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Urologia - Resumo da prova

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1 
Beatriz Machado de Almeida 
Resumo de Urologia 
HIPERPLASIA PROSTÁTICA BENIGNA 
ANATOMIA DA PRÓSTATA 
A próstata é uma 
glândula que faz parte do 
aparelho reprodutor e 
urinário masculino. 
Glândula com formato 
aproximado de uma 
pirâmide com a base 
voltada para cima e o 
ápice voltado para a parte 
caudal, para baixo. 
Grosseiramente, é uma glândula em formato de 
morango pequeno. 
 
Localização: Logo abaixo da bexiga, entre o colo vesical 
e a parte mais proximal da uretra peniana. 
 
A próstata em um homem jovem pesa aproximadamente 
de 20-30g sendo que a partir dos 40 anos ocorrem 
algumas mudanças hormonais que fazem com que ela 
aumente seu tamanho. Esse aumento pode trazer uma 
série de repercussões na micção do homem. 
ZONAS PROSTÁTICAS (MCNEAL) 
 Zona de 
Transição (AZUL): 
menor porção (5% do 
tecido prostático). 
Circunda a uretra. 
PRINCIPAL, é onde se 
desenvolve o tecido 
benigno, responsável 
pelos sintomas 
obstrutivos de HPB. 
 
 Zona Central (LARANJA): Não glandular – 
preenchido por tecido estromal, também relacionada 
com a HPB. 
 Zona Periférica (VERDE): maior porção (80%). 
Maior incidência de Câncer de Próstata. 
INTRODUÇÃO 
Definição: processo histopatológico onde há proliferação 
das células estromais e epiteliais prostáticas. Ocorre em 
homens geralmente a partir dos 40 anos, com as 
mudanças hormonais, que podem fazer um aumento 
acentuado da próstata que geram os sintomas urinários 
obstrutivos baixos (podem passar a ter dificuldade para 
iniciar a micção, ou seja, a hesitação miccional, 
diminuição do jato urinário, aumento do esforço 
miccional, gotejamento terminal). 
O paciente se queixa de que o final do jato pinga bastante e 
pode chegar a ser difícil controlar o final da micção. Ele 
passa a ter um certo grau de incontinência, molhando um 
pouco a roupa com essas gotinhas (isso incomoda 
sobremaneira o paciente). Ele pode ter dificuldade de 
esvaziar completamente a bexiga, sensação de 
esvaziamento incompleto, passando a ter aumento da 
frequência urinária, polaciúria. Quando essa polaciúria 
acontece a noite se chama noctúria. Todos esses sintomas 
podem prejudicar de forma muito importante a 
qualidade de vida do homem. 
 
A bexiga passa a ter um espessamento da parece 
vesical, ou seja, a parte muscular da bexiga aumenta sua 
espessura e não consegue relaxar direito, não consegue 
armazenar os volumes urinários maiores, o paciente 
pode passar a apresentar urgência miccional e até 
incontinência urinária por conta desse espessamento 
causado pelo aumento da próstata e consequente 
obstrução da uretra. 
EPIDEMIOLOGIA 
 Doença urológica mais prevalente em idosos; 
 ↑ Idade ↔ ↑ Prevalência. 
 Volume prostático ↔ Sintomas obstrutivos do trato 
urinário inferior. O volume prostático não 
necessariamente tem relação com o grau de sintomas 
que o paciente apresenta. Ou seja, às vezes um paciente 
tem uma próstata um pouco aumentada (40-60g), em 
uso de uma sonda vesical, porque teve uma retenção 
urinária aguda, já não consegue mais urinar 
espontaneamente; enquanto que pode ter um paciente com 
próstata de 150-200g, mas que consegue urinar de forma 
relativamente boa e sem sintomas... Então, o tamanho da 
próstata que é encontrado com o toque retal ou 
ultrassonografia não necessariamente vai estar 
relacionado com o grau de sintomas que o paciente vai 
apresentar. 
 Volume prostático não é indicação de tratamento!!! 
 Cerca de 50% dos têm sintomas aos 75 anos. 
 Até 25% apresentam sintomas aos 55 anos. 
 O diagnóstico da HPB é clínico! 
 
 
2 
Beatriz Machado de Almeida 
Resumo de Urologia 
QUADRO CLÍNICO 
 Diminuição do jato urinário; * 
 Jato Urinário interrompido; * 
 Dificuldade em iniciar a micção (hesitação); * 
 Gotejamento terminal; 
 Sensação de esvaziamento incompleto; * 
 Aumento da frequência urinária (polaciúria); * 
 Aumento da frequência urinária noturna (noctúria) 
 Aumento do esforço miccional; * 
 Dificuldade em conter a micção; * 
 
* IPSS – Índice de avaliação e um questionário que dá 
um grau de sintomas, ou seja, ele dá um score de 
sintomas urinários obstrutivos que ajuda a quantificar e 
comparar diferentes pacientes (muito utilizado em 
trabalhos científicos). 
 
EXAME FÍSICO 
Exame digital prostático: 
o médico usa uma luva, 
lubrifica o dedo 
indicador e o introduz no 
ânus com o objetivo de 
palpar a próstata 
tentando identificar o seu 
tamanho, consistência, 
presença de áreas 
endurecidas (podem estar correlacionada com alguma 
neoplasia prostática maligna). A próstata normalmente 
tem a consistência da ponta do nariz. Esse exame é muito 
importante para o rastreamento do câncer de próstata 
juntamente com o exame de sangue, o PSA. 
EXAMES COMPLEMENTARES 
Colher a história → fazer o exame físico → solicitar de 
ultrassonografia de próstata e aparelho urinário. 
➢ Toque retal para avaliar tamanho (25-35g). 
➢ Ultrassom pode ser feito por duas vias: 
Transabdominal e Transretal. Ambas conseguem 
quantificar de forma relativamente precisa o tamanho 
da próstata, sendo que a via transretal é mais utilizada 
quando se deseja colher amostras do tecido prostático 
para avaliar câncer. 
 
 
 
Imagem 3: paciente com transdutor de ultrassonografia 
introduzido através do ânus e através desse aparelho 
utiliza-se uma agulha para fazer coleta de material 
prostático. 
 
➢ Uretrocistoscopia (avaliar uretra, colo vesical e 
bexiga): exame endoscópico, em que o médico introduz 
o aparelho através do meato uretral e prossegue com 
esse aparelho através da uretra peniana, bulbar e 
prostática e depois entra na bexiga, com isso ele vai 
avaliar o calibre uretral, a presença do aumento dos 
lobos prostáticos (que ficam comprimindo a uretra 
prostática, diminuindo seu calibre) e avaliação da mucosa 
vesical, verificar a presença de tumor, de cálculo, algum 
corpo estranho... 
 
➢ Urofluxometria (avaliar jato urinário): teste em que 
o paciente deve ingerir uma certa quantidade de água 
e quando sente vontade de urina, é conduzido à um 
aparelho que mede o fluxo urinário. Avalia o jato 
urinário, a força do jato, o tempo de micção e permite 
avaliar os pacientes com queixar urinárias obstrutivas 
baixas. 
 
➢ Estudo Urodinâmico (diagnosticar patologias de 
esvaziamento): uso de uma sonda através da uretra, que 
vai promover o enchimento vesical. Esse cateter tem 
uma outra via que ajuda a medir a pressão dentro da 
bexiga. Insere-se também um balão através do reto e com 
isso consegue-se diagnosticar patologias de 
esvaziamento vesical. 
 
 
 
 
3 
Beatriz Machado de Almeida 
Resumo de Urologia 
TRATAMENTO 
 
• Medidas comportamentais (ingesta hídrica, 
exercício físico, esvaziamento programado). Fazer 
ingesta hídrica e exercícios físicos durante o dia, 
evitar durante a noite. É importante fazer um 
esvaziamento programado da bexiga, que é sempre 
que for entrar em uma situação que o impedirá ou 
dificultará a ida ao banheiro, ele o faça antes. 
• Farmacológico (até piora dos sintomas de 
esvaziamento ou armazenamento). 
• Fitoterapia (sem fundamentação científica): feitos a 
base de plantas. Não é recomendado pelos 
profissionais pela falta de fundamentação científica. 
• Cirúrgico (endoscópico ou cirúrgico). 
 
TRATAMENTO FARMACOLÓGICO 
ALFA-BLOQUEADORES (DOXAZOSINA/ 
TANSULOSINA) 
❖ Aumentam contração detrusora: fazem com que o 
músculo detrusor tenha mais potência (mais força 
de contração). 
❖ Relaxam o tônus da musculatura do colo vesical e 
estroma prostático → melhoram fluxo urinário 
(↓sintomas de esvaziamento). Muitas vezes esses 
pacientes estão em uso de sonda vesical de Foley, uma 
sonda de demora e com o uso desses medicamentos 
ele passa a ter micção espontânea. 
INIBIDORES DE 5-ALFA-REDUTASE 
(FINASTERIDA / DUTASTERIDA) 
❖ Bloqueiam a conversão de Testosterona em di-
hidrotestosterona. 
❖ Inibemo crescimento prostático. 
❖ Usados em próstatas > 40cm3 (g). 
❖ Podem prevenir progressão. Sua principal função é 
evitar que continue havendo o crescimento 
prostático e isso consequentemente tende a fazer com 
que haja melhora dos sintomas urinários 
obstrutivos que o paciente apresenta. São 
medicamentos que tendem a ter efeitos mais 
retardados. 
❖ A Dutasterida, começa a ter algum efeito no volume 
prostático depois e 6 a 12 meses. 
❖ A finasterida é mais antiga e menos potente. 
ANTICOLINÉRGICOS (OXIBUTININA, SOLIFENACINA, 
DARIFENACINA E TOLTERODINA). 
❖ Bloqueiam a ligação colinérgica vesical. 
❖ Melhoram sintomas de armazenamento (urgência 
e urge-incontinência). 
❖ Esses medicamentos fazem com que a bexiga fique 
menos reativa, que ela relaxe melhor para receber a 
urina. Os pacientes passam a ter menor instabilidade 
do músculo detrusor, tendo contrações menos 
frequentes durante a fase de armazenamento, então 
o paciente consegue segurar mais a urina. 
❖ Contra indicados para pacientes com problema de 
pressão alta no olho, glaucoma de ângulo fechado. 
INIBIDORES DE FOSFODIESTERASE 
(TADALAFILA) 
❖ ↑ óxido nítrico na bexiga, próstata e pênis causando 
relaxamento da musculatura lisa → ↑ fluxo urinário. 
❖ Bom para pacientes com disfunção erétil, queixa 
relativamente frequente da faixa etária mais avançada. 
AGONISTA Β-3-ADRENÉRGICO (MIRABEGRONA) 
❖ Causa relaxamento detrusor → melhora a 
capacidade vesical sem prejudicar a micção 
(urgência e urge- incontinência). Medicamento com 
ação muito semelhante à dos anticolinérgicos. 
❖ Vantagem: podem ser utilizadas em pacientes que 
têm problema de pressão alta no olho, glaucoma de 
ângulo fechado, neles é contraindicado o uso de 
anticolinérgicos. 
TERAPIA COMBINADA: 
 Finasterida + Doxazosina – com ou sem Tadalafila. 
 Dutasterida + Tansulosina – com ou sem Tadalafila. 
 
