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ANATOMIA DO APARELHO GENITURINÁRIO: Adrenais: • A maioria das pessoas não sabe que quem cuida dessa glândula é o urologista. • Ela também é conhecida como suprarrenal, pois está localizada no polo superior dos rins. • É uma glândula bem pequena, mais ou menos do tamanho de uma ostra. Nas cirurgias de adrenais é até mesmo difícil de achar essa glândula. • Ela fica dentro do envelope que recobre o rim, conhecido como fáscia de Gerota ou Fáscia perrirenal, recobrindo todos os rins e adrenais. • Esse envelope só é aberto na porção inferior, onde sai o ureter, a maioria das cirurgias é feita por laparoscopia. • A adrenal em si pesa em torno de 5 gramas e é composta de duas porções principais, a parte medular e a parte cortical. • A parte medular é responsável pela produção das catecolaminas e quando existem tumores dessa parte a pessoa tende a ficar agitada. • Na parte cortical há produção de grande quantidade de hormônios, como aldosterona, cortisol e hormônios sexuais. Nessa região pode se ter a síndrome de Cushing. UROLOGIA Vascularização- é uma das partes mais importantes. A importância da drenagem linfática é que se trata de uma das vias de disseminação do câncer. Arterial- não existe um tronco único, serão várias pequenas artérias, principalmente ramos da aorta (suprarrenal média), da artéria renal (suprarrenal inferior) e da artéria frênica inferior (suprarrenal superior). Veias- muito importante por ser um tronco único e representar a maioria dos acidentes em cirurgia de adrenal. Do lado direito drena diretamente para a veia cava inferior, já no lado esquerdo a adrenal fica mais longe da veia cava, por isso ela drena diretamente para veia renal esquerda. Um ponto primordial na cirurgia de adrenal é controlar as veias e saber onde eles estão e para onde elas drenam. Linfáticos- costumam drenar para os linfonodos lombares ou para-aórticos. Rins: • Os rins não estão dentro da barriga, ou seja, na cavidade peritoneal, onde fica fígado, baço, intestino. Eles ficam numa cavidade separada a qual chamamos de retroperitônio. • No retroperitônio estão apenas os dois rins e os grandes vasos. Numa cirurgia de vesícula, por exemplo, nunca vamos ver os rins. • Na maioria das vezes são dois rins, as pode acontecer agenesia renal. • Possuem em média, 11 cm de um polo a outro e pesam cerca de 150 gramas. • Em termos de altura estão localizados entre a T12 e a L3, lembrando que o rim direito é mais baixo, devido a presença do fígado. • Essa estrutura é protegida pelo gradil costal, o que é bom para proteger de traumas, mas essa porção impede de examinar, já que não tem como palpar. Por esse motivo, depende-se bastante de exames de imagem. • Se palpável é porque ele está doente. • Eles possuem outra proteção que é uma capa de gordura relativamente grossa, chamada de coxim gorduroso e por fora dessa capa também tem a fáscia de gerota, a qual é bem fina (lembrando que só fica aberta na porção do ureter e por onde entram os vasos). O rim é dividido em duas faces, uma anterior e outra posterior. Em duas bordas, a borda lateral (parte convexa) e a borda interna (parte côncava) - onde as estruturas do hilo renal entram. A borda inferior do fígado tem relação intima com a borda superior do rim, isso quer dizer que se cutucar essa região do rim, pode ter o fígado lesado (mesmo que estejam separados pelo peritônio). O duodeno tem relação imensa com o rim direito, tanto que é comum em cirurgias renais ter lesão dessa parte do intestino. O baço tem relação com o polo superior do rim esquerdo e é comum que seja lesado em cirurgia renal, tendo que tirá-lo junto por não conseguir conter o grande sangramento. Para chegar nos rins geralmente tem que deslocar os cólons descendente e ascendente, o que é bem difícil sem causar lesão. A cauda do pâncreas fica bem na região do hilo renal, qualquer tesourada no pâncreas pode causar pancreatite. • Anatomia microscópica do rim- a unidade funcional do rim é o néfron e a partir daí são todas as estruturas tubulares onde acontece absorção. • Na parte cortical estão os glomérulos e a filtração acontece, se o córtex estiver menor é sinal de nefropatia. O córtex se projeta para o centro renal, formando as colunas de Bertin, portanto o córtex não é 100% cortical. • A parte medular é onde está o encanamento do rim, onde estão todos os túbulos. Teremos estruturas em forma de pirâmide e no ápice dessa estrutura estão localizadas as papilas renais que são vários furinhos onde desembocam os ductos coletores. • Os cálices menores são estruturas pequenas onde estão as papilas, depois eles viram cálices maiores, depois pelve renal que é o funil do rim que se afunila dando origem ao ureter. • Toda essa parte de encanamento do rim é revestida por epitélio transicional, o mesmo da bexiga, esse fato é importante devido aos tumores/câncer (câncer de bexiga no rim). Irrigação arterial: • As artérias renais são ramos diretos da aorta, muito cuidado na cirurgia pois sangra muito. A irrigação é dita terminal, isso quer dizer que se interromper um ramo arterial qualquer no rim, todo o território que aquele ramo irriga irá morrer. Em outros órgãos vemos a possibilidade de formar circulação colateral, portanto, circulação arterial não compartilha suprimento entre si. Veias: • Pode-se manipular com mais segurança, elas sempre acham um caminho alternativo e uma forma de drenar o sangue. Até 40% das pessoas tem vasos renais múltiplos, vasos acessórios (pode ter 2 artérias renais). Hilo renal: • De anterior para posterior, fica veia, depois artéria e por último ureter. O mnemônico é VAU. Ureter: • É uma estrutura da largura de uma caneta bic, não sendo fácil identificar numa cirurgia. Por esse motivo, é extremamente comum cirurgias que lesam o ureter, principalmente procedimentos pélvicos femininos- como cirurgias ginecológicas. • É um afunilamento da pelve renal que desce até a bexiga, revestido por epitélio transicional (urotélio) que também está presente na bexiga. • Ele desce repousando sobre o musculo psoas, passa por cima dos vasos ilíacos, fazendo uma pequena lombada sobre eles e desce se inserindo no trígono vesical. • O ureter não desemboca na parte de cima da bexiga, ele passa por trás para formar o trígono, desembocando na região inferior. • Nessa parte inferior está o colo vesical e os dois óstios do ureter, que formam o trígono vesical. • Mecanismo de anti-refluxo: o ureter entra de forma oblíqua na bexiga e, há uma válvula para refluxo. O enchimento da bexiga faz com que a válvula feche e não volte urina para o ureter. • 3 locais de estreitamento relativo: na JUP (junção ureteto-pélvica), na parte do cruzamento dos vasos ilíacos (esse ponto possui uma lombada, que pode fazer com que mais pedras parem nesse local) e na JUV (junção uretero-vesical). Nesses 3 pontos podem entalar os cálculos renais, entretanto, a urina passa normal. O suprimento vascular do ureter é precário, o que significa que se manipular muito, vai acabar com o suprimento que já é precário. Portanto, deve ser manipulado com a maior delicadeza do mundo, caso contrário leva a isquemia e necrose. Vascularização- superior pelas artérias renais, médio pela artéria gonodal e inferior pela artéria ilíaca. • Malformações- a principal é a duplicidade ureteral que pode ser completa, quando dois ureteres desembocam em dois lugares diferentes ou pode ser incompleta, quando dois ureteres se juntam e desembocam num só óstio. • Ectopia ureteral cruzada- o ureter do lado direito desemboca no orifício normal do lado direito e o ureter do lado esquerdo desemboca também do lado direito, não existindo nenhuma abertura do lado esquerdo.Bexiga: • É um órgão parcialmente peritonizado. • Tem duas funções, armazenar a urina (intervalo entre as micções) e outra função contrátil para ajudar no esvaziamento. • A bexiga não pode aumentar muito a sua pressão, pois sempre que houver esse aumento, ocorre prejuízo ao rim (não funciona direito, perda de função). • É um órgão composto por musculatura lisa, involuntário, controlado pelo SNA (parassimpático faz a bexiga contrair e o simpático a faz relaxar). • Tanto a bexiga, a uretra, o ureter, os cálices renais e a pelve renal podem vir a ter carcinoma de células transicionais. • Ela fica na cavidade pélvica, dentro da bacia, portanto muito bem protegida. Um pedaço é extraperitoneal e outro intraperitoneal (cúpula). • Exemplo de fratura: quebrou a bacia e ficou um pedaço do osso- se