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Direito Penal I

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Direito Penal I
prof: Flávia Maia
Bibliografia: DIREITO PENAL – PARTE GERAL
Luiz Flávio Gomes – Vol. 2 Ed. RT
Cezar Roberto Bitencourt – Vol 1 Ed. Saraiva
Paulo Queiroz – ed. Podivium
Juarez Cirino dos Santos – ed. Lumem Juris
Rogério Grego – mais fácil
Código Penal
Niterói, 24 de fevereiro de 2015.
Direito Penal é a parte do direito que dá sanção para quem não cumpre as leis; É um conjunto de normas para colocar um limite ao Estado o direito de punir. Ele surge para garantir um processo justo.
O direito Penal é opressor, porque quem faz as leis é uma determinada classe.
Quem decide as condutas que serão criminalizadas é o legislativo.
Lei não é a mesma coisa que justiça.
O direito penal não cumpre as suas promessas; afinal não há ressocialização.
O Direito Penal fracassou. Alguns querem acabar com o Dir. Penal, mas a sociedade também não está preparada para isso. Então surgiu o movimento da Intervenção Mínima, que deixa para aplicar o Direito Penal em último caso.
PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL
1. PRINCÍPIO DA INTERVENÇÃO MÍNIMA
-Ultima ratio.
a) Fragmentariedade: deixar o direito penal para bens jurídicos relevantes. Ex: vida, integridade sexual.
b) subsidiariedade: primeiro tenta se resolver em outras esferas. Direito Civil, trabalhista [AUDIOOOO]
2. PRINCÍPIO DA LESIVIDADE / OFENSIVIDADE:
- Visa proibir a incriminação de uma atitude interna: ninguém pode ser punido por pensar algo.
- Visa proibir a incriminação de atitudes que não excedam o âmbito do próprio autor. (Só pode ser punido se danificar ou expor em perigo o bem de terceiros. Ex: autolesão e suicídio não são crimes.)
- Visa proibir a incriminação de certos estados de condição
- Visa proibir a incriminação de condutas desviadas que não afetem qualquer bem jurídico. Ex: antigamente (crime de perigo concreto) você podia dirigir bêbado desde que não fizesse barbeiragem. A lei seca atual (crime de perigo abstrato) viola esse principio da lesividade.
Niterói, 27 de fevereiro de 2015.
3. PRINCÍPIO DA PROPORCIONABILIDADE OU RAZOABILIDADE.
- A sanção penal deve ser compatível ou proporcional à infração penal praticada pelo agente. 
- Surgiu na lei de talião: “olho por olho, dente por dente.”
Ex: Antes o estupro e beijo na boca a força tinham a mesma pena, de 6 a 10 anos, mas tais atos não podem ser comparados (a violência não se compara), o que feria o princípio da razoabilidade, então a pena mudou.
4. PRINCÍPIO DA VEDAÇÃO DA DUPLA PUNIÇÃO (ne bis in idem)
- Por esse princípio ninguém pode ser punido, processado ou condenado duas vezes pelo mesmo fato, ou pelo mesmo crime.
ex: Um indivíduo pratica um furto, foi processado, condenado e cumpri a pena; Quando em liberdade, após cumprimento da pena, o indivíduo tem cinco anos para não praticar outro crime, assim, voltará a ser primário; porém nunca voltará a ter bons antecedentes. Se dentro desses cinco anos cometer outro crime, ele é considerado reincidente, processado e condenado por esse outro crime. Na prática, os juízes aumentam a pena que seria dada por ele ser reincidente, assim o juiz pratica o ‘ne bis in idem’, o que viola o princípio da dupla punição. O indivíduo estaria recebendo um acúmulo de pena por alguma coisa que já foi cumprida, cumprindo a pena duas vezes pelo MESMO fato.
“Há quem diga que a reincidência daria o direito de diminuição da pena, pois a culpa do indivíduo ter se reincidido é do Estado, já que não cumpriu a promessa de recuperar o sujeito para viver em sociedade.”
5. PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA OU DA BAGATELA
- Não se justifica mais movimentar toda uma maquina judiciária/administrativa, para punir delitos que violem de forma insignificante o bem jurídico.
Ex: Quando há algum furto de mercadoria em um estabelecimento (mercados, lojas de conveniência), se não houver intimidação, qualquer tipo de agressão, não é considerado crime pela sua insignificância. 
*controvérsia: Se você rouba um indivíduo que vende suas mercadorias (barra de chocolate) no sinal de trânsito, mesmo não praticando nenhum tipo de agressão é diferente de roubar um estabelecimento, porque seu produto é um patrimônio significativo, diferente do que seria pro estabelecimento; Logo, a situação é completamente diferente, entra o princípio da razoabilidade. 
6. PRINCÍPIO DA HUMANIDADE
- Princípio que veda as penas vexatórias (vexame), humilhantes, cruéis. Ex: prisão perpétua; banimento.
- Medida de segurança – o critério é a periculosidade do sujeito. Então não existe prazo; o sujeito ficará internado enquanto ele é uma ameaça pra sociedade. 
- Regime Disciplinar Diferenciado (RDD) prevista na lei de execução penal, medida excepcional para o preso que pratique uma falta muito grave. A RDD é o isolamento, que pode durar no máximo 30 dias.
7. PRINCÍPIO DA INDIVIDUALIZAÇÃO DA PENA
- Mesmo que um grupo cometa um mesmo crime, um mesmo fato, cada um levará uma pena (maior de 21, maior de 60, menor, bons antecedentes, conduta social perfeita) tudo é levado em consideração no momento do calculo da pena. A pena tem que ser individualizada.
8. PRINCÍPIO DA IGUALDADE OU DA ISONOMIA
- Todos são iguais perante a lei. Essa igualdade deveria ser material, mas acaba sendo formal.
Ex: Homicídio culposo e a lesão corporal culposa, mas no de transito a pena é bem maior que no código penal. Como o numero de mortes no transito é muito grande, muito maior, por isso nele é maior.
9. PRINCÍPIO DA CULPABILIDADE
- Ao direito penal só interessa as condutas dolosas ou culposas. É irrelevante pro direito penal qualquer conduta desprovida de dolo ou culpa.
10. PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
- O princípio da legalidade é o mais importante do direito. 
- A partir do momento que uma lei entra em vigor, ela age daquele momento pra frente.
- Primeiro do código penal. Art. 1º P. Da legalidade. 
- Fazem parte do princípio da legalidade o: Princípio da anterioridade; Princípio da taxatividade; Princípio da reserva legal.
“Art. 1º. Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal”.
-Só há crime quando há lei expressa anteriormente. A lei tem que ser sempre anterior ao fato, porque se não causa uma insegurança jurídica.
- Princípio da Reserva Legal: Somente a união pode legislar sobre o direito penal.
- Medida provisória não é lei, tem força de lei, mas não é lei.
ARTIGOS
Art. 2º: Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais de sentença condenatória. 
Parágrafo único: A lei posterior, que de outro modo favorece o agente, aplica-se ao fato não definitivamente julgado e, na parte em que comina pena menos rigorosa, ainda ao fato julgado por sentença condenatória irrecorrível.
Hipóteses de Lei Penal no tempo: 
“Abolitio criminis”: fato que antes é considerado criminoso e com advento de uma lei nova, deixa de ser crime. Então antes temos esse fato como sendo infração penal e com revogação dessa lei deixa de ser crime. (ex: adultério) Todos que estão com inquérito em andamento ou já cumprindo pena entram em liberdade.
“Novatio legis incriminadora”: Ao contrário do abolitio criminis, que enquanto o fato que é considerado crime deixa de ser crime, aqui é o contrário: É uma nova lei que vem incriminando uma determinada conduta. Uma lei que antes era permitida, com base nessa lei nova passa a ser permitida. (ex: lei de tortura, lei dos crimes ambientais).
