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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES 
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE 
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” 
 
 
 
ALTERNATIVAS PARA A UTILIZAÇÃO DA 
ARTETERAPIA COM DEFICIENTES VISUAIS DE BAIXA 
VISÃO 
 
 
SANDRA REGINA GAMBINI DE SOUZA 
 
 
 
ORIENTADORA 
Ma. DINA LÚCIA CHAVES ROCHA 
 
 
 
Rio de Janeiro 
2010 
 
2 
 
 
 
UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES 
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE 
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” 
 
 
 
ALTERNATIVAS PARA A UTILIZAÇÃO DA 
ARTETERAPIA COM DEFICIENTES VISUAIS DE BAIXA 
VISÃO 
 
 
 
Apresentação de monografia à Universidade 
Cândido Mendes como requisito parcial para obtenção do 
grau de Especialista em Arteterapia. 
Por: SANDRA REGINA GAMBINI DE SOUZA 
 
 
 
 
 
 
Rio de Janeiro 
2010 
 
3 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
Agradecer sempre, a Deus por tudo que 
consegui conquistar até aqui. Às pessoas 
lindas que Ele colocou em meu caminho e que 
foram determinantes para que eu me 
mantivesse firme no meu propósito: meu 
esposo pelo incentivo e em especial a minha 
irmã pelo total apoio. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
 
 
DEDICATÓRIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico esta monografia a todas as pessoas 
consideradas “deficientes”, assim como 
àquelas que encontram um jeito de ajudá-las, 
dedicando seu tempo e seu amor. Também 
dedico a minha mãe, Sylvia, em memória. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
 
 
RESUMO 
 
Sabendo-se que a Arteterapia é um processo que ajuda a compreensão do 
indivíduo ou atua no autoconhecimento e que para isso utiliza-se dos 
resultados de desenhos, pinturas esculturas e outras atividades, onde o cliente 
comenta seu próprio trabalho, pretende-se demonstrar que o deficiente visual 
de baixa visão também pode participar do tratamento com o arteterapeuta, 
obtendo bons resultados, com as devidas adaptações dos materiais, tão bem 
quanto os sujeitos que enxergam normalmente. Para ficar mais claro esse 
trabalho, busca-se conceituar a deficiência visual e falar a respeito de algumas 
causas dessas doenças, assim como do que seja arte e arteterapia, 
procurando adaptações para os trabalhos com o arteterapeuta. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
 
 
METODOLOGIA 
 
A pesquisa se fará mediante análise qualitativa em fontes 
secundárias, tais como material bibliográfico disponível nas bibliotecas do meio 
acadêmico, revistas, apostilas, sites. O material será lido e analisado no 
esforço de concentrar informações que promovam a hipótese norteadora desse 
trabalho. Alguns autores pesquisados serão: CASTRO, 1992; COSTA, 2000; 
COUTINHO, 2009, URRUTIGARAY, 2008; MOREIRA, 2007; PHILIPPINI, 
2009, entre outros. 
Como suporte deste trabalho, também fez parte material de orientação 
teórico- metodológica, bem como observações de algumas aulas de artes no 
Instituto Benjamin Constante, no Rio de Janeiro e na EEEE Anne Sullivan, em 
Niterói. Ambas escolas públicas que atendem alunos com baixa visão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
 
INTRODUÇÃO pág. 
 
CAPÍTULO 1 
CEGUEIRA E BAIXA VISÃO OU VISÃO SUBNORMAL. ......................10 
 
CAPÍTULO 2 
A ARTE E A ARTETERAPIA. ................................................................16 
 
CAPÍTULO 3 
A ARTETERAPIA E OS CLIENTES COM VISÃO SUBNORMAL. ........24 
 
CONCLUSÃO.........................................................................................38 
BIBLIOGRAFIA......................................................................................39 
WEBGRAFIA..........................................................................................41 
ÍNDICE ...................................................................................................42 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
Esta monografia tem como tema o Deficiente de Baixa Visão e a 
Arteterapia. A questão central deste trabalho é saber se é possível a aplicação 
da Arteterapia com Deficientes Visuais de Baixa Visão. O tema sugerido é de 
fundamental relevância, pois sabe-se que a Arteterapia é um processo que 
ajuda no autoconhecimento e para isso dispõe de várias atividades, como o 
desenho, a pintura, a colagem, predominando o uso de imagens para que o 
autor (criatura) dialogue com elas e assim possa mostrar ou compreender seus 
arquétipos (possibilidades que cada um tem de formar suas próprias 
características, dependendo para isso de sua criação, do ambiente em que 
vive, de sua própria personalidade). Considerando-se esse saber, poderia o 
cliente deficiente visual de baixa visão (DVBV) atingir seu bem estar utilizando-
se desse mesmo procedimento, adaptado ou modificado, para que ele chegue 
a uma melhor qualidade de vida, ao seu próprio bem estar, mesmo não 
podendo visualizar normalmente suas criações (seus trabalhos)? É provável 
que o DVBV possa responder ao tratamento se o arteterapeuta lançar mão de 
outros artifícios como o teatro, a dramatização, a música, além do desenho, da 
pintura e da colagem, com as devidas alterações? É possível que o condutor 
das atividades, estando informado a respeito da deficiência do cliente, consiga 
bons resultados a partir de adaptações dos materiais? 
Esses processos devem contribuir para que o indivíduo sinta-se 
integrado ao meio, seguro e adaptado, conforme estabelece a lei de inclusão, 
minimizando o preconceito existente, inclusive dentro da família. 
São, portanto, objetivos desta monografia integrar o DVBV ao 
tratamento arterapêutico lançando mão de materiais diversificados para que ele 
possa ver melhor e responder ao tratamento. Reconhecer o DVBV como uma 
pessoa integrada e capaz de exercer várias atividades trabalhadas também 
com pessoas de visão normal. Adaptar materiais para que possam ser vistos 
pelos DVBVs, utilizando-se de alternativas no tratamento do DVBV como 
atividades sonoras e de movimento, enumerando algumas atividades que 
9 
 
 
 
possam ser desenvolvidas por eles. Este trabalho, pautado em pesquisa 
bibliográfica, tem como referência a pesquisa de autores como: Vanessa 
Coutinho, Angela Philippini e Danilo D. Monteiro de Castro e busca concluir que 
os DVBVs podem participar de sessões de arteterapia com atividades 
diferenciadas e adaptadas para sua realidade com bom aproveitamento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 
 
 
CAPÍTULO 1 
 CEGUEIRA E BAIXA VISÃO OU VISÃO SUBNORMAL 
A cegueira e a baixa visão ou visão subnormal são deficiências 
visuais que dificultam o ser humano adquirir informações sobre o ambiente 
através do sentido que mais favorece os conhecimentos a respeito do mundo 
que o cerca. 
Segundo Sampaio (2001), os olhos são só parte de toda uma rede 
que completam a constituição da imagem visual. É preciso que todo esse 
mecanismo esteja em boas condições para que haja uma visão eficiente. 
Para se entender melhor essas diferenças será preciso conceituar 
cada uma delas. 
 
1.1 O que é Visão Subnormal 
Castro (1994, p.01) conceitua Visão Subnormal como dedução na 
visão. 
Pode ser em conseqüência da diminuição da acuidade visual, 
e/ou campo visual, e/ou diminuição de sensibilidadede 
contraste, estando o paciente com a sua melhor correção em 
ambos os olhos. Utilizando um valor numérico de acuidade 
visual, podemos dizer que é a condição em que a acuidade é 
igual ou menor que 20/60 no melhor olho corrigido. Deve-se 
procurar evitar fixar-se em divisões rígidas, pois a necessidade 
visual irá depender de indivíduo para indivíduo. 
 