for na região extraperitoneal, a urina não vai sair, basta uma sonda. Se for na região intraperitoneal haverá vazamento para o peritônio. • Tem a propriedade de encher com 350 a 500 ml. • Na imagem acima podemos ver a divisão anatômica da bexiga, composta por ápice, fundo, corpo (toda parte média) e colo vesical (saída da bexiga), • Divisão endoscópica da bexiga: colo vesical (saída da bexiga), trígono (triangulo formado pelos dois óstios ureterais mais o colo vesical), assoalho ( é o fundo quando o paciente está de pé), fundo, parede anterior (não se ve na imagem) e paredes laterais direita e esquerda. Vascularização da bexiga: • Existem vários pedículos de irrigação da bexiga, a maioria deles é ramo da artéria ilíaca interna. • A artéria ilíaca interna/hipogástrica irriga os órgãos pélvicos, como bexiga, útero e trompas uterinas. • As veias seguem as artérias e dificilmente dão problema. Sistema linfático: • É muito importante, visto a via de disseminação do câncer de bexiga. • Os linfáticos drenam para a cadeia ilíaca interna e comum, então os linfonodos estarão todos nessa região e na artéria ilíaca comum. É necessário realizar uma linfadenectomia, quando se tem câncer de bexiga. Próstata: • É uma glândula exócrina de composição fibromuscular (músculo liso e uma cápsula ao redor da próstata). • Produz boa parte do liquido seminal, sendo o restante produzido nas vesículas seminais. • PSA- utilizado para rastreamento do câncer de próstata, possui uma função fisiológica, que é a liquefação do sêmen. Antígeno marcador especifico da próstata, se é uma prostatite ou um câncer não tem como saber. • Tem tamanho aproximado de uma noz, peso de 20 a 30 gramas, consistência fibroelástica (cartilagem da ponta do nariz). • Produz líquido seminal e encaminha os espermatozoides advindos do ducto deferente para os ductos ejaculatórios, os quais desembocam na estrutura que está dentro da uretra chamada de VEROMONTANO (formato de vulcão) • Marco cirúrgico- o veromontano (local onde desemboca o ducto ejaculatório) é um marco cirúrgico importante em cirurgia. Abaixo dele está o esfíncter externo da uretra. • Logo erros feitos do veromontano para baixo deixam o homem com incontinência urinária, tendo que usar fraldas pro resto da vida. • Na RTU de próstata só pode mexer do vero para cima. Vascularização da próstata: • São vários raminhos da artéria vesical inferior e pudenda interna, as quais são ramos da artéria ilíaca interna (irriga a pelve). • A parte venosa é responsabilidade do plexo venoso dorsal, o qual está na frente e em cima da próstata, ele corresponde a um chumaço de veias que drenam a próstata e o pênis • Os linfonodos da próstata drenam para os gânglios obturadores, lembrar da fossa obturadora. Vesículas seminais: • É o complemento da próstata, possui duas funções, produzir mais ou menos metade do esperma e armazenar todo o esperma, • São ocas por dentro e preenchidas de liquido seminal. • Na cirurgia de câncer de próstata são removidas junto- prostatovesiculectomia radical. • Desembocam na próstata vesícula seminal mais ducto deferente formando o ducto ejaculatório que sai pelo veromontano. Funículo espermático: • Passa por dentro do canal inguinal, quando fica mais largo gera uma hérnia, que comunica o abdômen ao escroto. • As estruturas que passam pelo canal inguinal formam o funículo espermático. • COMPOSIÇÃO: ducto deferente, artéria espermática/gonodal/testicular, artéria deferencial (anda junto com o ducto deferente), plexo pampiniforme (rede de veias que drenam o testículo, nesse plexo que pode ocorrer a varicocele), ductos linfáticos e ramo genital do nervo genitofemoral (esse nervo que causa dor no escroto, por isso que a dor sobe para a barriga, pois a inervação é compartilhada- isso explica também a irradiação da dor de pedra no rim). • OBS- a vascularização do testículo é dupla- se tiver cortado uma artéria, a outra compensa. Testículos: • Possuem dupla função- hormonal (produzem testosterona) e espermatogênica. • Tem 4 cm e pesa 10 a 15 gramas. • Normalmente são duplos e recobertos por uma túnica fibrosa grossa que é a túnica albugínea (é o que realmente segura o parênquima testicular, dá a impressão de dureza ao testículo). • Por cima da túnica albugínea ainda tem a túnica vaginal (visceral e parietal) - formando a barreira hematotesticular. • Se tiver quantidade excessiva de liquido no dentro da túnica vaginal compõe a doença chamada de hidrocele. • A parte germinativa depende do FSH, as células de sertoli fazem apenas a sustentação. • As células de Leydig que fazem a produção de testosterona e são mediadas pelo LH. • Vascularização: • Circulação dupla, composta pela artéria testicular (ramo direto da aorta) e artéria diferencial. • A veia testicular esquerda drena para a veia renal esquerda. • A veia testicular direita drena para a veia cava inferior. Varicocele costuma acontecer a esquerda. Pênis: • As costas do pênis ficam para cima (dorsal) e nessa região passa o feixe vasculho-nervoso. • Sua principal função é a cópula e ser órgão do aparelho geniturinário. • Composto de 2 corpos cavernosos, que se enchem de sangue durante a ereção e 1 corpo esponjoso que possui pouca capacidade erétil. • O corpo esponjoso é o sítio de proteção da uretra, a glande é uma extensão do corpo esponjoso. • Essas estruturas são revestidas por uma fáscia resistente, a fáscia de Buck, que mantem tudo no lugar e permite que o pênis permaneça distendido. • Outra estrutura importante é o ligamento suspensor do pênis. • Uretra masculina: • As duas principais formas de se lesar a uretra são do tipo queda a cavaleiro (lesão na uretra anterior ou bulbar) e fratura de bacia (lesão na uretra posterior). • A uretra posterior é formada pela uretra prostática e membranosa (porção mais curta de todas, onde está localizado o esfíncter externo da uretra- se lesa gera incontinência). • A uretra anterior é formada pela uretra bulbar e peniana. • Na uretra existem as glândulas de Littre que produzem aquela secreção pré- ejaculação. • A irrigação uretral depende da porção (artéria vesical inferior e retal média). DOENÇAS CIRÚRGICAS DA GLÂNDULA ADRENAL: • A adrenal é uma glândula endócrina, o urologista que cuida da parte cirúrgica dessa glândula- devido a proximidade com os rins. • Zona glomerulosa- aldosterona. • Zona fasciculada- cortisol. • Zona reticular- andrógenos. • Medula- catecolaminas. • Em sua parte cortical, está relacionada ao eixo hormonal: hipotálamo – hipófise – adrenal. • Também faz parte da adrenal o sistema renina – angiotensina – aldosterona. Esse está relacionado com a pressão arterial e controle dos níveis de eletrólitos. • Está relacionado ao sistema autônomo, sistema nervoso simpático, por produziras catecolaminas (adrenalina, noradrenalina). • Doenças podem ter expressões metabólicas e nódulos podem ser produtores de hormônios, é necessário avaliar o metabolismo do paciente. • SNA- muitas doenças da adrenal não têm expressão clínica, o paciente apresenta alteração hormonal. • Por ser uma glândula, as doenças da adrenal podem ter expressão metabólica, podendo aumentar ou diminuir a produção de diversos hormônios. • Então, o problema não é ter um nódulo na adrenal e sim que este nódulo pode produzir hormônios e causar várias síndromes- como a síndrome de Cushing (aumento do cortisol). Anatomia e fisiologia: • Está localizado no polo superior renal de ambos os rins. • Envolto pela fáscia de Gerota (a gerota envelopa o rim, incluindo a suprarrenal). Vascularização • Arterial – são vários raminhos, controlados com facilidade. Ramos das artérias frênica inferior, aorta e renal. • Venosa – do lado direito tributa diretamente para a veia cava inferior (lesão na veia adrenal gera sangramento importante). O lado esquerdo drena para a veia renal esquerda (pra não atravessar a aorta). • Controlar as veias adrenais é muito importante, pois as lesões vasculares costumam acontecer nas veias. • Linfático – drena para região lombar e para-aórtico, sempre lembrar em casos de câncer. Tumores do córtex da adrenal: • Podem ser funcionantes (paciente desenvolve síndrome clínica, por este tumor produzir hormônios, até mais do que um ao mesmo tempo). • Ou não funcionante (a grande maioria, são chamados de incidentalomas). • A única forma de fazer diagnóstico de um tumor não funcionante é por exame de imagem, é conhecido como incidentaloma, por ser encontrado por acidente. • Esses nódulos podem produzir hormônios: aldosterona, cortisol