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Administração Pública para Concursos - 2017 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 01 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 73 Sumário Reformas Administrativas. ........................................................................ 3 República Velha (1889-1930) .................................................................. 4 Getúlio Vargas e a criação do DASP. .......................................................... 5 Administração para o Desenvolvimento ± Governo JK e a administração paralela. ...... 10 A Reforma de 1967 ± DL nº200/67. ......................................................... 11 Programa Nacional de Desburocratização ................................................... 17 A Constituição de 88 ± o retrocesso burocrático e o Governo Collor/Itamar. ............. 18 Governo Collor ................................................................................ 20 A Reforma de 1995. .......................................................................... 21 Resumo ........................................................................................... 27 Questões Comentadas ........................................................................... 31 Lista de Questões Trabalhadas na Aula. ........................................................ 58 Gabarito .......................................................................................... 71 Bibliografia ...................................................................................... 71 Administração Pública para Concursos - 2017 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 01 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 3 de 73 Reformas Administrativas. As origens de nossa administração pública nascem, naturalmente, de nosso processo de colonização. Durante séculos, fomos uma colônia portuguesa e muitos de nossos hábitos e de nossa cultura organizacional IRL�³KHUGDGD´�GRV�DQWLJRV�FRVWXPHV�YLQGRV�GH�3RUWXJDO� A administração no período colonial foi marcada especialmente por duas dinâmicas1: um viés centralizador e normatizador vindo da metrópole, com um comando descentralizado, baseado nas estruturas de poder local e outro viés descentralizador, baseado no poder local. As principais instituições de poder estavam localizadas em Lisboa e tinham dificuldade em alcançar todo o território nacional. O governo-geral, que cuidava de impor a ordem e regular a sociedade brasileira, era caracterizado por um excesso de regras e procedimentos. Ao mesmo tempo, o poder local (nas províncias) comandava de acordo com relações patrimonialistas e personalistas. De acordo com Abrucio e outros2, ³$� PLVWXUD� GH� FHQWUDOLVPR� H[FHVVLYDPHQWH� regulamentador, e geralmente pouco efetivo, com o patrimonialismo local resume bem o modelo de DGPLQLVWUDomR�FRORQLDO��´ A dificuldade do Estado português de alcançar boa parte do espaço gerava, então, uPD�³OLEHUGDGH´�GH�DomR�SRU�SDUWH�GDV�HOLWHV�UHJLRQDLV� Dentro deste período colonial chama a atenção o período da administração pombalina (capitaneada pelo Marquês de Pombal, de 1750 a 1777), que buscou dar maior racionalidade e eficiência a administração do império português. Entretanto, o cenário só começou a mudar realmente com a vinda da família real para o Brasil em 1808, fugindo de Napoleão Bonaparte. A vinda da corte portuguesa, com milhares de pessoas, obrigou a construção de diversas instituições governamentais em nosso país. Foi o início de um processo irreversível de estruturação de uma antiga colônia para fazer parte integrante do império português e, posteriormente, à independência do Brasil. 1 (Abrucio, Pedroti, & Pó, 2010) 2 (Abrucio, Pedroti, & Pó, 2010) Administração Pública para Concursos - 2017 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 01 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 4 de 73 República Velha (1889-1930) Durante todo o período colonial até o governo de Getúlio Vargas, a administração pública era dominada pelo patrimonialismo e pelo clientelismo. $�pSRFD�FRQKHFLGD�FRPR�³5HS~EOLFD�9HOKD´�LQLFLRX-se com a proclamação da República e terminou com a revolução de 1930. Neste período, a política do país foi controlada por grupos oligárquicos, principalmente de Minas Gerais e São Paulo, que se revezavam no poder através da conhecida SROtWLFD�GR�³&DIp�FRP�/HLWH´� Ocorreu um enfraquecimento do Estado Brasileiro nesta época, com uma perda de capacidade de organização do poder central, que contava com os melhores quadros3. De acordo com Leal4, ³2� VLVWHPD� HVWDGXDOLVWD� H� ROLJiUTXLFR� TXH� prevaleceu na República Velha, ademais, tornou ainda mais importante o modelo de patronagem no plano subnacional, pela via do coronelismo, uma vez que era necessário arrebanhar mais eleitores para legitimar o processo político ± embora as HOHLo}HV�IRVVHP�PDUFDGDV�SHODV�IUDXGHV��´ Desta maneira, o Estado brasileiro era dominado por uma elite que garantia privilégios indevidos dentro da máquina do governo para seus amigos e aliados. A maior parte da população era excluída e não tinha participação na política do país. Até a revolução de 1930, a oligarquia agrária dominava o cenário político5. A maior parte da população vivia no campo e a política era dominada SHORV�³FRURQpLV´�UHJLRQDLV��2�SRGHU�FHQWUDO�WLQKD�XP�SHVR�PXLWR�PHQRU�GR� que apresenta hoje, com uma maior autonomia dos estados. Apesar disso, a maior autonomia dos poderes locais não foi utilizada para a modernização das estruturas e das práticas administrativas regionais. Entretanto, duas experiências de sucesso no plano da administração pública foram geradas neste período: o desenvolvimento das carreiras militares (forças armadas) e do corpo diplomático (Itamaraty). Estas carreiras já nesta época detinham instituições meritocráticas e recursos que lhes permitiram ajudar o país em seu desenvolvimento e até 3 (Abrucio, Pedroti, & Pó, 2010) 4 (Leal, 1996) apud (Abrucio, Pedroti, & Pó, 2010) 5 (Torres, 2004) Administração Pública para Concursos - 2017 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 01 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 5 de 73 atuar politicamente. De certa forma, foram as nossas duas primeiras burocracias profissionais. Getúlio Vargas e a criação do DASP. Com a tomada do governo após o golpe revolucionário de 1930, outras classes se apoderaram do governo federal, sendo dominantes alguns setores das forças armadas6. Na esteira deste movimento, o Estado Novo buscou centralizar o poder no governo federal, tirando poder e autonomia dos estados. Na visão de Flávio Resende7: ³$Wp������� R�(VWDGR�EUDVLOHLUR� HUD�XP�YHUGDGHLUR� mercado de troca de votos por cargos públicos; uma combinação de clientelismo com SDWULPRQLDOLVPR´�� Na época da revolução de 1930, o cenário nacional era de grande FULVH�HFRQ{PLFD��SRLV�R�³FDUUR�FKHIH´�GD�HFRQRPLD�EUDVLOHLUD�QR�PRPHQWR� era a cultura do Café e o mercado para o produto tinha despencado após a crise da Bolsa de Nova York. &RP� R� ³FUDVK´� GD� %ROVD�� os mercados consumidores do produto, particularmente os Estados Unidos e a Europa, entraram em uma grande recessão. Isto fez com que o preço do café despencasse no mercado internacional. Sem as divisas do Café, a economia brasileira não tinha como pagar as importações de produtos que a sociedade demandava. Os recursos da venda do café no mercado exterior chegaram a representarmais de sessenta por cento das divisas que entravam no país. Alguma resposta teria de ser dada pelo novo governo. Getúlio Vargas então procurou fechar a economia e buscar alternativas econômicas, voltando-se então para o mercado interno através de incentivos à industrialização e da modernização da máquina estatal. Com as barreiras aos produtos estrangeiros, os empresários brasileiros passaram a ter um grande incentivo para investir, pois o mercado interno passava a ser protegido da concorrência internacional, e os consumidores não tinham mais acesso aos produtos estrangeiros a preços competitivos. Isto deu um grande impulso à nascente industrialização brasileira. 6 (Bresser Pereira, 2001) 7 (Resende, 2004) apud (Paludo, 2010) Administração Pública para Concursos - 2017 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 01 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 6 de 73 Além disso, com a aceleração da industrialização, começa também a ocorrer um crescimento da massa urbana de trabalhadores, LQWURGX]LQGR�RXWURV�³DWRUHV´�QR�SURFHVVR�SROtWLFR� Com a queda dos preços agrícolas, a economia rural perdeu força e seus trabalhadores passaram a ver as cidades como um local mais atraente e com melhores e maiores oportunidades. Como vimos, Vargas iniciou seu governo retirando poder dos governos estaduais, centralizando o poder na União. O governo federal iniciou também uma maior intervenção econômica, saindo de um papel mais passivo para outro mais ativo na promoção do desenvolvimento econômico. Portanto, as saídas para a crise foram o protecionismo e o intervencionismo econômico. O Estado teve de se estruturar para exercer estas funções, principalmente a segunda. O velho modelo patrimonialista da administração pública não era mais adequado a uma economia industrial cada vez mais complexa e competitiva! Foi nesse contexto que se criou o Conselho Federal do Serviço Público Civil em 1936, depois transformado em 1938 no Departamento Administrativo do Serviço Público ± DASP. De acordo com Lustosa da Costa8: ³O Dasp foi efetivamente organizado em 1938, com a missão de definir e executar a política para o pessoal civil, inclusive a admissão mediante concurso público e a capacitação técnica do funcionalismo, promover a racionalização de métodos no serviço público e elaborar o orçamento GD�8QLmR��´ A criação do DASP deve ser vista, assim, como uma exigência da entrada do Estado brasileiro em uma nova era de industrialização e de desenvolvimento capitalista. O Estado deveria ser mais eficiente e imparcial em seu papel de incentivar e conduzir o crescimento econômico e na oferta de novos serviços e direitos aos trabalhadores urbanos, que seriam a base política do governo Getúlio Vargas. 