“Novatio legis in pejus”: É uma nova lei que vem pra prejudicar o sujeito. Lei nova que vem para agravar a situação do sujeito. (ex: estupro) Sai uma lei nova que antes era de 3 a 8 anos, e que agora é de 4 a 10 anos. Então agravou a pena.
“Novatio legis in mellius”: Uma nova lei que vem para melhorar a situação do sujeito. Lei mais benéfica (ex: Art. 28 da lei antidrogas) Não deixou de ser crime, mas a lei nova veio melhora porque despenalizou.
Continuidade Normativo típica: O fato continua sendo crime só que em outro tipo penal. [muda de endereço] (ex: Art. 213 - Estrupo, Art. 214 -Atentado violento ao pudor; com a lei 12.015, o art. 214 foi revogado e deslocado para o Art. 213.)
Ainda dentro do Art. 2º, é dito que a lei posterior quando mais benéfica goza de extra-atividade, ela tem elasticidade (anda pra frente e anda para traz). A lei mais benéfica vai retroagir para atingir fatos passados. A lei que ultra-age nunca atinge fatos passados.
Abolitio Criminis e Novatio Legis in Mellius podem Retroagir e ultra agir.
 
> Reclusão inicia o cumprimento da pena em regime fechado
> Detenção é em regime aberto, sai trabalha, estuda e volta só à noite. [mais benéfica]
É possível a combinação de leis pelo juiz para beneficiar o réu. O juiz é obrigado a beneficiar o réu. O juiz é imparcial, mas o direito Penal não.
1º corrente: O Juiz não pode combinar leis, pois estaria legislando.
2º corrente: Amplamente majoritária. Sim, o juiz pode combinar leis em favor do réu, por uma questão de integração analógica. [STF está pacificado na segunda corrente]
Lei - A partir do momento que uma lei entra em vigor, ela age daquele momento pra frente.
- Normas penais em branco são incriminadoras-> possuem um preceito primário e outro secundário
- O preceito primário é sempre incompleto. (Art. 33, lei de drogas)
- E a sanção que é o preceito secundário, é completa.
Niterói, 6 de março de 2015.
Art. 3º - Normas excepcionais e temporárias.
Norma excepcional: é feita para vigorar em períodos anormais (situação de Guerra, calamidade pública, estado de sítio, etc.). Esta norma perdurará enquanto perdurar o período de exceção. 
Leis temporárias: são dotadas de auto revogação. Iram viger por um período determinado de tempo. (ex: as vezes o governo precisa de uma lei rápida – vaca loca: “do período de tanto a tanto fica proibida a importação de carne vermelha da Europa”.) Ela entra em vigor e já traz no próprio bojo a sua revogação, o seu período de vigência.
Ambas gozam de ultra atividade, ainda que serão revogadas, valem para aquelas pessoas que a infringiram enquanto estavam vigendo.
Art. 4º - Tempo do Crime
Teoria da Atividade: reputasse praticado o crime no momento da conduta praticada pelo a gente. Desconsiderando-se o momento do resultado produzido. Imputabilidade do agente e a Lei Vigente.
Teoria do Resultado: considera-se praticado o crime no momento em que o agente produz o resultado almejado.
Teoria mista ou ubiquidade: considera-se praticado o crime tanto no momento da conduta tanto no momento do resultado.
O Brasil adota a teoria da Atividade. 
Exceção do Art. 4º - Tipos penais que não se adequam a esse artigo, são os Crimes Permanentes:
O artigo quarto não se aplica aos crimes permanentes. 
Crime permanente é aquele que o crime se consuma e essa consumação se prolonga/ se estica no tempo. (ex: sequestro, furto de energia elétrica, reduzir alguém a condução análoga de escravo, crime de associação criminosa).
No sequestro, priva-se a liberdade da vitima. No momento em que ela perdeu a liberdade, o crime esta consumado, mas enquanto ela esta no cativeiro este crime esta em andamento. Cabe flagrante delito a qualquer momento, porque é um crime que se consumou e essa consumação vai se esticando.
O Crime permanente excepciona tanto o tempo do crime quanto a extra-atividade da lei mais benéfica, então não se aplicará a lei mais benéfica.
Trabalha-se sempre com a teoria da atividade, salvo nos crimes permanentes.
Art. 5º - Territorialidade.
Existem duas espécies de territorialidade: Absoluta e Relativa (ou territorialidade temperada).
. Absoluta: No direito penal se prepondera o local e o lugar onde se cometeu o crime, não importa a nacionalidade do agente ou da vítima. 
No Brasil e praticamente no mundo todo se utiliza a territorialidade relativa:
. Relativa: Todos os crimes realizados em território nacional, quem vai decidir sobre os crime é o Brasil, salvo os tratos e convenções assinadas.
Exemplos: Convenção de Vienna, que trata da imunidade dos diplomatas.
Território Nacional compreende a superfície terrestre (solo e subsolo), as águas territoriais (fluviais, lacustres e marítimas [12 milhas]), e o espaço aéreo correspondente.
Qualquer aeronave que sobrevoar o território nacional precisa se identificar. Existe a lei do abate, pena de morte (Se não se identificar em três vezes, é permitido o abate).
 
Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.
Também se encontra: Teoria da Atividade, Teoria do Resultado e Teoria Mista, mas adotamos a Teoria Mista. 
Se o crime tocou o território nacional, seja na conduta, seja no resultado, o Brasil terá competência para decidir esse crime.
(exemplo: o sujeito está na fronteira Brasil x Paraguai. O sujeito atira do Brasil na direção do Paraguai, a conduta se deu no Brasil e o resultado no Paraguai. Pelo artigo sexto, o Brasil tem competência para decidir sobre esse crime). Ele pode responder o crime nos dois países, mas a pena cumprida aqui abate-se a pena que seria cumprida lá, ou vice versa. Essa teoria serve para delitos a distancia, ou seja, de país para país (carta bomba).
O artigo sexto é para crimes a distancia, de país para país, com relação a crimes plurilocais, (aqueles praticados dentro do território nacional) aplicar-se-á o artigo 70 do CPP.
Niterói, 10 de março de 2015.
Artigo 7º - Extraterritorialidade 
- A extraterritorialidade consiste na aplicação da lei brasileira aos crimes cometidos no estrangeiro. Esta poderá ser: 
Incondicionada: são as hipóteses previstas no inciso 1 do artigo 7º. Haja vista que não se subordina a qualquer condição para ser aplicada aos crimes que cometidos internacionalmente. (O Brasil vai decidir sobre esses crimes que aconteceram lá fora sem se subordinar a nada).
Condicionada: são as hipóteses do inciso dois e do parágrafo 3º do artigo 7º. Nesses casos a lei nacional só poderá ser aplicada aos crimes ocorridos no estrangeiro se preenchidos todos os requisitos dos parágrafos segundo e terceiro do artigo sétimo.
EXERCÍCIO
Um inglês mata um francês a bordo de um navio mercante brasileiro que se encontra em águas internacionais do Oceano Atlântico. Neste caso, aplicar-se-á a lei de qual país? E se o navio encontrasse em águas portuguesas, a resposta se alteraria?
R: Lei brasileira, porque ele responde a bandeira que o navio está registrado. Art. 5º parágrafo 1º. Sim, ele responderia as leis portuguesas com base no art. 7º (extraterritorialidade).
Se o navio fosse público, é como se ele fosse território nacional, então em qualquer lugar do planeta só o Brasil poderia julgar.
Caio possui ilegalmente em sua residência arma de fogo de uso restrito ainda sobe a égide (vigência) da lei 9437/97 com a pena de dois a quatro anos. Todavia entra em vigor a lei 10826/2003 que prevê para o mesmo delito pena de três a seis anos. Caio estará sujeito as penas de que lei?
