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A evolução da escrita

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Autor: Horcades, Carlos M 
T!tulo: A evolucao da escrita : histori 
111111111111111111111111111111111111111111 ~1111111111111111 
60178 Ac.2018 
• E~.5 SE>IAC-GO BIB 
A EVOLUÇÃO DA ESCRITA 
HISTÓRIA ILUSTRADA 
CARLOS M. 
HORCADES 
senac rio 
E D I T O R A 
"Cada vez que vejo um 
erro tipográfico, 
penso que algo novo 
foi inventado." 
Goethe ( 1739- 7832) 
DEDICO ESTE LIVRO A: 
PAI E MÃE 
(ouro de mina) 
NICHOLAS BIDDULPH 
(meu grande mestre) 
ED BENGUIAT 
(amigo e mestre) 
BRIAN YATES E FRED PACKER 
(mestres e amigos) 
ANTONIO HOUAISS 
(amigo e guru) 
SUMÁRIO 
AGRADECIMENTOS---------------- 8 
APRESENTAÇÃO ---------------- 9 
PREFÁCIO ------------------- 10 
1.1NTRODUÇÃO 15 
2. A INVENÇÃO DA ESCRITA 16 
3. O ALFABETO LATINO 24 
4. A IDADE MÉDIA 28 
5. A RENASCENÇA 34 
5.1 Quem eram os tipógrafos 56 
5.2 A dominação francesa 62 
5.3 Dürer e os módulos 67 
5.4 A letra em chapa de cobre 70 
5.5 A tipografia holandesa 71 
5.6 A nova letra (preâmbulo) 74 
5.7 A letra transicional 79 
6. A NOVA LETRA (FINALMENTE)------------ 82 
7. O SÉCULO XIX 88 
7.1 A Kelmscott Press --------------- 92 
8. ESTILOS TIPOGRÁFICOS E MESTRES DA TIPOGRAFIA 94 
8.1 Art Nouveau ----------------- 94 
8.2 O novo grafismo 96 
8.3 Dadaísmo 98 
8.4 Bauhaus 100 
8.5 Art Déco 1 02 
9. APÊNDICE 120 
10.ÍNDICEDEFONTES 123 
11. ÍNDICE ONOMÁSTICO 124 
12. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 126 
7 
8 
AGRADECIMENTOS 
Guilherme Szpigiel, Léo Visconti , 
Isabel Thees, Ricardo Leite, 
Aline Malheiro, Denis Policani, 
Aldemar d'Abreu Pereira, 
Ricardo Nauenberg, 
Pojucan, Fernanda Martins, 
José Mindlin, Rosane Fonseca, 
Fabio Darei, Eduardo Denne, 
Bruno Vianna, Karin Schneider, 
Natalia 'Leibovitch, Silmara Mansur, 
Marcos Pires de Campos, 
Ricardo Oliveira, Carlos Alberto Rabaça, 
Wlademir A. de Araujo, Luís Antonio Segadas, 
José Antonio Passos, Henrique Pires e 
Maria Helena H. Machado 
pela ajuda, incentivo e inspiração. 
.. 
APRESENTAÇÃO 
Em uma interessante viagem através do tempo, Carlos M. Horcades 
nos apresenta aos principais mestres da arte da escrita - tipógrafos, 
calíg rafos, grafistas e impressores- que, aliando a técnica à sensibi l idade 
estética, tornaram possível a evolução da mais importante forma de 
comunicação já criada pelo homem- a letra. Nada menos do que trezentas 
fotos e ilustrações enriquecem esta obra, cuja narrativa se estende da época 
do surgimento da escrita até os dias de hoje. 
Dos primeiros registras pictográficos, passando pe los alfabetos 
protocanaanita, grego arcaico, romano e latino, somos levados a conhecer 
mais profundamente o aperfeiçoamento dessa arte, especialmente na Europa. 
Nesse percurso, acompanhamos suas transformações e aprendemos como 
a evolução da letra sempre esteve assoc iada ao est i lo artístico de 
determinado momento histórico, entre os quais, o clássico, o gótico, o 
renascentista, o moderno e o construtivista. 
A ênfase dada pelo autor à vida dos grandes artistas desse ofício 
descortina sua fundamental importância na construção da cu l tura . 
Gutenberg, Jenson, Griffo, Vicentino, Garamond, Aldus, Grandjean, Caslon, 
Baskerville, Bodoni e Didot estão entre os brilhantes mestres do passado 
que ajudaram a tecer a história das letras e da impressão, graças a seu 
talento e conhecimento diversificado- muitos dominavam a mecân ica das 
prensas, a finalização de ligas, o processo de fabr icação de papel, a 
formulação de tintas, as técnicas de encadernação e diagramação, além de 
outros idiomas e escritas. 
É com orgulho, portanto, que o Senac Rio participa deste projeto. 
Temos a convicção de que se trata de um trabalho de grande utilidade e 
relevância para todos os interessados no assunto, uma vez que nosso país, 
como lembra o autor, não tem tradição nessa área. Por sua abordagem 
singular e objetiva, este l ivro constitui-se uma fonte de referência essencia l 
- sobretudo para as novas gerações de designers. 
Regina Cury 
Centro de Cultura e Comunicação do Senac Rio 
9 
10 
PREFÁCIO 
Londres, 1975. Central School of Art and Design. De vez em quando eu 
passava em frente a uma sala de aula e, olhando pelo vidrinho da porta, via belas 
letras que eram projetadas em uma tela. Como aluno de mestrado, eu tinha dire ito de 
freqüentar quaisquer cursos da escola e, um dia, pedi licença e entrei. Era uma au la 
de Typography 1, e o professor se chamava Nicholas Biddu lph, um inglês culto e 
atencioso que se propôs a me ensinar tipografia, já que, apesar de formado na velha 
e boa Esdi (Escola Superior de Desenho Industrial) do Rio de Janeiro, essa matéria 
(tipologia) não era lecionada naquele tempo. 
De ignorante total passei a interessado fervoroso nas aulas do Nick, que foi o 
melhor professor de tipologia que conheci. O homem usava dois projetares de slides ao 
mesmo tempo e conseguia despertar nos alunos interesse e paixão pela tipografia. Meu 
mestrado passou a ser muito menos importante do que as aulas de tipografia do Nick. 
Quando apresentei minha tese e me vi livre daquela "pesada carga", passei mais 
alguns meses na louca Londres dos anos 1970 me especializando em tipologia, já com a 
assistência de Nicolete Gray, além de Nicholas Biddulph. Os bons mestres não só me 
passaram mais e mais conhecimentos de tipologia como também me cederam seu grande 
arquivo de imagens que até hoje me acompanha. Voltei para o Brasil em 1977 e, em 1978, 
já dava o primeiro curso na Coordenação Central de Extensão (CCE) da PUC Rio, Técnica 
e Estética da Palavra Escrita, que no fundo no fundo queria dizer: tipologia. Desde 1978, 
no século passado, até o ano de 2003, venho desenvolvendo a idéia deste livro. Onde 
aprendi tipologia? No Central School of Art and Design, de Londres; também no London 
College of Printing, conversando com Nicho las Biddulph, Nicolete Gray, Anthony Froshaus, 
Walter Tracy, Herbert Spencer, AI Hill, Fred Packer e o velho Brian Yates, que tantas tardes 
passou conosco os "Type Freaks", contando histórias dos velhos tipógrafos, causas efofocas 
dos grandes escribas, desmanchando livros antigos para estudar o papel, a encadernação, 
a capa, enfim, todos os elementos que compõem o universo da letra e, finalmente, 
conversando com o grande Ed Benguiat, este, amigo novo, que em pouco tempo me 
ensinou anos de tipografia. 
As histórias deste livro flutuam entre o real e o suposto, pois coisas que 
aconteceram há cem, mil ou cinco mil anos podem•ter mudado ou são contadas de várias 
maneiras diferentes. Eu estou contando só um pedacinho da história. Quanto mais livros 
eu leio, menos certeza tenho das coisas. Tantos são os fatos, os personagens, as causas, os 
efeitos. A cada segundo, em vários lugares do mundo, acontece algo relacionado à tipografia. 
Tem acontecido há milhares de anos. 
1. INTRODUÇÃO 
Letras são como abelhas. Uma abelha sozinha é apenas um inseto irracional. 
Mas, se observarmos uma colméia com seu funcionamento extremamente complexo, 
com operárias, soldados, babás, faxineiras, zangões e rainha, veremos que esses 
insetos primitivos desempenham funções bem determinadas. A abelha não tem 
inteligência individual, mas a colméia possui inteligência coletiva. 
Isso acontece também com as letras. Uma letra sozinha não vale nada. 
Mas letras juntas formam palavras, e palavras são pensamento. 
Mas o que são letras? As letras devem ser diferentes entre si, pois se todas 
fossem "as" e "bês" não se conseguiria ler. 
Letras também devem ser parecidas; todas as letras de um alfabeto devem 
apresentar o mesmo estilo e grafismo. Por isso, chamamos alfabetos de famílias. 
Mas não nos esqueçamos da função primordial da letra : informar. 
Uma letra sem leiturabilidade ou legibilidade é como um borrão no papel; 
não significa nada. As letras juntas formamalfabetos e registram as idéias. Uma 
letra deve dar conforto ao leitor, ou seja, deve ser lida com facilidade e ao mesmo 
tempo precisa ter estética agradável. É o casamento da técnica com a estética 
celebrado pela inteligência humana. 
Os velhos artist as da letra eram possuidores dos dois talentos. 
Conhecimento técnico de processos gráficos, fabricação de papéis, tintas, ligas de 
metais, prensas, e conhecimento de arte, sensibilidade para formas, concordâncias, 
harmonia e equilíbrio. 
Eram pessoas muito especiais. E dessas pessoas especiais este livro vai 
falar. Ao mesmo tempo, ao estudarmos a letra, vamos ver que todos os estilos 
inventados pelo homem - classicismo, gótico, renascentismo, modernismo, 
construtivismo, etc.- trazem consigo letras que conservam as mesmas características 
culturais e esti lísticas dos estilos a que pertencem. 
Mas o que são letras em última instância? As letras são o cavalo que 
transporta a inteligência. As letras são a maior invenção do homem, o que o 
diferenciou definitivamente dos homens das cavernas. 
16 
Hieróglifos (original do autor). 
2. A INVENÇÃO DA ESCRITA 
Uma das maiores realizações do homem na Terra é a invenção da escrita. 