8 (Costa, 2008) Administração Pública para Concursos - 2017 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 01 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 9 de 73 administração pública se tornasse capaz de dar sustentação ao regime ditatorial. De acordo com Torres12: ³$VVLP��VHP�FRQVLGHUDU�D�UHSUHVVmR�SROtWLFD�GXUD�H� autoritária, o governo Vargas tinha ainda dois pilares importantíssimos de sustentação política: o controle da administração pública e a nomeação GRV�GLULJHQWHV�GDV�SURYtQFLDV��´ Apesar disso, as mudanças não alcançaram toda a administração pública13. O movimento reformista de Vargas não conseguiu disseminar por completo as novas práticas. Para certas carreiras foram introduzidos os concursos públicos, promoção por mérito e salários adequados. Certos órgãos conseguiram uma maior profissionalização. Ou seja, carreiras consideradas estratégicas para o sucesso deste novo Estado (como a dos diplomatas) eram valorizadas ± tendo um treinamento mais completo, garantias legais e salários competitivos14. Entretanto, outras carreiras de nível mais baixo continuaram sob as práticas patrimonialistas e clientelistas, com nomeações políticas, salários defasados e promoções somente por tempo de serviço. Com isso, a Burocracia convivia com o patrimonialismo! Foi também introduzida nesta época a noção de planejamento no orçamento público, ao invés deste instrumento ser somente uma relação detalhada de despesas e receitas previstas. O Estado se preparava então para atuar de forma mais ativa no desenvolvimento econômico. Entretanto, o poder reformador do DASP dependia do apoio de Getúlio e seus poderes autoritários. Com o final da segunda guerra mundial, passou a existir uma demanda maior por democracia e liberalização por parte da sociedade brasileira. 2� %UDVLO� WLQKD� ³FHUUDGR� ILOHLUDV´� FRP� RV� DOLDGRV� �(VWDGRV� 8QLGRV�� Inglaterra e União Soviética) e os conceitos de liberdade e democracia passaram a ser cobrados pelos cidadãos. O próprio regime ditatorial começou a mostrar seu desgaste após 15 anos de existência. Com a saída de Getúlio, voltamos a ter uma constituição democrática e tivemos a eleição de Dutra para a Presidência da República. Naturalmente, o DASP perdeu muito de sua força modernizadora com a saída de Vargas do poder em 1945. Após esse 12 (Torres, 2004) 13 (Bresser Pereira, 2001) 14 (Torres, 2004) Administração Pública para Concursos - 2017 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 01 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 10 de 73 momento, o departamento perdeu muitas de suas funções e passou a fazer um trabalho mais rotineiro. Com a volta do regime democrático, muitas das práticas patrimonialistas ganharam força com a barganha política entre o presidente e o novo congresso. Ao final, o resultado da reforma foi o seguinte: a reforma não se completou, nem tampouco foi revertida. Administração para o Desenvolvimento ± Governo JK e a administração paralela. O período que se iniciou com a redemocratização em 1946 e terminou com o golpe militar de 1964 se caracterizou pela preocupação dos governantes com o desenvolvimento nacional. Nesta fase ocorreu um grande crescimento econômico, com a instalação de grandes multinacionais no país e a construção de Brasília, inserida no plano de metas do governo JK. Os principais fatores deste período foram: o aumento da intervenção do Estado e uma descentralização do setor público através da criação de várias autarquias e sociedades de economia mista (que teriam mais autonomia e flexibilidade do que a Administração Direta). O governo Juscelino Kubitschek ficou marcado pelo que se chamou de Administração Paralela15. Seu estilo era voltado a evitar ao máximo os conflitos, portanto quando tinha um problema a resolver ele preferia criar outra estrutura estatal (normalmente uma autarquia) do que reformar ou extinguir alguma já existente. Com isso ele ³FRQWRUQDYD´�D�DGPLQLVWUDomR�GLUHWa, evitando ter de lidar com a ineficiência gerada pelas práticas patrimonialistas e FOLHQWHOLVWDV��TXH�FRQWLQXDYDP�H[LVWLQGR��WHQGR�RFRUULGR�LQFOXVLYH�XP�³WUHP� GD�DOHJULD´� HP������ ± a Constituição promulgada neste ano incorporou como servidores efetivos inúmeros funcionários que haviam entrado no governo sem concurso público), bem como as disfunções da Burocracia que Mi�VH�PRVWUDYDP�SUHVHQWHV��FRPR�R�H[FHVVR�GH�³SDSHODGD´�H�OHQWLGmR16. Os órgãos existentes não eram adequados aos desafios de seu governo. Em vez de reformá-los, ele preferiu criar novos órgãos (paralelos aos existentes) para resolver os problemas. Portanto, a administração do plano de metas do governo JK foi executada desta forma, evitando-se os órgãosconvencionais. A 15 (Martins L. , 1997) 16 (Junior, 1998) Administração Pública para Concursos - 2017 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 01 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 11 de 73 coordenação das ações fazia-se por meio de grupos executivos escolhidos diretamente pela Presidência da República. Desta forma, evidenciou-se o papel fundamental das chamadas ³ilhas de excelência´� �yUJmRV� TXH� FRQWDYDP� FRP� IXQFLRQiULRV� PDLV� capacitados, que eram contratados por mérito e recebiam salários muito maiores do que os da administração direta) no processo de desenvolvimento nacional que ocorreu naquela época. De acordo com Lustosa17: ³(VVH� SHUtRGR� VH� FDUDFWHUL]D� SRU� XPD� FUHVFHQWH� cisão entre a administração direta, entregue ao clientelismo e submetida, cada vez mais, aos ditames de normas rígidas e controles, e a administração descentralizada (autarquias, empresas, institutos e grupos especiais ad hoc), dotados de maior autonomia gerencial e que podiam recrutar seus quadros sem concursos, preferencialmente entre os formados em think thanks especializados, remunerando-os em termos compatíveis com o mercado. Constituíram-se assim ilhas de excelência no setor público voltadas para a administração do desenvolvimento, enquanto se deteriorava o núcleo central da DGPLQLVWUDomR��´ O modelo burocrático, que nem tinha sido completamente instalado em toda a administração pública, mostrava-se então inadequado para uma sociedade cada vez mais complexa e para um país imenso, com realidades muito diferentes e distâncias continentais. Desta forma, começou a se formar um consenso de que o modelo burocrático deveria ser reformado. A Reforma de 1967 ± DL nº200/67. Neste contexto, a administração pública brasileira se mostrava cada vez menos adequada aos desafios de um país em desenvolvimento acelerado. Assim, ficou evidente a necessidade de reformas em seu modelo. Ainda no governo de João Goulart, formou-se a Comissão Amaral Peixoto, com o objetivo de coordenar estudos para uma reforma do modelo administrativo no Brasil. O golpe militar de 1964 abortou essa iniciativa. 17 (Costa, 2008) Administração Pública para Concursos - 2017 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 01 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 12 de 73 Todavia, algumas ideias foram aproveitadas na reforma de 1967, através do Decreto-Lei nº200 do mesmo ano18. Antes de iniciar uma análise mais profunda da reforma em si, temos de entender o contexto que existia na época. O governo militar assumiu com uma proposta modernizadora do Estado. A economia estava desequilibrada e a inflação estava aumentando. Existia uma análise de que a inflação era causada pelos aumentos salariais acima do aumento da produtividade e por gastos excessivos do governo19. Desta forma, uma série de iniciativas modernizadoras foram implementadas buscando criar um ambiente mais propício ao crescimento econômico e a uma administração pública mais moderna e eficiente. O plano econômico que buscava estabilizar a economia foi chamado de Programa de Ação Econômica do Governo (PAEG). Dentre outras medidas, destacamos: a restrição do crédito e dos aumentos salariais, uma reforma tributária (que reduziu impostos em cascata), a instituição da correção monetária nos contratos, a criação do Banco Central (para administrar a emissão de moeda), a criação do Sistema Nacional da Habitação e do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). A reforma de 67 apareceu, portanto, como uma resposta às dificuldades que a máquina pública tinha com o modelo burocrático que vinha desde os anos 30. De acordo com Andrews e Bariani20: ³$� UHIRUPD� GH� ����� LQWURGX]LX� QD� DGPLQLVWUDomR� pública procedimentos gerenciais típicos do setor privado, abriu espaço para a participação do capital privado em sociedades de economia mista e esvaziou um dos emblemas do Estado populista, o Departamento Administrativo do Serviço Público �'$63���´� Desta forma, os proponentes da reforma se baseavam em uma noção de que haveria uma defasagem cada vez maior entre as demandas de um país em desenvolvimento e as capacidades da máquina pública. A excessiva centralização do governo e a falta de planejamento tornavam a administração pública ineficaz, ineficiente e irresponsável21. O planejamento passou a ser encarado como uma condição imprescindível para que a Administração Pública alcançasse uma maior racionalidade em seus programas e ações. Assim, o diagnóstico era de que as ações do Estado não eram planejadas. 