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Urina 1

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Urina 1
Junto com o hemograma é o exame mais solicitado na clínica. Assim como o hemograma não fecha diagnóstico, somente direciona para alguns exames complementares. Pode ser solicitado como Exame de Urina 1, Exame parcial de urina, Urinálise de rotina, Urina tipo 1, U1, ou EAS (Elementos anormais de sedimento – porém já entrou em desuso pela maioria dos profissionais). O exame de urina 1 dá algumas informações sobre a doença, se é uma infecção bacteriana, uma neoplasia de TGU (trato Geniturinário), uma lesão mais alta como glomerulonefrite, pielonefrite, pode ser uma hepatopatia. Esse exame só serve para pedir outros exames complementares a ele, não fechando diagnóstico. Quando pegar o U1 deve-se colocar, é sugestivo de: não podendo fechar o diagnóstico só com o U1.
Deve-se solicitar o U1 quando há dor, ardência, dificuldade e/ou urgência para urinar, micções urinárias muito frequentes, pequeno volume urinário, mau cheiro, coloração opaca da urina, com filamentos de muco. Sendo que se pode solicitar outro exame junto com o de U1, principalmente quando se suspeita de infecção urinária. Pois no U1 se vê que tem bactéria, mas não se sabe qual é a bactéria em questão. É possível diferenciar se é G+ ou G- (Gram positiva ou Gram negativa). Deve-se nesse caso pedir junto com o U1 uma cultura, e o resultado vem especificando a bactéria e com o antibiograma (que serve para mostrar qual é o antibiótico específico para matar as bactérias).
O exame de urina 1 tem quatro etapas: Avaliação da amostra, Análise física, Análise química (que são as partes macroscópicas – analisando visualmente, colocando fita de pH para medir) e a análise microscópica do sedimento.
Avaliação da amostra: a qualidade do resultado depende da coleta (deve-se conversar com o paciente para que não fique retendo a urina por grande quantidade de tempo). O Volume mínimo (descrito em literatura) é de 20mL (a não ser que o paciente tenha incontinência urinária onde o paciente não conseguirá coletar essa quantidade, crianças onde é colocado o coletor – se conseguir entre 5-10mL é possível fazer o exame), a urina deve estar refrigerada, NUNCA congelada para manter a preservação dos elementos figurados. A urina deve ser colhida no máximo 2 horas antes do exame. Deve estar identificado o recipiente.
Colocou-se no pedido de exame Urina 1 qualquer laboratório falará para o paciente que ele deve fazer uma assepsia da área genital, desprezar o primeiro jato e colher o próximo jato (esse primeiro jato que é desprezado serve para fazer a limpeza do canal uretral). Na literatura está dizendo que é recomendável a coleta da primeira micção da manhã ou uma amostra com pelo menos duas horas de intervalo da última micção.
No caso de suspeita de uretrite se deve pedir urina um com coleta de primeiro jato, pois é uma infecção da parte mais baixa do TGU e se o primeiro jato for desprezado fará a limpeza da uretra, levando a um falso negativo (caso o paciente tenha uretrite), deve estar escrito COM COLETA DE PRIMEIRO JATO, pois o laboratório não tem que saber se na uretrite é coletado ele ou não.
Análise Física: o aspecto normal da urina é límpido, podendo haver uma ligeira turvação não é indicativo de sinal patológico. Já se a turvação for mais acentuada é um sinal patológico. Pode ser observado assim que for realizada a coleta.
Causas não patológicas de turvação: células epiteliais escamosas, muco, fosfatos, carbonatos (alguns medicamentos), espermatozoides, contaminação fecal (acontece bastante com coleta de crianças com uso de coletor), contrastes radiológicos, cremes vaginais. Se estiver escrito que a urina esta turva, sem nada mais no laudo pode ser por algum desses motivos.