Sabemos hoje que os primeiros hominídeos datam de aproximadamente cinco 
milhões de anos. Mas o homem permaneceu quase tão primitivo como na pré-
história por praticamente esses mesmos cinco milhões de anos até pelo menos dez 
mil anos atrás. Naquela época, os agrupamentos humanos começaram a crescer 
mais e mais e, com tanta gente nas vilas, foi preciso organizar a sociedade. Só a 
palavra falada já não era suficiente. Então o homem inventou a escrita. 
A escrita possibilitou o acúmulo de conhecimento humano. Antes dela, 
tudo o que um homem aprendia durante sua vida morria com ele. Depois da invenção 
da escrita, o conhecimento passou a se acumular e a não se perder, assim, ao nascer, 
o homem tem a seu dispor toda a experiência e as descobertas de seus antecessores. 
Não vamos considerar escritas os desenhos rupestres das cavernas pré-
históricas, que eram manifestações artísticas e mais emocionais do que o ato racional 
de criar sinais que representem idéias quando associados, gerando então os alfabetos. 
As plaquetas de barro do templo da cidade de Uruk, feitas aproximadamente 
seis mil anos atrás, com listas de cereais e cabeças de gado, são as formas de escrita 
mais antigas encontradas. Naquela época, existiam outras escritas simul taneamente, 
em geral pictográficas, com imagens f igurativas simbolizando palavras. Havia também 
uma escrita cuneiforme dos sumérios feita com cunhas de diferentes formas, que 
eram pressionadas sobre barro mole. Essa escrita, que, presume-se, foi uma evolução 
da pictográfica suméria, foi adotada posteriormente pelos babi lônios, assírios, elamitas 
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Benefíciosnullda escrita
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A Pedra de Roseta foi um marco na 
história do entendimento da escrita 
hieroglífica. Continha o mesmo 
texto em três escritas: 
hieroglífica, demótica {uma 
escrita mais rápida, também 
utilizada pelos egípcios) e 
grega. O pesquisador 
francês Champollion 
conseguiu decifrá-la 
comparando os três textos 
por analogia ao notar que 
os nomes dos nobres eram 
circundados por uma linha. 
e hititas. Os alfabetos cuneiformes tinham um grande número de sinais 
(aproximadamente 1.500) para representar sílabas e palavras, e algumas vezes 
misturavam também pictogramas. 
A escrita pictográfica uti liza pictogramas ou ilustrações. Ex: o desenho 
de um cavalo signif ica cavalo. 
Ex: ~=Cavalo 
A escrita fonética, a nossa escrita, utiliza símbolos que representam sons. 
Esses sons são analisados pela mente humana e seu significado é decodificado. 
Ex: O som da palavra cavalo significa o animal. 
Ex: . ~VAlO e 
A escrita ideográfica, usada pelos orientais, utiliza símbolos que representam 
idéias. A associação de duas idéias gera uma terceira e assim sucessivamente. 
Ex: Dia + agora hoje 
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Escrita pictográfica hitita. 
~xtn m.~~v ~~ff~4rm 
1q!>W>-~vr~IT~~ 1 
~t- ~ nrtr.t 
Abecedário aproximado. 
Disco de Phaistos 
[séc. XVII a.C.). 
~ \1? I di>@ 
2'f i,GZI(J>I 
§~6> l'ji lt!JllJ 
C~ 17 Y-?i 
zl (\ lf<;PJI\ 
Escritas pictográficas 
de Creta e Micenas. Escrita hieroglífica egípcia {origina l do autor). 
Os egípcios também desenvolveram sua escrita pictográfica, os hieróglifos, 
que era pintada em papiro ou gravada em relevo em materiais duros ou em barro 
mole; hieróglifo em grego significa gravar textos sagrados. Os pictogramas egípcios 
podiam representar sílabas, letras e até palavras. Os hititas na Anatólia também 
usavam alfabetos pictográficos ao mesmo tempo que utilizavam a escrita 
cuneiforme. Os alfabetos, nessa época, tinham um número imenso de caracteres, 
que geralmente eram difíceis de escrever, o que restringia a leitura e a escrita a 
um número muito pequeno de pessoas, geralmente nobres, sacerdotes ou escribas. 
Aos nobres e aos sacerdotes, a escrita era fundamental para manter seus nomes 
e doutrinas gravados; e aos escribas, pelo amor à profissão e porque afinal esse 
era o seu ofíc io. Em 2000 a.C. aproximadamente, havia quatro escritas mais 
importantes no Oriente Médio: a escrita pictográfica dos hititas, os hieróglifos, 
uma escrita de Micenas e a cuneiforme dos sumérios. 
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Alfabetonullprotocanaanita
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1. Razoavelmentenullsimples: 25-30nullcaracteres;null2. podia se escrevernullem todas as nulldireções;null3. combina elementosnulldas 4 escritasnullprincipais:nulla. cuneiforme sumérianullb. pictográfica hititanullc. escrita de Micenasnulld. hieróglifa egípcia.
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Em 1000 a.C: sofre transformações e é reduzido para 22 caracteres, passandonulla se chamar Alfabeto Fenício.
EXEMPLOS DO DESENVOLVIMENTO DE ALGUMAS LETRAS LATINAS: 
HEBREU ~ 
ÁRABE I 
GREGO A 
LATIM A 
A letra A desenvolveu-se de um ancestral comum, que apareceu em inscrições 
proto-sinaicas de mais ou menos 1500 a.C., desenhado como uma cabeça de boi, ( (j) cujo nome era provavelmente alp. A/pé uma palavra canaanita que corresponde 
ao hebreu aluf que quer dizer boi. A forma da letra mudou com o tempo. Nasegunda 
metade do segundo milênio a.C., podem-se observar as seguintes mudanças: 
tt 
Mais ou menos no ano 1000 a.C., a forma do fenicio clássico já tinha evoluído 
para ( Cf {j- v). Quando os gregos aprenderam o alfabeto protocanaanita, a 
posição do alef ainda não havia sido estabilizada. Nas inscrições arcaicas dos 
séculos XVI II e XVI I a.C. podem-se encontrar três rotações para alfa. Uma é se-
melhante ao fenício a/ef, ( q=. V A ) e as outras estão em posições diferentes 
como-\,L ou ~. 
A última forma foi aceita por todos e copiada pelos romanos. 
HEBREU M 
ÁRABE c 
GREGO H 
LATIM H 
A letra H desenvolveu-se a partir do pictograma protocanaanita de uma 
cerca, feito em duas posições, (JI[ ~).Mais tarde, as inscrições protocanaanitas 
tinham o het com a forma de um retângulo seccionado ao meio. Essa forma se 
desenvolveu do grego arcaico para H sendo também adotada para o latim. Os usos 
das letras variam de acordo com a língua, mas aqui nós estamos acompanhando 
somente a evolução gráfica das letras e não a fonética. 
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HEBREU 
'S1 
ÁRABE ~ 
GREGO 0 
LATIM o 
A letra O desenvolveu-se da representação pictográfica de um olho na 
escrita protocanaanita, ( 8 ). 
Em hebreu, a palavra para olho é a mesma para a letra O, ayin. A pupila 
do olho foi preservada em algumas inscrições protocanaanitas até o século XII a.C. 
Às vezes, no grego arcaico, omícron era usado com um ponto no meio. É difícil 
acreditar em outra corrente que afirma que esse ponto no centro era a marca feita 
pela ponta de um compasso. 
A letra U também foi 
introduzida para se 
diferenciar o V vogal 
do V consoante. 
A letra J foi 
introduzida na Idade 
Média para se 
diferenciar a letra I 
consoante da I vogal. 
A letra W foi 
introduzida no século 
XI em razão da 
necessidade de· 
registro sonoro das 
línguas germ~nicas. 
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Capitalis Romana - Coluna Trajana. 
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3. O ALFABETO LATINO 
O alfabeto latino não usava todos os caracteres do arcaico grego porque 
não havia necessidade de todos eles. Nas mudanças de uma língua para out ra, às 
vezes inventam-se símbolos correspondentes a sons estranhos às líng uas 
de origem, ou eliminam-se caracteres desnecessários. O alfabeto grego arca ico 
tinha 27 let ras, usava 22 letras do original semítico e cinco letras acrescidas pelos 
gregos para satisfazer às suas necessidades. 
Em 700 a.C., o alfabeto latino aparece. Descendente direto do grego ar-
caico, ainda era escrito da direita para a esquerda, da esquerda para a direita e em 
boustrofedon (ziguezague). 
Os romanos, no ano 100 d.C., tinham quatro escritas em uso. A primeira , 
Capitalis Romana ou Capitalis Monumentalis, era uma letra monumental. Bem 
espacejada, era uti lizada na arquitetura em fachadas, prédios e monumentos, 
combinando com os contornos arquitetônicos e com as formas quadrat izadas. O 
melhor exemplo da Capital is Romana é a letra da Coluna Trajana (1 14 d.C.) em 
Roma. Essa letra é considerada em todo o mundo o gabarito estético para as let ras 
romanas no que diz respeito a suas proporções altura/largura , curvas, serifas e 
espessuras. Quando se diz que uma letra tem proporções clássicas, significa que 
ela segue as relações da Capitalis Romana, que só existia em caixa-alta. 
As letras eram primeiramente pintadas na pedra com um pincel de ponta 
reta nas partes superiores e inferiores e depois entalhadas. Não havia espacejamento 
entre palavras e nem letras em caixa-baixa. 
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Capitalis Monumentalis (acima) e Rústica Romana. Quadra ta (acima) e Cursiva Romana. 
A segunda letra utilizada pelos romanos, de desenho imponente, era usada 
para livros públicos, documentos importantes, em situações ma is formais e se 
chamava Ouadrata. Sua escrita era lenta e trabalhosa, não havia espacejamento 
entre palavras, e a barra transversa da letra A não existia ainda, assim como as 
letras em caixa-baixa. Todas as letras tinham a mesma altura. Ainda não havia elementos 
ascendentes e descendentes. Elementos ascendentes e descendentes são partes das 
letras que ultrapassam as linhas-limite das letras em ca ixa-baixa, como a parte 
superior do "d" ou a perna do "g". 
A terceira letra chamava-se Rústica Romana e era usada mais informalmente. 
