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HABILIDADES MÉDICAS – UROLOGIA SAUL J. MARTINS T16P - SEMIOLOGIA DAS VIAS URINÁRIAS E ÓRGÃOS GENITAIS MASCULINOS - Noções Anatômicas ○ As vias urinárias são composta pelos RINS, URETERES, BEXIGA E URETRA RINS: se encontram no espaço retroperitoneal, não está na cavidade abdominal. Anatomicamente, é importante saber que o rim direito é mais baixo do que o esquerdo, devido a presença do fígado, pois no exame físico da palpação é mais fácil palpar o rim direito do que o esquerdo devido ser mais baixo. Todo órgão que tem uma importância vital é mais protegido anatomicamente, os rins como são órgãos vitais ficam protegidos pelas duas últimas costelas (11a e 12a). Como estas costelas protegem os rins, o exame físico dos rins ficam prejudicado, e geralmente não se consegue palpá-los em condições fisiológicas. Só se consegue palpar os rins em crianças e em mulheres magras. Além das costelas o vigor físico do homem dificulta esta palpação. Quando o rim não está normal, devido a tumores ou outras patologias que façam o rim aumentar por mais de 2 vezes o seu tamanho normal a palpação é possível, independente do sexo ou idade. De forma grosseira, podemos dizer que os rins servem para filtrar o sangue, produzindo um líquido que cai no ducto coletor, depois cálices (menor e maior), pelve, ureter bexiga e uretra. Como filtro, todo o sangue passa pelo rim a cada 5 minutos. Como é um órgão vital, o seu não funcionamento é incompatível com a vida, sendo necessário o paciente se submeter a hemodiálise pelo menos 3 vezes por semana, para substituir a função renal. O néfron é a unidade funcional dos rins, existindo milhões de néfrons em cada rim. - Principais Funções dos Rins ○ Manutenção do volume e da composição dos líquidos corporais Formação da Urina Regulação endócrina do volume líquido do organismo Regulação da pressão arterial □ Sistema Renina-Angiotensina-Aldosterona □ Hormônios Antidiuréticos e mecanismo de concentração e diluição urinária □ Sistema Calicreína-cinina □ Prostaglandinas Renais ○ Depuração de produtos químicos endógenos e exógenos Excreção de resíduos metabólicos: uréia, creatinina, ácido úrico... Eliminação de toxinas, drogas e seus metabólicos. Degradação e catabolismo de hormônios peptídios: insulina, glucagon, hormônio do crescimento, hormônio paratiroidiano... ○ Regulação da produção de hemácias pela síntese de eritropoetina HABILIDADES MÉDICAS – UROLOGIA SAUL J. MARTINS T16P ○ Regulação do metabolismo mineral: cálcio, fósforo e magnésio ○ Síntese de fatores do crescimento - Funções dos Ureteres, Bexiga e Uretra A função do ureter é carrear a urina formada pelos rins até a bexiga urinária. A função da bexiga urinária é de armazenamento da urina por um determinado período de tempo, geralmente de 4 a 6 horas, possibilitando que a pessoa possa exercer suas funções habituais, até que se tenha a necessidade de esvaziar a bexiga. A função da uretra, no sistema urinário é de conduzir a urina da bexiga para o meio externo, tendo uma grande diferença entre a uretra masculina da feminina. - Anamnese da Função Urinária A produção diária de urina é em média de 800 a 2.500 ml dia, existindo vários fatores que contribuem para esta variação, como ingesta de água, temperatura ambiente, transpiração, etc. A produção da urina na criança pode ser calculada com a seguinte fórmula: 1 ml / kg / h, ou seja, 1 ml de urina por quilo da pessoa a cada hora. Está fórmula de cálculo da diurese é importante para monitorizar no paciente a hidratação de uma criança com diarréia. A bexiga de um adulto tem a capacidade de armazenar de 400 a 600 ml de urina. Quando a bexiga começa a chegar por volta dos 300ml da capacidade, a pessoa começa a sentir a necessidade de urinar, mas a pessoa consegue prolongar um pouco mais a vontade antes de urinar até atingir a capacidade total da bexiga. Também existe uma fórmula para calcular a capacidade da bexiga de uma criança, utilizando a seguinte: ((anos + 2) x 30ml), ou seja, a quantidade de anos da criança + 2, multiplicado por 30 ml de urina, chegando ao total que a bexiga da criança consegue armazenar. Os principais sintomas relatados da função urinária são: ○ Disúria: é o desconforto ou dificuldade na micção. ○ Polaciúria (Noctúria): a pessoa vai mais vezes ao banheiro do que o normal, sem ter aumento do volume miccional. A capacidade vesical fica diminuída, por isto a pessoa vai mais vezes urinar. Isto nada mais é do que um sistema de defesa da bexiga, tentando eliminar o que está lhe prejudicando. A Noctúria é uma polaciúria noturna, onde o individuo levanta-se várias as vezes a noite para urinar. ○ Febre: sempre pensar em problemas infecciosos (ITU´s, CA Renal, Abscesso). Uma das principais patologias relacionadas ao sistema urinário é a infecção urinária, principalmente em mulheres, devido a diferença anatômica da uretra, onde 95% as infecções urinárias são adquiridas do meio externo para o meio interno (fora para dentro) através da uretra; como a uretra da mulher é bem menor do que a do homem, existe uma suscetibilidade a infecção urinária. A Idade do paciente, também, é importante porque já se pode excluir ou incluir no diagnóstico alguns HABILIDADES MÉDICAS – UROLOGIA SAUL J. MARTINS T16P tipos de patologias. Como em um paciente de 25 anos, dependendo de sua HDA já se pode excluir tumores de próstata, que são mais comuns em idosos. Uma dica para o diagnóstico é sempre pensar na patologia mais frequente, atrelando todos os sinais e sintomas a uma só doença, e por eliminação ir para as patologias menos frequentes. Desta forma, a idade ajuda a afastar ou incluir algumas patologias para o diagnóstico. (Glomerulopatias, CA, tumor de Wilms, ITU, HAS). O Sexo do paciente também é importante, pois algumas patologias são mais frequentes em um sexo do que em outro, as vezes até exclusiva de um determinado sexo. A litíase é mais comum no homem, a infecção do trato urinário (ITU) são mais comuns nas mulheres. (H - Litíase, TU.. M – Nefroptose, ITU, Gestação). É necessário perguntar ao paciente das enfermidades anteriores que lhe acometeram ou que ainda existem, como cálculo renal que pode evoluir para uma insuficiência renal. Assim, como os Antecedentes familiares, principalmente em relação a cálculos renais (litíase), hipertensão arterial (HAS), câncer de próstata. A cor da urina pode revelar diversas patologias, como na hematúria, onde a urina vem tingida por sangue; pode se apresentar turva, geralmente associada a infecção urinária; ou com outras cores como amarelo escuro, quando o paciente tem hepatopatias; bem como alguns corantes podem alterar a cor da urina. Se o paciente referir Hematúria é necessário perguntar se ela é: ○ Inicial: quando sai no começo da micção e depois fica normal, geralmente é uma infecção na uretra ou em uma prostatite (inflamação da próstata). ○ Terminal: quando o sangramento é no final da micção, geralmente por irritação do colo vesical, é muito característico de infecção urinária, acontecendo muito nas mulheres. ○ Total: quando o sangramento é durante toda a micção, geralmente são de patologias altas, como cálculo renal, tumor renal. O Cheiro da urina é característico, em uma infecção urinária este cheiro fica mais forte. Geralmente quando se tem uma cor escura e um cheiro forte, vem acompanhado de outros sintomas como disúria, polaciúria. Porém, principalmente nos idosos, pode ter a bacteriúria assintomática, ou seja, tem presença debactéria na urina, porém o paciente não sente nada. Isto acontece porque a grande maioria dos sintomas da infecção urinária é dada pela contração involuntária da bexiga, na tentativa de expulsar a urina contaminada, no idoso há uma pequena perda na função de contração da bexiga, fato que esconde os sintomas como disúria, polaciúria. A Dor na região renal (dorso-lombar), pode ser dois tipos de patologias mais frequentes: ○ Lombalgias: principalmente da parte osteomuscular. É muito mais frequente se ter lombalgias do que cólicas renais, são mais frequentes devido a postura das pessoas no dia-a-dia. ○ Cólica Renal: é importante diferenciar a dor de lombalgia para uma cólica renal. Estima-se que a litíase renal esteja presente em 12% da população. Porém, o cálculo renal estando dentro do rim não provoca dor, pois dentro do rim não existe terminações nervosas. A dor da cólica renal é provocada pela saída do cálculo do rim e migração para o ureter, o que provoca uma obstrução na passagem da urina, como o rim não para de produzir urina, há um represamento da urina dentro do rim, causando uma dilatação deste órgão, esta dilatação, também, dilata a cápsula renal que é rica em terminações nervosas, o que vai provocar a dor da cólica renal, que é muito intensa. Na verdade a dor da cólica renal é provocada pela dilatação do rim (hidronefrose) e do ureter, que o cálculo provoca quando está em uma posição que impede a passagem da urina, causando uma retenção da urina na porção anterior ao cálculo. Outro fato que provoca a dor é o peristaltismo do ureter para propelir a urina para bexiga, quando tem um cálculo na luz do ureter o peristaltismo aumenta e com maior força, esta contração mais forte, também, causa dor. Assim, a dor renal é HABILIDADES MÉDICAS – UROLOGIA SAUL J. MARTINS T16P provocada pela estase urinária, aumento da pressão