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Direito previdenciario 04DF parte1

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REGIME GERAL DE 
PREVIDÊNCIA SOCIALPREVIDÊNCIA SOCIAL
Professora Marina Vasques Duarte de Barros Falcão
1. Fundamentos do Regime Geral de Previdência
Social
1.1. Organização da Previdência Social na Constituição Federal de
1. Fundamentos do Regime Geral de Previdência Social
1.1. Organização da Previdência Social na Constituição Federal de 1988
1.1. Organização da Previdência Social na Constituição Federal de
1988
1.2. Relação jurídica de previdência
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1.1. Organização da Previdência Social na Constituição Federal de 1988
1.2. Relação jurídica de previdência
Art. 201. A PREVIDÊNCIA SOCIAL será organizada sob a forma de regime
geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios
que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, nos termos da
lei, a:
I - cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e idade avançada;
II - proteção à maternidade, especialmente à gestante;
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I - cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e idade avançada;
II - proteção à maternidade, especialmente à gestante;
III - proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário;
IV - salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados de
baixa renda;
V - pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou
companheiro e dependentes, observado o disposto no § 2º.
I – filiação obrigatória;
Art. 201. A PREVIDÊNCIA SOCIAL será organizada sob a forma de regime
geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios
que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, nos termos da
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de 1988
que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, nos termos da
lei, a:
(...)
§ 5º É vedada a filiação ao regime geral de previdência social, na qualidade
de segurado facultativo, de pessoa participante de regime próprio de
previdência.
§ 12. Lei disporá sobre sistema especial de inclusão previdenciária para
atender a trabalhadores de baixa renda e àqueles sem renda própria que se
dediquem exclusivamente ao trabalho doméstico no âmbito de sua
residência, desde que pertencentes a famílias de baixa renda, garantindo-
lhes acesso a benefícios de valor igual a um salário-mínimo.
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lhes acesso a benefícios de valor igual a um salário-mínimo.
§ 13. O sistema especial de inclusão previdenciária de que trata o § 12
deste artigo terá alíquotas e carências inferiores às vigentes para os demais
segurados do regime geral de previdência social.
II – caráter contributivo;
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e
indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes
contribuições sociais:
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contribuições sociais:
I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei,
incidentes sobre:
a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a
qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo
empregatício;
b) a receita ou o faturamento;
c) o lucro;
II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não incidindo
contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de
previdência social de que trata o art. 201;
III - sobre a receita de concursos de prognósticos.
IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar.
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§ 8º, CF - O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais e o pescador
artesanal, bem como os respectivos cônjuges, que exerçam suas atividades em
regime de economia familiar, sem empregados permanentes, contribuirão para a
seguridade social mediante a aplicação de uma alíquota sobre o resultado da
comercialização da produção e farão jus aos benefícios nos termos da lei.
Art. 25, Lei 8212/91. A contribuição do empregador rural pessoa física, em
substituição à contribuição de que tratam os incisos I e II do art. 22, e a do segurado
especial, referidos, respectivamente, na alínea a do inciso V e no inciso VII do art. 12
desta Lei, destinada à Seguridade Social, é de:
I - 2% da receita bruta proveniente da comercialização da sua produção;
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I - 2% da receita bruta proveniente da comercialização da sua produção;
II - 0,1% da receita bruta proveniente da comercialização da sua produção para
financiamento das prestações por acidente do trabalho.
§ 1º O segurado especial de que trata este artigo, além da contribuição obrigatória
referida no caput, poderá contribuir, facultativamente, na forma do art. 21 desta Lei.
Art. 39, Lei 8.213/91. Para os segurados especiais, referidos no inciso VII do art. 11
desta Lei, fica garantida a concessão:
I - I - de aposentadoria por idade ou por invalidez, de auxílio-doença, de auxílio-
reclusão ou de pensão, no valor de 1 (um) salário mínimo, e de auxílio-acidente,
conforme disposto no art. 86, desde que comprove o exercício de atividade rural,
ainda que de forma descontínua, no período, imediatamente anterior ao
requerimento do benefício, igual ao número de meses correspondentes à carência do
benefício requerido; ou ;
II - dos benefícios especificados nesta Lei, observados os critérios e a forma deII - dos benefícios especificados nesta Lei, observados os critérios e a forma de
cálculo estabelecidos, desde que contribuam facultativamente para a Previdência
Social, na forma estipulada no Plano de Custeio da Seguridade Social.
Parágrafo único. Para a segurada especial fica garantida a concessão do salário-
maternidade no valor de 1 (um) salário mínimo, desde que comprove o exercício de
atividade rural, ainda que de forma descontínua, nos 12 (doze) meses
imediatamente anteriores ao do início do benefício.
