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02 Gestão de Contratos Internacionais

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1
GESTÃO DE CONTRATOS 
INTERNACIONAIS
Prof. Sergio Barreira Belerique,
Mestre
2
1. Programa da disciplina
 1.1 Ementa
 1.2 Objetivos
 1.3 Conteúdo programático
 1.4 Bibliografia recomendada
Professor Sergio Belerique
Gestão de Contratos Internacionais
2
3
1.1 Ementa
Comparação dos Sistemas Jurídicos
romano-germânico (civil law) e anglo-
saxão (common law).
Conceito de Obrigação, como surge,
se modifica e extingüe.
Professor Sergio Belerique
Gestão de Contratos Internacionais
4
Conceito e formação do contrato.
Propostas e pré-contrato.
Contratos comuns em comércio
exterior:
agenciamento e transporte marítimo
Compra e venda Internacional.
Professor Sergio Belerique
Gestão de Contratos Internacionais
3
5
1.2 Objetivos
Comparar os sistemas jurídicos mais
difundidos no mundo, enfatizando suas
respectivas vantagens.
Conceituar juridicamente o que
sejam obrigação, título de crédito
(inclusive a letra de câmbio e o conhecimento
de transporte) e contrato.
Professor Sergio Belerique
Gestão de Contratos Internacionais
6
Explicar como se forma um contrato,
e identificar pré-contrato.
Familiarizar os participantes com os
tipos de contrato mais comuns em
Comércio Internacional.
Habilitá-los a compreender a compra
e venda internacional.
Professor Sergio Belerique
Gestão de Contratos Internacionais
4
7
1.3 Conteúdo Programático
O direito aplicável às transações comerciais
internacionais. Arbitragem.
Ações judiciais no exterior sobre matéria
comercial.
Conflitos internacionais de leis. Lex Mercatoria. 
Uniformização e Integração Regional. 
Algumas garantias bancárias. Arbitragem comercial. 
O contencioso judicial no exterior e a execução de 
sentença estrangeira.
Professor Sergio Belerique
Gestão de Contratos Internacionais
8
Os sistemas jurídicos internacionais.
O Sistema Romano-Germânico (civil law) e sua difusão no
mundo.
Codificação da Lei.
O Sistema Anglo-Saxão, baseado no precedente (common
law) e sua flexibilidade.
Interpenetração dos sistemas.
Professor Sergio Belerique
Gestão de Contratos Internacionais
5
9
As Obrigações e os Contratos. 
Origem, alteração e extinção.
O que é Obrigação. 
Obrigação e Dever Jurídico. 
Criação, modificação e extinção da Obrigação. 
Solidariedade. 
Ato ilícito e força maior. 
Condições. 
A obrigatoriedade das Propostas. 
Tratativas preliminares e pré-contrato. 
Requisitos formais dos contratos.
Professor Sergio Belerique
Gestão de Contratos Internacionais
10
Contratos. A prática dos contratos 
em Comércio Exterior. 
Alguns tipos de contratos mais comuns no
comércio exterior: a Compra e Venda e o
transporte Marítimo.
Contrato de Agenciamento de Vendas.
Professor Sergio Belerique
Gestão de Contratos Internacionais
6
11
1.4 Bibliografia Recomendada
• RECHSTEINER, Beat Walter. Direito Internacional 
Privado - Teoria e Prática. Ed. Saraiva, 1999.
• STRENGER, Irineu. Contratos Internacionais do 
Comércio. Ed. LTR, 4ª ed., 2003.
Professor Sergio Belerique
Gestão de Contratos Internacionais
12
2. Aspectos Legais do 
Comércio Exterior
Introdução
Os Sistemas Legais
Obrigações
Contratos
Contratos Comerciais - Tipos mais Comuns:
Compra e Venda
A Interpretação dos Contratos Comerciais
Professor Sergio Belerique
Gestão de Contratos Internacionais
7
13
CONTRATO INTERNACIONAL
Irineu Strenger define como contrato
internacional de comércio todas as manifestações
bi ou plurilaterais da vontade das partes,
objetivando relações patrimoniais ou de serviços,
cujos elementos sejam vinculantes de dois mais
sistemas jurídicos extraterritoriais, pela força do
domicílio, nacionalidade, sede principal dos
negócios, lugar do contrato, lugar da execução, ou
qualquer circunstância que exprima um liame
indicativo de Direito aplicável.
Professor Sergio Belerique
Gestão de Contratos Internacionais
14
Introdução
Direito Comercial Internacional
Cada país tem o seu próprio direito privado.
A uniformidade pode ser natural.
A uniformização resulta de acordos.
Professor Sergio Belerique
Gestão de Contratos Internacionais
8
15
O Comércio Internacional requer leis.
razoavelmente uniformes.
facilmente compreensíveis.
A Lex Mercatoria.
As Leis-Modelo da UNCITRAL (UNCISG 1980
CONVENÇÃO DE VIENA. O Congresso Nacional
Brasileiro promulgou o Decreto Legislativo nº
538/2012 de 19/10/2012, aprovando o texto da
Convenção das Nações Unidas sobre Contratos de
Compra e Venda Internacional de Mercadorias,
estabelecida em Viena, em 11/04/80, no âmbito
da Comissão das Nações Unidas para o Direito
Mercantil Internacional)
Professor Sergio Belerique
Gestão de Contratos Internacionais
16
Lex Mercatoria
Conceito:
o direito internacional dos comerciantes,
baseado na uniformidade e nos usos e
costumes geralmente adotados.