Nem todo deficiente de visão subnormal possui o mesmo 
comprometimento. Cada pessoa tem uma necessidade particular e uma forma 
própria para melhorar sua percepção visual. 
Um outro conceito também se faz necessário para um melhor 
entendimento da deficiência. 
Para Carvalho (1992), a visão subnormal é uma perda severa que 
não responde a nenhum tratamento e pode ser narrada como qualquer 
dificuldade visual que traga prejuízo para os indivíduos. Essas pessoas não 
são consideradas cegas, porém têm dificuldades para cumprir as tarefas 
11 
 
 
 
diárias como: ler, assistir televisão, cozinhar, andar na rua, viajar, costurar, 
pintar, jogar cartas etc. A autora definiu as muitas funções visuais que podem 
estar comprometidas nesse indivíduo, como “acuidade visual, campo visual, 
adaptação à luz e ao escuro e percepção de cores, dependendo do tipo de 
patologia apresentada, isto é, do tipo de estrutura ocular que apresenta lesão.” 
(CARVALHO,1992, p.14) 
Conforme a causa que acarretou a baixa visão, o indivíduo procede 
de maneira diferente nas suas atividades cotidianas. 
Acuidade Visual (AV) é o grau de aptidão do olho, para 
discriminar os detalhes espaciais, ou seja, a capacidade de 
perceber a forma e o contorno dos objetos. Essa capacidade 
discriminatória é atributo dos cones (células fotossencíveis da 
retina), que são responsáveis pela Acuidade Visual, central, 
que compreende a visão de forma e a visão de cores. (...) Os 
tipos mais comuns são a redução da visão central, e da visão 
para leitura. (http://www.vejam.com.br/baixavisao-acuidade-
visual/) 
 
Esses indivíduos evitam atividades minuciosas, preferindo 
locomover-se em espaços amplos. 
A baixa acuidade visual também pode resultar de um 
decréscimo da visão periférica, da perda da visão das cores, da 
incapacidade ou perda de aptidão do olho para se ajustar à luz, 
contraste ou brilho. (op. cit.) 
 
Os indivíduos portadores desse tipo de visão preferem as atividades 
individuais como, leitura, quebra-cabeça etc., já que eles têm dificuldade na 
percepção do entorno. 
 
1.2 Causas da Visão Subnormal 
Existem várias causas para que uma pessoa seja portadora de baixa 
visão. Muitos autores abordam esse assunto, mas todos concordam que 
existem as causas congênitas e as adquiridas. 
CARVALHO (1992, p.14) dividiu essas causas em: 
Congênitas: já ocorrem no nascimento. Exemplo: coriorretinite 
macular por toxoplasmose, catarata congênita, glaucoma 
congênito, atrofia congênita de Leber etc. e adquiridas: por 
doenças adquiridas como diabetes, deslocamento de retina, 
 
12 
 
 
 
glaucoma, catarata, degeneração senil de mácula, traumas 
oculares. 
 
1.3 Outras Deficiências Visuais 
Não é considerado deficiente visual o indivíduo com cegueira ou 
baixa visão em um só olho, mas sim, quando algum desses problemas atinge 
os dois olhos. 
O Instituto Benjamin Constant, no seu site definindo a Cegueira e a 
Visão Subnormal, afirma que: “(...) cegueira total ou simplesmente Amaurose, 
pressupõe completa perda de visão. A visão é nula, isto é, nem a percepção 
luminosa está presente”. (http://www.ibc.gov.br/?itemid=94) É o que 
denominam de visão zero. 
Já a cegueira parcial consiste, segundo o mesmo site (IBC), em 
“indivíduos apenas capazes de contar dedos a curta distância e os que só 
percebem vultos.” O site ainda cita aqueles que só têm “percepção” 
(identificação de luz e sombra) e “projeção luminosas” (além de perceberem 
luz e sombra, também percebem a origem da luz).(op. cit.) 
 
1.4 Recursos Ópticos e não Ópticos para a Visão Subnormal 
Com o intuito de melhorar a qualidade de vida do deficiente de baixa 
visão buscaram-se, na tecnologia, recursos que possam trazer benefícios, mais 
conforto e auto-suficiência, permitindo a esses deficientes uma maior confiança 
em si mesmos. 
 Dentre as inúmeras opções existentes serão destacadas abaixo 
aquelas mais utilizadas. 
1.4.1 Recursos Ópticos 
Segundo o site Lar das Moças Cegas 
Recursos ópticos são óculos com lentes especiais, telescópios, 
lupas manuais, de apoio ou eletrônicas, que possibilitam o 
aumento das imagens para facilitar sua identificação. 
(www.lmc.org.br/bv.htm) 
 
 
 
13 
 
 
 
1.4.2 Recursos Não Ópticos 
Recursos não ópticos são aqueles que melhoraram o 
desempenho do paciente portador de Visão Subnormal sem a 
utilização de lentes, como impressos (livros e revistas) e 
materiais (caneta, baralho, teclado de computador) ampliados 
de alto contraste. Iluminação adequada, escrita em Braille, 
lentes filtrantes, chapéu e viseira também são considerados 
recursos não ópticos. (www.lmc.org.br/bv.htm.) 
 
1.5 Os Deficientes de Baixa Visão na Sala de Aula 
Hoje, com o programa de inclusão nas escolas, é preciso que ela 
esteja preparada para trabalhar com diversas deficiências. Em se tratando do 
deficiente de baixa visão cabe ao professor observar os que precisam de 
auxílio médico. Depois de diagnosticado o problema e observadas suas 
individualidade e peculiaridade, torna-se mais fácil para o professor 
proporcionar autoconfiança a esse aluno. 
Na criança, é mais fácil perceber precocemente a cegueira do que a 
baixa visão, que só vai ser detectada mais tarde, na idade escolar. 
Os Arquivos Brasileiros de Oftalmologia fez um estudo e, entre 
outras informações, esclarece que 
Considerando a importância da visão na educação e 
socialização da criança, as ações de promoção da saúde e de 
educação em saúde assumem importância decisiva. A 
prevenção e a detecção precoce de deficiências oculares são 
os melhores recursos para combate à visão subnormal e 
devem ser feitas, preferencialmente, na infância. Sendo a 
escola uma instituição com grande concentração de crianças, 
cabem aos profissionais da área de saúde escolar as ações de 
detecção e tratamento de baixa visão. Para atingir o objetivo 
comum da saúde da criança em idade escolar é necessária a 
ação integrada lar-escola-comunidade. 
(http://www.abonet.com.br/abo/662/abo66209.htm) 
 
O trabalho dessas pessoas se fará no sentido da estimulação 
dessas crianças para que elas exercitem sua visão e todos os seus sentidos 
com atividades sensório-motoras. 
Para a Psicóloga e Educadora, Sá (2008) 
O trabalho com alunos com baixa visão baseia-se no princípio 
de estimular a utilização plena do potencial de visão e dos 
sentidos remanescentes, bem como na superação de 
dificuldades e conflitos emocionais. Estes alunos devem 
14 
 
 
 
aprender a perceber visualmente as coisas, as pessoas e os 
estímulos do ambiente. Para isto, os educadores devem 
despertar o interesse dos alunos e estimular o comportamento 
exploratório por meio de atividades orientadas e 
adequadamente organizadas a partir de critérios que 
contemplem as necessidades individuais e específicas destes 
alunos. (http://www.bancodeescola.com/alunos-com-baixa-
visao.htm) 
 
Para fins educacionais, as pessoas de baixa visão são aquelas que 
podem indicar projeção de luz até onde o grau da redução de acuidade visual 
não prejudique seu desempenho. (SÁ, 2008) 
Algumas recomendações são necessárias para que o aluno 
deficiente de baixa visão possa se sentir confortável e desempenhar melhor 
suas tarefas, além da utilização dos recursos ópticos e não ópticos que sabe-
se serem indispensáveis. 
Para que as atividadesse desenrolem produtivamente, a mesma 
autora aconselha que o professor observe alguns detalhes. 
O aluno deve ficar sentado no centro da sala de aula, a uma 
distância de aproximadamente um metro do quadro negro; a 
carteira deve ficar em uma posição que evita a incidência de 
reflexo de luz no quadro, a claridade diretamente nos olhos do 
aluno e jogo de sombras sobre o caderno; o uso constante de 
óculos deve ser incentivado, quando houver prescrição médica; 
a seleção, a confecção ou adaptação de material devem ser 
planejadas e elaboradas de acordo com a condição visual do 
aluno; a necessidade de tempo adicional para a realização das 
tarefas deve ser observada; o material escrito e as ilustrações 
visuais devem ser testados com a intenção de assegurar que 
podem ser percebidos pelo aluno; as posições do aluno e da 
carteira devem ser modificadas, sempre que necessário, 
sobretudo no caso de fotofobia; excesso de luz deve ser 
controlado ou evitado em sala de aula; uso de cortinas ou 
papel fosco para não refletir a claridade; as tarefas propostas 
devem ser explicadas verbalmente de modo claro e objetivo. 
(op. cit.) 
 