R: Crime permanente. Enquanto está guardada, o crime esta sendo consumido. Se o crime é permanente, no momento que a arma for apreendida, a lei que se utilizará é a lei vigente. (Exceção ao art. 4º). Crime permanente, Levando-se em conta a lei no momento em que cessar a permanência.
Jair sequestrou Caio em 1 de fevereiro de 1995 (art. 159), cujo a pena é de oito a quinze anos. No dia 13 de março de 1995, a pena para esse crime passa a ser de dez a vinte anos, levando-se em conta que caio ainda se encontra em cativeiro qual a pena deverá ser aplicada ao caso concreto?
R: A pena de 13 de março, pois enquanto Caio está em cativeiro o crime está sendo consumado, se tratando de um crime permanente. (Se não fosse permanente, seria adotada a lei mais benéfica).
Novatio legis impegios. 
Crime permanente NÃO se aplica o artigo 4º.
Quando um fato é praticado sob a vigência da lei A que posteriormente é revogada pela lei B, mais benéfica para o agente, qual delas deverá ser aplicada ao caso concreto?
R: Será aplicada a lei B pelo princípio da retroatividade; ela retroagepara atingir os fatos passados.
Um menor contando com 17 anos e onze meses, desfere golpes de faca em uma senhora que vem a falecer dois meses depois em razão das facadas; o agente responderá criminalmente(CP) ou responderá pelo ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente)?
R: Teoria da atividade, artigo 4º. Responderá pelo ECA.
*Possuir arma de fogo é um crime em andamento.
Niterói, 13 de março de 2015.
TEORIA DO DELITO
Também chamada de Teoria do Crime.
Sempre que se fala em crime, prepondera no Brasil à teoria tripartida: Fato típico, Ilícito e Culpável.
O crime só se configura com a presença desses três substratos. Se faltar um desses elementos, eu não tenho crime para efeito de aplicação da lei penal. 
Pode acontecer de um fato ser típico e não ser ilícito, então não tem crime. 
Fato típico: fato social que o legislador transformou em fato típico. 
Fato Ilícito: não tipificado como crime, mas é ilegal, como a prostituição.
Fato Culpável: fuga de preso. É um direito do preso tentar fugir, é ilícito mas não é tipificado como crime.
CRIME
	Fato Típico
	Fato Ilícito
. Quando o agente não atuar em:
	Fato Culpável
	1.Conduta – Dolosa/Culposa
 - Comissivo /Omissivo
	1. Estado de necessidade.
	Imputabilidade.
	2.Resultado naturalístico.
	2. Legitima defesa.
	Potencial conhecimento da ilicitude (Erro de proibição)
	3. Nexo de causalidade.
	3. Exercício regular de um direito.
	Inexigibilidade de conduta diversa
Coação Moral Irresistível
Obediência hierárquica.
Aborto resultante de estupro
	4.Tipicidade formal e material (imputação e objetiva e bagatela).
	4. Estrito cumprimento do dever legal.
	Causas supralegais
CONDUTA
É Toda ação ou omissão humana consciente e voluntária dirigida a uma finalidade. 
Não existe conduta sem uma vontade, um desejo, uma finalidade.
Só interessa ao Direito Penal as condutas Dolosas e Culposas. Se a conduta não for nem dolosa nem culposa, para a aplicação de efeitos da lei penal, eu não tenho conduta, se eu não tenho conduta, falta um dos requisitos para que se tenha fato típico. Se não tem fato típico, falta um dos elementos para que se tenha crime.
Conduta Dolosa
Na conduta dolosa a conduta do sujeito está voltada para a prática de um ato ilícito.
Conduta Culposa
Na conduta culposa está presente o elemento volitivo, a intenção, só que por uma quebra de um dever de cuidado, finda um ato ilícito. 
AUSÊNCIA DE CONDUTA (irrelevante para o direito penal).
Coação física irresistível: Pode ser proveniente da força humana ou da natureza. 
Atos do inconsciente (subdividem-se em três):
Hipnose.
Sonambulismo.
Epilepsia.
Atos Reflexos.
3. DOLO
Vontade de realizar os elementos constantes no tipo penal. (art. 18, I do CP) Ou seja, no dolo eu tenho a intenção de praticar o ato ilícito. 
Dolo Direto: aquele em que a vontade de realizar o elemento constante no tipo penal se manifesta de forma clara, precisa, não da margem a dúvidas. “Quero estuprar, vou lá e estupro”.
1º grau- “fins propostos e meios escolhidos”. 
2º grau- “efeitos colaterais representados como necessários”.
Exemplo: Quero matar alguém que vai pegar o avião X. Coloco uma bomba no avião e o explodo. O dolo é direto, é claro, mas em relação aos meios que escolhi; matar o sujeito é o dolo direto de 1º grau, mas consequentemente matando outras pessoas pra conseguir meu objetivo: seria o dolo direto de 2º grau.
Dolo Indireto:
Eventual: aquele em que o agente prevê a ocorrência do resultado ilícito, mas com a sua conduta assume o risco de produzi-lo. Esse resultado não é certo, é suposto que a conduta dele resultará nesse ato ilícito. O sujeito realmente assume o risco, assume as consequências.
Alternativo: a doutrina conceitua: “dolo alternativo é aquele em que o sujeito não se importa de produzir esse ou aquele resultado”. É uma mistura do dolo direto com o dolo eventual.
Alternativo objetivo (com relação ao resultado). Art. 129/121.
Alternativo subjetivo (com relação aos sujeitos). Art. 
Dolo Geral ou Erro Sucessivo:
O dolo geral ou erro sucessivo ocorre quando o agente, supondo já ter alcançado um resultado por ele visado, pratica nova ação que efetivamente o provoca. Ou seja, depois do primeiro ato, o a gente imagina já ter atingido o resultado desejado, que, no entanto, somente ocorre com a prática dos demais ato.
No dolo geral existem três correntes:
1º Corrente:
2º Corrente:
3º Corrente:
OBS: caso da Isabela Nardoni é um dolo geral; mataram por esmagadura e não por jogar pela janela, respondem por crime qualificado de esmagadura. 
Niterói, 20 de março de 2015.
Preterdolo:
Crime qualificado pelo resultado, em que o agente que o praticou tem dolo (vontade, intenção) na conduta antecedente e culpa (não quer o resultado, que era previsível) no resultado consequente. Dolo que vem antes.
Art. 129, § 3º | Art. 127+
CRIMES AGRAVADOS PELO RESULTADO
	Conduta
	Resultado-> Latrocínio.
->Preterdolo.
	Dolo
	Dolo
	Dolo
	Culpa
	Culpa
	Culpa
	Culpa
	Dolo
 
Dolo na conduta com resultado agravador doloso: Aqui se aplica o exemplo do latrocínio que é o dolo de subtrair patrimônio e dolo de matar, são dois dolos. Por exemplo: o roubo, seguido de morte dolosa -, dolo de subtrair o patrimônio alheio e o dolo de matar também. A ordem não altera aqui os fatos, então se você mata para facilitar a subtração ou subtrai e mata para não ser reconhecido no futuro, não importa, é o mesmo tipo penal: Latrocínio. 
Dolo na conduta com resultado culposo: A doutrina classifica dolo no antecedente e culpa no consequente como preterdolo. O sujeito não queria aquele resultado; aquele resultado vai ser respondido a título de culpa, porque o resultado foi além do esperado pelo sujeito. (Ex: lesão corporal seguido de morte. Estupro seguido de morte ou lesão corporal grave. Extorsão mediante sequestro seguido de morte. Aborto seguido de morte. A tal morte não foi dolosamente, ela se deu a título de culpa.) São crimes preterdolosos porque a intenção inicial do sujeito não condiz com o resultado final. 