Nota-se que também não havia espacejamento entre palavras, a barra transversa da 
letra A inexiste e aparecem os primeiros elementos ascendentes e descendentes, 
apesar de as letras em caixa-baixa ainda não existirem. Essa let ra era pintada com 
pincel, e suas serifas são grandes dando peso visual ao texto. A cidade de Pompéia 
nos apresenta numerosos exemplos de rústicas pintadas nas paredes e muros com 
avisos, sinalização e reclames, que foram preservadas pelas cinzas do Vesúvio. 
A quarta letra é a Cursiva Romana, usada cotidianamente e escrita com 
pena de ponta fina. Nessa letra há elementos ascendentes e descendentes em 
profusão. A Cursiva Romana, ao contrário das outras usadas em Roma, era 
predominantemente composta de letras minúsculas. Seu estilo também variava 
muito, pois sendo uma letra manuscrita, dependendo do calígrafo, ela era mais ou 
menos inclinada e suas ascendentes poderiam ser maiores ou menores. 
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Meia Uncia/ {St. Hil/ary de Trinity) ano 509 {acima) e 
Uncia/ (Homero Ambrosiano) ano 374. 
Um Quarto de Uncia / e Uncial {Probus Vet. Urbinatus) 
ano 7 754 (acima) e Uncia / (Livro de Kells). 
26 
A pa rti r de 500 d.C., começa a aparecer a letra Uncial ou Insular, que vem 
do Norte da Europa, Inglaterra e Irlanda. Sua forma é arredondada, com serifas 
bem desenhadas, e seu traçado é elegante e cheio de ritmo, unindo estética agradável 
e legibilidade. As unciais eram também mais rápidas para se escrever. O nome 
Uncial vem da Úncia, uma moeda romana de forma circular. Vêem-se ascendentes 
e descendentes em profusão e as minúsculas predominam. 
O livro de Kells, feito por monges na Irlanda, no século VIII, foi escrito em 
Uncial de raro e elegante desenho. As serifas t riangulares eram acrescentadas às 
letras depois de escri t as. Esse livro, que ainda existe no Museu de Trinity Col lege, 
em Dublin, é considerado o livro mais belo de sua época, não só por sua let ra, mas 
ta mbém por todo t ipo de let ras capitu lares, decorações e iluminuras. Iluminuras 
são as ilustrações dos livros da época, e capitulares são as grandes letras decoradas 
util izadas para abrir parágrafos ou capítulos. 
As letras usadas no texto têm extrema beleza e são originalmente alinhadas 
por cima e irregulares na sua base, ao contrário das demais. As serifas eram acres-
centadas depois das letras prontas. Existe um fac-símile do livro de Kells impresso 
e vendido comercialmente para os estudiosos. As unciais são classif icadas em Meia 
Uncial, com ma is ascendentes e descendentes, Um Quarto de Uncial e Uncial, de 
acordo com o informal ismo que apresentam. 
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As letras minúsculas finalmente aparecem no século VIII, quando Carlos 
Magno, cujo reinado cobria quase toda a Europa e partes da África, encomendou 
ao bispo de York, o anglo-saxão Alcuin, grande escriba, o desenho de uma letra 
que tivesse fluidez e legibilidade, além de uma estética agradável. Essa seria a 
letra oficial para todos os escritos do seu reinado. 
A fabricação de um livro era considerada a grande obra de um rei, já 
que a impressão ainda não tinha sido inventada e os livros eram peças únicas. 
Naquele tempo, a equipe de produção de um livro envolvia copistas, pesquisadores, 
tradutores, iluministas e, desde o papel , passando pela encadernação, tintas e 
ferramentas, tudo era fabricado nos ateliês dos escribas. Os caríssimos livros 
produzidos eram conquistas comparadas às cruzadas e outros feitos. O resu ltado 
foi a Minúscula Carolingia (Carolus Magnus), talvez o primeiro trabalho de iden-
tidade visual encomendado na história das artes gráficas feito nos mesmos mol-
des das identidades visuais de hoje - todo um sistema gráfico foi planejado, 
letra, mancha e um controle rigoroso no desenho da letra manuscrita. Esse sistema 
facilita a datação dos documentos da era de Carlos Magno nos nossos dias. 
A unificação das escritas no reino de Carlos Magno teve como obj~tivo 
uma interpretação uniforme da Bíblia, mas, na realidade, criou uma das mais belas 
letras escritas que o homem já viu. 
27 
28 
4. A IDADE MÉDIA 
A procura por livros menores e portáteis fez com que a largura das letras 
diminuísse gradualmente. Acredita-se que a idéia de se produzirem livros menores 
em tamanho partiu da necessidade de a Igreja fazer bíblias portáteis para uma 
melhor difusão da doutrina católica. A letra gótica aparece, então, com seu desenho 
solene e severo, trazendo todo o formalismo da Idade Média. 
Nascida originalmente na França, a Gótica ou Letra Preta (black letten 
espalha-se pela Europa e em cada localidade ela assume características regionais. 
Assim, há diferenças básicas entre a Gótica francesa (Textura), a alemã (Fraktur) e as 
italianas e espanholas, latinamente arredondadas, também chamadas de Rotundas. 
Havia também a Gótica Bastarda, uma letra menos formal e mais cursiva. 
A arte mais importante da Idade Média foi a arquitetura gótica, que teve 
seu apogeu aproximadamente no ano 1200 d.C. A arquitetura gótica chamava a 
atenção pelo tamanho monumental de suas construções, geralmente catedrais imen-
sas, que eram o centro do poder da época. As torres terminavam em agu lhas e as 
janelas eram estreitas, exatamente como as letras góticas, que terminavam também 
em pontas e têm seus buracos interiores estreitos. Havia também esculturas de 
pedra em profusão que combinavam com a arquitetura. Os vitrais davam o toque 
final nas construções e foram um dos pontos altos na arquitetura gótica. 
A posição do homem no mundo também era diferente. A vida do homem 
era mais importante após a morte do que durante a vida propriamente dita. Tudo 
isso se reflete na letra solene, escura e severa como a Inquisição católica. 
Catedral gótica. 
· f Utlllllt Blgnd•tmttDlllldOii 
Oi 1}!1 i nit.t m ídnútifdin nr 
Uf'lf..IQn'".~ ...... ~ 
Letra Gótica. 
rologue 8rct4 
rati(9et4 matíte:e 
9e ce p~(ent fiur:e._ 
appea'êft(autcõ~ 
~our(aírtpaffertip6 au~(til 
grttm8&mte e(cuin:e et8amoÍ/ 
fttlee 4ioufttiere opent pat:f'n 8r~ 
l4ait 8e ~ile8oitreauf~(l 8amoure 
:Jqentcq:inemecm pate(aipffing 
aaepuíe m:tairJ tempe a8uenu e., (ra 
a&&u,r~~amom:eu,r. tteffl 
afcmoú.ilng~nrflegentíf~meet 
.htno6td~ JZtfque(~cõ6ieJJ 
ct'bt e51lpl)icâ f.ttlbuaftUaba bicofos 
a:~tmfiropl)o& conrlltsi cdtt& ptofpl)o 
netice et fmbulerice.21o fnt>enCP) ~ec 
cium inuiaifTlmum. 
pf)ebt ripl)eos abínn:e rnontctl 
:í!::t:phcans noacm b:euíoti& vmbtt 
.f..ent4 fub cdo tigít>is t:efo:ma$ 
<Dr!tmína campís 
~aurus amoo ptopio: colur~ 
IIE>:ícut: recum t:efcrcns tepo:te 
<!:um vaga(; fentítpliabe& ®urf 
.t.nmine pl)cbi 
~rppa~t vultu& t:ofco beco:e 
trlunbus:et plaufh:íi ftnuane \?ttÚqJ 
:ltnguis alg":em poftturus opcac: 
6olcnouarí 
2:erra p:ofufo mabíb\lll& 9umo:e 
p;u:ttu:ír !ecos mbicunba flow~ 
nauígam fh·llto rtlcgenbo merc~ 
~quo:c naure 
non mín~~ \?arto bo:eaa egeo 
f!:>buíus féuít \?IOlenttt: au(tro 
6"m~ luaanbo timíba mouentt• 
pzflí~ ponto 
6tb per e,t:tremas agiratut'l o:a• 
Spít:ar in rcn:ís "%:fpl)irus tepentí 
6ujli~atle flMu mcíti fcpulu; 
. S tmirta miH)i 
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llnberol]mccf)tigrn.ta9(er )J?arimman ~ocf)hlblicf)er gc!ltcbtniff :Citltr 
mniqlnt ljtr!mllnbgrofjllater be(cl)e()(n i(i!er(rn icf) inicf) lltt (tllirun 
nitminlltt bnn gn11rltrr .tal)(crlicf>m SY?ni('jiatnad,meinnn grringm 
\lerunigm oubimm fÍi)Ulbig (cinfüinlleil ficf) nun Ôll brtgtlxuHf. IDt. 
cdícf) fiert llnnD fled'm ou bcfrtligm•l llmf)(Affi ~t1 bin id) \lmlrfad)t 
lUCÍilO! gmngm \ltrfinnbt~tl!Ú tlll oU30)\Jnl/ OÚ ~. )J?t. gtfcllig (till 
tooltl(tlllAtjbamujjnbaunnnmfOnnn icf) Dar filr ~alt 1ob mtin an, 
~fl.)gOI nitanallm Oltfll angcnommmn fM"bil11Úg Mnnocf) oÜUI tti( 
1\lasnu~ bnmusmt(ptingmtnit nlll"t)ll ~. )'Ht. (onlltr nud) anbmt 
~úr(rm, 9rnn1 \lnnb fiettml bie fic!j germ llor gnoolt \lnb llnpilliger &r, 
btnngung fd)llfim illoltmipít llarautfgan~ tmterttniglicf). ~ )J?t. illÕllc 
bic trhel.)9ung bi(crmeincr bin(tparfl"t)t gmcbiglicf)llcn mir annnnmn 
tmnb meingmebigficr ~m (t911. ~ 
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n ~ t bu t bft» tnttt fulígínt obbuttas olta• 
tatutftts, tt tã atri g, tarbo factt efhs:er&tts 
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bíbto~em rtbbtStntn ntuc,que bucufQJ btr 
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GOTHIC TYPES 
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Cracóvia 
• 
MAPA DA EVOLUÇÃO DAS ESCRITAS OCIDENTAIS 
• 
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Gv!ÜU:.() (}reg() 
Hiemgllifos 
lli!Jlpdos 
hcmc~naavai.t<t.t sé~~ !I !5DlJ @1, C 
~roleS S~7iia.s-. lf'Ltt~ 
P«:«>gr4fioo Kuim.. 