É importante ressaltar que todo esse amparo ao deficiente tem um 
respaldo legal. O Brasil possui uma vasta legislação sobre a questão dos 
portadores de deficiência e é signatário em vários Tratados Internacionais. 
A própria Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 
estabelece normas gerais sobre o assunto, como por exemplo, em seu artigo 
23º II diz que: 
15 
 
 
 
É competência comum da União, dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios cuidarem da saúde e assistência 
pública, da proteção e garantia das pessoas portadoras de 
deficiência. (CRFB, 2008, p.22) 
 
O Brasil também é signatário do acordo de Nova Iorque assinado no 
dia 30 de março de 2007 que trata das pessoas portadoras de deficiência. O 
Congresso Nacional em observância ao artigo 49 inc I da CRFB/88 ratificou o 
acordo por meio do Decreto Legislativo n° 186/2008. 
Por sua vez, ainda obedecendo aos ritos constitucionais, o Poder 
Executivo, na pessoa do Presidente da República, em observância ao artigo 5º 
§ 3º da CRFB/88 promulgou o Decreto nº 6.949, de 25 de agosto de 2009. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
 
 
 
 CAPÍTULO 2 
 A ARTE E A ARTETERAPIA 
2.1 A Arte 
Antes de abordar o assunto Arteterapia, não se pode deixar de falar 
na Arte em si, da Arte de maneira geral, a que surgiu como todo mundo sabe, 
logo assim que os primeiros homens vieram habitar nosso planeta. Ainda nas 
cavernas, “o ateliê do homem pré-histórico” (MARTINS,1998, p.34), ele já 
expressava seu mundo, pela linguagem da arte, mesmo antes de escrever. 
Por meio de símbolos o homem conseguiu interpretar seu mundo e 
deixou nas cavernas (arte rupestre), imagens de bisões, mamutes e outros 
animais, mostrando, mais do que as representações dos animais selvagens, 
sua sensibilidade visual e a capacidade de abstração. Pois, no dizer de 
Bachelard “a imaginação não é a faculdade de formar imagens da realidade, é 
a faculdade de formar imagens que ultrapassam a realidade.” (BACHELARD, 
apud, MARTINS, 1998, p. 34) 
Essa realidade é mostrada a partir da linguagem simbólica que tão 
bem representava o homem pré-histórico, fazendo uso já da criatividade 
inerente ao ser humano. “As obras dos artistas pré-históricos manifestavam a 
vocação inventiva do homem e da sua mente criadora para interpretar a 
realidade.” (op. cit. p. 36) 
O que levava aqueles homens, em várias partes do mundo, a criar 
essas obras que perpetuam até hoje? Por certo eles não tinham a pretensão de 
fazer arte, mas sem dúvida fizeram. 
Proença (1994), responde a essa questão dizendo que aquela arte 
era realizada por caçadores. Acreditavam os primitivos que pintando o animal, 
teriam poder sobre ele e assim a caçada não seria tão difícil. Quando 
mantinham o animal ferido, preso na imagem, ou seja, pintado nas paredes das 
cavernas, eles poderiam matá-lo com mais facilidade. É preciso lembrar que as
17 
 
 
 
 armas daquela época eram precárias e o próprio tamanho dos animais 
impressionava. 
A evolução do homem segue junto com a evolução da arte. O 
mundo já não vive sem a música, a poesia, a pintura, o teatro, o cinema e 
tantas outras expressões artísticas. “Toda linguagem artística é um modo 
singular de o homem refletir-reflexão/reflexo- seu estar no mundo.” (MARTINS, 
1998, p.41). O homem ao trabalhar nessa linguagem consegue criar intimidade 
entre seu coração e sua mente. Ele cria um diálogo entre as formas de 
imaginação e de sentimentos. 
A Arte, sendo uma linguagem universal, possibilita a compreensão e 
aceitação por quem quiser dispor de sensibilidade e boa vontade. Qualquer 
expressão artística tem seu valor e seu significado para uma leitura e uma 
resposta da proposta do seu autor. O homem não deixa de criar porque é um 
ser criativo por natureza. Isso acontece desde a pré-história, como já foi citado. 
“Os desenhos nas paredes das cavernas eram a forma encontrada pelo 
homem pré-histórico para se comunicar, se expressar e representar a sua 
realidade.” (ROCHA, 2009, p. 24). É grande o mérito desses homens que ao 
sentirem necessidades precisaram fazer uso de sua criatividade, buscando do 
nada, ou melhor, na natureza, materiais para descobrir e criar armas, 
ferramentas, utensílios etc. 
Assim como o homem pré-histórico pintava buscando interpretar o 
mundo, as crianças de todos os lugares sempre se utilizam do simbólico para 
mostrar seus pensamentos e sentimentos. Como diz Martins (1998), as 
crianças não produzem signos conscientemente, porém, estando em um 
mundo simbólico aprende a usar esses “sinais”, mesmo não tendo noção do 
que seja, mas pelo prazer em imitar gestos. 
É sabido que todo ser humano inicia seu “desenho” com garatujas e 
são elas que vão favorecer, mais tarde, o aprendizado da escrita. “Nem sempre 
nos damos conta da variedade de rabiscos traçados pela criança e de como 
eles se modificam com o passar do tempo, embora continuem sendo 
garatujas.” (op. cit. p. 97) 
18 
 
 
 
A “arte” que a criança faz no papel, no chão, na parede, seja lá onde 
for, não tem nenhuma intenção de ser arte e sim de ser uma experimentação. 
Seus desenhos só vão começar a ser entendidos pelos outros quando ela tiver 
mais idade. 
Como expressão individual, a arte não tem que parecer perfeita aos 
olhos do observador. Então o que vem a ser Arte afinal? Ela é conceituada por 
vários autores. As palavras mudam, mas o sentido é o mesmo. Como diz 
Aurélio, no seu dicionário: 
Capacidade que tem o homem de por em prática uma idéia, 
valendo-se da faculdade de dominar a matéria. Atividade que 
supõe a criação de sensações ou de estados de espírito, em 
geral de caráter estético, mas carregados de vivência íntima e 
profunda, podendo suscitar em outrem o desejo de prolongar 
ou renovar. (FERREIRA,1975, p.141) 
 
A arte está em cada ser humano, já nasce com ele podendo se 
manifestar de várias maneiras, segundo técnicas que o homem pode adquirir, 
mas sem nunca deixar de revelar a individualidade de quem a está praticando. 
Ela vem evoluindo através dos tempos, assim como o ser humano, porém 
sempre trará a assinatura do seu autor. 
A arte pode ser um recurso poderoso, capaz de mobilizar a 
totalidade do ser de uma pessoa, pois envolve os níveis 
sensório-motor, emocional, cognitivo e intuitivo do 
funcionamento. Na arte há uma mobilização de energia e 
emoção que ocorre na ação, onde a consciência se forma no 
próprio processo desta ação. Quando o nívelsensório-motor é 
ativado ocorrem percepções e transformações. (MOREIRA 
2007, p. 32) 
 
Esse “recurso poderoso”, inerente na arte, pode ter sido o embrião 
da Arteterapia como um processo de autoconhecimento e possibilidade de 
analisar profundamente as produções “artísticas” e a maneira como foram 
produzidas. 
 
 
19 
 
 
 
2.2 A Arteterapia 
Valendo-se da versatilidade que a arte dispõe e de todas as 
possibilidades que ela dá ao indivíduo de transformar sua potencialidade 
emcriação, é que a Arteterapia pode cumprir sua finalidade de se converter em 
um elemento facilitador ao acesso para o universo imaginário e simbólico, 
permitindo ao indivíduo seu próprio conhecimento, objetivo primordial da 
arteterapia como função terapêutica. 
Para se entender melhor como se deu essa união entre Arte e 
Terapia torna-se necessário buscar no passado a pessoa responsável, aqui no 
país, por esse feito. Conforme Amador (2005) cita, na década de 40, o Brasil 
utilizava-se de choque elétrico no tratamento psiquiátrico. Com a vinda da Dra. 
Nise Magalhães da Silveira para o Centro Psiquiátrico Pedro II, no Engenho 
Novo, essa situação mudou devido a sua rebeldia em não aceitar esse tipo de 
tratamento. Ao ser transferida para o setor de Terapêutica Ocupacional, criou um 
espaço para que os pacientes internados pudessem se sentir num ambiente 
acolhedor, organizando ateliês com várias atividades como: desenho, pintura, 
modelagem, escultura, sem que os monitores interferissem em suas criações. 
Com isso ela buscava a cura quando favorecia, por meio da expressão criativa, 
o caminho de volta à realidade de cada um. 
Com o passar do tempo verificou-se que essa nova maneira de 
trabalhar a psiquiatria, ou diversos males da mente, era bem estimulante. A 
arteterapia se destacou com o trabalho pioneiro de Nise da Silveira, “que sempre 
preferiu a utilização do termo Emoção de Lidar (...)” (URRUTIGARAY 2008, p. 
23). 
A Dra. Nise da Silveira não gostava do termo Arte quando utilizado 
para tratamento porque as produções, segundo ela, não deveriam ser vistas 
como obras de arte, submetendo-se a padrões estéticos e sim uma possibilidade 
de mostrar algo do inconsciente para que pudesse ser compreendido pelo 
terapeuta e pelo próprio paciente. Diz ainda Urrutigaray (op. cit.) que a 
arteterapia veio para mostrar o valor das habilidades artísticas, para possibilitar a 
liberação de imagens internas revelando o “self”, transformando conteúdos 
20 
 
