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Estudo dirigido sobre fatores antinutricionais presentes em ingredientes utilizados na alimentação de animais

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
ESCOLA DE VETERINÁRIA E ZOOTECNIA
NUTRIÇÃO E ALIMENTAÇÃO ANIMAL
ANA RITA RODRIGUES GUIMARÃES 
GIULIA DE CASTRO
ESTUDO DIRIGIDO SOBRE FATORES ANTINUTRICIONAIS PRESENTES EM INGREDIENTES UTILIZADOS NA ALIMENTAÇÃO DE ANIMAIS MONOGÁSTRICOS
Prof.ª Dra.: Alessandra Mascarenhas 
GOIÂNIA
2018
ESTUDO DIRIGIDO SOBRE FATORES ANTINUTRICIONAIS PRESENTES EM INGREDIENTES UTILIZADOS NA ALIMENTAÇÃO DE ANIMAIS MONOGÁSTRICOS
FATORES ANTINUTRICIONAIS
Os fatores antinutricionais são elementos presentes nos alimentos de origem vegetal fornecido aos animais, funcionando, nas plantas, como proteção natural contra fungos, bactérias e pássaros. Eles interferem na digestibilidade, absorção ou utilização dos nutrientes no trato digestivo. Como exemplo temos os inibidores de proteínas, oxalatos, taninos, nitritos, dentre outros. O excesso desses elementos pode causar danos à saúde, como diminuir sensivelmente a disponibilidade biológica dos aminoácidos essenciais e minerais, além de poder causar irritações e lesões da mucosa gastrintestinal, interferindo assim, na seletividade e eficiência dos processos biológicos.
Conhecer os fatores antinutricionais é importante para possibilitar o desenvolvimento de alimentos de qualidade aos animais, e consequentemente aumentar a produtividade, se esse for o objetivo. A eficiência de utilização dos nutrientes contidos nos alimentos está diretamente ligada à possibilidade da inativação dos fatores antinutricionais. A inativação dos fatores, ou a substituição de alimentos com elevado teor de fatores antinutricionais por outras fontes energéticas que não atrapalhem o desempenho do animal, leva a um melhor aproveitamento dos nutrientes, reduzindo a quantidade consumida e o custo das rações. 
O milho e a soja são os ingredientes vegetais mais utilizados na dieta dos animais monogástricos. O farelo de soja possui o fator antinutricional que compromete a disponibilidade proteica, os inibidores de tripsina. Os principais inibidores de proteases da soja são os de Kunitz e Bowman-Birk. O Kunitz, mais sensível ao tratamento térmico, tem especificidade pela tripsina, enquanto o Bowman-Birk, mais termoestável, tem capacidade de inibir tanto a tripsina quanto a quimo tripsina. Outros fatores presentes na soja são os oligossacarídeos e o fitato. No milho, dois fatores antinutricionais são relevantes, fitato e xilanos (pentosanos). Outros alimentos também utilizados na dieta desses animais é o sorgo, que possui como fator antinutricional relevante, os taninos, substâncias que constituem um complexo de polímeros fenólicos. Os efeitos dos taninos podem ser observados através da redução na digestibilidade da matéria seca e dos aminoácidos, e na redução dos valores energéticos do sorgo. Nos animais observa-se um menor ganho de peso e uma menor conversão alimentar.
Em muitos países o farelo de trigo é o ingrediente mais utilizado na dieta de monogástricos. No Brasil a realidade não é essa. O trigo possui grande quantidade de polissacarídeos não amiláceos, que interferem na digestão dos alimentos. Além desse fator antinutricional, este também possui pentosanas, inibidores de tripsina e quimo tripsinas. 
Alguns outros alimentos usados em menor escala e seus respectivos fatores antinutricionais: Farelo de algodão, gossipol e ácidos graxos ciclopropenóides, fatores que são antinutricionais dependendo da espécie. Farelo de girassol, arginase, inibidores de tripsina e complexos fenólicos. Farelo de arroz, oxalatos e fitatos. Mandioca, polissacarídeos.
INIBIDORES DE PROTEASES
Os inibidores de proteases são proteínas de ampla distribuição no reino vegetal, capazes de inibir as atividades da tripsina, quimotripsina, amilase e carboxipeptidase (Bender, 1987; Xavier-Filho & Campos, 1989). Geralmente, são denominados como inibidores da primeira enzima contra a qual foram testados e na maioria das pesquisas foi investigada a tripsina (Sgarbieri & Whitaker, 1982). São considerados Fatores antinutricionais por estarem, supostamente, responsabilizados pelo baixo valor nutritivo de leguminosas cruas, além de conter substâncias nocivas à saúde. 