34 
Champ Fleury- Geoffroy Tory. 
5. A RENASCENÇA 
O século XV traz a Renascença, talvez o momento mais fértil e criativo 
da existência humana. Com as descobertas de outras terras, expansões coloniais 
e conseqüente enriquecimento da sociedade, os ganhos das classes altas e da nobreza 
possibilitaram o aparecimento de uma nova classe média que as servia e vivia com os 
excedentes de riqueza ganhos. O homem reavaliou seu papel no mundo e abandonou 
a servidão da Idade Média, para se valorizar e repensar a sociedade com todos os outros 
valores, como mora l, estética, arte, filosofia e relig ião. Durante a Idade Média, a 
vida do homem era menos importante do que a sua morte. Na Renascença, o papel 
do homem no mundo recebeu maior destaque. 
A maior personalidade da Renascença foi, sem sombra de dúvida, Leonardo 
da Vinci (1452-1519). Conhecido como o melhor desenhista de toda a raça 
humana, Leonardo inventou toda sorte de equipamentos, muitos dos quais ainda 
não podiam ser fabricados por falta de tecnologia na época; veículos, armas de 
guerra, aquedutos, sistemas hidráulicos, pontes, foi chefe de cozinha, escritor, 
pensador e participava de praticamente todas as atividades criativas do mundo 
renascentista. Não podemos deixar de falar em Mona Lisa, o quadro mais con hecido 
dos mundos antigo e moderno. Há registras de outros empreend imentos de 
Leonardo, como um restaurante que abriu em sociedade com o pintor Sandra 
Botticelli, para o qual foi criado o primeiro menu esteticamente agradável, assim 
como pratos que não eram só saborosos, mas também bem apresentados. 
~~~~~~~~----~~~--~~~--------------------------~ 
Leonardo da Vinci costumava escrever ao contrário: com as letras invertidas e da direita para a esquerda. Naquele tempo, suas 
invenções valiam muito e não podiam ser reveladas. Havia também o perigo de se escrever alguma coisa que fosse contra a 
doutrina católica, o medo do braço pesado da Santa Inquisição. Para se ler a escrita de Leonardo, utiliza-se um espelho. . 
36 
Luca PISCID!i: 1 5 0 9 
Ftli~ Fdiciano: l.flo 
Na tipologia, os artistas da letra desenvolveram tipos mais arredondados, 
visualmente mais leves e mais legíveis, usou-se mais o espacejamento entre as palavras. 
Pela primeira vez fizeram-se alfabetos completos, com a caixa-alta combinando com 
a caixa-baixa, todas dentro do mesmo estilo. As maiúsculas foram resgatadas do 
século I em Roma (Capitalis Romana) e as minúsculas inspiradas na Minúscula 
Carolingia, erroneamente datada do século I e não de sua época real, a do reinado 
de Carlos Magno, no século VIII. 
As novas letras da Renascença coincidem também com a introdução da 
perspectiva nos desenhos, o descobrimento da luz e da sombra na pintura e a 
invenção do domo pelo arquiteto Filippo Bruneleschi, na igreja conhecida por 11 
Duomo, em Florença, na Itália, que transformou a arquitetura fazendo os novos espaços 
mais claros e amplos, com vãos maiores, janelas mais largas e muita luz entrando 
e clareando os ambientes. Como conseqüência, a letra da Renascença era mais 
espaçosa e legivel, como os ambientes da nova arquitetura. A página dessa época 
difere muito da página gótica, escura e triste como a Inquisição, a miséria e a 
barbárie da Idade Média. 
38 
1/J~t<O'-fvl\ 
Árabe do Oriente. 
I(}'J'1J7<tJlo 
Árabe do Ocidente. 
~.{~ ~ ~ f;~C~o 
Números Hindus. 
1 z. 1 ~ a YY19 o 
Árabe Ocidental. 
Ghobar, Árabe Oriental. 
I~P~"t: r;Cjb~80 
12 3 ~<róAS9 
Europa - números mais recentes. 
1234567890 
Claude Garamond. 
Os primeiros números ou algarismos inventados pelos romanos eram de 
difícil manejo e utilização. Sabemos que os árabes sempre foram, entre outras coisas, 
bons matemáticos. A invasão dos mouros à Europa trouxe também a sua escrita. 
Com a volta dos árabes à África, alguns nichos de sua cultura ficaram na 
Europa. Os números trazidos pelos árabes, com o tempo, sofreram transformações 
e foi desses números transformados pelos árabes radicados na Europa que os 
nossos algarismos arábicos descenderam, a partir do século XI. 
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1\~ptv1Tl) 11-~ 'V NH t ~ 
111mfamaf mendacá· <t-q, 
uf· dadroo11ttr<fptaauf:]> • 
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9 1pi1 afsspl>T<ro T.>®an" pf 
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J>O!UI cl'noffmnuf.)l. 
nmr~mur.fu 
pomtmut «canrorn. 
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Página ao lado: Bíblia de 42 1inhas de Gutenberg. 
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O Catholicon, de Balbus, de 1460, livro impresso por Gutenberg j á se distanciando da Gótica e se 
aproximando dos tipos humanistas da Renascença. Possivelmente entalhado por Peter Schoeffer. 
A maior figura da Renascença, nas artes da letra, foi sem dúvida Johannes 
Gutenberg. Originalmente um ourives de alto nível, Gutenberg, ou Johann 
Gensfleisch zur Laden, chamado de Gutenberg por causa da casa em que a famíl ia 
morava, nasceu na Mogúncia (atual Mainz) provavelmente entre 1394 e 1399. 
Filho de Friele Gensfleisch zur Laden zum Gutenberg, um associado do bispo na 
fundição da igreja, desde pequeno teve contato com os metais e seus segredos. 
Há menções de atividades relacionadas a experiências com os tipos móveis 
e com metais com promessas de sigilo e multas, caso essas experiências fossem 
reveladas a outros. Isso aconteceu em 1439, na cidade de Estrasburgo, França, onde 
Gutenberg residiu até voltar para a Mogúncia. Ali, em 1445, finalmente ele imprimiu 
a Bíblia de 42 linhas, provavelmente na gráfica que montou com os oitocentos ducados 
emprestados por Johann Fust e que se chamava Das Werk der Buchei (Fábrica de 
Tipos). Considerado o primeiro livro impresso no mundo, a Bíblia de Gutenberg é 
composta em Textura, uma Gótica muito em moda naquela época e que foi ainda 
usada na Alemanha por alguns séculos. Tem duas colunas de 421inhas. Provavelmente 
foram impressas 150 bíblias em papel e trinta em pergaminho durante três anos. A 
tinta gráfica era uma mistura de óleo de linhaça com negro de fumo. Alguns detalhes 
como ilustrações e capitulares eram acrescentados à mão após a impressão do texto. 
As ilustrações e cores, manufaturadas, valorizavam os livros e eram fe itas por mulheres 
e crianças, a mão-de-obra mais barata. 
Havia, por parte dos possuidores de livros, preconceito contra livros 
impressos em detrimento dos livros manuscritos. Em algumas cidades, os poderosos 
49 
Entalhe da punção. Fundição de tipos. 
Impressão. Encadernação. 
50 
escribas e calígrafos proibiam a entrada dos impressores, já que as cidades eram 
cercadas por muros e guardadas por portões. 
A gráfica de Gutenberg estava em franca produção, mas a genialidade que 
o iluminou com a invenção da imprensa não o dotou de habilidade para lidar com as 
finanças. Em 1455, Johann Fust o processou para cobrar-lhe o empréstimo que 
Gutenberg havia tomado para montar a gráfica e não pagara. A corte determinou 
que a gráfica passasse para as mãos de Fust, que, com a ajuda de Peter Schoeffer, 
que provavelmente entalhou os tipos inventados por Gutenberg, continuou produzindo. 
Em 1460, o livro Catholicon, de Balbus, foi impresso pela gráfica de 
Gutenberg já sendo usado um tipo mais arredondado e legível com melhor 
espacejamento e mais parecido com os livros modernos, distanciando-se do 
formalismo da Idade Média. Atribui -se a Gutenberg a criação dessa nova fonte e o 
entalhe, a seu sócio, Peter Schoeffer, morto em 1503. 
Gutenberg, pobre e desamparado, ainda conseguiu que um capitalista da 
época, Dr. Conrad Humery, financiasse uma nova gráfica e, em fevereiro de 1468, aos 
70 anos, Gutenberg morreu relativamente pobre e esquecido. 
Os t ipógrafos, na realidade, começaram na Alemanha, onde havia muitos 
problemas de instabilidade no trabalho, como brigas, invasões e desordens, situações 
incompatíveis com a calma que um ateliê tipográfico deve ter. Aos poucos, os t i-
pógrafos foram se mudando para a Itália, onde mais precisamente nos conventos 
encontravam paz e proteção indispensáveis e, em troca, editavam obras sacras fun-
damentais para a divulgação da religião católica. A Igreja naquela época era mais 
poderosa do que os reis e, com os tipógrafos por perto, o controle sobre tudo o que 
era impresso podia ser ainda maior. 
':4 morte visita 
uma oficina de 
tipografia"-
representação 
artística do clima 
de instabilidade 
e desordem que 
predominava 
na Alemanha, 
nos primórdios 
da impressão, 
fazendo 
com que os 
impressores 
fugissem 
gradualmente 
para a Itália. 
As caveiras 
representam 
a morte. 