ou andrógenos – cada um desses vai gerar uma síndrome diferente. Tumores produtores de aldosterona (zona glomerular) • São causados por adenomas e hiperplasia da glândula adrenal. • Adenomas são nódulos benignos e hiperplasia de adrenal é um crescimento difuso da glândula, mas que também pode levar ao Hiperaldosteronismo. • A aldosterona tem função nos néfrons, promovendo a absorção de água e sódio e excretando potássio. • Assim espera-se que o paciente com Hiperaldosteronismo vai ter hipopotassemia (alteração do balanço eletrolítico), hipertensão de origem oculta, renina baixa e aldosterona elevada. • Quando a doença está diretamente na adrenal, é chamada de Hiperaldosteronismo primário ou também chamado de síndrome de Conn. • Se for um tumor de hipófise que está estimulando a adrenal a produzir aldosterona, se chama Hiperaldosteronismo secundário. Tumores produtores de corticosteroides (zona fasciculada) • Síndrome de Cushing, nem sempre o paciente apresenta a síndrome clínica. • Características – obesidade centrípeta (obesidade no tronco e magreza nos membros), giba (corcova) e face em lua cheia. • Essas características também podem ser vistas em pacientes recém transplantados do rim, por tomarem muito corticoide para reduzir a resposta imune. • há também alterações do SNC. • O cortisol pode interferir na produção de andrógenos, por isso em mulheres pode ocorrer virilização (barba, alteração da voz...). • O cortisol também está relacionado com o controle da glicemia e pressão, por isso seu aumento pode causar hipertensão e diabetes. • Diagnóstico – se dosa o cortisol na urina por 24 horas, a dosagem isolada não traz benefícios, por o cortisol varia e acordo com o ritmo circadiano. Tumores produtores de hormônios sexuais (zona reticulada) • Nas mulheres – virilização. • Nos homens – ginecomastia e atrofia testicular (por feedback negativo o testículo deixa de produzir testosterona, pois já tem em altos níveis no sangue). • Diagnóstico – dosagem de Desidroepiandrosterona (DHEA), é suficiente para confirmar ou descartar que o tumor seja produtor de hormônios sexuais. Tumores da medula • Feocromocitoma (em adultos) e neuroblastoma (+ em crianças). • Apresentam todos os sinais e sintomas de descarga adrenérgica – hipertensão, taquicardia, sudorese e cefaleia. • Todas as características de quando você toma um susto, presentes o tempo todo. • Existem sítios extra adrenais de produção de adrenalina, como os gânglios simpáticos paravertebrais. Então, se uma pessoa apresenta síndrome adrenérgica e não é encontrado nada nas adrenais nos exames de imagem, deve-se procurar nesses locais. Feocromocitoma: • Tumor produtor de catecolaminas, se mexer nesse tumor ocorre secreção abrupta e consequente crise adrenérgica. • Existe relação entre o Feocromocitoma e duas doenças; • Von Hippel-Lindau, é uma síndrome familiar (genética) que tem relação com o câncer de rim, Feocromocitoma e tumores do SNC. • Esclerose tuberculosa, está relacionada com a formação de angiomiolipomas renais, que são tumores de gordura no rim e também pode causar Feocromocitoma. • O Feocromocitoma geralmente é um tumor benigno, não é câncer, mas eventualmente ele tem características microscópicas de malignidade. • Clínica – HAS, taquicardia, sudorese e cefaleia. • Diagnóstico – dosagem das metanefrinas urinárias, tomografia de abdômen com contraste (sem contraste não enxerga). • Tomografia sem contraste serve só pra ver pedra no rim. • Tratamento – é preciso remover a adrenal do lado acometido, não existe tratamento clínico. • Para cirurgia o preparo pré-operatório é muito importante, pois o tumor é secretor de catecolaminas. Quando o tumor é manipulado libera quantidades absurdas de catecolaminas, aumentando mais ainda a pressão arterial. • Assim, antes da cirurgia, é necessário fazer o bloqueio adrenérgico e, mesmo fazendo, não é incomum ter crises hipertensivas durante a cirurgia. Neuroblastoma: • É o principal diagnóstico diferencial do Feocromocitoma, mas é mais comum em crianças (3° mais comum). • Tumor maligno, pode também ser extra-adrenal e estar localizado nos gânglios. • Diagnóstico – dosagem de metanefrina e ácido vanilmandélico. Tomografia de abdômen com contraste. • Como é uma massa grande faz diagnóstico diferencial com o tumor de Wilms, entretanto esse não aumenta as catecolaminas. É o principal tumor renal na infância (exame de imagem para diferenciação). Carcinoma de adrenal: • É uma neoplasia incomum/rara, extremamente agressiva e com prognóstico muito ruim (sobrevida em 5 anos-30%). A única forma de salvar o paciente é fazendo o diagnóstico antes dos sintomas, pois geralmente é descoberto quando já tem câncer localmente avançado ou metastático. • 60% é funcionante, então, a outra metade só vai descobrir o câncer quando for metastático. A não ser que seja descoberto acidentalmente, por exemplo, paciente realizado TC de abdômen (> 5 cm é altamente sugestivo). • Síndrome endócrina ou massa palpável – pode produzir 1 ou mais hormônios. • Não responde bem aos tratamentos complementares. Diagnóstico • O diagnóstico e o estadiamento é feito pela tomografia de abdômen. • Na tomografia são vistas as características do tumor localmente (T), os linfonodos (N). Pode-se pedir um raio-x de tórax para ver se há metástases pulmonares (M), pois o pulmão e o fígado são os sítios mais comuns de metástase. Tratamento • A cirurgia é o único tratamento curativo, em outros tumores a quimioterapia pode curar, mas no tumor de adrenal se a cirurgia não for feita não há chances de cura. • Quimioterapia é apenas paliativo (ganhar sobrevida), é considerado tratamento coadjuvante. Tumor de adrenal metastático • O tumor de adrenal pode ser causado por metástases vindas de outros locais, logo a adrenal é um sítio comum de metástases. • 50% das lesões metastáticas são bilaterais, assim, se chega um paciente com tumor de adrenal bilateral suspeita-se que o tumor não é primário de adrenal e sim uma metástase. • Os cânceres mais comuns que causam metástases adrenaissão – melanoma, rim, pulmão e mama. • O tratamento da metástase é feito de acordo com o tumor primário. Diagnóstico laboratorial • Quando chega um paciente com suspeita de um tumor de adrenal o diagnóstico laboratorial nada mais é do que checar todas as alterações metabólicas. • Dosagem sérica – ACTH, cortisol (após a estimulação por dexametasona), andrógenos, estradiol, atividade da renina, aldosterona. • Dosagem urinária (24 horas) – cortisol, ácido vanilmandélico (não é errado, mas não é a evidência mais moderna) e metanefrinas. Diagnóstico por imagem • A ultrassonografia pode até fazer o diagnóstico, muitas vezes a pessoa descobre acidentalmente, enquanto está fazendo esse exame, mas a sensibilidade para tumores pequenos é baixa, não sendo de longe, o melhor exame para fazer o diagnóstico. • Exame padrão ouro – tomografia com contraste, serve tanto para o diagnóstico, quanto para o estadiamento local, linfonodos e metástases. • Em pacientes que não podem fazer tomo com contraste (por alergia), gestantes e pacientes com insuficiência renal se recomenda a ressonância magnética, tem eficácia semelhante, entretanto é mais cara. Tratamento • Cirurgia é o tratamento para nódulos adrenais. • Manipulação mínima do tumor na cirurgia. • Ligadura precoce da veia adrenal, visto que os tumores atingem a circulação dessa forma. • Remoção da gordura peri-adrenal, pois o câncer pode enraizar nessa gordura. • Adrenalectomia laparoscópica é o método de eleição. • Funcionantes – sempre opera (não tem sentido deixar todos os sintomas das síndromes). • Não funcionantes – opera, pois mesmo não sendo câncer existe risco de evolução para neoplasia. Seguimento/Follow up • No mínimo 5 anos, a cada 6 meses nos primeiros 2 anos e após 2 anos se faz anual. • A maioria dos protocolos manda fazer TC de abdômen e perfil hormonal completo. DOENÇAS BENIGNAS DA PRÓSTATA: Anatomia • a próstata é um órgão glandular que está localizado na pelve, na bacia masculina, e tem um formato de pirâmide invertida, sendo o ápice a parte em contato com a uretra membranosa e a base a parte que está em contato com o colo vesical. • Na parte anterior da próstata temos um espaço chamado de espaço de Retzius que é o mesmo espaço que está localizado na frente da bexiga. • Então a bexiga e a próstata têm um tecido gorduroso anteriormente, chamado de espaço de Retzius. Já na face posterior temos a fáscia de Denovilliers que separa o reto da próstata. • Essa