Causas patológicas de turvação: presença de eritrócitos, leucócitos bactérias, fungos, linfa, lipídios e cristais (tudo é visto na análise microscópica). Alguns cristais têm significado, outros não. Deve-se saber a origem do cristal para saber se é patologia ou não.
Odor quando normal é característico de urina. Quando está com odor fétido, amoníaco é característico de infecção bacteriana (ITU – infecção do trato urinário) – decomposição das bactérias. Quando o odor é frutado, doce é característico de diabético ou de crianças em processo de desidratação há eliminação de corpos cetônicos.
A coloração é amarelo citrino, o que se deve ao pigmento urocromo. A coloração pode apresentar variações (pode ser por influência de medicamentos, como analgésico das vias urinárias) se não souber que a paciente está tomando o medicamento o médico poderia pensar que a paciente está eliminando eritrócitos, pois esse medicamento deixa a urina numa coloração laranja avermelhado. 
Amarelo claro, amarelo é a coloração normal da urina. Incolor quando a urina está muito diluída. Amarelo escuro quando a urina está muito concentrada ou está eliminando bilirrubina. Alaranjada quando tem uma baixa concentração de eritrócitos. Vermelho a vermelho amarronzada quando há hematúria e hemoglobina (o que ocorre na anemia hemolítica). Marrom avermelhada quando a mioglobinúria (pode ser por rompimento, fratura, acamados por muito tempo) e hemoglobinúria (não é diferenciada da mioglobinúria só são diferenciados na microscopia). Esverdeada quando a grande concentração de bilirrubina (o que ocorre em doenças hepáticas).
O volume não tem interesse, pois a maioria dos laboratórios nem solta esse valor. Só terá interesse quando for exame de urina de 24 horas.
Densidade é a comparação em relação com a água, deve estar entre 1,003 – 1,029, se estiver baixa reflete um alto grau de hidratação do paciente, se estiver elevado pode ser qualquer coisa que não devia aparecer na urina (como Glicosúria, Proteinúria) elevando sempre próximo do valor referencial.
Análise química: o pH para a urina de um indivíduo normal é de 4,5 a 7,8, não é lançada no laudo a média, é preciso decorar.
A Urina Ácida pode ser por diarreia grave, acidose metabólica e respiratória, perda de potássio, dieta rica em proteínas, infecção das vias urinárias por Escherichia coli (onde servirá a antibiótico terapia).
80% das infecções urinárias nas mulheres são causadas por E. coli.
Urina ácida é uma característica relevante para a infecção por E. coli, pois 90% de chance de uma infecção.
A Urina Básica pode ser por alcalose respiratória ou metabólica, na presença de cálculos renais, infecção das vias urinárias, especialmente por microrganismos que utilizam ureia (Proteus e Pseudomonas sp).
O material é o papel de Tornassol que contem vários quadradinhos que ficam corados após 10 segundos em que ficou em contato com a urina.
Glicose não é normal aparecer na urina, e quando aparece é denominada de glicosúria, quando o paciente está bem é associada a hiperglicemia (Diabetes mellitus, pancreatite, câncer pancreático, hipertireoidismo, estresse, diabetes gestacional), ou associada a problema renal (Síndrome de Fanconi, doença renal avançada, gravidez).
Síndrome de Fanconi -> quando o paciente tem uma dificuldade na reabsorção de nutrientes, principalmente glicose.
No diabetes só ocorrerá a glicosúria caso a glicose ultrapasse o limiar renal de glicose que é 256mg/dL.
Cetonas é o produto do metabolismo de gorduras e ácidos graxos. Pode estar aumentado em jejum prolongado, e em diabéticos (cetoacidose diabética). O Significado clínico dos corpos cetônicos são: Acidose diabética, jejum, doenças pancreáticas, exercício extenuante, vômitos.