51 
52 
------------- - ------
Edat.tui ut opmor animam non etr t rotubíttm Juptrdl cít1rt c~llts 
quo;e aucoriatt argumit16rmmt NcqJ núcJ'pbttts in cdnmoim 
uocabo.quo;e rario u dtuínatio ín boc fo(o pofits db ur ad cu(cum dri er.ad 
imorcalítni ab to acdpítndá crtatí bomínt doetanr. fed eos pocíus ~bus 
íftos ~ní rt'fuúc unitui crtcltrt fie necdT t. Hernus na curam defrríbis uc 
doctruq;admodumtfl'uadtofaétushfcmculír. Ka.l a.v-ro t{ t.Ka.Tt..-
pc..:>t.J .~VIS't.t..))J "'flt(S' Tf. a.9a.)Ja."T'Ot.J KC41 T~IS' 8~WT'Hcs' .)..tia.t.J t.TTO 
I t.l cpvd'i'}J a.t.J8ft..)'TTOVTOt.J a.V'T'Ot.J 'TTK }-tf.}J a.8a.~a.'T O~TTH })\E, 
6t.JWT'O)J TTOI~CS"a.CS' Ka.l 'T'OVT'O)J cpt.pt..)}J t. tJ .)..tf..CS't..) 9t. la. IS' Ka.l 
cx.8a.t.Ja.'TO}J cf~IS'tt..)C$' Ka.Í 'T'~IS' 9}J~T~IS' KC41 f.V.)..tt.'Ta.P,~H'íOV 
iS\:vd't.t.J i}JCIC. Oft..)}J a.TTa.)JTa. a.TTa.t.J'ía.. Ka.J8CC.VJ..la.5"H. ]de!l'.Ec 
idem r" utrnqJ namra morcali u ímmorrali unam fadwar naruram bõís: 
rundem ín aliquo ~dtm imortal em m aliquo auri morra li f acicns: tt h une 
frrtns ín medio dtuÓlf u únmorcalís nacarf. tt morralís mutabílifq; con" 
fhruir.ur o moía nídmsomaía mírtt.Std bunc forraR' t aliqnís ín numero 
philofopho;e çompurec. ~ ms m de os rdams Mrrcuríí nomóu ab !gíprüs 
bonore~.ntc plus ri aurotíratís cribuac: ~ Placoní aur Píébgort. Maíus 
igiE reíHmonüí rt~ramus.Políus ~dam confulnír AppoUínem Míltlium : 
urrú nt maneac aníma po'} morrem an rtfoluat. Rt'fondít hís uerf&bus 
f'VX~ M.t }J M.t.Xfi IS' OV 8\t.cs'J..l O I IS' 'TTfOcs' C$' c..) }-ta, KfCC.'Tt.ITC:C.I cp , 
6a.p-rc:c. t.JOOVcs'a. TTa.9~ 6t.JKTa.Jcs' a.J\ri})\ocs'it.J t.IKt.l ~piKa. ~a,, 
va.J\vcS'il-J F-ro-rt~JJ J..lf.Ta.d't..)).la. ).la..ra.peq.J t..)Kitr~., tvpK.-
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CS'TTa..J..l'TTa.lJa.THp~d' TTfc..YI"OrO }JOCS" ra.pTOV TO 8t.OV })\jt, 'T'a.( E. 
rrpoJ.Jota..ld ipaffiois fmciismortalibuscedít doloribus.Cú uao fo(u.-
cótm búanãpo!l' corpu5 níutnítt:facilt abítns a cerra nú~ fenefcír.Aía ~di 
quo ad mnculís corpords ttnft çorrupribílts pam~s fenriis. morcalíbus 
udíc doloribus. C um uao bumanã (olutionmt uelociffimã poft corrupcú 
corpus fuumtrir: omms t ttrr.1 ftrt: nú~ fmefcens. e c mane c rít aanú ftnt 
PfM· Ptímogtníturmi hoc díufua di'fofufc pruditía. ~íd carmía fibí[ .. 
lma ~Nõnt íta té declarant :cú fort aliquãdo dtnúcianc :ur a deo dt níuis 
ac morcaís wdicd.~ quo;et)Ctmpla pon ínftremus.Falfa e!l' ígf Omtocríd 
te Epícuri fmtmúa ec dícearcbi dt anímí díffoludont.~,pfeéto nó auderic 
dt íttrícn aíarú mago alíquo prf{Cnct díffertre: ~ fcíru cerrís carmíníSfi's 
cítrt ab ínftrís anfma5: ~ adeffut prtbtrt fe bumanís oculís mdendas: 
te toqm "'lúmra pclictrt. Er (i audtrtnc: r e ipa tt documtntís pr~ftnábus 
Conrad Sweinheim e Arnold Pannartz. Página do livro Opera de Lucius Coelius Firmianus 
Lactantius, o primeiro impresso na Itália datado (1465). 
Sed plane (plelh remeanf pte utél:or olymp\. 
T artera preffa tacent.nec fua tura tenent. 
Inferuftnfdturabtltcer caua gurturd pádenf 
Q!..tt raperer femper=ftt tua preda deuf. 
Enptftnnumerú populú decarcere morttf. 
Et fequttur hber quo fuuf c:tuétor abtf. 
Euomtt abforptam paUtde fera belua plebê. 
Et de fc1uce lupt fubtrabtt agnuf ouef. 
Htnc tumulú reperéfpoft tclrtara carne refúpta. 
Belhger ad celof ampla tropbea referf . 
~ofbabutt pena[e cbaof: 1am reddtdtt tfl:e: 
Et quof morfpereret:hofnoua utta cenet. 
R ex facer ecce cut radtat parf magna crophet: 
Um dos primeiros livros impressos na Itália por Conrad Sweinheim e Arnold 
Pannartz utilizando as letras romanas da Renascença. 
Os reis e a Igreja foram os grandes incentivadores da criação de livros, 
pois para os primeiros era importante ter seu nome regist rado e documentado para 
que seus descendentes continuassem no poder. À Igreja interessava também que 
suas doutrinas e fundamentos ficassem impressos e servissem como lastro para a 
prática religiosa. 
Presume-se que os gráficos Conrad Sweinheim e Arnold Pa nnartz foram 
os pri meiros alemães a abrir uma gráfica na Itá lia, no Convento de Subiaco, por 
volta de 1464. Seu primeiro livro foi impresso em Gót ica, muito usada na Alemanha, 
mas considerada fora de moda na Itália, berço das letras humanistas, e não foi bem 
recebido pelo público. A aprovação veio com o segundo livro impresso pela dupla, 
este em letra Romana. 
53 
CHAnRlADIS VITA. 
,,..nru,.. .., A1HENIENSIS HIC 
quoq;infummishabttus é duobus: 
resq; multas memona dtgnas gdftr. 
Sed ex hlS eluc& maxune muentum 
aus i prcdio quodapud rhebas feor: 
""-'-"'="-'-=-__..,..:.J rum boeriis fubfidio uentlf&.Nanq, 
in ea uid:oria fidentem fummum ducem Ageftlaum 
fuga ris iam ab e o cõdu&cús careruis reliq uã phalangé 
loco uecuir ced.:re:obmxoq; genu fcuro ,pied:aq; ha!la 
impetum exopere hoilium docutt .Id nouü Ageftlaus 
intuens progredi nó ell: aufus: fuosq; iam mcurrenres 
tuba reuocauit.Hoc ufq;oo grzciafamacelebratüé :ut 
illo ll:atu Chabrias ftbi ll:atuá fie ri uoluerir:quz publice 
ti ab atheniéfibus m foro cõll:itura ell:. Ex quo fattum 
éut pofi-eaArhleta: czurig; arnftces his !lanbus !laruis 
ponendis uterentur cü uiél:oná elfent adepti .Chabrias 
autem multa in europabellaadmmifi-rauit. Cum dux 
atheniéfiü elf& :in zgypto fua fpóregelftt.NãNepte-
nabum adiutum profeél:us regnum ei conll:ttutt .Feor 
idé cypn : fed publice ab atheniéftbus Euagor.e a.diutor 
datus :neq~ prius inde difceíftr q toram inf ul.un pello 
deuinceret.~Ja ex re athenienfes magnam gloriá funt. 
adcpri.Interim-bellú mter zgyprios & perfas cóflatú é: 
Nicho/as Jenson. 
' us:~Au 
foartã 
j_ 
Nicho/as Jenson/Eusebius ( 7470}. 
poribu 
t.Sed 
Nicho/as Jenson/Eusebius (7470}. 
Em 1460, o primeiro alfabeto romano completo foi desenhado por Nicho-
las Jenson, um francês nascido em Sommevoire, Albe, e radicado em Veneza. 
Jenson era um excelente entalhador, gravador artistico e mestre da Casa da Moeda 
da cidade de Tours. 
O Rei da Fra~~· Cario~ VIl, ouviu fa lar do invento de Guten9e~'}a,endo 
da habilidãdelcfeJ~on ê'om as '\rt~s da fundição €'gravação, ra~amente o en.viou 
~ Mogúncia para aprender os se'gredos da impre$go. Quando Jenson retornou à 
França três anos depois, Carlos VIl já tinha sido substituído por seu filho que não se 
mostrou interessado pelas artes da impressão e Jenson partiu para Veneza à procura 
de novas oportunidades. Tendo começado com uma pequena oficina de impressão, 
Jenson logo transformou-se em um homem rico e fez história. A família de tipos 
criada por Jenson é muito elegante. 
Pela primeira vez a caixa-baixa foi criada com as serifas combinando com 
ut ·tona ft ~ \ as se rifas de caixa-alta. Essas letras também são conhecidas como Venezianas. 
~umabeo(od .c Seu desenho influenciou as criações de Griffo, Garamond e Aldus, cujas 
o uennt cedere:obr~ letras são também con hecidas como Garaldas e, mais tarde, em 1724, o famoso 
· Caslon Old Face, desenhado por William Caslon, na Inglaterra. O ponto mais fácil de 
reconhecimento da letra de Nicholas Jenson, que se intitulava Nicholas Jenson, o 
Francês, é a barra transversa da letra E (caixa-baixa), que é oblíqua e não horizontal. 
, Outro ponto importante são as serifas superiores da letra M (caixa-alta). que são 
viradas para dentro. O redesenho mais famoso da letra de Jenson chama-se Centaur, 
54 
Aldus Manutius, Veneza (1501). 
ASPAVEN'I 
pato Nemoreeu 
fomnochefe hat 
-v-r~~ fnfo reliéti,meril 
fito aiTai pi u eh e c: 
"' ti h o rridi,& crep 
finunofi iugi . Ma compofirame 
Aldus/Hypnerotomachia (1499]. 
le Aetna poitLtl 
lllO tlterq; 11oft 
LáCtimeífelntts 
Griffo/de Aetna (1495). 
mas há outras versões chamadas Jenson Old Style, de 1893; Mazarim, de 1895; 
Kelmscott, de 1897; Cloister Old Style, de Morris Fuller Benton, e muitas outras. 
~ Algumas das versões modernas da letra de Jenson afastaram-se da família 
~na I, e a sua versão para dísplaycombina com praticamente todos os alfabetos. 
Aldus Manutius (1449- 1515) foi o grande impressor dos intelectuais da 
Renascença. Extremamente rigoroso com seu trabalho, Aldus, que nasceu em Veneza, 
foi o primeiro dos grandes mestres e impressores da história da tipologia. Começando 
em 1495, sua maior ambição era editar os grandes autores clássicos. A primeira 
aparição de uma itálica dá-se nos livros de Aldus. 