fáscia de Denovilliers é bem fina e serve de limite para não lesar o reto durante a cirurgia. • Nas bordas laterais da próstata passa um feixe vasculonervoso (nervo cavernoso), esse nervo é um dos mais importantes no controle da função erétil. Por isso, a prostatectomia radical tem uma fama negativa, procedimentos para doenças benignas não costumam evoluir para disfunção. Fisiologia da próstata • É uma glândula exócrina, portanto produz secreções que vão para o meio externo. Produz metade do líquido espermático. • A próstata não produz nenhum tipo de secreção hormonal, porém ela é um tecido altamente sensível aos hormônios, aos andrógenos, principalmente a dihidrodrostestosterona. • Composta pelo estroma e uma cápsula de músculo liso. • O estímulo hormonal ao longo do tempo sobre a próstata faz com que ela aumente de volume, causando uma série de problemas. • Hormônio sensível a DHT, que faz aumentar o epitélio (desenvolvimento de doenças, quase todos os problemas nesse órgão dependem da testosterona). • As células da próstata são dividas em 2 grandes grupos: o componente glandular (é o epitélio prostático, produz secreção seminal), o estroma e a cápsula – o estroma é um tecido de sustentação, já a cápsula prostática é fibromuscular, em que o músculo liso é controlado pelo SNA. Zona de transição – fica ao redor da uretra, a doença que costuma aparecer nessa região é a hiperplasia prostática benigna. A próstata cresce e aperta a uretra prostática (paciente urina mal). Zona periférica – está localizada na periferia da próstata, nessa região que se costuma encontrar o câncer. Por isso o exame de toque, pois ao colocar o dedo no reto do paciente palpamos toda a região da zona periférica. • Se o músculo liso da cápsula for hipertônico, vai espremer a uretra prostática e vai causar dificuldade para urinar. Semiologia da próstata • LUTS – sintomas do trato urinário inferior. • Retenção urinária, dor irradiada/perineal (prostatite aguda). • Alguns pacientes só se descobre que tem problemas na próstata, porque eles apresentam sintomas secundários. No caso da HPB, o mais importante deles é a insuficiência renal. • Os antecedentes familiares são muito importantes (exemplo- câncer). LUTS • A bexiga possui duas funções, uma delas é armazenar urina e a outra é esvaziar. • Os sintomas do trato urinário baixo podem estar relacionados tanto com a fase de enchimento quanto a de esvaziamento. • Fase de enchimento – frequência (antigamente ele urinava 4x e agora urina 10x), a bexiga não esvazia completamente (resíduos), urgência/urgicontinência, polaciúria/nictúria (acordar mais de uma vez a noite para urinar) e disuria. • Fase de esvaziamento – jato fraco, hesitação, intermitência (urinar em parcelas), esvaziamento incompleto (parece que sobra resto) e gotejamento terminal (aumento, um pouco é normal). • Exame físico – verificar se o paciente está corado (câncer da anemia), hidratado e pulso. Avaliar o abdômen (rim normalmente não é palpável) e exame digital retal. • Exame digital retal – a próstata está na parede anterior do reto, ela é uma bolotinha do tamanho de uma noz que deve ter a consistência fibroelástica (consistência da ponta de um nariz não operado). Devemos sempre procurar por nódulos, caroços, comparar a simetria entre os dois lobos e por último lembrar dos limites (caso tenha um tumor não se sente os limites). Exames complementares • PSA – é o antígeno específico da próstata, não é específico do câncer de próstata, se ele está elevado só indica que algo está errado na próstata. As doenças que mais causam alteração de PSA são as prostatites agudas e o infarto prostático. • Ureia e creatinina – são exames de função renal, dizem se o problema na próstata está influenciando os rins (insuficiência renal por causa obstrutiva). • Urocultura – no homem infecções urinárias não são comuns, caso apareça deve- se investigar. • US de próstata via transabdominal – muito usado para verificar o volume da próstata, é o exame padrão. • US via transrretal – é usado para guiar a biópsia da próstata. Hiperplasia prostática benigna: • Hiperplasia é o aumento do número de células, logo, o componente glandular realmente aumenta. • É o tumor benigno mais comum em homens, hereditariedade e via de regra pacientes de raça negra tem mais risco. • Aumento da zona transicional (miolo da próstata) - comprimi a uretra, é uma obstrução mecânica. Inibidor da 5 alfa-redutase. • Componente dinâmico – tônus da cápsula prostática de músculo liso, dependente do SNA, por isso os sintomas podem variar. Alfa bloqueador. • Os sintomas não dependem do volume prostático, paciente com próstata normal pode ter dificuldade em urinar. História natural (obstrução infravesical) 1. Começa com um quadro obstrutivo – dificuldade para urinar. 2. Com isso, o músculo detrusor fica hipertrofiado e a bexiga vai espessando. 3. Com o tempo o músculo começa a ficar atrofiado, até chegar numa fase chamada de hipotonia do detrusor. O paciente perde a função contrátil da bexiga, quando chega nesse ponto não tem mais o que fazer (falência do detrusor). 4. O paciente com HPB pode ter retenção urinária, sendo necessário a passagem de sonda de alívio. • Pacientes com hiperplasia são mais suscetíveisas infecções, pois a urina estagnada se torna um ótimo meio de cultura para o crescimento bacteriano. • Pode também ocorrer cálculos na bexiga, que nasceram e cresceram ali, devido a estase e consequente cristalização dos sais presentes na urina. • Por último pode acontecer uma insuficiência renal obstrutiva e óbito em decorrência da falência renal. Exames complementares • PSA e biópsia – método de exclusão/confirmação de câncer de próstata. Biópsia serve para descartar câncer e não diagnosticar HPB. • Função renal – sempre pedir, serve para classificar a IR como obstrutiva ou não. • Parcial de urina com cultura – para analisar a presença de infecção, podendo ser causada por uma hiperplasia. • Ultrassom de próstata – exame que mede o volume da próstata, importante por conseguir demostrar o resíduo pós-miccional. • Urodinâmica e uretrocistoscopia – são exames usados em casos especiais, em pacientes que já fizeram cirurgia, pacientes que estão com dificuldade de urinar, mas não necessariamente relacionados a próstata. • Diagnóstico diferencial: estenose de uretra (componente inflamatório ou traumático, estreita qualquer parte da uretra, diferente da HPB que estreita só a uretra prostática), câncer de próstata, litíase, infecção urinária, bexiga neurogênica e câncer de bexiga. Tratamento clínico • Bloqueadores alfa-adrenérgicos – atuam sobre a musculatura lisa, diminuindo o tônus da cápsula prostática e melhorando o componente dinâmico. Causam hipotensão, os principais são a doxazosina, alfuzosina e prazosina. Causam ejaculação retrógrada, no momento da ejaculação o sêmen vai para a bexiga. • Inibidores da 5 alfa-redutase, diminui a conversão de testosterona em di- hidrotestosterona e, isso diminui o volume epitelial. Finasterida, diminui o volume prostático (30%), no entanto o tratamento é bem demorado, pelo menos 6 meses. • OBS: ocorre a diminuição em 2 vezes do PSA, portanto deve-se multiplicar por 2 em pacientes que usam finasterida. Existe um medicamento com ação mais veloz, chamado de Dutasterida. • Terapia combinada – um melhora os sintomas e o outro a doença, hoje em dia é o tratamento padrão, é usado em próstatas maiores que 50 gramas (menor que isso dá só alfa bloqueador). Cirurgia • Quando operar – LUTS grave, falha do tratamento clínico, retenção urinária/resíduo, hematúria, ITU de repetição, litíase vesical, hidronefrose bilateral e IR. • RTUP – tratamento endoscópico, pouco invasivo, uado em próstatas de até 80 gramas. Pode gerar ejaculação retrógrada, incontinência (0,1%), disfunção erétil (5-10%). Raspa-se o miolo da próstata, longe dos nervos. • RTUP não se usa em próstatas maiores pois pode gerar síndrome da intoxicação hídrica, devido a água destilada que gera hiponatremia e hemólise. CÂNCER DE PRÓSTATA: • 2°causa mais comum de morte em homens no brasil. • O câncer de próstata é indolente (cresce lentamente), por isso nem todos os homens com câncer de próstata morrem do câncer. • Ocorre um hipertratamento, pois a maioria dos canceres não deviam ser operados. • O maior fator de risco é a idade, 1 em cada 8 homens com mais de 60 anos tem câncer de próstata. Fatores de risco • A partir dos 50 anos seguir protocolo de rastreamento. • História familiar (anamnese), 1 parente de