Súmula 272 do STJ:
O trabalhador rural, na condição de segurado especial, sujeito à
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O trabalhador rural, na condição de segurado especial, sujeito à
contribuição obrigatória sobre a produção rural comercializada, somente
faz jus à aposentadoria por tempo de serviço, se recolher contribuições
facultativas.
III – equilíbrio financeiro e atuarial;
EC 20/98 – Lei 9.876/99: FATOR PREVIDENCIÁRIO
-Idade segurado;
-Exprectativa de sobrevida;
-Tempo de contribuição
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-Tempo de contribuição
Obrigatório na aposentadoria por tempo de contribuição;
Facultativo na aposentadoria por idade (art. 7º Lei 9.876/99)
Lei 13.183/2015: instituiu o Fator 95/85 possibilitando a exclusão do FP na
aposentadoria por tempo de contribuição para quem preenchesse tempo
contribuição (mínimo 35/30) + idade (art. 29-C, Lei 8213/91)
IV – correção monetária dos salários-de-contribuição;
Art. 201, § 3º, CF - Todos os salários de contribuição considerados para o cálculo de
benefício serão devidamente atualizados, na forma da lei.
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benefício serão devidamente atualizados, na forma da lei.
Art. 29-B, Lei 8.213/91. Os salários-de-contribuição considerados no cálculo do valor
do benefício serão corrigidos mês a mês de acordo com a variação integral do Índice
Nacional de Preços ao Consumidor - INPC, calculado pela Fundação Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE.
V – preservação do poder aquisitivo do valordos benefícios;
Art. 201, § 4º, CF - É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em
caráter permanente, o valor real, conforme critérios definidos em lei.
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caráter permanente, o valor real, conforme critérios definidos em lei.
Art. 41-A, Lei 8.213/91. O valor dos benefícios em manutenção será reajustado, anualmente,
na mesma data do reajuste do salário mínimo, pro rata, de acordo com suas respectivas datas
de início ou do último reajustamento, com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor -
INPC, apurado pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE. .
VI – garantia do benefício mínimo;
Art. 201, § 2º, CF - Nenhum benefício que substitua o salário de contribuição ou o
rendimento do trabalho do segurado terá valor mensal inferior ao salário mínimo.
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rendimento do trabalho do segurado terá valor mensal inferior ao salário mínimo.
Art. 41-A, § 6º, Lei 8.213/91. Para os benefícios que tenham sido majorados devido
à elevação do salário mínimo, o referido aumento deverá ser compensado no
momento da aplicação do disposto no caput deste artigo, de acordo com normas a
serem baixadas pelo Ministério da Previdência Social.
VII – previdência complementar facultativa;
Art. 201, § 7º, CF – (REDAÇÃO ORIGINÁRIA) A previdência social manterá seguro coletivo, de
caráter complementar e facultativo, custeado por contribuições adicionais.
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caráter complementar e facultativo, custeado por contribuições adicionais.
Art. 202. O regime de previdência privada, de caráter complementar e organizado de forma
autônoma em relação ao regime geral de previdência social, será facultativo, baseado na
constituição de reservas que garantam o benefício contratado, e regulado por lei
complementar. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
VII – previdência complementar facultativa;
Art. 202. (...)
§ 1° A lei complementar de que trata este artigo assegurará ao participante de planos de
benefícios de entidades de previdência privada o pleno acesso às informações relativas à
gestão de seus respectivos planos.
§ 2° As contribuições do empregador, os benefícios e as condições contratuais previstas nos
estatutos, regulamentos e planos de benefícios das entidades de previdência privada não
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§ 2° As contribuições do empregador, os benefícios e as condições contratuais previstas nos
estatutos, regulamentos e planos de benefícios das entidades de previdência privada não
integram o contrato de trabalho dos participantes, assim como, à exceção dos benefícios
concedidos, não integram a remuneração dos participantes, nos termos da lei.
§ 3º É vedado o aporte de recursos a entidade de previdência privada pela União, Estados,
Distrito Federal e Municípios, suas autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de
economia mista e outras entidades públicas, salvo na qualidade de patrocinador, situação na
qual, em hipótese alguma, sua contribuição normal poderá exceder a do segurado.
§ 4º Lei complementar disciplinará a relação entre a União, Estados, Distrito Federal ou
Municípios, inclusive suas autarquias, fundações, sociedades de economia mista e empresas
controladas direta ou indiretamente, enquanto patrocinadoras de entidades fechadas de
previdência privada, e suas respectivas entidades fechadas de previdência privada.
