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Resumo de Direito Administrativo

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Direito Administrativo 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula 
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros 
doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
1 
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Sumário 
1. Considerações Iniciais ................................................................................................. 2 
2. Agentes Públicos ......................................................................................................... 2 
2.1. Cargos Públicos .................................................................................................... 2 
2.2.1. Classificações do Provimento de Cargo Público ........................................... 3 
2.2. Classificação dos Agentes Públicos ..................................................................... 7 
3. Licitações ................................................................................................................... 18 
4. Parceria Público-Privada (PPP) ................................................................................. 30 
5. Improbidade Administrativa ..................................................................................... 41 
 
 
Direito Administrativo 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula 
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros 
doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
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1. Considerações Iniciais 
Nesta segunda e última aula da disciplina de direito administrativo, do curso Reta 
Final TRF-2, iremos tratar dos temas relativos a agentes públicos, licitações, parcerias 
público-privadas, bem como improbidade administrativa. 
2. Agentes Públicos 
Inicialmente alerta-se que o tema agentes públicos é sempre muito cobrado nas 
provas da magistratura federal, tendo em vista a necessidade que o juiz federal tem de lidar 
com essas questões em seu dia a dia. 
Por ser um tema bastante complexo e extenso, a professora decidiu partir o estudo 
de uma questão cobrada pelo TRF-2, em uma prova da magistratura, sendo esta já elaborada 
pela sua banca própria, e não mais, pela banca CESPE. 
Salienta-se que neste tipo de prova são ressaltados muitos conhecimentos 
doutrinários (conceituais), como também o conhecimento da letrada lei. Uma dica 
importante é dar bastante atenção a todos os conceitos que estão presentes na lei seca. É 
aconselhável lê-los e revisá-los, pois a banca gosta de avaliar esse conhecimento do 
candidato. 
2.1. Cargos Públicos 
Questão TRF-2 (baca própria): 
A Lei 8.112/90 disciplina, no seu âmbito, os institutos da nomeação, da reversão e da 
reintegração. Analise as alternativas abaixo e, ao final, assinale a opção correta. 
Observação: Perceba que para a resolução da questão é necessário que o candidato 
domine os conceitos de nomeação, reversão e reintegração. 
I – As três são formas de provimento de cargo público. (correta) 
Perceba que essa alternativa nos traz a necessidade de conhecimento de outro 
conceito, qual seja o provimento de cargo público. 
Pois bem, sendo assim faz-se necessário relembrar a diferença entre provimento e 
investidura em cargo público. 
 Provimento de Cargo Público - faz referência ao cargo; o que é provido é o 
cargo público. Este que será ocupado por determinada pessoa. 
 Investidura do Servidor - faz referência a alguém e não ao cargo em si. Quem 
é investido é o servidor e não o cargo público. 
 
Direito Administrativo 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula 
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2.2.1. Classificações do Provimento de Cargo Público 
O provimento dos cargos públicos pode ser observado a partir dos seguintes critérios: 
 1) Durabilidade 
Caráter Efetivo – o cargo efetivo opera-se por duas formas distintas: pode ser aquele 
que ocorre quando o sujeito ocupa um cargo público permanente que lhe garante 
estabilidade (após transcorridos 3 anos juntamente com os demais requisitos legais); como 
também pode ser aquele ao qual é garantida a vitaliciedade (desde que passados 2 anos 
juntamente com os demais requisitos legais). 
Cargo em Comissão – ocorre quando o servidor pode ser nomeado e exonerado ad 
nutum (ato revogável pela vontade de uma só das partes). 
2) Pré-existência de Vínculo 
Vínculo Originário – trata-se da forma de provimento de cargo público a qual não 
pressupõe qualquer relação anterior com o Estado. 
Exemplo: a professora Isabela Ferrari era Advogada da União antes de se tornar Juíza 
Federal Substituta. Ela já possuía um vínculo com a União, porém, para se tornar magistrada, 
esse vínculo não era necessário, pois para a investidura nos cargos desta carreira é 
prescindível (dispensável) a pré-existência de vínculo, bastando a aprovação em concurso 
público. 
Resumindo: caso a ela não fosse servidora pública, ao tempo da aprovação no TRF-2, 
ela poderia ser nomeada como juíza federal substituta mesmo assim. 
Vínculo Derivado – é aquele que, para o provimento do cargo, é necessária a 
existência de uma relação jurídica anterior do indivíduo com o Estado. 
Exemplo: Promoção de juiz substituto em juiz titular. 
O art. 8º da Lei 8.112/90 traz as formas de provimento de cargo público. 
 Art. 8
o
 São formas de provimento de cargo público: 
I - nomeação; 
II - promoção; 
III - (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) 
IV (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) 
V - readaptação; 
VI - reversão; 
VII - aproveitamento; 
VIII - reintegração; 
IX - recondução. 
Observações pertinentes: 
Direito Administrativo 
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I - nomeação (provimento originário); 
II - promoção (provimento derivado); 
V – readaptação (provimento derivado); 
VI – reversão (provimento derivado); 
VII – aproveitamento (provimento derivado); 
VII – reintegração (provimento derivado); 
IX – recondução (provimento derivado). 
 
Destarte, passemos a analisar as formas de provimento cobradas na questão do TRF-
2. 
Nomeação – esta é a única forma de provimento originário de cargo público admitida 
com o advento da CF/88. Ela está disposta no art. 9º da Lei 8.112/90. 
Art. 9
o
 A nomeação far-se-á: 
I - em caráter efetivo, quando se tratar de cargo isolado de provimento efetivo ou de carreira; 
 II - em comissão, inclusive na condição de interino, para cargos de confiança vagos. (Redação 
dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) 
 
Parágrafo único. O servidor ocupante de cargo em comissão ou de natureza especial poderá ser 
nomeado para ter exercício, interinamente, em outro cargo de confiança, sem prejuízo das 
atribuições do que atualmente ocupa, hipótese em que deverá optar pela remuneração de um 
deles durante o período da interinidade. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) 
Observações pertinentes: 
Cargo Isolado - é aquele que não possui uma estrutura de carreira. 
Exemplo: Ministro do STF (não se trata de final de carreira alguma, é apenas um 
cargo isolado). 
Cargo de Carreira – determinada carreira é composta por uma sequência de cargos. 
Exemplo: A Magistratura Federal é composta por três cargos: 1º) Juiz Federal 
Substituto; 2º) Juiz Federal (juiz titular) e 3º) Desembargador Federal.Em casos tais, a 
ascensão ocorre mediante promoção. Apenas indivíduos que prestaram concurso público 
para essa carreira determinada poderão ocupar tais cargos, ressalvados os casos 
excepcionais previstos na CF/88, como o quinto constitucional, por exemplo. 
Observe-se o art. 10 da Lei 8.112/90 nesse sentido: 
Art. 10. A nomeação para cargo de carreira ou cargo isolado de provimento efetivo depende de 
prévia habilitação em concurso público de provas ou de provas e títulos, obedecidos a ordem de 
classificação e o prazo de sua validade. 
Direito Administrativo 
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Parágrafo único. Os demais requisitos para o ingresso e o desenvolvimento do servidor na 
carreira, mediante promoção, serão estabelecidos pela lei que fixar as diretrizes do sistema de 
carreira na Administração Pública Federal e seus regulamentos. (Redação dada pela Lei nº 
9.527, de 10.12.97) 
Cumpre observar também que os ocupantes de cargos em comissão são servidores 
públicos regidos pelo regime estatutário e não pela CLT. 
Reversão – é o retorno à atividade de servidor público aposentado e está disciplinada 
no art. 25 da Lei 8.112/90. A leitura completa desse dispositivo é muito importante. 
Art. 25. Reversão é o retorno à atividade de servidor aposentado: (Redação dada pela 
Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001) 
 I - por invalidez, quando junta médica oficial declarar insubsistentes os motivos da 
aposentadoria; ou (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001) 
 II - no interesse da administração, desde que: (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, 
de 4.9.2001) 
 a) tenha solicitado a reversão; (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001) 
 b) a aposentadoria tenha sido voluntária; (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 
4.9.2001) 
c) estável quando na atividade; (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001) 
d) a aposentadoria tenha ocorrido nos cinco anos anteriores à solicitação; (Incluído pela 
Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001) 
e) haja cargo vago. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001) 
 
§ 1
o
 A reversão far-se-á no mesmo cargo ou no cargo resultante de sua 
transformação. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001) 
 
§ 2
o
 O tempo em que o servidor estiver em exercício será considerado para concessão da 
aposentadoria. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001) 
 
§ 3
o
 No caso do inciso I, encontrando-se provido o cargo, o servidor exercerá suas atribuições 
como excedente, até a ocorrência de vaga. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 
4.9.2001) 
 