Professor Sergio Belerique
Gestão de Contratos Internacionais
9
17
Lex Mercatoria
Sistema jurídico desenvolvido pelos comerciantes da Europa
medieval.
Não era imposta por uma autoridade central.
Evoluiu a partir do uso e do costume.
Conjunto de regras comum aos comerciantes europeus, com
algumas diferenças locais.
Gestão de Contratos Internacionais
18
Lex Mercatoria
O direito comercial internacional moderno deve alguns de
seus princípios fundamentais a este sistema jurídico.
Exemplos:
•escolha de instituições arbitrais; 
•procedimentos arbitrais;
•escolha de árbitros; 
•lei aplicável ;
•objetivo de refletir os costumes;
•uso e boa prática entre as partes.
Gestão de Contratos Internacionais
10
19
The Principles of European Contract Law,
1998, da Commission on Contract Law da
União Européia - (distribuído aos alunos)
O Instituto Internacional para a Unificação
do Direito Privado - UNIDROIT, de Roma
(1994).
Professor Sergio Belerique
Gestão de Contratos Internacionais
20
Conflitos Internacionais
de Leis
Cada país tem leis sobre conflitos de leis.
Se as leis nacionais sobre conflitos são
iguais, aplicar-se-á a lei nacional que ambos
os sistemas indicarem.
Professor Sergio Belerique
Gestão de Contratos Internacionais
11
21
 Se as leis nacionais são diferentes,
existe “guerra de leis”, e cada país
aplicará sua lei.
 Para evitar isso, os países uniformizam,
mediante tratados, suas leis sobre
conflitos.
Professor Sergio Belerique
Gestão de Contratos Internacionais
22
Uniformização Setorial
Os interessados são empresas dos diversos
ramos do comércio internacional:
– Navegação Marítima
– Linhas Aéreas
– Propriedade Intelectual (marcas e patentes),
etc.
Professor Sergio Belerique
Gestão de Contratos Internacionais
12
23
Os comerciantes conduzem as negociações.
Auxiliam na formulação de tratados.
Determinam contratos-padrões privados.
Professor Sergio Belerique
Gestão de Contratos Internacionais
24
Integração Regional
Os países vizinhos formam uniões, para facilitar o comércio
regional. Exemplos:
− As unificações italiana e alemã, de meados do séc. XIX
− A União Européia
− O Mercosul
− A Nafta 
− A Alca
A integração regional leva à economia de tributos e à expansão
do comércio.
Professor Sergio Belerique
Gestão de Contratos Internacionais
13
25
Direito Comunitário
A união alfandegária - A TEC
A criação de normas comuns sobre
questões sanitárias, de rotulagem e
licenciamento.
Professor Sergio Belerique
Gestão de Contratos Internacionais
26
Aspectos de proteção à propriedade
industrial e direitos autorais.
A criação de câmaras para a discussão e
resolução de problemas.
Os órgãos julgadores.
Professor Sergio Belerique
Gestão de Contratos Internacionais14
27
Garantias Internacionais
Garantem o cumprimento das obrigações
de um ofertante ou contratado de uma
obra e/ou serviço.
São quase sempre oferecidas por bancos
internacionais de primeira linha.
Professor Sergio Belerique
Gestão de Contratos Internacionais
28
 São consubstanciadas em documentos de
responsabilidade do banco, os “bonds”.
 Podem ser exigidas pelo contratante,
muitas vezes incondicionalmente (“on
demand”).
Professor Sergio Belerique
Gestão de Contratos Internacionais
15
29
Bid Bond: garantia destinada a
assegurar a participação de empresa
em concorrência no exterior e o
cumprimento das regras estipuladas no
edital.
→Garante a participação da empresa nas
concorrências no exterior.
Professor Sergio Belerique
Gestão de Contratos Internacionais
30
Bid Bond
São exigidas como condição para que uma
empresa participe de uma licitação.
Se o licitante vencer a licitação e não
assinar o contrato, a Bid Bond é exigida.
Professor Sergio Belerique
Gestão de Contratos Internacionais
16
31
A Bid Bond expira quando o contrato é
assinado pelo licitante que a ofereceu.
Também expira se algum outro
licitante vier a ser contratado.
Professor Sergio Belerique
Gestão de Contratos Internacionais
32
Performance Bond: garantia
emitida a favor de importador no
exterior, destinada a assegurar-lhe
o fornecimento de bens e/ou
serviços (do exportador brasileiro).
→Garante que os clientes no exterior
recebam as mercadorias (e ou serviços)
negociadas.
Professor Sergio Belerique
Gestão de Contratos Internacionais
17
33
Performance Bond
Oferecida pela empresa contratada para uma obra,
como garantia de que a realizará:
–no prazo em que foi contratada;
–de modo a satisfazer o contratante, conforme as
especificações contratadas.
Pode ser exigida se o serviço não for executado a
contento, conforme o contrato.
Expira apenas quando o serviço é aceito.