piélica, aumento da pressão do tamanho do rim com a conseqüente dilatação da cápsula renal provocando a dor. O cálculo renal presente dentro do rim, e sem causar fenômeno obstrutivo, será assintomático, mas é potencialmente perigoso e infeccioso, que causa a dilatação renal produzindo a dor. Com a infecção, também, há destruição celular que libera mediadores químicos, terminando por irritar as terminações nervosas da cápsula renal, causando dor. Geralmente, a dor da cólica renal é unilateral, de forte intensidade, lancinante, súbita, que não melhora com analgésico, que não tem nenhum relato de esforço físico prévio e que não melhora em nenhuma posição. Pode haver irradiação da dor para fossa ilíaca, quando o cálculo estiver no trajeto uretérico do meio para o final. Quando o cálculo chega perto da bexiga, no homem, é comum referir dor nos testículos, referindo uma dor irradiada, isto acontece porque os testículos foram formados no abdome, quando o cálculo passa nessa região vai irritar a raiz nervosa dos testículos. A dor lombar, geralmente é bilateral, o paciente coloca as duas mãos para traz, vem relacionada com esforço físico prévio e sentem melhora da dor em alguma posição. A incontinência urinária significa a incapacidade de o paciente reter a urina e compreende subdivisões: ○ Enurese noturna: é a eliminação involuntária ou inconsciente de urina durante o sono, muito comum nas crianças, onde não tem o controle miccional, pela imaturação do sistema nervoso. ○ Incontinência paradoxal: acontece muito em idoso que é acometido por HPB (Hiperplasia Prostática Benigna), onde não consegue segurar a urina. Na verdade não há perda de urina, a próstata começa a crescer, no meio da próstata passa a uretra prostática (2ª porção), na medida que a próstata aumenta, a luz da uretra prostática diminui, o que gera uma dificuldade em esvaziar a bexiga, com a evolução do aumento da próstata haverá uma maior oclusão da uretra impedindo que o ato da micção esvazie a bexiga, a bexiga fica tão cheia que quando faz um pequeno esforço, a urina vence a pressão exercida pela hiperplasia e começa a sair. Desta forma, se chama de incontinência paradoxal, pois na verdade o paciente não tem incontinência urinária, ele não consegue esvaziar a bexiga, ficando com tanta urina que em um determinado momento de aumento da pressão abdominal a urina escapa, vencendo a pressão que a próstata faz na uretra. ○ Incontinência de urgência: a urgência miccional pode tornar-se tão intensa de modo a precipitar a perda involuntária de urina. ○ Incontinência de esforço: é a perda de urina que se sucede a esforço físico repentino, tais como tosse, riso, levantar da cadeira. É comum nas mulheres multíparas que apresentam flacidez de musculatura pélvica, e em homens após a prostatectomia radical. Saliente-se que a próstata não tem crescimento homogêneo, as vezes cresce mais na zona central (maior comprometimento da uretra), outras vezes na periferia (a uretra fica menos comprometida). Desta forma, o tamanho de próstata não é proporcionalmente igual aos sintomas. Alguns pacientes podem apresentar 80g de próstata (normal 25g), e não apresenta problemas urinários, já outros com 40g de próstata com grandes dificuldades miccionais. Dependendo da zona de crescimento prostática os sintomas serão mais ou menos evidentes. Poliúria é o aumento demasiado do volume urinário, encontrado em diferentes insuficiências renais, em diabéticos ou em caso de polidipsia compulsiva. O diabético tem muita glicose no sangue. Esta glicose é osmoticamente ativa, dependendo da quantidade que é filtrada pelos rins, pode sair pela urina, como é osmoticamente ativa vai puxar água, aumentando o volume da urina. Muitas vezes, o idoso que tem a próstata crescida demora mais a urinar, devido a diminuição do jato urinário, isto faz com que ele associe com o amento do volume urinário, pois vai passar mais tempo urinando, mas não é uma poliúria. HABILIDADES MÉDICAS – UROLOGIA SAUL J. MARTINS T16P Oligúria é a diminuição da quantidade normal de urina eliminada nas 24 horas. Anúria é a falta da produção de urina, refletindo na ausência total de urina. A Retenção Urinária é a incapacidade súbita de micção, retendo a urina, geralmente a bexiga é palpável e há dor suprapúbica. A diferença entre a retenção urinária e da anúria é que naquela há produção de urina, mas ela não consegue sair (bexigoma), já na anúria não há produção de urina. (anúria, globo vesical, aguda ou crônica, faixa de idade, neurogênica). A Alteração do Jato Urinário acontece muito em idosos. Quando acontece em crianças, principalmente do sexo masculino, pode ser fimose. Nos homens idosos se pensa em problemas prostáticos, nos homens jovens geralmente se pensa nas DST's, uretrites e nos traumas. Nas mulheres pensar em traumas provocados por sonda vesicais após cirurgias. - Sintomas da Hiperplasia Prostática Benigna (HPB) ○ Jato fraco, intermitente ○ Demora ao iniciar ○ Gotejamento terminal ○ Urgência ○ Maior freqüência à noite ○ Sangue na urina (hematúria) ○ Retenção de urina (é a última situação dos problemas miccionais) Todos os sintomas do aumento prostáticos podem ser divididos em irritativos ou obstrutivos. A disúria, aumento da frequência, polaciúria são irritativos, pois ao crescer a próstata agride e irrita a bexiga, refletindo no aumento das contrações. Estes sintomas irritativos também são comuns na infecção urinária. A infecção urinária é muito comum na mulher, problema ligado ao diminuto tamanho de sua uretra. A doença da próstata é crônica, levando vários anos para apresentar sintomas graves. As perguntas da tabela abaixo vão ajudar a verificar os sintomas prostáticos. HABILIDADES MÉDICAS – UROLOGIASAUL J. MARTINS T16P - Exame Físico Renal ○ Avaliação Geral ○ Inspeção: a posição do paciente pode indicar uma dor lombar sugestiva de Litíase ou Pielonefrite aguda. O aspecto da pele deve ser examinado procurando-se evidências de icterícia, pele áspera, seca e sem brilho pode ser insuficiência renal. Verificar abaulamentos na região lombar. ○ Palpação (Bimanual, Vicariante, Criança): habitualmente os rins não são palpáveis em adultos, por sua localização retroperitoneal e relativamente elevada, protegidos pela caixa torácica e musculatura abdominal. Entretanto, o pólo inferior do rim direito, que se situa numa posição inferior ao contralateral, pode ser palpado especialmente em pacientes magros, do sexo feminino. A palpação do rim deve ser bimanual e com o paciente em decúbito dorsal, com a mão esquerda sobre o ângulo costovertebral direito do paciente procurando a 11a e 12a costelas, comprimindo- o, com o propósito de deslocar a região retroperitoneal correspondente no sentido póstero- anterior; coloca, então, a mão direita sobre o hipocôndrio direito do paciente realizando uma palpação profunda, colocando as pontas dos dedos sob o rebordo costal direito, quando o paciente inspirar profundamente, o rim direito se desloca no sentido inferior, momento em que o examinador exerce pressão firme com sua mão direita em direção à esquerda. A mão esquerda faz pressão póstero-anterior na região das 11a e 12a costelas, com a mão direita posicionada abaixo do rebordo costal, no momento da inspiração profunda, o examinador realiza a palpação profunda de forma firme e suave, pois o rim é retroperitoneal. Punho Percussão (Giordano): é realizada na região lombar, logo abaixo da 12a costela, a percussão é realizada de forma firme e suave, nunca com força, se o paciente referir dor é sugestivo de inflamação, infecção renal ou cálculo renal, se diz Sinal de Giordano ○ Transluminação: está em desuso, se colocava um foco luminoso forte na parte posterior do paciente para verificar a presença de massa cística, ou de hidronefrose. ○ Ausculta: também está em desuso, era utilizado para verificar Estenose da Artéria Renal. HABILIDADES MÉDICAS – UROLOGIA SAUL J. MARTINS T16P - Exame Físico da Bexiga ○ Inspeção: ○ Palpação: é bimanual, o toque retal não é mais utilizado conjuntamente, era utilizado para empurrar anteriormente a procura de tumor vesical. (Bimanual com toque retal). ○ Percussão: a percussão abdominal deve ser maciça, quando a bexiga estiver cheia, pela presença da urina. - ÓRGÃOS GENITAIS MASCULINO Os genitais masculinos são divididos em externos e internos. - Genitais Externos Os genitais externos são compostos por: ○ Pênis ○ Bolsa escrotal ○ Testículos ○ Epidídimos ○ Canais Deferentes ○ Cordões Espermáticos - Genitais Internos ○ Próstata ○ Vesículas Seminais - Pênis O pênis é um órgão cilíndrico, composto por dois corpos cavernosos, que são responsáveis pela ereção, e um corpo esponjoso. Superficialmente é recoberto por um dartos, que mimetiza o tecido celular subcutâneo, ausente de gordura. Na sua parte dorsal passam artérias e veias (superficial e profunda). Na posição anatômica o pênis fica com a glande voltada para parte cranial (apontando para cima), por isto que as veias e artérias são dorsais. As artérias dorsais são responsáveis principalmente pela nutrição da parte externa do pênis, não são responsáveis pela ereção. A artéria responsável pela ereção peniana é a artéria cavernosa. Os corpos cavernosos, apesar de serem em número de dois, eles se intercomunicam, no caso do funcionamento de apenas uma artéria cavernosa a ereção será garantida. O corpo esponjoso está na parte