primeiro grau aumenta em 3 vezes a chance e 2 parentes de primeiro grau aumenta em 10 vezes. • Raça negra, pacientes negros tem mais chances de todas as doenças prostáticas. • Alimentos gordurosos, não é específico, é fator de risco para qualquer câncer. • Tabagismo, é mais relevante para câncer de bexiga, para a próstata não é muito relevante. Patologia • 95% é adenocarcinoma, de origem glandular. • Sarcomas são incomuns. • Estudo imuno-histoquímica – usado quando há dúvida em relação a biópsia, é um método confirmatório, ou seja, se a imuno-histoquímica confirmou que é câncer já pode começar a tratar. Tinta imunológica, as células se coram. Escore de Gleason • Gradua a agressividade do câncer de próstata, vê a arquitetura glandular, o patologista dá uma nota de 1 a 5 e daí calcula a soma das duas populações mais frequentes (grau de diferenciação celular). • N1+N2, os tumores de próstata não são homogêneos. • Bem diferenciado – 2 a 4. • Moderadamente – 5 a 7. • Pouco diferenciado (mais agressivo) – 8 a 10. Quadro clínico • Assintomático, se o paciente tiver sintoma provavelmente o câncer está avançado. • O câncer de próstata geralmente é descoberto por rastreamento, pois é pouco sintomático na fase inicial. • Câncer de próstata, mama e colo de útero, são os tumores mais frequentes e só dão sintomas em fases mais avançadas. • LUTS – para estar urinando mal quer dizer que a massa é grande o suficiente para comprimir a uretra. • Hematúria – quer dizer que o tumor ulcerou para dentro e está sangrando. • Obstrução – sinal de infiltração tumoral. • Dor óssea – metástase. • Síndrome medular – metástase na coluna. • Linfedema de membro inferior – metástase linfática. Rastreamento • Todo paciente homem com mais de 45 anos. • Situação especial, 40 anos com história familiar. • O rastreamento é composto por uma dosagem do PSA e o toque retal. • Acurácia de 90% • Quase 1/3 dos tumores cursam dos tumores cursam com PSA normal. • Exame digital retal – a próstata fica na parede anterior do reto, é avaliada a consistência fibroelástica e a presença de alguma lesão focal. A presença de um nódulo ou uma parte endurecida indica realização de biópsia. • PSA – rastreamento, específico para próstata e não para o câncer de próstata. Sobe em qualquer doença da próstata, como câncer, prostatite, infarto prostático e hiperplasia. O normal é < 4 ng/ml, de 4 a 10 é a zona cinzenta (dúvida, deve- se pedir o refinamento), 10 ng/ml é obrigado a fazer biópsia. Refinamento do PSA • evitar biópsias desnecessárias, usado para pacientes na zona cinzenta. • PSA livre/total – menos que 18% provável câncer, deve-se fazer biópsia. Se maior que 18% provavelmente é benigno (prostatite, hiperplasia). • PSA velocidade – mais que 0,75/ng/ml/ano deve-se fazer biópsia. Ressonância multiparamétrica da próstata • Avalia também as propriedades físicas da próstata, diz as chances de ser câncer. • É como se fosse a mamografia da próstata, chance pequena, média ou alta do paciente ter câncer. • Usada como se fosse o refinamento do PSA, mas através do exame de imagem, faz o mapa da difusão de água no tecido. • Estratifica o risco de neoplasias (PI-RADS). • Não faz diagnóstico de câncer, quem faz diagnóstico é a biopsia. • Por exemplo, se o PSA vier alto e o PI-RADS vier com risco baixo o paciente não precisa fazer biópsia. Biópsia de próstata • Guiada por ultrassonografia transrretal, feita em casos de PSA elevado, toque alterado ou ressonância multiparamétrica com PI-RADS indicando risco. • Divide a próstata em 6 sextantes e de cada um tira 2 fragmentos, a maioria das biopsias são 12 fragmentos. • Se a ressonância multiparametrica mostrar um local de lesão deve-se retirar mais fragmentos desse local. • A tecnologia mais avançada usa sobreposição de imagem, coloca a imagem da ressonância sobre a do ultrassom. A sobreposição permite fazer a biopsia no local exato da lesão. • Com sedação e antibiótico terapia. • Riscos – infecção e sangramento. Estadiamento • A primeira coisa que se faz após diagnosticar um câncer é o estadiamento, pois é através dele que se toma as próximas condutas. • Paciente alto risco (Gleason >6 ou PSA >10) – só os pacientes de alto rico precisam estadiar, fora dessa situação vai direto para o tratamento. • Se o PSA <10 e Gleason <7 já se sabe que a doença não está avançada,trata- se como uma doença inicial. • Exames usados para o estadiamento – cintilografia óssea (local comum de metástase) e tomografia de pelve (identificar os linfonodos). • Estadiamento TNM – tumor, linfonodos (disseminação linfática) e metástases (via hematogênica). • T1 – identificado através de rastreamento, não tinha nenhuma alteração no exame físico. • T4 – tumor invadindo a bexiga, reto, tecidos moles e pênis. • M – M0 ou M1, pois se tiver metástases já é avançado, não importa quantas tem. Tratamento • Pode ser observação vigiada, prostatectomia radical, radioterapia externa, bloqueio hormonal e quimioterapia. • Essa imagem é uma linha do tempo que esquematiza a evolução da doença e os tratamentos que podem ser usados. • Se o câncer não saiu dos limites da próstata, sem metástases linfonodais ou a distância, qualquer tratamento costuma funcionar (cirurgia, radio ou vigilância). • A vigilância é muito usada em casos que se deseja retardar o tratamento (paciente quer ter filhos), em homens idosos, cardiopatas e com outros problemas. Câncer localmente avançado • Não tem metástase a distância e não tem metástase linfonodal, mas está enraizado localmente. • Nesse caso a cirurgia não é mais indicada, pois não vai conseguir tirar o tumor inteiro e há grandes chances de lesionar as estruturas adjacentes. • O indicado é radioterapia, pois tem uma área estendida (campo de radiação) e consegue eliminar as raízes sem remover o tumor. Câncer metastático • Mais ou menos 2-6 anos de evolução. • Não existe chance nenhuma de tratamento curativo, apenas paliativo. • Geralmente tratamento hormonal (suprimir toda a testosterona do paciente, até chegar a zero). • Quando a hormônio terapia começar a falhar (de 2 a 3 anos), daí começa a quimioterapia. O tumor se tornou hormônio independente. Prostatectomia radical • Retirada da próstata e das vesículas seminais. • Tumores localizados (T1 e T2). • Anastomose da bexiga com a uretra. • Pode gerar incontinência e disfunção erétil. • Pode ser feita por método aberto, videolaparoscópica e robótica. • A chance de cura é igual nos 3 métodos acima, a vantagem da robótica e videolaparoscópica é a menor invasão, com melhor recuperação do paciente. • Tira a próstata, vai ficar um buraco na bexiga e uma parte livre na uretra, une o colo da bexiga diretamente a uretra membranosa. • Lembrar que na uretra membranosa que fica o esfíncter, por isso o risco de incontinência após a cirurgia. Prostatectomia radical – complicações • Disfunção erétil (até 80%), pode-se dizer que no primeiro ano pós cirurgia quase 100% dos pacientes terão disfunção erétil. Leve (Viagra), grave (prótese). • Incontinência urinária (10-30%), hoje em dia pode se considerar 10% devido as técnicas mais avançadas, é a pior complicação. Estenose uretral – sondagem, cirurgia endoscópica. Estenose do colo vesical (anastomose). Radioterapia • Com a radioterapia moderna, a eficácia é muito parecida com a da prostatectomia radical. • A cirurgia é preferível em pacientes mais jovens, pois caso ocorra recidiva, há a chance de fazer a radioterapia. Se guarda uma alternativa para o futuro. • Se fizer radioterapia primeiro e recidivar, não se pode operar, devido a queimadura. • A radioterapia é adotada em pacientes com mais idade ou com comorbidades e tumor avançado. • OBS – radioterapia queima o esfíncter e o feixe vasculonervoso, com o tempo terá prejuízos (a incontinência leva um tempo pra aparecer, mas aparece). • Hoje existe a radioterapia conformacional ou incidência modulada, que melhorou a mira da radioterapia, isso fez com que a eficácia melhorasse e os danos secundários nos órgãos vizinhos diminuíssem. • Pode ser combinado com bloqueio hormonal, diminuindo a atividade do tumor para a radioterapia ter mais eficácia. Bloqueio hormonal • A ideia é diminuir a atividade tumoral. • Paciente já com metástase de coluna não vai para a cirurgia e nem para a radioterapia. • Sinônimo de castração, é suprimir toda a testosterona do paciente, a níveis próximos de zero. • Pode ser feito através de medicamentos ou pela remoção cirúrgica dos testículos (orquiectomia). • A orquiectomia bilateral pode ser