O objetivo dessas combinações é prevenir a progressão 
da doença (finasterida ou dutasterida) e melhorar os 
sintomas urinários obstrutivos de esvaziamento 
(doxazosina ou tansulosina). Tadalafina ajuda nos 
sintomas de obstrução. 
 
TRATAMENTO CIRÚRGICO 
Motivos: 
- Falha da terapia medicamentosa. 
- Retenção urinária recorrente ou refratária: passa-se a 
usar uma sonda vesical de demora ou de Foley e mesmo 
com o uso do medicamento o paciente não consegue 
urinar, esse é o caso da retenção refratária. 
- Dilatação do trato urinário superior por HPB. Pode ser 
vista na última imagem abaixo, uma dilatação do ureter ou 
hidronefrose... 
- ITU de repetição: isso acontece devido ao amento do 
resíduo pós-miccional, favorecendo um crescimento 
bacteriano na urina que vem a causar infecções 
urinárias. 
- Hematúria macroscópica por HPB. 
- Litíase Vesical: sais urinários podem se cristalizar 
devido à estase de urina. A segunda e terceira imagem 
mostram isso, os cálculos pequenos redondinhos 
(bonitinhos) dentro da bexiga em uma endoscopia e a 
outra mostra uma radiografia simples de abdome que 
mostra uma grande calcificação preenchendo praticamente 
toda a luz vesical. 
 
4 
Beatriz Machado de Almeida 
Resumo de Urologia 
- Divertículos vesicais: primeira imagem que mostra a 
falência da musculatura detrusora que acaba formando 
saculações na parede da bexiga que acumulam uma 
certa quantidade de urina não esvaziando 
completamente. Toda vez que a bexiga se contrai para 
fazer o esvaziamento, a urina escapa para dentro 
dessas saculações não sendo eliminada. 
 
 
 
Técnicas 
RESSECÇÃO TRANSURETRAL DA PRÓSTATA 
MONOPOLAR OU BIPOLAR 
Via endoscópica. Introduz-se um endoscópio através da 
uretra, sob anestesia raqui ou geral, e faz-se a remoção de 
pequenos fragmentos da próstata. Padrão ouro para 
próstatas de 30 a 80g. 
FOTOABLAÇÃO PROSTÁTICA A LASER 
(GREENLIGHT) 
Técnica mais moderna. Cirurgia em que se faz a 
vaporização do tecido prostático usando como fonte de 
energia o rio laser verde. Pode tratar próstatas 
bastante volumosas, existem muitas variações dessa 
técnica, que permite o tratamento de próstatas de até 
200g. 
 
PROSTAECTOMIA A CÉU ABERTO 
Indicada para próstatas > 
80g. 
Barato, fácil, rápido, 
bastante seguro e 
amplamente disponível. 
Geralmente é a utilizada em 
pacientes do SUS. Efeito 
muito bom no sentido de remover a parte da próstata que 
está atrapalhando a passagem da urina, ou seja, o 
parênquima prostático, deixando a cápsula prostática 
praticamente vazia e fazendo com que o paciente volte 
a urinar com bastante eficiência e melhora dos 
sintomas urinários obstrutivos. 
 
AVANÇOS TERAPÊUTICOS 
 Áqua-ablação: em que se usa um jato de água para 
fazer a enucleação do parênquima da próstata. 
 Enucleação a laser. 
 Vaporização. 
 Embolização: em que se faz a obstrução de algumas 
artérias prostáticas ou das artérias prostáticas por 
micro êmbolos usando técnicas de radiologia 
invasiva/intervencionistas. 
 Urolift: paciente que estão impedidos de fazer outras 
intervenções cirúrgicas. É uma técnica pouco 
invasiva que tende a aumentar ao diâmetro da 
uretra prostática, ou seja, desobstruir a uretra 
prostática, fazendo com que o paciente, durante algum 
tempo, tenha melhora dos sintomas urinários 
obstrutivos. Pode haver piora dos sintomas com o 
tempo, sendo necessária a repetição da cirurgia. 
 
FLUXOGRAMA BÁSICO 
 
 
 
5 
Beatriz Machado de Almeida 
Resumo de Urologia 
CÂNCER DE PRÓSTATA 
 
INTRODUÇÃO 
- Tumor sólido mais frequente em homens. 
- Segundo tumor mais frequente (1° lugar: câncer de 
pele). Segundo tumor mais letal (1° lugar: câncer de 
pulmão). 
- 68,220 casos novos (2018), 14.484 mortes (Brasil, 2015). 
ANO 2010: 8.000 mortes. 
- 1 em cada 6 homens são acometidos – Incidência 
aumentando. 
- No passado: diagnóstico tardio (doença avançada – 
palpável ao exame retal). 
 
- Quadro Clínico: 
Sintomas miccionais/ metástases / TR alterado. 
 
- 1980: advento do uso do PSA (Aprovado pelo FDA em 
1994). 
- ↑ Incidência; ↑diagnóstico precoce (tumores iniciais e 
de baixo risco). 
- Sobretratamento de tumores baixo risco 
(overtreatment): Se indicando a prostatectomia radical 
para tumores de baixo risco/fase inicial. 
- Graças ao diagnóstico precoce também houve ↓ morte 
câncer específica; 
- A prostatectomia radical ↑ morbidade decorrente dos 
tratamentos: incontinência urinária e impotência 
sexual. 
- Discussão sobre a validade do rastreamento (2012 
E.U.A.) Overdiagnosis + overtreatment X Late diagnosis. 
 
RECOMENDAÇÕES DE RASTREAMENTO 
• ♂ > 45 anos: Negros, História Familiar positiva para 
Ca Próstata → PSA + Toque Retal anualmente. 
• ♂ 50 a 75 anos: PSA + Toque Retal anualmente. 
•♂ > 75 anos: PSA + Toque Retal anualmente se 
expectativa de vida > 10 anos. 
 
FATORES DE RISCO 
 Idade: quanto mais velho é o paciente maior o risco 
de desenvolver um Ca de próstata. 
 Hereditariedade: homens que têm 1 ou mais caso na 
família têm risco aumentado para o desenvolvimento 
do câncer, principalmente se o familiar desenvolveu 
antes dos 60 anos de idade. 
 Raça: homens de raça negra têm risco aumentado. 
 Estilo de vida: tabagismo, arsênio (indústria de 
tinta), aminas aromáticas (indústria de tinta), 
obesidade [CA-P avançado]. 
 
QUADRO CLÍNICO 
 ASSINTOMÁTICO: em fases iniciais, de modo geral. 
 Disfunção miccional: mais comum em HPB, mas 
pode estar presente também em paciente com Ca 
de próstata principalmente quando os portadores de 
Ca chegam em suas fases mais avançadas. 
 Invasão de órgãos adjacentes: coluna lombar, bacia 
e o fêmur. Todas as áreas 
hipercaptantes são áreas 
comprometidas pela Ca 
metastático. 
 Hemospermia: presença de 
sangue no esperma. 
 Fraturas patológicas: que 
às vezes ocorrem mesmo em 
mínimos traumas. 
 Metastáses: ossos, linfonodos... 
 
DIAGNÓSTICO 
(Biópsia) Bx. Prostática guiada por US com ou sem fusão 
de imagens de RMN, indicado quando: 
- PSA > 2,5 e/ou TR alterado;- Velocidade PSA > 0,75/ano. 
 
 
 
PATOLOGIA 
• Adenocarcinoma acinar da 
próstata. 
• 70% Zona Periférica – palpável 
ao toque retal. 
• Tumor sólido, endurecido, 
branco amarelado. 
• Escala de Gleason (6-10). 
• Papel da Testosterona: os tumores prostáticos 
geralmente são dependentes de testosterona, quando a 
testosterona, normal no organismo do homem, faz o 
tumor crescer. 
 
ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO 
 Baixo risco Intermediário Alto risco 
PSA <10 10-20 >20 
Gleason <6 7 >8 
Toque 
retal 
<50% Restrito à 
próstata 
Invade 
outras est. 
 
6 
Beatriz Machado de Almeida 
Resumo de Urologia 
TRATAMENTO 
VISANDO A CURA 
 Cirurgia (Prostatectomia Radical). 
 Radioterapia. 
 Braquiterapia. 
VISANDO O CONTROLE 
 Hormonioterapia. 
 Quimioterapia. 
ESTRATÉGIAS DE ACOMPANHAMENTO 
• Vigilância ativa (baixo risco): identificação de 
tumores em pacientes hígidos, pacientes com boa 
expectativa de vida e tumores considerados baixo risco. 
Esses pacientes vão fazer exames periódicos: repetir PSA 
de 3/3 meses, RMN da próstata de 6/6 meses 
intercalando com a biópsia prostática a cada ano para 
avaliar se houve progressão da doença, se continua 
restrito à próstata ou tomou caráter mais agressivo. 
Geralmente indicados para Gleason 6 com PSA baixo ou 
paciente com boa saúde ou com poucas comorbidades. 
 
• Observação (>80 anos): extremo oposto. Indica-se a 
observação apenas quando se descobre um tumor em 
paciente com idade mais avançada, ou seja, mais de 80 
anos. Nesse o tumor pode ter um avanço mais lento e o 
paciente com tantas comorbidade ou mesmo pela idade 
não aguentar um tratamento radical. Deve-se optar por 
uma observação mais conservadora na intenção de só 
intervir se houver uma progressão mais agressiva e 
evitar a piora na qualidade de vida. 
 
CIRURGIA 
PROSTATECTOMIA RADICAL 
Retirada da próstata junto com as vesículas Seminais, 
ductos deferentes e gânglios linfáticos. Em casos de 
tumores de alto risco pode ser feita também a 
linfadenectomia estendida que vai até à bifurcação das 
cadeias ilíacas. A cirurgia pode ser feita: aberta, por 
videolaparoscopia ou robô. 
 
 
CIRURGIA ROBÓTICA 
Uso de um equipamento bastante 
avançado em que o cirurgião 
consegue ter uma visão 
tridimensional utilizando o robô 
e que ele tem recursos bastante 
avançados de cirurgia que permitem algumas situações de 
dissecção mais detalhada e com uma visão mais 
elaborada do que o acontece na cirurgia aberta. 
 
RADIOTERAPIA 
❖ O paciente entra em um protocolo de tratamento e 
são feitas em torno de 30 sessões de exposição 
diária de mais ou menos 1 hora. 
❖ Objetivo: finalidade curativa eliminar todas as 
células malignas presentes na próstata. 
❖ Resultados muito semelhantes à cirurgia radical de 
próstata. Tem complicações um pouco diferentes: 
irritação do reto e da bexiga, sangramento urinário 
e retal, dor pélvica. 
❖ Pode ser indicada para pacientes que tenham outra 
comorbidades e que a cirurgia seja arriscada. 
 
HORMOTERAPIA - DOENÇA AVANÇADA 
Objetivo: baixar os níveis de testosterona no organismo. 
 
Castração (Retirada da Testosterona). 
 Química: fita através de medicamentos. Geralmente 
o paciente atinge os níveis hormonais de castração com 
meses de uso dos medicamentos e pode fazer com que o 
tumor fique sobre controle durante muito tempo. 
 Cirúrgica: retirada dos testículos, faz a retirada 
completa da testosterona no organismo. Tumor regride 
rapidamente. 
 
QUIMIOTERAPIA 
Casos refratários ao tratamento hormonoterapico 
Metástases. 
IMUNOTERAPIA: tratamento de doenças avançadas. 
 