Homicídio preterdoloso no código penal: Art. 129 §3º se da lesão corporal resulta a morte. 
 Art. 213 §2º se do estupro resulta a morte. 
Conduta culposa com resultado a título de culpa: Joga-se um cigarro mal apagado na cesta de lixo e logo depois se inicia um incêndio. O sujeito causou o incêndio de forma culposa. De repente algumas pessoas saem lesionadas do incêndio, algumas vão a óbito. O sujeito não queria o incêndio, muito menos lesionar alguém; O sujeito responderá o incêndio a título de culpa; como o resultado que foi além do esperado pelo sujeito também a título de culpa. Vai responder pelos homicídios ou lesões a título de culpa; então são crimes que se agravam pelo resultado.
Conduta culposa com resultado agravador culposo: Dou causa a um acidente de transito. Todo acidente de transito é culposo porque ninguém tem a intenção de praticá-lo. Você deu causa no acidente e tem um vitima estendida no chão, você não quer prestar socorro achando que a situação pode piorar pra você e vai embora. Então você tem o acidente que se deu causa culposamente, mas você não presta socorro dolosamente, então essa omissão de socorro que agrava o resultado dá-se título de dolo.
	
CULPA (Crime culposo)
A culpa se caracteriza pela falta de um dever objetivo de cuidado por parte do agente. Trata-se de um elemento normativo da conduta, diferente do dolo que é um elemento subjetivo da conduta.
Conduta pode ser culposa ou dolosa, comissiva ou omissiva.
Quando falo em conduta o dolo é um elemento psicológico da conduta, subjetivo da conduta, ele é a motivação do sujeito para agir. Ou seja, “eu quero praticar um estupro”, então o dolo é o que motiva, o que move o sujeito a pratica daquele fato. A culpa não, ele não quer praticar o crime, ele deixa de tomar um cuidado objetivo produzindo um ilícito penal. Então a culpa não pode ser um elementoobjetivo, porque não tem intenção. A culpa é um elemento normativo, o que significa que eu só posso punir um crime a título de culpa se houver previsão na norma. Pouquíssimos são os crimes que se punem a título de culpa; Via de regra lesão corporal e homicídio (isso no código penal).
Não existe dano culposo, porque você não pratica um acidente de propósito. Não quer dizer que não se possa haver indenização na esfera cível.
A culpa se manifesta de três formas: Negligência, imprudência ou imperícia. 
Negligência: A negligência implica em uma inação. Ou seja, um deixar de tomar os cuidados devidos. (ex: Deixar de reparar os freios do seu carro, deixar de trocar os pneus que estão carecas). (art. 121, §4º)
Imprudência: ao contrário de negligência, é o agir descuidado. Implica em uma ação. Tenho uma ação e essa ação se dá de forma descuidada; (ex: o sujeito que dirige bêbado, que dirige em alta velocidade).
Imperícia: se caracteriza pela ignorância, pela inaptidão, o desconhecimento de uma determinada regra técnica de uma profissão, arte ou ofício. (ex: médico que amputa paciente por ele apenas ter um inchaço, sem fazer exames para determinar qual seria a melhor maneira de cuidar de tal caso).
Art. 121. Homicídio:
§ 4o “No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício [...]”.
PERGUNTA: É uma hipótese de imprudência, imperícia ou negligência?
R: Negligência. Porque a inobservância significa que o agente detém o conhecimento, ele não é ignorante sobre aquela regra técnica, ele conhece a regra técnica, só que ele deixa de observa-la, ele é negligência. 
OBS: Hoje a doutrina moderna não trabalha mais com essa classificação de imprudência, imperícia ou negligência. Hoje nos concursos, isso cairá, mas no trabalho em si não se usa mais essa classificação, porque para você chegar a negligência ou imperícia, você vai passar pela imprudência sempre. Não se fala nem mais em crime culposo, se é denominado delito de imprudência, porque delito de imprudência já abarca tanto a negligência quanto a imperícia.
CULPA PRÓPRIA
Consciente: é a culpa com previsão, previsibilidade, o sujeito tem a previsibilidade da ocorrência do resultado ilícito. Ele prevê a possibilidade da ocorrência do resultado ilícito. Ele sabe que o resultado se dará, mas ele confia plenamente que aquele resultado não se reproduzirá. (Ex: dirigindo, o celular toca e o sujeito atende o celular. O sujeito sabe que é proibido e que poderá tomar uma multa, mas o sujeito atende porque no fundo ele acredita que, como sempre dirigiu, tem total segurança e que não acontecerá nada).
Culpa consciente ≠ Dolo eventual: No dolo eventual também se tem a previsibilidade, mas o sujeito pensa “se eu atender ao telefone, eu posso provocar um acidente, mas se isso acontecer eu arco com as consequências, eu assumo o risco da ocorrência”. É diferente do que eu sinto na culpa consciente, pois nela eu tenho plena convicção de que aquilo não vai se reproduzir, no eventual não se tem essa convicção.
Inconsciente: é a culpa sem previsibilidade, por isso é inconsciente, o sujeito não prevê o que é previsível ao homem mediano, ao homem médio. Homem médio é aquele tem o senso comum. “ex: o sujeito dirigindo, de repente uma bola de criança atravessa a rua, no senso comum: ‘atrás de uma bola sempre tem uma criança’. Então o sujeito diminui a velocidade, olha em volta, fica em estado de alerta. Esse é o raciocínio do homem mediano. Um sujeito que não tem essa previsibilidade é dotado da culpa inconsciente, pois não consegue prever o que seria previsível ao homem médio”.
CULPA IMPRÓPRIA OU ERRO DE TIPO EVITÁVEL.
É imprópria porque na verdade, por baixo dos panos, é um crime doloso. O sujeito age dolosamente, mas por uma visão de politica criminal, como ele age em erro, ele enxerga a realidade fática de forma distorcida, então o legislador prefere classificar como crime culposo, porque naquele momento que ele agiu, ele estaria agindo com uma visão distorcida da realidade. “Se ele tivesse uma visão clara da realidade, ele não praticaria o crime”. (ex: Um pai mata o filho sem querer no escuro achando que é um bandido. Se ele tivesse uma noção clara de que aquele não era o filho dele, pois o tal deveria estar em sua cama, ele não teria agido dessa forma, ele agiu em erro. Dessa forma o legislador achou melhor puni-lo com a pena do homicídio culposo, então o juiz pode perdoa-lo (perdão judicial); oque não seria cabível no homicídio doloso).
MODALIDADES DE CLASSIFICAÇÃO DOS CRIMES
Fato típico
Conduta
Resultado
Nexo Causal
Tipicidade
Ilícito
Culpável
CLASSIFICAÇÃO DO CRIME
Poder ser comum, próprio ou de mão própria. Não os três ao mesmo tempo. 
Quanto ao Sujeito:
Comum: Via de regra, é aquele que pode ser praticado por qualquer pessoa, quando eu trabalho quanto ao sujeito, estou trabalhando quanto ao sujeito que pratica o crime, a gente chama de agente ou sujeito ativo, é aquele que pratica o justo penal, o crime. A maioria dos crimes contidos no CP são crimes comuns, ou seja, o próprio artigo penal não exige uma característica especifica do sujeito q pratica, pode ser qualquer pessoa. Pode ser homicídio, furto, roubo, constrangimento ilegal, extorsão, são crimes que podem ser praticados por qualquer um de nós. Esses são os crimes comuns, são a regra. 
Próprio: Não é qualquer pessoa que pode pratica-lo, ou seja, o sujeito tem que preencher a característica exigida no tipo penal, ele tem que ter essa qualidade especial que o tipo penal impõe. 