Marca de 
Aldus ivlanutius. 
55 
{._~) (:.-~· ... 5~J :~~': .. ~ ::~; .~~ .:.1· J ~ 1 ~·i~ 
:· .. )~~J~": - ~~ f)L __ f:L.''··._ -~~"-'-~ ~ 
Marca de Geoffroy 
Tory,por Robert 
Estienne, Paris. 
56 
5. 1 Quem eram os tipógrafos 
A arte da impressão envolvia uma série de conhecimentos diferentes: mecânica 
para as prensas, fundição para as ligas, fabricação de papéis, formulação das tintas, 
técnicas de encadernação, conhecimentos de diagramação, arte, além de muita cultura, 
conhecimento de outras línguas e escritas. Por tudo isso, os impressores, calígrafos e 
escribas eram pessoas muito especiais e de grande importância na sociedade européia. 
Constituíam uma elite de intelectuais que trabalhavam com as tecnologias mais 
modernas da época e não paravam de inventar máquinas, materiais e processos de 
fabricação. Mas também eram mestres da estética, pois o desenho das letras exige 
vastos conhecimentos de arte, desenho, geometria e estética. Para finalizar, nossos 
heróis eram pessoas de grande cultura, pois falavam, escreviam e criavam letras em 
várias línguas e escritas, não raro idiomas extintos. Por tudo isso, muitas vezes até as 
leis eram "adulteradas" em benefício dos artistas da letra. 
A história de Francesco Griffo é um exemplo da importância dos tipógrafos 
na sociedade renascentista. Conta-se que Griffo desapareceu de circulação após 
ter matado seu genro em uma discussão familiar. Se a lei fosse apl icada, Griffo 
teria sido condenado à forca, por assassinato. Mas inexplicavelmente depois do 
sumiço de Griffo, muitas das fontes desenhadas por ele continuaram a aparecer 
no mercado. Uma das versões contadas é que, pela sua importância, Griffo não 
foi condenado à forca. Diz-se que seu nome foi mudado e ele continuou a viver 
na mesma casa, trabalhando em paz por muitos e muitos anos. Mas trabalhando 
SENAC-AR-GO 
Livro· N°.Jl O 4 5. 9 6 
. --· 
cAaabbccdd eiffgghh iij llmmnn oop 
p qqrrJJJJftssft'V11vuuxxyyz.,zzjf:-
eA AP, B [C'D D'EEP F~ 
G [!{ H I :r J.....LVM:. c/J1 M c?(; 
NO OCJ' P ~~7(__,R s s~ 
TT'VVX.{YYZZ &&> 
Letra del !Jrfo qm !fcreuia Tra~ Luas 'E_~­
//ICadrid. ~izo 'De. c5lf. CD. LXXVII. 
A itálica de Griffo redesenhada por Francisco Lucas, com maiúsculas, 
minúsculas, letras dobradas e ligadas (Madri, 1577). 
em quê? Griffo, grifo, grifado. Pelo nome já deu para ver que a letra grifada ou itálica foi 
inventada por ele. Ou letra cursiva - cursiv, como chamam os alemães. Griffo não só 
inventou as primeiras letras itálicas como também entalhou os primeiros tipos itálicos 
desenhados por Aldus Manutius que, juntamente com Ludovico degli Arrighi da Vicenza 
(Vicentino), formavam o trio de mestres que lançaram as itálicas mais conhecidas. 
Aldus escreveu, no seu primeiro livro, utilizando a itálica: 
"ln grammatoglyptae 
/adem. Qui graiis dedit 
Aldus, en Jatinis Dat nunc 
grammata sculpta 
daedaleis Francisci 
manibus Bononiensis." 
"Em louvor ao entalhador 
de tipos. Aldus, que antes 
dera à língua grega, agora dá 
aos tipos latinos entalhados 
pelas mãos artistas de 
Francesco di Bologna." 
Geronimo Soncino, um conhecido impressor em hebreu, usou uma segunda 
itá lica entalhada por Griffo em Fano, em 1503. Uma terceira versão da itálica de 
Griffo foi utilizada em Bologna, em 1516. 
Dizem também que a letra itálica criada por Griffo foi copiada da letra 
manuscrita de Petrarca. 
57 
58 
t V)( lI J V V lN A 1. t.S A ~ t NA 
:r IS S A T l ll A 1' A I MA· 
lMl'llt lCO AVOITOII. 
ernMn?llllll~ll~l/llllYtpo~~«m 
J V tltiiiJtS t<ttcs T"IICI tbtjiJt 
CodrH 
I ~~tpUIIltrl' l'lll~inc:••crit 1Ur 
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S mp,..s,ttmJt'fgtmcJ~~mfillillls,On~st 
N ••-wsru;l/tio-srf1(.",1-""hilMe~~s 
M nt!S ,tt .toliisiÜciiii<IIU'Wfib»OIIITlfm 
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 tiiiMS,MMtllitiiSfortl~~.tJcNtl,..tlllfrlfm 
P rlliCNI.c, 1lllfflllls ••Cidr,.,. wonychNsO'I'fllt, 
'S riJI!fiiÍs pW.IH, cv11111dfoq; _,_, c!.m.rrtt 
S flfll'fl',tt •IJitlllorNpt.C l.t&ncol-m.c • 
1 xptflrtrunuficrw~. mllli~podl· 
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V •rtl>•s omm'•r ,pmtlrr.c p~~r=tcl..irt.c • 
C 1rr ,.lfiClt hoc llbt•t pottws de"'""'' til"' /'O, 
I' tr ~»mm ""'f'"'S l1IIOI A NnHSr.C flcxlt 111NifiiiMI, 
S i !III<WI,tt p!AciJi Y"l:tolllffl4ilmltntts., rJ•"'· 
C Nmlrlll'r!IXWmtJttattfP.do,MttÜ4tbU{Clt• 
J ii:" •pr~Htt,cttflfJII~D"tNhl.t ,.,m,., 
~ lltrilies olfllfll •tibus Qlrtt l"411ottt Nlllls, 
A itálica de Aldus Manutius. 
I RITRATTI 
DI.M .GIOVA.N CIWRGIO 
TRISSINO. 
ITROVANDOSI 
M1Jtr Luio Portpt(,o 111 Fcrr-ra, 
11 111 caja tL MaiuMI M•~~~rtla 
CIUlldm&I(('f/rt' D~~tf1.J. á Sura,ne' fa 1"'& 
v 'tra una 'r~ ata di va[OTif(' lunnt', 1 á. 4uojlu• 
m~t1Jimt GICVII/IÍ, IA ft rcilltrtdl tutti ;orflrcl/o, 
con' a y~rfart 1nCom1ncr~ . $(' io hu '!nt la 1n/tn • 
/fOlie' v ".fira intcjó Gratioj1Jim4,!/ 1 ffujlre- Ma• 
/.um~. 1 yarimcntt' yf[a /,Mia jucjla no&(1Jrm• 
cortp-gota,votvofrtr, cbcrmc v•J• namno J"'[~ 
r~•ot~~~mrn[l, chcforono Ira M1Jcr Puro fiCinbo, 
' M1Jtr Vwn/to M«rroj•lt• 1n Mtfano ; 1~ 1 
jUII(I COn(I.J Jra Ct.Jta Cb~ VOin'h.U.afc' Urkfo TOj'O• 
nar~ /, C~l n1 nom1 ,111 [uujh', n! /1my• vt}'lyc' 
ord.IUilamtn/~ lfi••:Jucr(' , burf la m(', com<" J, 
ycrjona, cbt' yrr}nte' vijur,J"ff7oprt•famcn/e' ~ 
nctrcalc; 1/ 10 foJ~r~ y1u chl vofrllltcrt ; !"".; 
cf,(', &avusM, .rtrt' V! .. &e- r~lt//1, !" mt 1Ja• C(l)e' 
A itálica de Vicentino. 
Uma vez criada a letra itálica, mais estreita e ocupando menos espaço na 
linha de texto, sua utilização foi maior na composição das primeiras bíblias de 
bolso. Sempre interessou à Igreja a difusão de suas idéias, e as pequenas bíblias 
nesse formato eram mais um difusor da doutrina católica pelo mundo. 
Os impressores rivais, da cidade de Lyon, Balthasar da Gabiano e Barthélemy 
Trot, não demoraram a copiar os tipos itálicos criados por Griffo, Aldus e Vicentino. 
Aldus chegou até a revisar e corrigir algumas das edições de Lyon. Em 1503, ele fez 
críticas a essas edições dizendo que "eram impressas em papel inferior, muito 
texturizado", e que "as consoantes não combinavam bem com as vogais". 
Outros desenhistas de tipos e impressores que se destacaram na época 
foram Luca Pacioli, Sigismondo Fanti, Francesco Tornielo e Giovani Baptista Verini. 
Antes do fim da metade do século XVI, todos os impressores já utilizavam 
itálicas, sendo o desenho de Aldus o mais difundido. Três livros muito famosos na 
época foram impressos na Itália e marcaram o panorama da impressão: a edição de 
1516 do Decameron, impressa por Fillipo Giunta em Florença; as primeiras edições 
dos trabalhos de Maquiavel impressas em Roma por Antonio Blado em 1531 e 1532; 
e o livro A divina comédia, de Dante, impresso por Marcolini em 1544. A versão 
original de Aldus tinha muitas maiúsculas com ligaduras. assim como a primeira 
versão desenhada por Griffo, mas essas ligaduras e letras dobradas não eram util izadas 
com freqüência. O ângulo de inclinação dessas letras variava muito conforme o 
desenho, assim como a largura e as proporções. Não havia também uma grande 
AENE· 
p abulapáruale~ns,nidisq; loqllácibus e{ats, 
E tnunc porticibus uctcuis,nanc humidct circum 
s ftl[llâ fonat,fimilis medios Iuturna per hofles 
F erturequis,rapidotp uoláns obit omniacurru. 
r am(p hic ~rmanam,iam'q; hic ojkndit ouantem 
N ec conftrre t~Utnam patitur,uolat duia lonf]!· 
Itálicas éntalhadas por Griffo, com desenho de Aldus Manutius. 
variedade de tamanhos (corpos] de letras. Um impressor dispunha de dois ou três 
tamanhos de uma mesma letra no máximo. É importante ressaltar que nas letras 
itálicas a inclinação é menos importante do que o informalismo da letra e que a 
combinação desses dois elementos é que vai resultar em um desenho de sucesso. 