 § 4
o
 O servidor que retornar à atividade por interesse da administração perceberá, em 
substituição aos proventos da aposentadoria, a remuneração do cargo que voltar a exercer, 
inclusive com as vantagens de natureza pessoal que percebia anteriormente à 
aposentadoria. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001) 
 
 § 5
o
 O servidor de que trata o inciso II somente terá os proventos calculados com base nas regras 
atuais se permanecer pelo menos cinco anos no cargo. (Incluído pela Medida Provisória nº 
2.225-45, de 4.9.2001) 
 
§ 6
o
 O Poder Executivo regulamentará o disposto neste artigo. (Incluído pela Medida 
Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001) 
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Observações pertinentes: 
I - (por invalidez) - A junta médica é que irá dizer que os motivos da aposentadoria 
não mais subsistem. 
II – (no interesse da administração) – o servidor precisa requerer a volta ao trabalho 
e se não era estável à época da aposentadoria não será possível a reversão. 
Volta ao trabalho - feita a reversão o servidor volta para a mesma função, ou, se 
inexiste, a uma equivalente àquela exercida por ele antes da aposentadoria. É vedado que 
este ocupe um cargo que nada tenha a ver com o ocupado anteriormente. 
§2º - um dos motivos para que a reversão seja requerida pelo aposentado é o de que 
se este volta a trabalhar ocorre o aumento do valor da sua aposentadoria. 
Modalidades de Reversão: 
Reversão de ofício – acontece nos casos em que a junta médica constata que os 
motivos que levaram à aposentadoria por invalidez do servidor não existem mais. Ela é 
obrigatória (ato vinculado). 
Reversão a pedido – é aplicável ao servidor estável que obteve a reversão a pedido e 
não de ofício, desde que atendidos os requisitos estabelecidos em lei. O servidor deve ter se 
aposentado, voluntariamente, nos 5 anos anteriores ao requerimento da reversão, é preciso 
a existência de cargo vago e desde que haja interesse da administração pública. É ato 
discricionário. 
Há ainda uma terceira modalidade de reversão que não está prevista em lei, mas é 
admitida pela doutrina. É a reversão que resulta da anulação da aposentadoria do servidor. 
O art. 27 da Lei 8.112/90 veda a reversão do aposentado que completou 70 anos 
(aposentadoria compulsória). 
 Art. 27. Não poderá reverter o aposentado que já tiver completado 70 (setenta) anos de idade. 
Observação muito importante: com a mudança feita pela LC n. 152/2015 que 
possibilitou a aposentadoria compulsória aos 75 anos, é possível que haja, na jurisprudência, 
um impacto sobre esse art. 27. Então o candidato deve ficar atento ao que será discutido 
nos tribunais superiores daqui em diante. 
Reintegração – acontece nas situações nas quais o servidor estável que for demitido 
consegue que seja invalidada a sua demissão por decisão judicial ou administrativa. 
Nesse caso o servidor volta a ocupar o seu cargo de origem e é ressarcido com todas 
as vantagens que deveria ter obtido se não houvesse ocorrido a sua dispensa, inclusive, as 
referentes à promoção e antiguidade. 
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doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
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Tal possibilidade encontra-se expressa nos artigos 41, §2º da CF/88 e no art. 28 da Lei 
8.112/90. 
Art. 41, § 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável, será ele 
reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem, sem 
direito a indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com remuneração 
proporcional ao tempo de serviço. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 
1998). 
 
Art. 28. A reintegração é a reinvestidura do servidor estável no cargo anteriormente ocupado, 
ou no cargo resultante de sua transformação, quando invalidada a sua demissão por decisão 
administrativa ou judicial, com ressarcimento de todas as vantagens. 
 
§ 1
o
 Na hipótese de o cargo ter sido extinto, o servidor ficará em disponibilidade, observado o 
disposto nos arts. 30 e 31. 
 
§ 2
o
 Encontrando-se provido o cargo, o seu eventual ocupante será reconduzido ao cargo de 
origem, sem direito à indenização ou aproveitado em outro cargo, ou, ainda, posto em 
disponibilidade. 
 
Voltando à questão do TRF-2, a assertiva II também está correta. Veja-se: 
II– a nomeação pode prescindir de prévio concurso público (correta) 
O concurso público é dispensável nas hipóteses previstas pela CF/88, como o quinto 
constitucional dos tribunais, os contratados temporários e os cargos em comissão. 
Nesse sentido observe-se o que diz o art. 37, IX da CF/88: 
Art. 37, IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para atender a 
necessidade temporária de excepcional interesse público; 
2.2. Classificação dos Agentes Públicos 
Agentes Públicos são o gênero do qual servidores públicos são espécies. Os 
servidores públicos podem ser: estatutários, trabalhistas e temporários. 
Alguns autores dizem que apenas os estatutários são considerados servidores 
públicos (atentar para casos de prova). 
Podem ser classificados pela natureza jurídica do vínculo que os ligam ao poder 
público e a natureza das funções que exercem. 
Natureza jurídica: a) Vínculo legal. Instituído por meio de lei. O servidor estatutário 
não possui contrato de trabalho; b) Vínculo contratual. Os empregados públicos possuem 
vinculação com o Estado por meio de um contrato de trabalho regido pela CLT (Consolidação 
das Leis do Trabalho). 
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ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros 
doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
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Função: Se é transitória estamos diante dos trabalhadores temporários; estes 
também possuem um vínculo legal com o Estado. 
Passa-se então para as características principais de cada uma dessas espécies. 
Estatutários - A relação de trabalho é disciplinada por diplomas legais específicos 
chamados de estatutos os quais contêm os direitos e deveres do servidor. Não existe um 
contrato de trabalho. Em razão disso quando ocorre alguma alteração nas condições de 
trabalho, estas se operam unilateralmente por meio de lei específica. Não existe direito à 
manutenção das condições pré-existentes (direito adquirido a regime jurídico), no entanto, o 
Estado precisa observar alguns limites previstos na Constituição os quais são garantias dos 
estatutários. O art. 39, §3º, da CF/88 estende alguns direitos trabalhistas aos estatutários1. 
Perceba: 
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão conselho de política de 
administração e remuneração de pessoal, integrado por servidores designados pelos respectivos 
Poderes. 
(...) 
§ 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o disposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, 
XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei estabelecer requisitos diferenciados de 
admissão quando a natureza do cargo o exigir. 
Imperioso ressaltar, também, que quando se fala em servidores públicos estatutários, 
deve-se ficar atento, pois é uma categoria que se subdivide em: 
- Estatuto Geral da Pessoa Federativa – Lei 8.112/90 (esfera federal). 
- Estatutos Especiais – são leis próprias que alguns órgãos como a Advocacia Geral da 
União possuem (LC n. 73/1993). Assim, tais servidores são, em regra, regidos por essas leis 
especiais e não pela Lei 8.112/90. Salienta-se, no entanto, que a Lei 8.112/90 pode ser 
aplicada subsidiariamente. 
Com relação às vantagens conferidas aos servidores estatutários, a que mais se 
destaca é a aquisição da estabilidade na atividade depois de passado o tempo de estágio 
probatório (3 anos). Ressalta-se que a estabilidade é relacionada à permanência no serviço 
público e não ao cargo em si. 
 Cada ente da federação estabelecerá os direitos e deveres de seus servidores, por 
isso fala-se em pluralidade normativa. 
A competência para processar e julgar litígios que envolvam questões estatutárias é 
da Justiça Comum (Federal ou Estadual). 
 
1
 A CF/88 descartou a expressão “funcionários públicos”, então, deve-se evitar o seu uso em provas 
discursivas. 
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Trabalhistas (empregados públicos): ocupam empregos públicos e não cargos 
públicos. Sua relação de trabalho com o Estado é contratual e regida pela CLT, por isso fala-
se em princípio da unicidade normativa – existe uma única norma referência no que se 
refere ao regime jurídico dessas pessoas. Perceba que é uma situação bem diferente dos 
estatutários para os quais há uma pluralidade normativa. 
É um regime essencialmente privado, mas, em alguns pontos não se aplicam as 
normas da CLT, isso porque o Estado é o seu empregador. O regime é híbrido. 
Art. 173, §1º, CF/88. 
Art. 173. § 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia 
mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comercialização 
de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre: (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 19, de 1998) 
I - sua função social e formas de fiscalização pelo Estado e pela sociedade; (Incluído pela 
Emenda Constitucional nº 19, de 1998) 
II - a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e 
obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários; (Incluído pela Emenda Constitucional 
nº 19, de 1998) 
III - licitação e contratação de obras, serviços, compras e alienações, observados os princípios da 
administração pública; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) 
IV - a constituição e o funcionamento dos conselhos de administração e fiscal, com a participação 
de acionistas minoritários; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) 
V - os mandatos, a avaliação de desempenho e a responsabilidade dos administradores.(Incluído 
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) 
Dentre as peculiaridades dos empregados públicos destacam-se: devem ser 
contratados mediante realização de prévio concurso público; há uma vedação para 
acumulação de cargos, empregos e funções públicas; se a entidade da administração pública 
contratante recebe dinheiro da União, Estados, DF ou Municípios para custeio de despesas 
com pessoal a remuneração desses empregados se sujeita ao teto constitucional previsto na 
CF/88 a menos que seus empregadores não recebam dinheiro do estado para custeio das 
despesas com pessoa; também podem responder por improbidade administrativa (Lei 
8.429/92); e igualmente são considerados servidores públicos para fins penais, em crimes 
praticados contra a administração pública (art. 327 do CP): 
Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora 
transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública. 
 
