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Bioisosterismo como Estratégia de Modificação Molecular Sabe-se que um metil pode influenciar, na lipossolubilidade, na conformação, pode interferi na forma que a molécula interage no sitio ativo, interfere também na metabolização. A presença do grupo metil protege esse éster da metabolização por esterases. Aqui é um caso que tem aumento de atividade devido a proteção metabólica, isso não ocorre sempre podemos usar um grupo metil, pra um proposito contrário por ex no desenvolvimento de inibidores de Cox chegou ao piroxican que é um inibidor eficiente, entretanto o metabolismo do piroxican, há uma quebra de anel, e o produto formado é hepatotóxico, a estratégia que foi feita for colocar um grupo metil vizinho o a esse anel, portanto essa posição é suscetível. Isso direcionou que um metabolito diferente seja formado, ai eu tenho uma estratégia não de aumentar a meia vida mas sim de controlar o metabolismo. Isosterismo: resumindo “...substituição de um átomo ou grupo de átomo por outros similares eletrônica e estericamente...” Bioisóstero Clássico: são agrupados como monovalente, bivalente, é fácil perceber que eles são parecidos entre si, vão dar origem aos análogos estruturais, vão poder interagir melhor ou pior com meu alvo macromolecular, para racionalizar o porquê está melhorando ou piorando a atividade, porque eu tenho um conceito racional por trás das modificações. Bioisóstero não clássico, não são fáceis reconhecer que eles são bioisósteros entre si, os grupos são quimicamente são diferentes, mas acabam tendo o efeito biológico semelhante no sistema biológico. Exemplificando os bioisosteros de Carboxila, como por ex o ácido fosfórico, o anel tetrazólico ou uma sulfonamida, temos duas propriedades desse derivado log P e pka. Veja que no ácido fosfórico independente do substituindo temos pka muito mais baixo do que a sulfonamida, o acido carboxílico e anel tetrazólico tem basicamente o mesmo pka, isso quer dizer que no que se refere a propriedade ácida, eles têm uma acidez parecida. Por exemplo, se eu preciso de um grupo que está ionizado para interagir, eu posso simplesmente trocar isso está relacionado com a fase farmacodinâmica, mas eu posso pensar também na fase farmacocinética vou olhar pra o log P, e ver o que mais se aproxima do tetrazol, com isso de vê que o ácido carboxílico, tanto no pka quanto no log P é o mas parecido entre si, isso se dá por serem bioisósteros. Os ésteres são facilmente clivados pelas esterases do nosso corpo, então substituindo por outro grupo que não seja susceptível à hidrolise e tenha o mesmo comportamento. Com isso vai garantir uma meia vida muito maior. No exemplo em questão, incialmente se encontrou um inibidor para transcriptase reversa, que era muito bom, mas que tinha uma meia vida no plasma muito curta. Qual seria o problema disso? O paciente teria que tomar o comprimido a cada 20-30 min. Os primeiros inibidores de protease que chegaram ao mercado lá na década de 80, eles tinham basicamente essa característica, o paciente tinha que tomar medicamento a cada 30-45min. O que acontecia? Esquecia. Adesão péssima do paciente. O que acontece? Ele não toma, expõe o vírus a doses super letais, aí acontece seleção de cepas resistentes. Então é muito importante, desde o desenvolvimento de fármacos para combater a AIDS a meia vida era importante para garantir uma boa adesão do paciente. É interessante saber quais desses anéis são bioisostéricos entre si, para poder racionalizar, o aumento ou redução de atividade. É interessante ter algum guia antes de sintetizar a molécula. Um guia para isso é o ponto de ebulição, anéis que tem pontos de ebulição parecidos, é que tem propriedades químicas parecidas, se tem propriedades químicas parecidas, provavelmente tem propriedades biológicas semelhantes, mesmo o número de elétrons na camada de valência não seja o mesmo, eles tem propriedades semelhantes. 