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Procedimentos e Hipóteses de Rejeição do Pedido de Homologação da Sentença Arbitral Estrangeira

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Procedimentos e Hipóteses de Rejeição do Pedido de Homologação da Sentença Arbitral Estrangeira 
Embora seja um meio eficaz para a solução de conflitos, a arbitragem não é bastante utilizada, seja no âmbito nacional ou internacional, muitos tinham um entendimento de que esse método não era eficaz e que só produzia seu efeito após passar por trâmite judicial. No caso das sentenças arbitrais estrangeiras existiam mais burocracia, pois haviam um sistema chamado “Exequatur“ , o qual ordenava que antes de se passar pelo processo de homologação em solo brasileiro a sentença arbitral estrangeira deveria passar pela análise judicial de seu país de origem. O que ocorre é que em alguns países a sentença arbitral não era vista como um meio para solução de conflitos, e a partir desse pressuposto, esses julgados não poderiam ser acolhidos no ordenamento interno do Brasil. Entretanto a lei de arbitragem veio por um fim á isso, juntamente com outros tratados como por exemplo a Convenção de Nova York de 1958 sobre o recolhimento e a execução de sentenças arbitrais estrangeiras, entre outras leis, reconheceram as sentenças arbitrais e colocaram um fim em todo o sistema “duplo Exequatur“. 
Artigo 35 da Lei de Arbitragem dispõe que as sentenças arbitrais estrangeiras para vigorar em território brasileiro deve ser homologada pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça). Porém existem algumas doutrinas que defendem um posicionamento de que a eficácia dessas sentenças estrangeiras não está sujeita a homologação do judiciário nacional. Pois para essas doutrinas esses laudos estrangeiros são de ordem privada e o árbitro estrangeiro escolhido para conduzir essa questão está versando sobre direitos patrimoniais disponíveis, sendo assim esses atos trata-se de uma relação jurídica privada que não necessita de amparo judicial para valer-se, pois somente os laudos públicos e sentenças judiciais públicas é que necessitam de uma autorização do judiciário brasileiro para vigorar. Porém quando se trata de uma sentença, não estamos falando de um simples laudo, é toda uma decisão que trará algum efeito para as partes que estão em conflito e esse é um ato que resolve uma lide e traz solução e se aproxima da sentença judicial, não é apenas contrato privado. 
As sentenças arbitrais estrangeiras podem ser denegadas caso não cumpra os requisitos dos Artigos 38 e 39 da Lei de Arbitragem: 
Art. 38. Somente poderá ser negada a homologação para o reconhecimento ou execução de sentença arbitral estrangeira, quando o réu demonstrar que:
I - as partes na convenção de arbitragem eram incapazes;
II - a convenção de arbitragem não era válida segundo a lei à qual as partes a submeteram, ou, na falta de indicação, em virtude da lei do país onde a sentença arbitral foi proferida;
III - não foi notificado da designação do árbitro ou do procedimento de arbitragem, ou tenha sido violado o princípio do contraditório, impossibilitando a ampla defesa;
IV - a sentença arbitral foi proferida fora dos limites da convenção de arbitragem, e não foi possível separar a parte excedente daquela submetida à arbitragem;
V - a instituição da arbitragem não está de acordo com o compromisso arbitral ou cláusula compromissória;
VI - a sentença arbitral não se tenha, ainda, tornado obrigatória para as partes, tenha sido anulada, ou, ainda, tenha sido suspensa por órgão judicial do país onde a sentença arbitral for prolatada. 
Art. 39.  A homologação para o reconhecimento ou a execução da sentença arbitral estrangeira também será denegada se o Superior Tribunal de Justiça constatar que: 
I - segundo a lei brasileira, o objeto do litígio não é suscetível de ser resolvido por arbitragem;
II - a decisão ofende a ordem pública nacional.
Como dispõe a lei, somente nesses casos a sentença arbitral estrangeira não é homologada em território brasileiro, pois a lei é clara e quando a sentença cumpre todos os requisitos ela é aceita dentro do ordenamento.