usada para os pacientes SUS e para os pacientes que você vai perder o contato (não sabe se o paciente vai seguir o tratamento). É bem rara atualmente. • Usa em doença metastática ou como adjuvante na radioterapia. • Resposta em 70% a 80% dos casos (muito boa). Chega um senhorzinho magrinho, corcunda... faz o bloqueio e melhora, porque a massa tumoral diminui. • Testosterona – 95% é produzida pelos testículos, a medicação bloqueia o eixo hipotálamo-hipófise-testículo. • Pode usar uma medicação que bloqueie qualquer parte do eixo, para diminuir a produção de testosterona. • Tratamento provisório, pois algum tempo depois o tumor aprende a sobreviver sem o hormônio (perde a eficácia com o tempo). Quimioterapia • Pra esse tipo de câncer não presta muito, seu uso é bem questionável. • Só é indicada após a falência do bloqueio hormonal, mesmo com testosterona zero o tumor se adaptou. • Aumento discreto da sobrevida (meses). • Quimioterapia é o fim da linha para o câncer de próstata. Para um linfoma, por exemplo, é uma boa opção. PROSTATITES: • É a doença inflamatória da próstata, podendo ser aguda, infecciosa ou crônica. • A prostatite aguda é sempre bacteriana, quase sempre causada por E. coli, que é o que mais causa infecção urinária. • A prostatite aguda nada mais é que uma infecção urinária, em que as bactérias ao invés de irem para a bexiga, entraram no ducto ejaculatório e pararam dentro da próstata. • Prostatite aguda – E. coli (imensa maioria), S faecalis, C. tracomatis (clamídia) e N. gonorrhoeae (gonorreia). • Paciente jovem com atividade sexual suspeita, suspeitar que a prostatite é causada por DST. • No caso da prostatite crônica ela pode ser também bacteriana, mas é um processo infeccioso frio, que não evolui rapidamente. • O diagnóstico de prostatite aguda é relativamente fácil, o paciente vem apresentando síndrome infecciosa, febre, calafrio, queda do bom estado geral. Pode ainda apresentar dor perineal, LUTS, próstata inflamada (ela edemaciada, tem sintomas de hiperplasia). • A prostatite crônica pode ser bacteriana (normalmente), mas também pode ser síndrome da dor pélvica crônica (fibromialgia do urologista). Prostatite aguda • Diagnóstico – o toque é questionável, evita-se fazer, pois a próstata está cheia de bactérias e se você ficar cutucando vai espalhar para todo o lado (bacteremia). • Caso se faça o toque, vai sentir uma próstata amolecida, maior em volume e inflamada. • A prostatite aguda é uma das coisas que faz o PSA subir bastante. • Teste dos dois frascos – em um primeiro momento o paciente urina em um potinho e depois se deita na cama e o médico faz o toque retal por 5 minutos para estimular a próstata. Depois de 5 minutos massageando, pode-se para o paciente urinar novamente no potinho para tentar pegar a secreção prostática. • Na maioria das vezes prefere-se por fazer o teste terapêutico, ou seja, você vai iniciar o tratamento para prostatite aguda e vai acompanhando a evolução do paciente. • Tratamento – Bactrim (sulfametoxazol+trimetoprima), sulfas ou as Quinolonas (que são as drogas mais usadas com um bom espectro). • Para tratar prostatite deve-se usar de 4 a 6 semanas o antibiótico, pois ele não penetra bem na próstata, não pode interromper o tratamento. • Se o paciente tiver um abcesso prostático, que é super raro, é necessário realizar a drenagem. • Dor perineal – local de irradiação da dor prostática (embaixo do saco). • LUTS – a próstata incha e espremea uretra. • Retenção urinária – precisando sondar. • PSA muito elevado, podendo chegar a 50/100 ng. • O diagnóstico de prostatite é clínico. Síndrome infecciosa • Febre, calafrios e redução do estado geral. • Infecção de órgão sólido geralmente gera sintomas sistêmicos, por exemplo, pielonefrite, prostatite, orquite. • Cistite não gera sintomas sistêmicos, isso é um importante marco clínico, pós se o paciente tem dificuldade para urinar, ardência, urina de pingo em pingo e tem febre não é só uma cistite. Nas mulheres geralmente é pielonefrite e nos homens geralmente é prostatite. Prostatite crônica • Caso seja bacteriana, os sintomas são os mesmos, só que mais arrastados. • É difícil diferenciar prostatite crônica de hiperplasia de próstata, o que ajuda no diagnóstico é a dor perineal (hiperplasia não dá dor no períneo) e a infecção urinária de repetição. • A prostatite crônica também pode dar PSA elevado, só que não igual a aguda, que pode chegar até 1000. • Caso você de antibiótico e não melhore, fez o teste dos dois frascos e não veio cultura, provavelmente é dor pélvica crônica e daí tem que tratar como qualquer síndrome dolorosa crônica. • Síndrome da dor pélvica crônica – pode dar alfa bloqueador (se o paciente urinar mal), pode dar AINES (se ele tem muita dor) e pode dar antidepressivos (amitriptilina, para dor crônica é muito bom). • A principal diferença entre a prostatite aguda e a crônica, é que a crônica não tem síndrome infecciosa, por isso é chamada de um processo frio. A próstata está inflamada, mas não tem nenhum acometimento sistêmico, não tem febre, calafrios e queda do estado geral. • Tratamento – na bacteriana é o mesmo da aguda, Bactrim ou Quinolonas por 4 a 6 semanas. INFECÇÕES DO TRATO GENITO-URINÁRIO: • Ocorre a associação entre a colonização bacteriana da urina e a resposta inflamatória do hospedeiro. • 50% das mulheres vão ter pelo menos um episódio de infecção urinária durante a vida. • Virulência do agente (fatores agressores) x defesa do hospedeiro (fatores protetores) = infecção (quando pende pro lado das bactérias). • A virulência é a agressividade do invasor, é a capacidade dele em causar doenças. Já os fatores protetores são vários, o principal deles é o clearence urinário (a passagem da urina pela bexiga vai fazendo a limpeza mecânica). Epidemiologia • Até os 6 meses a ITU predomina em meninos, passando essa fase a curva se desloca radicalmente para o lado das mulheres, podendo afirmar que a ITU é uma doença predominantemente feminina. • Fimose – é um dos fatores possivelmente relacionados a ITU, lembrando que recém nascidos tem fimose fisiológica. • Malformações do TU – 10% das infecções urinárias na infância estão relacionadas a malformações congênitas, como a doença do refluxo vesico ureteral ou estenose da JUP (junção uretero-pélvica). Sempre é necessário questionar se há alguma malformação quando encontrar uma criança com infecção urinária. • Refluxo – dentre as malformações, o refluxo vesico ureteral é a mais importante, 1/3 dos pacientes com refluxo vão ter infecção e muitas vezes infecções renais. • Adultos – homem não é pra ter infecção, se ele tem você deve pensar que há algo de errado, que causou aquela infecção (exceção, extremos de idade). • Nas mulheres piora com o início da atividade sexual, gestação. • Idosos – depois dos 65 anos a prevalência volta para os homens, devido a obstrução urinária (HPB) e estase urinária. • Doenças associadas – câncer, quimioterapia, HIV e diabetes. • Diabetes chama a atenção (20% de incidência) – pacientes diabéticos, com a doença mal controlada, devem prestar atenção em infecções. • Até 50% dos pacientes pode ter bacteriúria assintomática (há colonização das bactérias, mas não uma resposta do hospedeiro). Atualmente não há indicação de tratamento nos diabéticos – desde que realmente não tenham sintomas. Microbiologia • Escherichia coli – 70 a 80% dos casos, tem origem no TGI (sítio nativo), higiene tem relação, mas não costuma ser o fator mais importante. Transmissão ocorre mesmo sem o contato direto. • Proteus mirabillis – 5% dos casos, relacionado com um tipo específico de cálculo renal (cálculo coraliforme), que é grande e assume a forma de um coral dentro do rim. Ele está relacionado com as bactérias produtoras de urease, a mais comum é a Proteus mirabillis. • A maioria é gram negativo (escolha do antibiótico de forma empírica). • Para gerar uma infecção é uma bactéria muito virulenta ou a pessoa está com um mecanismo de defesa muito ruim. Via ascendente de contaminação • A infecção é pela via ascendente, de baixo para cima, de fora para dentro. • Por isso, as mulheres têm mais chance de contrair a ITU, pois tem a uretra mais curta (4 cm) que os homens (15 cm). • Vai da uretra pra bexiga e, se não tratada pode atingir os rins e causar sepse. • Existe de forma não ascendente, mas é o incomum. Exemplo – abcesso na orelha, cai na circulação, abcesso renal. Classificação: 1. Localização - • Trato urinário inferior/infecções urinárias baixas; • Só gera sintomas locais, nenhum sintoma geral (febre, calafrio). Cistite incomoda muito, mas não costuma evoluir com síndrome infecciosa. • Quando em trato urinário superior – infecções mais graves, geram sintomas locais e generalizados, como febre, calafrios, sepse e até morte. Não é incomum jovens morrerem de pielonefrite. 