, com a descrição da pessoa ou da coisa procurada e o destino a 
lhe dar, assim como com a assinatura do juiz, de quem emanar a ordem. Por expressa 
determinação do artigo 842 do CPC, o cumprimento do mandado exige a presença de dois 
oficiais de justiça e duas testemunhas. Diante da recusa em aceitar o cumprimento do 
mandado, os oficiais de justiça tem o poder de arrombar as portas externas, bem como as 
internas e quaisquer móveis onde se presumam que esteja oculta a pessoa ou a coisa 
procurada.

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