Professor Sergio Belerique
Gestão de Contratos Internacionais
34
Advanced Payment Bond:
garantia emitida a favor do importador no
exterior destinada a assegurar-lhe a
devolução do pagamento antecipado na
negociação comercial com o exportador (v.g.:
Exportador brasileiro).
→Garantia da devolução do pagamento antecipado
efetuado pelo seu cliente importador.
Professor Sergio Belerique
Gestão de Contratos Internacionais
18
35
Advanced Payment Bond
Oferecida pela empresa contratada, como condição para
receber o adiantamento a ser pago pelo contratante, ao início da
obra.
Normalmente, o adiantamento é devolvido mediante desconto
nas parcelas faturadas. A cada parcela, deduz-se o valor
descontado da fatura correspondente.
Expira quando o adiantamento é todo pago.
Professor Sergio Belerique
Gestão de Contratos Internacionais
36
Arbitragem Comercial 
InternacionalA dificuldade de negociar a cláusula de foro e de lei aplicável a
questões internacionais.
As dificuldades das relações que envolvem muitas partes
situadas em diversos países.
A solução das divergências por meio de árbitros. O árbitro
pode ser único.
A autorização para decidir por equidade.
Professor Sergio Belerique
Gestão de Contratos Internacionais
19
37
Arbitragem “Ad hoc”
A arbitragem “ad hoc”( “para isto”) é feita sob medida, e as partes devem 
determinar:
– modo de escolha do(s) árbitro(s);
– lei aplicável e normas de procedimento;
– local e língua em que será conduzida;
– pagamentos de honorários e despesas;
– outros detalhes, inclusive prazo em que a sentença arbitral será 
proferida.
Professor Sergio Belerique
Gestão de Contratos Internacionais
38
A Arbitragem Institucional
É conduzida por uma instituição especializada,
que tem lista de árbitros e regulamento.
–International Chamber of Commerce (ICC)
–American Arbitration Association (AAA)
–London Chamber of Arbitration (LCA)
–Associações Profissionais: FOSFA, GAFTA etc.
O regulamento já determina tudo o que é
necessário para que a arbitragem se conclua.
Professor Sergio Belerique
Gestão de Contratos Internacionais
20
39
Arbitragem - A Lei Brasileira
A Lei 9.307/96 distingue entre cláusula
compromissória e compromisso arbitral.
Se uma das partes se recusa a assinar o
compromisso, o juiz pode decidir, e sua
sentença valerá para instituir a arbitragem.
Se no exterior, a arbitragem observará a lei
do lugar onde deva ser conduzida.
Professor Sergio Belerique
Gestão de Contratos Internacionais
40
Arbitragem - anulação
A sentença arbitral pode ser objeto de ação de anulação, a ser
decidida pela Justiça.
Motivos mais importantes para a anulação:
– nulidade do compromisso arbitral
– árbitro parcial, suspeito ou corrompido
– não terem as partes sido tratadas com igualdade
– não se ter assegurado oportunidade de defesa
– falta de observância dos requisitos legais
Professor Sergio Belerique
Gestão de Contratos Internacionais
21
41
Arbitragem - a execução
Sentença arbitral pode ser executada.
Se proferida no exterior, deve ser homologada pelo nosso
STJ.
O vencido, quando executado, pode defender-se por meio de
embargos.
Na execução, o vencido pode defender-se, com os mesmos
argumentos que teria em ação de anulação de sentença
arbitral.
Professor Sergio Belerique
Gestão de Contratos Internacionais
42
Exequatur e Homologação
de Sentença Estrangeira
Nenhuma determinação judicial ou arbitral,
procedente do exterior, pode ser cumprida no
Brasil, sem a aprovação do nosso STJ.
Os atos requeridos por juízes estrangeiros devem
receber o “exequatur” do STJ;
As sentenças provenientes de juízes ou árbitros
estrangeiros devem ser homologadas pelo STJ.
Professor Sergio Belerique
Gestão de Contratos Internacionais
22
43
O “Exequatur”
Atos solicitados por juiz estrangeiro só são
executados no Brasil se o STJ – Superior Tribunal de
Justiça conceder “exequatur”.
Citações, depoimentos, perícias, penhoras,
execuções, etc. dependem de “exequatur” .
O “exequatur” só é concedido se não ofender a
ordem pública brasileira, a soberania nacional e os
bons costumes.
Professor Sergio Belerique
Gestão de Contratos Internacionais
44
Homologação de Sentença Estrangeira
Qualquer sentença estrangeira, mesmo arbitral,
precisa ser homologada pelo nosso STJ, para poder
ser cumprida no Brasil.
O STJ não revê nem confirma o mérito da
decisão. Não julga novamente o caso.
O STJ apenas verifica se a decisão a homo- logar
ofende nossa soberania, nossa ordem pública e
nossos bons costumes.
Professor Sergio Belerique
Gestão de Contratos Internacionais
23
45
Execução de Decisão Estrangeira
Acórdão do STJ que haja homologado
sentença estrangeira é título executivo.
Com ele, inicia-se ação de execução.
A qual começa com ordem judicial para que o
devedor pague, sob pena de penhora.
Devedor pode embargar a execução.
Procedente a execução, os bens penhorados
são vendidos em leilão judicial, ou praça.
Professor Sergio Belerique
Gestão de Contratos Internacionais
46
Contencioso Internacional
Litigar fora do Brasil pode ser muito caro.