Exemplo de crimes próprios: os crimes funcionais – que são aqueles crimes que só podem ser praticados pelo funcionário público. (Art. 312)
Art. 123, CP: infanticídio. O tipo penal no infanticídio esta exigindo uma característica específica do sujeito ativo. Não é qualquer pessoa que pode praticá-lo; tem que ser a mãe em estado puerperal (período pós parto em que a mulher fica perturbada emocionalmente, aquela depressão pós parto) matando a própria filha, aquela que acabara de dar a luz. Se caso ela não estiver nesse caso especifico, responderia por homicídio, o que seria pior, porque a pena é muito maior. 
Então o crime próprio exige essa qualidade especial do sujeito ativo, se o sujeito ativo não preenche essas características, via de regra, ele vai entrar em crime comum.
De mão própria: É aquele em que somente o sujeito em pessoa em carne e osso, somente o sujeito pessoalmente poderá praticar esse crime. (ex: auto aborto, suicídio, deserção).
 Niterói, 24 de março de 2015.
QUANTO A CONDUTA (av1)
A conduta que interessa o direito penal é a conduta dolosa ou culposa. Mas a conduta também se manifesta, ou seja, o sujeito pode praticar um crime na forma comissiva (mediante a uma ação, mediante um agir) ou omissiva (um deixar de agir). Ex: eu posso matar mediante a uma ação, o ato de disparar uma arma contra a vítima (implica uma ação), como também posso matar mediante a uma omissão, uma inação, como deixar de alimentar o filho; o resultado é o mesmo, a morte.
Comissiva: mediante a uma ação, a um agir | Omissiva: deixar de agir.
A omissão pode ser própria ou imprópria.
Próprio ou puro (ex: art. 135, 269)
É aquele crime que a lei, pelo princípio da solidariedade humana, solicita a nós que prestemos socorro, desde que você não se coloque em risco (Prestar socorro para a lei não é, por exemplo, sair na chuva, pegar o corpo, colocar no carro e levar para o hospital; a lei te pede para que você comunique o fato para autoridade competente). Caso o sujeito não preste socorro, o sujeito configura pra ele um crime omissivo próprio (Art. 135, omissão de socorro); 
Em outro exemplo, na omissão de socorro, se um sujeito passar por uma situação de perigo e não presta socorro, se consuma para o sujeito o artigo 135. Em seguida, várias pessoas passam pelo local do acidente e nenhuma presta socorro; Por fim, alguém que passa por lá, para e comunica o fato; basta um comunicar o fato, prestar socorro, que afastaráa omissão de todos os outros que omitiram socorro. Isso só acontece na omissão própria. Agora, se ninguém prestar socorro, de fato, cada um responderá individualmente pelo 135.
O artigo 269 se refere ao médico. Que se notar que há alguma epidemia em determinado local, deve comunicar a autoridade; é obrigação dele. Caso não o faça, é um crime próprio e omissivo próprio ao mesmo tempo, porque exige uma característica específica, no caso, que seja médico.
Impróprio; impuro ou comissivo por omissão (art. 13§2º, a, b e c, CP)
A norma aqui é mandamental, a lei não pede e sim manda. 
A omissão é imprópria, porque o agente não responde como na própria, pela omissão. Ele não pode se omitir, caso ele se omita, ele responderá pelo resultado produzido e não por uma simples omissão. 
“Mas quem é esse que caso se omita responderá pelo resultado produzido?” Esses são os garantidores.
Nos crimes omissivos impróprios, trabalhamos com os GARANTIDORES. Os garantidores não podem se omitir de jeito nenhum; a única hipótese de omissão seria em caso extremo, que seria se ele efetivamente intervir, morrerá. 
O Art. 13 §2º nos diz quem são os garantidores que a lei manda intervir, sobre pena de responder pelo próprio crime, pelo próprio resultado produzido.
Alínea A
Art. 13 §2º, a – “tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância”
Esses são os pais com relações aos filhos (Na velhice isso é invertido, os filhos tornam-se garantidores em relação aos pais); Os policiais, os bombeiros, salva-vidas e os médicos (só o concursado, o de hospital público). [Segurança não, pois ele é de serviço privado; depende do contrato dele].
Pais e filhos: No exemplo da garota que apanhou na faculdade todos que estavam em volta e não fizeram nada entraram no Art. 135, omissão de socorro; Agora, a mãe da menina, que estava ao lado, assistindo o pai espancar a filha, a lei diz: “você é garantidora, você tem que interferir, porque se não interferir, você responderá pelo resultado, e não pela omissão.” Se a menina quisesse ter ido representar na delegacia, ela representaria contra o pai, na forma comissiva (pois ele agiu, bateu) e contra mãe do mesmo jeito, lesão corporal; só que da forma omissiva imprópria. Deixar de intervir e impedir aquele resultado.
Estado de choque não interessa o Direito Penal, se no caso a mãe da garota estivesse parada sem reação por estar em estado de choque, de nada adiantaria, ela responderá do mesmo jeito como se não tivesse feito nada.
Outro exemplo: pai estupra filha, a mãe sabe e não faz nada; a mãe responde pelo mesmo crime, só que na forma omissiva imprópria, enquanto o pai na forma comissiva.
Salva-vidas: Estão os pais, uma criança e o salva-vidas numa praia, todos são garantidores da criança. A criança começa a se afogar. O salva-vidas por estar em um flerte resolve que não vai ajudar e os pais não fazem nada. O artigo 13 §2º diz que o omitente devia e podia agir para evitar o resultado. Então vamos analisar. A mãe não sabe nadar e o pai está com a perna quebrada. Eles DEVEM evitar o resultado, mas eles PODEM? Não, porque se os dois mergulharem, também irão morrer. Então e lei diz que deve, mas tem que poder, porque não adianta nada morrer pra tentar salvar; mas isso em relação aos pais. O salva-vidas não tem essa opção, tem que entrar de qualquer jeito, “mesmo com um tsunami”. Caso não consiga, ele tem que fazer qualquer coisa para o resgate, como chamar a autoridade competente: o helicóptero de resgate, por exemplo. O salva-vidas responde pelo resultado, homicídio qualificado pelo afogamento, na forma omissiva imprópria. Veja que não existe crime omissivo impróprio. A conduta omissiva imprópria é a forma de se praticar um determinado crime, que ele deveria evitar e não evitou.
Se esse salva-vidas abandona o posto por uma dor de barriga, nesse intervalo alguém se afoga e morre. Ele não poderia abandonar o posto, antes disso, teria que chamar alguém para ficar em seu lugar. Ele não estando presente e não chamando ninguém, ele responderá por esse homicídio a título de culpa (terça-feira no clube vazio, ele confiava plenamente que nada acontecer) ou dolo eventual (ex: domingo de praia em Copacabana, praia lotada).
Alínea C
Art. 13 §2º, c – “com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado”.
Se você coloca o outro em situação de risco, você se torna garantidor dele. (Exemplo: Em uma festa, jogar alguém que não sabe nadar na água. Você se torna garantidor na obrigação de mergulhar e salvar a vítima, não o fez, responde pelo resultado, homicídio doloso qualificado, afogamento. Os outros que estão em volta e não prestaram socorro não eram garantidores, então entram na omissão de socorro, art. 135).
 
QUANTO AO RESULTADO: 
O crime pode ser Material, Formal ou de Mera Conduta.
Crime Material: crime material, resultado material, é aquele em que o crime se consuma ao mesmo tempo em que produz um resultado naturalístico. Resultado naturalístico é a modificação no mundo concreto. 
Uma coisa é a consumação, outra é o crime interferir no mundo concreto, no mundo fático: o mundo que a gente vive. Pode acontecer do crime se consumar e não repercutir no nosso mundo. Mas o crime material goza dessa peculiaridade; no mesmo tempo que ele se consuma, ele produz essa modificação no mundo concreto, simultaneamente. 