§ 1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em entidade 
paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada para 
a execução de atividade típica da Administração Pública. 
 
§ 2º - A pena será aumentada da terça parte quando os autores dos crimes previstos neste 
Capítulo forem ocupantes de cargos em comissão ou de função de direção ou assessoramento de 
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órgão da administração direta, sociedadede economia mista, empresa pública ou fundação 
instituída pelo poder público. 
Cumpre elucidar que somente a União tem competência para legislar sobre relação 
de trabalho dos servidores públicos, pois de acordo com o art. 22, I, da CF/88, apenas a 
União pode legislar sobre direito do trabalho. 
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: 
I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e 
do trabalho; 
Nesse sentido a união editou a Lei 9.962/2000 que disciplina o regime de emprego 
público do pessoal da administração federal direta, autárquica e fundacional. 
O Regime de empregos públicos é menos protetivo em relação ao estatutário, tendo 
em vista que não proporciona a estabilidade no serviço público. Ocorre que apesar de os 
empregados públicos não possuírem estabilidade e de ser dispensável a instauração de 
processo administrativo disciplinar para a sua demissão, esta não pode ser imotivada2. 
Servidores temporários: 
A previsão para a contratação desse tipo de mão de obra está prevista no art. 37, IX, 
da CF/88. 
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, 
do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, 
moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: 
(...) 
IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para atender a 
necessidade temporária de excepcional interesse público; 
Trata-se de um agrupamento excepcional dentro da administração pública e somente 
podem ser contratados nas hipóteses previstas no dispositivo citado alhures. 
Outrossim, cada ente da administração pública deverá editar sua própria lei sobre 
contratação temporária. Não existe uma lei nacional. Na esfera federal temos a Lei 8.745/93. 
Atente-se para o fato de que na contratação de trabalhadores temporários é 
dispensável a realização de concurso público, porque só exercem função pública, não 
ocupando cargo nem emprego público. Entretanto é necessário que se faça um processo 
seletivo simplificado. Essa é a regra. 
 
2
 Nota do Monitor: Observações complementares 
- Parte da doutrina defende que carreiras que envolvam atividades de diplomacia, fiscalização e poder 
de policia seriam incompatíveis com a contratação via emprego público, devendo ser, na verdade, estatutários; 
pois assim gozariam de estabilidade, possuindo uma postura menos frágil quanto a quaisquer influências 
externas. Marçal Justin Filho é adepto dessa corrente. 
- A competência para processar e julgar litígios que envolvam questões relacionadas aos contratos de 
trabalho dos empregados públicos é da Justiça do Trabalho. 
Direito Administrativo 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula 
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros 
doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
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A Lei 8.745/93 prevê algumas hipóteses de exceções a essa regra no seu art. 3º. 
Situações excepcionais que permitirão a dispensa desse processo simplificado. 
Art. 3º O recrutamento do pessoal a ser contratado, nos termos desta Lei, será feito mediante 
processo seletivo simplificado sujeito a ampla divulgação, inclusive através do Diário Oficial da 
União, prescindindo de concurso público. 
 
§ 1
o
 A contratação para atender às necessidades decorrentes de calamidade pública, de 
emergência ambiental e de emergências em saúde pública prescindirá de processo seletivo. 
 
§ 2
o
 A contratação de pessoal, nos casos do professor visitante referido nos incisos IV e V e nos 
casos das alíneas a, d, e, g, l e m do inciso VI e do inciso VIII do caput do art. 2
o
 desta Lei, poderá 
ser efetivada em vista de notória capacidade técnica ou científica do profissional, mediante 
análise do curriculum vitae. 
 