A difícil escolha de advogados no exterior.
Os advogados estrangeiros costumam cobrar por hora.
Casos podem levar anos.
Não se deve aceitar cláusula de foro em país cujo Judiciário
não seja confiável.
Arbitrar é mais caro, mas é mais rápido.
Professor Sergio Belerique
Gestão de Contratos Internacionais
24
47
Competência Jurisdicional
Em alguns casos, a justiça brasileira é
competente com exclusividade:
– ações sobre imóveis situados no Brasil;
– inventário e partilha de bens situados no
Brasil.
Professor Sergio Belerique
Gestão de Contratos Internacionais
48
Em outros casos, ajustiça brasileira
é competente mas admite que a de
outros países também possa ser
concorrentemente competente.
Professor Sergio Belerique
Gestão de Contratos Internacionais
25
49
Competência Jurisdicional Concorrente
O juiz brasileiro é competente, em caráter
concorrente com o estrangeiro, quando:
– O réu da ação for domiciliado no Brasil
– A obrigação houver de ser cumprida no Brasil
– A ação se originar de fato ocorrido ou de ato
praticado no Brasil
A competência concorrente do juiz brasileiro não
exclui a de juiz de outro país.
Professor Sergio Belerique
Gestão de Contratos Internacionais
50
Sentenças Conflitantes (Competência 
Concorrente)
Se a decisão estrangeira transita em julgado antes da
brasileira, STJ pode homologá-la.
Se a sentença estrangeira for homologada pelo STJ, a
ação no Brasil será extinta.
Se a sentença brasileira transita em julgado antes da
estrangeira, esta não poderá mais ser homologada no
Brasil. Prevalecerá a sentença brasileira.
Professor Sergio Belerique
Gestão de Contratos Internacionais
26
51
2. Os Sistemas Legais
O sistema Romano Germânico (“civil law”)
– Derivado do Direito Romano
– O Corpus Juris Civilis (século VI)
• Criado pelo imperador Justiniano (527-563 D.C.)
• normas sobre propriedade, obrigações e contratos
• aplicável a todo o mundo românico
Lei é a norma que consta do Código, e todos os juízes
devem aplicá-la.
Professor Sergio Belerique
Gestão de Contratos Internacionais
52
A Civil Law na Idade Média
De Constantinopla, expandiu-se para todas as
novas nações européias, nascidas das invasões
germânicas dos séculos V e VI.
Era de fácil entendimento, estava escrito, já
estava sendo praticado pelos novos súditos.
Correspondia a uma cultura superior à dos
bárbaros invasores, que não sabiam ler.
Professor Sergio Belerique
Gestão de Contratos Internacionais
27
53
A Expansão da “Civil Law”
Todos os países da Europa a adotaram, de Portugal à Rússia,
com exceção do Reino Unido (UK), que usa o “common law”;
Nas Américas, expandiu-se pelas colônias espanholas,
portuguesas e francesas;
No Oriente, foi adotado pelo Japão, e depois pelos mais
diversos países asiáticos.
Adotado por quase todo os países africanos.
Professor Sergio Belerique
Gestão de Contratos Internacionais
54
Civil law: acessível e segura
A fonte da lei é o texto escrito e publicado
como tal; frequentemente é codificado.
A lei só muda mediante uma lei nova.
Professor Sergio Belerique
Gestão de Contratos Internacionais
28
55
O juiz não pode criar lei; deve aplicá-la.
Decisão de um juiz não obriga outros
juízes.
A jurisprudência não precisa ser
observada, serve apenas como
subsídio.
Professor Sergio Belerique
Gestão de Contratos Internacionais
56
Common law world
Mapa-múndi com a indicação dos países que adotam o common law (em azul 
escuro) ou um sistema misto que inclui a common law (em azul claro). 
Gestão de Contratos Internacionais
57
29
57
Distribuição global dos sistemas jurídicos
Professor Sergio Belerique
Gestão de Contratos Internacionais
58
A Common Law
Foi adotado na Britannia porque lá a cultura
romana não tivera tempo de firmar-se;
Corresponde à tradição dos anglos e
saxões;
Professor Sergio Belerique
Gestão de Contratos Internacionais
30
59
 Fundamenta-se em que o direito
(“law”) decorre de decisões judiciais;
Uma vez decidido um caso de uma
maneira, todos os outros que forem
semelhantes devem ser decididos da
mesma maneira.
Professor Sergio Belerique
Gestão de Contratos Internacionais
60
A Common Law e o Precedente
Os tribunais fazem a lei, através de suas decisões, que 
constituem precedentes.
Os precedentes dos tribunais superiores devem ser observados 
por eles mesmos e pelos inferiores.
As decisões são registradas e publicadas.
Para saber qual é a lei, consultam-se os repositórios de 
jurisprudência.
Professor Sergio Belerique
Gestão de Contratos Internacionais
31
61
A Expansão da Common Law
Expandiu-se da Inglaterra a todas as suas
colônias; mas nem todas a assimilaram.
É adotada pelos Estados Unidos, Canadá,
Austrália e Nova Zelândia;
Ainda é observada, com restrições, em algumas
ex-colônias africanas e asiáticas da Inglaterra, mas
vai perdendo terreno.