Exemplo: furto um celular. Esse celular estava em Santa Rosa e vai parar em Pendotiba, houve um deslocamento, eu produzi um resultado no mundo fático. Significa que o furto é um crime que reproduz uma representação no mundo concreto. | Homicídio, Roubo, Lesão corporal, também é são crimes materiais.
* Produz modificação do mundo concreto, uma modificação perceptível aos nossos sentidos.
Crime Formal: são chamados de crimes de consumação antecipada. O crime se consuma e poderá ou não causar uma modificação no mundo concreto, no mundo fático. Quando ele produz uma modificação no mundo concreto, o crime já se consumou há muito tempo. Essa modificação não é necessária para o momento do crime. 
Exemplo: Alguém reclama que na diretoria que tal professor só vai dar aula embriagado. Nesse momento acaba de se consumar o crime contra a honra desse professor. O crime esta consumado, mas não produziu nenhuma modificação. Na semana seguinte esse professor é demitido, e no dia que entraria o dinheiro do salário em sua conta, o dinheiro não entra mais. O crime foi consumado há muito tempo, mas só produziu resultado no mundo fático, meses depois. Então o crime formal se consuma, poderá ou não reproduzir uma modificação, mas essa modificação não é necessária para a consumação do crime.
Outro exemplo: Extorsão mediante sequestro. Privando a liberdade da vítima o crime foi consumado, mas não produziu nenhuma modificação no mundo concreto, se efetivamente a família pagar o resgate, ai sim haverá uma modificação no mundo concreto. Mas na verdade o crime já foi consumado há muito tempo.
Exemplos de crimes formais: crimes contra a honra, extorsão mediante sequestro, extorsão, ameaça.
Crime de Mera Conduta: crime que se consumam, porém, jamais, em tempo algum irão reproduzir alguma modificação no mundo concreto. (ex: violação de domicílio, ele apenas violou, nada mais aconteceu. O crime se consumou, mas isso não modificou nada no crime concreto. Se o sujeito roubar algo, não estamos mais falando de violação de domicílio e sim de roubo, que seria crime material.).
Classificando crimes:
Homicídio – Art. 121.
Crime comum, porque qualquer um pode pratica-lo.
Material, porque produz modificação no mundo concreto no mesmo momento que é consumado.
Pode ser praticado na forma comissiva ou na forma omissiva, caso o sujeito seja garantidor. Excepcionalmente comissivo por omissão, ou seja, se for garantidor.
Violação de Domicílio - Art. 150.
Crime Comum, porque qualquer um pode pratica-lo.
De mera conduta, não produz resultado no mundo fático.
Comissivo, porque o sujeito age. E excepcionalmente se o sujeito for garantidor, ver que um domicílio foi violado e não faz nada,responde na forma omissiva própria (policial, segurança do condomínio).
Peculato Furto - Ar. 312 § 2º. 
Crime próprio, porque só pode ser praticado por pessoas específicas (funcionário público).
Material, porque produz modificação no mundo concreto.
Praticado na forma comissiva.
Niterói, 27 de março de 2015.
 
 ITER CRIMINIS (Caminho do Crime)
Cogitação Preparação Execução Consumação Exaurimento
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Esse “caminho” só ocorre nos crimes dolosos, porque só nos crimes dolosos é que o sujeito cogita, prepara, executa, até atingir a consumação. Isso não existe nos crimes culposos, porque o sujeito no crime culposo não cogita nada, ele praticamente sofre um tipo de acidente. 
Esse caminho pode levar anos para ser percorrido, como também pode durar frações de segundos. Então depende do caso concreto. O caminho é composto de quatro fases (o exaurimento é apenas um complemento).
Salvo em algumas exceções, se classificam os Atos Impuníveis: cogitação, preparação e execução. E os Atos Puníveis a partir de execução, depois consumação e exaurimento.
Cogitação: É a fase também chamada de ideação (ou cogitatio); a ideia de praticar o crime se encontra dentro da mente do sujeito. Essa fase não interessa o direito penal por ela não ser uma fase de prática e sim de teoria.
Preparação: Atos preparatórios são todos os atos antes do crime, ou seja, toda a preparação para o crime ser consumado (ex: ficar de tocaia no carro esperando o sujeito até o momento perfeito para a consumação do crime). Não interessa ao direito penal por serem atos impuníveis. 
Execução: Aqui já se introduzem os atos puníveis (ex: depois de ficar de tocaia, quando já se está diante da vítima e com a arma apontada). O agente quando ingressa nos atos executórios entra num caminho sem volta. O direito penal vai intervir e ele vai responder criminalmente. Quando já nos atos executórios, duas coisas podem acontecer: a consumação do crime (o sujeito responde pelo crime consumado) ou o crime não se consumar (tem que analisar muito bem, pois se ele não consumou, o trabalho será descobrir o porquê: se ele incidiu na tentativa, ou no arrependimento voluntário, ou no arrependimento eficaz, ou no crime impossível. Apenas uma dessas quatro hipóteses ocorre, nunca duas ou mais ao mesmo tempo.)
Consumação
Exaurimento
OBS: Um sujeito de tocaia esperando para matar sua vítima, Joaquim, é rendido por um policial. O sujeito diz que está ali para matar o Joaquim. Nesse caso o sujeito nem responderá pelo porte de arma, porque ele teria que ter a intenção de portar e aqui a intenção dele é de matar (e não tem como matar sem estar portando). O sujeito só perderá a arma, mas não haverá nenhum processo. [Isso teoricamente, porque se tratando de alguém humilde, na prática, ele irá preso].
 
EXCEÇÕES
Em alguns crimes específicos, raros, o Direito Penal irá punir os atos preparatórios; como por exemplo: ter em casa máquina de fazer dinheiro (o sujeito não precisa efetivamente fazer o dinheiro, ter a maquina já basta); associação de quadrilha.
NÃO CONSUMAÇÃO
- Para podermos falar em tentativa, desistência voluntária, arrependimento eficaz e crime impossível é extremamente necessário que o crime seja doloso, que o agente ingresse nos atos executórios e que não consiga consumar.
TENTATIVA – Prevista no Art. 14, II, CP. 
- A tentativa se caracteriza quando o a gente tem o dolo direto de praticar o crime e quer consumar o crime de qualquer jeito. Ele está determinado à consumação do crime, porém por circunstancias que fogem ao seu controle, circunstancias alheias de sua vontade o impedem de consumar o crime. (Ex: a arma trava, a vítima foge, a polícia chega; acontece alguma coisa que o impede de consumar). Então ele responde pela tentativa do crime que ele desejava consumar e não conseguiu. 
- Para que se configure uma infração como tentada, é necessário que o caso apresente algumas peculiaridades, elementos sem os quais, não poderíamos identificá-la. É necessário que o crime seja doloso, que o agente ingresse nos atos executórios e que não consiga consumar. 
- A Tentativa também é chamada de conatus, que significa que o sujeito ficou tentado. A tentativa é uma norma de extensão da figura típica (figura típica = tipo penal, o artigo), porque o código penal na parte que trata dos crimes em espécie cita todos os tipos de crime do artigo 121 ao artigo 259. Então ao invés do código penal especificar em cada artigo: “se não se consumar fica tentado... pune-se com a pena diminuída de tanto a tanto”, ele colocou em um único artigo só tratando da tentativa (Art. 14, II). Então qualquer crime do artigo 121 ao 259 que não se consumar e for dado como tentado será apontado de tal forma: exemplo, em um caso de homicídio - Art. 121 c/c 14, II; assim estará sendo dito que esse homicídio (Art. 121) não se consumou e ficou tentado (c/c = cominado com, aplicado com). (Então para escrever que o crime ficou tentado é só escrever o crime/artigo que iria ser consumado + c/c 14,II. Se não tiver escrito o c/c 14,II, significa que o crime foi consumado).