 
 
internos incompreendidos em algo visível exposto em imagens para que sejam 
esclarecidos. 
Conforme a mesma autora, a arteterapia leva o sujeito à individuação. 
Ele consegue se conhecer melhor ao dialogar com sua própria obra 
(criador/criatura). O trabalho com arte conduz a uma situação de facilidade ao 
alcance do universo imaginário e simbólico, favorecendo o desenvolvimento de 
potencialidades e o autoconhecimento. Ao executar alguma tarefa de arte o 
sujeito encontra-se capaz de criar novas expectativas, transformando 
pensamentos em ações. Essa pessoa estimula habilidades que vão lhe ajudar 
nas questões intelectiva ou cognitiva. Quando o indivíduo cria, seja na pintura, 
na escultura, ou mesmo na expressão corporal, ele está colocando algo de si, a 
sua maneira de ver o mundo e isso o ajuda a descarregar o que o incomoda, 
mesmo que ele ainda não compreenda o que seja. Toda imagem consegue, por 
meio de seus símbolos, manifestar a realidade da pessoa de forma a facilitar 
para o arteterapeuta, a compreensão maior do seu cliente. 
Com a intenção de ratificar o conceito de arteterapia, busca-se em 
Olivier (2008, p. 42) a afirmativa que “arteterapia é uma Ciência fundamentada 
em Medicina, Artes e Psicologia, requer muito estudo e prática, além de 
sensibilidade do Terapeuta.” A arteterapia precisa analisar as obras e todo o 
processo até chegar ao produto, sem, contudo observá-lo como forma de arte. O 
importante no caso é examinar o processo de criação e não o produto final. 
Moreira (2007, p. 32) confirma esse conceito quando declara que 
“arte-terapia tem finalidade curativa” porque a imagem é transformada pela 
energia psíquica, e por meio de símbolos mostra os arquétipos. Segundo essa 
autora o objetivo da arte-terapia não é a aprendizagem das técnicas de arte e 
nem a execução das obras, mas sim a criatividade e o autoconhecimento. A arte 
é capaz de favorecer mudanças internas e superar problemas porque promove a 
compreensão de si mesmo, ela revela o interior do indivíduo, mostra como ele é 
e como ele está no mundo. “A arte-terapia é uma modalidade terapêutica que se 
utiliza de recursos artísticos e expressivos, com o objetivo de possibilitar ao 
indivíduo a materialização de uma imagem interna.” (op. cit.) 
21 
 
 
 
Essas afirmativas levam a conclusão de que a Arteterapia sem 
expressões artísticas não sobreviveria, por isso estão interligadas com o intuito 
de, juntas, aprimorar o autoconhecimento humano. 
 
2.3 Diferenças entre a Arte e a Arteterapia 
Muitas pessoas fazem confusão a respeito desses conceitos. O que 
seria Arte, Arteterapia e ainda Arte-Educação ou Arte como Terapia. 
A Arte já foi esclarecida anteriormente, como qualquer obra produzida 
pelo homem, por meio de técnicas e habilidades, nascida de uma ideia que já foi 
concretizada. Pode-se citar como obra de arte uma pintura, uma escultura, uma 
música, uma peça teatral, uma obra literária etc, sempre referindo-se ao produto 
final. 
Conforme Barbosa (1995), para definir Arte-Educação é preciso 
lembrar-se do Brasil de 1870 quando por meio dela, começou-se a preparar 
profissionais do desenho para ajudar o país a ganhar concorrência comercial 
com a Europa, porque até então só se fazia cópia ou desenho geométrico. O 
desenho como “impulso criativo” só surgiu em 1890, com uma lei oficial onde os 
psicólogos descobriram a relação que existia entre os processos afetivo e 
cognitivo na arte da criança. Mas só na Semana de Arte Moderna de 1922 é que 
o Brasil renovou seus métodos de ensino da Arte-Educação. Foi por intermédio 
de Anita Malfatti e Mário de Andrade que teve início a “livre expressão” para a 
criança. 
A idéia da livre- expressão originada no expressionismo, levou 
à idéia de que Arte na educação tem como finalidade principal 
permitir que a criança expresse seus sentimentos e à idéia de 
que a Arte não é ensinada mas expressada. Esses novos 
conceitos, mais do que aos educadores, entusiasmaram 
artistas e psicólogos que foram os grandes divulgadores 
dessas correntes e, talvez por isso, promover experiências 
terapêuticas passou a ser considerada a maior missão da Arte 
na Educação. (op. cit. p. 45) 
 
Contradizendo esse conceito de a Arte promover experiências 
terapêuticas, Olivier (2008, p. 43) diz que “Arte-Educação é o ensino das
22 
 
 
 
 técnicas básicas e das produções em se tratando de Artes, sem nenhum 
envolvimento com Terapia ou qualquer tratamento terapêutico”.Talvez porque, 
naquela época de 1890 ainda não se falava em Arteterapia, é que as pessoas 
se entusiasmaram com a descoberta de que poderiam utilizar a arte como um 
tratamento, até porque, foi nesse momento, que se deu valor à criatividade na 
hora de se expressar nas artes, promovendo assim um desencadeamento de 
outras correntes artísticas. 
A Arte como Terapia e a Arteterapia confundem-se como processo 
terapêutico porque de fato têm conceitos parecidos. “A Arte como Terapia não 
se importa com o processo percorrido nas produções do paciente, mas sim 
com a própria produção”.(OLIVIER, 2008, pp.40 e 41). O Terapeuta, segundo a 
mesma autora, pode organizar reuniões para que se produzam trabalhos de 
arte,apenas para amenizar estresse ou depressões leves, ou ainda atender 
individualmente, sem que para isso precise fazer qualquer tipo de análise, 
bastando que possua alguma noção de arte. 
Já a Arteterapia é mais complexa porque necessita de um estudo 
maior. Ela é uma ciência nova, mas que vem sendo praticada cada vez mais no 
Brasil. 
Arteterapia é uma Ciência, fundamentada em Medicina, Artes e 
Psicologia, requer muito estudo e prática, além de sensibilidade 
do Terapeuta. Analisa com profundidade as produções e os 
meios dessas produções dos pacientes, excluindo-se a arte 
propriamente dita. Analisa o processo de criação e não a 
criação em si. Em muitos casos, exige a presença de outros 
profissionais em uma equipe e requer espaço apropriado. (op. 
cit. p. 42) 
 
Segundo a Associação de Arteterapia do Rio de Janeiro (AATA, 
2003) e de acordo com o texto recentemente atualizado da “American 
Association”, Arteterapia ajuda, através do uso de atividades artísticas, as 
pessoas com traumas, doenças, dificuldades na vida, a aumentar o 
autoconhecimento, favorecendo assim, uma melhor qualidade de vida, 
podendo ainda usufruir do prazer de trabalhar com arte. Refere-se também ao 
arteterapeuta como o profissional treinado em arte e em terapia, conhecedor do 
23 
 
 
 
desenvolvimento humano, teorias psicológicas, práticas clínicas, tradições 
espirituais, multiculturais e artísticas, assim como na crença da possível cura, 
através da arte. Podem trabalhar com grupos ou individualmente, em qualquer 
espaço que propicie a saúde mental e fazer parte também de equipes afins. 
(http://www.aarj.com.br/htm/arteterapia.htm) 
Muitos outros autores definiram também a Arteterapia, mas a 
essência dos conceitos é sempre a mesma. Todos concordam que a arte é o 
combustível para que se realize um trabalho e que o arteterapeuta, junto com 
seu cliente, possa analisar e ajudar num processo de melhora ou cura de uma 
possível doença psíquica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
24 
 
 
 