ventral do pênis tem uma particularidade, pois no meio dele se encontra a uretra, que vai desembocar na porção distal da glande. A glande é um alargamento distal do corpo esponjoso. HABILIDADES MÉDICAS – UROLOGIA SAUL J. MARTINS T16P - Testículos, Epidídimo e Canais Deferentes O testículo, o epidídimo e o canal deferente são continuidade um do outro. Primeiro teremos o testículo, o epidídimo fica aderido na porção posterior do testículo, e na cauda do epidídimo sai o canal deferente. Dentro do testículo existem vários túbulos seminíferos, bem pequenos, que vão se confluindo e aumentando sua luz, e dentro da sua luz está rico em espermatozóide. Quanto mais interno está o espermatozóide menor o grau de maturação. Quanto maior a maturação, mais os espermatozóides são levados para túbulos maiores, até chegar no epidídimo, que são formados por túbulos seminíferos maiores, estes ductos do epidídimo vão se confluindo até formarem apenas um ducto, o Ducto Deferente, desta forma o ducto deferente é a continuação de todos os milhões de túbulos seminíferos. A diferença entre o testículo e o epidídimo é que naquele tem células produtoras de testosterona (hormônio masculino). Assim, a função do testículo são duas: produção de testosterona e produção de espermatozóide. A função do epidídimo é de maturação e passagem do espermatozóide, não existindo células que produzam hormônios. - Bolsa Escrotal e Cordões Espermáticos A bolsa escrotal é dividida em duas hemibolsas, por uma Rafe Mediana. Esta divisão limita e isola o testículo direito do esquerdo. O epidídimo fica sempre na porção posterior, caso aconteça do testículo rotacionar sobre seu próprio eixo (torção de testículo), o cordão espermático juntamente com a artéria testicular, também, torcem, ocluindo a artéria, deixando de irrigar o testículo, podendo causar necrose deste testículo, por isto que é uma emergência urológica, pois o testículo fica apenas 6 horas sem irrigação, depois começa a necrosar. Como há uma separação de um testículo do outro, pela rafe mediana, uma infecção de um testículo (orquites) não passa imediatamente para outro. Na clínica se detecta que as torções de testículos ocorrem em pacientes jovens, até 25 anos, que sentem uma dor súbita, intensa e contínua no testículo, acompanhadas de sudorese e vômitos, não passando com analgésicos. Quando o testículo torce, pára a irrigação sanguínea, ficando rapidamente saturado de CO2, como o testículo é rico em terminações nervosas e o CO2 irrita as terminações nervosas, o paciente acometido começa a sentir dor súbita, com o passar do tempo o testículo começa a ficar edemaciado. Na orquite a história da dor é mais lenta, e acontecem na fase da vida sexualmente ativa, onde o homem pega infecções da vida sexual, acontecendo muito em homens com prática de sexo anal sem uso de preservativo, onde a bactéria presente na via anal passa pela uretra, invade o ducto deferente se HABILIDADES MÉDICAS – UROLOGIA SAUL J. MARTINS T16P alojando no testículo, causando a infecção deste. Pode acontecer, também, quando o paciente não tem uma história sexual, pela proliferação bacteriana através da via hematogênica, como uma infecção alguns dias antes, tipo uma amigdalite. Na história o paciente relata que alguns dias antes, começou a sentir uma pequena dor no testículo, passando quando administrado um analgésico, mas voltando sempre mais forte quando o efeito passava, até que nenhum analgésico consegue aliviar a dor. A dor vem evoluindo, seguido de febre e sinais de infecção associados. O exame que dá uma maior segurança para diferenciar a torção testicular da orquite é a ultrassonografia com doppler, que mede o fluxo sanguíneo do testículo. Na torção terá ausência de sangue e na orquíte um excesso de fluxo sanguíneo. Caso aindapersista dúvida, é melhor encaminhar o paciente para cirurgia para evitar a perda do testículo. Os cordões espermáticos dão sustentação aos testículos, tendo como componentes o músculo cremáster, a artéria testicular, a veia testicular, nervos, vasos linfáticos e o Ducto Deferente. Quando está mais frio o músculo cremastérico se contrai, trazendo os testículos para próximo ao corpo e quando esquenta relaxa e deixa o testículo mais afastado do corpo, Os testículos são formados na pelve, com o estímulo hormonal vai descer para bolsa escrotal. Desta forma a vascularização e inervação dos testículos não se relacionam com a bolsa escrotal. Quando os testículos descem, a vascularização e a inervação descem junto, por isto que problemas nos testículos há muita dor referida na região pélvica, onde a raiz nervosa do testículo se encontra. O testículo não está no interior do corpo porque seu funcionamento requer que esteja 1oC abaixo da temperatura corporal, em mais ou menos 35oC. As Varicoceles (varizes na bolsa escrotal) acometem principalmente o testículo esquerdo, pois a drenagem sanguínea deste testículo vai desembocar na Veia Renal esquerda, formando um ângulo de 90o. Esta angulação não favorece a drenagem adequada do sangue e favorece o retorno do sangue da veia renal, associado a isto o mecanismo de válvulas da veia testicular estará falhando, causando o refluxo do sangue para este testículo, representando na bolsa escrotal um aumento das veias (varizes). Não é comum no testículo direito porque a veia que drena o sangue deste testículo, desemboca diretamente na Veia Cava Inferior em uma angulação de 60o, acompanhando o mesmo fluxo da veia cava, sendo praticamente impossível o sangue da veia cava dar meia volta e descer pela veia testicular direita. No momento que existe uma estase sanguínea, provocada pela Varicocele, o sangue permanece no local, como a temperatura do sangue é a mesma corpórea, o testículo fica com a mesma temperatura, provocando um mal funcionamento deste testículo com o passar dos anos, sendo a principal causa da infertilidade masculina, atingindo cerca de 30% a 50% dos casos de infertilidade. O testículo direito, inicialmente, não sofre alteração de sua função, mas com o passar dos anos, por estar tão próximo acaba sendo afetado. - Próstata (zona periférica, central e transição) e Vesículas Seminais A próstata é dividida em Zona periférica, Central e de Transição. A zona de transição é uma pequena área entre a periférica e a central. A Hiperplasia Prostática Benigna (HPB) é a hiperprodução de células pela zona de transição e a apoptose não acontece na mesma velocidade da produção celular, causando a HPB. O câncer de próstata é principalmente formado na zona periférica, diferenciando estas duas doenças. Apesar de serem patologias totalmente diferentes, mas por existirem na mesma faixa etária, elas podem coexistir, levando a pensar que o câncer de próstata veio da hiperplasia benigna. Desta forma a HPB nunca evolui para o câncer de próstata. Quando há crescimento desordenado da próstata, este pode ser periférico, aumentando o tamanho da próstata, ou crescem para região central, diminuindo a luz da uretra prostática. Podemos dizer que os sintomas prostáticos não estão relacionados diretamente com o tamanho da próstata. A afirmativa de quanto maior a próstata maiores os sintomas é equivocada. HABILIDADES MÉDICAS – UROLOGIA SAUL J. MARTINS T16P - Funções dos Genitais Masculinos ○ Urinária ○ Sexual - Anamnese da Função Sexual ○ Dor (Dor referida, inflamatório, traumático e torção): já falado anteriormente. ○ Priapismo (Sem desejo sexual de mecanismo vascular): é uma ereção contínua do pênis, sem necessariamente o desejo sexual. Geralmente acontece em pacientes com distúrbios psicológicos, que tomam muito antidepressivos, medicamentos que agem no SNC, pacientes com dependência química. Após 6 a 7 horas de ereção contínua o paciente acaba indo para o hospital, porque depois deste tempo o pênis começa a doer. Isto acontece porque o pênis está cheio de sangue arterial, que também serve para nutrir tecidos do corpo cavernoso, sendo consumido e transformado em sangue venoso, uma vez que este sangue não é renovado, devido ao priapismo, a ereção fica preenchida com sangue venoso, que é rico em CO2, começando a irritar as terminações nervosas, provocando dor no paciente. Se não for feito algum procedimento no momento, o paciente pode perder o pênis. Acaso um médico generalista se depare com uma situação desta, antes de encaminhar para um urologista, deve-se anestesiar e inserir um gelco 16 ou 14 na porção medial da glande, empurrando paralelamente até chegar no corpo cavernoso, para que o sangue seja drenado, saindo por volta de 50 a 100 ml de sangue bem escuro. Ao retirar, o pênis fica flácido, começando a ficar ereto novamente, com isto se renova o sangue dos corpos cavernosos, dando mais tempo para que o paciente seja encaminhado a um especialista e tenha seu problema resolvido. Ainda se pode diluir 0,1 ml de uma ampola de efedrina em 10 ml de água destilada e aplicar no pênis, com isto causa uma vasodilatação, permitindo que o sangue circule melhor. ○ Hemospermia : é o sangue no esperma no momento da ejaculação, podendo ser por inúmeras patologias como Tb, CA seminais, discrasias sanguíneas, Prostatites, etc. As mais comuns são as infecções da próstata (prostatites). ○ Corrimento Uretral (Purulenta ou sanguinolenta): sempre perguntar se o paciente tem algum corrimento, podendo ser purulento ou sanguinolento. Se for purulento se pensa nas patologias