- Quanto mais perto da consumação o sujeito estiver, maior a pena dada pelo juiz. (ex: tiro no coração, cabeça está muito mais próximo da consumação que um tiro no pé, na mão).
 ESPÉCIES DE TENTATIVA (vermelha e branca)
Tentativa Vermelha: quanto ao resultado, a tentativa pode ser perfeita ou imperfeita.
Perfeita; acabada ou crime falha = Na tentativa perfeita o agente exaure toda a potencialidade lesiva que ele tem a seu alcance e ainda sim não consegue atingir o resultado desejado. (ex: sujeito tem uma pistola carregada com 14 cargas e descarrega as 14 na vítima. Esse sujeito exauriu toda a possibilidade que ele tinha ao seu alcance, mas a vítima sobreviveu: tentativa perfeita, acabada). [ex: empurrar a vítima da ponte Rio-Niterói e a vítima sobreviver, o sujeito também esgotou todos os recursos ao seu alcance].
Imperfeita; inacabada ou espúria = ela é imperfeita, porque o agente não esgota toda a potencialidade lesiva que ele tem a seu alcance. (ex: sujeito tem uma pistola carregada com 14 cargas e descarrega apenas três na vítima, no pulmão, no coração e na cabeça. O sujeito sabe que deixou a vítima com vida, mas tem a convicção que ele não sobrevivera, porque atingiu órgãos vitais. Tentativa inacabada, porque o sujeito tinha meios para prosseguir, mas julgou não ser necessário).
Tentativa Branca ou Incruenta: branca porque é uma tentativa limpa, sem sangue. (ex: o sujeito atira 14 vezes na vítima, mas nenhum tiro a atinge e a vítima sai ilesa; essa é a tentativa branca, quando bem jurídico algum é atingido).
Niterói, 31 de março de 2015.
DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA - Art. 15, 1º parte. 
- Aqui o sujeito tem todos os recursos pra consumar, mas perde a vontade/interesse. Aqui o crime também tem que ser doloso, tem que ingressar nos atos executórios e não. 
- A desistência precisa ser voluntária, porém não precisa ser espontânea; isso significa que a ideia de desistir não precisa partir do delinquente (pode partir, por exemplo, do negociador). Se não for voluntária, é tentativa.
- Não da para tentar e desistir. A tentativa e a desistência são coisas antagônicas.
- O legislador tanto na desistência quando no arrependimento, ao invés de radicalizar na pena conforme faz na tentativa, ele da uma última chance para o delinquente com um beneficio de não radicalizar na pena; só pune pelos atos que o delinquente praticou até o momento. Ignora a intenção inicial. 
- Quem criou a desistência voluntária e o arrependimento eficaz é um austríaco chamado Von Liszt. Ele criou o que chamamos de ponte de ouro. Ele diz que se você que entrou nos atos executórios, poupou a vítima, lhe é estendido uma ponte de ouro e você é resgatado e o direito penal vai retrocederapagando a sua intenção inicial, o seu dolo, e assim fazendo com que você responda com os atos até aqui praticados.
Fórmula de Frank - para distinguir tentativa de desistência voluntária.
- Quero, mas não posso – tentativa.
- Posso, mas não quero - desistência voluntária.
ARREPENDIMENTO EFICAZ– Art. 15, 2º parte.
- Aqui o agente esgota todos os meios, toda a potencialidade lesiva que ele tinha ao seu alcance para atingir a consumação do crime. Porém, momentos antes dele se arrepender, do crime se consumar, ele pratica um novo ato para tentar reverter o quadro inicial. 
- Então, por exemplo, depois de atirar na vítima, o sujeito a levaria para o hospital para tentar salva-la. Se a vítima sair com alguma sequela, o sujeito responderá pelo resultado (ex: lesão corporal) e se a vítima sair ilesa, o sujeito não responderá por nada, pois ele tentou salva-la e conseguiu.
- A doutrina passou a chamar o arrependimento eficaz de Resipiscência. 
- A intenção da lei aqui é incentivar o agente a tentar poupar o bem jurídico. Ele não quer radicalizar na pena, ele quer que o sujeito realmente reverta àquela situação. É um tipo de misericórdia do legislador.
- O arrependimento tem que ser realmente eficaz. Se não for eficaz (salvar a vítima totalmente), ele responderá pelos atos produzidos até ali ou pela sua intenção inicial. Se for totalmente eficaz, não responde por nada.
OBS: O crime não se consumou ainda, é eficaz porque o agente consegue reverter a tempo de consumar. 
Arrependimento posterior – Art. 16, CP.
- Arrependimento posterior à consumação. Aqui o crime se consumou e o agente se arrepende após a consumação.
- O arrependimento posterior é uma causa de diminuição da pena. É o único benefício que o delinquente terá; a diminuição de pena. 
REQUISITOS PARA O ARREPENDIMENTO POSTERIOR
- Primeiro Requisito: não cabe para crimes cometidos mediante violência ou grave ameaça.
- Segundo Requisito: é necessário restituir ou reparar a coisa.
- Terceiro Requisito: o prazo para o arrependimento vai até o recebimento da denúncia ou da queixa para o juiz.
Modalidades de Violência: Física, Moral e Ficta (presumida).
- Física: agressão física.
- Moral: é a grave ameaça.
- Ficta: é aquela que deixa a vítima impossibilitada de oferecer resistência, impossibilitada de se defender. (exemplo: o sujeito da um sonífero ou o boa noite cinderela para a vítima).
 * Quando se furta de alguém bêbado que está impossibilitado de se defender, na verdade não é furto, é roubo, pois se trata de violência ficta, presumida.
- Crimes que admitem o arrependimento posterior: São crimes praticados sem violência ou grave ameaça, como, furto (porque é a subtração do patrimônio sem violência ou grave ameaça), estelionato.
- Crimes que não cabem o arrependimento posterior: estupro, homicídio, roubo.
- O arrependimento posterior só se cabe, também, se for totalmente voluntário. Se o sujeito for compelido a restituir, não houve o arrependimento da parte dele.
EXERCÍCIOS
1º QUESTÃO: Celso, em companhia de seus amigos Eduardo e Jansen, está com sua lancha fundeada na enseada de uma olha em Angra dos Reis. Em certo momento, Celso avista uma criança se afogando e manifesta a intenção de nadar até o local para salvá-la. Eduardo, exímio nadador, e Jansen, que se encontra com a perna quebrada, dissuadem Celso, alegando que o salvamento da criança acarretará a interrupção do lazer que desfrutavam. Celso, então concorda com a proposta e não socorre a criança que, apesar disso, após vários momentos de agonia e grande ingestão de água, consegue sobreviver, ajudada, por terceira pessoa que, posteriormente, chegara ao local. Tipifique a conduta dos envolvidos.
Irrelevante penal a conduta deles.
Omissão de socorro para todos.
Omissão de socorro para todos, salvo Jansen que estava impossibilitado.
NRA.
Resposta: Eles não mergulharam pra prestar socorro. O de perna quebrada não poderia fazê-lo, logo não poder ser omitente. Mas os outros dois responderiam pela omissão de socorro; como não eram garantidores, estamos diante de um crime omissivo próprio, Omissão de Socorro. Só que um terceiro salvou a criança, no crime omissivo próprio quando alguém presta socorro, afasta a omissão e todos os outros. LETRA A, irrelevante para o direito penal, já que o terceiro prestou socorro e tirou a responsabilidade dos outros.
Se no caso fosse um salva-vidas na história, ele teria obrigação de prestar socorro, por ser garantidor, não o fazendo responde pelo resultado, lesão grave ou morte.