§ 3
o
 As contratações de pessoal no caso das alíneas h e i do inciso VI do art. 2
o
 desta Lei serão 
feitas mediante processo seletivo simplificado, observados os critérios e condições estabelecidos 
pelo Poder Executivo. 
 O art. 2º deste mesmo diploma dispõe o que é considerado necessidade temporária 
de excepcional interesse público (artigo muito importante); 
Art. 2º Considera-se necessidade temporária de excepcional interesse público: 
I - assistência a situações de calamidade pública; 
II - assistência a emergências em saúde pública; 
 III - realização de recenseamentos e outras pesquisas de natureza estatística efetuadas pela 
Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE; 
IV - admissão de professor substituto e professor visitante; 
V - admissão de professor e pesquisador visitante estrangeiro; 
VI - atividades: 
a) especiais nas organizações das Forças Armadas para atender à área industrial ou a encargos 
temporários de obras e serviços de engenharia; 
b) de identificação e demarcação territorial; 
d) finalísticas do Hospital das Forças Armadas; 
e) de pesquisa e desenvolvimento de produtos destinados à segurança de sistemas de 
informações, sob responsabilidade do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento para a Segurança 
das Comunicações - CEPESC; 
f) de vigilância e inspeção, relacionadas à defesa agropecuária, no âmbito do Ministério da 
Agricultura e do Abastecimento, para atendimento de situações emergenciais ligadas ao 
comércio internacional de produtos de origem animal ou vegetal ou de iminente risco à saúde 
animal, vegetal ou humana; 
g) desenvolvidas no âmbito dos projetos do Sistema de Vigilância da Amazônia - SIVAM e do 
Sistema de Proteção da Amazônia - SIPAM. 
h) técnicas especializadas, no âmbito de projetos de cooperação com prazo determinado, 
implementados mediante acordos internacionais, desde que haja, em seu desempenho, 
subordinação do contratado ao órgão ou entidade pública. 
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i) técnicas especializadas necessárias à implantação de órgãos ou entidades ou de novas 
atribuições definidas para organizações existentes ou as decorrentes de aumento transitório no 
volume de trabalho que não possam ser atendidas mediante a aplicação do art. 74 da Lei 
n
o
 8.112, de 11 de dezembro de 1990; 
j) técnicas especializadas de tecnologia da informação, de comunicação e de revisão de processos 
de trabalho, não alcançadas pela alínea i e que não se caracterizem como atividades 
permanentes do órgão ou entidade; 
l) didático-pedagógicas em escolas de governo; e 
m) de assistência à saúde para comunidades indígenas; e 
VII - admissão de professor, pesquisador e tecnólogo substitutos para suprir a falta de professor, 
pesquisador ou tecnólogo ocupante de cargo efetivo, decorrente de licença para exercer atividade 
empresarial relativa à inovação. 
VIII - admissão de pesquisador, de técnico com formação em área tecnológica de nível 
intermediário ou de tecnólogo, nacionais ou estrangeiros, para projeto de pesquisa com prazo 
determinado, em instituição destinada à pesquisa, ao desenvolvimento e à inovação; 
 IX - combate a emergências ambientais, na hipótese de declaração, pelo Ministro de Estado do 
Meio Ambiente, da existência de emergência ambiental na região específica. 
 X - admissão de professor para suprir demandas decorrentes da expansão das instituições 
federais de ensino, respeitados os limites e as condições fixados emato conjunto dos Ministérios 
do Planejamento, Orçamento e Gestão e da Educação. 
XI - admissão de professor para suprir demandas excepcionais decorrentes de programas e 
projetos de aperfeiçoamento de médicos na área de Atenção Básica em saúde em regiões 
prioritárias para o Sistema Único de Saúde (SUS), mediante integração ensino-serviço, respeitados 
os limites e as condições fixados em ato conjunto dos Ministros de Estado do Planejamento, 
Orçamento e Gestão, da Saúde e da Educação. 
§ 1º A contratação de professor substituto de que trata o inciso IV do caput poderá ocorrer para 
suprir a falta de professor efetivo em razão de: 
I - vacância do cargo; 
II - afastamento ou licença, na forma do regulamento; ou 
III - nomeação para ocupar cargo de direção de reitor, vicereitor, pró-reitor e diretor de campus. 
§ 2º O número total de professores de que trata o inciso IV do caput não poderá ultrapassar 20% 
(vinte por cento) do total de docentes efetivos em exercício na instituição federal de ensino. 
§ 3º As contratações a que se refere a alínea h do inciso VI serão feitas exclusivamente por 
projeto, vedado o aproveitamento dos contratados em qualquer área da administração pública. 
§ 4
o
 Ato do Poder Executivo disporá, para efeitos desta Lei, sobre a declaração de emergências 
em saúde pública. 
§ 5
o
 A contratação de professor visitante e de professor visitante estrangeiro, de que tratam os 
incisos IV e V do caput, tem por objetivo: 
I - apoiar a execução dos programas de pós-graduação stricto sensu; 
 II - contribuir para o aprimoramento de programas de ensino, pesquisa e extensão; 
III - contribuir para a execução de programas de capacitação docente; ou 
IV - viabilizar o intercâmbio científico e tecnológico. 
§ 6
o
 A contratação de professor visitante e o professor visitante estrangeiro, de que tratam os 
incisos IV e V do caput, deverão: 
I - atender a requisitos de titulação e competência profissional; ou 
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II - ter reconhecido renome em sua área profissional, atestado por deliberação do Conselho 
Superior da instituição contratante. 
§ 7
o
 São requisitos mínimos de titulação e competência profissional para a contratação de 
professor visitante ou de professor visitante estrangeiro, de que tratam os incisos IV e V 
do caput: 
 I - ser portador do título de doutor, no mínimo, há 2 (dois) anos; 
II - ser docente ou pesquisador de reconhecida competência em sua área; e 
III - ter produção científica relevante, preferencialmente nos últimos 5 (cinco) anos. 
§ 8
o
 Excepcionalmente, no âmbito das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, 
Científica e Tecnológica, poderão ser contratados professor visitante ou professor visitante 
estrangeiro, sem o título de doutor, desde que possuam comprovada competência em ensino, 
pesquisa e extensão tecnológicos ou reconhecimento da qualificação profissional pelo mercado 
de trabalho, na forma prevista pelo Conselho Superior da instituição contratante 
§ 9
o
 A contratação de professores substitutos, professores visitantes e professores visitantes 
estrangeiros poderá ser autorizada pelo dirigente da instituição, condicionada à existência de 
recursos orçamentários e financeiros para fazer frente às despesas decorrentes da contratação e 
ao quantitativo máximo de contratos estabelecido para a IFE. 
§ 10. A contratação dos professores substitutos fica limitada ao regime de trabalho de 20 (vinte) 
horas ou 40 (quarenta) horas. 
Como visto, o excepcional interesse público não é qualquer situação, deve ser, 
realmente, de caráter excepcional. Nesse sentido a lei não pode trazer hipóteses muito 
amplas. A jurisprudência diz que esse tipo de contratação não pode ser vulgarizado. 
Com relação à contratação por tempo determinado, salienta-se que este contratado 
pode desempenhar funções de caráter permanente. O que a CF/88 impõe é que a 
contratação se dê para atender a uma necessidade temporária de excepcional interesse 
público. Isto é, é a necessidade que precisa ser temporária e não a função exercida. 
Nesse sentido observe-se o que foi decidido pelo STF na ADI 3721/CE – contratação 
temporária de professores. Traz as questões que podem ser admitidas e as que não são 
admitidas. 
CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. LEI COMPLEMENTAR 22/2000, DO ESTADO DO CEARÁ. 
CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA DE PROFESSORES DO ENSINO BÁSICO. CASOS DE LICENÇA. 
TRANSITORIEDADE DEMONSTRADA. CONFORMAÇÃO LEGAL IDÔNEA, SALVO QUANTO A DUAS 
HIPÓTESES: EM QUAISQUER CASOS DE AFASTAMENTO TEMPORÁRIO (ALÍNEA “F” DO ART. 3º). 
PRECEITO GENÉRICO. IMPLEMENTAÇÃO DE PROJETOS DE ERRADICAÇÃO DO ANALFABETISMO E 
OUTROS (§ ÚNICO DO ART. 3º). METAS CONTINUAMENTE EXIGÍVEIS. 1. O artigo 37, IX, da 
Constituição exige complementação normativa criteriosa quanto aos casos de “necessidade 
temporária de excepcional interesse público” que ensejam contratações sem concurso. Embora 
recrutamentos dessa espécie sejam admissíveis, em tese, mesmo para atividades permanentes 
da Administração, fica o legislador sujeito ao ônus de especificar, em cada caso, os traços de 
emergencialidade que justificam a medida atípica. 2. A Lei Complementar 22/2000, do Estado do 
Ceará, autorizou a contratação temporária de professores nas situações de “a) licença para 
tratamento de saúde; b) licença gestante; c) licença por motivo de doença de pessoa da família; 
d) licença para trato de interesses particulares; e ) cursos de capacitação; e f) e outros 
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afastamentos que repercutam em carência de natureza temporária”; e para “fins de 
implementação de projetos educacionais, com vistas à erradicação do analfabetismo, correção 
do fluxo escolar e qualificação da população cearense” (art. 3º, § único). 3. As hipóteses descritas 
entre as alíneas “a” e “e” indicam ocorrências alheias ao controle da Administração Pública cuja 
superveniência pode resultar em desaparelhamento transitório do corpo docente, permitindo 
reconhecer que a emergencialidade está suficientemente demonstrada. O mesmo não se pode 
dizer, contudo, da hipótese prevista na alínea “f” do art. 3º da lei atacada, que padece de 
generalidade manifesta, e cuja declaração de inconstitucionalidade se impõe. 4. Os projetos 
educacionais previstos no § único do artigo 3º da LC 22/00 correspondem a objetivos 
corriqueiros das políticas públicas de educação praticadas no território nacional. Diante da 
continuada imprescindibilidade de ações desse tipo, não podem elas ficar à mercê de projetos de 
governo casuísticos, implementados por meio de contratos episódicos, sobretudo quando a lei 
não tratou de designar qualquer contingência especial a ser atendida. 5. Ação julgada 
parcialmente procedente para declarar inconstitucionais a alínea “f” e o § único do art. 3º da Lei 
Complementar 22/00, do Estado do Ceará, com efeitos modulados para surtir um ano após a 
data da publicação da ata de julgamento. 
(ADI 3721, Relator(a): Min. TEORI ZAVASCKI, Tribunal Pleno, julgado em 09/06/2016, ACÓRDÃO 
ELETRÔNICO DJe-170 DIVULG 12-08-2016 PUBLIC 15-08-2016) 
Salienta-se que o prazo máximo de contratação varia conforme a hipótese de 
contratação. Geralmentesão entre 6 meses a 4 anos admitindo-se a prorrogação desses 
contratos3. 
Voltando à questão do TRF-2, seguem as demais assertivas (III e IV): 
III – a reversão pode ocorrer mesmo que o cargo antes exercido pelo funcionário 
esteja ocupado, e não exista outra vaga. 
(correta – art. 28, §2º da Lei 8.112). 
IV – A reintegração produz efeitos ex nunc, sem direitos patrimoniais pretéritos. 
(errada – art. 28 caput – como visto alhures, há o ressarcimento de todas as vantagens que o 
servidor deixou de perceber, assim, o efeito é ex tunc – efeitos retroativos). 
Nesta senda observe-se algumas decisões relevantes a respeito do tema agentes 
públicos: 
Reclamação Constitucional n. 18564/SP – nomeação de servidor e nepotismo – esse 
julgado é importantíssimo, pois esclarece o alcance da súmula anti-nepotismo (SV 13). 
Súmula Vinculante 13 
A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o 
terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica 
investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão 
 