18 (Junior, 1998) 19 (Resende, 1990) 20 (Andrews & Bariani, 2010) 21 (Andrews & Bariani, 2010) Administração Pública para Concursos - 2017 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 01 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 13 de 73 'HQWUH�RV�³JDUJDORV´�TXH�WLQKDP�GH�VHU�VROXFLRQDGRV�SDUD�TXH�HVWH� planejamento pudesse ocorrer, podemos incluir: a falta de profissionais capacitados no governo, um sistema de controle insuficiente e a falta de supervisão das atividades do governo. Desta maneira, buscou-se uma maior descentralização das ações governamentais. Os órgãos centrais teriam de ser liberados da execução das tarefas para poderem planejar, controlar e coordenar as ações e programas governamentais. Esta descentralização foi feita com a transferência de responsabilidades dos órgãos centrais para a administração indireta. Além da descentralização, buscou-se flexibilizar para a administração indireta certos procedimentos burocráticos que existiam na administração direta. De acordo com o DL200, a descentralização ocorreria em três planos principais: ³a) dentro dos quadros da Administração Federal, distinguindo-se claramente o nível de direção do de execução; b) da Administração Federal para a das unidades federadas, quando estejam devidamente aparelhadas e mediante convênio; c) da Administração Federal para a órbita privada, PHGLDQWH�FRQWUDWRV�RX�FRQFHVV}HV��´ Portanto, a descentralização envolveria a transferência de atribuições ³GHQWUR´�GD�SUySULD�DGPLQLVWUDomR�GLUHWD��PHGLDQWH�D�GHOHJDomR�GH�SRGHUes e responsabilidades para os níveis inferiores ± nível operacional), a transferência de atividades para os estados e municípios e até mesmo da Administração Pública para a iniciativa privada (através de concessões e contratos). Dentre algumas mudanças incluídas na reforma, foi permitido que os órgãos da Administração Indireta contratassem por meio da CLT. Portanto, não existiria mais a estabilidade no emprego para os empregados das empresas e órgãos da administração indireta, possibilitando assim uma maior flexibilidade na contratação temporária e na gestão de pessoal. Outro aspecto importante foi a inclusão da descentralização e do planejamento como princípios da Administração Pública. De acordo com o Decreto Lei n° 20022: ³Art. 6º As atividades da Administração Federal obedecerão aos seguintes princípios fundamentais: I - Planejamento. II - Coordenação. 22 http://www.planalto.gov.br/CCIVIL/Decreto-Lei/Del0200.htm Administração Pública para Concursos - 2017 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 01 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 16 de 73 A questão está certa. A reforma foi focada principalmente na administração indireta, pois os militares (a exemplo do governo JK) não TXHULDP�VH�³LQGLVSRU´�FRP�R�FRUSR�EXURFUiWLFR�H[LVWHQWH��SUHIHULQGR�FULDU�novas estruturas com outro modelo mais flexível. Isso levou a uma crescente diferenciação entre a administração direta e a indireta. O gabarito é frase correta. Esta autonomia dada à administração indireta levou a uma grande expansão da intervenção do Estado na economia, com a criação de diversas empresas públicas, sociedades de economia mista e autarquias. Infelizmente a reforma não atingiu seus objetivos e levou a consequências desagradáveis. A maior autonomia dada à administração indireta tornou mais fácil a continuação de práticas clientelistas e patrimonialistas. De acordo com Andrews e Bariani25: ³$� GLIHUHQFLDomR� HQWUH� DGPLQLVWUDomR� GLUHWD� H� indireta flexibilizou os controles burocráticos, mas, apesar de buscar a maior eficiência da administração pública, criou novas oportunidades SDUD�D�FDSWXUD�GR�(VWDGR�SRU�LQWHUHVVHV�SULYDGRV��´ Em certo momento, os governos militares perderam o controle da máquina pública. A administração indireta cresceu excessivamente até o fim da década de 70, com a criação de inúmeras subsidiárias das empresas públicas e a atuação do Estado em áreas que não deveriam ser prioritárias. Segundo Bresser26: ³A reforma administrativa embutida no Decreto-Lei 200 ficou pela metade e fracassou. A crise política do regime militar, que se inicia já em meados dos anos 70, agrava ainda mais a situação da administração pública, na medida que a burocracia estatal é identificada com o sistema autoritário em pleno processo de GHJHQHUDomR´ As crises do Petróleo, em 1973 e 1979, acabaram inviabilizando a administração para o desenvolvimento, que já vinha desde os anos 50. O SURFHVVR� GH� HQGLYLGDPHQWR� S~EOLFR�� TXH� ³HPSXUUDYD´� RV� LQYHVWLPHQWRV� públicos na economia passou a ser insustentável. Os juros internacionais 25 (Andrews & Bariani, 2010) 26 (Bresser, 1996) apud (Costa, 2008) Administração Pública para Concursos - 2017 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 01 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 17 de 73 subiram muito nesta época e a liquidez do mercado financeiro internacional caiu muito. Com isso, tomar dinheiro emprestado ficou muito difícil. Desta forma, o Estado, em grave crise fiscal e administrativa, teria cada vez menos condições de ser o indutor do crescimento nacional. Programa Nacional de Desburocratização Sem o crescimento econômico que sustentava a lógica do sistema, os governos militares iniciaram uma distensão política que acabaria por levar a uma anistia dos perseguidos políticos e à transição para o primeiro governo civil. Este primeiro governo de transição, o primeiro civil desde 64, ocorreu com a vitória de Tancredo Neves sobre Paulo Maluf na eleição indireta (através do colégio eleitoral) em 1985. No plano da administração pública, já em 1979, aconteceram iniciativas visando rever algumas distorções do modelo burocrático. Portanto, já no governo militar, existiram novas tentativas de alterar o modelo burocrático. Em 1979 foi criado o Programa Nacional de Desburocratização, que levaria depois à criação do Ministério da Desburocratização. Sob o comando de Helio Beltrão, o programa visava à simplificação e racionalização de métodos, em busca de tornar os órgãos públicos menos rígidos27. Além disso, Beltrão buscava redirecionar a máquina pública para o atendimento das demandas dos cidadãos. De acordo com Beltrão28: ³'HYH-se retirar o usuário da condição colonial de súdito para investi-lo na de cidadão, destinatário de toda D�DWLYLGDGH�GR�(VWDGR´� Desta forma, pela primeira vez aparece em um programa governamental a noção de que se deveriam voltar as atenções do Estado para o atendimento dos cidadãos29. Além disso, o enxugamento da máquina pública também foi proposto. Esta ação foi focada principalmente nas áreas onde havia superposição e duplicidades30. 27 (Martins L. , 1997) 28 (Beltrão) apud (Paludo, 2010) 29 (Paludo, 2010) 30 (Junior, 1998) Administração Pública para Concursos - 2017 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 01 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 19 de 73 Tancredo. Desta formD��6DUQH\�WHULD�GH�JRYHUQDU�FRP�D�³HTXLSH´�HVFROKLGD� por Tancredo. $VVLP�VHQGR��HOH�XWLOL]RX�D�PiTXLQD�S~EOLFD�SDUD�³DVVHQWDU´�YiULDV� correntes que apoiaram a sua coligação na eleição indireta, inchando mais XPD�YH]�D�HVWUXWXUD�JRYHUQDPHQWDO��2�YHOKR�³WURFD�WURFD´�SROtWLFR�YROWDYD� a mostrar sua cara. Estes fatores não eram tão visíveis nos governos militares. Desta forma, a democratização trazia seu custo, pois levou a um aumento do populismo e a um voluntarismo político ± a percepção da sociedade de que Vy�IDOWDYD�³YRQWDGH´�SDUD�TXH�D�UHDOLGDGH�IRVVH�DOWHUDGD�� que o processo democrático resolveria todos os problemas31. Apesar da crise econômica e fiscal que o Estado se via naquele momento, a sociedade ainda via como ideal um Estado desenvolvimentista, que promoveria o crescimento nacional. Seria um Estado que seguisse uma política econômica Keynesiana (de investimento pesado na economia, a base de déficits públicos). Assim sendo, a Constituição acabou seguindo nesta linha, tornando a revisão de vários de seus dispositivos uma necessidade na década que se seguiu. Com a redemocratização, o poder político volta a se descentralizar, ganhando força os governos estaduais e até as prefeituras. Esse maior poder levará a grandes mudanças na estrutura estatal na assembleia constituinte. A Constituição Federal de 1988 foi concebida em um ambiente de crise econômica, de retorno à vida política de personagens políticos que tinham sido perseguidos por muitos anos, e refletiu esse contexto de forças. No plano administrativo, a