A bilirrubina não deve aparecer na urina, e quando isso ocorrer se deve pensar em doenças hepáticas (como hepatite, cirrose, outros distúrbios hepáticos, obstrução biliar), devendo pedir exames complementares para dar um diagnóstico final, podendo pedir para a hepatite a sorologia (se A, B, C, etc.), para cirrose solicitar Avaliação da função hepática (TGO, TGP, Amilase, Bilirrubina). Para distúrbios hepáticos e obstrução biliar deve-se conversar com o paciente para saber para qual exame direcionar.
Urobilinogênio é o produto de degradação da hemoglobina (redução da bilirrubina pelas bactérias intestinais) e sempreanda acompanhado da bilirrubina, estando sempre um alterado o outro também estará. Está aumentado em distúrbios hemolíticos, nas hepatopatias (hepatites, cirrose).
Nitrito é importante nas infecções bacterianos (infecções das vias urinárias), é causada por microrganismos que reduzem o nitrato a nitrito. As infecções mais comuns são: Cistite (infecção das vias urinárias baixa), Pielonefrite (infecção das vias urinárias alta). Deve-se fazer a avaliação da terapia antibiótica.
As principais bactérias quando o nitrito dá positivo sugerem bactérias G-. quando o nitrito é negativo sugerem-se bactérias G+. mas é preciso ver se tem bactérias no resultado.
Proteína é indicador inicial de patologia renal, mas se aparecer a proteína sozinha (uma cruz ,+) não indica muita coisa, deve-se pensar em patologia renal quando forem 3+/4+ 4+/4+. Pois é onde começa a fazer agregação das proteínas formando cilindros é importante.
A presença de bactérias fazem aparecer traços de proteínas, assim como a presença de hemácias.
Causas fisiológicas de aparecimento de proteínas: exercício físico intenso, exposição ao frio, febre alta, desidratação, hipertensão, secreções vaginais, espermatozoides. Tudo isso leva ao aparecimento de proteínas, porém não indica lesão renal, o que deve ser observado pelo médico. Mas vem escrito no laudo.
Tem significado clínico a presença de proteínas quando há: lesão, trauma muscular, doenças glomerulares (com agregação de proteínas), síndrome de Fanconi (onde não tem reabsorção dos nutrientes), exposição a agentes tóxicos (metais pesados – onde trabalhadores dessa área fazem o exame mensalmente para ver se não a presença de proteínas), infecções virais, infecções/inflamações do trato urinário.
Feita toda a análise macroscópica (tudo citado até agora) é realizada a análise macroscópica, pegando 10mL da urina colocando num tubo cônico que ficará na centrífuga por 5minutos a 5000 rpm, acumulando sedimentos, que será pego 2 gotas desse sedimento e colocado na Câmara de Neubauer onde será feita a análise. Essa câmara tem muitas divisões, é dividida em 100 partes, e como já foi pego 1/10 da amostra tudo o que for contado nessa câmara deve-se multiplicar por 1000. Esses valores vem junto com os valores referenciais.	Alguns laboratórios não liberam as células por não acharem importantes, a não ser que tenha alguma alteração morfológica nas células. Normalmente são células de descamação do epitélio. Se houver alguma alteração (pelo menor número que seja) o laboratório irá colocar.
O número de hemácias também tem uma quantidade considerada normal, podendo ser de 3-10 por campo ou 3000-10000, com valores acima desse valor referencial é considerado hematúria.
A forma da hemácia é importante para identificar a origem, servindo de diagnóstico diferencial. Estão-se esféricas (eumórficas ou regulares – hemácias normais) quando tem origem no trato urinário. Quando estão crenadas (irregulares, dismórficas) característica de problema glomerular (pensando inicialmente em glomerulonefrite). Quando não fala qual o tipo da hemácia é por que está normal. Hematúria glomerular com presença de granulócitos e agranulócitos, com hemácias dismórficas, isso no laudo só falará se a hemácia é regular ou não. Mas existem exames para especificar, só que é pedido separadamente. Hematúria não glomerular, ausência de granulócitos, agranulócitos, seria somente as hemácias esféricas.