infeccionas, principalmente as DST's. Se for sanguinolento pode se pensar nos traumas. ○ Disfunções Sexuais: Impotência: em jovens geralmente é psicológica; em idosos não tem só fatores psicológicos, existindo fatores orgânicos, sendo necessário medicações e a evolução não é muito satisfatória. Ejaculação precoce: é uma situação mais frequente do que se imagina, ficando em torno de 20 a 40% dos jovens. Esta ejaculação precoce é bem tratada através de medicações e orientações psicológicas. Ausência de ejaculação: Anorgasmia: Diminuição da libido: ○ Manifestações Endócrinas dos Testículos (Síndrome de Klinefelter) ○ Funções da próstata e vesículas seminais: a formação de 70% 80% do líquido seminal é produzido pela próstata, a grande maioria fica armazenado nas vesículas seminais, este líquido se junta com 20% 30% do restante proveniente do testículo carreando os espermatozóides, que fica armazenado na vesícula, onde no orgasmo são liberados com a contração involuntária tanto da vesícula quanto da próstata propulsionando a saída do esperma. Desta forma a próstata tem função fundamental na reprodução pela produção do líquido seminal e propulsão do esperma. É uma glândula que tem muitos problemas relacionados a tumores e a prostatites. Lembrando que a Hipertrofia Prostática Benigna (HPB) nunca evolui para o câncer de próstata, por serem patologias totalmente diferentes. HABILIDADES MÉDICAS – UROLOGIA SAUL J. MARTINS T16P - Exame Físico dos Genitais Masculinos ○ Antecedida por avaliação total ○ Inspeção e Palpação (Externos) ○ Decúbito dorsal ou de pé ○ Regiões inguinais - Exame Físico do Pênis O exame dos genitais masculinos deve iniciar por uma inspeção cuidadosa, nesta região são diagnosticados várias lesões venéreas comuns (condilomas, herpes genital, cancro mole e duro) ou alterações de pele importantes que represente lesão pré-maligna. Deve-se procurar secreções penianas que são relacionadas a DST's ou tumores do pênis. Sempre que possívelretrair o prepúcio, pois esta é uma região propensa a infecções e neoplasias. Numa eventual fimose esta região não poderá ser exposta. Ressalte-se que neste local há produção de esmegma, que é uma secreção branca produzida pelas glândulas de Tyson ao redor do sulco da glande, que serve para lubrificação da glande, quando não se consegue retirar este esmegma, com uma boa assepsia, pode ser gerado um ambiente de meio de cultura para várias infecções. Por isto é recomendado a cirurgia de Postectomia, que é a retirada do excesso de prepúcio que recobre a glande. O meato uretral deve sempre estar centralizado na glande, podendo aparecer na região ventral (hipospadia) ou dorsal (epispadia) do pênis, que é uma anomalia congênita que vem atrelada algumas complicações. O tamanho do pênis é dado quando está ereto, pode ser estimado mesmo na flacidez, tracionado o pênis, que fica na mesma medida de quando ereto. Se o pênis for menor que 11 cm é um micropênis, se for maior que 20 cm é um macropênis. A palpação do pênis deve ser realizada sempre procurando placas fibróticas conhecidas como doença de Peyronie, que se caracteriza por placas fibrosas sobre a túnica albugínea peniana, podendo deixar o pênis em curvatura. Quando possível palpar as artérias dorsais. - Exame Físico Bolsa Escrotal ○ Inspeção (Anomalias congênitas) ○ Retrair prepúcio (Condilomas, úlceras, neoplasias, lesões) ○ Meato uretral ○ Tamanho de pênis ○ Palpação (Placas, cálculos) ○ Artérias dorsais O exame do escroto deve ser feito com a inspeção de lesões dermatológicas e a palpação da pele local deve ser sempre realizada. ○ Inspeção (Forma, tamanho e pele) ○ Lesões superficiais (Úlceras, neo, tb, cisto sebáceo) ○ Atrofia (Perda dos movimentos e apagamento das pregas) ○ Palpação ○ Massas (Inflamatória, neo, hidroceles, hérnias, lipomas) - Exame Físico Testículos e Epidídimo Os testículos devem ser cuidadosamente palpados, com manobra bimanual, sempre comparando o direito com o esquerdo, o esquerdo é mais baixo. Na palpação deve-se analisar a consistência, forma, contornos e tamanhos. Longitudinalmente o testículo pode ter de 3 a 5 cm, sendo considerado normal, entre o testículo direito e esquerdo não pode ter uma diferença tão grande, devendo ser praticamente iguais. O sinal de Prehn é realizado com o paciente em pé, para diferenciar torção de testículo das orquites. Nas orquites o testículo fica aumentado de tamanho e pela reação inflamatória pode causar muita dor, quando o paciente fica em pé há uma tração do cordão e quanto mais pesado ele fica maior a dor de HABILIDADES MÉDICAS – UROLOGIA SAUL J. MARTINS T16P tração, se neste momento o médico elevar os testículos com a mão espalmada o paciente vai referir uma pequena melhora da dor, pois diminuiu a tração exercida pela gravidade no cordão. Na torção do testículo a dor é causada pela falta de circulação sanguínea, quando é realizada a manobra de Prehn o paciente não vai referir nenhuma melhora. Na borda póstero-superior dos testículos vamos encontra a cabeça do epidídimo, onde se faz a manobra de Chevassu, que nada mais é do que a palpação do epidídimo, que deve ser palpado entre o polegar e o dedo indicador, ao longo de suas três subdivisões (cabeça, corpo e cauda) para verificação de sua consistência e tamanho. A transiluminação deve ser realizada rotineiramente, principalmente para diferenciar os aumentos de testículos por hidroceles. ○ Direito e esquerdo (Situs inversus) ○ Palpação (Consistência, forma, contornos e tamanho) ○ Comparação entre os testículos ○ Sinal de Prehn ○ Transiluminação ○ Borda póstero-superior dos testículos ○ Manobra de Chevassu - Exame Físico Canais Deferentes e Cordões Espermáticos Deve ser realizada palpação meticulosa em decúbito dorsal ou ortostática. O ducto pode ser palpado e diferenciado pela sua consistência, porém não se consegue diferenciar o que é artéria veia ou outra estrutura. O intumescimento do funículo espermático pode ser cístico (hidrocele, hérnia) ou sólido (tumor). Lipoma local pode simular a presença de hérnia. A presença de varicocele (dilatação varicosa de veias do funículo espermático), geralmente a esquerda, pode ser notada especialmente quando paciente se coloca em ortostatismo e realizada manobra de Valsalva. A varicocele é a principal causa de infertilidade masculina. ○ Intra-escrotais (Corda de chicote, contas de rosário) ○ Funiculites (Cistos e lipomas) ○ Varicocele As varicoceles não são vasos que saem da pele do escroto, são vasos que saem do testículo. - Exame Físico Próstata e Vesículas Seminais (Genitais Internos) Para o exame da próstata e vesículas seminais será necessário que o paciente fique em determinadas posições, como em decúbito lateral esquerdo, genupeitoral, ortostática e decúbito supino, sendo realizado através do toque retal, que é parte indispensável do exame básico urológico. A posição menos constrangedora para o paciente é o decúbito lateral esquerdo. Deve ser realizado em todos os homens adultos acima de 40anos. HABILIDADES MÉDICAS – UROLOGIA SAUL J. MARTINS T16P Para o exame do toque retal o examinador deve utilizar dedeiras ou luvas de procedimento com o dedo indicador lubrificado por vaselina, e explicar ao paciente como o exame é realizado, abordando os aspectos positivos e benéficos deste exame. O paciente deve urinar antes do exame, a observação do jato urinário já está em desuso existindo outros recursos para sua avaliação. A região anoperineal deve ser sempre inspecionada, nesta região podem aparecer diversas patologias como a hemorróida, fissuras anais, criptites, que causam dor. Analisa-se o tônus do esfíncter anal, pacientes com problemas neurológicos e praticantes do coito anal são acometidos por um tônus diminuído. As paredes do reto também deve ser avaliadas, fazendo uma varredura de todas as paredes, inclusive da parede anterior, onde a próstata está posicionada. Na avaliação da próstata deve-se verificar a forma, tamanho (20-25 cm3), consistência (fibroelástica, como se estivesse palpando a região tenar da mão espalmada), superfície (lisa), contornos (regulares), sulco mediano (centrado) e mobilidade (normalmente a próstata é fixa, mas há uma pequena mobilidade). Lembrar que a próstata está intimamente ligada a parede anterior do reto. As vesículas seminais normalmente não são palpáveis, pois ficam acima da próstata e o dedo do examinador não consegue chegar até sua posição. Sendo melhor avaliada pela ultrassonagrafia. ○ Toque retal (Lateral esq., genupeitoral, ortostática e decúbito supino) ○ Dedeiras ou luvas ○ Urinar antes do exame (Observar o jato e palpar bexiga) ○ Inspecionar região anoperineal ○ Explicar o exame (Sensação de evacuar) ○ Exposição do ânus (Toque lento e delicado) ○ Dor (Criptite ou fissura anal) ○ Tônus do esfíncter anal (Neurológico ou coito anal) ○ Paredes do reto (anterior, posterior, laterais e para cima) ○ Diagnosticar inúmeras patologias ○ Próstata (Forma, tamanho, consistência, superfície, contornos, sulco mediano e a mobilidade) ○ Vesículas seminais (Normalmente não são palpadas) HABILIDADES MÉDICAS – UROLOGIA SAUL J. MARTINS T16P - NEFROLITÍASE Um cálculo renal, popularmente denominado pedra no rim, é uma massa ou agregado cristalino sólido que se forma nos rins a partir de sais minerais presentes na urina. Os cálculos do sistemaurinário (urolitíases) são geralmente classificados