3
 Nota do Monitor: Observações complementares: 
Com relação à competência para processar e julgar litígios dessa natureza o STF decidiu que, por 
tratar-se de um regime jurídico administrativo especial, esta é da Justiça Comum (Estadual ou Federal). 
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ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em 
qualquer dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido 
o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal. 
Resumindo – trata-se do caso em que um sobrinho foi nomeado para exercer cargo 
em comissão no mesmo órgão em que seu tio trabalhava. O STF então entendeu que haverá 
proibição quando estivermos diante de situação em que aquele parente que já ocupa um 
cargo no órgão (no caso o tio) tiver alguma possibilidade de interferir na escolha do seu 
parente (no caso o sobrinho). Assim, se o tio pudesse escolher seu sobrinho para que este 
fosse nomeado por outrem, ou se ele tivesse ascendência hierárquica sobre a pessoa que 
poderia nomear o seu sobrinho. No caso concreto o tio não podia interferir na escolha do 
sobrinho o que não configura nepotismo. 
O STF entende ainda que se fosse aplicada a SV 13 por questões meramente 
objetivas, sem ponderar as questões suscitadas, e constatando que não havia qualquer 
irregularidade, estar-se-ia afrontando o princípio da impessoalidade. 
Constitucional e Administrativo. Súmula Vinculante nº 13. Ausência de configuração objetiva 
de nepotismo. Reclamação julgada improcedente. Liminar anteriormente deferida cassada. 1. 
Com a edição da Súmula Vinculante nº 13, embora não se tenha pretendido esgotar todas as 
possibilidades de configuração de nepotismo na Administração Pública, foram erigidos critérios 
objetivos de conformação, a saber: i) ajuste mediante designações recíprocas, quando 
inexistente a relação de parentesco entre a autoridade nomeante e o ocupante do cargo de 
provimento em comissão ou função comissionada; ii) relação de parentesco entre a pessoa 
nomeada e a autoridade nomeante; iii) relação de parentesco entre a pessoa nomeada e o 
ocupante de cargo de direção, chefia ou assessoramento a quem estiver subordinada e iv) 
relação de parentesco entre a pessoa nomeada e a autoridade que exerce ascendência 
hierárquica ou funcional sobre a autoridade nomeante. 2. Em sede reclamatória, com 
fundamento na SV nº 13, é imprescindível a perquirição de projeção funcional ou hierárquica do 
agente político ou do servidor público de referência no processo de seleção para fins de 
configuração objetiva de nepotismo na contratação de pessoa com relação de parentesco com 
ocupante de cargo de direção, chefia ou assessoramento no mesmo órgão, salvo ajuste mediante 
designações recíprocas. 3. Reclamação julgada improcedente. Cassada a liminar anteriormente 
deferida. (Rcl 18564, Relator(a): Min. GILMAR MENDES, Relator(a) p/ Acórdão: Min. DIAS 
TOFFOLI, Segunda Turma, julgado em 23/02/2016, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-161 DIVULG 02-
08-2016 PUBLIC 03-08-2016). 
RE 778889/PE – repercussão geral – a licença-adotante não pode ser diferente da 
licença-gestante. Também não pode haver diferença quanto às prorrogações ou a prazos 
diferentes baseando-se na idade da criança. Qualquer norma nesse sentido é 
inconstitucional. 
EMENTA DIREITO CONSTITUCIONAL. RECURSO EXTRAORDINÁRIO. REPERCUSSÃO GERAL. 
EQUIPARAÇÃO DO PRAZO DA LICENÇA-ADOTANTE AO PRAZO DE LICENÇA-GESTANTE. 1. A 
licença maternidade prevista no artigo 7º, XVIII, da Constituição abrange tanto a licença gestante 
quanto a licença adotante, ambas asseguradas pelo prazo mínimo de 120 dias. Interpretação 
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sistemática da Constituição à luz da dignidade da pessoa humana, da igualdade entre filhos 
biológicos e adotados, da doutrina da proteção integral, do princípio da prioridade e do interesse 
superior do menor. 2. As crianças adotadas constituem grupo vulnerável e fragilizado. 
Demandam esforço adicional da família para sua adaptação, para a criação de laços de afeto e 
para a superação de traumas. Impossibilidade de se lhes conferir proteção inferior àquela 
dispensada aos filhos biológicos, que se encontram em condição menos gravosa. Violação do 
princípio da proporcionalidade como vedação à proteção deficiente. 3. Quanto mais velha a 
criança e quanto maior o tempo de internação compulsória em instituições, maior tende a ser a 
dificuldade de adaptação à família adotiva. Maior é, ainda, a dificuldade de viabilizar sua adoção, 
já que predomina no imaginário das famílias adotantes o desejo de reproduzir a paternidade 
biológica e adotar bebês. Impossibilidade de conferir proteção inferior às crianças mais velhas. 
Violação do princípio da proporcionalidade como vedação à proteção deficiente. 4. Tutela da 
dignidade e da autonomia da mulher para eleger seus projetos de vida. Dever reforçado do 
Estado de assegurar-lhe condições para compatibilizar maternidade e profissão, em especial 
quando a realização da maternidade ocorre pela via da adoção, possibilitando o resgate da 
convivência familiar em favor de menor carente. Dívida moral do Estado para com menores 
vítimas da inepta política estatal de institucionalização precoce. Ônus assumido pelas famílias 
adotantes, que devem ser encorajadas. 5. Mutação constitucional. Alteração da realidade social e 
nova compreensão do alcance dos direitos do menor adotado. Avanço do significado atribuído à 
licença parental e à igualdade entre filhos, previstas na Constituição. Superação de antigo 
entendimento do STF. 6. Declaração da inconstitucionalidade do art. 210 da Lei nº 8.112/1990 e 
dos parágrafos 1º e 2º do artigo 3º da Resolução CJF nº 30/2008. 7. Provimento do recurso 
extraordinário, de forma a deferir à recorrente prazo remanescente de licença parental, a fim de 
que o tempo total de fruição do benefício, computado o período já gozado, corresponda a 180 
dias de afastamento remunerado, correspondentes aos 120 dias de licença previstos noart. 7º, 
XVIII,CF, acrescidos de 60 dias de prorrogação, tal como estabelecido pela legislação em favor da 
mãe gestante. 8. Tese da repercussão geral: “Os prazos da licença adotante não podem ser 
inferiores aos prazos da licença gestante, o mesmo valendo para as respectivas prorrogações. Em 
relação à licença adotante, não é possível fixar prazos diversos em função da idade da criança 
adotada”. (RE 778889, Relator(a): Min. ROBERTO BARROSO, Tribunal Pleno, julgado em 
10/03/2016, ACÓRDÃO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-159 DIVULG 29-07-
2016 PUBLIC 01-08-2016) 
REsp 1565429/SE – impossibilidade de cumulação de cargos de profissionais da 
área de saúde quando a jornada de trabalho superar 60 horas semanais. 
ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO. PROFESSORA DA UFS. PRETENDIDA ACUMULAÇÃO 
COM O CARGO DE ADMINISTRADORA NA DPU. JORNADA SEMANAL SUPERIOR A 60 (SESSENTA 
HORAS). AUSÊNCIA DE DIREITO LÍQUIDO E CERTO. 
1. Cuida-se, na origem, de Mandado de Segurança impetrado pela ora recorrida, com o fim de 
garantir seu alegado direito de acumular os cargos atualmente ocupados de Administradora na 
Defensoria Pública da União e de Professora Substituta na Universidade Federal de Sergipe, 
conforme aprovação em concurso público de provas e títulos. 
2. A Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça reconheceu a impossibilidade de cumulação 
de cargos de profissionais da área de saúde quando a jornada de trabalho superar 60 horas 
semanais. Isso porque, apesar de a Constituição Federal permitir a acumulação de dois cargos 
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públicos privativos dos profissionais de saúde, deve haver, além da compatibilidade de horários, 
observância ao princípio constitucional da eficiência, o que significa que o servidor deve gozar 
de boas condições físicas e mentais para exercer suas atribuições. 
3. Recurso Especial provido. (REsp 1565429/SE, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA 
TURMA, julgado em 24/11/2015, DJe 04/02/2016). 
REsp 1569547/RN – possibilidade de cumulação de cargo público de professor com 
outro de intérprete e tradutor da língua brasileira de sinais. 
ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO. INTERPRETE E TRADUTOR DE LIBRAS. NATUREZA 
TÉCNICA DO CARGO. CUMULAÇÃO COM CARGO DE PROFESSOR. POSSIBILIDADE. 
1. Nos termos do art. 37, XVI, da Constituição Federal, a inacumulabilidade de cargo público 
emerge como regra, cujas exceções são expressamente estabelecidas no corpo da própria Carta 
Magna. 
2. Na exceção prevista na alínea "b" do inciso XVI do art. 37 da CF, o conceito de "cargo técnico 
ou científico" não remete, essencialmente, a um cargo de nível superior, mas pela análise da 
atividade desenvolvida, em atenção ao nível de especificação, capacidade e técnica necessários 
para o correto exercício do trabalho. RMS 42.392/AC, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, 
SEGUNDA TURMA, julgado em 10/02/2015, DJe 19/03/2015; RMS 28.644/AP, Rel. 
Ministra LAURITA VAZ, QUINTA TURMA, julgado em 06/12/2011, DJe 19/12/2011; RMS 
20.033/RS, Rel. Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA, QUINTA TURMA, julgado em 15/02/2007, DJ 
12/03/2007, p. 261. 
3. A legislação brasileira reconhece a Língua Brasileira de Sinais - Libras como um sistema 
linguístico de comunicação, cuja formação profissional deve ser fomentada pelo poder público 
para fins de viabilizar a comunicação com a pessoa portadora de deficiência e, 
consequentemente, promover sua inclusão nas esferas sociais. 
4. As disposições do Decreto 5.626/05 somam-se aos preceitos da Lei 12.319/10 para evidenciar 
que o exercício da profissão de tradutor e intérprete de Libras exige conhecimentos técnicos e 
específicos relativos a um sistema linguístico próprio, totalmente diferente da Língua Portuguesa, 
mas a esta associada para fins de viabilizar a comunicação com pessoas portadoras de 
deficiência, conduzindo à inexistência de vedação para cumulação do cargo de professor com a 
de tradutor e intérprete de Libras, dada a natureza técnica do cargo. 
Recurso especial improvido. (REsp 1569547/RN, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA 
TURMA, julgado em 15/12/2015, DJe 02/02/2016) 
RMS 48665/SR – informações obtidas por monitoramento de e-mail corporativo de 
servidor público. 
CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. RECURSO EM MANDADO DE SEGURANÇA. MILITAR. 
PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR. PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE. AUSÊNCIA DE 
PREVISÃO LEGAL. INÉRCIA DA ADMINISTRAÇÃO. NÃO OCORRÊNCIA. E-MAIL CORPORATIVO. 
FERRAMENTA DE TRABALHO. POSSIBILIDADE DE MONITORAMENTO E RASTREAMENTO. 
DIREITO À INTIMIDADE x DEVER-PODER DISCIPLINAR. RECURSO NÃO PROVIDO. 
1. O recorrente alega que foi apurado, no IPM n. 40BPMI 013-14-06, que, no período 
compreendido entre 28 de dezembro de 2005 e 21 de outubro de 2006, ele teria tomado parte 
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no gerenciamento de atividade comercial de pessoa jurídica; argumenta que tal apuração se deu 
através da colheita de informações no e-mail corporativo do recorrente. Sustenta a ocorrência de 
prescrição intercorrente da pretensão punitiva estatal e a ilicitude das provas que escoram o 
Conselho de Justificação, em razão de violação desautorizada dos e-mails do recorrente. 
2. A Lei Federal n. 5.836/72 apenas delimita o prazo prescricional de 6 (seis) anos para desate do 
Conselho de Justificação, a ser verificado entre a data da prática do ato transgressional e a da 
instauração do procedimento. Trata-se, pois, da prescrição extintiva propriamente dita, que não 
se confunde com a prescrição intercorrente. 
3. A prescrição intercorrente tem como pressuposto a inércia do ente público, que 
deliberadamente deixa de praticar atos necessários ao deslinde do procedimento, retardando de 
modo injustificado seu lapso temporal. A demora não ocorreu por inércia da Administração, mas 
por longo debate travado no âmbito do Poder Judiciário. No período entre 4/6/2009 e 
12/8/2014, o Conselho de Justificação permaneceu suspenso por decisão judicial monocrática, no 
Recurso em Mandado de Segurança n. 28.567/SP. Não houve, portanto, desídia da 
Administração. 
4. A quebra do sigilo de dados telemáticos também é vista como medida extrema, pois restritiva 
de direitos consagrados na Carta Magna (art. 5º, X e XII, CF/88; arts. 11 e 21 do Código Civil). Não 
obstante, a intimidade e a privacidade das pessoas, protegidas no que diz respeito aos dados já 
transmitidos, não constituem direitos absolutos, podendo sofrer restrições, assim como 
quaisquer outros direitos fundamentais, os quais, embora formalmente ilimitados (isto é, 
desprovidos de reserva), podem ser restringidos caso isso se revele imprescindível à garantia de 
outros direitos constitucionais. 
5. Não configura prova ilícita a obtenção de informações constantes de e-mail corporativo 
utilizado pelo servidor público, quando atinentes a aspectos não pessoais, mas de interesse da 
Administração Pública e da própria coletividade; sobretudo quando há expressa menção, nas 
disposições normativas acerca do seu uso, da sua destinação somente para assuntos e matérias 
afetas ao serviço, bem como advertência sobre monitoramento e acesso ao conteúdo das 
comunicações dos usuários para fins de cumprir disposições legais ou instruir procedimentoadministrativo. Precedentes do TST. 
6. Recurso ordinário a que se nega provimento. (RMS 48.665/SP, Rel. Ministro OG FERNANDES, 
SEGUNDA TURMA, julgado em 15/09/2015, DJe 05/02/2016) 
 