PREVENÇÃO 
Não existem ainda medicamentos que previnam o Ca de 
próstata de forma eficiente. 
- Estilo de vida/Dieta? Evitar tabagismo, praticar atividade 
física... 
- Vitamina D/E? Não mostraram nenhum benefício na 
prevenção... 
- Licopeno (tomate)? Combate radicais livre, ou seja, um 
antioxidante. PODERIA ter algum benefício... 
- Selênio? Presente na castanha, alguns estudos dizem que sim 
outros que não previne... 
- Quimioprevenção. 
 
 
7 
Beatriz Machado de Almeida 
Resumo de Urologia 
INFECÇÃO URINÁRIA 
EPIDEMIOLOGIA 
 Segunda infecção mais comum do corpo humano. 
 7 milhões de paciente /ano (usa). 
 1 milhão de atendimentos ambulatoriais. 
 1 milhão de atendimentos em emergência. 
 100.000 internamentos. 
 Mais comum em mulheres (1 em cada 5), por conta 
da uretra. 
 15% precisa de antibioticoterapia com 
internamento hospitalar → 1.6 bilhões de dólares 
anual 
 A infecção nos homens está mais relacionada ao 
esvaziamento incompleto da bexiga, deixando um 
meio apropriado para a proliferação microbiana. 
 
 Hospitalar: 40% associada a cateter urinário 
 25% dos pacientes em uso de cateter por 
maior/igual 7 dias desenvolvem infecção. 
 Risco de infecção aumenta em 5% por dia de 
internamento. 
 Infecção nasocomial aumentam os custos em 500 a 
1000 US$/Episódio (344-688 euros). 
 
DEFINIÇÃO E ETIOLOGIA 
 A infecção urinária é dividida em duas definições 
Colonização microbiana (quantidade suficiente para 
dar positivo) + invasão tissular (sintomas). 
 Muitos pacientes acamados, idosos, possuem 
patógenos resistentes, porém sem sintomatologia 
(Pessoas colonizadas sem sintomatologia). 
 Segundo diretrizes americanas e europeias, não 
tratamos os pacientes assintomáticos 
(colonizadas), fazemos medidas protetivas para que 
a colonização não afete o microbioma. 
 Bactérias, fungos, vírus ou parasitas (peixe da 
Amazônia). 
 Via de transmissão é ascendente (TGI) ou 
hematogênica. Há uma via linfática, porém não há 
publicações cientificas suficiente. 
 80%gram negativas (E. coli 90% INTESTINAL, ou 
seja, ASCENDENTE e Protheus). 
 
SINAIS E SINTOMAS 
SINTOMAS GERAIS 
➢ Disúria. 
 
➢ Urgência miccional e polaciúria. 
➢ Sensação de repleção vesical ou desconforto em 
abdome inferior. 
 
➢ Desconforto / Hipersensibilidade suprapúbica. 
➢ Dor em flanco ou reatividade em ângulo 
costovertebral. 
➢ Micro-/Hematúria. 
➢ Febre, calafrio, mal-estar, sepse. 
 
ARESC 2006 – ANTIMICROBIAL RESISTANC E 
EPIDEMOLOGICAL SURVEY ON CYSTITIS 
- 4264 mulheres, 18 a 65 anos com cistite aguda não 
complicada. 
76,7% ESCHERICHIA COLI! 
RESISTÊNCIA 
48,3% → Ampicilin. 
29,4% → Co-trimoxazol. 
18,6%--> Fluoroquinolone. 
 
ANTIBIÓTICO EFETIVO 
Fosfomycin → 98,1%. 
Mecillinam → 95,8% (Aústria e Escandinávia). 
Nitrofurantoin → 95,2%. Ciprofloxacin → 91,7%. 
Amoxicilin → 82,5%. Cefuroxim → 82,4%. 
 
Muitas vezes os genéricos não possuem a dose efetiva para 
o tratamento. 
PATÓGENOS 
- O patógeno depende da flora local (Upa, Hospital, etc.). 
Em casa, tanto em homens e mulheres, encontramos mais 
Escherichia coli e Protheus Mirabillis. 
 
 Escherichia coli (80-90%) 
 Protheus Mirabillis (Principalmente em homens) 
 Pseudomonas 
 Enterecoccus 
 Staphilococcus 
Os 4 últimos: atentar para anomalias obstrutivas ou litíase. 
 
FATORES DE RISCO 
Refluxo vesico-uretral. Disfunção vesical. 
Bexiga neurogênica. Constipação intestinal. 
Duplicação uretral. Cateterismo de demora. 
Válvula de uretra posterior. Instrumentação. 
Estenose de JUP. Ureterocele. 
Cálculo. 
Início precoce de atividade sexual na adolescência. 
 
INFORMAÇÕES DADAS EM SALA 
 O critério para se investigar ITU é a partir da 3 
infecção urinária no ano. 
 
8 
Beatriz Machado de Almeida 
Resumo de Urologia 
 O cranberry não serve pra nada na infecção urinária. A 
única coisa que ele faz é estimular o aumento de 
ingesta de água. 
 Acidificar o meio também não ajuda na infecção 
urinária. 
 Deixar o meio mais alcalinizado ajuda a prevenção 
da infecção. 
 Repetir o exame após o tratamento. 
 Se o paciente chegar com queixa de ITU, primeiro 
você trata empiricamente para a bactéria maiscomum (E.coli) e pedimos o exame. O paciente deve 
fazer o exame antes do uso de medicamento. 
 
QUADRO CLÍNICO 
 
ADULTO 
Variável, desde bacteriúria assintomática até um 
quadro de pielonefrite e sepse, incluindo febre, calafrio, 
urgência, disúria, dor em flanco, vômito. 
 
 
 
CRIANÇAS <2 
Febre, dor abdominal, perda de peso, irritabilidade, 
vômitos, diarreia, disúria, jato interrompido, retenção 
urinária. 
 
 
 
PRÉ-ESCOLARES 
Disúria, urgência miccional, polaciúria, mal cheiro, dor 
supra púbica (principalmente nas mulheres). 
 
DIAGNÓSTICO 
 
CLÍNICO 
- Em crianças com febre sem foco definido. 
 
 
 
LABORATORIAL 
Sumário de urina – Ver se tratamento foi eficaz. 
Urocultura - Não deve ser usado para ver a eficácia do 
tratamento. 
USG VU - Se suspeita de pielonefrite. 
Cateterismo vesical. 
Punção vesical. 
 
 
 
PRÉ-ESCOLARES 
- Jato médio após assepsia genial, bolsa coletora em 
lactantes. 
 
 
 
SUMÁRIO 
- Leucócitos acima do normal, nitrito, uratos amorfos. 
 
 
 
PIÚRIA SEM ITU 
- Desidratação grave, tuberculose genital, processos 
inflamatórios próximos as vias urinárias, irritação química, 
glomerulonefrite. 
 
 
CINTILOGRAFIA RENAL 
- Avaliar cicatrizes renais por infecção recorrente 
(pielonefrite). 
 
 
 
UROGRAFIA EXCRETORA E/OU 
URETROCISTOGRAFIA 
- Avaliar morfologia das vias urinárias. 
 
TRATAMENTO 
 Aumento da ingesta hídrica. 
 Mudanças comportamentais 
- Asseio genial, balanopostites, corrimentos vaginais. 
 Correção de hábitos miccionais e intestinais. 
- Avaliar cicatrizes renais por infecções recorrentes 
 Antibioticoterapia empírica e baseada em cultura. 
- Avaliar morfologia das vias urinárias. 
 
ANTIBIOTICOTERAPIA 
 Fosmicina (dose única em mulher, 2 doses em homem) 
 Beta-lactâmicos (amoxicilina= ácido clavulânico, 
cefaclor) - 5-7 dias. 
 Nitrofuratoína - 5-7 dias. 
 Pielonefrite- ciprofloxaxino, levofloxacino, 
ceftriaxona (hospitalização) 
 Bacteriuria assintomática - não tratar (exceção: 
gestantes e imunossuprimidos, pré-operatório cirurgia 
urológica). 
 Gestante- amoxicilina, Nitrofuratonina, cefaclor, 
ceftriaxona. 
 Atenção a proteção/ renovação da flora intestinal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
Beatriz Machado de Almeida 
Resumo de Urologia 
DOENÇAS SEXUALMENTE 
TRANSMISSÍVEIS – VERDADEIRA PANDEMIA 
200 milhões de casos novos/ano. Clamídia- 131 milhões. 
Gonorreia – 78 milhões. Sífilis – 5,6 milhões. 
CASO 1 – NEISSERIAE GONORREAE 
M.A.S, sexo , 22 anos. Refere ter feito sexo oral e vaginal 
com uma amiga há 3 dias. Relata que a camisinha rompeu 
durante a relação. Informa que sempre usa 
preservativos que guarda no porta-luvas do carro. Há 5 
dias cursa com prurido uretral, dor uretral espontânea 
e disúria intensa. Há 2 dias passou a apresentar 
corrimento uretral espesso, abundante, semelhante a 
leite condensado (SIC), mais forte pela manhã. Nega 
DST prévias comorbidades e alergias. 
EXAME FÍSICO CONDUTA: O QUE FAZER? 
Opção 1: Diagnóstico etiológico 
(identificação do agente causador) → 
Tratamento antibiótico específico. 
 Opção 2: Iniciar tratamento 
antibiótico na primeira consulta 
baseada numa série de sinais e sintomas 
(Síndrome) → Abordagem sindrômica. 
Objetivos da abordagem sindrômica: 
Quebra da cadeia de transmissão. 
 
Identificação da(s) parceira(s) → Tratamento 
concomitante, vacinação da Hepatite B e HPV, 
pesquisar outras DST (VDRL, Anti-HIV, AgHBs e Anti-
HCV) → Aconselhamento! 
 
DIAGNÓSTICO 
Síndrome do Corrimento Uretral. 
Agentes etiológicos mais frequentes: Clamydia 
trachomattis e Neisseriae gonorreae. 
 
 
 
TRATAMENTO 
 Ceftriaxone – 500mg, IM, dose única + Azitromicina – 
1g, VO, dose única OU 
 Doxiciclina (vibramicina) -100mg, VO, 12/12h, O7 
dias. 
Projeto SEMGONO: Ciprofloxacina** 1 escolha até 2015. 
2ª escolha: AZITROMICINA – 2g, VO, dose única. (alérgicos 
a cefalosporinas) 
 
EXAMES LABORATORIAIS 
 Bacterioscopia c/ Gram (1° Jato); 
 Gonococos, Candida e Tricomonas 
 NAAT (Teste de amplificação de ácido nucléico) 
 Swab Uretral p/ Clamídia (ELISA, IFD e PCR); 
 Uroculturas do 1° Jato e Jato Médio: Clamídia, 
Micoplasma, Ureaplasma e E. coli (direcionada); 
 
SOROLOGIAS PARA AS DEMAIS DST (NÃO ESQUECER!!!) 
 
CASO 2 – CLAMYDIA TRACHOMATTIS 
PACIENTE J.J.S., sexo , 51 anos. 
14/03/19 Refere disúria intensa e corrimento uretral 
mucoso escasso há 07 dias. Relata coito vaginal 
desprotegido com a esposa há cerca de 14 dias. 
28/03/19: Refere melhora das queixas infecciosas após 
o ATB. Relata recidiva do corrimento com disúria após 
retomar sua vida sexual. Traz os EXAMES DA ESPOSA: 
ELISA + para Clamídia; US transvaginal: Presença de 
líquido em fundo de saco de Douglas (DIP?) 
25/04/19: Refere melhora das queixas infecciosas após 
o ATB. Informa que sua esposa fez o tratamento 
concomitantemente. Urocultura: Clamídia sensível a 
Doxiciclina e resistente a Azitromicina. 
 