em função da sua localização nos rins (nefrolitíase), uretra (uretrolitíase) ou bexiga (cistolitíase), ou em função da sua composição química (constituídos por cálcio, estruvite, ácido úrico ou outros minerais). - Epidemiologia: Cerca de 12% da população apresentam cálculo renal, destes 20-30% vai necessitar de algum tipo de tratamento, não necessariamente cirúrgico, na grande maioria o tratamento é clínico, pois geralmente o cálculo é de certo tamanho que pode ser expelido através da uretra. Comumente, o paciente que apresenta episódio de um cálculo, apresentará novos cálculos, pois são pacientes formadores de cálculos renais. Pode ocorrer igualmente em países em desenvolvimento e desenvolvidos. A recorrência desta patologia é muito grande, chegando a 60% entre o primeiro e décimo ano após o primeiro episódio. Pode ocorrer em qualquer idade, mais a maior incidência é entre os 25 e 40 anos, sendo 2 vezes mais comum em homens (H2:M1). A idade é importante, pois na anamnese já se pode levantar a suspeita de cólica renal ou descartar uma lombalgia. É incomum um paciente acima de 40 anos, que nunca teve outros episódios de cólicas renais, apresentar este episódio com esta idade, mas provável que seja uma lombalgia. A lombalgia geralmente é muito confundida com cólica renal, principalmente quando o USG informa a presença de cálculo presente no rim. Ressalte que o paciente ter um cálculo renal é um fato e o paciente estar apresentando cólica renal devido a presença de cálculo é outro fato. Ou seja, a presença de cálculo renal não é a mesma coisa que cólica renal. Assim, temos que o cálculo renal, dentro do rim, sem configurar obstrução (sem hidronefrose), não vai causar dor (assintomático), se o paciente estiver sentindo dor nesta situação, pode procurar que é de outra origem. Existem algumas patologias, principalmente a hipercalciúria renal, que fazem com que o paciente produza cálculos renais constantemente, principalmente se não costuma ingerir líquidos. A formação do cálculo se dá pela descompensação entre soluto e solvente. Quanto menos solvente (liquido) o soluto fica mais concentrado, aumentando a probabilidade de produzir cálculo. Na hipercalciúria, o cálcio não é reabsorvido pelo sistema renal, sendo excretado pela urina, sua maior concentração no sistema coletor é quem determina a formação do cálculo. Pode haver predisposição familiar, por isto a história familiar é importante na anamnese. A desidratação também é importante, assim como a atividade física, que permite uma maior desidratação, acarretando uma maior descompensação entre soluto e solvente. A ocupação pode influir na formação do cálculo, pois dependendo da ocupação a pessoa pode suar mais, permitindo uma maior concentração de soluto na urina. A dieta também influi na formação do cálculo renal. Lembrar que as Cólicas nefréticas ocorrem por obstrução de cálculo renal, por tumor, por estenose de uretra como na Hiperplasia Prostática Benigna, dentre outras causas. Mas a maior causa de cólica nefrética é por cálculo renal, que pode estar obstruindo principalmente o ureter, pois é a porção mais estreita da via urinária. Como o rim não deixa de produzir urina, esta obstrução causará um aumento da pressão intrapiélica, provocando uma dilação do rim e da cápsula renal, momento em que o paciente começa a apresentar episódios de cólica renal. Também existe cólica nefrética por Pielonefrites (infecção renal), onde a infecção do parenquima renal HABILIDADES MÉDICAS – UROLOGIA SAUL J. MARTINS T16P acarreta em edema e inflamação do rim, que distendirá a cápsula renal, ocasionando a cólica renal. - Composição: A maioria dos cálculos renais são de Sais de Cálcio. Os cálculos compostos por sais de cálcio representam cerca de 70-80% dos casos. Em sua maioria são de Oxalato de cálcio (40-70% mono e diidratado). Em metade dos casos, o cálculo é puro; no restante, está misturado a outros sais, geralmente com Fosfato de Cálcio. O outro sal de cálcio é o Fosfato de Cálcio, um composto mineral denominado apatita, encontrado com mais frequência misturado ao oxalato de cálcio. O cálculo de fosfato de cálcio puro é incomum, sendo responsável por apenas 6% dos cálculos renais. Os tipos de Fosfato de Cálcio que causam cálculo renal são: Hidroxiapatita (mais comum) e Estruvita (ou fosfato de amônio magnesiano), correspondendo a 10-20% do total. Este cálculo é chamado de Cálculo infeccioso, pois se desenvolve pela presença na urina de Bactérias (Proteus sp) produtoras de urease. Em terceiro lugar está o cálculo de Ácido úrico (5-10%), e finalmente o cálculo de Cistina (2-3%). De todos estes tipos, apenas o cálculo de Ácido Úrico será radiotransparente, não aparece no Rx, todo o restante contém fragmentos de cálcio que aparecem no Rx, são radiopacos. Cada tipo possui suas característica próprias de forma, cor e consistência, porém, muitas vezes apenas um estudo de composição química poderá revelar a sua natureza. TIPO DE CÁLCULO CRISTAIS 1 - Oxalato de cálcio Monohidratado ovalados ou em halteres Aspecto Macro: Superfície rugosa ou espiculada, cor cinza Escuro birrefringentes 2 - Oxalato de cálcio Dihidratado Octaédricos (bipiramidais) Aspecto Macro: Superfície rugosa ou espiculada, cor cinza escuro birrefringentes 3 - Estruvita Prismas, retangulares ('cofre-de- Aspecto Macro: Coraliforme, cor marrom moedas') 4 - Ácido úrico Placas rombóides (losangulares) Aspecto Macro: Superfície lisa, cor marrom alaranjada fortemente birrefringentes. 5 - Fosfato de cálcio (apatita) Amorfos Aspecto Macro: Superfície lisa, cor cinza escuro 6 - Cistina Hexagonais Aspecto Macro: Superfície irregular, perolado, cor amarelo-limão. Os cálculos de sais de cálcio são irregulares, isto é bom porque permite que a urina consiga escoar por suas irregularidades, impedindo uma maior hidronefrose e danos ao rim acometido. Os cálculos infecciosos, são chamados de cálculo coraliformes (aparência de coral). São os maiores cálculos e estão geralmente associados à infecção urinária por uma bactéria chamada Proteus. Esta bactéria aumenta o pH da urina e favorece a precipitação de sais, principalmente um, chamado de Estruvita, composto por fosfato, amônia e magnésio. Geralmente preenchem toda a pelve renal e seus cálices, apresentam a forma do sistema coletor do rim. Cálculos Coraliformes => cálculo de infecção, rim de prognóstico reservado. - Patogênese: Na urina, existem vários elementos químicos que, ao se combinarem, podem produzir sais insolúveis, levando à formação de cristais (microlitos). Os cálculos renais são formados pelo crescimento e HABILIDADES MÉDICAS – UROLOGIA SAUL J. MARTINS T16P agregação desses cristais (Nucleação e Agregação). A Nucleação é a formação do núcleo, momento em que se começa a formar o cálculo. Sabemos que quanto menor a partícula, menor sua força de atração para outras partículas. Para que o primeiro cristal seja formado, o produto das concentrações dos elementos químicos precisa ser bem maior do que o produto de solubilidade, de modo a garantir o surgimento de complexos com mais de 100 moléculas. Neste momento, o cristal se torna estável e não será mais facilmente desfeito. Para ocorrer a primeira nucleação, o produto das concentrações iônicas tem que estar acima de outro valor, o chamado "produto deformação de cristais". Depois da nucleação dos cristais, começa a Agregação, com adesão de novos cristais e o crescimento do cálculo inicia, quanto maior o cálculo fica, mais partículas serão agregadas. Algumascondições favorecem a formação do cálculo renal. O primeiro pré-requisito para a formação de cristais urinários é a Supersaturação da urina, promovida pela: ○ Hiperexcreção de soluto: Quando o organismo está excretando maior quantidade de soluto, como os sais de cálcio. ○ Volume urinário reduzido: O principal inibidor fisiológico da formação de cálculos urinários é a água. Uma urina mais diluída reduz a concentração de todos os seus elementos químicos, diminuindo a chance de nucleação (cristalização). A concentração iônica torna-se inferior ao 'produto de formação de cristais' e, às vezes, ao 'produto de solubulidade'. A diluição urinária aumenta também o fluxo de urina, facilitando a eliminação dos cristais recém-formados. Ou seja, o aumento da ingestão de líquidos pode inibir todas as fases de formação de cálculo renal (nucleação, crescimento e agregação). ○ Alteração de pH: A supersaturação sofre influência do pH urinário... Uma urina com pH > 6,0 (alcalino) favorece a supersaturação do fosfato de cálcio (apatita) e do fosfato de amônio magnesiano (Estruvita), enquanto que um pH urinário < 5,0 (ácido) reduz a solubilidade do Ácido Úrico e da Cistina. A solubilidade do oxalato de cálcio não é afetada pelo pH urinário. ○ Deficiência dos inibidores de cristalização: O citrato e o magnésio são importantes inibidores da nucleação de oxalato de cálcio, pois o magnésio se liga ao oxalato (oxalato de magnésio) e o citrato, ao cálcio (citrato de cálcio), ambos substâncias bastante solúveis. O pirofosfato é um inibidor fisiológico do crescimento e agregação dos cristais. Diversas proteínas urinárias podem inibir o crescimento e a agregação dos cristais de oxalato de cálcio, como é o caso da proteína de Tamm-Horsfall. Formadores de cálculos parecem ter uma atividade inibitória reduzida desta proteína. Um outro importante inibidor