3. Licitações 
Adentraremos no tema referente às licitações, analisando outra questão cobrada 
pelo TRF-2, porém à época, a banca que a elaborou foi o CESPE. 
Questão TRF-2 (CESPE) 
À luz da doutrina e jurisprudência dominante dos tribunais superiores a respeito de 
licitação e contratos administrativos, assinale a opção correta. 
a) segundo o entendimento firmado pelo STJ, a responsabilização do consultor jurídico e 
parecerista em relação aos contratos administrativos eivados de legalidade somente 
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ocorrerá em situações excepcionais, ou seja, nas hipóteses em que a peça opinativa seja um 
instrumento dolosamente elaborado para possibilitar a realização de ato ímprobo, de tal 
forma que desde o nascedouro a má-fé tenha sido o elemento subjetivo condutor da 
realização do parecer. 
 (correta – REsp 1183504 - STJ). 
ADMINISTRATIVO – IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA – MINISTÉRIO PÚBLICO COMO AUTOR DA 
AÇÃO – DESNECESSIDADE DE INTERVENÇÃO DO PARQUET COMO CUSTOS LEGIS – AUSÊNCIA DE 
PREJUÍZO – NÃO OCORRÊNCIA DE NULIDADE – RESPONSABILIDADE DO ADVOGADO PÚBLICO – 
POSSIBILIDADE EM SITUAÇÕES EXCEPCIONAIS NÃO PRESENTES NO CASO CONCRETO – 
AUSÊNCIA DE RESPONSABILIZAÇÃO DO PARECERISTA – ATUAÇÃO DENTRO DAS 
PRERROGATIVAS FUNCIONAIS – SÚMULA 7/STJ. 
1. Sendo o Ministério Público o autor da ação civil pública, sua atuação como fiscal da lei não é 
obrigatória. Isto ocorre porque, nos termos do princípio da unidade, o Ministério Público é uno 
como instituição, motivo pelo qual, o fato dele ser parte do processo, dispensa a sua presença 
como fiscal da lei, porquanto defendendo os interesses da coletividade através da ação civil 
pública, de igual modo atua na custódia da lei. 
2. Ademais, a ausência de intimação do Ministério Público, por si só, não enseja a decretação de 
nulidade do julgado, a não ser que se demonstre o efetivo prejuízo para as partes ou para a 
apuração da verdade substancial da controvérsia jurídica, à luz do princípio pas de nullités sans 
grief. 
3. É possível, em situações excepcionais, enquadrar o consultor jurídico ou o parecerista como 
sujeito passivo numa ação de improbidade administrativa. Para isso, é preciso que a peça 
opinativa seja apenas um instrumento, dolosamente elaborado, destinado a possibilitar a 
realização do ato ímprobo. Em outras palavras, faz-se necessário, para que se configure essa 
situação excepcional, que desde o nascedouro a má-fé tenha sido o elemento subjetivo condutor 
da realização do parecer. 
4. Todavia, no caso concreto, a moldura fática fornecida pela instância ordinária é no sentido de 
que o recorrido atuou estritamente dentro dos limites da prerrogativa funcional. Segundo o 
Tribunal de origem, no presente caso, não há dolo ou culpa grave. 
5. Inviável qualquer pretensão que almeje infirmar as conclusões adotadas pelo Tribunal de 
origem, pois tal medida implicaria em revolver a matéria probatória, o que é vedado a esta Corte 
Superior, em face da Súmula 7/STJ. 
6. O fato de a instância ordinária ter excluído, preliminarmente, o recorrido do polo passivo da 
ação de improbidade administrativa não significa que foi subtraído do autor a possibilidade de 
demonstrar a prova em sentido contrário. Na verdade, o que houve é que, com os elementos de 
convicção trazidos na inicial, os magistrados, em cognição exauriente e de acordo com o princípio 
do livre convencimento motivado, encontraram fundamentos para concluir que, no caso 
concreto, o recorrido não praticou um ato ímprobo. 
Recurso especial improvido. 
(REsp 1183504/DF, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 
18/05/2010, DJe 17/06/2010) 
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b) são modalidades de licitação taxativamente expressas no texto da Lei n. 8666/93 a 
concorrência, a tomada de preços, o convite, o concurso, o leilão e o pregão. 
Errada - modalidades licitatórias são os diferentes ritos previstos na legislação de 
processamento da licitação. 
O pregão não se encontra previsto na Lei 8.66/93. Ele possui lei própria (Lei 
10.520/02). 
Outro erro é o fato de que existe outra modalidade licitatória, a consulta constante 
na lei da ANATEL, Lei 9.472/97, art. 55, e art. 37 da Lei 9.986/00. É uma modalidade 
licitatória que foi estendida para a aquisição de bens e contratação de serviços por agências 
reguladoras. 
Art. 37. A aquisição de bens e a contratação de serviços pelas Agências Reguladoras 
poderá se dar nas modalidades de consulta e pregão, observado o disposto nos arts. 55 
a 58 da Lei no 9.472, de 1997, e nos termos de regulamento próprio. 
 
Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica às contratações referentes a obras e 
serviços de engenharia, cujos procedimentos deverão observar as normas gerais de 
licitação e contratação para a Administração Pública. 
 
Art. 55. A consulta e o pregão serão disciplinados pela Agência, observadas as 
disposições desta Lei e, especialmente: (Vide Lei nº 9.986, de 2000) 
I - a finalidade do procedimento licitatório é, por meio de disputa justa entre 
interessados, obter um contrato econômico, satisfatório e seguro para a Agência; 
II - o instrumento convocatório identificará o objeto do certame, circunscreverá o 
universo de proponentes, estabelecerá critérios para aceitação e julgamento de 
propostas, regulará o procedimento, indicará as sanções aplicáveis e fixará as cláusulas 
do contrato; 
III - o objeto será determinado de forma precisa, suficiente e clara, sem especificações 
que, por excessivas, irrelevantes ou desnecessárias, limitem a competição; 
IV - a qualificação, exigida indistintamente dos proponentes, deverá ser compatível e 
proporcional ao objeto, visando à garantia do cumprimento das futuras obrigações; 
V - como condição de aceitação da proposta, o interessado declarará estar em situação 
regular perante as Fazendas Públicas e a Seguridade Social, fornecendo seus códigos de 
inscrição, exigida a comprovação como condição indispensável à assinatura do contrato; 
VI - o julgamento observará os princípios de vinculação ao instrumento convocatório, 
comparação objetiva e justo preço, sendo o empate resolvido por sorteio; 
VII - as regras procedimentais assegurarão adequada divulgação do instrumento 
convocatório, prazos razoáveis para o preparo de propostas, os direitos ao contraditório 
e ao recurso, bem como a transparência e fiscalização; 
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VIII - a habilitação e o julgamento das propostas poderão ser decididos em uma única 
fase, podendo a habilitação, no caso de pregão, ser verificada apenas em relação ao 
licitante vencedor; 
IX - quando o vencedor não celebrar o contrato, serão chamados os demais participantes 
na ordem de classificação; 
X - somente serão aceitos certificadosde registro cadastral expedidos pela Agência, que 
terão validade por dois anos, devendo o cadastro estar sempre aberto à inscrição dos 
interessados. 
 
c) segundo entendimento mais recente do STJ e do STF quanto ao crime de dispensar ou 
inexigir licitação fora das hipóteses previstas em lei, caso não reste demonstrado o dolo e o 
efetivo prejuízo ao erário, o fato será considerado atípico. 
Errada – para nossa jurisprudência não basta que se demonstre o dolo, exige-se que o dolo 
demonstrado seja o dolo específico. O dolo genérico não é suficiente para que se configure 
esse crime. 
 
d) o regime diferenciado de contratação, disciplinado pela lei n. 12.462/2011, aplica-se 
privativamente a licitações e contratos destinados aos jogos olímpicos, às copas das 
confederações e do mundo, às de infraestrutura e contratação de serviços para aeroportos 
como também às obras do programa de aceleração do crescimento. 
Errada – trata-se do chamado RDC (regime diferenciado de contratação) – Lei 12.462/2011. 
O RDC é um novo procedimento licitatório; mais célere, mais efetivo, menos 
burocrático. 
O governo precisou que essa lei fosse editada, pois, do contrário, seguindo o rito da 
Lei 8.666/93, não daria tempo de realizar as obras necessárias para as copas (do mundo e 
confederações) e olimpíadas. Então foi criado um regime diferenciado para contratação que 
deveria ser utilizado em situações bem específicas. Ocorre que, depois de editada, a lei 
sofreu várias alterações para que fossem ampliadas as hipóteses nas quais poderiam ser 
aplicadas o RDC, ao invés da lei 8.666/93. 
Regime de Contratação Diferenciada (RDC) 
Hipóteses de utilização do RDC: 
A utilização do RDC é exclusiva para licitações e contratos necessários à realização 
das hipóteses destacadas no art. 1º da Lei 12.462/11: 
Art. 1o É instituído o Regime Diferenciado de Contratações Públicas (RDC), aplicável 
exclusivamente às licitações e contratos necessários à realização: 
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I - dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016, constantes da Carteira de Projetos 
Olímpicos a ser definida pela Autoridade Pública Olímpica (APO); e 
 
II - da Copa das Confederações da Federação Internacional de Futebol Associação - Fifa 
2013 e da Copa do Mundo Fifa 2014, definidos pelo Grupo Executivo - Gecopa 2014 do 
Comitê Gestor instituído para definir, aprovar e supervisionar as ações previstas no Plano 
Estratégico das Ações do Governo Brasileiro para a realização da Copa do Mundo Fifa 
2014 - CGCOPA 2014, restringindo-se, no caso de obras públicas, às constantes da matriz 
de responsabilidades celebrada entre a União, Estados, Distrito Federal e Municípios; 
 
III - de obras de infraestrutura e de contratação de serviços para os aeroportos das 
capitais dos Estados da Federação distantes até 350 km (trezentos e cinquenta 
quilômetros) das cidades sedes dos mundiais referidos nos incisos I e II. (Obs: decore 
essa distância) 
 
IV - das ações integrantes do Programa de Aceleração do Crescimento 
(PAC) (Incluído pela Lei nº 12.688, de 2012) 
 
V - das obras e serviços de engenharia no âmbito do Sistema Único de Saúde - 
SUS. (Incluído pela Lei nº 12.745, de 2012) 
 
VI - das obras e serviços de engenharia para construção, ampliação e reforma e 
administração de estabelecimentos penais e de unidades de atendimento 
socioeducativo; (Incluído pela Lei nº 13.190, de 2015) 
 
VII - das ações no âmbito da segurança pública; (Incluído pela Lei nº 13.190, de 
2015) 
 
VIII - das obras e serviços de engenharia, relacionadas a melhorias na mobilidade urbana 
ou ampliação de infraestrutura logística; e (Incluído pela Lei nº 13.190, de 
2015) 
 
IX - dos contratos a que se refere o art. 47-A. (Incluído pela Lei nº 13.190, de 
2015) 
 
 X - das ações em órgãos e entidades dedicados à ciência, à tecnologia e à 
inovação. (Incluído pela Lei nº 13.243, de 2016) 
 
§ 1o O RDC tem por objetivos: 
I - ampliar a eficiência nas contratações públicas e a competitividade entre os licitantes; 
II - promover a troca de experiências e tecnologias em busca da melhor relação entre 
custos e benefícios para o setor público; 
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III - incentivar a inovação tecnológica; e 
IV - assegurar tratamento isonômico entre os licitantes e a seleção da proposta mais 
vantajosa para a administração pública. 
 
§ 2o A opção pelo RDC deverá constar de forma expressa do instrumento convocatório e 
resultará no afastamento das normas contidas na Lei no 8.666, de 21 de junho de 
1993, exceto nos casos expressamente previstos nesta Lei. 
 