§ 5º A lei complementar de que trata o parágrafo anterior aplicar-se-á, no que couber, às
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§ 5º A lei complementar de que trata o parágrafo anterior aplicar-se-á, no que couber, às
empresas privadas permissionárias ou concessionárias de prestação de serviços públicos,
quando patrocinadoras de entidades fechadas de previdência privada.
§ 6º A lei complementar a que se refere o § 4° deste artigo estabelecerá os requisitos para a
designação dos membros das diretorias das entidades fechadas de previdência privada e
disciplinará a inserção dos participantes nos colegiados e instâncias de decisão em que seus
interesses sejam objeto de discussão e deliberação.
VIII – comutatividade;
Art. 201, § 9º, CF - Para efeito de aposentadoria, é assegurada a contagem recíproca do tempo de
contribuição na administração pública e na atividade privada, rural e urbana, hipótese em que os
diversos regimes de previdência social se compensarão financeiramente, segundo critérios
estabelecidos em lei.
Art. 94, Lei 8.213/91. Para efeito dos benefícios previstos no Regime Geral de Previdência Social ou no serviço
público é assegurada a contagem recíproca do tempo de contribuição na atividade privada, rural e urbana, e do
tempo de contribuição ou de serviço na administração pública, hipótese em que os diferentes sistemas de
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público é assegurada a contagem recíproca do tempo de contribuição na atividade privada, rural e urbana, e do
tempo de contribuição ou de serviço na administração pública, hipótese em que os diferentes sistemas de
previdência social se compensarão financeiramente.
§ 1o A compensação financeira será feita ao sistema a que o interessado estiver vinculado ao requerer o
benefício pelos demais sistemas, em relação aos respectivos tempos de contribuição ou de serviço, conforme
dispuser o Regulamento.
§ 2o Não será computado como tempo de contribuição, para efeito dos benefícios previstos em regimes próprios
de previdência social, o período em que o segurado contribuinte individual ou facultativo tiver contribuído na
forma do § 2o do art. 21 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991, salvo se complementadas as contribuições na
forma do § 3o do mesmo artigo.
VIII – comutatividade;
Art. 96, Lei 8.213/91. O tempo de contribuição ou de serviço de que trata esta Seção será
contado de acordo com a legislação pertinente, observadas as normas seguintes:
I - não será admitida a contagem em dobro ou em outras condições especiais;
II - é vedada a contagem de tempo de serviço público com o de atividade privada, quando
concomitantes;
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II - é vedada a contagem de tempo de serviço público com o de atividade privada, quando
concomitantes;
III - não será contado por um sistema o tempo de serviço utilizado para concessão de
aposentadoria pelo outro;
IV - o tempo de serviço anterior ou posterior à obrigatoriedade de filiação à
Previdência Social só será contado mediante indenização da contribuição correspondente ao
período respectivo, com acréscimo de juros moratórios de zero vírgula cinco por cento ao mês,
capitalizados anualmente, e multa de dez por cento.
IX – indisponibilidade do direito dos beneficiários;
Art. 114, Lei 8213/91. Salvo quanto a valor devido à Previdência Social e a
desconto autorizado por esta Lei, ou derivado da obrigação de prestar
alimentos reconhecida em sentença judicial, o benefício não pode ser
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alimentos reconhecida em sentença judicial, o benefício não pode ser
objeto de penhora, arresto ou seqüestro, sendo nula de pleno direito a
sua venda ou cessão, ou a constituição de qualquer ônus sobre ele, bem
como a outorga de poderes irrevogáveis ou em causa própria para o seu
recebimento.
IX – indisponibilidade do direito dos beneficiários;
Art. 115. Podem ser descontados dos benefícios:
I - contribuições devidas pelo segurado à Previdência Social;
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I - contribuições devidas pelo seguradoà Previdência Social;
II - pagamento de benefício além do devido;
III - Imposto de Renda retido na fonte;
IV - pensão de alimentos decretada em sentença judicial;
V - mensalidades de associações e demais entidades de aposentados legalmente reconhecidas,
desde que autorizadas por seus filiados.
VI - pagamento de empréstimos, financiamentos, cartões de crédito e operações de
arrendamento mercantil concedidos por instituições financeiras e sociedades de arrendamento
mercantil, ou por entidades fechadas ou abertas de previdência complementar, públicas e
privadas, quando expressamente autorizado pelo beneficiário, até o limite de 35% (trinta e cinco
por cento) do valor do benefício, sendo 5% (cinco por cento) destinados exclusivamente para:
a) amortização de despesas contraídas por meio de cartão de crédito; ou
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a) amortização de despesas contraídas por meio de cartão de crédito; ou
b) utilização com a finalidade de saque por meio do cartão de crédito.