parece ser a nefrocalcina, uma glicoproteína ácida produzida pelo rim. Finalmente, o último inibidor identificado é a uropontina, que consiste em uma glicoproteína urinária fosforilada. Muitos pacientes portadores de nefrolitíase parecem exibir glicoproteínas inibitórias com sua função alterada. Algumas alterações anatômicas podem causar estase urinária, quanto mais parada a urina fica, maior a possibilidade de agregação de partículas e formação do cálculo renal. - Manifestações Clínicas: ○ Assintomáticos (Descoberta ao acaso): Não necessariamente o crescimento de cálculos nas papilas renais ou no interior do sistema coletor urinário causa sintomatologia - cálculos assintomáticos podem ser revelados em radiografia simples de abdome, em ultra-sonografia ou em tomografia computadorizada, solicitadas por outros motivos que não a litíase. Algumas pessoas podem eliminar pequenas concreções arenosas com quase nenhuma dor, enquanto outras podem apresentar sintomas graves de obstrução ureteral, determinando um quadro clínico por muitos temido: a 'cólica nefrética'. HABILIDADES MÉDICAS – UROLOGIA SAUL J. MARTINS T16P ○ Cólica Nefrética: Os cálculos renais podem obstruir o sistema coletor em 3 pontos principais: 1. Junção Uretero-Pélvica (JUP): tem abertura de 0,8cm; 2. Terço Médio do Ureter (passando sobre os vasos ilíacos), tem abertura de 0,6cm; 3. Junção Uretero-Vesical (JUV): tem abertura de 0,4cm, devido a menor abertura é o local mais comum de obstrução. Felizmente, na maioria das vezes, os cálculos (por serem pequenos) impactam apenas de forma transitória, migrando para a bexiga e sendo eliminados na urina. A obstrução aguda manifesta-se com dor em flanco e abdominal de forte intensidade, contínua, acompanhada de náuseas, vômitos, sudorese, taquicardia e hipertensão arterial. Obstrução em 3 pontos causando dor em flanco e abdominal de forte intensidade, contínua, com náuseas, vômitos, sudorese, taquicardia e hipertensão. Devemos lembrar que o ureter é distensível, além de sua abertura normal, desta forma os estreitamentos ureterais podem aumentar onde a JUP pode ir até 1cm, o terço médio até 0,8cm e a JUV até 0,7cm. Por isto que o tratamento conservador pode ser escolhido quando o cálculo renal tem até 0,7cm, pois sabe-se que este cálculo certamente será expelido. A maioria dos cálculos renais se apresentam com cerca de 0,5cm, isto se deve ao fato de que são formados nos cálices renais, que possuem cerca de 0,5cm, quando o cálculo começa a ficar maior que 0,5cm, o próprio cálice expulsa o cálculo. Por isto que a grande maioria dos cálculos o tamanho vai até 0,5cm e o tratamento será clínico. ○ Dor referida: Os cálculos localizados na porção média ou distais do ureter dão origem a dor que se irradia para o ligamento inguinal, testículo ou grandes lábios e uretra. ○ Disúria e polaciúria: Eventualmente, um cálculo localizado na JUV pode causar sintomas de disúria e polaciúria, frequentemente confundidos com cistite bacteriana. No exame físico, a manobra de Giordano geralmente é negativa ou levemente positiva; não há sinais de irritação peritoneal! ○ Hematúria: Depois da infecção urinária, nefrolitíase é a segunda causa de hematúria, que pode ser macro ou microscópica. A hematúria é detectada em 90% dos pacientes que apresentam cálculo renal. Algumas vezes, pode ser o único sinal da nefrolitíase. ○ Infecção (Temível pielonefrite obstrutiva): A infecção renal (pielonefrite) é a complicação mais temível da litíase com cálculo impactado no ureter. Estes pacientes evoluem com febre alta, calafrios e sinal de Giordano positivo. Por ser uma pielonefrite complicada (infecção fechada), a sepse poderá sobrevir e inclusive, levar o paciente ao óbito. Se o rim infectado não for logo desobstruído, o paciente evoluirá rapidamente com a perda funcional irreversível deste rim. ○ Obstrução: Quando o cálculo renal impacta no ureter, geralmente leva à uma obstrução apenas parcial. Eventualmente, contudo, a obstrução pode ser total, acarretando hidronefrose e a perda progressiva do parênquima renal, caso a obstrução não seja desfeita. HABILIDADES MÉDICAS – UROLOGIA SAUL J. MARTINS T16P ○ Nefrocalcinose: Uma forma de apresentação da litíase por fosfato de cálcio (apatita) é a nefrocalcinose, que é definida como uma calcificação do parênquima renal - os cristais se depositam difusamente sobre as papilas renais. Pode ser assintomática, se exteriorizando como múltiplas calcificações encontradas num RX simples, ou então determinar cólica pelo seu desprendimento para a pelve renal. ○ Cálculos Coraliformes: São cálculos que crescem a ponto de ocupar quase toda a pelve e cálices renais. Eles são mais comumente formados por Estruvita (fosfato de amónio magnesiano), porém podem ser de cistina ou mesmo ácido úrico. Estes cálculos estão associados a um mau prognóstico do rim acometido (degeneração parenquimatosa) e sempre indicam terapia intervencionista. Estruvita, fosfato de amônio magnesiano causando um mau prognóstico para o rim e é sempre cirúrgico - Diagnóstico: A suspeita de nefrolitíase, na prática diária, após uma anamnese bem feita, é quase sempre formulada para pacientes com três apresentações clínicas típicas: a. Dor lombar (cólica nefrética); b. Hidronefrose a esclarecer c. Hematúria A investigação da presença de cálculo renal, na maior parte das vezes, deverá ser realizada por métodos de imagem, como radiografia simples do abdome (62-67%), ultra-sonografia (85%), tomografia computadorizada (98-100%), e Urografia excretora (90%) que revela as falhas de enchimento características. A Pielografia retrograda não e mais utilizada.○ TC não-contrastada: É considerado o melhor exame para o diagnóstico da nefrolitíase em pacientes com cólica nefrética ('padrão-ouro'). Estudos recentes demonstraram uma sensibilidade = 98% e uma especificidade = 100%. O exame tem a vantagem de ser realizado sem contraste iodado e de forma mais rápida do que a urografia excretora. Ainda pode diagnosticar outras causas de dor em flanco, como torsão de ovário, cisto etc. A única desvantagem do exame é a sua incapacidade de medir a função renal. ○ Radiografia simples de abdome: Deve ser sempre solicitado, pois é capaz de diagnosticar e dizer a posição anatômica dos cálculos radiopacos (todos menos os de ácido úrico). Apesar de tradicionalmente ter sido considerado capaz de detectar cerca de 90% dos cálculos renais, estudos mais recentes revelam uma sensibilidade = 62% e uma especidaficidade = 67%. ○ Ultrassonografia renal: Por ser um método mais prático e de menor risco, tem sido muito utilizado na avaliação inicial da nefrolitíase. Em mãos experientes, a ultrassonografia pode ter uma acuracia semelhante à da urografia excretora, identificando o cálculo renal em 64% dos casos e Hidronefrose em mais 21% (sensibilidade total= 85%). A facilidade é maior para cálculos da pelve ou cálices renais (que ainda não migraram para o ureter). A acuracia depende muito do examinador. ○ Urografia excretora: Também chamada de Pielografia intra-venosa, foi durante muito tempo considerado o exame padrão-ouro para o diagnóstico da litíase. Continua sendo um excelente exame, com uma sensibilidade em torno de 90%, porém perde em acurácia para a TC helicoidal. A principal vantagem sobre a US é a capacidade que o exame tem de fornecer também dados funcionais sobre os rins (atraso de enchimento, ausência de enchimento). Pode ainda detectar cálculos que não foram visualizados pelo ultrassom. A desvantagem é o uso do contraste iodado. HABILIDADES MÉDICAS – UROLOGIA SAUL J. MARTINS T16P - Entidades Formadoras de Cálculo Renal Cálculos de Cálcio Hipercalciúria idiopática 50-55% Hipocitratúria 15-60% Hiperuricosúria 20% Hiperparatireoidismo primário 5% Hiperoxalúria intestinal 1-2% Acidose tubular renal Tipo I 1% Cálculo Idiopático 20% Cálculo de Ácido Úrico * Gota + hiperuricosúria 50% Hiperuricosúria (sem gota) 50% Cálculo de Estruvita * Infecção por germe / produtor de urease 100% Cálculo de Cistina * Cistinúria 100% (*) Percentual em relação ao total de cada podem estar presentes duas ou mas mesmo paciente!! - Importante: ○ Composição (Rádio-opaco e transparente) ○ Quadro clínico (Associado a infecção) ○ Exames diagnósticos (TC padrão ouro) HABILIDADES MÉDICAS – UROLOGIA SAUL J. MARTINS T16P - LITÍASE RENAL (Continuação) O tratamento da litíase renal é dividido em Agudo e de Longo Prazo. O Tratamento Agudo, do paciente com cólica nefrética, é aquele em que todo médico, principalmente o generalista, deve saber. - Tratamento Agudo: A cólica nefrética deve-se à impactação de um cálculo renal no ureter (em um dos seus três pontos de estreitamento - ver anteriormente). A conseqüência imediata é a contração da musculatura lisa da pelve e do próprio ureter, na tentativa de expulsar o cálculo. A pressão intrapélvica pode chegar à 50mmHg (normal = 6,5mmHg), levando a uma crise de intensa dor no flanco. ○ Analgesia (Antiinflamatório, analgésico): Os antiinflamatórios não esteroidais (AINES) devem ser prescritos como primeira opção. Em casos de dor severa ou vômitos, a via parenteral deve ser recomendada. Estas drogas tem efeito analgésico e previnem o espasmo da musculatura lisa do ureter. Os opiáceos são utilizados somente em pacientes que não respondem aos AINES. A hioscina (um antiespasmódico clássico), não tem benefício comprovado (professor