EXAME FÍSICO 
 
DIAGNÓSTICO 
Síndrome do Corrimento Uretral. 
Agentes etiológicos mais frequentes: Neisseriae 
gonorrea e Clamydia trachomattis . 
 
TRATAMENTO 
Ceftriaxone – 500mg, IM, dose única + Azitromicina – 1g, 
VO, dose única. 
ORIENTO AVALIAÇÃO E TRATAMENTO DA ESPOSA E 
SOLICITO AS DEMAIS SOROLOGIAS. 
 
10 
Beatriz Machado de Almeida 
Resumo de Urologia 
CONDUTA – APÓS RETORNO 
Diagnóstico etiológico (identificação do agente 
causador e sensibilidade a ATB) + Tratamento empírico 
da Clamídia com DOXICICLINA (Vibramicina) – 100mg, 
VO, 12/12h, 07 dias; 
EXAMES LABORATORIAIS 
 Bacterioscopia c/ Gram (1 ° Jato): Gonococo, 
Candida e Trichomonas. 
 Swab Uretral p/ Clamídia (ELISA, IFD e PCR); 
 NAAT (Teste de amplificação de ácido nucléico) – 
Gonococos + Clamydia. 
 Uroculturas do 1° Jato e Jato Médio: Clamídia, 
Micoplasma, Ureaplasma e E. coli (com 
antibiograma). 
 
URETRITES – PATÓGENOS MENOS FREQUENTES 
MYCOPLASMA HOMINIS E URE APLASMA UREALYTICUM 
• Azitromicina – 2g, VO, em dose única; 
• Doxiciclina - 100mg, VO, de 12/12 h, por 14 dias; 
• Tetraciclina - 500mg, VO, DE 6/6 h, por 10 dias 
TRICHOMONAS VAGINALIS 
• Secnidazol – 2g, VO, dose única; 
• Metronidazol – 2g, VO, dose única; 
CANDIDA ALBICANS 
• Fluconazol 150mg, VO, dose única. 
ESCHERICHIA COLI 
• Ciprofloxacina 500mg, VO, 12/12h por 07 dias; 
 
COMPLICAÇÕES DAS URETRITES 
 
 
 
SÍNDROME DA ÚLCERA GENITAL 
AGENTES ETIOLÓGICOS: 
HERPES GENITAL – Herpesvirus hominis tipo 2 
SÍFILIS – Treponema pallidum 
Cancro mole – Haemophilus ducreye 
DONOVANOSE – Calymmatobacterium granulomatis 
Linfogranuloma venéreo – Chlamydia trachomatis 
(sorotipos L1, L2, L3) 
 
 
CASO 3 - HERPES 
M.A.S, sexo , 19 anos. Refere astenia, mialgia, febre e 
queda do estado geral há 5 dias. Surgiram vesículas no 
prepúcio e ínguas muito dolorosas nas regiões 
inguinais. As vesículas se romperam espontaneamente 
formando úlceras dolorosas e confluentes. Informa que 
um amigo fez sexo oral desprotegido (no paciente) há 7 
dias. Nega DST prévias comorbidades e alergias. 
EXAME FÍSICO 
 
DIAGNÓSTICO 
Síndrome da úlcera genital precedida de vesículas 
(primo-infecção). 
Agente etiológico: Herpes Simplex 1 ou 2. 
O que diferencia ela das outra são as úlceras precedidas 
de vesículas. 
 
11 
Beatriz Machado de Almeida 
Resumo de Urologia 
TRATAMENTO 
Aciclovir (Zovirax) – 200mg, VO, 5x/dia, por 7 a 10 dias. 
Aciclovir (Zovirax) – 400mg, VO, 8/8h, por 7 a 10 dias. 
Valaciclovir (Valtrex,Herpstal) – 500mg, VO, 12/12h, por 7 
a 10 dias. 
Famciclovir (Penvir, Famvir) – 250mg, VO, 08/08h, por 5 
dias. 
TRATAMENTO EM CASO DE RECIDIVA 
Aciclovir (Zovirax) – 200mg, VO, 5x/dia, por 05 dias. 
Aciclovir (Zovirax) – 400mg, VO, 8/8h, por 05 dias. 
Valaciclovir (Valtrex,Herpstal) – 500mg, VO, 12/12h, por 
05 dias. 
Fanciclovir (Penvir, Famvir) – 125mg, VO, 12/12h, por 05 
dias. 
 
CASO4 - SÍFILIS 
A.S.M., sexo , 23anos. Refere surgimento de úlcera 
genital indolor, cerca de 20 dias após a última relação 
sexual. Informa que usa camisinha apenas no momento 
da ejaculação para evitar gravidez. Notou a presença de 
gânglios aumentados não dolorosos nas regiões 
inguinais. Nega DST prévias, comorbidades e alergias. 
EXAME FÍSICO 
 
 
DIAGNÓSTICO 
Síndrome da Úlcera Genital (<4 semanas) 
Agente Etiológico: Treponema pallidum – cancro duro, 
Haemophilus ducreye – cancro mole. 
 
TRATAMENTO 
Úlcera < ou = 4 semanas: Penicilina G benzatina + 
Azitromicina. 
 
EXAMES COMPLEMENTARES 
• Microscopia com campo escuro. 
• Imunofluorescência direta. 
• Bacterioscopia da secreção da lesão 
(estreptobacilos Gram (-) em paliçada ou cardume ou 
trilho de trem) – H. ducreyi. 
EXAMES COMPLEMENTARES (CONTROLE) 
FTA-ABS (IgM e IgG) ,ELISA (IgM e IgG), HTPA (PERENE) 
• Testes treponêmicos(muito específicos) 
• Positivam-se na 3ª semana de infecção 
• Têm positividade perene - IgG (não servem para 
controle de cura) 
• São qualitativos (+ ou -) 
 
VDRL 
• Testes não treponêmicos (menos específicos) 
• Positivam-se na 4ª ou 5ª semana 
• Servem inicialmente pouco para diagnóstico e 
mais controle de cura. 
 
CLASSIFICAÇÃO DA SÍFILIS 
PRIMÁRIA 
- Cancro duro: surge entre 10 e 90 dias após a 
contaminação (média de 21 dias); 
- Adenopatia regional não supurativa. 
- Cancro duro desaparece espontaneamente após 2 
meses. 
- Sífilis decapitada (transfusão 
sanguínea) 
- São possíveis inoculações em 
outras áreas (raras) 
 
Cancro misto de rollet 
(coinfecção T.Pa;;idum + H. 
Ducreyi) → Imagem ao lado. 
SECUNDÁRIA 
- Lesões cutâneo-mucosas, não ulceradas. 
- Aparecem 6 a 8 semanas após o contágio. 
- Micropoliadenopatia generalizada, artralgias, 
febrícula, cefaléia e adinamia. 
- Alopécia. 
- Condilomas planos. 
 
12 
Beatriz Machado de Almeida 
Resumo de Urologia 
 
 
 
 
TERCIÁRIA 
- Lesões cutâneo-mucosas indolores (tubérculos ou 
gomas). 
- Lesões neurológicas (tabes dossalis ou demência). 
- Lesões cardiovasculares (aneurisma aórtico). 
- Lesões articulares (artropatia de Charcot). 
- Aparecem 6 a 8 semanas após o contágio. 
 
 
 
TRATAMENTO DA SÍFILIS 
SECUNDÁRIA 
• Penicilina Benzatina 1.200.000 U – 01 ampola, IM 
profundo em cada nádega, 1x/semana, por 02 semanas. 
(Total: 04 ampolas) 
TERCIÁRIA 
• Penicilina Benzatina 1.200.000 U – 01 ampola, IM 
profundo em cada nádega, 1x/semana, por 03 semanas. 
(Total: 06 ampolas) 
CASO 5 – CANCRO MOLE 
A.S.S., sexo , 23 anos. Refere surgimento de úlcera 
genital dolorosa, cerca de 5 dias após a última relação 
sexual desprotegida. Comenta que a lesão é recoberta de 
secreção amarelo-acinzentada, que está aumentando de 
tamanho e que surgiram outras lesões menores 
próximas à inicial. Nega queixas sistêmicas e ínguas. 
Nega DST prévias comorbidades e alergias. 
 
DIAGNÓSTICO 
Síndrome da Úlcera Genital (< 4 semanas) 
Agente etiológico: Treponema Pallidum – cancro duro; 
Heamophilus ducreye – cancro mole. 
 
TRATAMENTO 
Úlcera < ou = 4 semanas: Penicilina G benzatina + 
Azitromicina. 
EXAMES COMPLEMENTARES 
• Microscopia com campo escuro 
• Imunofluorescência direta; 
• Bacterioscopia da secreção da lesão 
(estreptobacilos Gram (-) em paliçada ou cardume ou 
trilho de trem) – H. ducreyi. 
 
CASO 6 - DONOVANOSE 
J.B.M. , sexo , 42 anos. Agricultor, morador de região rural 
próxima a L.E.M. Refere urgimento de nódulo subcutâneo 
único, indolor, em haste peniana, há cerca de 2 meses. O 
nódulo erosou espontaneamente, formando úlcera de 
crescimento lento, de fácil sangramento. Usou várias 
pomadas e tomou uma Benzetacil (auto-medicação) sem 
melhora. Mostra-se muito constrangido com o odor 
desgradável e aspecto da lesão. Tem medo de “perder
” seu membro. Relata coito anal desprotegido com um 
vaqueiro de sua região cerca de 2 meses antes do 
surgimento da lesão. Nega outras parcerias. Não tem mais 
contato com seu parceiro desde então. 
EXAME FÍSICO 
 
 
 
 
13 
Beatriz Machado de Almeida 
Resumo de Urologia 
DIAGNÓSTICO 
Síndrome da Úlcera Genital precedida de bulbos (>4 
semanas). 
Agente etiológico: Calymmatobacterium granulomatis - 
donovanose. 
 
EXAMES COMPLEMENTARES 
• Bacterioscopia de raspado da lesão: Histiócitos 
contendo C. granulomatis (bastonetes agrupados em 
cachos em forma de halteres) → Corpúsculos de 
Donovan. 
• PCR. 
• Cultura→ difícil cultivo. 
• Biópsia: Corpúsculos de Donovan. 
 
TRATAMENTO 
• Doxiciclina 100mg, VO, 12/12 h por, no mínimo, 3 
semanas ou até a cura clínica OU 
• Sulfametoxazol + TMP (800+160mg) – VO, 12/12h 
por, no mínimo, 3 semanas ou até a cura clínica OU 
• Tianfenicol granulado – 2,5g, VO, D.U. no 1° dia de 
tratamento. A partir do 2° dia: 500mg, VO, 12/12 h até a 
cura clínica. OU 
• Eritromicina (estearato) 500mg, VO, de 6/6h por, 
no mínimo, 3 semanas ou até a cura clínica. 
 