Outra hipótese: se tivesse um salva-vidas, mas um surfista salvar a criança o salva-vidas que responderá pelo resultado; seja por lesão corporal se a criança ingeriu muita água, ou até homicídio, porque o salva-vidas assumiu o risco. Artigo 13º, A.
3º QUESTÃO: Inácio resolve subtrair um anel de brilhantes para ficar noivo de Telma, sua namorada. No dia seguinte, ao colocar em prática seu intento, ingressando na casa da Hebe Camargo, abrindo o cofre e com o anel já nas mãos, recebe o telefonema de Telma, que termina o relacionamento. Desolado, deixa o local sem nada levar. Praticou ele:
Violação de domicílio, por incidir na desistência voluntária. 
Violação de domicilio, por incidir no arrependimento eficaz.
Tentativa de furto, já que houve um fato alheio a sua vontade.
Crime impossível por ineficácia absoluta no meio.
Resposta: Ingressou nos atos executórios. Estava com o anel na mão, tinha tudo para consumar, mas depois do telefonema ele perdeu o interesse. Desistência voluntária. Ele tinha tudo para consumar, mas não quis mais, largou o anel lá. Se ele incidiu na desistência voluntária o artigo 15 diz que ele responderá pelos atos até ali praticados: violação de domicílio. LETRA A
Se fosse discursiva: Inácio responderá tão somente pela violação de domicílio, haja vista que incidiu na desistência voluntaria, e conforme o artigo 15, responde até os atos ali praticados.
2º QUESTÃO: Felix objetivando matar Paola tenta deferir-lhe diversas facadas, sem, no entanto, acertar nenhuma. Ainda na tentativa de atingir a vitima, que continua a esquivar-se dos golpes, Félix, aproveitando-se do fato de que conseguiu segurar Paola pela manda da camisa, empunha a arma. No momento, então que Félix movimenta seu braço para dar o golpe derradeiro, já quase atingindo o corpo da vítima com a faca, ele opta por não continuar e, em seguida, solta Paola, que sai correndo sem ter sofrido sequer um arranhão, apesar do susto. Nesse sentido, com base apenas nos dados fornecidos, poderá Félix ser responsabilizado por tentativa de homicídio?
Resposta: Não. Desistência voluntária, ele tinha tudo para consumar, mas não o fez. Ele escolhe libertar a vítima. Responde pelos atos até ali praticados: constrangimento ilegal, haja vista que desistiu voluntariamente com base no artigo 15.
Só seria arrependimento eficaz se ele ferisse a vítima e depois se arrependido, tentando salva-la levando para o hospital. 
4º QUESTÃO: Wilson, competente professor de uma autoescola, guia seu carro por uma avenida à beira-mar. No banco do carona está sua noive, Ivana. No meio do percurso, Wilson e Ivana começam a discutir: a moça reclama da alta velocidade empreendida. Assustada, Ivana grita com Wilson, dizendo que, se ele continuasse naquela velocidade, poderia facilmente perder o controle do carro e atropelar alguém. Wilson, por sua vez responde que Ivana deveria deixar de ser medrosa e que nada aconteceria, pois sua profissão era ensinar os outros a dirigir. Incidiu Wilson:
No dolo direto, eventual.
Na culpa consciente.
Na culpa inconsciente.
Culpa Imprópria.
Resposta: Culpa Consciente; ele por ser instrutor de autoescola confiou plenamente que o acidente não iria acontecer. Não tem dolo eventual, porque no dolo eventual o agente liga o dane-se; “se atropelar não estou nem ai”. Responderá por homicídio culposo ou lesão culposa. 
1º QUESTÃO: Na madrugada de 28 de abril de 1989, Renato, policial civil em serviço, ao trafegar por localidade deserta, dirigindo viatura oficial,assistiu ao atropelamento de um homem, colhido por um veículo em excesso de velocidade, cuja placa não foi identificada.
Aproximando-se da vítima, que clamava por socorro, Renato verificou tratar-se de Marcelo, seu desafeto, razão por que, pretendendo sua morte, abandonou o local, deixando de prestar-lhe assistência, vindo a vítima a falecer horas depois no próprio lugar do acidente, em consequência de hemorragia.
Pergunta-se: Antes os princípios adotados pelo CP em sede de crimes omissivos (próprios e impróprios), Renato praticou alguma infração penal? Resposta objetivamente justificada.
Resposta: Por ele ser garantidor, responderá por homicídio doloso na forma omissiva imprópria com base no art. 13, §2, a. 
Não se esquecer de dizer se é culposo ou doloso.
3º QUESTÃO: Carlos, policial militar, assiste inerte a pratica de um furto de um veículo. Apesar de ter condições de impedir a consumação não o faz. Praticou ele algum ilícito penal?
Resposta: Sim, por ser garantidor responderá pelo resultado, responderá por furto na forma omissiva imprópria conforme previsto no artigo 13 §2º, a.
1º QUESTÃO: A, B e C planejam minuciosamente o assalto a um banco, fotografando seu interior, adquirindo armas e carros. No dia acertado para o assalto, verificam a presença de policiais nas imediações e desistem de prosseguir com o plano, sem mesmo parar o carro. Qual a situação jurídica dos personagens?
Resposta: Não respondem por nada porque estavam ainda nos atos preparatórios, que não interessam o direito penal, atos impuníveis no direito penal. Só se pode falar em tentativa, desistência voluntaria e arrependimento eficaz a partir do momento em que o sujeito ingressa nos atos executórios.
2º QUESTÃO: Bento deposita veneno na xícara de café que o médico Chico (seu enteado) vai tomar, e quando ele está prestes a beber, Bento derrama o café todo em sua roupa de propósito.
Praticou Bento alguma ilicitude? 
Desistência voluntária. Não responderá por nada porque a vítima sequer chegou a ingerir. (Agora se o café machuca bento, ele responderá pelos atos até ali cometidos, lesão corporal).
E se após Chico ingerir todo o café, Bento entristecido lhe dá o antidoto, salvando-o de qualquer sequela? 
Será Arrependimento Eficaz se ele conseguir salva-lo, salvando-o de qualquer sequela.
(Se Chico morrer, não há como ter arrependimento eficaz, responderá por homicídio doloso. Homicídio qualificado pelo emprego de veneno na forma dolosa).
E se no lugar do veneno, Bento por engano coloca açúcar? crime impossível.
E se Chico estivesse prestar a beber o café, mas Thereza, sua empregada desastrada, lhe desse um esbarrão entornando todo o café? 
Tentativa de homicídio. (Eu queria consumar, mas por circunstancias alheias a minha vontade, não consegui).
E se Matilda, mãe de Chico, percebe tudo e nada faz para evitar, ocasionando assim a morte de seu filho? 
Ela é garantidora, então responderá por homicídio doloso na forma omissiva imprópria; Art.13 §2º, a.
E se no lugar de Matilda, fosse à vizinha? 
Comissivo próprio. Omissão de socorro, com base no artigo 135.
GARANTIDOR ESTÁ SEMPRE NO ART 13, §2º, A.
4º QUESTÃO: A pequena comarca do interior ficou estarrecida, quando se apurou que João, um rude lavrador, mantinha regularmente conjunção carnal com sua filha Terezinha, de apenas 13 anos de idade. Joana, mãe de Terezinha, mesmo possuindo total conhecimento dos fatos e ampla possibilidade de noticiá-los à autoridade competente, desde o início, quedou-se inerte. Por essa conduta omissiva, Joana deverá responder por crime:
Resposta: Joana responderá por estupro de vulnerável Art. 217, A. Estupro na forma omissiva imprópria com base no Art. 13, §2º, a.
Quem dá auxílio, forma comissiva.

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