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176 Recurso de Agravo Interno

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Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo – Excelentíssimo Senhor Doutor Desembargador Relator
Agravo de Instrumento nº 0000000-00.0000.0.00.0000-
Sala 000 / 1a Câmara de Direito Privado
Agravante: V. M. R.
Agravado: B. L. R.
V. M. R., já qualificada, por seu Advogado que esta subscreve, com escritório na Rua Francisco Martins, no 00, Centro, cidade de Mogi das Cruzes-SP, CEP 00000-000, onde recebe intimações (e-mail: gediel@gsa.com.br), vem à presença de Vossa Excelência, não se conformando, data venia, com a r. decisão que decretou a deserção em recurso de agravo de instrumentos, contra ela interpor “agravo interno”, nos termos do art. 1.021 do Código de Processo Civil, em conformidade com as inclusas razões.
Requer, portanto, seja o presente recebido e regularmente processado.
Termos em que,
p. deferimento.
Mogi das Cruzes / São Paulo, 00 de março de 0000.
Gediel Claudino de Araujo Júnior
OAB/SP 000.000
RAZÕES DO RECURSO
Agravo de Instrumento no 0000000-00.0000.0.00.0000
Agravante: V. M. R.
Agravado: B. L. R. / o Juízo
Egrégio Tribunal
Colenda Câmara
Dos Fatos:
Em 00 de fevereiro de 0000, a agravante interpôs recurso de agravo de instrumento contra r. decisão do douto Juiz da Terceira Vara Cível da Comarca de Mogi das Cruzes que, em ação de despejo por falta de pagamento cumulada com cobrança, concedeu a tutela provisória, no sentido de determinar a imediata desocupação do imóvel locado (locação sem garantia), sob o argumento de que se tratava de locação sem garantia.
Inconformado com esta decisão, o recorrente interpôs o competente recurso de agravo de instrumento.
Formados os autos, este foram conclusos para o ilustre Relator lhe negou seguimento, sob o argumento de que teria havido falha na formação do recurso, mais precisamente na omissão quanto ao preenchimento correto da guia relativa ao preparo recursal.
Em síntese, esses os fatos.
Do Mérito:
Data venia, do entendimento do nobre e culto Relator, que negou seguimento ao agravo de instrumento, sua decisão merece ser revista, visto que não representa o melhor direito para o caso.
Em sua decisão, informa que a agravante deixou de atender ao que determina o art. 1o, item 8.1 do Provimento CG 33/2013, com a seguinte redação: “é obrigatório o preenchimento do campo ‘observações’ constante da DARE-SP, com os seguintes dados: o número do processo judicial, quando conhecido; natureza da ação, nomes das partes autora e ré e a Comarca na qual foi distribuída ou tramita a ação”.
A recorrente efetuou o preparo e atendeu, em quase a sua totalidade, a citada norma, tendo havido apenas pequeno equivoco quanto aos dados necessários, visto que se enganou quanto ao nome do agravado e o número do processo (erros de digitação).
Embora efetivamente tenha havido erros no preenchimento da guia de recolhimento das custas, é possível verificar de pronto que a agravante atendeu a norma legal no sentido de efetuar o preparo (boa-fé), visto que juntou ao seu recurso não só cópia da guia DARE-SP, assim como comprovante do respectivo pagamento.
Ao simplesmente negar seguimento ao recurso, o Relator se mostrou extremamente formalista, deixando de atentar para os graves fatos sociais informados no recurso. Na verdade, a recorrente está na iminência de sofrer dano irreparável, visto que o juiz de primeiro grau determinou o seu imediato despejo, mesmo não estão presentes os requisitos para a concessão de liminar na ação de despejo que lhe move o agravado (art. 59, § 1o, IX, Lei no 8.245/91), como se demonstrou no mérito do recurso de agravo de instrumento.
Sobre a exacerbação do formalismo processual, pede-se vênia para citarem-se as palavras do mestre Humberto Theodoro Júnior, proferidas na sua obra Curso de Direito Processual Civil, volume I, Editora Forense, 56a edição, página 25: “o processo deve viabilizar, tanto quanto possível, a resolução de mérito, e não se perder em questiúnculas que o desviem de sua missão institucional, frustrando as esperanças daqueles que clamam pelo acesso à justiça assegurado pela Constituição”.
No presente caso, a situação fica ainda pior, visto que o Relator ignorou os ditames do § 7o do art. 1.007, com a seguinte redação: “o equívoco no preenchimento da guia de custas não implicará a aplicação da pena de deserção, cabendo ao relator, na hipótese de dúvida quanto ao recolhimento, intimar o recorrente para sanar o vício no prazo de 5 (cinco) dias”.
Sobre o tema, o mestre Nelson Nery Junior, na sua obra Comentários ao Código de Processo Civil, Novo CPC – Lei 13.105/2015, 2015, Editora Revista dos Tribunais, página 2.042, comenta: “o simples erro no preenchimento da guia de custas não acarreta a deserção; isto porque ocorreu o ato do pagamento (ainda que incorreto); mas a guia incorretamente preenchida deve ter sido apresentada juntamente com o recurso; havendo certeza acerca do código correto, o pagamento deverá ser novamente efetuado, intimada a parte para tanto; do contrário, o relator deverá contatar o órgão administrativo competente para que preste as informações cabíveis no sentido de esclarecer qual a referência ou código correto para o pagamento”.
Não agiu o nobre Relator como determina a letra da lei, assim como ensina a doutrina; ou seja, ao ter constatado qualquer irregularidade no preenchimento na guia de custas, deveria ter intimado a agravante para regularizar a situação ou, na pior das hipóteses, para proceder com novo recolhimento; assim não agiu, razão pela qual a sua decisão, que negou seguimento ao recurso de agravo de instrumento, deve ser revista.
Ante o exposto, e pelo mais que dos autos consta, requer-se o provimento deste recurso, a fim de que, reformando-se totalmente a r. decisão do ilustre Relator, seja dado seguimento ao recurso de agravo de instrumento que a agravante interpôs contra decisão do juiz de primeiro grau, inclusive o pedido de concessão de efeito suspensivo.
Termos em que,
p. deferimento.
Mogi das Cruzes / São Paulo, 00 de março de 0000.
Gediel Claudino de Araujo Júnior
OAB/SP 000.000

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