Constituição: ¾ Levou à centralização administrativa; ¾ Limitou enormemente a autonomia da administração indireta, praticamente igualando as condições entre administração indireta e direta; ¾ Retomou os ideais burocráticos da reforma de 1930 - administração pública volta a ser hierárquica e rígida; 31 (Bresser Pereira, 2001) Administração Pública para Concursos - 2017 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 01 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 20 de 73 ¾ Criou o Regime Jurídico único, incorporando diversos FHOHWLVWDV�FRPR�HVWDWXWiULRV�H�HQJHVVDQGR�D�VLWXDomR��³VWDWXV� TXR´�p�PDQWLGR�� ¾ Criou privilégios descabidos para servidores, como aposentadorias integrais sem a devida contribuição e estabilidade para antigos celetistas. Desta forma, se no plano político a Constituição Federal de 88 foi um avanço, no plano administrativo foi considerada um retrocesso32, pois a máquina estatal foi engessada e voltou a aplicação de normas rígidas e inflexíveis para toda a administração direta e indireta. Além disso, foram concedidos diversos benefícios (alguns extremamente caros) sem que houvesse a preocupação com a capacidade real do estado de cumprir com esses gastos. Uma das razões para esse retrocesso foi a noção (equivocada), muito comum na época, de que uma das razões da crise do Estado estaria na excessiva descentralização e na autonomia concedida à administração indireta através do DL20033. Governo Collor Estas mudanças ocorridas com a nova Constituição acabam gerando um número muito maior de demandas para o Estado brasileiro. A CF/88 gerou despesas para o Estado sem se preocupar com o financiamento destas. Esse cenário vai levar a uma hiperinflação no final da década de 80, quando aconteceu a primeiraeleição para presidente da República em três décadas34. 2� YHQFHGRU�� &ROORU�� FRQFRUUHX� WHQGR� FRPR� VORJDQ� ³DFDEDU� FRP� RV� PDUDMiV´�GR�VHUYLoR�S~EOLFR��$�SHUFHSomR�GD�VRFLHGDGH�QDTXHOD�pSRFD�HUD� extremamente ruim do papel do Estado e dos servidores públicos. A reforma de Collor, de viés neoliberal (visando a um estado dito mínimo), desejava reduzir a presença do Estado na vida social e econômica da nação. Dentre diversas mudanças econômicas (troca de 32 (Bresser Pereira, 2001) 33 (Bresser Pereira, 2001) 34 (Bresser Pereira, 2001) Administração Pública para Concursos - 2017 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 01 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 21 de 73 moeda, congelamento e bloqueio de dinheiro em contas bancárias), buscou-se um forte ajuste fiscal35. Neste processo, foram demitidos, ou postos em disposição, mais de cem mil servidores (muitos depois conseguiram ser readmitidos judicialmente). Collor não reajustou os salários dos servidores, levando a um grande arrocho salarial (a inflação era imensa na época). O processo de privatização foi acelerado, tendo como objetivo a diminuição do tamanho do Estado. De acordo com Torres36: ³$� UiSLGD� SDVVDJHP� GH� &ROORU� SHOD� SUHVLGrQFLD� provocou, na administração pública, uma desagregação e um estrago cultural e psicológico impressionantes. A administração pública sentiu profundamente os golpes desferidos pelo governo Collor, com os servidores descendo aos degraus mais baixos da auto-estima e valorização social, depois de serem alvos preferenciais em uma campanha política altamente destrutiva e GHVDJUHJDGRUD´ Após o impeachment de Collor, o sucessor Itamar Franco teve uma atuação tímida, tendo readmitido alguns servidores e revertido algumas das ações de Collor. A Reforma de 1995. $SyV� D� LQWURGXomR� GR� SULPHLUR� SODQR� HFRQ{PLFR� D� ³GRPDU´� D� hiperinflação (o Plano Real), o presidente Itamar Franco conseguiu eleger seu sucessor, Fernando Henrique Cardoso. Cardoso, por sua vez, nomeou para o Ministério da Administração e Reforma do Estado o ex- ministro da Fazenda de Sarney, Bresser Pereira. A reforma administrativa não havia sido uma promessa de campanha de Cardoso, mas ele autorizou Bresser a fazer um diagnóstico dos problemas da Administração Pública brasileira e a propor reformas à sociedade. Estas propostas foram apresentadas no Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado (PDRAE)37. 35 (Costa, 2008) 36 (Torres, 2004) 37 (Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado, 1995) Administração Pública para Concursos - 2017 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 01 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 22 de 73 O retrocesso burocrático que ocorreu na Constituição Federal de 1988 estava levando o Estado a perder sua capacidade de governança. Entretanto, antes do PDRAE não havia ainda uma proposta consistente de reforma, apenas idéias gerais, como a percepção de que a globalização diminuía a importância dos Estados e a capacidade de exercer suas funções. A ideia de estado mínimo tampouco era vista como a solução do problema, pois não era aceita como legítima pela população, que desejava que o Estado continuasse provendo os antigos serviços públicos do Estado de Bem-Estar Social, mas com eficiência. De acordo com Bresser38: ³Não estava interessado em discutir com os neoliberais o grau de intervenção do Estado na economia, já que acredito que hoje já se tenha chegado a um razoável consenso sobre a inviabilidade do Estado mínimo e da necessidade da ação reguladora, corretora, e estimuladora do Estado. ´ Bresser Pereira, então, buscou nas experiências internacionais algumas ideias que pudessem reposicionar o Estado brasileiro e desenvolver nele a capacidade de enfrentar os novos desafios. A experiência inglesa de reforma da administração pública foi das mais relevantes para que ele e sua equipe montassem o PDRAE. O Plano Diretor tinha como meta implantar a administração gerencial na administração pública brasileira. Segundo o PDRAE, o Estado não carecia de governabilidade, mas sim de governança39: ³O governo brasileiro não carece de ³JRYHUQDELOLGDGH´�� RX� VHMD�� GH� SRGHU� SDUD� governar, dada sua legitimidade democrática e o apoio com que conta na sociedade civil. Enfrenta, entretanto, um problema de governança, na medida em que sua capacidade de implementar as políticas públicas estava limitada pela rigidez e LQHILFLrQFLD�GD�PiTXLQD�DGPLQLVWUDWLYD´ De acordo com Lustosa, o projeto de reforma do Estado tinha como pilares40: 38 (Bresser Pereira, 2001) 39 (Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado, 1995) 40 (Costa, 2008) Administração Pública para Concursos - 2017 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 01 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 23 de 73 ¾ Ajustamento fiscal duradouro; ¾ Reformas econômicas orientadas para o mercado que, acompanhadas de uma política industrial e tecnológica, garantissem a concorrência interna e criassem condições para o enfrentamento da competição internacional; ¾ A reforma da previdência social; ¾ A inovação dos instrumentos de política social, proporcionando maior abrangência e promovendo melhor qualidade para os serviços sociais; ¾ A reforma do aparelho de Estado, com vistas a aumentar sua ³JRYHUQDQoD´��RX�VHMD��VXD�FDSDFLGDGH�GH�LPSOHPHQWDU�GH�IRUPD� eficiente políticas públicas. A reforma administrativa em particular era o foco do PDRAE. De acordo com Bresser41, a reforma tinha os seguintes objetivos: 9 A descentralização dos serviços sociais para estados e municípios; 9 A delimitação mais precisa da área de atuação do Estado, estabelecendo-se uma distinção entre as atividades exclusivas que envolvem o poder do Estado e devem permanecer no seu âmbito, as atividades sociais e científicas que não lhe pertencem e devem ser transferidas para o setor público não-estatal, e a produção de bens e serviços para o mercado; 9 A distinção entre as atividades do núcleo estratégico, que devem ser efetuadas por políticos e altos funcionários, e as atividades de serviços, que podem ser objeto de contratações externas; 9 A separação entre a formulação de políticas e sua execução; 9 Maior autonomia e para as atividades executivas exclusivas do Estado que adotarão a forma de "agências executivas"; 9 Maior autonomia ainda para os serviços sociais e científicos que o Estado presta, que deverão ser transferidos para (na prática, transformados em) "organizações sociais", isto é, um tipo particular de organização pública não-estatal, sem fins lucrativos, contemplada no orçamento do Estado (como no caso de hospitais, universidades, escolas, centros de pesquisa, museus, etc.); 9 Assegurar a responsabilização (accountability) através da administração por objetivos, da criação de quase-mercados, e de vários mecanismos de democracia direta ou de controle social, 41 (Bresser Pereira, 2001) Administração Pública para Concursos - 2017 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 01 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 24 de 73 combinados com o aumento da transparência no serviço público, reduzindo-se concomitantemente o papel da definição detalhada de procedimentos e da auditoria ou controle interno ± os controles clássicos da administração pública burocrática ± que devem terum peso menor. Desta maneira, o Estado passaria a cumprir um papel na sociedade mais de regulador e promotor do desenvolvimento econômico do que um papel de executor. E a gestão passa