Professor Sergio Belerique
Gestão de Contratos Internacionais
62
As Publicações da Common Law
Nos Estados Unidos, “Reporters” publicam as decisões
das cortes de justiça:
– National Reporting System (aprox. 7.000 vols.)
– American Law Report - casos de interesse
– American Digest System - casos resumidos
– Sheppard’s Citations - índice geral que remete aos
outros “reporters”
O computador veio a facilitar a pesquisa.
Professor Sergio Belerique
Gestão de Contratos Internacionais
32
63
A prática dos precedentes nos USA
Os casos são designados:
– Jones vs. Smith ou Green vs. United 
States
– In re Brown (non adversary proceedings)
Headnote: é a ementa, o sumário da 
decisão.
Professor Sergio Belerique
Gestão de Contratos Internacionais
64
Opinion: é o relatório e a decisão dos 
juízes.
Na “opinion”, é necessário distinguir:
– dictum: são as premissas, não fazem 
precedente
– holding: é a matéria decidida, faz precedente.
Professor Sergio Belerique
Gestão de Contratos Internacionais
33
65
Autoridade do Precedente
“Binding”: são as decisões anteriores da mesma corte, ou
de cortes mais altas;
“Persuasive”: são as decisões de cortes do mesmo nível.
Para mudar um precedente, o juiz deve “descobrir” que
tem nas mãos um caso que não é exatamente igual ao do
precedente.
Se não há precedente, o juiz faz a lei.
Professor Sergio Belerique
Gestão de Contratos Internacionais
66
Vantagens da Common Law
Lendo os precedentes, pode-se entender os motivos
porque a lei é como é.
O sistema é maleável: quando se depara com um caso
com características diferentes do precedente, o juiz pode
fazer a lei.
Advogados e Juízes podem moldar a lei, à medida que a
sociedade evolui; não há engessamento.
Professor Sergio Belerique
Gestão de Contratos Internacionais
34
67
Desvantagens da Common Law
É de consulta muito complicada; o povo, em geral, não sabe
exatamente o que é a lei.
Os advogados acham difícil prever o que o juiz vai decidir,
pois ele pode criar a lei.
Os contratos precisam ser muito mais detalhados, para evitar
decisões imprevistas.
Não se exclui certa dose de casuísmo.
Professor Sergio Belerique
Gestão de Contratos Internacionais
68
Vantagens da Civil Law
A lei está escrita, e os juízes não podem deixar de aplicá-la,
pois juiz não faz lei.
O grau de previsibilidade de uma decisão judicial é
relativamente grande;
Qualquer leigo pode conhecer a lei, que vai sendo
codificada de modo lógico;
Os contratos não precisam conter aquilo que a lei já diz.
São, por isso, mais curtos.
Professor Sergio Belerique
Gestão de Contratos Internacionais
35
69
Desvantagens da Civil Law
O sistema é rígido demais; os juízes têm dificuldade em
adaptar as leis antigas às novas necessidades sociais;
engessamento.
O juiz pode interpretar a lei de modo diferente, mas não
pode criar uma lei nova.
Como a interpretação das leis é coisa muito complicada, o
direito é visto como atividade pseudo-científica,
bacharelística.
Professor Sergio Belerique
Gestão de Contratos Internacionais
70
A Common Law se codifica
Nos países da Common Law, o direito comercial já está
em boa parte codificado;
A razão disso é a previsibilidade, muito importante nas
atividades econômicas;
Para o UK, como parte da União Européia, há cada vez
mais leis derivadas de tratados;A segurança da lei escrita e codificada vai conquistando
cada vez mais adeptos.
Professor Sergio Belerique
Gestão de Contratos Internacionais
36
71
A Civil Law também se modifica
Sob a influência norte-americana, a ideia do precedente se
difunde nos países do sistema romano-germânico.
A tendência moderna é a de dar cada vez mais poderes aos
juízes;
No Brasil, o acúmulo de processos levou à adoção da
súmula vinculante, pela qual o STF pode impor a todo o Poder
Judiciário a observância de prece-dentes seus, aos quais
atribua esse efeito.
Professor Sergio Belerique
Gestão de Contratos Internacionais
72
SÚMULA VINCULANTE
Mecanismo que impede juízes de
instâncias inferiores de decidir de maneira
diferente do Supremo Tribunal Federal nas
questões nas quais este já tenha firmado
entendimento definitivo – expresso por meio
de súmula.
Professor Sergio Belerique
Gestão de Contratos Internacionais
37
73
3. Obrigações
É uma relação jurídica que vincula uma pessoa a
fazer ou deixar de fazer alguma coisa em relação a
outra.
– Devedor: o que deve fazer ou não fazer;
– Credor: o que tem o direito de exigir.
Toda obrigação tem cunho patrimonial.
Difere da relação moral porque pode ser
legalmente exigida.
Professor Sergio Belerique
Gestão de Contratos Internacionais
74
As Obrigações nascem de:
Um Acordo de Vontades (contrato).
Um Ato Unilateral:
– Gestão de Negócios
– Títulos de Crédito (cheque, letra de câmbio, nota
promissória, etc.)
– Cartas de Crédito, Garantias Bancárias (bonds)
Um Ato Ilícito (que deva ser indenizado).
Professor Sergio Belerique
Gestão de Contratos Internacionais
38
75
As Obrigações Solidárias
Existe solidariedade quando há mais de um
devedor de uma só coisa, e se a coisa devida
for indivisível.