CAPÍTULO 3 
A ARTETERAPIA E OS CLIENTES COM VISÃO 
SUBNORMAL 
 
3.1 Apresentação do Ateliê 
Sabe-se que o ambiente exerce grande influência sobre as pessoas 
e quando se trata de um ateliê onde se recebe clientes, esse lugar deve estar 
preparado para essa ocasião. O espaço do arteterapeuta, além de 
aconchegante, deve também ser confortável e abastecido de todos os 
materiais que serão utilizados pelos clientes. “A arteterapia exige um espaço 
para a criação, isto é, que haja condições a que as pessoas se instalem, 
juntamente com seus materiais plásticos e que o processo se dê de maneira 
agradável”. (COUTINHO, 2009, p. 52) 
Quando se tratar de um deficiente visual de baixa visão é preciso, 
para facilitar o convívio do cliente ali, que esse ateliê seja apresentado de 
perto, mostrando-se onde ficam os móveis e tudo mais que fizer parte do local. 
E mais ainda, que não seja mudado nada dos lugares, assim o cliente estará 
seguro para caminhar em um ambiente que ele já conheça. “É essencial um 
local adequado e bem equipado com espaço para ateliê e uma área vaga para 
exercícios físicos”. (OLIVIER, 2008, p. 38). No caso do cliente de baixa visão, 
além de atividades plásticas ele necessitará de outras atividades como contos, 
dramatizações, que lhe proporcionará maior contato sensorial que não seja a 
visão. 
 
3.2 O Arteterapeuta 
Um bom terapeuta, segundo Coutinho (2009, p. 30) deve ter um 
ótimo conhecimento técnico, que se adquire por meio de boas leituras e 
participação em cursos. Deve ter acesso a um supervisor, que vai lhe ajudar
25 
 
 
 
nas situações mais difíceis, e ainda deve fazer terapia para lidar melhor com as 
emoções dos clientes e a sua própria. “Se não temos um espaço terapêutico, 
arriscamos nossa própria saúde psíquica e também a daqueles a quem nos 
propomos acompanhar o percurso”. 
Para uma eficiência maior no trabalho do arteterapeuta é necessário 
que, além dos estudos, ele tenha bastante sensibilidade para atender e 
entender as necessidades de seu cliente. 
Olivier (2008, p. 36) declara que depois de descoberto o distúrbio no 
cliente, esse processo de cura ou de controle dos sintomas costuma ser 
demorado e exige prática do terapeuta e dedicação do cliente. ”Não basta 
entender regras e conceitos, é preciso ter muita sensibilidade e experiência 
para reconhecer um rabisco perdido em um desenho”. 
Diz ainda a autora que o terapeuta deve ter um estudo 
fundamentado em Psicologia, Medicina, Psiquiatria, Neurologia e Artes para 
que ele possa entender do “funcionamento cerebral” e saber lidar com a mente 
e corpo do paciente. 
Não é impossível se utilizar da arteterapia com deficientes visuais, 
como o cego e os de baixa visão. Esse trabalho vem sendo feito há muito 
tempo. 
Kramer atribuía seu conhecimento do desenvolvimento do 
grafismo infantil e seus métodos de ensino de arte para 
crianças em grande parte a Victor Lowenfeld, especialmente no 
que se refere ao trabalho que ele fez com crianças cegas e 
com deficiências visuais. (KRAMER, apud CIORNAI, 2004, pp. 
27e28) 
 
Segundo a mesma autora, Edith Kramer era austríaca e como artista 
e arte-educadora publicou dois livros. “Kramer sublinhava a importância da 
arteterapia nos processos de organização e maturação psíquica, assim como 
nos processos sublimatórios e de fortalecimento do ego”. (op. cit.) 
Como se sabe, todas as crianças são iguais no mundo todo, no que 
se referem as suas possibilidades de desenvolvimento. Não importa o grau de 
deficiência, sempre haverá alternativas para lidar com essas crianças. 
26 
 
 
 
3.3 Materiais e suas Adaptações 
Quando se fala em trabalhar com arteterapia e expressões artísticas, 
não se deve deixar de pensar nos materiais que serão utilizados. E pode-se ter 
certeza que existem muitos disponíveis no mercado e quase todos eles 
poderão servir ao deficiente de baixa visão. Conforme a atividade a ser 
trabalhada, o arteterapeuta vai adaptar materiais para que o cliente possa se 
sentir à vontade ao desenvolvê-la. 
As atividades expressivas visuais são as que dão mais “consistência 
ao trabalho” da arteterapia, como explicou Angela Philippini (2009) em uma 
entrevista na Clínica POMAR1. Ela ainda fala das outras expressões como a 
música, o conto, as encenações, também usadas em atendimentos, mas “O 
foco da Arteterapia é preferencialmente nas artes visuais”. 
Mesmo os deficientes de baixa visão podem participar de sessões 
em arteterapia utilizando-se dos mesmos materiais convencionais, bastando 
que o arteterapeuta faça algumas adaptações para que se encaixem melhor a 
esses clientes especiais 
 
3.4 Algumas técnicas que podem ser adaptadas para o DVBV 2 
Essas adaptações apresentadas abaixo, para os DVBV, foram 
adquiridas mediante observações de alunos entre 8 e 15 anos no Instituto 
Benjamin Constant e na EEEE3 Anne Sullivan, que atendem a essa clientela. 
3.4.1 Colagens 
Por ser uma técnica de simples operação, barata e agradável de 
fazer, é indicada para se iniciar o processo terapêutico porque também ajuda 
as pessoas a vencerem os medos de desenhar e pintar. 
 
1 Proposta de Orientação Multidimensional Arte Realidade. 
2 Deficiente Visual de Baixa Visão. 
3 Escola Estadual de Educação Especial. 
27 
 
 
 
Philippini (2009, p. 23) declara que a colagem é recomendada 
também por suas múltiplas possibilidades de criar outros significados da 
mesma imagem ou de várias figuras poderem se transformar em apenas uma. 
Existem ainda outras tantas possibilidades de se trabalhar a 
colagem. Diversossão os materiais e formas de se aproveitar esta técnica. A 
colagem pode ser entendida como a mais versátil das atividades, porque tanto 
se pode colar o bidimensional como é o caso dos papéis, tecidos, fitas, como o 
tridimensional, as construções de todos os tipos, o trabalho com sucata, que 
também precisa ser colado. 
Misturar materiais e colar, em técnica mista: panos e papéis e 
materiais orgânicos como sementes, flores e folhas secas, 
papéis e areia em cores naturais ou pigmentadas, combinar 
papéis com fitas, botões e sianinhas, rendas e galões 
(passamanarias em geral), macarrão miúdo (habitualmente 
utilizado para sopas infantis) em formatos diversos, confeitos 
coloridos, contas e sementes, fios de espessuras e texturas 
diferentes, desde os barbantes coloridos até linhas de seda 
para bordar, e mais uma infinidade de possibilidades que 
dependerá do interesse do arteterapeuta pelo jogo das 
combinações plásticas em experimentações diversas. (op. cit.) 
 
Para os DVBV é bem interessante o uso de diversas texturas para 
facilitar o reconhecimento dos materiais. Recomenda-se que esses objetos, 
para colagem, não sejam muito pequenos e que as figuras venham recortadas, 
sejam grandes, sem muitos detalhes para que os deficientes possam enxergar 
melhor. 
A colagem pode ser utilizada como experiência sensorial e 
também como manifestação emocional. Além de também 
trabalhar questões relacionadas à esfera intelectual e cognitiva, 
pois a partir de um tema dirigido ou de livre escolha a pessoa 
vai procurar nas revistas e demais materiais ideias que possam 
expressar e comunicar seus sentimentos, emoções e ideias em 
relação ao tema. Planejamento, direcionamento e atenção 
estão sendo estimulados pelo indivíduo ao fazer esse trabalho 
artístico. Além de também estar trabalhando com a expressão 
e com a comunicação. (MOREIRA, 2007, p. 65) 
 
28 
 
 
 
Muitos são os exemplos de atividades feitas com a técnica da 
colagem. O trabalho “Montagem com flores” de Christo (2009, p. 78) parece 
bem adequado ao DVBV, pois acrescenta o sentido do olfato ao trabalho em si. 
 
Material: Pétalas de flores e folhas naturais; cola; cartolina 
colorida. Procedimentos: 1) Colar as pétalas e folhas sobre um 
pedaço de cartolina colorida, a seu gosto, compondo ou não 
uma mandala. Explorar o contraste da cor da cartolina com as 
cores dos elementos que comporão a forma; 2) Fazer uma 
Xerox colorida do trabalho no mesmo dia ou, no máximo, até o 
dia seguinte à execução do trabalho, uma vez que os 
elementos naturais irão murchar. (op. cit.) 
 