2. Complexidade – • Não complicadas, em mulheres e sem nenhum fator anatômico associado. • Complicadas, qualquer ITU que não seja simples, com complicações associadas, sintomas > 7dias, associada a diabete mellitus, gravidez ou imunossupressão; • Insuficiência renal (menos limpeza mecânica do TGU), alterações anatômicas do TGU (estenose de uretra, HPB e estenose da JUP), cálculo ou corpo estranho (cateter duplo J), infecção hospitalar, falha terapêutica e manipulação recente do trato urinário. • Bacteriúria assintomática – há bactéria na urina, mas o paciente não sente nada. Comum na terceira idade, quanto mais trata, mais a bactéria fica resistente e difícil de eliminar. Para a maioria dos casos o certo seria acompanhar e não tratar. Infecções do trato urinário inferior – cistite: • Não pode ter sintomas sistêmicos, como febre e queda do estado geral. • Paciente estava bem, acordou com ardência urinária, urinando de pingo em pingo e um tempo depois teve febre. Essa paciente não tem cistite, mas sim uma infecção de órgão sólido, provavelmente pielonefrite (se fosse homem se pensaria também em testículo e próstata). • Infecção bacteriana aguda da bexiga – geralmente a mulher está bem e começa agudamente com disúria, polaciúria e urgência miccional. • 11% das mulheres/ano, 50% de todas as mulheres vão ter em algum momento. • Afeta principalmente mulheres jovens, gera impacto econômico, tanto pelo número de consultas, quanto pelas faltas no trabalho. Fatores de risco • Sexo feminino – fator anatômico. • Constipação crônica – carga maior de microrganismos (sítio de bactérias). • Baixa ingestão hídrica – diminuição da limpeza mecânica da urina. • Frequência de atividade sexual – acima de 3 vezes por semana aumenta o risco de cistite. Também pode-se recomendar urinar antes e após a relação e evitar duchas (lavar demais aumenta o risco de infecção, por destruir a flora local). • Retardar a micção/hábito retencionista – isso facilita as bactérias subirem pela uretra e chegarem até a bexiga. • Hipoestrogenismo – menopausa – epitélio da mucosa vaginal e uretral são hormônio-sensível. A menopausa gera atrofia da mucosa e aumento das infecções. • Distopias genitais – alteração anatômica, como cistocele (bexiga caída), retocele (reto caído) e prolapso uterino. • Disfunções miccionais, como trauma raquimedular, paraplégico – bexiganão funciona – estase urinária. • Litíase urinária – a urina é estéril, mas a pedra não. Diagnóstico • Início súbito, com rápida evolução. • Disúria e polaciúria (urina de pingo em pingo). • Urgência miccional e dor suprapúbica (nem sempre tem). • Hematúria pode estar presente e não denota nenhum sinal de gravidade na infecção. • Em pacientes com mais de 50 anos e tabagistas é preciso investigar câncer de bexiga. • Ausência de febre – não pode ter nenhum sintoma sistêmico. Se tiver, pensar em pielonefrite aguda. • Dor a palpação no hipogástrio, exame físico acrescenta pouco. • Sinal de Giordano negativo. • Exame laboratorial – parcial de urina, leucocitúria e cultura de urina (positiva, com mais de 100.000 unidades formadoras de colônia/ml). • Quando há qualquer bactéria na cultura de urina, mas com menos de 100.000 UFC/ml não é um achado diagnóstico. Diagnósticos diferencias • Câncer de bexiga – mais hematúria e menos sintomas urinários. • Tuberculose urinária – leucocitúria e com cultura de urina negativa. Embora o contágio seja pulmonar, a tuberculose pode aparecer em qualquer lugar, a bactéria da TB urinária não aparece em exames comuns, por isso depende de suspeita para pedir o exame específico. • Litíase vesical, HPB, bexiga hiperativa, bexiga neurogênica e dor pélvica crônica. Tratamentos • A maioria dos protocolos permite tratar ITU, principalmente cistite, baseado na clínica, ou seja, não precisa pedir exames pra tratar. • O tratamento empírico (baseado nos sintomas) será usado em casos simples. • Em casos mais complicados o certo é fazer um exame de cultura de urina, se vier com bactérias vai ter o antibiograma e você escolhe um antibiótico bom e barato. • Exemplo – paciente relata que já é a quinta vez no ano que ela tem cistite, provavelmente o antibiótico normal não vai fazer efeito, possivelmente é uma bactéria resistente ou tem uma alteração anatômica. • Tratamento empírico – Bactrim (sulfametoxazol+ trimetoprima), Quinolonas (Norfloxacino, Ciprofloxacino). • Outros antibióticos – baseado na cultura e no antibiograma. • 3 a 7 dias de tratamento, para uma infecção urinária baixa não precisa mais do que uma semana. • Fenozopiridina e metenamina – combatem a ardência/disúria, mudam a cor do xixi. • Tratamento ITU recorrente – tomar água, não segurar o xixi, regular o intestino. Tratar as doenças associadas (diabetes, reposição hormonal na menopausa), cranberry (possui uma substância chamada de PAC-A, que não deixa a bactéria grudar na parede da bexiga, dá pra mandar manipular). Antibioticoprofilaxia (nitrofurantoína). Bacteriúria assintomática • É a presença constante de bactérias na urina sem resposta do hospedeiro. • Relacionado com idosos. • Relacionado a resistência bacteriana. • Se coletar exame de urina de paciente sondado sempre vai ter bactéria, se você tratar ela vai ficar cada vez mais resistente, a opção é tirar a sonda. • Pacientes com cateterismo intermitente – como paraplégicos, que precisam passar sonda 4/5 vezes ao dia, vai ter bactéria na urina, mas não pode tratar, pra não gerar resistência. • A maioria dos casos só se faz observação/vigilância, importante falar para o paciente procurar um médico caso comece a sentir algo. • Casos em que deve-se fazer o tratamento ativo – obstrução (bactéria fechada em um local obstruído vai gerar um abcesso), procedimento urológico (precisa estar com a urina estéril), imunodeprimidos, gestantes. Infecção urinária do trato superior – pielonefrite aguda: • Infecção bacteriana do parênquima renal e sistema coletor. • Não precisa necessariamente o parênquima estar infectado, mas pelo menos a pelve e os cálices (via coletora intrarrenal). • O rim é um órgão sólido, parenquimatoso, muito vascularizado/perfundido e, por isso tem facilidade de causar septicemia. • Sintomas locais e sistêmicos, pode ter a mesma disúria e polaciúria, mas associados a sintomas sistêmicos (febre, calafrios, taquicardia, hipotensão, PCR e morte). • 5 mulheres para cada 1 homem, se homem tiver pielonefrite pode procurar que tem alguma coisa errada (pedra ou obstrução). • Mortalidade de 10% a 20% dos internados. • Nem toda pielonefrite é muito grave e deve preocupar, mas se você perceber que o paciente não está bem, deve internar. Se evoluir bem, ganha alta em 24- 48 horas e termina o tratamento em casa. Fatores de risco • Frequência da atividade sexual (risco em pessoas que fazem mais de 3 vezes por semana). • ITU recente. • Cistite depois pielonefrite, deve-se atentar pois a pielonefrite pode ser uma infecção urinária baixa mal tratada ou não tratada. • Diabetes. • Uso de espermicida. • História familiar de ITU. Diagnóstico • Basicamente clínico, é necessário suspeitar para investigar. • Não é obrigatório ter sintomas urinários (LUTS). • Lombalgia – pode ser uni ou bilateral, normalmente rim inflamado e queda do estado geral. • Febres e calafrios – infecção renal está muito associada a calafrios, febre de outras origens não tem tantos calafrios assim. • A anamnese é importantíssima, pergunta tudo (inclusive cheiro da urina). • Exame físico – punho percussão lombar (não é patognomônico, precisa de mais dados). • Parcial de urina com leucocitúria (aumento dos leucócitos). • Cultura de urina positiva (mais de 100.00 unidades formadoras de colônia por ml) e antibiograma. • Ultrassom ou TC – obstruções ou complicações. • Exame de imagem não é obrigatório sempre, é indicado fazer exame de imagem quando desconfiar de obstrução ou algum fator anatômico associado/sugestivo de complicação. Indicação de tratamento • Ambulatorial – remédio para casa e orienta voltar caso tenha sinais de alerta (febre que não melhora em 48 horas, piora do estado geral ou diminuição da urina). • Ambulatorial – casos não complicados, início recente, sem casos prévios de infecção, sem