Há solidariedade também, mesmo se a coisa
devida for divisível, quando:
– A solidariedade for expressamente
convencionada entre as partes;
– A lei determinar a solidariedade entre elas.
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Efeitos da Solidariedade
 Se há dois devedores solidários, o credor pode:
– cobrar a dívida toda de qualquer dos dois;
– cobrar a dívida toda dos dois, ao mesmo
tempo.
 Se há dois credores solidários, o devedor pode:
– pagar a dívida toda a qualquer dos dois;
– pagar a dívida toda aos dois, ao mesmo
tempo.
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77
Alguns Exemplos de Obrigações 
Solidárias
O devedor principal e seu fiador solidário.
Os sócios das sociedades em comum.
Os administradores das sociedades, pelos tributos que
deixarem de pagar, com violação da lei.
Os fabricantes, e às vezes os importadores e vendedores de
produto defeituoso, pelos danos causados ao consumidor.
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Para ser válida, a obrigação deve...
ter objeto lícito, e também ter objeto possível;
ser objeto lícito e possível quando a obrigação
surge;
se, depois que a obrigação nasce, o seu objeto se
torna ilícito, ou impossível, temos um caso de
FORÇA MAIOR.
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Força Maior
O devedor não responde pelos prejuízos decorrentes
da força maior;
As partes devem retornar, tanto quanto possível, ao
estado em que estavam antes, inclusive devolvendo-se
os adiantamentos.
O devedor deve agir no sentido de mitigar os
prejuízos decorrentes da força maior.
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Força Maior (continuação)
Se o impedimento é temporário, fica
suspenso o cumprimento da obrigação.
Se o impedimento perdura, as obrigações
desaparecem, de parte a parte.
Por cláusula expressa, o devedor pode
responsabilizar-se pela força maior, nesse
caso, pagará indenizações à outra parte.
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4. Contratos - (conceito)
Em “Civil Law”: contrato é o acordo de
vontades cuja finalidade é criar, modificar
ou extinguir obrigações.
Em “Common Law”: é uma promessa,
para cujo cumprimento a lei dá um
remédio (ou seja, cujo cumprimento possa ser
exigido pelos meios legais).
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Como se forma um Contrato:
 Através da negociação de propostas:
– proponente: é o que faz a proposta.
– oblato: é o que recebe a proposta.
– aceitante: é o oblato, depois que aceita.
 Através da “Punktatio”:
– Punktatio, ou punctação, é a técnica de ir
discutindo em reunião, e ir anotando em
atas ou minutas rubricadas o que foi
acordado.
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A Formação por Propostas
A lei varia de país para país, mas nos países de
“civil law”, quem faz uma proposta fica obrigado
a cumprí-la.
– Salvo se a retira até que o oblato a receba.
– Em alguns países, antes que o oblato a
aceite.
Se o oblato aceita, o contrato fica fechado,
tanto em países de “civil” quanto de “common
law”.
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Propostas em “Civil Law”
A proposta feita com prazo é obrigatória para quem a
fez, até que o prazo termine.
Se a proposta é feita sem prazo, as leis nacionais
variam:
– Em alguns países, o proponente deve aguardar
tempo suficiente para que chegue a resposta.
– Em outros países, o proponente pode retirar a
proposta sem prazo, se ainda não estiver aceita.
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Propostas em “Common Law”
As propostas não são consideradas, em si,
obrigatórias, por falta de “consideration”;
“Consideration” é aquilo que alguém paga, ou
promete, para obter um contrato.
– É o sacrifício que ele fez, para vincular o outro.
Para tornar uma proposta obrigatória (transfomá-la
numa “option”), é necessário fazer um pagamento
simbólico por ela.
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Article 11
A contract of sale need not be concluded in or evidenced by
writing and is not subject to any other requirement as to
form. It may be proved by any means, including witnesses.
UNITED NATIONS CONVENTION ON CONTRACTS FOR THE 
INTERNATIONAL SALE OF GOODS (1980)
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As Coisas podem ser:
Atuais (que existem) ou futuras (as coisas futuras
podem ser certas ou incertas).
Próprias (se pertencem ao vendedor) ou alheias (que
o vendedor adquirirá, ou conseguirá que sejam entregues
ao comprador).
Fungíveis (determinadas por gênero e qualidade) e
infungíveis (coisas individualizadas, não determinadas
por gênero e qualidade).
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O Preço pode ser:
Determinado: é expresso em determinado
valor de dinheiro.
–Exemplo: US$50,00 por tonelada.
Determinável: expresso em cotações,
conforme o valor de mercado.
–Exemplo: US$ 5,00 acima da base Chicago, no
dia tal. Ou 10% acima da cotação média da
LME (London Metal Exchange) para vendas à vista
no dia da entrega.
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Os Negócios sob Condição:
Condição Suspensiva: enquanto a condição não
se verificar, o negócio não é efetivo.
– Ex.: Só comprarei se navio chegar até o dia
tal.
Condição Resolutiva: o negócio é efetivo desde
logo, mas desfaz-se no caso de não se verificar a
condição.
– Ex.: Compro agora, mas se o navio não
chegar até certo dia, o negócio fica desfeito.
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As Condições Potestativas
A condição deve depender de um evento futuro e
incerto.Se não, é nula.