então a buscar os princípios da administração gerencial. De acordo com o PDRAE42: ³2� SDUDGLJPD� JHUHQFLDO� FRQWHPSRUkQHR�� fundamentado nos princípios de confiança e de descentralização da decisão, exige formas flexíveis de gestão, horizontalização de estruturas, descentralização de funções, incentivo à criatividade. Contrapõe-se à ideologia do formalismo e do rigor técnico da burocracia tradicional. À avaliação sistemática, à recompensa pelo desempenho, e à capacitação permanente, que já eram características da boa administração burocrática, acrescentam-se os princípios da orientação para o cidadão cliente, do controle por resultados, e da competição administrada. ´ Portanto, após anos de debates nacionais e no Congresso Nacional, a reforma foi aprovada em 1998. O PDRAE, entre os pontos principais, definiu os quatro setores do Estado43: ¾ Núcleo estratégico ± Corresponde ao governo, em sentido lato. É o setor que define as leis e as políticas públicas, e cobra o seu cumprimento. É, portanto, o setor onde as decisões estratégicas são tomadas. Corresponde aos Poderes Legislativo e Judiciário, ao Ministério Público e, no poder executivo, ao Presidente da República, aos ministros e aos seus auxiliares e assessores diretos, responsáveis pelo planejamento e formulação das políticas públicas. ¾ Atividades exclusivas ± É o setor em que são prestados serviços que só o Estado pode realizar. São serviços em que se exerce o poder extroverso do Estado - o poder de regulamentar, 42 (Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado, 1995) 43 (Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado, 1995) Administração Pública para Concursos - 2017 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 01 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 25 de 73 fiscalizar, fomentar. Como exemplos temos: a cobrança e fiscalização dos impostos, a polícia, a previdência social básica, o serviço de desemprego, a fiscalização do cumprimento de normas sanitárias, o serviço de trânsito, a compra de serviços de saúde pelo Estado, o controle do meio ambiente, o subsídio à educação básica, o serviço de emissão de passaportes, etc. ¾ Serviços não-exclusivos ± Corresponde ao setor onde o Estado atua simultaneamente com outras organizações públicas não-estatais e privadas. As instituições desse setor não possuem o poder de Estado. Este, entretanto, está presente porque os serviços envolvem direitos humanos fundamentais, como os da educação e da saúde, ou porque SRVVXHP� ³HFRQRPLDV� H[WHUQDV´� UHOHYDQWHV�� QD� medida que produzem ganhos que não podem ser apropriados por esses serviços através do mercado. As economias produzidas imediatamente se espalham para o resto da sociedade, não podendo ser transformadas em lucros. São exemplos deste setor: as universidades, os hospitais, os centros de pesquisa e os museus. ¾ Produção de bens e serviços para o mercado ± Corresponde à área de atuação das empresas. É caracterizado pelas atividades econômicas voltadas para o lucro que ainda permanecem no aparelho do Estado como, por exemplo, as do setor de infraestrutura. Estão no Estado seja porque faltou capital ao setor privado para realizar o investimento, seja porque são atividades naturalmente monopolistas, nas quais o controle via mercado não é possível, tornando-se necessário no caso de privatização, a regulamentação rígida. Assim sendo, o tipo de propriedade ideal de cada um dos setores e o tipo de gestão que deveria ser buscado também foram estabelecidos no Plano Diretor. De acordo com o PDRAE44: ¾ Núcleo estratégico ʹ A propriedade deve ser necessariamente estatal. Sua gestão deve ser um misto de administração burocrática e gerencial; ¾ Atividades exclusivas ± A propriedade também deve ser somente estatal. Sua gestão deve ser gerencial; 44 (Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado, 1995) Administração Pública para Concursos - 2017 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 01 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 31 de 73 Questões Comentadas 1. (FCC ± TRF 3° REGIÃO ± ANALISTA ± 2016) Sobre os objetivos e características do Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado, implementado nos anos 1990, no âmbito federal, considere: I. Publicização, que corresponde à assunção, pelo Estado, dos serviços próprios do denominado Núcleo Estratégico. II. Flexibilização, oferecendo aos gestores maior autonomia e estabelecendo o controle e cobrança de resultados a posteriori. III. Desestatização, que compreende a privatização, a terceirização e a desregulamentação. Está correto o que consta APENAS em (A) I. (B) I e II. (C) II. (D) II e III. (E) III. Podemos "matar" a questão com uma definição de Lustosa. Para ele, a reforma, tal como preconizada pelo PDRAE, poderia ser interpretada por cinco diretrizes principais45: x Institucionalização, considera que a reforma só pode ser concretizada com a alteração da base legal, a partir da reforma da própria Constituição; x Racionalização, que busca aumentar a eficiência, por meio de corWHV�GH�JDVWRV��VHP�SHUGD�GH�³SURGXomR´��ID]HQGR�D�PHVPD� quantidade de bens ou serviços (ou até mesmo mais) com o mesmo volume de recursos; x Flexibilização, que pretende oferecer maior autonomia aos gestores públicos na administração dos recursos humanos, materiais e financeiros colocados à sua disposição, estabelecendo o controle e cobrança a posteriori dos resultados; x Publicização, que constitui uma variedade de flexibilização baseada na transferência para organizações públicas não- estatais de atividades não exclusivas do Estado 45 (Costa, 2008) Administração Pública para Concursos - 2017 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 01 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 32 de 73 (devolution), sobretudo nas áreas de saúde, educação, cultura, ciência e tecnologia e meio ambiente; x Desestatização, que compreende a privatização, a terceirização e a desregulamentação. Dessa forma, podemos ver que a primeira frase descreve incorretamente o conceito de publicização. Já as definições de flexibilização e de desestatização estão corretas. O gabarito, portanto, é a letra D. 2. (FCC ± CNMP ± ANALISTA ± 2015) De acordo com o Plano Diretor da Reforma do Estado, é correto afirmar que (A) a publicização refere-se ao processo de dar publicidade a todos os atos da Administração pública. (B) a publicização refere-se ao processo de transferência da execução dos serviços públicos não exclusivos para as OSCIPS, apenas. (C) a administração dos museus deveria ser realizada em parceria entre o setor público estatal e o setor público não- estatal. (D) o serviço público de Educação deveria ser ofertado exclusivamente pela Administração pública direta. (E) a produção para o mercado deveria ser uma atividade exclusivamente estatal. A letra A está incorreta. A publicização está associada a transferência de atividades não exclusivas do Estado para organizações públicas não estatais. O conceito descrito pela banca é o do princípio da publicidade. Já o erro da letra B é que a publicização não está restrita às OSCIPs, mas pode alcançar outras organizações públicas não estatais. A letra C está certa, pois a administraçãode museus (setor de cultura) poderia ser feita por parcerias entre o Estado e organizações sem fins lucrativos. A letra D está equivocada, pois a área de Educação é vista, pelo PDRAE, como setor de atividade não exclusiva do Estado. Ou seja, poderia (como ocorre hoje) ser executada por organizações não estatais. Da mesma forma, a letra E está errada. O setor de produção de bens e serviços para o mercado deveria ser executado por empresas privadas. O gabarito é mesmo a letra C. 3. (FCC ± TCE-CE ± CONSELHEIRO ± 2015) O denominado programa de publicização implementado no bojo do Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado corresponde à Administração Pública para Concursos - 2017 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 01 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 33 de 73 (A) transferência de serviços não exclusivos do Estado, como Saúde, do setor estatal para o setor público não estatal, passando tais serviços a ser exercidos por entidades que assumem a forma de Organizações Sociais. (B) retomada, pelo Estado, de atividades anteriormente delegadas à iniciativa privada, em caráter subsidiário, tais como Educação e Saúde. (C) estatização de empresas consideradas estratégicas de acordo com as prioridades estabelecidas nos planos governamentais para o setor correspondente. (D) reavaliação do processo de privatização, deixando a cargo do setor privado apenas as atividades que não envolvam prestação de serviços públicos essenciais. (E) criação de agências reguladoras para atuarem na fiscalização e normatização de atividades que passaram a ser desempenhadas pelo setor privado mediante concessão ou autorização. Mais uma questão que cobra o conceito de Publicização. De acordo com Lustosa, a publicização46: "constitui uma variedade de flexibilização baseada na transferência para organizações públicas não-estatais de atividades não exclusivas do Estado (devolution), sobretudo nas áreas de saúde, educação, cultura, ciência e tecnologia e meio ambiente." Desta forma, o gabarito da questão só pode mesmo ser a letra A. 4. (FCC ± SEFAZ-SP ± FISCAL DE RENDAS ± 2013) As propostas que tiveram impacto na estrutura da administração pública brasileira, associadas, respectivamente, aos períodos do Varguismo (a partir de 1930), do Regime Militar (a partir de 1967), do período de redemocratização (a partir de 1988) e da reforma da Gestão Pública (a partir de 1995), estão expressas em: (A) Criação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, criação do Banco Central, descentralização das políticas públicas em direção a estados e municípios, criação do Ministério da Administração Federal e Reforma do Estado. 