3.4.2 Construções 
Philippini (2009, p. 88) descreve como “objetos terapêuticos” para 
construções, as caixas, as maquetes, as sucatas e as instalações. Diz ainda 
que “as técnicas de construção em Arteterapia são as mais complexas”. As 
caixas, que podem ser construídas ou aproveitadas de embalagens, guardam 
dentro delas, coisas que precisam ser escondidas ou protegidas. Podem ser 
produzidas em qualquer idade, mas as crianças demonstram maior interesse, 
porque sempre têm “pequenos tesouros” para protegerem. As maquetes, que 
podem ser trabalhadas com papelão, isopor, madeira, arames e pequenos 
objetos, reproduzem cenas em vários tamanhos. A construção com sucata, 
envolvendo materiais distintos de várias dimensões e texturas, é bem mais 
difícil, pois é preciso manter o equilíbrio da peça usando materiais diversos. E 
ainda as instalações, que limita um espaço qualquer utilizando-se de objetos e 
materiais distintos. 
O arteterapeuta deve ficar atento quanto ao DVBV, pois dependendo 
do grau de sua deficiência ele vai precisar de ajuda para se locomover no 
espaço a ser construída a instalação. 
Um exemplo bem simples para construção é o de Christo (2009, p. 
97), pois fica fácil para o DVBV porque ele próprio escolhe suas figuras ou 
palavras e é capaz de colar todas em sua caixa. 
29 
 
 
 
Caixa do eu. Material: Uma caixa não muito pequena, que 
possa ser aberta e fechada; imagens recortadas de revistas; 
tesoura; cola. Procedimentos: 1) Deixar que a pessoa escolha 
as imagens que mais lhe agradem; 2) Colar essas imagens, 
decorando as várias faces da caixa, internas e externas. A 
pessoa escolherá livremente a posição em que deseja colocar 
cada imagem ou grupo de imagens. 
 
3.4.3 Desenho 
O desenho é a mais temida de todas as expressões artísticas. 
Vários autores concordam com essa ideia, inclusive Christo (op. cit., pp. 41e42) 
De todos os preconceitos, o primeiro a ser superado é aquele 
que nos faz acreditar que desenhar é produzir uma cópia da 
realidade a nossa volta. Não é isso que buscamos em 
Arteterapia; é preciso ir mais fundo, deixar que as linhas 
traçadas tragam à luz sentimentos há muito guardados, mesmo 
que não se tenha consciência disso. O imprescindível é soltar o 
traço, simbolizar, ou simplesmente deixar-se levar pelo 
movimento da linha angulosa ou sinuosa, grossa ou fina, 
contínua ou interrompida, falando por si só. 
 
Philippini (2009, p. 48) considera que quem escreve também pode 
desenhar porque as duas atividades necessitam das mesmas habilidades. “Na 
prática, desenhar corresponde apenas a olhar com atenção, guardar a imagem 
observada em sua totalidade e detalhes e depois, simplesmente reproduzi-la 
com tranqüilidade”. 
Para que o indivíduo comece a se acostumar a desenhar, existem 
algumas técnicas, que vão ajudá-lo, como treinar fazendo vários tipos de linhas 
no papel. 
Philippini (op. cit.) coloca alguns exemplos como criar imagens a 
partir de linhas, que podem ser sinuosas ou fortes; desenho ouvindo música; 
desenho compartilhado com outras pessoas. Essas técnicas vão trazer um 
alento ao sujeito quando ele perceber que conseguiu formas que antes achava 
impossíveis de serem feitas. 
Alguns materiais gráficos vão facilitar o DVBV em seus desenhos, 
como os lápis, que deverão ser macios (B) ou médios (HB) e escuros para 
maior contraste com o papel. Pode-se também trabalhar com o carvão de 
30 
 
 
 
desenho, os “pincéis atômicos” ou “pilot”, que têm pontas grossas e assim as 
linhas tornam-se mais visíveis. 
Dentre as diversas atividades de desenho, o trabalho proposto por 
Christo (2009, p. 50), denominado, gravado com agulha, é bem interessante 
para o DVBV, porque também usa a textura como forma de gravar as linhas no 
papel. 
Material: Cartolina branca; aguada de anilina; agulha grossa ou 
prego ou estilete. Procedimentos: 1) Desenhar na cartolina com 
o objeto marcante (agulha grossa, prego ou estilete). 2) Depois 
passar a aguada de anilina por cima. 
 
3.4.4 Pintura 
Outra técnica expressiva muito utilizada em ateliê de arteterapia é a 
pintura. Pintando se consegue aliviar tensões e os sentimentos fluem. 
Dificilmente as pessoas não vão apreciar trabalhar com cores. Elas 
proporcionam alegria, beleza e existe uma infinidade de possibilidades de 
materiais para serem usados na pintura. Tanto em tintas como em pincéis ou 
outra forma de pintar, como por exemplo, com espuma, com os dedos, as 
mãos. 
Philippini (2009, p. 38) afirma que o fato da pintura escorrer e 
manchar contribui para “um dos mais significativos aprendizados a fazer com a 
pintura: deixar fluir, deixar sair, escorrer, extravasar, transbordar”. 
A pintura permite interagir e experimentar cores, pois cada cor 
proporciona grande influência no organismo humano e o uso delas vai fazer 
com que as pessoas se vejam em cada pintura realizada, como diz Christo 
(2009, p. 17) 
A pintura, como técnica utilizada em arteterapia, permite 
exercitar novas maneiras de olhar a nós mesmos e a tudo o 
que nos rodeia. Esse exercício é um dos caminhos, e é um dos 
mais interessantes, para organizar e transformar sentimentos.Olhar o que produzimos livremente sobre o suporte oferecido é, 
muitas vezes, a possibilidade de olhar para dentro de nós 
mesmos, para algo que até então estava difuso ou oculto de 
nossa consciência. 
31 
 
 
 
Vários são os tipos de tintas usados em um ateliê. Para cada 
necessidade, que o arteterapeuta precisa discernir, é utilizado um tipo, desde 
as mais aquosas, como a aquarela, até as mais densas, como o guache. 
O DVBV prefere as cores mais fortes e contrastantes, devido a 
facilidade de enxergar melhor. 
Um bom exemplo de atividade com pintura para o DVBV vem de 
Christo ( 2009, p. 36) 
Material: Cartolina, Pó xadrez e água, Pincéis e cotonetes. 
Procedimentos: 1)Diluir o pó xadrez na água e pintar com essa 
mistura. 2) Uma outra alternativa é pintar o papel com a água 
pura e depois salpicar o pó xadrez, criando efeitos com o 
cotonete. O controle sobre o resultado final não é total, pois o 
trabalho vai ser função da relação entre a quantidade de água 
e a quantidade de pigmentos. Se for usada a alternativa de 
molhar primeiro o papel e depois colocar o pigmento sobre ele, 
o fator surpresa se intensificará. 
 
3.4.5 Modelagem 
Existem alguns materiais favoráveis para a modelagem, mas é na 
argila que se consegue melhores resultados. “O barro é um material vivo, 
orgânico, que alimenta a fantasia e incentiva o espírito criador”. (MOREIRA, 
2007, p. 62) 
A argila consegue alcançar o inconsciente do indivíduo e atua tanto 
no físico como na mente da pessoa, que a partir de uma porção de “terra” 
consegue concretizar seu pensamento. É relaxante porque tem que amassar, 
socar, construir, utilizando músculos e emoções. 
O barro sempre foi uma brincadeira de muitas crianças em dias de 
chuva ou depois dela. Algumas crianças construíam no barro bonecos, barcos 
utensílios, sem nem mesmo saber o bem que essa atividade estava fazendo 
para elas. 
A pessoa ao trabalhar com o barro tem condições de dominá-
lo, libertando assim suas tensões, fadigas e depressões, pois é 
um material vivo, de ação calmante, disciplinador das 
ansiedades e condutor do equilíbrio entre a ira e a euforia. O 
trabalho com o barro ajuda as pessoas a desenvolverem a 
auto-estima, sendo uma excelente opção de tarefa para 
32 
 
 
 
crianças inseguras e temerosas, pois é difícil errar na argila. 
(MOREIRA, 2007, p. 62) 
 
O trabalho com argila para o DVBV é muito proveitoso, porque o 
toque dispensa a visão. O movimento com as mãos já traz uma realidade 
daquilo que ele está fazendo ao sentir o barro. O DVBV pode desmanchar e 
criar, obtendo sensações táteis sem precisar muito da visualização do trabalho. 
“Mesmo no território da própria visualidade, o cego pode eventualmente 
perceber a beleza. Nesse caso, temos visto que o veículo de apresentação é o 
tato”. (OLIVEIRA, 2002, p. 200) 
Modelar a argila proporciona a criação de uma forma, de uma 
concretização da imagem interna e faz com que o deficiente de baixa visão 
sinta-se motivado, menos depressivo. O contato com a argila, que é 
terapêutico, traz bem-estar e a confirmação da criatividade, que está presente 
em todos. 
Apesar de ser a argila o melhor material para modelagem entre os 
especialistas, existe também a possibilidade de se modelar com jornal e 
plástico como diz Angela Philippini (2009, p.78) 
É uma técnica de modelagem bastante simples, em que são 
utilizados sacos de plástico de tamanhos diversos, cheios de 
papel amassado (habitualmente jornal ou revistas velhas), 
cintados com fita adesiva. Esta técnica serve para criar corpos 
de personagens em escala natural, mas também pode ser 
utilizada para criar pequenos personagens. É 
operacionalmente rápida. 
 