CASO 7 - LINFOGRANULOMA VENÉREO 
L.E.M., sexo , 34 anos. Refere surgimento de pequena 
úlcera peniana indolor que surgiu 2 semanas após uma 
relação desprotegida. A ferida cicatrizou 
espontaneamente após tomar uma “garrafada de babosa 
com romã. Evoluiu com cefaléia, náuseas, febre , calafrios 
e prostração. Apresentou “íngua” em região inguinal 
esquerda que foi aumentando de volume com áreas de 
necrose da pele e vários pontos de flutuação e 
eliminação de material purulento espesso com aspecto 
de “bico de regador¨. 
EXAME FÍSICA 
 
 Ùlceras e folículos piloso 
DIAGNÓSTICO 
Linfogranuloma venéreo. 
Agente etiológico: Chlamydia trachomathis sorotipos 
L1, L2 e L3. 
 
EXAMES COMPLEMENTARES 
- Bacterioscopia → Corpúsculos de Gamma-Miyagawa. 
- Imunofluorescência: método sensível e específico. 
- Cultura. 
 
TRATAMENTO 
• Doxiciclina 100mg, VO, 12/12 h, por 3 semanas OU 
• Azitromicina 1g – VO, por semana, por 3 semanas OU 
• Tianfenicol granulado – 500mg, VO, 8/8 h por 3 
semanas. OU 
• Tetraciclina 500mg, VO, de 6/6h por 2 a 4semanas 
 
CONDILOMAS ACUMINADOS 
- São causados pelos virus HPV (DNA-virus); 
- Há mais de 140 tipos de HPV – mais de 30 tipos infectam 
os genitais. 
- A maior parte dos portadores são assintomáticos; 
- Contágio: contato pele-a-pele (secreções?); 
- Atenção: evitar auto-inoculação; 
- Cronologia indefinida. 
- Quadro clínico variável (cronologia, nº e local das lesões, 
recorrência). 
- Duração média da infecção: 8 meses – 9% infecção 
duração > 2 anos. 
- Verrugas genitais: HPV 6 e 11. 
- Câncer de colo uterino e ânus: 16 , 18, 31, 33, 35, 39, 
45 e 51 (>84%). 
- Infecção: reação sorológica fraca e transitória. 
- Diagnóstico clínico (OMS não indica captura híbrida 
em ) 
- Biópsia: suspeita de câncer de pênis. 
 
DIAGNÓSTICO CLÍNICO 
 
Glândulas de Tyson 
 
TRATAMENTO 
Prevenção e vacinação. Podofilotoxina e ATA. Imiquimod. 
LASER, ECT, nitrogênio líquido. 
 
14 
Beatriz Machado de Almeida 
Resumo de Urologia 
NEOPLASIAS UROGENITAIS 
 
TUMORES RENAIS 
EPIDEMIOL OGIA 
 2-3% de todas as neoplasias: É uma neoplasia não 
tão frequente diante das outras patologias e, até 
mesmo, dentro da urologia. 
 ♂/♀ : 1,5/1 
 Incidência: pico entre 60-70 anos. 
 Raro antes dos 20 anos de idade 
 2018: 6270 novos casos no Brasil (INCA) 
ETIOLOG IA 
• Exposição a: Nitrosaminas, Cádmio, Chumbo e 
Bromato (gasolina e tabaco). O Câncer de rim pode 
ser uma consequência de onde você passou a sua 
vida trabalhando. 
• Hereditariedade (Doença de Von Hippel-Lindau). É 
um percentual pequeno, mas a chance de 
desenvolver o câncer de rim é elevada. 
• Obesidade (Relacionada a um processo inflamatório 
crônico, que pode levar a uma transformação em 
qualquer célula) 
• Desequilíbrio hormonal 
• Irradiação (Relevante não só no câncer de rim). O 
paciente temque ser acompanhado por um período 
de 10 anos, sendo que até 20 anos tem influência. 
PATOL OGIA 
• Carcinoma de Células Claras – 70% 
➢ 95% - Esporádico 
➢ 5% - Hereditário (S. Von Hippel- Lindau, esclerose 
tuberosa) 
• Carcinoma papilífero – 10% 
• Carcinoma cromófobo – 5% 
• C. Cístico-sólido – 1 a 4% 
• C. de Ductos Coletores de Bellini – 1% 
• C. Medular – 1% 
A partir do papillífero, todos aqueles que não são de 
células claras tem um componente mais agressivo, 
exceto o cístico-sólido. 
QU ADRO CL ÍNICO 
 Massa renal palpável* 
 Dor Lombar* 
 Hematúria macro ou microscópica (60% dos casos)* 
Causado pela invasão da pelve/ cálice renal. 
 Manifestações paraneoplásicas(anemia, febre, HAS) 
– principalmente nos tipos mais incomuns de CA de 
rim. 
* Tríade clássica(10% dos casos) 
Antigamente, tinha-se a arteriografia, que dava uma 
imagem de subtração. Atualmente, é possível detectar 
imagens de câncer de rim antes que o quadro clínico 
aconteça, com a USG. 
DIAGNÓSTICO 
Pode ser observado a característica heterogeneidade das lesões, 
onde existem várias cores na mesma lesão. A parte mais escura 
pode ser representando uma necrose. O crescimento 
desordenado da massa tumoral é devido a angiogênese e 
invasão do sistema coletor. É o causador damicro ou 
macrohematúria. 
Com o passar do tempo, o diagnóstico foi se tornando cada vez 
mais surpreendente. Ex: Ultrassonografia de rim mostrando uma 
massa renal. 
LAB ORATÓRIO 
Hematúria(60%); anemia(30%) 
ULTRASSONOG RAFIA 
Ótima para o rastreamento. A partir do momento que 
você tem uma suspeita diagnóstica ou diagnóstico de tumor 
renal, pela USG, ela não é suficiente para determinar 
algumas coisas importantes no que diz respeito a 
programação cirurgia do paciente. 
 
Invasão da parte branca do rim, que corresponde a parte 
coletora. Característica heterogênea da lesão. 
Seta amarela → Rim direito. Imagem de diferentes tipos 
de consistência (imagem com partes escuras – parte 
central do tumor – pode corresponder a necrose, partes 
claras). 
Necrose é uma característica interessante, que é 
causada por vascularização insuficiente. 
Crescimento desordenado da massa tumoral. Limites 
irregulares. Índice de vascularização diferente. Invasão 
do sisstema coletor (uma das características que podem 
gerar uma micro ou marohematúria). 
 Ultrassonografia para rastreamento é o melhor 
exame! 
 Não é necessário nem RNM nem TC. 
 
 
 
15 
Beatriz Machado de Almeida 
Resumo de Urologia 
TC 
É um exame que vai dar mais detalhes da lesão para a 
programação cirurgia. Você tem que ver se o tumor invade o 
cálice ou pelve renal, qual a localização dele, e talvez AVALIAR 
SE ELE TEM ALGUM COMPONENTE EXOFíTICO. 
 
 
A partir do momento que você tem uma suspeita 
diagnóstica de tumor pela ultrassonografia, ela não é 
capaz de nos mostrar o que fazer numa programação 
cirúrgica. 
A tomografia é feita para anlálise dos limites da lesão e 
programação terapêutica. Dá um diagnóstico mais 
preciso. 
Avaliar se o tumor é intraparenquimatoso (dentro do rim) 
ou exofítico (ultrapassa o limite ranal). 
Se for fazer uma cirurgia laparoscópica e ele não tiver 
nenhum componente exofítico, você não vai saber 
exatamente onde a massa vai estar, tendo de lançar mão 
de uma ultrassonografia intraoperatória. 
Imagem 1 - Setas vermelhas: Nódulo esbranquiçado. 
Provavelmente uma seção T2 de tomografia. Nodulação 
intra... 
Imagem 2 – Lesão intraparenquimatosa, sem expansão 
para fora. Numa cirurgia laparoscópica ou robótica, é 
difícil a identificação. Mostra o componente exofítico a 
esquerda do polo superior. 
RNM 
Então você tem às vezes, um trombo entrando a veia 
renal e ainda na veia cava. Geralmente os pacientes que 
são submetidos a uma cirurgia com um trombo desse tem 
uma morbidade de 50%. 
Avalia com muita precisão (às vezes até mais do que a 
TC) o envolvimento vascular do tumor renal. O tumor de 
células claras renal tem um tropismo muito grande pela 
veia renal. 
Imagem da esquerda: trombo entrando na veia renal e 
saindo da veia cava. 
O trombo geralmente vai para cima (e não para baixo). 
O trombo, por incrível que pareça, permanece bem 
coeso/fixo). É de fácil remoção! 
O câncer renal metastásico é considerado incurável. Se 
for de testículo ou intestino, pode haver cura. 
 
RESUMINDO: 
 USG → Principal rastreamento. 
 Tomografia → Diagnóstico principal da localização 
do tumor. 
 RNM/angioressonância → Melhor programação 
cirúrgica. Bom para localização e vascularização do 
tumor. 
Tomografia ou Ressonância → Importância na 
programação cirúrgica. 
ESTADIAMENTO (TNM) 
TUMOR 
 TX O tumor primário não pode ser avaliado 
 T0 Não há evidência de tumor primário 
 T1a Tumor menor 7 cm limitado ao rim 
 T2 Tumor maior que 7 cm limitado ao rim 
 T3 Tumor estende-se para os grandes vasos ou invade 
a supra-renal ou os tecidos perinefréticos, mas não 
além da Gerota. 
 T3a Tumor invade a supra-renal ou os tecidos 
perinefréticos, mas não além da Gerota 
 T3b Tumor invade macroscopicamente a veia renal 
ou veia cava inferior 
 T4 Tumor invade tecidos além da Gerota 
Não é pra decorar o estadiamento. 
T1a que é uma classificação de um tumor inicial, significa 
um tumor renal menor que 7 cm limitado ao rim. Na 
prática isso quer dizer que até tumores grandes você tem 
condições de fazer uma abordagem e salvar a parte do 
rim que não está acometida por esse tumor. 
Até em tumores grandes, a gente pode fazer uma 
abordagem e salvar a parte que não está atingida pelo 
tumor. Existe uma margem de segurança preconizada na 
cirurgia oncológica (0,5 cm). Se for um tumor exofítico 
mas ainda limitado a cápsula renal, de até 7 cm, se você 
respeitar a margem de segurança, você tem condições 
 