120 e 121, 123 e 124 por exemplo são grupos isostéricos entre si, 115 e 118, 115 e 116, esses dois anéis são isósteros entre si. 200, 204, 208 talvez toda essa série seja isostérica entre si. Então é importante saber o ponto de ebulição, pois pode nos ajudar, a descobrir ou priorizar, a síntese de análogos de anéis que são isósteros entre si. Desde Erlenmeyer foi proposto que o anel benzênico, é um isótopo do tiofeno, agora quando eu parto dessa substancia, e vou substituir esse anel pelo tiofeno, esse anel tiofeno pode estar em qualquer orientação. Nem todos os régio isômeros tem as mesmas propriedades químicas, e, portanto não irão ter as mesmas propriedades biológicas. A partir da nicotina, foram descobertos, 2 anéis oxazol e tiazol, e que possuem atividade bioisostérica, ou seja eles são agonistas colinérgicos assim como, a nicotina, entre esses dois o melhor era oxazol, a partir do oxazol foi feito, outra expansão utilizando o conceito de isosterismo, que foram sintetizadas moléculas todas elas bioisostericas, cujo IC50 variava de 2 até 1000nM, isso é muito útil quando a gente pensa no estudo da REA, porque isso permite entender, que fatores estão piorando, ou melhorando a atividade. Bioisosteros não clássicos funcionais possuem como exemplo típico a carboxila e o tetrazol, porque ph e logD, têm a mesma função no nosso organismo, a carboxila conjuga direto e o tetrazol não, a meia vida do fármaco que tem tetrazol tende a ser maior do que a carboxila, a gente percebe que eles são bioisósteros não clássicos de função. Ele cita lá uma das estratégias de bioisosterismo, como anelação, tirar um anel da estrutura.. Pq é um bioisostero? Retroisosterismo- inverter uma função qualquer. Parecida não é igual, ou seja, por isso que a atividade biológica vai mudar, pode mudar pra cima ou pra baixo, e precisa dessa informação pra conseguir estudar a REA. Um dos lugares que o bioisosterismo é mais útil é no desenvolvimento de fármacos, que inicialmente tem ligações peptídicas. A ligação peptídica é suscetível a hidrolise então existe um número muito grande bioisósteros de ligações peptídicas, e esses bioisosteros são particularmente úteis no desenvolvimento de inibidores de protease de HIV. Todos eles têm em comum o grupo hidroxietileno, eles se parecem com ligações peptídicas, mas ele não é clivado pela HIV protease. A betasecretase (BACE) é uma enzima no desenvolvimento de fármacos contra doença de Alzheimer. A betasecretase ela cliva a ligação peptídica, então todos os inibidores de BACE que estão em fase clínica de estudo. Conhecer bioisosteros de ligação peptídica é muito útil para o desenvolvimento de fármacos. Agora, eu identifiquei um grupo que é bioisóstero de outro, se eu pensar nessa hidroxila ácida, ela tem um pka em torno de 9-10, esse outro grupo também tem pka de 9-10, então ele foi pensado como bioisostero, o composto 20 tem a mesma ação do q o composto 19 tbm se liga ao receptor adrenérgico, com afinidade pouco diferente. Baseado nessa experiência previa, pensou em substituir a hidroxila da morfina, por um grupo bioisosterico. Vocês acham que isso funciona? Não, porque não tem espaço no sitio para isso ser acondicionado, então nem sempre uma vez bioisóstero será sempre bioisóstero, porque as interações que os fármacos fazem com seus respectivos receptores diferem, então aqui o que era importante era acidez, ambos tem a mesma acidez, mas aqui o que é importante não é acidez e sim a complementaridade estérica, aqui não há espaço, isso gera problema, como que eu identifico que dois grupos, são bioisosteros ou não ? Bioisosteros estruturais: forma e volume semelhante entre si Bioisosteros funcionais: podem interagir na mesma forma que o meu alvo macromolecular. Ou então, pode pensar em bioisostero farmacocinético eles vão ter log P pra cima, bioisostero que levam ao maior número metabólico, tudo isso é uma forma de pensar e planejar o seu derivado. Exemplo: essas duas moléculas, elas são bioisosterica? Que proprierdades delas são conhecidas e quais são diferentes? O eu das duas são parecidos? Elas fazem o mesmo tipo de interação? Elas tem basicamente o mesmo volume e formato, não tem o mesmo pka. Propriedades ácidas são diferentes, então onde elas diferem começa me dando uma ideia o que é importante para a atividade biológica. Se tiver hidroxila significa atividade e que ter NH2 é inativo, o que a ligação de hidrogênio está diferenciando é a acidez/basicidade, é preciso arranjar um jeito de comparar as moléculas, pra ter um guia em que elas sejam parecidas ou diferentes. Um bioisóstero não clássico muito utilizado é F e H, primeiro porque eles são bioisóstero não clássicos. Qual a vantagem de trocar um H pelo