Se a condição depende apenas do capricho de uma
das partes, é potestativa, e é nula.
Mas se depende do esforço de uma das partes, e
também de alguma variável incerta, não é nula. Ex.:
compro tanto por mês, desde que consiga
revender com 10% de margem.
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Algumas Condições Usuais:
de exame: a obrigação fica sujeita à verificação da
qualidade da coisa, a ser examinada por uma entidade
inspetora;
de experimentação: a obrigação fica sujeita a que a
mercadoria seja processada e de fato apresente as
qualidades anunciadas;
de comerciabilidade: a obrigação fica subordinada a
que o mercado aceite a mercadoria que o vendedor
oferece.
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A Interpretação dos Contratos
Objetiva esclarecer o sentido de disposições dúbias ( “não
se interpreta o que está claro”).
Objetiva também suprir omissões, lacunas, que são
preenchidas da seguinte forma:
– com o que estiver implícito no contrato;
– com termos e contratos-padrão referidos;
– com as condições constantes da lei;
– com a prática e os usos comerciais na praça;
– com o modo pelo qual as partes agirem.
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Normas Básicas de Interpretação:
Aquilo que as partes escreveram no contrato prevalece
sobre qualquer termo ou contrato-padrão que haja sido
adotado por referência.
–“O expresso vale mais do que o referido.”
Sempre se considerará que as partes negociaram e
devem comportar-se de boa-fé. As leis mais recentes
exaltam sempre a boa-fé.
–“A má-fé tudo corrompe”.
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Extinção das Obrigações
As obrigações nascem para desaparecer. Elas desaparecem pelos
seguintes motivos:
– cumprimento: o devedor cumpre a obrigação.
– novação: uma nova obrigação substitui a antiga, ou uma das
partes é substituída na relação.
– compensação: o devedor passa a ser credor de seu credor, e vice-
versa. Pode ser parcial.
– prescrição: se não exigida em certos prazos, a obrigação deixa
legalmente de existir.
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5. Contratos mais Importantes em Comércio 
Internacional
O Transporte Marítimo Internacional
A Compra e Venda
O Agenciamento ou Representação Comercial Internacional
Os Seguros
Empréstimos e outros Negócios Bancários
– Cartas de Crédito
– Cartas de Garantia (“Bonds”)
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6. A Compra e Venda
É o contrato pelo qual alguém se obriga a transferir
a propriedade de uma coisa a outrem, mediante
pagamento em dinheiro.
Para que haja compra e venda, não é necessário que
a coisa seja imediatamente transferida, nem que o
preço seja imediatamente pago (contrato consensual).
A coisa pode pertencer a terceiro, ou nem mesmo
existir, à época do contrato.
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Elementos da Compra e Venda:
1) a coisa a ser vendida, que pode ser:
•fungível ou infungível, própria ou alheia, atual ou futura, corpórea 
ou incorpórea (direitos).
2) o preço a ser pago, que pode ser:
•determinado ou determinável.
3) as condições do negócio:
•pura e simples (à vista) ou a prazo; 
•a condição (suspensiva ou resolutiva).
4) o acordo de vontades.
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Quando se transfere a propriedade?
O princípio geral é de que a
propriedade das coisas vendidas se
transfere com a entrega.
Pode haver a entrega simbólica das
coisas.
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99
 Pode-se, por contrato, estipular que a
posse das coisas se considera transferida
(cláusula constituti, ou constituto possessório);
 Pode-se transferir a propriedade pelo
endosso do conhecimento de embarque
(“bill of lading”) ou de depósito.
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Quando se transferem os riscos?
O princípio geral é de que os riscos sobre a coisa correm por
conta de seu dono.
– Esse princípio pode, por contrato, deixar de ser
aplicável.
Com a entrega da coisa, a propriedade se transfere, e os
riscos também.
Contratos FOB, CFR e CIF: riscos se trans-ferem quando
mercadoria é embarcada, esteja ou não endossado o B/L
respectivo.
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101
Os “Strings” de Venda
A mesma mercadoria é comprada e vendida várias vezes, em
negócios sucessivos.
Os preços em geral variam, mas as demais condições, não
(especificações, prazos, etc.)
Todas as mensagens recebidas de quem está acima (à montante) no
“string”, são transmitidas a quem está abaixo (à jusante).
O primeiro vendedor embarca a mercadoria e o último comprador a
recebe.
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O Transporte Marítimo Internacional
Contrato que remonta à pré-história, corresponde
sempre a um grande risco.
O conceito de “aventura marítima”, ou comunhão de
interesses envolvendo o transportador e os donos da
carga embarcada.
É um contrato de meios, e não um contrato de
resultado. O armador não se responsabiliza pelo êxito
da travessia.
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103
A exclusão da Responsabilidade do 
Transportador Marítimo
Transportadores foram aperfeiçoando seus contratos para
excluir sua responsabilidade;
Erros do capitão e da tripulação não acarretam a
responsabilidade do armador;
STF brasileiro considera nula a cláusula que afasta a
responsabilidade do transportador;
Contratos de transporte (“charter parties”) determinam
aplicação de lei estrangeira.
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104
O que diz a Justiça brasileira
O Supremo Tribunal Federal do Brasil considerou a cláusula de
não indenizar nos contratos de transporte marítimo ilegal.