A letra desenhada por Vicentino diferia das letras de Griffo e de Aldus em 
vários aspectos. Vicentino tinhauma pequena gráfica e estava interessado em 
publicar poucos e bons livros. Sua letra era espaçosa e farta em ascendentes e 
descendentes e raramente era usado corpo inferior a 16. É também interessante 
ressaltar que várias itálicas, incluindo a de Vicentino, t inham as letras em ca ixa-
alta normais, fica ndo as inclinadas somente para a caixa-baixa. 
A história de Vicentino interrompe-se no dia 6 de maio de 1527 com 
a invasão de mercenários de Carlos V a Roma, que matou tantos outros cidadã os, 
e provavelmente Vicentino também. Seu legado não foram só os seus tipos 
que exerceram forte influência por muitos anos, mas seu estilo l impo na 
diagramação de livros. Vicentino evitava todo tipo de ornamentação, muito 
em voga naquela época. Deixava, no máximo, espaços brancos para qu e 
i l ustrações fossem acrescenta das depois, manualmente. Em 1522, criou os 
caracteres denominados Chancelerescos, imitando as letras manuscritas com 
muitas ascendentes e descendentes. 
Griffo, Aldus e Vicentino exerceram papéis diferentes no século XVI. Griffo 
inventou a itálica. Aldus desenhou uma letra itálica clara, funcional e econômica, 
59 
:)( 1ent.:a Jca~it primNs f'Í n.:a1c profon&m, 
i Et r~li6HS remis Jo«icitAHit "iH.:as: 
Q!i áu6ijs aufus committm Jfatthus affiHtn: 
Q!!.4S na~r11 n~.:at,pr.rG!Iit me "'li4s. 
T ra~ilfis primHm tnpidlu Jc cret!idit vnlis: 
Littora Jccnro tramite jHmtn4 frgens. 
.M ox Congos tentare Jimu,& Cin'l"erc terr4S, 
Et lmi caepit p.:andere vc(.:a noto. 
A ft v6i pm.riltim praeps 4HÓ4cia cre~it: 
Coráá1J fallJKcntem lcdidicere metum: 
I am "114JlU irr~pit pcfaao:c.efú'"iJ ftQiflls, 
e.g.tas ~emu lonjJÍiftiJ dom4t. 
A itálica de Colines. 
10 L I B E R 
C11i [ictt acadat Vírttló ,tdlntn ufqui pri!'rts 
F crt F atum paruú in re quacunqut gcrcnàa. 
R""""'"'""' lm- Fato Romaní pojl tot àifcrimilla, po!l tot 
f""""' "1'""'1 • 'Pr.:elia, dtbcllatum Orbtm rcxerc monarcbtr: 
F..oma caput~ foit Munài,prüls txtguru grtx 
~m paflorum babítabat, o trrans exul ab aruú 
. . F initímú ( ut aJYlum) pojl Jcclu~ omnt colcbat • 
Vt dmu coiTI<U• J.l[ox Fato inclinantt, Juis fpolíat4 triumpbis 
Corruit, o patrío ( infandum) iugulata tyranno 
]'Jil, niji nomw, babct Romtt, dtfcrtap jõrdct . 
cr~oru.,.pottn• Fato uiam Gra-ci nil non potucrc ucl armú, 
ti<. J/ c/ jludiú:tcrra omni pojlbabita, auxit ._Atlunas 
A itálica de Basle. 
~J[i(cvDtc'JJrg!{!J+CJJ~ 
~1!}L~Oo1>~~_s1J7}?v:VV~ 
J~ZZ:Sfé<&~TJ 
Itálicas floreadas, de Johannes Baptistus Palatinus (Palatino). 
Marca do impressor 
Michel Fezandat. 
60 
muito usada e copiada na primeira metade do século XVI. Vicentino criou uma letra mais 
luxuosa e espaçosa que foi, então, absorvida e copiada na segunda metade do século, 
assim como seu grafismo refinado. 
Outro fato digno de nota foram os livros de Gian Giorgio Trissino, autor da 
tragédia Sofonisba e do poema épico /ta/ia Liberata dai Gothi. Trissino introduziu em seus 
livros algumas letras gregas e, pela primeira vez, fez-se uma distinção entre as letras V 
vogal e V consoante, aparecendo então a letra U. 
Além dos impressores de Lyon, havia em Paris Simon de Colines, um grande 
tipógrafo que, em seu primeiro tipo itálico, copiou características das letras de Aldus e 
Vicentino. Não se sabe se o próprio Colines entalhou os tipos ou se ele empregou Claude 
Garamond para realizar esse trabalho. Quando Colines morreu, em 1546, os desenhistas 
f ranceses já haviam incorporado características próprias ao desenho das itálicas. 
Os primeiros alemães a usarem a itálica estavam estabelecidos em Viena; eram 
Hieronymus Vietor e Johann Singrenius. Há referências à itálica de Basle, de desenho 
sofisticado e elaborado muito admirado na época e que, por sua aceitação, foi usado 
intensamente por no mínimo vinte anos, inclusive em Lyon. As letras em caixa-alta fogem 
dos padrões de comportamento da época, ressaltando as letras M, N, R e V. A letra O não 
é inclinada e o P e o A são floreadas. 
A St. Augustine de Granjon 
Cicero, Paris (1547}. 
EX PHILOSTRATI 
I'Jvl d G I 'N /11 f/ S F d -
BYLAE· 
F .HYL4E ftdAtfop•m,(tumt~~mbm ... ún-
ri•riifmmr,, .. tl{lll•g.:foi:f•~uú.q•ippt&ll• 
=• & Htjiodo, mt non & Ar<bil•rhl '" LJ<un~m 
t•,.fllir.fid•õ M/ip•h•m.,..,•mni• d{dtihl re-
úl14font ,fmnotu Íf'Mtil nt:1f Umtú ;mptrri:o. fflfnl 
& apitúr~~t~tn immiluUr,& LJ,,Jintm U.[tfl.-ritr,& 
fi•udtm. Atqut btcti /to iJMi{ptiiJIJ 11gir, & ulptr 1 & 
prr lo um tqMtu, ntt ttftlltU lttJitll,tX qJUbUI purid;~ 
flUM,qru. in •it.tgtuntflr. H11.bit~ igltllT 111 prtÚI Jt~­
~uú,.ptr At{opumAuttlwrr ~f.tpitntüiAJtiU"'Pittll 
tum dtJUnéluu,ctronA.Jroluginll""~"""•rL bu, w 
p11tt,f11buúm AlíquDN ruir. ri/111 tnim f.Wd,& orw-
/imttrrDH lrfix•itl p,.fi frrunr.piltmm,f•~•t..­
rum Cllr.U rmujitrt <111im1 mdigtrt,Ho• L:tuit.Pbit..-
fophlllur llllttm piéhtrt~ & {ttbld.u-Mn: torpwA. BrutA. 
mim tltm lnmini6111 &on[ITtnt ~ ccetMm âmt Arjôpum 
j/llluit,tx iUi.,fttn.confiél•m. Cboriduxvulptr d<-
piil•tr1. vtitNTmim,. At/ip•M lllinijir.u&•-
mtntrr1U1'1 pltniltm,aN Duo ç,.,,dú, 
AESOPI 
A itálica de Granjon, Cicero. 
L I B E R I V DI T 
lntcrpGr::rc. J OT..1U A. 
Bíblia poliglota, de Christophe Plantin. 
As itálicas mais celebradas da França são as desenhadas por Robert Granjon, 
filho de um impressor parisiense, Jean Granjon. Sua atividade começou em 1545 em 
uma pequena loja. Em 1549, Granjon associou-se a Michel Fezandat. Os livros 
produzidos pelos dois utilizaram uma itálica de fino desenho com as maiúsculas 
inclinadas harmonizando com o resto das minúsculas. Granjon produziu 18 desenhos 
de itálicas e ainda há originais de 15 delas em Antuérpia. A famosa Bíblia poliglota, 
de Christophe Plantin, impressa em caldeu, grego, siríaco, hebreu e latim, foi 
composta com tipos itálicos desenhados por Granjon, que também criou caracteres 
e imprimiu livros em árabe. O final do século XVI já se aproximava com as letras 
itálicas espalhando-se pelo mundo. Hoje, todo alfabeto que se preza vem não com 
uma, mas com várias versões grifadas, com inclinações, larguras, espessuras e 
acabamentos diferenciados. 
Em 1500, a impressão já estava bem difundida na Europa, o período co-
nhecido como lncunabu/a, entre 1440 e 1500, corresponde à infância da arte renas-
centista. Os impressores já eram mil na Europa e mais de 35.000 títulos haviam sido 
editados, compreendendo o impressionante total de 12 milhões de livros impressos. 
Marca do impressor 
Christophe Plantin. 
61 
,, 
lo 
I' 
62 
Ateliê de impressão: original e cópia. 
5.2 A dominação francesa 
Com a chegada do século XVI, os franceses começaram a se impor nas 
artes das letras. O estilo francês não possui a impetuosidade do estilo italiano, mas 
acrescentou delicadeza e refinamento ao desenho tipográfico. 
Um dos mais importantes desenhistas de letras dessa época foi Claude 
Garamond, que desenhou a família Garamond, obra-prima da tipografia do século 
XVI e um clássico entre os clássicos. Garamond não era só desenhista, mas um 
excelente entalhador ou cortador de matrizes dos tipos. Muitos dos tipos criados 
por contemporâneos franceses foram cortados por Garamond, que se especializou 
em gravação e fundição de tipos como serviço a outros impressores. 
Sua letra mais famosa e que leva o seu nome é a letra mais legíve l do 
mundo para textos, segundo pesquisas. Nascido em Paris em 1490, fo i aluno do 
impressor Antoine Augereau e, em 1510, começou seu aprendizado. Garamond 
fez grandes progressos e em dez anos de trabalho já era conhecido em todo o 
meio das artes de impressão na França, assim como seu discípulo Jacques Sabon, 
que com ele trabalhava. 
Sua primeira fonte conhecida foi usada em 1530 para a edição de 
Paraphasis in elegantiarum libras Laurentii Val/ae Erasmus. Seu desenho era 
inspirado na letra de Nicholas Jenson e na Romana de Griffo utilizada na edição 
Vertere MccClllas, vlmifquc adiungcrc vires 
Cõueni:u:quzcura boum,quis cultus habedo 
Sit pccori:atq;apibusquâcaexperiêtia pareis: 
Hinc.cancre incipiã. Vos ô clariffima 1nundi 
lumina, labcntem czlo quz ducitis annum: 
Lib~r,& alma Ceres,vefiro fi munerc cellus 
Chaoniam pingui glandcm mutauit arifta: 
Poculáquc inuentu Acheloia mifcuit vuis: 
Garamond. 