3.4.6 Sucata 
A sucata merece uma atenção maior pela sua propriedade de 
transformação. É o reaproveitamento de algo que iria para o lixo e que se pode 
criar, adaptar para uma nova idéia. 
Como diz Moreira (2007) “É o caos que se apresenta com a 
possibilidade de ser ordenado, reorganizado e a partir daí se construir algo 
novo”. Sabe-se que tudo que se trabalha externamente, também está sendo 
trabalhado no interior das pessoas. O ser humano tem características positivas 
33 
 
 
 
e negativas dentro de si, que aparecem no seu modo de agir. Trabalhando com 
sucata ele lida melhor com sua parte negativa (o lixo) e assim pode reorganizar 
sua sombra, construindo algo novo a partir de sua criatividade. 
Para os DVBV ou não, vários são os materiais disponíveis para se 
trabalhar com sucata, como por exemplo, as caixas, as garrafas pet, os 
descartáveis, os rolos de papelão e muito mais. 
Um trabalho bom com sucata é a confecção de mandalas, como 
sugere Christo (2009, p. 90) 
Material: Um disco de vinil ou um CD velho, ou qualquer 
suporte duro. Sementes, contas, miçangas, 
lantejoulas,canutilhos, botões, chapinhas, lacres de latinhas, 
flores, clipes, pedaços de arame, de canudo, palitos, 
pedacinhos de espelho, penas, pedrinhas de aquário, papéis 
recortados bem pequenos, pedacinhos de isopor, serragem de 
madeira, e qualquer outro tipo de material pequeno disponível. 
Cola. Pinça (para os elementos muito pequenos). 
Procedimentos: 1) Preparar a forma da base. No caso de um 
disco de vinil ou um CD, a forma já está definida. No caso de 
outros materiais (madeira, isopor, papelão etc), recortar a 
forma desejada para a base; 2) Passar cola por áreas da base 
e ir colocando os diversos elementos à vontade. Evitar passar 
a cola em toda a base porque ela pode secar antes que a 
pessoa consiga distribuir os elementos sobre ela. 3) Para 
preencher espaços com elementos muito pequenos, utilize a 
pinça. (...) A capacidade humana de transformação daquilo que 
parece sem utilidade ou descartável em algo que revela beleza 
é espantosa. 
 
Para os DVBV, sabe-se que não se deve usar materiais muito 
pequenos, então é só substituir pelos maiores. 
3.4.7 Escultura 
Embora algumas pessoas digam que escultura e modelagem são a 
mesma coisa, existe uma diferença fundamental, além das técnicas utilizadas: 
na modelagem se acrescenta e na escultura, se retira. “O ato de retirar 
excessos, esculpindo a pedra, traz um alívio de angústias, além de ser um 
processo catártico, porque a pessoa está quebrando, batendo com força com o 
martelo e instrumentos específicos”. (MOREIRA, 2007, p. 64) 
34 
 
 
 
Para uma escultura simples que os DVBV podem fazer escolheu-se 
o “Círculo Vicioso”, também sugerido por Christo (2009, p. 99) 
Material: Papel craft ou pardo; Tesoura; Cola. Procedimentos: 
1) Cortar uma tira bem comprida do papel craft de 7 
centímetros. 2) Colar as extremidades do papel, cuidando para 
inverter as faces (por exemplo: a frente de uma ponta com a 
parte de trás da outra ponta). 3) A partir do meio do papel, 
colocar a ponta da tesoura e começar a cortar em linha reta, 
deslocando-se para a direita ou a esquerda quando retornar ao 
ponto de início. 
 
O DVBV tem condições de recortar com o auxílio da outra mão, que 
vai acompanhando o veio que a tesoura faz no papel. 
3.4.8 Mosaico 
O Mosaico é uma técnica relaxante, organizadora, que pode levar a 
pessoa a se distanciar, momentaneamente, de problemas que a aflige. 
Como diz Christo (2009, p. 85) “Esta técnica foi inspirada no 
mosaico tradicional feito com cacos de cerâmica ou pastilhas vitrificadas ou 
pedaços de azulejos quebrados”. No passado essa técnica teve bastante 
influência no Oriente Médio e na Europa. Hoje, podem-se utilizar vários 
materiais para a colagem com mosaico, como sugere Angela Philippini (2009, 
p. 82). 
Para trabalhar com esta linguagem, podemosutilizar: 
fragmentos diversos de azulejos, de embalagens plásticas 
(xampu, detergente e outras), cacos de vidro, pedaços 
pequenos de papel, conchas do mar, pedras, espelhos, 
elementos de bijuteria (contas, miçangas), casca de ovo, 
pedaços de madeira, casca de árvores, sementes, pedaços 
pequenos de E.V.A. Para reunir todos estes fragmentos com 
solidez, é importante uma cola forte como Cascores de rótulo 
azul. Para se obter um resultado com maior controle 
operacional, é opcional o uso de torquês e pinça, para pegar os 
fragmentos miúdos. 
 
Não será o caso dos DVBV, que deverão ser poupados de usarem 
materiais muito pequenos, devido a sua dificuldade de ver. Para eles, devem-
se aproveitar os maiores e com mais texturas ou volumes, como os cacos de 
azulejos ou vidros coloridos. 
35 
 
 
 
Uma atividade com mosaico sugerida por Christo (2009, p. 85) seria: 
Material: Papel glacê ou cartolina ou Color set cards de cores 
bem variadas; Tesoura; Cola; Papel 40 Kg. Procedimentos: 1) 
Recortar os papéis coloridos em quadradinhos do mesmo 
tamanho ou em formatos aleatórios. 2) Colá-los sobre o papel 
40 Kg, deixando uma margem de 1 milímetro em todos os 
lados de um pedacinho para outro, criando o desenho 
desejado. 
 
Sabe-se bem que com o DVBV não se pode usar pedaços pequenos 
de papel nem deixar o espaço de 1 milímetro, conforme cita a autora, mas é aí 
que entra a substituição dos materiais. Em vez de papel, podem-se colocar 
outros materiais como já foram citados acima. 
 