16 
Beatriz Machado de Almeida 
Resumo de Urologia 
de fazer uma nefrectomia parcial do paciente, salvando 
o resto do rim. 
LINFONODOS REG IONAIS 
 NX Linfonodos regionais não podem ser avaliados 
 N0 Não há metástases para linfonodos regionais 
 N1 Metástase em um único linfonodo de até 2 cm 
 N2 Metástase em um único linfonodo, maior que 2 
cm, menor que 5 cm, ou múltiplos nodos, nenhum 
maior que 5 cm 
Quando se faz uma nefrectomia total ou parcial é de 
praxe fazer a retirada das cadeias dos linfonodos 
regionais próximos ao hilo renal, para você saber se tem 
algum tipo de metástase linfonodal. 
Uma coisa muito importante é que a partir do momento 
que você faz um diagnóstico de CA de rim é mandatório 
vocês fazerem um estadiamento completo. Então não 
basta você fazer apenas a TC ou RMN do abdômen total 
e das vias urinárias, precisa-se fazer um scan do TÓRAX! 
NÃO ESQUECER DE VER O TÓRAX, de preferência com 
uma tomografia ou ressonância magnética. A 
radiografia, a princípio, não é o ideal. 
METÁSTASE À DISTÂNCIA 
 MX Metástase não pode ser avaliada 
 M0 Ausência de metástase 
 M1 Metástase à distância 
Se caso houver algum tipo de metástase já se pode 
considerar uma doença metastática, aí ela entra no 
estadiamento. 
TRATAMENTO 
Nefrectomia Radical ou parcial são as duas opções de 
cura para o CA de rim. Ela pode ser robótica, aberta ou 
laparoscópica. A diferença é que na robótica você pode 
trabalhar com uma margem de segurança bem melhor 
por conta da visualização triplicada. E ainda tem alguns 
recursos que possibilitam identificar alguns vasos 
intraoperatórios diferentemente da laparoscópica e da 
aberta. 
No entanto, do ponto de vista oncológico você não tem 
uma melhor técnica, depende de como você faz. 
O único problema da aberta é que para você chegar ao 
retroperitôneo para abordar o rim, você tem que 
seccionar a região lombar do paciente e causará uma 
dor considerável no paciente no pós operatório. 
NEFRECTOMIA RADICAL 
Consiste na ligadura tanto da artéria quanto da veia renal 
e retirada completa do rim de preferência com afáscia 
de Gerota. 
Tratamento curativo. Robótica (condições de trabalhar 
com uma margem de segurança bem maior, por conta 
da visualização tridimensional. Recursos que favorecem a 
possibilidade de identificar vasos), aberta (pode causar 
dor importante no pós operatório) ou laparoscópica. 
Retirada do rim: Liga primeiro a artéria e depois a veia. Se 
você ligar a veia do paciente (drenagem do sangue), a 
artéria continua mandando, fazendo com que o rim 
comece a inchar e exploda com a força arterial. Nunca 
liguem a veia primeiro se você quer fazer a retirada 
completa no órgão. 
 
Imagem - Ligadura tanto da artéria quanto da veia 
renal. Retirada completa do rim. 
NEFRECTOMIA PARCIAL 
Pode retirar o lobo acometido ou retirar o tumor com uma 
margem de segurança. 
 
Tumor exofítico, excelente, pequeno, sem contato com o 
sistema pielo (não sei lá de quê). A parte preta é o sistema 
coletor rennal. 
Imagem: Tem uma margem perfeita para a retirada da 
tumoração sem abrir o sistema coletor. Quando se quer 
ter uma margem um pouco maior de sgurança, abre o 
sistema coletor e depois ajeita de volta. 
Imagem 2: O condicionamento do paciente na maca 
para a cirurgia laparoscópica, utiliza-se 4 trocanteres. 
TRATAMENTO PARA DOENÇA METÁSTICA 
Quase impossível a cura. Baseados na imunoterapia ou 
bloqueio da angiogênese (formação de vasos) vascular. 
As drogas usadas são as seguintes: IL-2, Sorafenib, 
Sunitinib, Nivolumab. É como se tivesse uma necrose do 
tumor com o uso de drogas (não é pra decorar) que tem 
uma afinidade por determinados receptores 
característicos do tumor renal, que vai promover uma 
necrose vascular. 
 
17 
Beatriz Machado de Almeida 
Resumo de Urologia 
Para tumores acima de 10 cm, existe a preconização de 
você iniciar o tratamento com imunoterapia ou bloqueio 
vascular, para redução do tumor renal, e em seguida, 
cirurgia. 
IMU NOTERAPIA 
▪ IL-2 
▪ Sorafenib 
▪ Sunitinib 
▪ Nivolumab 
CÂNCER DE BEXIGA 
O tumor de bexiga, geralmente começa de uma forma 
superficial e pode ser tratado apenas com ressecção do 
tumor. 
EPIDEMIOL OGIA 
 Segunda malignidade urológica 
 3.5 % das neoplasias em geral 
 Relação ♂/♀ : 5:1. Bem diferente da do rim. 
 Aumento da incidência com a idade 
 90% superficial. 70% dos superficiais são papilares. 5% 
acometendo TUS (Trato Urinário Superior). 
Importante: Acomete o urotélio. 
Pelve renal, cálice renal, ureter e bexiga tem urotélio. A 
avaliação pode ser feita com a TC ou urografia excretora. 
As estruturas que tem urotélio são predispostas a serem 
acometidas. 
FATORES DE RISCO 
• Tabagismo (importante na relação homem > mulher). 
• Ocupacional (aminas aromáticas, solventes, tintas, 
metais, hidrocarbonos, produtos de combustão e 
exaustão, poeira de couro). Fabricação de pneus. 
• Infecções crônicas (cistite intersticial e actínica – 
secundária a radioterapia). Relacionadas ao 
processo neoplásico. 
• Drogas (basicamente as drogas utilizadas que afetam 
a bexiga. Algumas medicações quimioterápicas que 
provocam uma inflamação crônica da bexiga) 
• Genética familiar (não se sabe exatamente qual é a 
relação). Genética familiar de 1º grau positivo 
aumenta a chance de desenvolvimento de câncer 
de bexiga em 1,5x mais do que a população em 
geral. 
HISTOPATOLOG IA 
• Carcinoma Urotelial (Cels Transicionais) - maioria 
• Variante escamoso (17-20%) 
• Variante Micropapilar (6%) 
• Variante Sarcomatóide (4%) 
• Variante Adenocarcinoma (1.4%) 
Os 3 últimos são muito agressivos. 
Essa imagem mostra o estadiamento das lesões possíveis. 
A coisa mais importante a ser observada são as camadas 
vesicais. 
Imagem 1: Analisar as camadas vesicais. A fina (de 
dentro) tem o urotélio. Logo abaixo do urotélio, tem a 
lâmina própria, que caracteriza o carcinoma in situ da 
bexiga (carcinoma que tende a ser agressivo e invasivo). 
Abaixo disso, vem a camada muscular (parte amarela – 
camada gordurosa e camada vermelha – camada 
externa, serosa). 
A partir do momento que esse tumor –(90% superficial) 
invade a lâmina própria ou a muscular (maior 
vascularização – relação com artéria e veia), o potencial 
de malignização desse tumor eleva significativamente. Se 
invade a camada muscular pode invadir a 
vascularização, podendo levar esse tumor a qualquer 
parte do corpo. A drenagem venosa do órgão é o que, na 
maioria das vezes, determina onde é que o tumor para. 
Se a drenagem vai basicamente para o fígado, tem- se a 
metástase hepático (Ex. tumor de intestino). 
Na maioria das vezes, as metástases são ósseas, 
pulmonares e hepáticas. 
 
Ex T2a → Ressecção do tumor. Fica um pedaço de tumor 
ainda. Se faz a raspagem e não tem a certeza absoluta 
(laudo histopatológico), daqui a 3 meses, o tecido volta a 
crescer e você só consegue visualizar a área que foi 
raspada. 
Quando se tem um carcinoma in situ, você é meio que 
obrigado a raspar novamente no local que ele foi achado 
anteriormente, pra ter certeza de que não ficou nenhuma 
célula lá que possa voltar a crescer de novo. No caso de 
tumor superficial., você não tem tanto essa 
preocupação. Faz a raspagem, manda para a patologia 
e se faz um controle cistoscópico do paciente depois de 
3 meses e assim por diante, em momentos diferentes. 
 
18 
Beatriz Machado de Almeida 
Resumo de Urologia 
 
Imagem 2: tumores superficiais da bexiga. Todos eles 
estão no urotélio e, dificilmente, você vai ver uma invasão 
para a parte da lâmina própria. O tumor está 
representado pelas partes roxas. A parte branca fininha 
que está embaixo do urotélio é a lâmina própria e depois 
vem a muscular. Nenhum dos tumores da imagem 
chegam a lâmina própria ou a camada muscular. 
É mostrado tumores superficiais da bexiga, e se vocês 
olharem com cuidado, perceberão que eles estão no 
urotélio e, dificilmente você verá uma invasão para a 
parte da lâmina própria. 
Os tumores superficiais não chegam a camada muscular. 
É só você olhar que ele não passa das “linhas brancas”
que é uma representação do urotélio, que divide o 
músculo da lâmina própria. 
Imagem 3: Ilhotas de células musculares. A tumoração 
tem células com núcleos bem maiores que invadem a 
musculatura. 
 Enquanto as lesões tiverem delimitadas ao urotélio, 
podendo acometer até a lâmina própria, elas podem 
ser tratadas com a ressecção/ raspagem do tumor. 
 A partir do momento que elas invadem a 
musculatura, a história muda completamente, 
podendo haver a necessidade de retirada da bexiga, 
pois representa alta chance de metástase. 
O que determina o tratamento agressivo do câncer de 
bexiga é a invasão muscular da parede vesical. 
Quando se tem um carcinoma in situ, não 
necessariamente se tem que fazer uma cistectomia no 
paciente. 
O câncer de bexiga afeta o urotélio, que está presente 
também na bexiga, ureter, cálice e pelve renal. Por esse 
motivo, sempre que o paciente tiver um câncer de bexiga 
deve-se avaliar essas outras estruturas. 
Dos tumores superficiais temos que prestar atenção se 
teve acometimento do TUS. Essa investigação pode ser 
feita através da TC com uma cistografia excretora 
baseada na TC. 
Se conseguir fazer a raspagem do tumor, depois de uns 3 
meses há um comprometimento da lâmina própria 
(Carcinoma in situ) todo o epitélio da bexiga é 
recuperado. A gente não sabe a extensão do tumor 
depois que ele foi raspado pela primeira vez. 
Toda vez que você resseca um tumor de bexiga, mesmo 
que seja superficial, você tem que atingir até a camada 
muscular para o patologista poder dizer no laudo que não 
houve comprometimento. 
APRESENTAÇÃO 
Geralmente igual ao câncer de rim. 
No primeiro momento, se o paciente apresentar 
hematúria deve-se fazer a exclusão do CA de bexiga, 
pensando em problemas a nível renal ou Trato Urinário 
Superior (TSU). Após a exclusão de tais problemas, se você 
não tiver conseguindo achar a causa de hematúria, 
deve-se investigaro CA de bexiga, pelve ou cálice renal. 
 Hematúria micro/macroscópica (80-90%) 
 Outros sintomas urinários: 
➢ Urgência, polaciúria, diminuição da 
capacidade vesical (acometimento mural da 
bexiga que limita o funcionamento da mesma. 
Ela se contrai pela presença do tumor), sintomas 
irritativos 
 Dor 
➢ Flancos – hidronefrose por compressão ureteral 
➢ Supra-púbica – invasão vesical ou do púbis. 
Acontece quando o tumor ultrapassa a serosa da 
bexiga e tem-se uma infiltração óssea do tumor. 
➢ Desconforto retal e dor perineal 
 
 Sintomas obstrutivos → Não consegue urinar. Há uma 
oclusão do colo vesical por conta do tumor. Jato 
fraco. Esvaziamento incompleto da bexiga. 
 Sintomas irritativos → Urgência, aumento da 
frequência urinária, dor pélvica, dor suprapúbica. 
Os sintomas irritativos e obstrutivas acontecem quando 
você tem massas tumorais grandes ou massas tumorais 
invasivas. 
OBS: como tem alguns pacientes que não tem nenhuma 
apresentação clínica, e fazem um quadro semi-oclusivo 
urinário ou apresentam dor. Aí quando você faz uma USG 
tem um tumor dentro da bexiga incluindo o colo vesical 
ou que está invadindo a cama da bexiga 
DIAGNÓSTICO E ESTADIAMENTO 
▪ Citologia urinária (3 amostras) Sensibilidade 49%, 
Especificidade 96%. Urina 3 vezes, em momentos 
diferentes, leva para o laboratório de anatomia 
patológica. A técnica feita é a mesma do 
Papanicolau. Identificar se existem células com 
alterações nucleares ou citoplasmáticas, 
características das células tumorais da bexiga. Pouco 
utilizada no Brasil. Forma não invasiva de 
corroboração do raciocínio e suspeita de câncer de 
bexiga. 
 