Parágrafo único. Na hipótese do inciso II, o desconto será feito em parcelas, conforme dispuser o
regulamento, salvo má-fé.
§ 1o Na hipótese do inciso II, o desconto será feito em parcelas, conforme dispuser o
regulamento, salvo má-fé.
§ 2o Na hipótese dos incisos II e VI, haverá prevalência do desconto do inciso II.
X – tempus regit actum;
Súmula 359 STF
RESSALVADA A REVISÃO PREVISTA EM LEI, OS PROVENTOS DA INATIVIDADE REGULAM-SE PELA
LEI VIGENTE AO TEMPO EM QUE O MILITAR, OU O SERVIDOR CIVIL, REUNIU OS REQUISITOS
NECESSÁRIOS.
Art. 102, Lei 8.213/91. A perda da qualidade de segurado importa em caducidade dos direitos
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Art. 102, Lei 8.213/91. A perda da qualidade de segurado importa em caducidade dos direitos
inerentes a essa qualidade.
§ 1º A perda da qualidade de segurado não prejudica o direito à aposentadoria para cuja
concessão tenham sido preenchidos todos os requisitos, segundo a legislação em vigor à época
em que estes requisitos foram atendidos.
§ 2º Não será concedida pensão por morte aos dependentes do segurado que falecer após a
perda desta qualidade, nos termos do art. 15 desta Lei, salvo se preenchidos os requisitos para
obtenção da aposentadoria na forma do parágrafo anterior.
XI – direito adquirido ao melhor benefício;
Art. 122, Lei 8.213/91. Se mais vantajoso, fica assegurado o direito à aposentadoria, nas
condições legalmente previstas na data do cumprimento de todos os requisitos necessários à
obtenção do benefício, ao segurado que, tendo completado 35 anos de serviço, se homem, ou
trinta anos, se mulher, optou por permanecer em atividade.
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APOSENTADORIA - PROVENTOS - CÁLCULO. Cumpre observar o quadro mais favorável ao
beneficiário, pouco importando o decesso remuneratório ocorrido em data posterior ao
implemento das condições legais. Considerações sobre o instituto do direito adquirido, na voz
abalizada da relatora - ministra Ellen Gracie -, subscritas pela maioria.(RE 630501, Relator(a):
Min. ELLEN GRACIE, Relator(a) p/ Acórdão: Min. MARCO AURÉLIO, Tribunal Pleno, julgado em
21/02/2013, DJe-166 DIVULG 23-08-2013 PUBLIC 26-08-2013 EMENT VOL-02700-01 PP-00057)
XII – princípio do in dubio pro misero: hipossuficiência do segurado;
Art. 124. Salvo no caso de direito adquirido, não é permitido o recebimento conjunto dos
seguintes benefícios da Previdência Social:
I - aposentadoria e auxílio-doença;
II - duas ou mais aposentadorias;
II - mais de uma aposentadoria;
III - aposentadoria e abono de permanência em serviço;
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II - mais de uma aposentadoria;
III - aposentadoria e abono de permanência em serviço;
IV - salário-maternidade e auxílio-doença;
V - mais de um auxílio-acidente;
VI - mais de uma pensão deixada por cônjuge ou companheiro, ressalvado o direito de opção
pela mais vantajosa.
Parágrafo único. É vedado o recebimento conjunto do seguro-desemprego com qualquer
benefício de prestação continuada da Previdência Social, exceto pensão por morte ou auxílio-
acidente.
XII – princípio do in dubio pro misero: hipossuficiência do segurado;
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XII – princípio do in dubio pro misero: hipossuficiência do segurado;
Art. 7º, Lei 9.876/99 - É garantido ao segurado com direito a aposentadoria por idade a opção
pela não aplicação do fator previdenciário a que se refere o art. 29 da Lei 8.213/91, de 1991,
com a redação dada por esta Lei.
A fundamentalidade dos direitos sociais, impõe, dentre outras consequências,
o dever de legislar, no sentido da obrigação de regulamentar os preceitos
constitucionais carentes de intervenção legislativa. As normas constitucionais
de direitos sociais não são “normas programáticas”, são normas que instituem
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de direitos sociais não são “normas programáticas”, são normas que instituem
deveres específicos de legislar e têm vocação principal para gerar direitos a
prestações materiais, pois impõem ao legislador a disciplina dos meios de
realização concreta de uma sociedade de bem-estar sob a forma de prestações
materiais.