Principais causas de hematúria: Cálculos renais, glomerulonefrite (hemácias dismórficas), tumores, trauma, pielonefrite (deve aparecer hemácias, leucócitos, proteínas, e pode ter bactérias ou não), exposição a produtos químicos, tóxicos ou drogas.
Os leucócitos também são considerados normais em baixas quantidades 5-10 por campo, ou 5000-1000. Quantidades aumentadas indicam a presença de lesões inflamatórias, infecciosas ou traumáticas em qualquer nível do trato urinário (glomerulonefrite, pielonefrite, tumor, cistite, prostatite e uretrite).
Os cristais dificilmente tem significado clínico para o médico. Quando aparecem cristais de oxalato de cálcio se deve pensar na alimentação, em medicamentos.
Somente terá significado quando aparecer cristais anormais como Cristais de Cistina e Leucina (que estão relacionados com problemas hereditários – nos túbulos renais não tem absorção), cristais de colesterol (se deve solicitar exame complementar de sorologia), e cristais de tirosina (relacionado com problemas hepáticos graves – pode aparecer bilirrubina positiva com urobilinogênio alterado e presença de cristais de tirosina – sendo isso uma associação a ser feita por nós).
Os cristais normais de oxalato de cálcio são os mais comuns a aparecer estando relacionado com os medicamentos (dipirona, AAS), com inclinação de 4 a 5 dias após o início o tratamento de certos medicamentos, encontrando quase sempre. Carbonato de cálcio também é comum. Cristais de ácido úrico são normais em pouca quantidade, quando em excesso se deve pensar em Gota, pedindo como exame complementar a pesquisa de ácido úrico no soro. Também tem os cristais de uratos e os cristais de fosfatos que são normais.
Cilindros são elementos exclusivamente renais, são compostos de agregações de proteínas. Quando as proteínas estão em uma alta concentração as proteínas começam a se agregar, formando um elemento semelhante a um cilindro. Tem-se proteína positiva pode ter ou não cilindro negativo, mas se tiver cilindro positivo obrigatoriamente terá proteína positiva.
Podem se agregar aos cilindros várias outras substâncias como leucócitos (quando estão com grande eliminação) levando a formação de um cilindro leucocitário (cilindro com agregação de leucócitos). Se tiver agregação de hemácias chama-se cilíndrico hemático. Podemos também ter o cilindro bacteriano (quando agregado bactérias), cilindro hialino (quando não tem nada agregado ao cilindro – somente proteínas). Dependendo desse cilindro também dá para ter uma noção do que está acontecendo com o paciente.
Cilindros hialinos assumem significado quando aumentados, podendo aparecer uma cruz (+), não devendo pensar assim em doença renal avançada (tem laboratórios que soltam cilindros com valor de referência).
Cilindro hemático o sangramento está no interior do néfron, e consequentemente as hemácias também estarão aumentadas, deve-se pensar em glomerulonefrite.
Cilindro leucocitário é mais frequente na pielonefrite (inflamação no interior dos néfrons).
Cilindros granulosos geralmente quando estão degradando, não identificando qual é. (agregação das proteínas, desintegração de outros cilindros e não patológicos pela excreção dos lisossomos).
Devemos nos preocupar no momento com os cilindros hialinos (presente em todas as lesões renais), cilindros hemáticos (mais frequente em glomerulonefrite), cilindro leucocitário e cilindro bacteriano (presentes principalmente em pielonefrite). Os demais não tem importância para o Análises Clínicas I.
Tipos de cilindro: Hialino, hemático, leucocitário/bacteriano, celular, granular, céreos, adiposos, e largos.
Outros componentes do sedimento: Bactérias (pensa-se em infecção), Levedura (pensa-se em Cândida, pacientes diabéticos), Parasita (Trichomonas vaginalis), e o Muco (não tem significado clínico, quando em pequena quantidade é sugestivo de contaminação vaginal).

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