disse que usa). Quando se prescreve Buscopan Composto ou Baralgin, o responsável pelo efeito analgésico provavelmente é a Dipirona. O Voltaren (IM) tem bom resultado para alívio da dor nestes casos. O antiinflamatório também serve para diminuir o edema no rim, o que também ajuda a diminuir a dor, pois diminui a dilação da cápsula renal. ○ Hidratação (Correção de uma possível desidratação): É de consenso que os pacientes com um evento agudo de nefrolitíase devam receber hidratação venosa generosa, embora não existam trabalhos conclusivos sobre a eficácia desta medida. Aliás, uma hidratação exagerada pode aumentar a dor da cólica nefrética, por elevar subitamente a formação de urina na pelve obstruída. O recomendado atualmente é apenas a correção de uma possível desidratação. ○ Segmento (48-72hs, maioria < 5mm): A imensa maioria dos pacientes com crise de cólica nefrética irão obter melhora espontânea, pois o cálculo é pequeno o suficiente para ser expelido (< 5mm). Devemos observar o paciente e manipulá-lo clinicamente (hidratação e analgesia) por 48h a 72h, liberando-o assim que houver estabilização do quadro. A saída do cálculo vai depender do controle da dor, permitindo a espera da saída do cálculo; e da ausência de infecção. Desta forma, se o paciente tiver muita dor, pode ser indicação cirúrgica, se o paciente tiver uma infecção, certamente a indicação é cirúrgica, pois a pielonefrite obstrutiva leva o paciente ao óbito. Para que o paciente continue vivo nestes casos, é administrar antibiótico e a desobstrução imediata (cirurgia). - Intervenção Urológica: A maior parte dos cálculos ureterais menores do que 5mm em seu maior diâmetro passam espontaneamente, não existindo indicação para intervenção por parte do urologista, devendo realizar apenas a analgesia e a correção de uma possível desidratação. Os cálculos maiores do que 7mm têm uma chance remota de serem eliminados. O único cálculo capaz de se dissolver com a terapia clínica é o de ácido úrico (mesmo assim, um evento raro). Os cálculos de cálcio, cistina e Estruvita não dissolvem com nenhuma medicação (pelo menos, de respaldo científico). Devemos lembrar que mesmo o cálculo sendo maior que 7mm a analgesia deve ser feita, permitindo que o paciente fique sem dor, devendo também diagnosticar se o paciente tem infecção associada. HABILIDADES MÉDICAS – UROLOGIA SAUL J. MARTINS T16P O cálculo renal ou ureteral sintomático, com baixa probabilidade de migração e eliminação, deve ser abordado com algum tipo de intervenção urológica. Consideramos sintomático o cálculo que se manifesta com dor refratária ou recorrente, ou por hematúria macroscópica. Cálculos assintomáticos não necessitam, à princípio, de abordagem intervencionista. Portanto, os cálculos sintomáticos maiores que 7mm necessitam (podendo ir até 1cm), via de regra, necessitam de algum tipo de terapia intervencionista. Atualmente, existem 4 modalidades de Intervenção Urológica na nefrolitíase: 1. Litotripsia com Ondas de Choque Extracorpórea (LOCE) - não cirúrgico 2. Nefrolitotomia Aberta (Anatrófica) 3. Nefrolitotomia Percutânea Realizados quando o cálculo está no rim. 4. Cistoureterolitotomia - realizado quando o cálculo está no ureter, quanto mais perto da bexiga, melhor o prognóstico. - Litotripsia com Ondas de Choque Extracorpórea (LOCE): É considerado o tratamento intervencionista de escolha na maior parte dos cálculos renais presentes no rim. Atualmente, cerca de 75-85% dos cálculos renais com mais de 7mm são abordados de forma eficaz com a LOCE. Esta modalidade utiliza uma máquinas que gera ondas ultrassônicas de alta intensidade que são direcionadas e focalizadas nocálculo, com ajuda de Rx ou do ultrassom, quando atingem o cálculo faz com se desfaça em tamanhos menores que podem passar pelo ureter e eliminados. É o método indicado para cálculos com tamanho de 0,7cm a 2cm, localizados no rim. Ressalte que se o cálculo não estiver localizado no rim, mas no ureter proximal (no nível do rim) este método também pode ser utilizado. Os cálculos de oxalato de cálcio monohidratado e de cistina podem ser refratários à LOCE. Muitas vezes, há necessidade de passar um cateter Duplo J, pois neste procedimento o cálculo é fragmentado e um destes pedaços pode ficar maior do que o diâmetro do ureter, causando a obstrução. Para não ocorrer este risco é que se passa o Duplo J. A sua principal complicação é o hematoma perinéfrico, que mesmo assim é raro (0,66% dos casos). Pacientes em uso de AAS (aspirina) devem ter a droga suspensa por duas semanas antes do procedimento. As demais complicações da LOCE inclui: hematoma periférico, hematúria, cólica renal (fragmentos deslocados), pancreatite (rara). Dentre as contra-indicações temos: Gravidez, Aneurisma da artéria renal ou aórtico, Diátese hemorrágica, Marcapasso, Hipertensão severa, Cálculos grandes (> 2cm) ou coraliformes, Cálices com distensão grosseira. HABILIDADES MÉDICAS – UROLOGIA SAUL J. MARTINS T16P - Nefrolitotomia Percutânea: A nefrolitotomia percutânea veio para substituir definitivamente a cirurgia aberta na nefrolitíase, substituindo a lombotomia que era mais agressiva. De uma forma geral, a nefrolitotomia percutânea é indicada para retirada de cálculos com as seguintes características: 1. Tamanho > 2cm 2. Cálculos coraliformes 3. Localizados no pólo renal inferior 4. RefratáriosàLOCE. Note que é um procedimento cirúrgico, diferenciando-se do primeiro método. É guiado pela radioscopia ou ultrassonografia, o cirurgião urológico faz um punção percutânea da pelve renal, introduzindo um guia e, em seguida, diversos dilatadores, de modo a formar um pertuito de acesso aos cálculos intrarrenais. O próximo passo é introduzir o nefroscópio, munido de um fórceps removedor e com instrumentação para litotripsia intracorpórea. Os cálculos menores que 1cm podem ser removidos diretamente pelo fórceps, através do canal de nefrostomia. Aqueles maiores que 2cm devem primeiro ser fragmentados pela litotripsia in situ (intracorpórea). Os métodos mais utilizados de litotripsia neste caso são: eletrohidráulica, ultrassônica, pneumática ou a laser (Holmium). Os cálculos coraliformes devem ser submetidos à terapia inicial por nefrolitotomia percutânea (utilizando a litotripsia intracorpórea). Os cálculos residuais devem ser abordados pela LOCE (litotripsia extracorpórea), seguida eventualmente por uma nova nefrolitotomia percutânea. É o que chamam de "terapia do sanduíche" (nefrolitotomia percutânea - LOCE - nefrolitotomia percutânea). - Nefrolitotomia Aberta: A nefrolitotomia aberta foi o primeiro procedimento cirúrgico utilizado para a retirada de cálculos renais, porém, hoje está se tornando quase uma cirurgia obsoleta. Sendo utilizada apenas para refratariedade aos outros métodos e para cálculos de difícil anatomia. Cerca de 1-5% de todos os pacientes que apresentam nefrolitíase com indicação de intervenção necessitam da cirurgia aberta. As indicações principais são: 1. Refratariedade aos métodos não-invasivos (LOCE) ou minimamente invasivos (ureterorenoscopia, nefrolitotomia percutânea); 2. Cálculos de muito difícil anatomia. O procedimento pode ser uma pielolitotomia aberta simples ou uma nefrolitotomia anatrófica. Vale ressaltar que a perda da função do rim acometido (confirmado pela cintilografia com DTPA), associada a um cálculo renal impactado ou coraliforme, indica a nefrectomia, se o outro rim estiver funcionante. - Cistoureterolitotomia: É método de escolha para cálculo maiores que 7mm e que estão localizado ao longo do ureter. Geralmente estes cálculos são menores que 1cm. Saliente-se que um cálculo menor de 7mm também pode impactar na mucosa do ureter. O índice de sucesso e de melhor prognóstico para aqueles cálculos que impactaram nas partes mais distais do ureter. O advento da ureterorenoscopia tem alterado dramaticamente o manuseio intervencionista dos cálculos renais. O ureteroscópio rígido tem sido utilizado em conjunto com métodos de litotripsia intracorpórea (local) para fragmentar e retirar cálculos no ureter médio e distal. Na última década, avanços na tecnologia de fibra óptica e nos métodos de irrigação endoscópica permitiram o uso de ureteroscópios semi-rígidos e menos calibrosos (6,9-8,5F), assim como ureterorenoscópios flexíveis e com deflexão controlável, capazes de atingir facilmente o ureter proximal, a pelve e os cálices renais. Durante a ureterorenoscopia, os cálculos pequenos podem ser diretamente retirados com um basket HABILIDADES MÉDICAS – UROLOGIA SAUL J. MARTINS T16P removedor, mas os maiores devem ser fragmentados com litotripsia in situ. A ureteroscopia semi-rígida é preferida para os cálculos no ureter médio, com sucesso de 80-95%. A ureterorenoscopia flexível é considerada uma terapia alternativa para os cálculos no ureter proximal, na pelve e nos cálices renais. As complicações incluem a Lesão de ureter, sendo fácil e frequente de acontecer, como é uma lesão parcial o cateter duplo J resolve o problema até que o ureter esteja recuperado. Este método é contra-indicado para o s casos de presença de infecção das vias urinárias. Para que o ureteroscópio entre no sistema urinário, é necessário que se jogue soro na medida que vai entrando. Se tiver infecção acima deste cálculo e for jogado soro no local, as bactérias da infecção serão lançadas e direcionadas para o