LHOMME L ETRE 
do Alphabetum Graecum, publ icada por Estienne. Os t rês jogos orig inais das 
punções desse tipo ainda encontram-se na lmprimerie Nationale de Paris, a gráfica 
do Rei. 
Em 1545, Garamond fundou sua própria editora, que utilizava os tipos no 
livro De Aetna de Pietro Bembo, publicado por Aldus Manutius. O Rei Francisco I '~lJt~ 
encomendou- lhe a criação de uma família de tipos gregos que seria conhecida por 
Grecs du Roi, baseada em desenhos de Angelos Verget ios. Essa fonte foi utilizada 
para a primeira edição feita por ele, além de uma nova letra cursiva. Os trabalhos de 
Aldus Manutius são forte referência em seu estilo, com margens generosas, impressão 
esmerada e magnífica encadernação. 
As referências tipográficas de Garamond incluem trabalhos de Conrad 
Sweinheim, Arnold Pannartz, NicholasJenson, Aldus Manutius, Francesco Griffo, Henri, Desenho de 
Robert e Charles Estienne, Ludovico Arrighi, Tagliente e Palatino. Geoffroy Tory. 
A letra de Garamond foi redescoberta no século XX. Várias reproduções 
foram recriadas. Uma das melhores redesenhadas é a Garamond Stempel de 1924. 
Garamond morreu em 1561 e seus bens foram comprados por Christophe 
Plantin. Em 1592, o tipógrafo Conrad Berner publicou um catálogo com as fontes de 
Garamond que até hoje serve de referência para os estudos sobre esse grande tipógrafo. 
63 
Versões variadas da Garamond. 
64 
ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXYZ 
abcdefghijklmnopqrstuvwxyza:<rfffiflffifH 
&1ECE;{I23456789o.,;:-! ?"() 
ABCDEFGHI JKLMNOPQRSTUVWXYZ 
abcdefghijklmnopqrstuvwxyzaaffjiftjijl 
& IECE;{I234J6J890.,/:-!?u() 
Monotype 156 
ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXYZ 
abcdef ghi jklmnopqrstu vwxyzfiffflffiffiétSt 
&$1234567890.,-:;!?" 
ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXYZ 
abcdefghijklmnopqrstuvwxyzftffftjfijft{fft 
&$1234567890.,-:;!?(J 
ATF 
ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXYZ 
abcdefghi jklmnopqrstuvwxyza:cxfffiflffiffi 
&.!ECEfl234567890.,:;-!?"() 
ABCDEFGHI]KLMNOPQRSTUVWXYZ 
abcdejghqklmnopqrstuvwxyzcecelfftjlfftffl 
f5 JE(E[J234567890)";·-!7~ 
Ludlow 
ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXYZ 
a bcdefghij klmnopqrstuvwxyzcea:Hfiffffiffi 
&JECIEI23456789o.,;:-!?"O 
ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXYZ 
abc defghij k_lmnopqr stuvwxyzacefl fiffffijjl 
& .IE(]EI234JÓ78yo.n·:-.'?"0 
Oeberny Et Peignot 
ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXYZ 
abcdefghijklmnopqrstuvwxyzéecefffiflffiffl 
&lECEf1234567890.,;:-!?() 
ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXYZ 
abcdefghijklmnopqrstuv1JJxyzcecefffiflffiffl 
& .IECEE1234567 890. ,;:-/?() 
Nebiolo 
tC]6ere lrgptnteti.J tt, lnoh of d,i Cúbtpi ·btCtlupea 
anil § ables o E êfo~ \lll)tct, \\lEre tmnClattll out 
cf .:ftttdii, ín ro ~nglplll;e bp \\lPUtam 6:arron 
st \llrítmPnftte :Jn t~ pttt of oure lollle.qy. 
~ .. 6:~~~-l~J:~iij • 
)EI.~tf'í &~~nntti} tiJc r~f of e(óp tbilf; atfq ~iG f\'l~tun~ lptb & ~a6 f~6tplfJlVl?f~/aitõ L\):nq h) 6tt(i/ttot ft"t ft'O ~~~ tfj~ grauttt ma ~olbu" namq~ '!.monto f 
tb~id~ lbae a nongq o~ õpffOlrtt"~ M~ m!?!l'~ fflct~t}/ ~a: 
I;~~ " gwtt tt~ I C a r~ ~~f~ /C:Ottg" ~ olb"e/fflatp ~~/a 
(lj01t nccfte J ro:wlhdh~fgu-tt &iCp f gtttt Ctgg"eJan~ ~argr 
fM( lt.nr.>z ~ t{Jctt lb~i~ lbae; lb"tf9 ~ lbae t~om&j cm~ cou.a: 
tlot fl;~!l" /6ut not lVi<fj(tonõ ~ng aC t()ie 6l f;:\b-a_ ~tt tbpf~ (! 
~elo ~tt!tCp ~ngenEouejfÚ6~it n) au~p~acione J14it~ ~o~ 
tvil·1-.. -•, ~o;\'IZ.:s 
Uma página do livro The subtyl hystories and fables of Ezope, traduzido e impresso por 
Caxton, em Westminster, em 7484. 
Wi lliam Caxton (1421- 1491), nasceu em Kent, Inglaterra. Depois de viver 
quase t rinta anos pela Europa, Caxton, o precursor dos impressores ingleses, imprimiu 
o primeiro livro na língua inglesa, no ano de 1476, Sayings ofthe philosophers. 
65 
66 
~o6~rt 6ranlo!J, 
t'~!l -~íf . 5.Dc-. ~s;,, 
{4,J ~» ê' &- fA.I ~o.t 
-- ~ai(t-w---r JnnoCC:""--
.!J i'~t} ~i{ . 5.Dc-. ~Si 
&f~~»--- C1..__, & f~ ~ 
ra-- ~aift""C Jnnoce:~ 
tifEom~ ~oufongnoiGL-. ():' 
m~ fra~ui-1 I .!!J cf' rancoJ;ál 
Jê!ja') ~ouuêau.. &êcteu.c....... ~ 
<2-!)a(flifot) .'\--r ÇP ombeál--
Civilité - Robert Granjon. 
Paralelamente ao desenvolvimento da letra Romana, houve uma tentativa 
de se unir o esti lo gótico a uma escrita mais informal. O resul tado foi a letra chamada 
Civilité que em pouco tempo caiu em desuso. O entalhador de tipos Robert Granjon 
foi um dos expoentes no desen ho da Civilité. 
~IBfãi~l abcDtftrb 
~~~Jrrr~ tklmnop 
[fh~9~' qrtfsruu 
i~~~J~~ tUIUilt 
-
Manuscrita de Dürer. 
5.3 Dürer e os módulos 
No começo do século XVI, Albrecht Dürer, que era também matemático, 
ensaísta, pintor, gravador, inventor - uma versão germânica de Leonardo da 
Vinci - publicou o livro Of the just shaping of Jetters, mo~rando pela primeira 
vez na História a construção sistematizada de um alfabeto desenhado por ele 
com base em princípios geométricos. Há um fac-símile desse livro impresso pela 
editora norte-ame rica na Do ver em 1965, cujo número de série é 0-486-21306-4. 
No livro, Dürer mostra, sempre a partir de um quadrado ou retângulo, como se 
constroem todas as letras do alfabeto. Quem tentar redesenhar as letras seguindo 
as instruções de Dürer, traduzidas para o inglês arcaico na edição da Dover, vai 
descobrir que a geometria daquela época era inexata e, muitas vezes, os desenhos 
desenvolvidos não "fecham". Mas foi a primeira tentativa de se sistematizar a 
constru ção de letras partindo-se de instruções literais. 
Albrecht Oürer, Of the just shaping of letters. 
j\. "t. 8 
Daniel. 
70 
John Ayres. 
5.4 A letra em chapa de cobre 
No século XVI I, uma nova técnica foi muito usada pelos ingleses: impres-
são por chapa de cobre. Nessa técnica, sulcos são feitos à mão na chapa entintada, 
que é impressa manualmente em uma prensa. A técnica facilitou o uso de curvas e 
criou uma série de novos alfabetos, todos baseados na utilização abundante das 
curvas, desenhadas manualmente com a ajuda de um buril. Para se confeccionar a 
matriz, segura-se um buril com a mão direita que permanece fixa. Depois, a chapa, 
que fica pousada sobre uma almofada de couro redonda, é girada seg uindo-se um 
curso aberto para que as curvas sejam cortadas com suavidade e precisão. Essa 
técnica exige muitos anos de treinamento. Richard Gething e John Ayres foram 
seus maiores expoentes. A impressão em chapa de cobre apresenta um 
inconveniente: a chapa não pode ser reaproveitada como os tipos móveis. 
SERENISSIM.tE 
VENETORUM 
REIPUBLIC.IE 
CLAUDIUS SALMASIUS 
S. 
,~~~~Um in eo eífem Sapientif]imi e§ lliu.ftrif}imi Pro-
iii: cem, ut poft abfolutum Exercitationum Plinia-
narum opus , delegendis) ut fit , patronis , & 
parandis ei defenforibus ex illufl:ri aliquo loco 
cogitare deberem , non di'u mihi dubitandum 
fuit , an veftrum nomen clariffimum fronti earum 
infcriberem , qui multo ante, ab eo nempe rem-
pore , quo prima operis fundamenta ponere 
crepi, id rotum vobis dicandurn ddbnarim. Qgod non folum quam 
libenrer , fed etiam quam meriro fecerim ~'x veteri vororum ac de-
dicatjo~m fot mula , mea refcn: plurimum à me ipfo pra:dicari , ne 
qui fim fciliccr quibus mirum videri poffit, arque criam reprehenfio-
nc -dignum, me foris & apud exteros quxfiviJfe quod in patria ac do-
mi poífem hab<;rc, quod. utique hãbcrem. Profeéto tamedi hujus 
mci f,lél:i nulbm f<ltionem mihi rcddcre libcret, non tamen ullam a 
me exigi magis par cffer quam ab illis folct, qui vulgo ali quem íibi 
privara religionc colendum fumunt ex aJfcripticiorum crelitumor-
Holandesa (Sa/masius}, ano de 1689. 
5.5

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