46 (Costa, 2008) Administração Pública para Concursos - 2017 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 01 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 34 de 73 (B) Criação do Regime Jurídico Único dos servidores, flexibilização da estabilidade do funcionalismo, criação do Estatuto do Funcionário Público, criação do Sistema Financeiro nacional. (C) Forte centralização administrativa e política, proposta de extinção do Regime Jurídico Único dos servidores, proposta de universalização da saúde, decreto-lei que traz a distinção entre integrantes da Administração direta e da Administração indireta. (D) Adoção do Estágio Probatório para a efetivação de servidores, criação do Ministério da Desburocratização, forte intervenção estatal na economia, adoção do Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade. (E) Criação do Juizado de Pequenas Causas, criação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico, criação das Agências Reguladoras, inclusão na Constituição Federal do Mandado de Injunção. A banca está cobrando fatos que ocorrerão nos seguintes períodos: Varguismo (década de 30 até 45), regime militar (período 64-85, mas a banca fala de 1967), redemocratização (1988 até 1995) e reforma de FHC (1995 até 2002). A letra A logo está correta e é o gabarito da banca. O IBGE foi mesmo criado no governo de Getúlio Vargas, em 1938. Já o Banco Central foi criado em 1964, dentro do regime militar. Como a banca citou a data de 1967, a questão poderia ter sido anulada. A descentralização política foi mesmo um efeito da nova Constituição Federal de 1988 e o MARE foi sim criado no período FHC. Esse ministério foi chefiado pelo Bresser Pereira e gerou o PDRAE. Já a letra B está equivocada. O Regime Jurídico Único foi criado somente na CF/88. Foi o primeiro estatuto do servidor é que veio no Varguismo. A flexibilização da estabilidade aconteceu na reforma de 1995, com a EC 19 de 1998 (e não no governo militar). Já o Sistema Financeiro Nacional foi criado em 1964, no regime militar. A letra C está errada, pois a proposta de extinção do RJU veio no período FHC, e não no regime militar. Outra incorreção é que o Decreto-lei 200, que diferenciou a Administração Direta da Indireta é do governo militar (1967), e não do governo FHC. A letra D está incorreta apenas pelo programa de qualidade, pois esse foi criado no Governo Collor, e não no governo FHC. A letra E está também errada, pois o juizado de pequenas causas só foi criado nos anos 80, não no governo Vargas. O BNDE (sem o S) foi criado em 1952 (e não no governo militar). Já as agências reguladoras foram mesmo criadas no período FHC. O gabarito é mesmo a letra A. Administração Pública para Concursos - 2017 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 01 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 35 de 73 5. (FCC ± MPE-AP ± ANALISTA ± 2012) De acordo com a reforma do Estado brasileiro de 1995, quatro setores integram o aparelho do Estado, com reflexos na organização da administração pública: o núcleo estratégico, atividades exclusivas, serviços não exclusivos, produção de bens e serviços. São exemplos dos setores de atividades exclusivas e serviços não exclusivos, respectivamente: a) poderes executivo, legislativo, judiciário e telecomunicações. b) educação, controle do meio ambiente e serviço de trânsito. c) ministérios do poder executivo e captação de petróleo e gás. d) fiscalização sanitária, saúde e educação. e) educação e saúde e policiamento. O setor das atividades exclusivas engloba aquelas funções que só podem ser exercidas pelo Estado, como: fiscalização, regulamentação, policiamento, etc. Já os serviços não exclusivos são aqueles em que poderia existir a participação tanto do Estado quanto da iniciativa privada. Dentre as áreas, poderíamos citar: saúde, educação, etc. Desta maneira, a alternativa correta só pode ser a letra D. Nesta opção temos: fiscalização sanitária (atividade exclusiva) e saúde e educação (atividades não exclusivas). Entretanto, muitos candidatos reclamaram da vírgula mal colocada na questão, pois teria confundido. Apesar disso, a banca não mudou seu entendimento e manteve o gabarito na letra D. 6. (FCC ± MPE-AP ± ANALISTA ± 2012) Um balanço das reformas na administração pública, implementadas ao final dos anos 90 no Brasil, indica que avanços e impedimentos fazem parte de seus resultados. Avanços houveram no planejamento e no aperfeiçoamento da capacidade de gestão do Estado, em melhorias na prestação dos serviços públicos e na inovação. São impedimentos para o desenvolvimento adequado das reformas: a) questões de sustentabilidade econômica, social e ambiental; população não aderente ao e-gov. b) desarticulação e incoerência entre reformas; a vontade política de membros do governo. c) oscilação de moedas, gerando dificuldade em balanços depagamento; baixa capacidade empreendedora brasileira. d) ausência de sistemas integrados facilitadores da net pública; baixa capacitação do pessoal administrativo. Administração Pública para Concursos - 2017 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 01 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 36 de 73 e) baixo índice de patentes e pesquisas acadêmicas voltadas à área pública; resistência sindical para demissões. Esta questão fugiu um pouco do que a FCC costuma cobrar, mas dá SDUD�VHU�UHVSRQGLGD�DWp�PHVPR�SRU�³HOLPLQDomR´��$�OHWUD�$�HVWi�LQFRUUHWD� porque a dificuldade de implementar as reformas não tem relação com o a sustentabilidade social ou o meio ambiente, por exemplo. Já a letra B aponta alguns fatores relevantes, como a falta de vontade política de alguns governos e as rupturas propostas por várias reformas, que acabam gerando muitas resistências por parte de diversos atores. Dessa maneira, o gabarito é a letra B. A letra C já começa errada, pois a oscilação da cotação das moedas internacionais (câmbio) não é reconhecida como um aspecto central na falha das reformas administrativas brasileiras. A letra D também está equivocada. O servidor público, em média, tem uma capacitação superior aos seus equivalentes no setor privado. Portanto, este também não pode ser o fator. Finalmente, a letra E também está errada. O baixo índice de patentes nacionais obviamente não tem nenhuma relação com o fracasso das reformas administrativas. O gabarito é mesmo a letra B. 7. (FCC ± TRE-CE ± ANALISTA ± 2012) A criação do DASP em 1938, com a definição da política de recursos humanos, de compra de materiais e finanças e a centralização e reorganização da administração pública federal, marca de forma inequívoca a passagem da forma de administração pública patrimonialista para a estruturação da máquina administrativa do Brasil na forma (A) burocrática. (B) gerencial. (C) estratégica. (D) da nova gestão pública. (E) funcional. Questão bem tranquila da FCC. A reforma de 1938 do DASP, no governo de Getúlio Vargas, introduziu o modelo burocrático no Brasil. Portanto, o gabarito é mesmo a letra A. 8. (FCC ± ISS-SP ± AUDITOR ± 2012) Um dos princípios norteadores da reforma do Decreto-lei no 200 que continuou orientando o Administração Pública para Concursos - 2017 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 01 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 37 de 73 processo de modernização do estado brasileiro nas últimas décadas é o (A) da formulação de diretrizes gerais para um plano de carreiras para cargos de nível operacional. (B) de reagrupamento de departamentos, divisões e serviços, visando a redução do número de ministérios. (C) da centralização dos processos de planejamento, coordenação e implementação das ações governamentais. (D) da expansão das empresas estatais e de órgãos da administração direta (secretarias). (E) do fortalecimento e expansão do sistema de mérito por meio de concursos públicos. Questão capciosa. De acordo com Warlich47, os princípios norteadores da reforma de 67 são: ³��� SODQHMDPHQWR�� GHVFHQWUDOL]DomR�� GHOHJDomR� GH� autoridade, coordenação e controle; 2. expansão das empresas estatais, de órgãos independentes (fundações) e semi-independentes (autarquias); 3. fortalecimento e expansão do sistema de mérito; 4. diretrizes gerais para um novo plano de classificação de cargos; 5. reagrupamento de departamentos, divisões e VHUYLoRV�HP����PLQLVWpULRV��´ Dessa maneira, o gabarito da questão é a letra E. 9. (FCC ± TRT 23° REGIÃO ± ANALISTA ± 2011) O modelo de administração gerencial no Brasil a) foi introduzido pelo Decreto-Lei nº 200/1967, visando profissionalizar a administração federal, reduzindo o nível de autonomia das empresas e autarquias e implantando o Orçamento de Base Zero. b) foi implementado com a criação do Departamento de Administração do Serviço Público (DASP), em 1936, tendo por meta flexibilizar as funções gerenciais nas autarquias federais. 