rim, propiciando uma bacteremia, levando o paciente a óbito de forma mais rápida. No caso de presença de infecção relacionada ao cálculo, o médico deve passar um cateter Duplo J, para permitir a desobstrução, depois realizar o tratamento desta infecção, para depois realizar o método indicado. - Tratamento Litíase Complicada com Infecção ou Obstrução Total Renal: Denominamos litíase complicada quando um cálculo renal está relacionado à infecção renal (pielonefrite) não-drenada ou quando causa obstrução ureteral total em rim único, com insuficiência renal. Neste caso, a primeira preocupação não deve ser retirar o cálculo, mas sim desobstruir as vias urinárias do paciente com a passagem do cateter duplo "J", para evitar a evolução para perda irreversível do parênquima renal. Além disso, uma pielonefrite obstruída facilmente leva à sepse urinária, algumas vezes fatal. Os cálculos ditos complicados são aqueles que se associam à infecção renal ou a obstrução ureteral total gerando insuficiência renal. Neste caso, a intervenção deve ser o mais precoce possível. Os cálculos coraliformes, pela grande chance de complicação, devem ser retirados, mesmo se forem assintomáticos. Para desobstruir o rim acometido, dois procedimentos podem ser usados: 1. Nefrostomia percutânea; 2. Stent ureteral (catéter de Duplo "J")- HABILIDADES MÉDICAS – UROLOGIA SAUL J. MARTINS T16P - HIPERPLASIA PROSTÁTICA BENIGNA (HPB) A próstata é a maior glândula acessória do sistema reprodutivo masculino, mede aproximadamente cerca de 3cm de comprimento, 4cm de largura e 2cm em profundidade. Está intimamente relacionada a parte inferior da bexiga e anterior ao reto. Na sua parte central passa a segunda porção da uretra masculina. Uma das funções da próstata é fabricar uma porçãodo esperma. Cerca de 2/3 do volume prostático é feito por glândulas prostáticas e o 1/3 restante de estrutura fibrosa. Esta parte glandular produz o líquido prostático que será excretado no seio prostático. A próstata tem considerável interesse médico porque seu aumento, ou hipertrofia prostática benigna é comum após a meia-idade, afetando praticamente todo homem que vive por tempo suficiente. - Conceito de HPB: A HPB pode ser definida pelo aumento benigno do volume da próstata. Como a próstata envolve a uretra, um aumento do volume prostático pode impedir a passagem da urina. A próstata possui uma zona Periférica, uma zona de Transição e uma zona Central onde fica zona periuretral. ○ Zona Periférica ○ Zona de Transição ○ Zona Central Zona Periuretral Não podemos confundir a HPB com o Câncer de Próstata, apesar destas patologias acometerem a mesma glândula e de ocorrem em uma mesma faixa etária (geralmente > 50 anos), são patologias de origens diferentes. É muito comum um paciente que tem HPB, também, ter Câncer de Próstata, porém este não evoluiu da HPB. Geralmente o câncer de próstata é originário da zona Periférica, já a HPB é derivada da zona de Transição, esta neoplasia benigna começa a crescer e suas células são depositadas na zona Central. ○ Hiperplasia Prostática Benigna (HPB) => zona de Transição ○ Câncer de Próstata => zona Periférica O processo de HPB instala-se inicialmente na zona de transição, situada em torno da uretra. Neste local, surge uma proliferação de nódulos formados por tecido glandular (adenomatosos); em seguida, nódulos compostos por estroma fibromuscular começam a se acumular na zona central periuretral. - Epidemiologia: Cerca de 25% dos homens acima de 50 anos de idade vão apresentar HPB sintomática. Geralmente ocorre em homens com idade maior que 50 anos e produção normal de testosterona. Na HPB não há fator racial. Ressalte que o câncer de próstata está relacionada com a raça, sendo fator importante na epidemiologia, onde o negro tem 2 vezes mais chances do que o branco. A genética está relacionada a HPB, pacientes que relatem terem parentesco de 1º grau com o mesmo problema têm 4 vezes mais chances de ter HPB. Por isto é importante perguntar o histórico familiar dos homens. HABILIDADES MÉDICAS – UROLOGIA SAUL J. MARTINS T16P O processo de obstrução uretral decorre do efeito mecânico, causado pelo crescimento prostático e fundamentalmente de um efeito funcional ou dinâmico, relacionado com a contração das fibras musculares existentes no colo vesical, cápsula e estroma prostático. As alterações vesicais estão sempre presentes nos casos de HPB e são responsáveis por parte dos sintomas apresentados pelo paciente. Com o aparecimento da obstrução uretral, o detrusor se hipertrofia, na tentativa de manter um fluxo urinário normal nas fases iniciais da obstrução. Como conseqüência desta hipertrofia, há diminuição da complacência e da capacidade vesical, levando ao aparecimento de sintomas miccionais irritativos, como urgência, polaciúria, incontinência de urgência e redução do volume miccional. - Sinais e Sintomas: Além do fechamento mecânico da uretra prostática, que causam sintomas obstrutivos, o aumento prostático também causa um abaulamento no assoalho da bexiga, produzindo sintomas irritativos no paciente. ○ Sintomas obstrutivos: Os sintomas obstrutivos, presentes em 70-80% dos casos de HPB, resultam do efeito mecânico ou muscular (dinâmico) da glândula sobre a luz uretral. Estes quadros quase sempre desaparecem com a remoção cirúrgica da próstata. A obstrução da uretra prostática causa: Jato fraco, hesitância, gotejamento terminal, intermitência, esvaziamento vesical incompleto, ato miccional prolongado e retenção urinária aguda ou recorrente. ○ Sintomas irritativos: Os sintomas irritativos surgem por reação do detrusor à obstrução uretral e pelo abaulamento ocasionado pelo aumento da próstata, com manifestações decorrentes da instabilidade vesical. Estas alterações, presentes em 50-70% dos pacientes com HPB, nem sempre desaparecem após intervenção cirúrgica local. Sempre que os sintomas irritativos são exuberantes, deve-se estar atento para a eventual presença de outra doença, como a disfunção vesical do idoso, bexiga neurogênica, infecção urinária, litíase vesical etc. Os sintomas relacionados com a parte irritativa incluem Urgência, disúria, polaciúria, noctúria e incontinência de urgência. Na HPB há um crescimento da zona de transição e uma deposição das células na zonas central, porém esta deposição pode ficar mais periférica, fazendo com que a próstata cresça mais para fora, fazendo com que não influencie muito no diâmetro da uretra prostática. Outras vezes o crescimento pode acumular na zona periuretral, no lobo mediano, o que produz mais repercussão de obstrução da próstata. Podemos concluir que o aumento da próstata nem sempre é proporcional aos sintomas relatados pelo paciente. Uma próstata normal tem até 30g, um paciente com 100g de próstata pode não apresentar tantos sintomas quanto um que tenha apenas 50g de próstata. Assim, o tratamento da HPB não está relacionado ao tamanho da próstata, mas aos sintomas que está causando. Na HPB o tratamento não é da doença em si, o tratamento é dos sintomas. Não é porque um paciente é portador de HPB que será tratado, seu tratamento só é indicado quando os sintomas moderados a severos estiverem presentes. Se estiverem presentes apenas sintomas leves deve-se apenas orientar, a presença de sintomas moderados o tratamento indicado é o medicamentoso, quando graves o tratamento é cirúrgico. Os sintomas são classificados em leve, moderados e graves depois de preencher a Tabela de Sintomas Prostáticos (Pontos: 0 a 7 - Sintomas Leves; 8 a 19 - Sintomas Moderados; 20 a 35 - HABILIDADES MÉDICAS – UROLOGIA SAUL J. MARTINS T16P Sintomas Severos). Quando o paciente tem uma diminuição no diâmetro da uretra, o organismo sempre tem mecanismos de compensação. Geralmente, na HPB a bexiga tende a compensar a obstrução mecânica e começa a se hipertrofiar para vencer o aumento de pressão, com o passar do tempo começa a perder sua complacência e o poder de esvaziamento normal, deixando de realizar o esvaziamento vesical completo. A bexiga começa a perder sua função, e o paciente começa a reter urina, permitindo um aumento da pressão intravesical. Este aumento da pressão intravesical impede a correta drenagem da urina pelo ureter, que fica congestionado e acumula urina, causando uma estase até o rim, que também fica congesto de urina. Esta congestão no rim aumenta a pressão intrapiélica, que age no parênquima renal, que, de forma crônica, produz necrose e absorção do parênquima renal, levando a um afinamento do córtex renal, que por sua vez levará a Insuficiência Renal Crônica. Assim, o paciente deve ser alertado para que o tratamento sintomático seja sempre realizado, pois a cronicidade da HPB pode levar a uma perda da função renal. Desta forma, a importância do tratamento da HPB é de preservar a função renal do paciente. Se uma paciente idoso apresenta-se em uma urgência com retenção urinária, o médico deve realizar uma sonda permanente, para aliviar o sintomas e manter a desobstrução uretral, e encaminhá-lo para um urologista, além de proteger a função renal. A sonda de alívio não é recomendada, este paciente, certamente, voltará a apresentar nova retenção urinária, pois a HPB não foi resolvida. ○ Fisiopatologia: Zona de transição e periuretral (crescimento da próstata é influênciada pelo DHT ou di-hidrotestosterona,
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