▪ Cistoscopia (luz branca, Fluorescente, NBI – ver 
neovascularização) com biópsia; * Sensibilidade de 
quase 95%. É talvez o exame de escolha. Entra na 
 
19 
Beatriz Machado de Almeida 
Resumo de Urologia 
bexiga e vê o que está acontecendo. Análise das 
características da lesão (se é grande ou pequena...). 
Invasivo, porém com capacidade de diagnóstico na 
hora. Faz uma biópsia como se fosse uma resseção 
 
▪ Marcadores tumorais: Sensibilidade <70%, 
Especificidade <80% baseado em proteína – 
NMP22,BTA baseado em célula – Urovysion, 
Immunocyt. Não invasivo. Tem maior chance de 
detectar, mas chance de falso positivo também é 
maior. 
 
▪ TC com Urograma – fase de contraste que cora toda 
a parte dos cálices até o ureter, e uma imagem de 
subtração vai dizer onde e que tipo de lesão/ RNM / 
PET-TC (mais utilizada no estadiamento 
(principalmente linfonodal) do paciente em vez de 
no diagnóstico). Deve-se pensar em câncer de ureter 
ou câncer da pelve/cálice renal. Mostra a suspeita 
de uma lesão vegetante no trato urinário superior. 
As células cancerígenas tem um índice de metabolismo 
mais elevado, utilizando mais glicose do que as células 
normais, fazendo com que elas brilhem. Quando se faz 
uma PET, a gente vê áreas amareladas, brilhantes. 
Qualquer processo inflamatório causa aumento da 
luminescência dessa região, podendo alterar o resultado 
da PET-TC. Ex: pacientes com colite e doença de Crohn 
podem apresentar essa luminescência aumentada. 
• LEMBRAR: O padrão-ouro é a cistoscopia. 
O pulmão deve ser avaliada, pois pode haver metástases 
no diagnóstico inicial → Ressonância ou tomografia do 
tórax. 
TRATAMENTO 
SUPERFICIAL ( ATÉ T1) 
▪ Ressecção transuretral da bexiga 
(bipolar/monopolar) – Tratamento padrão-ouro. 
▪ Quimio/Imunoterapia intravesical (BCG, Mitomicina, 
Gencitabina). Se o tumor voltaria com 3 meses, 
demora mais pra voltar. Retarda o surgimento de um 
novo ou a recidiva do que já tinha. 
Câncer de bexiga tem grande chance de recidiva (quase 
100%). O paciente vai viver eternamente no médico 
fazendo cistoscopia de controle (mandatória). A 
repetição da cistoscopia é para saber se naquele local 
houve um novo crescimento. O tumor de bexiga pode 
surgir em locais diferentes. 
Já sabendo da recidiva, deve-se retardar o máximo a 
volta desse tumor. 
Para tumores superficiais e Carcinoma in situ, pode-se 
usar tanto a BCG quanto a Mitomicina ou Gencitabina 
para estender as recidivas. Se o tumor vem de 3 em 3 
meses, isso vai estender para que ele venha daqui a 5 
meses. Esses medicamentos são muito utilizados para 
tratar o CA de bexiga (tratamento realizado pelo 
oncologista). 
MÚ SCUL O INVASIVO (A PARTIR DE T2) 
▪ Cistectomia Radical: PADRÃO-OURO 
▪ Radioterapia (quem não tem condição de ser 
submetido a uma cistectomia radical - Multimórbidos, 
idosos). Alta chance de recidiva. 
▪ QT sistêmica neoadjuvante e adjuvante 
▪ Terapia trimodal (RTU, RTX, QT) 
Raspagem do tumor + radioterapia + quimioterapia 
sistêmica = quando não tem condições de fazer a 
cistectomia radical. Menos chance de recidiva do tumor. 
Resultador semelhantes a cistectomia radical. 
 Superficial SV (sobrevida) em 5 anos >80% 
 Invasivo SV em 5 anos 25-50% 
Quanto mais agressivo você for no tratamento, melhor 
para o paciente. Captação inicial + Cistectomia = melhor! 
▪ Cistectomia (Retirada da bexiga, Próstata (homens), 
Linfonodos da cadeia pélvica e derivação urinária). 
▪ Há o corte da ligação da bexiga com o ureter. 
▪ Os linfonodos devem ser retirados devido ao 
estadiamento. 
Aberta, Laparoscópica e Robótica 
DERIVAÇÕES URINÁRIAS 
CONTINENTE - TEM CONTINÊNCIA URINÁRIA 
 Neobexiga: ela é a mais complexa das derivações, 
porque você vai pegar cerca de 40cm de 
seguimento intestinal, posicionar em forma de "W", 
abrir a parede anterior toda dele, e anastomosar as 
laterais e depois fechar, fazendo uma bola intestinal; 
onde vai ficar duas orelhinhas: na parte de cima onde 
serão encaixados os ureteres e na parte de baixo é 
encaixado a uretra do paciente. O problema dela é, 
você não ter sensibilidade de intestino cheio, e para 
esvaziar a bexiga é necessário fazer uma forca 
abdominal e forçar o esvaziamento de 6/6 ou 8/8 hs. 
 
 
 
 
 
20 
Beatriz Machado de Almeida 
Resumo de Urologia 
 Indiana Pouch: Você pega um segmento do intestino 
ascendente com a válvula íleo cecal e o íleo terminal, 
de preferência com o apêndice, você abre essa 
parte anterior dos dois, costura as laterais e fecha 
como bola, com essas laterais remanescentes. 
Anastomosam os ureteres, pegam esse apêndice e 
jogam no umbigo do paciente. Formando um 
ângulozinho com o abdômen. A angulação do 
apêndice mais a descida da bola quando cheia 
comprime o apêndice para cima e não vaza urina. 
Mas para se esvaziar é de forma programada ... você 
pega uma sonda e coloca no apêndice, deixando a 
urina sair. 
 
 
 
 
 Ureterosigmoidostomia: Você pega o ureter e liga no 
sigmoide. A indicação é quando o paciente tem um 
esfíncter anal potente. Se ele não tiver um esfíncter 
potente pode ter incontinência fecal. 
 
INCONTINENTE – NÃO TEM CONTINÊNCIA U RINÁRIA 
Essa técnica cirúrgica pega o ureter e aboca a pele do 
paciente de um lado e do outro, ou ligam os dois ureteres 
e abocam na pele como um só. Esses pacientes precisam 
de coletor de urina o resto da vida. 
Essa técnica é a derivação incontinente e chama-se 
ureterocutaneostomia. 
 
 
Outra técnica é a ureteroenteroanastomose. Ele pega 
15cm de intestino delgado, introduz na pele e pega os 
dois ureteres e liga na parte inferior desse segmento. 
Vocês excluem o segmento pediculado de 15cm do 
intestino delgado, refazem o trânsito, pegam os dois 
ureteres e abocam embaixo. E aí, você vai usar uma bolsa 
coletora na região da saída do estoma para coletar urina. 
 
Diferença entre ureterocutaneostomia e 
ureteroenteroanastomose: A ureterocutaneostomia se 
fecha mais rápido (devido ao crescimento da pele) do 
que a anastomose se sedimentar. 
 
Então tem uma estenose dessa região que o ureter está 
abocado. Paciente que faz uma ureterocutaneostomia 
ele tem que viver o resto da vida usando o Duplo J até o 
rim (de 3 em 3 meses você tem que trocar ele) para quenão haja o fechamento dessa região que você abocou o 
ureter na pele. 
 
Quando se usa o segmento de 
intestino(ureteroenteroanastomose), a pele não 
consegue crescer mais rápido e estenosar, ela evita que 
você use o duplo J. Essa técnica é semelhante a 
colostomia, só que ao invés de fezes irá sair urina. A 
escolha do tipo de técnica depende do paciente. 
 
 
21 
Beatriz Machado de Almeida 
Resumo de Urologia 
Quando escolher qual o tipo de técnica? 
1- A função renal do paciente: Nessas derivações 
incontinentes tem o esvaziamento contínuo de urina, não 
prejudicando o paciente em relação a função renal. Já 
as continentes, tem a possibilidade de fazer um resíduo 
de urina elevado, fazendo com que a sobrecarga para o 
esvaziamento da urina pelo rim seja elevada. Então 
paciente com IR (pode aumentar a volemia e levar a 
edema pulmonar) não pode fazer derivação continente. 
2- Paciente com doença pulmonar obstrutiva crônica: 
Quando faz uma derivação continente você vai ter 
durante um bom período de tempo um acúmulo de urina 
no reservatório de intestino. Uma parte dessa urina é 
absorvida pelo intestino, aumentando a acidez corporal, 
sendo que o primeiro órgão que compensa a acidez 
metabólica é o pulmão. Haverá então um aumento da 
frequência respiratória para eliminar o CO2. 
Após, há a falência do equilíbrio pulmonar que você tem 
com o “pulfer" renal. Por isso é importante avaliar o 
quadro respiratório do paciente antes de decidir se a 
derivação será continente ou não. 
 
CÂNCER DE PÊNIS 
É até mais comum que o câncer de testículo aqui na nossa região. 
EPIDEMIOL OGIA 
 Muito raro em países desenvolvidos 
 Incidência: 0,3 a1/100.000 nos EUA; 4,2 a 4,4/100.000 
Paraguai e Uganda; Brasil 1,3 a 2,7/100.000 Norte e 
NE do Brasil. Incidência relativamente baixa em 
países desenvolvidos, sendo triplicada ou até 
quadruplicada em países subdesenvolvidos. 
 Incidência: pico entre 60-70 anos. 
 Raro antes dos 20 anos de idade. 
Relacionada a lesões penianas mal tratadas, sujeira 
propriamente dita. 
FATORES PREDISPONENTES 
• Fimose 
• HPV 
• Inflamação crônica (balanopostite, líquen escleroso e 
atrófico, balanite xerótica) 
• Tabagismo 
• Radiação Ultravioleta 
PATOL OGIA 
TIPOS DE CARCINOMA ESCAMO CELULAR: É o principal! 
• Clássico 
• Verrucoso 
• Basalóide 
• Sarcomatóide 
• Adenoescamoso 
QU ADRO CL ÍNICO 
Lesão peniana crônica ulcerada ou vegetante com ou 
sem linfadenopatia inguinal. O diagnóstico pode surgir 
após o afastamento de todas as DSTS. 
As lesões tem características ulceradas, profundas, com 
bordas irregulares, às vezes necrose de centro. Mais 
endurecida que o HPV. 
Não infrequentemente envolvendo uma 
linfadenomegalia, linfadenopatia inguinal importante. 
Se assemelham às vezes com HPV. 
 