F? Proteção metabólica, colocar um halogênio no anel protege, porém colocar um Cl na posição para estou variando na posição para. Quimicamente e biologicamente similares bioisosterismo são os clássicos, também temos casos Quimicamente semelhantes porém biologicamente diferentes onde conseguimos explicar isso por questão dos farmacóforos, pois as vezes as moléculas são parecidas entre si mas a forma com que ela interage é diferente. Por ex, comparando clomopraxzina, imipramina e prometazina, quimicamente são parecidas podendo pensar que são isosteros, trocou o enxofre por dois CH, aqui mantive coloquei um cloro, senmdo assim isso quer dizer que consequentemente bioiosterismo não é consequentemente estrutura química em priora ele se baseia nisso. Muitos bioisostero clássico fogem dessa época e tenho compostos aparentemente diferentes, mas tem atividade biológica similar. Esse “diferentes” (em aspas), porque tem coisas que não conseguimos olhando a estrutura química e perceber o porque essas moléculas são similares. Falando de indometacina, nimesulida e diclofenaco, vocês conseguem me dizer porque são moléculas diferentes quimicamente e tem a mesma atividade biológica? Não, porque o conceito de similaridade envolve a molécula como um todo e atividade biológica é baseada em fatos. Moleculas em 2D são muito diferentes podem estar em conformações, onde grupos que tem a mesma função química ocupam a mesma região no espaço, então são diferentes de 2D mas parecidas com 3D por isso essa diferença. Como que a indústria farmacêutica busca a estratégia de bioisosterismo? Tipicamente em projetos que chamamos de incremental. No passado diziam fármacos me-too, é aquele que tem o mesmo mecanismo de ação de um fármaco inovador e foi desenvolvido via de regra a partir dele ou com base nos conceitos usados no desenvolvimento do fármaco inovador, exemplo clássico disso é a cimetidina. Antagonista de receptores H2, quando começaram a desenvolver nem se sabia que tinha dois receptores adrenérgicos, logo ao seu desenvolvimento eles provaram que tinha 2 receptores, demorou cerca de 15 anos pra chegarem na cimetidina. Depois de comercializar a cimetina cerca de 5 anos depois, lançaram a ranitidina, que é 10 vezes mais potente que a cimetidina e o que aconteceu, caiu a venda da cimetidina. Todos os outros fármacos foram criados com o conceito de bioisosterismo. É muito interessante o efeito que o grupo metil teve no desenvolvimento da cimetidina. Qual é o efeito dele na ação da cimetidina? Vamos imaginar que identifiquei esse composto de origem natural como o meu composto líder, vários e nesse exemplo vou melhorar a potência dele e vamos usar apenas o conceito de bioisosterismo. E conseguir gerar uma serie de compostos. Preciso de algumas diretrizes para que tipo de composto eu vá sintetizar e o tipo de informação que aquele composto vai me dar, um retorno para ter relação com a atividade. Então temos algumas diretrizes para se pensar no desenvolvimento de fármacos. 1- Primeira coisa é pensar em análise mais simples, fontes estratégicas de simplificação molecular, precisa se preocupar com a informação sintética, quanto o tipo de informação químico medicinal o mais simples trás (lembrando que o objetivo é a identificação do farmacóforo). Explorar substituintes nos anéis, isso é quimicamente fácil e tenho uma série de substituições bioisostéricas que podem ser feitas, dando uma relação geral sobre estrutura atividade. E por fim planejar derivados que tenham diversidade química, já discutimos a importância da diversidade química. Então para sintetizar 150 compostos que são muito parecidos entre si, preciso sintetizar compostos que são diferentes entre si, uma forma simples de caminhar pelo espaço químico e amostrar de forma correta, é sintetizar compostos que tenham uma diferença de lipofilicidade grande. Vou sintetizar compostos que tenham volumes variados e nos substituintes do anel vou ter desde grupo ativadores e desativadores desse anel pra ter um efeito deletério nesse anel. Como vou avaliar a lipofilicidade, como vou mensurar, se essa lipofilicidade é variável é muito simples, aprendemos a calcular o log P, é uma propriedade da molécula, mas vimos que podemos calcular a contribuição de fragmentos ou substituintes para o log P, dessa forma sei que substituintes colocar