Súmula 161 do STF.
No Brasil, ela não vale, mas nos outros países, vale.
Então os transportadores incluem uma outra cláusula dizendo
que todas as ações sobre seus contratos serão julgadas fora do
Brasil.
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105
A Cláusula de Não Indenizar
Os transportadores dizem que não podem se responsabilizar
pelo que acontecer com a carga por causa dos perigos do mar.
Dizem também que seus navios correm o mesmo risco que a
carga. Se afundar, todo mundo perde, eles e os donos das
cargas.
Por isso, acham razoável a cláusula de não indenizar e não
aceitam negociá-la.
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A “Seaworthiness” do Navio
Transportador deve apresentar navio em condições
de mar (“seaworthy”), equipado e provido para iniciar
e concluir a viagem;
Se, ao iniciar-se a viagem, o navio não está
“seaworthy”, transportador é responsável por danos
que a carga venha a sofrer;
Se o navio se torna “unseaworthy” depois de zarpar,
o transportador não é responsável.
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107
Avaria Grossa (“General Average”)
Se o capitão voluntariamente causa dano ao navio ou
à carga para salvar a aventura marítima, pode declarar
Avaria Grossa.
O mesmo se dá quando é necessário fazer uma
Arribada Forçada (procurar um porto para escapar dos
perigos do mar).
Nesses casos, o prejuízo é rateado entre todos, navio
e carga, por média ponderada.
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Avaria Grossa
Se o navio estava “unseaworthy” quando zarpou,
não cabe declarar Avaria Grossa. Exemplos de
avaria grossa:
– capitão sacrifica a máquina para evitar ciclone;
– capitão mandaalijar carga para salvar navio;
– capitão encalha navio para evitar naufrágio.
Capitães inescrupulosos às vezes declaram
Avaria Grossa indevidamente, para consertar o
navio às custas dos donos da carga.
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Charter Party e Bill of Lading
“Charter party” ou carta-partida é o contrato de
transporte marítimo.
A C/P contém muitas cláusulas destinadas a proteger
o transportador (fretador) e que agravam as condições
para o afretador.
O Conhecimento de Embarque (“Bill of Lading”)
representa a propriedade da carga e a obrigação para o
fretador de entregá-la.
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O Bill of Lading ( B/L)
O B/L ou Conhecimento de Embarque é um documento que
atesta que a carga foi entregue ao transportador.
Ele também representa a propriedade da carga: o seu
detentor é o dono da carga.
Se o B/L for endossado, a propriedade da carga passa para o
endossatário.
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Problemas com o B/L
Se a carga é entregue avariada, mal embalada ou em
quantidade menor que a declarada, o transportador pode
escrever uma ressalva no B/L dizendo isso.
Desse modo, ele se livra de reclamações.
Um B/L com ressalva ("sujo") não serve para receber o preço
da mercadoria através de uma carta de crédito bancária.
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113
O Agenciamento Internacional
O “proxenétes” da antiguidade grega.
A necessidade de contar com alguém que conheça o
mercado e obtenha vendas.
A diversidade internacional das leis sobre o assunto. A
lei brasileira nº 4.886/65.
Os perigos de não se contar com um contrato bem
redigido, estipulando com clareza os direitos e
obrigações do agente.
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O Agente deve estar obrigado a:
 Pesquisar o mercado em seu território;
 Reportar informações periodicamente;
 Manter contato com clientes potenciais;
 Promover vendas, observando as tabelas;
 Solucionar problemas pós vendas;
 Auxiliar nas cobranças;
 Manter confidencialidade;
 Não oferecer garantias adicionais.
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O Território do Agente
A área de atuação deve ser bem delimitada;
O agente não deve ter o direito de contatar
compradores no território de outro agente;
O território não deve ultrapassar aquele onde o agente
é mais eficiente;
Pode-se ir aos poucos estendendo o território do
agente, à medida que ele produz.
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Prazo do Agenciamento
Contratos longos não são aconselháveis para o
representado (“principal”);
Nunca aceitar contrato que seja renovável
automaticamente;
Prazos de 1 a 2 anos, no máximo.
É boa prática limitar o escopo do contrato a
determinados produtos ou oportunidades de negócio
que se tenha em vista.
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A Remuneração do Agente
Em geral, remunera-se o agente através de uma comissão
percentual.
Evitar pagar adiantamentos. A comissão só deve ser paga
quando o preço da venda for integralmente recebido, sem
descontos.
Evitar o reembolso de despesas.
Deixar claro que o agente paga seus próprios sub-
agentes, vendedores e empregados
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A Exclusividade do Agente
O Agente tem legítimo interesse em ser exclusivo em
seu território.
O Representado (“principal”) tem legítimo interesse
em não dar a exclusividade.
Pode-se conceder exclusividade em mão dupla: a
exclusividade é recíproca.
Pode-se conceder exclusividade se e enquanto o
agente atingir um nível mínimo.
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A Negociação da Exclusividade:
Pode-se conceder a exclusividade restringindo o
território, ou o prazo do contrato;
Pode-se restringir o escopo do contrato (reduzindo-se
a lista de produtos ou de clientes para os quais o
agente é exclusivo);
Agentes exclusivos desonestos podem barrar a venda
de produtos de seu principal no território, para
beneficiar concorrentes.
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