Os efeitos nocivos dos inibidores de proteases em animais alimentados com leguminosa crua são complexos. Muitos estudos com animais monogástricos têm atribuído aos efeitos deletérios, principalmente alterações metabólicas do pâncreas (aumento da secreção enzimática, hipertrofia e hiperplasia) e redução da taxa de crescimento, à presença de inibidores de tripsina na alimentação à base de leguminosas (Al-Wesali et al., 1995). Nitsan & Liener (1976) estudaram o efeito de dietas com farinha de soja crua e aquecida sobre os níveis de tripsina, quimotripsina e amilase no pâncreas de ratos. Os autores concluíram que a ingestão de soja crua, ao contrário da soja cozida, estimulou a secreção das enzimas pancreáticas.
Os resultados da pesquisa de Grant et al. (1988) com ratos alimentados com proteína de soja mostraram considerável aumento do tamanho do pâncreas dos animais. Diferentemente de ratos e galinhas, a ingestão de farinha de soja e feijão crus por porcos da Índia, bezerros, cachorros e porcos não provoca hipertrofia pancreática, contudo, observa-se hiposecreção das enzimas pancreáticas e sérica, depressão do ganho de peso corporal ou perda de peso de animais (Hasdai et al., 1989).
Os inibidores tipo Kunitz são encontrados em todas as subfamílias Leguminosae: Mimosoideae, Caesalpinoideae, Papilionoideae e também na família Solanaceae (Batista et al., 1996).
Antunes & Sgarbieri (1980) obtiveram inativação total de inibidor de tripsina em feijões (Phaseolus vulgaris) embebidos em água destilada por uma noite e submetidos a temperatura de 97°C por 7,5 minutos. Esse fato, demonstra, segundo os autores, que inativação total do inibidor de tripsina pode ser alcançada em feijões embebidos em água e aquecidos a 100°C por 5 a 10 minutos. Mulimani & Paramjyothi (1993) observaram redução da atividade de inibidor de tripsina e quimotripsina em feijão-guandu (Cajanus cajan L.) através de aplicação de radiação ultravioleta por 90 minutos e aquecimento dos grãos, previamente embebidos em água, a 100°C por 5 minutos.
REFERÊNCIAS:
BENEVIDES, C. M. D. J. et al. Fatores antinutricioanais em alimentos: Revisão. Segurança Alimentar e Nutricional, Campinas, n18, 201/ set 2011
ANDRADE, T. V. D. et al. Efeito dos fatores antinurticioanais encontrados nos alimentos alternativos e seu impacto na alimentação de não ruminantes – revisão. Nutri Time, Piauí, v. 12, n 6, p. 4393- 4399, nov/dez. 2015
SILVA, T.C.C. et al. FATORES ANTINUTRICIONAIS DA SOJA: INIBIDORES DE TRIPSINA . 49º congresso brasileiro de química, Porto alegre, RS, Out/2009. Disponível em: http://www.abq.org.br/cbq/2009/trabalhos/10/10-94-6474.htm
Uso do sorgo na alimentação de suínos. Disponível em: http://www.gestaonocampo.com.br/biblioteca/suinocultura-sorgo/
KRABBE. E. Aplicação e pontos críticos no uso de enzima, Embrapa ,suínos e aves, Concórdia, SC, 2011. Disponível em: https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/67976/1/Everton-CBNA.pdf. 
Uso de arroz na alimentação de suínos. Disponível em: http://www.gestaonocampo.com.br/biblioteca/suinocultura-arroz/
ARAÚJO, W. A. G. ALIMENTOS ENERGÉTICOS ALTERNATIVOS PARA SUÍNOS, Revista Eletrônica Nutritime, v.4, n° 1, p.384-394, Janeiro/fevereiro 2007.
https://sites.google.com/site/nutricaoanimaluesc/home/extra/segundo-credito/05---fatores-antinutricionais
https://pt.scribd.com/doc/204061278/05-Fatores-antinutricionais-Nutricao-Animal
SILVA, C. A D. et al, Uso do farelo de girassol na alimentação de suínos, Universidade Estadual de Londrina- Departamento de Zootecnia- cx 6001- 86.051-990.
SILVA, Mara Reis; SILVA, Maria Aparecida Azevedo Pereira da; FATORES ANTINUTRICIONAIS: INIBIDORES DE PROTEASES E LECTINAS; Rev. Nutr., Campinas, 13(1): 3-9, jan./abr., 2000.

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