Ao menos no que se refere à dimensão das prestações minimamente
necessárias para uma existência digna – ou vital para alguns –, a doutrina de
forma majoritária admite que a legitimidade democrática seja afastada,
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forma majoritária admite que a legitimidade democrática seja afastada,
impondo-se a intervenção do Poder Judiciário na determinação do direito
garantidor desta condição.
Princípio da universalidade da cobertura e do atendimento (art. 194,
parágrafo único, inciso I, CF) não afasta de plano o Princípio da separação dos
poderes e da reserva do possível, criando, por si só, direitos originários a
prestações sociais relativas à previdência.
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prestações sociais relativas à previdência.
Apenas traz uma norma princípio a ser observada pelo legislador a fim de orientar a sua
atuação, no sentido de, quando possível, abranger ao máximo os riscos sociais e
proteger o maior número de pessoas, sempre expandindo o amparo estatal objetiva e
subjetivamente.
A “reserva do possível” aparece como limite à expansão do sistema, ainda
mais se considerado que o artigo 195, § 5º, da Constituição Federal,
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mais se considerado que o artigo 195, § 5º, da Constituição Federal,
expressamente determina que nenhum benefício ou serviço da seguridade
social – inclusive previdenciário – poderá ser criado, majorado ou estendido
sem a correspondente fonte de custeio.
O inciso III daquele artigo 194, parágrafo único, da Constituição Federal,
dispõe como objetivo da seguridade social a seletividade e a distributividade
na prestação dos benefícios e serviços, o que quer dizer que, ab initio, será o
Poder Legislativo, ou até mesmo o Poder Executivo, – pautados pelo senso de
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Poder Legislativo, ou até mesmo o Poder Executivo, – pautados pelo senso de
solidariedade social, de erradicação da pobreza e de promoção de bem-
estar e justiça sociais – os responsáveis por selecionar os riscos mais
urgentes a serem cobertos pelo Estado em dado momento histórico e
cultural, considerando a reserva orçamentária que possui.
Os indivíduos mais carentes e as situações de risco mais eminentes deverão
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de 1988Os indivíduos mais carentes e as situações de risco mais eminentes deverão
ser protegidos de modo especial em detrimento de outros, já que a
Previdência Social é também responsável por promover a “justiça
distributiva”.
Na ponderação dos critérios de atendimento da necessidade a ser amparada,
nenhum dos órgãos estatais pode-se furtar ao cumprimento dos valores
hierarquicamente eleitos pelo constituinte, sendo certo que há uma
obrigação de se implementar ao menos as políticas minimamente necessárias
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obrigação de se implementar ao menos as políticas minimamente necessárias
para a preservação da dignidade da pessoa humana, vinculados ao núcleo
essencial do direito fundamental, para, a partir de então, expandir o amparo
estatal até o limite das condições econômicas que o Estado permitir, sempre a
partir da prestação mais indispensável à preservação da vida e da
integridade física do segurado e de seus dependentes.
Mesmo em relação às categorias de segurados e de dependentes a serem amparados
é possível a eleição de prioridades e etapas a serem seguidas.
O próprio sistema constitucional protege de modo especial os segurados empregados,
rurais e urbanos, e trabalhadores avulsos (art. 7º e inciso XXXIV da CF), os
trabalhadores rurais (art. 201, § 7º, inciso II, parte final, CF), os professores do ensino
infantil, fundamental e médio (art. 201, § 8º, CF), os trabalhadores e pessoas
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infantil, fundamental e médio (art. 201, § 8º, CF), os trabalhadores e pessoas
integrantes de famílias de baixa renda (art. 201, § 12, CF), os portadores de deficiência
e aqueles que exerçam atividade considerada nociva à saúde e à integridade física (art.
201, § 1º, CF). No que se refere aos dependentes, há uma proteção especial a ser
seguida em relação às crianças, aos adolescentes e aos jovens (art. 227, CF), aos
portadores de deficiência física, sensorial ou mental (art. 227, § 1º, II, CF), bem assim
aos idosos (art. 230, CF).
RE 211.319-1/RS - extensão do direito à pensão por morte de marido ou
companheiro que não fosse inválido (jurisprudência alterada recentemente
pelo STF - RE 415861 AgR (19/06/2012), RE 429273 AgR (17/05/2011), RE
585620 AgR (26/04/2011), RE 352744 AgR (01/03/2011)
1.1. Organização da Previdência Social na Constituição Federal
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585620 AgR (26/04/2011), RE 352744 AgR (01/03/2011)
EDRE 163.332-2/RS - redução da idade mínima para aposentadoria por idade
do trabalhador rural (de 65 anos para 60 anos, homem, e 55, mulher).