DIAGNÓSTICO 
BIÓPSIA INCISIONAL DA L ESÃO 
Fazer a retirada o mais profundamente possível da lesão. 
Avaliar a profundidade de acometimento. No entanto, se 
a lesão for pequena, nós fazemos a retirada total da 
mesma com um corte profundo de bisturi frio, para 
sabermos o que fazer depois. 
Na maioria das vezes, se faz uma incisão completa da 
lesão com um corte profundo com o bisturi para ter uma 
noção do que será feito em seguida. 
 
TRATAMENTO 
Excisão completa da lesão: Está indicado pra aquelas 
lesões superficiais. Pode-se fazer reconstrução com 
retalho, reconstrução de glande, prepúcio. 
AMPU TAÇÃO PARCIAL DO PÊNIS 
No entanto, quando há um comprometimento mais 
profundo, das camadas da glande ou do pênis em si, a 
ressecção torna-se obrigatória. 
Identificação da lesão (figura 1), isolamento da lesão 
(figura 2), dissecção do prepúcio com exposição do 
corpo cavernoso e uretra (figura3), secção da uretra distal 
 
22 
Beatriz Machado de Almeida 
Resumo de Urologia 
e do corpo cavernoso, rafia do corpo cavernoso, e 
neoinplantação da uretra. 
Quando se tem a indicação de ressecção parcial do 
pênis a linfoadenectomia inguinal e pélvica são 
necessárias. 
 
 
AMPU TAÇÃO TOTAL DO PÊNIS 
Quando é uma lesão bem infiltrava de corpo cavernoso 
e de uretra, com isolamento da base do corpo 
cavernoso, na sua inserção, secção, isolamento da 
uretra, com deixada do coto uretral. E feito uma 
ureterocutaneostomia. 
O orifício uretral fica localizado no períneo. 
 
 
LINFADENECTOMIA INGUINAL BIL ATERAL: ( RADICAL OU 
MODIFICADA) 
Uma vez achado linfadenomegalia deve-se fazer a 
linfoadenectomia de esvaziamento para ser feito o 
estadiamento. 
 
Segue a regra de classificação TNM (não é pra decorar, 
mas é pra saber). Segue o mesmo protocolo de 
estadiamento para o câncer de bexiga. 
B RAQUITERAPIA 
É radioterapia aplicada em pacientes com lesões 
pequenas. Serão inseridas aos níveis mais profundos da 
lesão. A tentativa é de provocar necrose tumoral 
completa. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
* Câncer de pênis é um câncer extremamente agressivo. 
Se não tiver a chance de operar ele de uma forma 
precoce, a chance de sobrevida do paciente é muito 
baixa, pois ele é muito pouco responsivo as 
quimioterapias atuais. Metástase linfonodal leva a um 
óbito precoce. 
Lesão ulcerada, verrucosa ou vegetante que não trata 
como se fosse uma DST ou não tem as características da 
mesma, é imprescindivel se fazer a biópsia (de 
preferência biópsia excisional) da lesão, a fim de que se 
for superficial, resolver o problema do paciente de 
imediato. 
Com a análise histopatológica, você vai ver se tem 
acometimento mais profundo do tumor. Se houver, seguir 
com a resescção penectomia parcial. Além disso, fazer o 
estadiamento pré operatório com a tomografia ou a 
ressonância ou até o PET TC para avaliar a presença de 
linfadenomegalia, realizando a linfadenectomia 
concomittantemente com a penectomia parcial para ter 
um estadiamento adequado. 
TUMORES TESTICULARES 
Na Alemanha, é muito comum em jovens. Acha-se que 
tem relação com o tratamento da água. 
EPIDEMIOL OGIA 
 É um tumor raro – 1 a 1,5% das neoplasias masculinas 
 Apesar disso, é o tumor sólido mais comum em ♂ entre 
os 15 e 35 anos de idade 
 Incidência: 2,2 casos/100.000 habitantes (Brasil) 
 Mais frequente em brancos que em negros e 
amarelos 
 Taxa de cura: >90% (mesmo em metasáticos) a partir 
dos anos 90 
DICA IMPORTANTE: Quando você encontrar uma lesão 
testicular num paciente mais idoso, nunca pense 
 
23 
Beatriz Machado de Almeida 
Resumo de Urologia 
incialmente em câncer de testículo. Pense em linfoma 
com aparecimento testicular! 
FATORES DE RISCO 
• Criptorquidia (testículo que fica fora da região de 
temperatura adequada da bolsa testicular). Risco de 
30% de se tornar um câncer de testículo. É preciso 
uma cirurgia de reposição em crianças. 
• Atrofia testicular: De qualquer etiologia. 
• Infertilidade: Processos inflamatórios. 
• Desequilíbrio hormonal (principalmente nos tumores 
menos frequentes. Ex. tumores das células de Leydgi 
ou células de Sertoli). 
• História Familiar fraca, porém, presente. 
• Síndrome de Klinefelter (sempre avaliada, 
principalmente pela presença de calcificações 
intratesticulares) 
• Presença de tumor contralateral 
TIPOS 
TUMORES G ERMINATIVOS (97%) 
 Seminomas (40-45%) 
➢ Clássico (mais comum) 
➢ Anaplásico 
➢ Espermatocítico (mais comum em idosos) 
 
 Não seminomatosos (35-40%) 
➢ Carcinoma embrionário (15-20%) 
➢ Teratocarcinoma (20-25%) 
➢ Coriocarcinoma (0-1%) 
➢ Teratoma (8-10%) de difícil tratamento. 
* O tumor do saco vitelino, mais frequente em crianças, 
não será aqui discutido. 
TUMORES NÃO-GERMINATIVOS 
Muito mais infrequentes. 
Tumores de células de Leydig; tumor de células de Sertoli; 
Sarcomas; linfomas e metástases. 
Relacionados aos distúrbios hormonais e distúrbios 
espermatogênicos, pois as células de Sertoli e de Leydig 
são responsáveis pela produção da testosterona e a 
produção do espermatozoide. 
QU ADRO CL ÍNICO Aumento do volume testicular – 51 a 61% 
 Dor local – 31 a 34%. O testículo tem cápsula, que 
quando distendida, dói. 
 Nódulo Testicular palpável– 23 a 31 % 
 Dor lombar e/ ou abdominal – 6%. Em casos de 
massas pélvicas ou retroperitoneais. 
 Antecedente de trauma escrotal – 3 a 5% 
 Hidrocele – 10%. Não tem nada a ver com causa, mas 
com consequência. 
 Massa abdominal – 4% 
 Gânglios Supraclaviculares e/ou inguinais - 2%. A 
drenagem dos testículo é para a região pélvica, 
através do cordão inguinal que passa pelo canal 
inguinal externo e vai para o retroperitôneo). 
 Ginecomastia – 2% 
A drenagem dos testículos não é pra região inguinal, e sim 
para a região pélvica, através do cordão inguinal. 
O paciente chega, na maioria das vezes, com sintomas 
de aumento testicular, com uma dor local, um nódulo 
testicular palpável, dor lombar e ou abdominal (em casos 
de massas pélvicas ou retroperitoneai), e a principal 
incidência é linfonodal. 
DIAGNÓSTICO 
ULTRASSOM 
É diagnóstico. De preferência com doppler, a fim de 
avaliar vascularização. 
 
RESSONÂNCIA MAGNÉTICA NU CLEAR 
Utilizada principalmente nos casos em que há uma 
dúvida na ultrassonografia. 
Não é divisora de águas no diagnóstico. 
 
MARCADORES TU MORAIS 
Devem ser colhidos em caso de suspeita. 
 Alfafetoproteína 
 Beta-HCG: utilizado também como teste de gravidez. 
 LDH 
 
 
24 
Beatriz Machado de Almeida 
Resumo de Urologia 
A alfafetoproteína não está presente nos tumores 
seminomatosos. Se você tem uma suspeita de tumor de 
testículo, pede os marcadores tumorais e vê uma 
alfafetoproteína zerada, isso vai estar dando indício a um 
quadro de tumor seminomatoso. Se positivo, carcinoma 
embrionário ou de saco vitelino. 
O Beta-HCG e o LDH são complementares a isso. 
A partir da definição histopatológica do tipo de tumor, a 
gente vai passar para o tratamento específico. 
D IAGNÓ STICO – EX AME S COM PLEMENT ARE S DE E STAD IA MENTO 
• TC de Tórax sem contraste 
• TC de Abdome ou RMN de Abdome: análise do 
acometimento de linfonodos peritoneais. 
• TC de Crânio: Só é utilizada quando o tórax tem 
resultado positivo de linfonodo. 
• Cintilografia Óssea: mais utilizada ao paciente do SUS, 
porém substituída pelo PET-TC. 
• PET-TC (Avaliação de massas linfonodais 
residuais>3cm): preferência de acompanhamento 
após tratamento adequado. 
TRATAMENTO 
ORQUIECTOMOIA RADICAL 
Principal. O mais adequado. 
 
 
Envolve a incisão ipsilateral da região inguinal com 
exteriorização do testículo, e abertura do anel inguinal 
externo até o interno, onde passa a coroa inguinal . E lá , 
haverá o clampeamento do mesmo, e a secção de lá da 
base do anel inguinal interno. Se faz isso porque toda 
aquela região tem uma drenagem linfática e vascular 
muito importante e quanto mais para cima você retirar 
mais fácil será de você fazer o estadiamento cirúrgico do 
paciente durante a orquiectomia. 
LINFADENECTOMIA RETROPERITONEAL 
 
Como já foi dito, é importante realizar a TC/ RNM/ PET de 
abdômen, porque os tumores testiculares tem drenagens 
diferentes a depender da localização de cada um deles. 
As figuras representam possíveis áreas de acometimento 
linfonodal. 
• Figura A: Quando se tem acometimento bem 
agressivo envolvendo os dois lados. 
• Figura B: Quando tem um tumor no testículo direito, 
onde tem que fazer a linfadenectomia retroperitoneal 
nessa região da demarcada 
• Figura C: Quando você tem apenas linfonodo a 
esquerda só se faz o prolongamento da ressecção 
linfonodal da área demarcada. 
 
▪ Orquiectomia Radical + R-X T/ LND Retroperitoneal / 
QT Índice de Cura ±95% em estádios iniciais 
*Índice de Cura ±95% em estádios iniciais 
Atentar para acervar os espermatozoides dos pacientes 
em idade fértil* 
O tratamento é extremamente complexo, que envolva 
muitas drogas quimioterápicas e que são resumidas da 
seguinte maneira: 
Prioritariamente, na suspeita de tumor testicular e após 
feito o estriamento por imagem a gente faz a orquietomia 
radical do paciente, indo até a região do canal inguinal 
interno. Isso vai demonstrar se há o acometimento de 
linfonodo, vaso e túnica. 
Havendo isso, na maioria das vezes você pode procurar 
linfonodos pelo abdômen, que ele provavelmente já se 
alastrou por essa região de drenagem linfonodal. Se for 
restrita ao testículo, na maioria das vezes, a retirada do 
testículo é suficiente para o tratamento. Existem, porém, 
sociedades que indicam que mesmo que o tumor seja 
localizado realiza-se o tratamento quimioterápico de ciclo 
único, para ser consolidado o tratamento definitivo do 
paciente. 
Caso haja um acometimento extenso de linfonodo 
retroperitoneais ou pélvicos, a depender do tipo 
histológico do tumor você vai partir para uma 
radioterapia, linfadenectomia retroperitoneal ou 
quimioterapia.

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