para aumentar ou reduzir o log P. Com o cálculo da contribuição dos fragmentos, e quer consigo sintetizar o composto, pra saber se ele será mais ou menos lipofílico. É interessante ter algo equivalente para análise das propriedades, sei fazer por log P. Como que faria por efeito eletrônico? Log P foi desenvolvido para desenvolver conceito significado, para estudar efeito eletrônico, partiu-se de um outro modelo simplificado que é a dissociação do acido benzóico, uma coisa simples de entender, tenho um equilíbrio e tenho a constante determinando esse equilíbrio, de forma organizada não dissociado, se colocar um grupo retirador de elétrons nesse anel, vou promover ou diminuir a dissociação? Desloca para esquerda ou direita? Direita, vou promover a dissociação, se por acaso for um doador de elétrons, vou para o sentido contrário. Com estou medindo, o que quero é aumentar a dissociação tudo que aumenta a dissociação são os grupos sacadores de elétrons, tudo que diminui a dissociação são grupos doadores de elétrons, isso funciona muito bem, desde que os substituintes estejam em para ou meta pois em orto não funciona, tem efeitos estéricos, além dos efeitos indutivos de ativação ou desativação. Então utilizando esse modelo indicado, como olha para calcular a contribuição do CH3, subtraia a estrutura dessa por essa. A diferença dele é o substituinte, então para saber a contribuição eletrônica, pego o derivado substituído por X em relação ao acido benzoico não substituído, subtraio um do outro, então em vez de log P, estou usando a constante de equilíbrio, isso vai me dar a contribuição eletrônica e essa contribuição vai ser positiva quando retirador de elétrons, e e sigma negativa quando tenho um doador de elétrons. O que estou dizendo está aqui, vocês sabem calcular a contribuição hidrofóbica de uma metila, hidroxila e etc, existe algo semelhante para efeitos eletrônicos, são conhecidos pelos parâmetros sigma hammet. Bom já sei dos três eixos do espaço aqui, já sei calcular lipofilicidade, e efeito eletrônico, vou ter que fazer a mesma coisa no estérico. O gráfico de graig mostra no eixo x as contribuições para a lipofilicidade. Exemplo uma sulfonamida ela tem uma contribuição negativa para a lipofilicidade, ao passo que mudando ao terc-butil, tenho uma contribuição positiva para a lipofilicidade. Na parte de cima do gráfico na parte positiva de sigma que promove a dissociação são os grupos retiradores de elétrons, quem atrapalha a dissociação são substituintes doadores de elétrons, vamos supor que ao invés de CH3 eu contaria atividade do composto que tinha anel não substituído e depois o anel substituído. Cl aumentou o logP e tem um sigma positivo, ele aumentou a atividade por contra do efeito sobre o logP ou por causa do efeito eletrônico? Não dá pra saber, o que preciso mais? Preciso de um derivado, mas quando formar um derivado só que preciso me preocupar em manter essas propriedades não variadas. O que poderia fazer no próximo derivado? Fazer um metil! logP não está variando, e sim está variando outro ponto, agora o sigma tenho de +0.25 para -0.25 se a atividade não mudou, que é importante para a atividade? Tinha um fármaco em algum lugar com a potência de IC50 10µM, fiz um análogo que no anel coloquei cloro, e meu IC50 foi para 1µM, para melhorar ainda mais, preciso saber se o Cl melhorou a atividade por causa do efeito eletrônico nesse anel ou por causa do logP da molécula. O Cl tem efeito eletrônico, ele é levemente retirador de elétrons, então o sigma dele é 0.25, então tenho dois fatores positivos, mas não sei qual deles é verdade! Preciso entender o que é importante e para isso, preciso saber o derivado porque tenho uma equação e duas variáveis, preciso de uma segunda equação para saber o que é importante. A primeira sugestão é vamos sintetizar o metil, por que? Lipofilicidade não está variando quase nada é fixa, mas o efeito eletrônico está variando, vamos supor que o derivado quem tem CH3 o IC50= continua 1µM, o que é importante é o efeito eletrônico ou sobre a lipofilicidade? Cl continua como substituinte, em vez de metil colo um derivado carboxilato, IC50 100µM, quem é o responsável pela diferença de atividade? Sigma positivo e o pi negativo, o responsável é o efeito lipofílico.
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