§ 3o Além das hipóteses previstas no caput, o RDC também é aplicável às licitações e 
aos contratos necessários à realização de obras e serviços de engenharia no âmbito 
dos sistemas públicos de ensino e de pesquisa, ciência e tecnologia. (Redação 
dada pela Lei nº 13.190, de 2015) (Obs: vedação muito importante). 
Uma inovação muito importante foi a inserção, na lei do RDC, do art. 47-A que trouxe 
a hipótese de contratação da denominada “locação sob medida” ou built to suit. 
Art. 47-A. A administração pública poderá firmar contratos de locação de bens móveis 
e imóveis, nos quais o locador realiza prévia aquisição, construção ou reforma 
substancial, com ou sem aparelhamento de bens, por si mesmo ou por terceiros, do 
bem especificado pela administração. (Incluído pela Lei nº 13.190, de 2015) 
§ 1o A contratação referida no caput sujeita-se à mesma disciplina de dispensa e 
inexigibilidade de licitação aplicável às locações comuns. (Incluído pela Lei nº 
13.190, de 2015) 
§ 2o A contratação referida no caput poderá prever a reversão dos bens à administração 
pública ao final da locação, desde que estabelecida no contrato. (Incluído pela Lei 
nº 13.190, de 2015) 
§ 3o O valor da locação a que se refere o caput não poderá exceder, ao mês, 1% (um por 
cento) do valor do bem locado. (Incluído pela Lei nº 13.190, de 2015) 
A “locação sob medida” ou built to suit envolve uma operação imobiliária em que a 
construção do imóvel é feita sob medida a pedido do futuro locatário para que este alugue o 
imóvel por um determinado prazo e em condições que justifiquem o investimento que foi 
feito pelo locador. 
Além dessas hipóteses, a Lei 12.873/13 autorizou a companhia nacional de 
abastecimento – CONAB a utilizar o RDC nos contratos que especifica; a Lei 12.833/13 
também autorizou a secretaria de civil da presidência de engenharia destinados à melhoria 
de aeródromo públicos inserindo 63-A, §1º na lei do RDC; e a Lei 12.815/13 (lei dos portos) 
previu a aplicação subsidiária da lei do RDC às licitações de concessão de porto organizado e 
de arrendamento de instalação portuária (art. 66). 
Art. 63-A. Os recursos do FNAC serão geridos e administrados pela Secretaria de Aviação 
Civil da Presidência da República ou, a seu critério, por instituição financeira pública 
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federal, quando destinados à modernização, construção, ampliação ou reforma de 
aeródromos públicos. (Incluído pela Lei nº 12.833, de 2013) 
§ 1o Para a consecução dos objetivos previstos no caput, a Secretaria de Aviação Civil da 
Presidência da República, diretamente ou, a seu critério, por intermédio de instituição 
financeira pública federal, realizará procedimento licitatório, podendo, em nome próprio 
ou de terceiros, adquirir bens, contratar obras e serviços de engenharia e de técnicos 
especializados e utilizar-se do Regime Diferenciado de Contratações Públicas - 
RDC. (Incluído pela Lei nº 12.833, de 2013) 
§ 2o Ato conjunto dos Ministros da Fazenda e da Secretaria de Aviação Civil da 
Presidência da República fixará a remuneração de instituição financeira que prestar 
serviços, na forma deste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.833, de 2013) 
 
A Lei 12.983/14 alterou a Lei 12.340/10 para incluir o art. 15-A. 
Art. 15-A. Aplica-se o disposto na Lei n
o
 12.462, de 4 de agosto de 2011, às licitações e aos 
contratos destinados à execução de ações de prevenção em áreas de risco de desastres e de 
resposta e de recuperação em áreas atingidas por desastres. (Incluído pela Lei nº 12.983, 
de 2014) 
A Lei 13.190/15 fez três alterações substanciais incluindo novas hipóteses de 
utilização do RDC e permitindo a resolução desses conflitos através de arbitragem e 
mediação. Também tornou possível a utilização de contratos de utilização sob medida. 
O STF, no entanto, julgando o MS 33889 concedeu liminar para suspender a eficácia 
de quase toda a Lei 13.190/15 por entender que houve o que os ministros chamam de 
“contrabando legislativo”, uma vez que houve a inclusão de assuntos sem relação de 
pertinência temática durante a tramitação da medida provisória que deu origem à Lei 
13.190/15. Assim, de acordo com essa decisão, para o SRF, a aplicação da arbitragem e 
mediação, bem como dos contratos built to suit estão suspensos. 
Suspenso trâmite de projeto de lei por "contrabando legislativo" 
O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu liminar no 
Mandado de Segurança (MS) 33889 e suspendeu o trâmite do Projeto de Lei de Conversão (PLV) 
17/2015, exceto naquilo que corresponde ao Regime Diferenciado de Contratações Públicas, 
tema original da Media Provisória (MP) que originou o projeto de lei. O MS foi impetrado pelo 
senador Álvaro Dias (PSDB-PR). 
O relator apontou que houve afronta à decisão do STF no julgamento da Ação Direta de 
Inconstitucionalidade (ADI) 5127. Na ocasião, a Corte reconheceu a “impossibilidade de se incluir 
emenda em projeto de conversão de medida provisória em lei com tema diverso do objeto 
originário da medida provisória”, fato conhecido como "contrabando legislativo", e preservou, 
até a data do julgamento (15 de outubro deste ano), “as leis fruto de emendas em projetos de 
conversão de medida provisória em lei”. 
Segundo o ministro Barroso, o PLV 17/2015, decorrente da Medida Provisória 678/2015, foi 
aprovado pela Câmara dos Deputados e pelo Senado e encaminhado à sanção no dia 29 de 
outubro. A MP tratava originalmente apenas do acréscimo de dois incisos ao artigo 1º da Lei 
12.462/2011 para autorizar a utilização do RDC em “obras e serviços de engenharia para 
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construção, ampliação e reforma de estabelecimentos penais e unidades de atendimento 
socioeducativo” (inciso VI) e “ações no âmbito da segurança pública” (inciso VII). 
Conforme o relator, durante a tramitação no Congresso Nacional, a MP recebeu 72 emendas 
parlamentares, com matérias completamente estranhas ao seu propósito original, entre elas 
alterações na Lei de Execuções Penais, renegociação de dívida do Proálcool, registro de títulos e 
documentos, atribuições dos oficiais de registro de imóveis, compensação de crédito de 
PIS/Pasep e Cofins e disposição final ambientalmente adequada de rejeitos. 
“Difícil imaginar um diploma legal mais heterogêneo, com matérias que aparentemente não 
guardam relação com o texto original da medida provisória. E a sanção ou veto do projeto 
ocorrerá posteriormente ao julgamento da ADI 5127 (15.10.2015)”, apontou o ministro Roberto 
Barroso. 
O relator destacou que o perigo da demora (um dos requisitos para a concessão da liminar) é 
“claramente evidenciado” pelo fim próximo do prazo para a sanção ou veto do projeto 
pela Presidência da República. Por isso, deferiu a liminar, a ser referendada pelo Plenário, 
preservando apenas os dispositivos que tratam do RDC. Caso sancionado o projeto nos outros 
pontos, fica suspensa a sua eficácia até posterior deliberação. 
 
Mas ATENÇÃO!!! É importante perceber que esses institutos da mediação, 
arbitragem e da locação sob medida, apesar de não estarem vigentes na lei, por causa da 
suspensão promovida pelo STF, acabam podendo ser utilizados pela administração pública, 
independentemente da referida suspensão, amparando-se em outros entendimentos e 
outras autorizações legislativas. Então, para todos os efeitos, as alterações promovidas pela 
Lei 13.190/2015 continuam sendo aplicadas. 
 
e) Segundo de depreende da lei 8666/93 no tocante a especificação do objeto do processo 
licitatório, essa especificação devera ser completa, sem indicação de marca. No regime 
diferenciado de contratação, poderem sera possível a indocação de marca ou modelo 
quando for conveninete a administração publica devendo essa decisão ser fundamentada. 
Errada – porque, na verdade, a indicação de marca ou modelo não devem acontecer 
quando for conveniente à administração. Apenas pode ocorrer nas hipóteses previstas pelo 
art. 7 da Lei 12.462/11. São hipóteses taxativas. 
Art. 7o No caso de licitação para aquisição de bens, a administração pública poderá: 
I - indicar marca ou modelo, desde que formalmente justificado, nas seguintes hipóteses: 
a) em decorrência da necessidade de padronização do objeto; 
b) quando determinada marca ou modelo comercializado por mais de um fornecedor for 
a única capaz de atender às necessidades da entidade contratante; ou 
c) quando a descrição do objeto a ser licitado puder ser melhor compreendida pela 
identificação de determinada marca ou modelo aptos a servir como referência, situação 
em que será obrigatório o acréscimo da expressão “ou similar ou de melhor qualidade”; 
II - exigir amostra do bem no procedimento de pré-qualificação, na fase de julgamento 
das propostas ou de lances, desde que justificada a necessidade da sua apresentação; 
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III - solicitar a certificação da qualidade do produto ou do processo de fabricação, 
inclusive sob o aspecto ambiental, por qualquer instituição oficial competente ou por 
entidade credenciada; e 
IV - solicitar, motivadamente, carta de solidariedade emitida pelo fabricante, que 
assegure a execução do contrato, no caso de licitante revendedor ou distribuidor. 
Vejamos outra questão sobre o RDC, também cobrada pelo TRF-2, porém agora por 
elaboração de sua banca própria. 
Questão TRF-2 (banca própria) 
Em relação ao RDC constituído

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