47 (Warlich, 1984) apud (Junior, 1998) Administração Pública para Concursos - 2017 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 01 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 38 de 73 c) teve seu auge na segunda metade dos anos 1990, visando ao processo de fortalecimento da responsabilização e autonomia dos níveis gerenciais e tentando implantar a gestão por resultados na administração federal. d) foi um movimento político iniciado no fim dos anos 1980 orientado para a privatização das políticas sociais e fortalecimento dos controles externos formais da administração federal e) foi introduzido no Brasil através do Programa Nacional de Desburocratização, tendo como meta extinguir a burocracia formal e implantar a burocracia gerencial, voltada exclusivamente para os processos. A letra A está errada. Alguns autores realmente consideram o Decreto Lei 200 como o primeiro passo ao encontro da Administração Gerencial, mas esta reforma não reduziu a autonomia das empresas. O que ocorreu foi o contrário ± uma ampliação da autonomia da Administração Indireta. A letra B também está equivocada, pois a reforma do DASP buscou implantar o modelo burocrático no Brasil, não o modelo gerencial. Já a letra A está correta e é o nosso gabarito. Apesar de muitos autores considerarem o DL 200/67 como o passo inicial do modelo gerencial, é inegável que o seu auge ocorreu com a reforma de 1995. A letra D está toda confusa e não faz sentido. O modelo gerencial não apareceu nos anos 80. Além disso, não foi orientado para a privatização das políticas sociais. Finalmente, a letra E também está errada porque o modelo gerencial não apareceu no Programa Nacional de Desburocratização dos anos 80. Além disso, o foco do modelo gerencial não está nos processos, mas nos resultados. Assim, o gabarito é mesmo a letra C 10. (FCC ± TRE/RN ± ANALISTA ADM ± 2011) O principal objetivo do Plano Diretor de Reforma do Aparelho do Estado, proposta pelo Ministério da Administração Federal e Reforma do Estado (MARE), publicado em 1995, foi (A) reduzir o planejamento centralizado, transferindo os instrumentos de coordenação e regulação do Aparelho de Estado federal para os governos estaduais. (B) implantar a gestão por resultados, fortalecendo os sistemas de controle a posteriori da ação governamental. (C) aprofundar a participação direta do Estado nos diversos setores da sociedade e da economia. Administração Pública para Concursos - 2017 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 01 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 39 de 73 (D) propor a substituição do modelo patrimonial pela administração pública, com foco no cidadão, reforçando os sistemas de controles burocráticos. (E) fortalecer os órgãos centrais de planejamento estratégico do Estado, ampliando os sistemas de controle de processos. A primeira frase não faz nenhum sentido, pois o PDRAE buscava uma mudança no aparelho do Estado, não uma descentralização política. Desta maneira, a alternativa A está incorreta. A letra B está correta. A gestão por resultados foi um dos principais pontos buscados pelo PDRAE. Para que este modelo funcione, é necessário que se deixe de controlar os procedimentos para que se possa controlar os resultados. A letra C está incorreta, pois o PDRAE não objetivava aumentar a participação direta do Estado na economia, muito pelo contrário. A alternativa D também está equivocada. Os controles burocráticosnão foram reforçados. Da mesma maneira, o controle de processos não era um dos objetivos do PDRAE. O objetivo era o controle de resultados. Assim sendo, a letra E também está errada. Nosso gabarito é mesmo a letra B. 11. (ESAF ± ANAC ± ANALISTA ± 2016) O aparelho do Estado é composto por quatro setores distintos: (1) Núcleo estratégico. (2) Atividades exclusivas. (3) Serviços não exclusivos. (4) Produção de bens e serviços para o mercado. Leia os trechos a seguir e ordene-os de acordo com os itens citados anteriormente. ( ) Corresponde à área de atuação empresarial, que explora atividades econômicas com fins lucrativos, mas que ainda permanecem no aparelho do Estado. ( ) Corresponde ao governo em sentido lato. É o setor que define as leis e as políticas públicas e cobra seu cumprimento. É o mais alto nível de decisão do governo. ( ) Corresponde ao setor em que o Estado atua simultaneamente com outras organizações públicas não estatais e privadas. As instituições desse setor não possuem o poder de Estado. ( ) É o setor em que são prestados serviços que só o Estado pode realizar. São serviços em que se exerce o poder extroverso do Estado ? o poder de regulamentar, fiscalizar e fomentar. Administração Pública para Concursos - 2017 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 01 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 40 de 73 (A) 1, 3, 4, 2. (B) 4, 1, 3, 2. (C) 4, 3, 1, 2. (D) 4, 3, 2, 1. (E) 3, 4, 1, 2. Questão que cobra o entendimento do PDRAE, da reforma de 1995. O Núcleo estratégico do Estado é o mais alto nível de decisão do governo. Já o setor de atividades exclusivas, obviamente, envolve as áreas em que o Estado atua sozinho (em que exerce poderes exclusivos, como de fiscalizar e regulamentar), em atividades que não pode delegar a terceiros. Já o setor de atividades não exclusivas envolve atividades como educação e saúde, em que o Estado pode atuar em conjunto com a iniciativa privada. Finalmente, o setor de produção de bens e serviços para o mercado englobaria as empresas que concorrem com empresas privadas, em setores que seriam, a priori, ocupadas pela iniciativa privada. O gabarito é mesmo a letra B. 12. (ESAF ± MPOG / APO ± 2015) Vista como um processo de adaptação, a Reforma Administrativa é tema indispensável à compreensão da máquina pública em face do ambiente em que se insere. No caso brasileiro, é correto afirmar: a) a Era Vargas se notabilizou por adotar as bases da gestão societal, tendo sido o trabalhismo a mola propulsora para a industrialização da economia. b) a experiência administrativa dos governos militares caracterizou-se pela centralização e pela planificação da economia. c) a Constituição Federal de 1988 notabiliza-se por encaminhar à administração pública rumo a um desvencilhamento da rigidez burocrática. d) em 1990, a reforma então implementada caracterizou-se por sua organicidade e racionalidade, adequando o aparato estatal à abertura econômica que estaria por vir. e) de uma forma geral, as reformas administrativas no país, calcadas na promessa de sensíveis rupturas, costumam apresentar resultados aquém do alardeado. A Era Vargas se notabilizou realmente por ter tentado implementar o modelo burocrático no Brasil, através do DASP. Assim, a letra A está errada. Administração Pública para Concursos - 2017 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 01 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 41 de 73 A letra B está também equivocada, pois foi nesse período que tivemos o Decreto Lei 200/67, que tinha um viés descentralizador. Os governos militares tinham um caráter centralizador no seu aspecto político, mas descentralizador no aspecto administrativo. A letra C está claramente incorreta. A Constituição Federal de 1988 foi considerada um retrocesso burocrático, uma volta da rigidez burocrática. A letra D também está errada. O governo Collor (1990) fez uma reforma radical e que foi considerada um desastre, cortando de maneira linear e sem muita racionalidade cargos e órgãos públicos. Finalmente, a letra E está correta. Em geral, as reformas administrativas implementadas em nosso país não lograram atingir os resultados propostos. O gabarito da banca é mesmo a letra E. 13. (ESAF ± MTUR / ANALISTA ± 2014) A respeito da evolução da Administração Pública no Brasil, analise as afirmativas abaixo, classificando-as como verdadeiras (V) ou falsas (F). Ao final assinale a opção que contenha a sequência correta. ( ) A hipertrofia do Departamento Administrativo do Serviço Público ± DASP no contexto do estado, extrapolando a função de órgão central de administração e assumindo características de agência central de governo, confirma a disfuncionalidade do modelo que possuía um caráter hermético, um sistema insulado pautado linearmente nos inputs do regime de Vargas sob boa carga discricionária. ( ) A modernização daspeana representou a reversão total da índole patrimonialista tipicamente lusitana. ( ) O período compreendido entre 1945 e 1964 representa o desdobramento das estruturas institucionais do estado tendo como pano de fundo do panorama político o retorno da democracia. O sistema administrativo estatal esteve, neste período, aberto às influências da política representativa, desinteressada na extensão dos esforços modernizantes em relação às variáveis estruturais essenciais da administração e, complementarmente, interessada quer em negociar os resultados das instâncias mais modernas, quer em lucrar com a paralisia das mais atrasadas. a) V, V, F b) F, V, F c) F, F, V d) V, F, V e) V, V, V Administração Pública para Concursos - 2017 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 01 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 42 de 73 A primeira afirmativa está correta. Na tentativa de eliminar o patrimonialismo da administração pública brasileira, o governo de Getúlio Vargas deu muito poder ao DASP. 