antecedentes de cálculo, sem cirurgia urológica. • Internação – não precisa ficar internado o tratamento todo, somente até melhorar. • Internação – vômitos ou intolerância ao antibiótico oral (antibiótico parenteral), sepse (UTI), leucocitose com desvio a esquerda (sinal ruim de infecção, significa que os leucócitos estão sendo enviados pela medula em formas jovens, que não sofreram maturação), mal formações ou obstrução do TGU (pedras), idade > 60 anos e imunodeprimidos e DM descompensada. Complicações Hidronefrose infectada (dilatação dos rins): • É o acúmulo de líquido na via coletora, causado geralmente por obstrução. Tem um cálculo, não passa nada de urina e daí dilata a via coletora. • Quando é estéril (sem bactéria) o problema é só o funcionamento do rim. O problema maior é quando a hidronefrose não é estéril, pois é a situação perfeita para a bactéria se desenvolver (urina parada, paciente quente e se for diabético ainda tem açúcar). • O antibiótico não vai funcionar, pois não consegue invadir o local que tem a urina parada, dessa forma a desobstrução de emergência é obrigatória. • A maneira mais comum de desobstruir é usando o duplo J, que funciona como stent do rim. • Caso a desobstrução não seja feita pode evoluir para complicações maiores, como o abcesso perrirenal. Abcesso perrirenal/extra-renal: • É a presença de pus fora do rim, em volta do rim há gordura. • A gordura não é bem vascularizada, não tem boa ação de medicamentos e ainda serve como alimento para os microrganismos. • Por isso, a drenagem é obrigatória no abcesso perrirenal, pode ser aberta ou percutânea. Pielonefrose: • É a pielonefrite com destruição do parênquima muito inflamado (fibrina com pus). • Antibiótico + nefrectomia quando possível. • É uma das piores coisas da urologia, pois é um rim podre e infectado. • É preciso retirar o rim, pois nenhum antibiótico vai reverter. • Pior cirurgia, pois tudo que está em volta gruda (cólon,aorta, duodeno e veia cava). • Se usa antibiótico para melhorar o estado geral do paciente, daí quando melhora a parte infecciosa se retira o rim o mais rápido possível. Abcesso renal • Pus no parênquima renal. • Pequenos até 5 cm, se usa antibiótico por 4 semanas. • Grandes são maiores que 5 cm, deve-se feito a drenagem aberta ou percutânea. • Como o rim é bem vascularizado, os abcessos renais podem ser tratados clinicamente. ITU na gestação • Risco materno-fetal, prematuridade, mortalidade fetal (aborto espontâneo) e baixo peso. • Tem riscos para mãe e principalmente para o feto, por isso não pode ser muito tranquilo na abordagem da ITU na gestação (tratar o quanto antes). • Colher cultura antes e iniciar antibiótico imediatamente. • Avaliar a segurança dos antibióticos, é preciso sempre fazer antibiograma, pois não há muitas opções de antibióticos para a gestação, pode-se usar penicilinas ou cefalosporinas. Orquiepididimite • Uma das causas de escroto agudo (emergência urológica), diagnóstico diferencial de torção testicular. • Infecção do parênquima testicular e do epidídimo. • Bacteriana, normalmente via ascendente. Em crianças é mais viral. • Uretra – veromontano – ducto ejaculatório – ducto deferente – testículo. • Viral é por via hematogênica, o mais comum é a caxumba em adultos e em crianças outras viroses não específicas. • Adolescentes/adultos – DSTs (gonococo e clamídia). • Idosos – geralmente causado pelas mesmas bactérias da infecção urinária (E.coli). • 100% baseado na epidemiologia, não tem como isolar bactéria do testículo. Diagnóstico • Dor e aumento do volume testicular, sintomas iguais a torção testicular. • A diferença é que a torção ocorre mais a noite, pois o cremaster é mais ativo nesse período e isso faz o testículo torcer. • Na Orquiepididimite a coisa é mais demorada, a dor vai se arrastando, mas não dá pra saber a diferença clinicamente. • Pode ter sintomas sistêmicos, mas a maioria não tem. • Aumento dos testículos e sinais flogísticos. • US com doppler – avalia o fluxo, na orquite tem hipervascularização. Diagnóstico diferencial: • Torção testicular, em até 6 horas o tecido está morto. • Câncer de testículo – 90% dos pacientes com esse câncer não sentem dor e, é impossível uma orquite sem dor. Na orquite o testículo vai estar amolecido e no câncer vai estar duro e com nódulos. Tratamento: • Praticamente o mesmo da pielonefrite, a diferença é que na orquite pode se utilizar medicamentos que peguem o gonococo e a clamídia (em pacientes com atividade sexual suspeita). • 10 a 14 dias. Tuberculose urinária • Diagnóstico fácil, muitos médicos nem sabem que existe. • Não existe sintomas específicos, o que pode deixar o paciente com sequelas, devido ao diagnóstico tardio. • Relacionado ao baixo nível socioeconômico. • Tem alta relação com HIV, mas outros tipos de imunossupressão estão relacionados. • Transmissão via pulmonar, 5 a 30 anos até os sintomas. O processo é lento, ficando difícil relacionar a doença com o episódio da infecção. • Sequelas importantes. Diagnóstico: • Pensar em tuberculose em pacientes com sintomas crônicos e sem explicação. Exemplo, faz 20 anos que urina com sangue e nos exames não acha nada. • Dor lombar crônica, mas com exames de imagem normais. • Hematúria sem explicação. • Paciente com exame de urina alterado (leucócitos altos) mas com urocultura negativa. O bacilo da TB não aparece na urocultura. • Parcial de urina – leucocitúria e hematúria. • BAAR – teste de Ziehl Neelsen, tem que fazer 5 coletas da urina de manhã (5 dias diferentes). É o mesmo realizado pelo escarro, mas com uma sensibilidade média. • Pesquisa por PCR – sensibilidade altíssima, o problema é o custo, não tem no SUS. • Cultura em meio específico. DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS: • O risco de contrair HIV é 3 a 18 vezes maior em indivíduos com outras DSTs, por isso é importante tratar essas doenças para evitar uma solução de continuidade (porta de entrada). • A maioria das doenças são curáveis e não tem grandes consequências, não deixam sequelas. • Nas mulheres – a maior queixa é o HPV, que é diagnosticado pelo Papanicolau. • Nos homens – a maior queixa é herpes, devido as ulcerações. • Existe uma grande dificuldade em tratar essas doenças, imagine que numa população grande parte não percebe os sintomas ou não dá bola (perda dos pacientes assintomáticos. • Tem uma parte da população que nota algo estranho e não buscam ajuda, entretanto boa parte desse grupo procurou o médico. • Dessa população que procurou atendimento médico, alguns deles não recebem o atendimento correto, ocorrendo um tratamento incorreto. • No fim das contas, uma pequena parcela da população foi efetivamente diagnosticada, tratada e por fim curada. • Os indivíduos que se perderam no meio do caminho, além de estarem doentes, são vetores da doença. Abordagem e tratamento • Abordagem integral – diagnóstico, tratamento, aconselhamento. • Tempo de espera pequeno – feridas aumentam, não podem esperar ou causa desistência ou ainda a lesão some sem o diagnóstico. • Rastreamento de outras DSTs – mesmo sem queixas. • Tratamento eficaz, gratuito, oral e dose única (ideal) – evitar desistência. • Vacinação quando indicado – HPV, hepatite B. • Busca por parceiros. • Deve se pensar em síndrome e não em doenças específicas, muitas vezes o diagnóstico laboratorial é difícil e demorado. Classificação • Lesões ulceradas – são as lesões causadas pela sífilis, cancroide, linfograma venéreo, herpes vírus simples e donovanose. • Corrimentos – uretrais principalmente, mas também tem os corrimentos vaginais. Causado principalmente pela gonorreia, clamídia e tricomoníase. • Lesões verrucosas – causadas pelo HPV, que faz diagnóstico diferencial com câncer de pênis. Tratamento sindrômico das úlceras genitais • Perguntar se houve bolhas, se sim é herpes. • Começou ferida sem bolha, tratar sífilis e cancro mole (cancroide). • Lesões de mais de 4 semanas, possibilidade de câncer de pênis (biopsia) ou ulcera genital. Sífilis: • No passado causou imensas sequelas e matava muito, deformava, hoje em dia não vemos isso. • Não é uma DST exclusivamente genital, ela é uma doença sistêmica, causa alteração em vários aparelhos, inclusive sequelas graves. • Possui uma evolução crônica, tem fases de atividade e fases de remissão (agudização a latência). • Agente etiológico – treponema pallidum, que é uma bactéria gram negativa da classe das espiroquetas. • O tempo de incubação é de 10 a 90 dias após o contato (3 semanas em média). • