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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE INSTITUTO DE ARTES E COMUNICAÇÃO SOCIAL BIBLIOTECONOMIA E DOCUMENTAÇÃO ÉTICA E INFORMAÇÃO PROFESSORA: MARCIA BOSSY ALUNA: PAULA RIBEIRO DA IGREJA MATRÍCULA: 115001052 FICHAMENTO: O HOMEM VAZIO: UMA CRÍTICA AO UTILITARISMO ANDRADE, Érico. O homem vazio: uma crítica ao utilitarismo. Trans/Form/Ação, Marília, v.36, n. 2, p. 105-122, Maio/Ago, 2013. Introdução O artigo de Andrade pretende criticar a percepção utilitarista restrita a respeito dos critérios para tomada de uma decisão, defendendo que ela é mais complexa do que a procura pela felicidade nas avaliações de uma ação. Para isso o autor irá designar o termo utilitarismo apesar da falta de um consenso em sua definição, em seguida irá abordar uma discussão antropológica quanto às motivações para ações individuais,na terceira parte o autor fará uma crítica sociológica quanto à insuficiência cultural do utilitarismo ao solucionar conflitos culturais. Breves notas sobre o utilitarismo O autor entende o utilitarismo como uma teoria moral que defenderá a felicidade e o bem-estar em detrimento do sofrimento. A variável do cálculo para tomada de decisões utilitaristas é o maior conjunto de indivíduos beneficiados com a ação. Não há um consenso quanto ao significado da felicidade ou bem-estar. Apesar disso, os utilitaristas defendem que os interesses gerais devem estar à frente dos interesses pessoais de forma que as ações devem produzir o maior bem ou menor sofrimento possível. Dessa forma,o utilitarismo não pode ser percebido como uma teoria do egoísmo moral. Segundo Érico Andrade as vantagens do utilitarismo são: " A) ele parece estar de acordo com algumas de nossas intuições básicas,quando oferece uma resposta razoável para certos dilemas morais." B) O utilitarismo tem um comprometimento empírico interessante,na medida em que estabelece princípios morais que podem ser quantificáveis e testados,quanto à sua validade,na experiência " O déficit sociológico do utilitarismo A segunda parte do artigo é dedicada à demonstrar que a máxima utilitarista pode ser falha,isto é, há fatores ,como a empatia ,que podem fazer com que o indivíduo abandone a lógica racional do bem-estar da maior quantidade de pessoas. É possível perceber que os critérios utilitaristas são válidos e reais em diversos momentos,no entanto eles não são válidos independente do contexto afetivo. A empatia ocorre como um dos critérios da avaliação moral,ou seja, a empatia torna-se também uma das variáveis ao tomar uma decisão. O autor exemplifica sua afirmação através da suposição se um pai que poderá salvar três de seus quatro filhos de uma casa que está sendo incendiada,porém opta por não deixar um dos filhos para trás e arriscar sua vida podendo deixar os demais filhos desassistidos. O que o autor pretende defender é que a noção de indivíduo não deve ser austera e apenas analisada por um ponto de vista racional,ela deve estar de acordo também com as possíveis motivações do indivíduo. Sendo assim, a quantidade de beneficiados não é o suficiente para avaliar uma ação. O déficit sociológico do utilitarismo Na parte final Érico Andrade buscar levantar as questões culturais do problema utilitarista. Assim como a afetividade deve ser colocada como uma variável para a tomada de decisões, a cultura também é também uma variável. A felicidade e o sofrimento serão entendidos de formas diferentes em sociedades distintas,visto que não são conceitos engessados. O utilitarismo não considera a variedade cultural,logo está associado a valores morais que podem ser diferentes em outras culturas. O contexto que um indivíduo está inserido,as experiências que viveu e o aprendizado que teve serão norteadores do que considerará moral ou imoral. O fato de não considerar a diversidade cultural faz com que entre em um ciclo vicioso. Para que haja uma legitimidade o cálculo de utilidade deve se basear também na diversidade cultural. Se pautar somente na quantificação dos benefícios e minimização dos sofrimentos supõe que o sujeito esteja abandonado de sua herança cultural e carga emotiva,esvaziando-o de forma tão abstrata que não poderia ser considerado humano.
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