'HVWD� IRUPD�� HVWH� yUJmR� DFDERX� ³LQFKDQGR´� H�� XWLOL]DQGR� R� PDLRU� poder discricionário de que toda ditadura possui, emitindo uma série de QRUPDV�TXH�EXVFDYD�³HQTXDGUDU´�WRGos os demais órgãos. De acordo com Wahrlich48, ³$�crítica mais comum à disfuncionalidade do modelo daspeano concentra-se, todavia, no seu caráter hermético, de sistema insulado pautado linearmente nos inputs do regime de Vargas sob boa carga discricionária. Uma consequência mais imediata é a própria hipertrofia do DASP no contexto do Estado, extrapolando a função de órgão central de administração, ainda que de cunho normatizador e executor direto, e assumindo características de agência central de governo com poderes legislativos, que abrigaria, de fato, a infraestrutura decisória do UHJLPH�GR�(VWDGR�1RYR´ Vejam que a banca utilizou na questão o texto dessa autora. A afirmativa está correta. Quanto à segunda afirmativa, sabemos que ainda hoje temos práticas patrimonialistas. Assim, a reforma do DASP não conseguiu eliminar o patrimonialismo da administração pública brasileira. A frase está equivocada. Finalmente, a terceira afirmativa foi retirada do texto de Martins. De acordo com esse autor49, ³O período compreendido entre 1945 e 1964 representa o desdobramento das estruturas institucionais do estado tendo como pano de fundo o panorama político o retorno à democracia. O desmonte institucional do Estado Novo, a tentativa de reintrodução do dirigismo estatal no novo governo Vargas, a adaptação institucional às estratégias desenvolvimentistas estatais no governo JK e os ajustes decorrentes da disfuncionalidade burocrática e dacrise política e econômico-financeira do estado nos governos Quadros e Goulart têm em comum a incapacidade ou inconveniência em se aumentar o nível de 48 (Wahrlich, 1983) apud (Sousa, 2012) 49 (Martins H. , 1997) Administração Pública para Concursos - 2017 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 01 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 43 de 73 racionalidade da administração pública pautadas numa finalidade predominantemente clientelista. Em suma, quer as iniciativas tópicas, quer as iniciativas modernizantes, ainda que restritas, não integravam o contexto político à realidade administrativa num processo modernizante, a política desmodernizava a administração e a administração moderna se resguardava da política ² embora de forma negociada. O sistema administrativo estatal esteve, neste período, aberto às influências da política representativa, desinteressada na extensão dos esforços modernizantes em relação às variáveis estruturais essenciais da administração e, complementarmente, interessada quer em negociar os resultados das instâncias mais modernas, quer em lucrar com a paralisia das mais atrasadas�´ O que Martins comenta em seu texto é que a redemocratização em 1945 diminuiu o ímpeto modernizador da administração pública e reintroduziu práticas patrimonialistas. A reforma da década de 1930 não conseguiu os resultados prometidos, mas também não foi um fracasso total, ou seja, a reforma conseguiu resultados parciais. A afirmativa está correta e o gabarito é a letra D. 14. (ESAF ± MTUR / ANALISTA ± 2014) Acerca da primeira tentativa de reforma administrativa com cunho gerencial no Brasil, a partir do Decreto-Lei n. 200/67, analise as afirmativas abaixo e classifique-as como verdadeiras (V) ou falsas (F). Ao final, assinale a opção que contenha a sequência correta. ( ) A mudança promovida deixou de lado as características híbridas do modelo administrativo brasileiro, o que exacerbou a tensão dentro do modelo, em especial, o conflito entre a administração direta e indireta. ( ) Como aspectos positivos do Decreto-Lei n. 200/67 destacam- se sua originalidade com ênfase na descentralização e flexibilidade administrativa. ( ) As reformas iniciadas em 1967 visavam a operacionalizar o modelo de administração para o desenvolvimento, baseado na consolidação burocrática de um estado forte, voltado para o desenvolvimento econômico, cuja característica principal foi o predomínio da racionalidade funcional emanada da tecnoestrutura indispensável à manutenção do regime autoritário, cujo viés dissociativo consistia na predominância do Administração Pública para Concursos - 2017 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 01 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 44 de 73 planejamento econômico como núcleo decisório de governo e no crescimento desordenado da burocracia governamental direta. a) V, V, V b) V, V, F c) F, F, V d) V, F, F e) F, V, F A primeira frase foi considerada correta pela banca e é polêmica. O conflito entre a Administração Direta e Indireta é real e conhecido. Dizer que a Reforma de 1967 reforçou esse conflito (por tratar de modo distinto a Administração Indireta) é sim uma afirmação verdadeira. O problema da afirmativa é o trecho ³A mudança promovida deixou de lado as caracterísWLFDV�KtEULGDV�GR�PRGHOR�DGPLQLVWUDWLYR�EUDVLOHLUR´. Essa frase foi interpretada por muitos candidatos como uma alusão de que a reforma não tivera a intenção de reformar o caráter burocrático/patrimonial do modelo de gestão da época. A justificativa da Esaf foi a seguinte: ³(UD� H[LJLGR� GRV� FDQGLGDWRV� TXH� VH� UHSRUWDVVHP�� diante do marco teórico de 1967, à administração pública brasileira de então, o que os levaria a ter em mente as tensões que existiam entre a administração direta e a também chamada administração paralela. O que a primeira afirmativa coloca é o fato de o DL 200/67 não ter dado conta (por ter deixado de lado) de tratar esse hibridismo, o que exacerbou a tensão entre a administração direta e a indireta, aumentando a parcela dos problemas existHQWHV´���� Deste modo, a posição da Esaf é a de que a reforma de 1967 não EXVFRX� ³KDUPRQL]DU´� RV� PRGHORV� GH� JHVWmR� KtEULGRV� H[LVWHQWHV� QD� administração pública. Isto, realmente, é verdade, pois como a reforma não alterou significativamente o modelo de gestão burocrático na administração direta, o modelo continuou híbrido. Já a segunda frase não tem polêmica. A reforma de 1967 foi mesmo original na sua busca por maior flexibilidade e descentralização. Muitos até a consideram como um primeiro passo do modelo gerencial no Brasil. Administração Pública para Concursos - 2017 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 01 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 45 de 73 $�WHUFHLUD�DILUPDWLYD�HVWi�HUUDGD�SRU�XPD�SHTXHQD�³SHJDGLQKD´��2� texto da banca foi retirado de um texto de Humberto Martins. De acordo com o autor50: ³$V� UHIRUPDV� LQLFLDGDV� HP� ����� YLVDYDP� operacionalizar o modelo de administração para o desenvolvimento, baseado na consolidação burocrática de um Estado forte, voltado para o desenvolvimento econômico, cuja característica principal foi o predomínio da racionalidade funcional, emanada da tecnoestrutura indispensável à manutenção do regime autoritário, cujo viés dissociativo consistia na predominância do planejamento econômico como núcleo decisório de governo e no crescimento desordenado da burocracia governamental indireta´� 9HMDP�TXH�D�~QLFD�PXGDQoD�IRL�D�WURFD�HQWUH�D�EXURFUDFLD�³LQGLUHWD´� SRU� ³GLUHWD´�� $� UHIRUPD� GH� ����� FDUDFWHUL]RX-se pela expansão da administração indireta, não da administração direta. O gabarito da banca foi, assim, a letra B. 15. (ESAF ± STN ± ANALISTA - 2013) Pode-se afirmar que foram aspectos negativos da reforma administrativa da década de trinta, exceto: a) tentou ser, ao mesmo tempo, global e imediata. b) dava ênfase ao controle. c) gradualismo e seletividade eram seus princípios. d) centralização no DASP. e) pautava-se por normas gerais e inflexíveis. Essa questão baseou-se em um artigo publicado nos cadernos Fundap. De acordo com Nogueira, citando Warlich51, ³$� UHIRUPD� ± escreve uma acurada analista do período ± pretendia realizar demasiado em pouco tempo; tentou ser, ao mesmo tempo, global e imediata, em vez de preferir gradualismo e seletividade´��$OpP�GR�PDLV��deu mais ênfase a controles, não a orientação e assistência. Foi ³altamente centralizada no Dasp H�SHOR�'DVS´�� 50 (Martins H. F., 1997) 51 (Warlich, 1984) apud (Nogueira, 1997) Administração Pública para Concursos - 2017 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 01 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 46 de 73 'R� PHVPR� PRGR�� ³a estrita observância de normas gerais e inflexíveis desencorajava quaisquer tentativas de atenção a diferenças LQGLYLGXDLV�H�D�FRPSOH[DV�UHODo}HV�KXPDQDV´��(P� VXPD�� ³R� HVWLOR� GD� UHIRUPD� DGPLQLVWUDWLYD� IRL� DR� mesmo tempo prescritivo (no que se harmonizava com a teoria administrativa corrente) e coercitivo (no que se harmonizava com o caráter político do UHJLPH�9DUJDV��´� Desta forma, o gabarito da banca foi mesmo a letra C. 16. (ESAF ± STN ± ANALISTA - 2013) A respeito do processo evolutivo da Administração Pública brasileira, incluindo as reformas administrativas, seus princípios, objetivos e resultados, analise as assertivas a seguir, classificando-as em verdadeiras
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