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RELATÓRIO DE ANÁLISES TOXICOLÓGICAS Caroline Rosa Pereira Farmácia, Turma 2 Thaís Prado de Oliveira Maria Thereza Homem Determinação de Ácido delta-aminolevulínico Introdução O chumbo foi um dos primeiros metais que o homem aprendeu a usar. Por ser utilizado de forma tão intensiva e por tão longo tempo, a história de sua intoxicação é extensa. Os casos atuais de intoxicação são em geral, mais brandos do que os de 50 anos atrás. Os casos de toxicidade resultam tanto da exposição ambiental quanto da industrial. É considerado uma doença crônica, às vezes com episódios sintomáticos agudos que levam ao efeito crônico irreversível. Seus compostos inorgânicos apresentam duas vias de absorção: 1. Respiratória: importante via na exposição ocupacional. 2. Digestiva: rota predominante. Após a absorção, é distribuído pelo sangue, inicialmente nos tecidos moles, principalmente no epitélio tubular dos rins e fígado, onde parte é excretada na bile, outra é armazenada e uma terceira penetra na circulação na forma de fosfato de chumbo. Com o tempo, é redistribuído e depositado nos ossos (95%), dentes e cabelo, provavelmente por seguir as rotas metabólicas do cálcio. Finalidade da Análise O chumbo detém grande afinidade por radicais sulfidrila, o que lhe confere capacidade de interferir com grande número de sistemas enzimáticos. Um dos seus efeitos mais estudados é a capacidade de interferir com a biossíntese do heme, particularmente inibindo as atividades da ALA-D e da ferroquelatase. A ferroquelatase é uma enzima mitocondrial que se incumbe da parte final da formação do heme, que é a incorporação do ferro a protoporfirina IX. Por sua vez, a ALA-D é uma enzima citoplasmática da biossíntese, que é a formação do porfobilinogênio a partir de duas moléculas de ácido delta-aminolevulinico. Da inibição da ALA-D é inversamente proporcional a concentração de chumbo no sangue a partir de 10 ug/dL, embora, aparentemente, não haja uma concentração limiar de chumbo para a inibição da enzima. A determinação da atividade da ALA-D permite a verificação de efeito associado ao chumbo em níveis de exposição inferiores aos limites para o indicador biológico da exposição ocupacional, e, dos efeitos mensuráveis para o chumbo, representa o de maior especificidade e maior sensibilidade. A técnica fundamenta-se em determinar a concentração ácido delta-aminolevulínico (ALA) na urina, pois este é um biomarcador de exposição ao chumbo e o mais aceito para avaliar exposições biológicas ao metal. Fundamento da técnica A alteração bioquímica produzida pelo chumbo, ou seja, a inibição da ALA-D pode ser quantificada através da condensação do ALA com uma molécula de acetoacetato de etila formando um complexo ALA-pirrol. Esse complexo é extraído com acetato de etila e colocado para reagir com Reativo Ehrlich (p-dimetilaminobenzaldeído) formando um complexo de coloração rosa chamado ALA-pirrol-PABA, em seguida, quantificado por espectrofotometria visível no comprimento de onda de 553 nm. Procedimento 4.1 Amostra Amostra de urina 3° (tubo A3) A3 I REF I 1mL de urina do tubo A3 1mL de urina do tubo A3 + 1mL de tampão acetato + 1mL de tampão acetato Adicionar 200µL (0,2mL) Banho fervente por 10 min Acetoacetato de etila Agitar por 5s Formação do Complexo ALA-pirrol Banho fervente por 10 min Esfriar com água da torneira Adicionar 3mL Acetato de etila Centrifugar por 3 min para separação da fase orgânica Retirar 2mL da fase orgânica (superior) e transferir para outros dois tubos A3 II e REF II A3 II REF II A3 II REF II Adicionar 2mL do Adicionar 2mL do Reagente Ehrlich Reagente Ehrlich Aguardar 10 min Aguardar 10 min Transferir para Cubeta Transferir para Cubeta de vidro de vidro Realizar leitura ƛ=553 nm Zerar (espectrofotômetro) Anotar valor da Absorbância Realizar leitura ƛ=553 nm Anotar valor da Absorbância 4.2 Padrão B I 2 I 5 I 10 I 20 I 30 I 1mL 0,96mL(960µL) 0,90mL(900µL) 0,80mL(800µL) 0,60mL(600µL) 0,40mL(400µL) de água de água de água de água de água de água +0,04 (40µL) +0,1mL(100µL) +0,2 (200µL) +0,4mL (400µL) +0,6mL (600µL de padrão de padrão de padrão de padrão de padrão Adicionar 1mL de tampão acetato Adicionar 200µL(0,2mL) Acetoacetato de etila Agitar por 5 segundos Formação do Complexo ALA-pirrol Banho fervente por 10 min Esfriar com água da torneira Adicionar 3mL Acetato de etila Centrifugar por 3 min para separação da fase orgânica Retirar 2mL da fase orgânica (superior) e transferir para outros tubos B II 2 II 5 II 10 II 20 II 30 II B II 2 II 5 II 10 II 20 II 30 II Adicionar 2mL do Reagente Ehrlich Aguardar 10 min Transferir para Cubeta de vidro Zerar com B II (espectrofotômetro) Transferiu cada amostra para Cubeta de vidro e realizou-se a leitura =553 nm para cada uma Anotar valores das Absorbâncias Resultados Concentração (mg/L) Absorbância 1 Absorbância 2 0 0 0 02 0,040 0,148 05 0,066 0,300 10 0,844 0,774 20 1,626 1,496 30 1,955 0,972 Para a plotagem do gráfico e realização da curva com melhor resultado, foram utilizados os valores da absorbância 2, sendo que o valor da concentração de 30mg/L foi descartado para obter-se um R² de valor considerával. Gráfico: Curva de Calibração Absorbância x Concentração (mg/L) Cálculos para determinação do ALA Abs da amostra 3 = 0,840 y = 0,0758x – 0,0173 0,840 = 0,0758x - 0,0173 0,0758x = - 0,0173 – 0,840 x = 11,310 mg/L Cálculos para determinação de creatinina Amostra 3 11,310 mg ALA/L 1,5 g/L creatinina x 1 g/L creatinina x= 7,54 mg ALA/ g creatinina VR ALA= 4,5 mg ALA/ g creatinina VR CREATININA= 0,3 g/L a 3,0 g/L IBMP= 10 mg ALA/ g creatinina Conclusão O valor de referência de acordo com a legislação é VR creatinina 0,3 g/L a 3 g/L, o índice biológico máximo permitido (IBMP) determina um valor máximo 10 mg ALA/g creatinina no qual se supõe que valores acima disso, é necessário acompanhamento médico,já o VR ALA o máximo é 4,5mg/g de creatinina. De acordo com os resultados obtidos pode se afirmar que o indivíduo da amostra 3 não foi exposto ao metal, uma vez que o valor de ALA está abaixo tanto para o valor de referência creatinina quanto para o IBMP, para valor de referência ALA, está acima do VR , indicando que o mesmo foi exposto, porém isso pode não acarretar danos expressivos no organismo, depende de cada indivíduo. Bibliografia MOREAU, R. L. M.; SIQUEIRA, M. E. P. B. Toxicologia Analítica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2010.
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