Mais recentemente o STF reconheceu direito originário à prestação:
Mandado de Injunção nº 721-7, Relator Ministro Marco Aurélio, julgado em
30/08/2007: STF decidiu, por unanimidade, reconhecer a omissão do legislador
na implantação da aposentadoria especial do servidor público, prevista
1.1. Organização da Previdência Social na Constituição Federal
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na implantação da aposentadoria especial do servidor público, prevista
constitucionalmente no artigo 40, § 4º, da CF, adotando via pronunciamento
judicial, a disciplina própria dos trabalhadores do Regime Geral da Previdência
Social, prevista no artigo 57, § 1º, da Lei nº 8.213/1991. Reiterado pela Corte
Constitucional no julgamento de outros casos semelhantes, como os veiculados
nos MIs nº 795 e 797.
1.2. Relação Jurídica de Previdência
1.2.1. Natureza Jurídica
Fundamentos do RGPS
1.2.1. Natureza Jurídica
1.2.2. Validade da Relação Jurídica
1.2.3. Espécies de Relação Jurídica
1.2. Relação Jurídica de Previdência
1.2.1. Natureza Jurídica
Contratual
(direito privado)
Fundamentos do RGPS
(direito privado)
X 
Legal
(direito público)
1.2. Relação Jurídica de Previdência
1.2.2. Validade da Relação Jurídica
� Concepção dualista e monista: autonomia entre a relação de emprego e a
relação de previdência social;
� Validade do contrato de emprego como condição para validade da relação de
Fundamentos do RGPS
� Validade do contrato de emprego como condição para validade da relação de
previdência;
- nulidade por defeitos de forma;
- incapacidade do agente;
- inidoneidade da prestação (ilicitude da prestação X ilicitude do objeto do
contrato);
1.2.2. Validade da Relação Jurídica
Agravo de instrumento. 2. Trabalhador rural ou rurícola menor de quatorze anos. Contagem de
tempo de serviço. Art. 11, VII, da Lei nº. 8213. Possibilidade. Precedentes. 3. Alegação de violação
aos arts. 5º, XXXVI; e 97, da CF/88. Improcedente. Impossibilidade de declaração de efeitos
retroativos para o caso de declaração de nulidade de contratos trabalhistas. Tratamento similar na
doutrina do direito comparado: México, Alemanha, França e Itália. Norma de garantia do
trabalhador que não se interpreta em seu detrimento. Acórdão do STJ em conformidade com a
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trabalhador que não se interpreta em seu detrimento. Acórdão do STJ em conformidade com a
jurisprudência desta Corte. 4. Precedentes citados: AgRAI 105.794, 2ª T., Rel. Aldir Passarinho, DJ
02.04.86; e RE 104.654, 2ª T., Rel. Francisco Rezek, DJ 25.04.86 5. Agravo de instrumento a que se
nega provimento.
(AI 529694, Relator(a): Min. GILMAR MENDES, Segunda Turma, julgado em 15/02/2005, DJ 11-03-
2005 PP-00043 EMENT VOL-02183-09 PP-01827 RTJ VOL-00193-01 PP-00417 RDECTRAB v. 12, n.
129, 2005, p. 176-190)
PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA. COMPROVAÇÃO DO DISSÍDIO. PROVA
DE ATIVIDADE RURÍCOLA EM REGIME DE ECONOMIA FAMILIAR. MENOR DE 14 ANOS. CONTAGEM DE
TEMPO DE SERVIÇO PARA FINS PREVIDENCIÁRIOS. POSSIBILIDADE.
I - Em se tratando de matéria por demais conhecida da Egrégia Seção, dispensáveis se mostram
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I - Em se tratando de matéria por demais conhecida da Egrégia Seção, dispensáveis se mostram
maiores exigências formais na comprovação da divergência, bastando a transcrição de ementas.
Precedente.
II - In casu, ao tempo da prestação dos serviços - entre 17.08.68 e 31.12.69 - vigorava o art. 165,
inciso X, da CF/67, repetido na E.C. nº 1/69, que admitia o trabalho do menor a partir dos 12 (doze)
anos.
III - Reconhecendo a Lei 8.213/91, art. 55, § 2º, o tempo de serviço rural pretérito, sem contribuição,
para efeitos previdenciários - não para contagem recíproca - não podia limitar aos 14 (quatorze)
anos, sem ofensa à Norma Maior. É que o tempo de serviço, para fins de aposentadoria, é
disciplinado pela lei vigente à época em que efetivamente prestado, passando a integrar, como
direito autônomo, o patrimônio jurídico do trabalhador.
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direito autônomo, o patrimônio jurídico do trabalhador.
IV - Comprovada a atividade rurícola de menor de 14 anos, antes da Lei 8.213/91, impõe-se seu
cômputo para fins previdenciários. A proibição do trabalho aos menores de catorze anos foi
estabelecida pela Constituição em benefício do menor e não em seu prejuízo.
V - Embargos acolhidos. (EREsp 329.269/RS, Rel. Ministro GILSON DIPP, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em
28/08/2002, DJ 23/09/2002, p. 221)
PREVIDENCIÁRIO.APOSENTADORIA RURAL POR IDADE. INÍCIO DE PROVA MATERIAL. CERTIDÃO DO
INCRA EM NOME DO PAI DO SEGURADO. ADMISSIBILIDADE. DESNECESSIDADE DE ABRANGER TODO
O PERÍODO DE CARÊNCIA. POSSIBILIDADE DE CÔMPUTO DE TRABALHO EXERCIDO A PARTIR DOS 12
ANOS DE IDADE, ANTES DA PROMULGAÇÃO DA LEI N.º 8.213/91. JURISPRUDÊNCIA PACÍFICA DESTA
TNU. QUESTÃO DE ORDEM Nº 6/TNU. INCIDENTE PROVIDO. 1. Constitui entendimento dominante
desta Turma Nacional que documentos comprobatórios da propriedade de imóvel rural por
integrante do grupo familiar (como certidão de propriedade expedida pelo INCRA), servem de início
de prova material do exercício de atividade rural em regime de economia familiar,
independentemente da circunstânciade não abrangerem todo o período de carência, sendo que aosindependentemente da circunstância de não abrangerem todo o período de carência, sendo que aos
filhos menores integrantes do grupo admite-se a contagem de tempo de serviço a partir dos 12 anos
de idade. Inteligência das Súmulas 5, 6 e 14 desta Turma Nacional. 2. Incidente provido.
Determinação, ainda, de devolução dos recursos com mesmo objeto às Turmas de origem, a fim de
que, nos termos do art. 15, §§ 1º e 3º, do RI/TNU, mantenham ou promovam a adequação da
decisão recorrida. (TNU, PEDILEF 200971950005091, Relatora Juíza Federal Simone Lemos
Fernandes, julgado em 11/10/2011)
Súmula 05 da TNU
A prestação de serviço rural por menor de 12 a 14 anos, até o
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A prestação de serviço rural por menor de 12 a 14 anos, até o
advento da Lei 8.213, de 24 de julho de 1991, devidamente
comprovada, pode ser reconhecida para fins previdenciários.
EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. DIREITO PREVIDENCIÁRIO.
TRABALHADORA RURAL. MENOR DE 16 ANOS DE IDADE. CONCESSÃO DE SALÁRIO-MATERNIDADE.
ART. 7º, XXXVIII, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. NORMA PROTETIVA QUE NÃO PODE PRIVAR
DIREITOS. PRECEDENTES. Nos termos da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, o art. 7º,
XXXIII, da Constituição “não pode ser interpretado em prejuízo da criança ou adolescente que
exerce atividade laboral, haja vista que a regra constitucional foi criada para a proteção e defesa
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exerce atividade laboral, haja vista que a regra constitucional foi criada para a proteção e defesa
dos trabalhadores, não podendo ser utilizada para privá-los dos seus direitos” (RE 537.040, Rel.
Min. Dias Toffoli). Agravo regimental a que se nega provimento.
(RE 600616 AgR, Relator(a): Min. ROBERTO BARROSO, Primeira Turma, julgado em 26/08/2014,
ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-175 DIVULG 09-09-2014 PUBLIC 10-09-2014)
PREVIDENCIÁRIO. SALÁRIO MATERNIDADE. SEGURADA MENOR DE 16 ANOS DURANTE O PERÍODO
DE CARÊNCIA. PARTO JÁ COM 16 ANOS COMPLETOS. PRINCÍPIO CONSTITUCIONAL DA PROTEÇÃO.
UNIVERSALIDADE DA COBERTURA. PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO DESPROVIDO. (...)A norma
prevista na Lei 8.213/91 que estabelece idade mínima para o segurado especial há de ser
interpretada de acordo com os princípios constitucionais. A jurisprudência tanto do Supremo
Tribunal Federal (AI 529.694/RS, 2ª Turma, relator o Sr. Ministro Min. Gilmar Mendes) quanto do
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Tribunal Federal (AI 529.694/RS, 2ª Turma, relator o Sr. Ministro Min. Gilmar Mendes) quanto do
Superior Tribunal de Justiça (AR 3.629/ RS, 3ª Seção, relatora a Srª Ministra Maria Thereza de Assis
Moura) são unânimes ao afirmar que a proibição de qualquer trabalho ao menor de quatorze anos
após a promulgação da Constituição de 1988 e ao menor de dezesseis após a Emenda
Constitucional 20 é norma de garantia do trabalhador, que não pode ser usada em seu desfavor.
(...)
(...) Ora, se a norma constitucional não pode prejudicar aquele que comprovadamente exerce
atividade remunerada, embora não tenha a idade mínima para fazê-lo, com muito mais razão
incorre a mesma proibição em relação à legislação infraconstitucional. Merece destaque o fato
de a segurada ter completado 16 anos no período de carência, conforme ventilado pelos órgãos
de origem. 5. Estando devidamente comprovado, o trabalho exercido pela menor de 16 anos em
regime de economia familiar, durante o período de carência do salário-maternidade, deve ser
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regime de economia familiar, durante o período de carência do salário-maternidade, deve ser
reconhecido para fins previdenciários. Invoca-se como precedente da Turma Nacional de
Uniformização o recente Pedilef n. 2008.71.54.003653-8, julgado em 11-9-2012. 6. Julgamento
de acordo com o art. 46 da Lei 9.099/95 7. Pedido de uniformização desprovido.
(TNU, PEDILEF 201071650008556, Relator Juiz Federal Gláucio Ferreira Maciel Gonçalves, julgado
em 14/11/2012)
1.2. Relação Jurídica de Previdência
1.2.3. Espécies de Relação Jurídica
1.2.3.1. Classificação segundo sua estrutura:
Teoria unitarista X Teoria Pluralista;
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Teoria unitarista X Teoria Pluralista;
1.2.3.1. Teoria Pluralista (duas ou três relações jurídicas):
� Relação Jurídica de Filiação;
� Relação Jurídica de Custeio;
� Relação Jurídica de Previdência.
Teoria unitarista da relação jurídica:
Giorgio Canella (Corso di diritto della previdenza sociale (p. 136 e seguintes):
As duas relações fundamentais que têm por objeto, respectivamente, o recolhimento
das contribuições e o percebimento das prestações, nascem de uma única fonte, sob
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das contribuições e o percebimento das prestações, nascem de uma única fonte, sob
uma base de identidade de pressupostos, e possuem relação de interdependência
orgânica. Com base na lei, sob certos requisitos, estabelece-se a obrigação
assecuratória, da qual nasce, de um lado, o dever de pagar as contribuições ao ente
gestor, o qual, de outra parte, assume a obrigação de conceder o benefício uma vez
preenchidos os pressupostos condicionantes.
Teoria unitarista da relação jurídica:
Orlando Gomes (Escritos menores, p. 236-237):
A relação jurídica de previdência social possui “natureza publicística e estrutura
Fundamentos do RGPSFundamentos do RGPS
A relação jurídica de previdência social possui “natureza publicística e estrutura
unitária”. A estrutura unitária é justificada “porque as duas relações básicas, que têm,
respectivamente, como objeto o pagamento das contribuições e a percepção dos
benefícios, nascem, como sintetiza Cannella, de uma única fonte, sobre a base de uma
identidade de pressupostos que se acham em relação de interdependência orgânica”.
Teoria pluralista da relação jurídica:
Almansa Pastor (Derecho de la Seguridad Social, vol, I, p. 153-154) e
Feijó Coimbra (Direito Previdenciário Brasileiro, p. 66):
(...)das leis que, em nosso ordenamento jurídico, regulam a proteção social, resultam
relações jurídicas de diversa forma e conteúdo, estabelecendo direitos e obrigações
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relações jurídicas de diversa forma e conteúdo, estabelecendo direitos e obrigações
entre vários tipos de sujeitos, consoante o objetivo do preceito hipotético de que se
trata.
� Relação de vinculação ou de filiação;
� Relação de amparo ou de proteção;
� Relação de custeio.
� Relação Jurídica de Filiação (segurados e dependentes):
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- Filiação obrigatória (depende da ocorrência de fato descrito em lei);
- Filiação facultativa (depende da manifestação de vontade).
� Relação Jurídica de Previdência (amparo ou proteção):
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- Natureza de direito administrativo (ato administrativo vinculado à lei);
- Direito subjetivo à prestação (direito fundamental)
� Relação Jurídica de Custeio:
- Natureza de direito tributário;
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- Dever de contribuir (compulsoriedade da contribuição);
- Funcionamento fiscal do regime: capitalização ou repartição
Relação Jurídica de Custeio 
X
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X
Relação Jurídica de Previdência
(sinalagma genético & sinalagma funcional)

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