3.5 Outros Recursos para Trabalhar com o Cliente de Visão 
Subnormal 
Apesar do que Philippini declarou sobre as artes visuais serem a 
melhor maneira de o sujeito revelar seu inconsciente, existem também outras 
atividades que podem ajudar, principalmente para quem tem dificuldade de ver. 
A música, o conto, as encenações são alternativas concebidas em ateliês de 
arteterapia tanto como as plásticas. 
O teatro, a dança, a música, o conto são também formas que o 
indivíduo pode se mostrar, expor seu potencial para que seja observado pelo 
arteterapeuta. O corpo demonstra muito da subjetividade de uma pessoa. 
Mesmo que a arteterapia sugira que o trabalho com o conto venha 
acompanhado de uma atividade plástica, pode-se também, começar por uma 
história, partir para o teatro, para a interpretação de personagens ou criação de 
outros. Inúmeras são as possibilidades que o arteterapeuta dispõe para variar 
atividades a partir de um conto. 
Permitir que esses conteúdos sejam adequadamente 
reconhecidos e trabalhados é papel do arteterapeuta, que 
utiliza as histórias como pontos de partida e fio condutor para o 
propósito final de seu trabalho, que vem por meio das artes 
plásticas. As histórias ajudam a desenvolver o potencial criativo 
36 
 
 
 
do indivíduo e seu intelecto, tornando claras suas emoções, 
possibilitando-o, assim, a enxergar o que antes lhe era difícil: a 
solução dos problemas. (MEDEIROS, 2008, pp. 34e35) 
 
Sabe-se que é muito antigo o hábito de se contar histórias. Muitas 
civilizações, às vezes em volta de fogueiras, ensinavam às novas gerações a 
vida de seus antepassados, no intuito de perpetuar suas histórias por meio de 
contos, parábolas ou fábulas. “Para muitos povos, já era uma prática utilizada – 
inconscientemente – com a finalidade de “curar” a alma ou introduzir novos 
ciclos na vida dos indivíduos”. (op. cit., p. 33) 
As propostas de cantar, dançar, movimentar-se sozinho no ateliê 
não serão bem recebidas pelo cliente, que não vai querer se expor. Mas em 
grupo, todas essas atividades darão um bom resultado. Sempre que possível 
será ideal que o arteterapeuta utilize mais de uma área na tentativa de ajudar 
seu cliente. (OLIVIER, 2009) 
Duas áreas que podem dar certo seriam o conto e o trabalho com 
sucata para criar personagens. Fazer fantoches utilizando-se de caixas, 
embalagens etc., transforma a sucata em bonecos ou animais que podem 
recontar a história ou modificá-la, dependendo da criatividade do cliente. 
Outras duas áreas afins são a música e o conto de fadas, como 
alega Brasil (2009, p. 54). 
Imagens compõem o inconsciente, e este produz o material 
simbólico. Imagens primordiais ou arquétipos, segundo Jung, 
manifestam-se de diversas maneiras, sendo os contos de fada 
uma delas. A experiência humana comum e mais profunda 
denominada inconsciente coletivo é a matéria-prima dos 
contos. E esses podem funcionar como aglutinadores de 
pessoas, pois falam diretamente ao inconsciente. Isso também 
ocorre com a música – de todas as artes a que mais tem o dom 
de agregar, juntar, confraternizar pessoas, falando e tocando a 
alma humana. 
 
Em uma atividade sugerida pela autora citada acima ela usou a 
pintura gestual com o balé “A bela adormecida”. 
37 
 
 
 
A proposta foi utilizar tintas, pincéis, colas coloridas para expressar o 
movimento da música com cores, linhas e formas. Houve assim uma relação 
entre a música, a plástica e a arteterapia, favorecendo a “expressão de 
sentimentos e emoções sugeridos com a escrita sensível da composição 
musical, e influenciou a escolha das cores e formas”. (BRASIL, 2009, p. 59) 
Essa atividade feita individualmente ou em grupos para o DVBV é 
interessante porque a criação plástica é bem livre de contornos, podendo, para 
uma melhor liberdade de expressão, ser feita em papéis bem grandes presos 
ao chão. 
Para iniciar uma sessão de arteterapia é adequado que haja um 
relaxamento para que o processo terapêutico se desenvolva bem. 
Philippini (2009, p.130) cita algumas formas de se conseguir um bom 
relaxamento, sem que para isso tenha que expor o DVBV a grandes 
movimentações pelo ambiente. 
Creio que a primeira efetiva prescrição é concentrar-se na 
respiração, que deve ser desafiada a ficar lenta e profunda. 
Processos de imaginação ativa podem auxiliar esses 
propósitos. Automassagem também é útil, pequenas bolas de 
borracha com guizos são muito efetivas para desbloquear 
tensões, quando passadas por todo o corpo. Experimentações 
com texturas diversas também podem ser um estímulo 
interessante e um bom recurso para concentrar-se no universo 
sensorial e começar a desacelerar. 
 
No trabalho com grupos, fica melhor apresentar atividades de 
movimentos tais como a dança, os jogos dramáticos ou até mesmo o teatro. 
Porém, também é possível utilizar esses recursos com o cliente 
individualmente, para isso o arteterapeuta pode recorrer ao teatro de 
marionetes ou de fantoches. Esses bonecos também podem ser 
confeccionados no ateliê pelo próprio cliente, sendo parte do processo, que 
demorará algumas sessões. 
De qualquer modo, tanto o trabalho com atividades plásticas quanto 
com a interpretação, os clientes de baixa visão poderão melhorar a sua 
38 
 
 
 
qualidade de vida, caso sejam bem acolhidos, respeitados e cuidados por um 
bom arteterapeuta. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
39 
 
 
 
CONCLUSÃO 
 
Durante os estudos para a monografia, verificou-se que a arteterapia 
surgiu com o intuito de auxiliar os indivíduos na busca do autoconhecimento. 
Com o objetivo de fazer com que essas pessoas possam se conhecer melhor o 
arteterapeuta utiliza-se da Arte, como a pintura, o desenho e todas as 
expressões artísticas, para que as imagens simbólicas surgidas nesses 
trabalhos facilitem o cliente, autor da obra, e o arteterapeuta numa 
compreensão maior do trauma, fobia ou qualquer mal que esteja afetando o 
sujeito. 
Deve-se atentar também, para o fato de que nas sessões de 
arteterapia é o próprio cliente que fala de sua obra, mantendo um diálogo entre 
produto e autor. Seguindo essa linha, comoseria cuidar de um deficiente visual 
de baixa visão, que não consegue enxergar como os outros clientes? Seria 
este prejudicado, não podendo participar de sessões de arteterapia? Foi 
pensando nessas pessoas especiais que se buscou pesquisar alternativas. Os 
estudos mostraram as várias anomalias que causam a baixa visão e as 
características próprias de cada uma. Assim chegou-se a conclusão de que os 
DVBV podem, com certeza, se beneficiarem do tratamento arteterapêutico, 
utilizando-se de várias modalidades da Arte, devidamente adaptadas para eles. 
A sensibilidade, que deve ser uma característica do arteterapeuta, vai ajudá-lo 
a procurar materiais que possam facilitar seu cliente ou adaptar outros para 
que o DVBV possa aproveitar com êxito as sessões em arteterapia. 
 
 
 
 
 
 
40 
 
 
 
BIBLIOGRAFIA 
 
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10h.20min. 
 
 
 
 
 
 
 
43 
 
 
 
 ÍNDICE 
Pág. 
AGRADECIMENTOS......................................................................................3 
DEDICATÓRIA ..............................................................................................4 
RESUMO.........................................................................................................5 
METODOLOGIA..............................................................................................6 
SUMÁRIO........................................................................................................7 
INTRODUÇÃO.................................................................................................8 
 
CAPÍTULO 1 .................................................................................................10 
CEGUEIRA E BAIXA VISÃO OU VISÃO SUBNORMAL..............................10 
1.1- O Que é Visão Subnormal? ....................................................................10 
1.2- Causas da Visão Subnormal...................................................................11 
1.3- Outras Deficiências Visuais.....................................................................12 
1.4- Recursos Ópticos e Não Ópticos para a Visão Subnormal.....................12 
 1.4.1- Recursos Ópticos..........................................................................12 
 1.4.2- Recursos Não Ópticos...................................................................13 
1.5- Os Deficientes de Baixa Visão na Sala de Aula......................................13 
 
CAPÍTULO 2 .................................................................................................16 
A ARTE E A ARTETERAPIA........................................................................16 
2.1- A Arte......................................................................................................16 
2.2- A Arteterapia...........................................................................................19 
2.3- Diferenças entre Arte e Arteterapia.........................................................21 
 
CAPÍTULO 3..................................................................................................24 
A ARTETERAPIA E OS CLIENTES COM VISÃO SUBNORMAL................24 
3.1 Apresentação do Atelier...........................................................................24 
3.2 O Arteterapeuta........................................................................................24 
3.3 Materiais e suas Adaptações...................................................................26 
3.4 Algumas Técnicas que podem ser adaptadas para o DVBV...................26 
 3.4.1 Colagens......................................................................................26 
3.4.2 Construções.................................................................................283.4.3 Desenho.......................................................................................29 
3.4.4 Pintura..........................................................................................30 
3.4.5 Modelagem...................................................................................31 
3.4.6 Sucata...........................................................................................32 
3.4.7 Escultura.......................................................................................33 
3.4.8 Mosaico.........................................................................................34 
3.5 Outros Recursos para Trabalhar com o Cliente de Baixa Visão..............35 
 
CONCLUSÃO................................................................................................39 
BIBLIOGRAFIA.............................................................................................40 
WEBGRAFIA.................................................................................................42

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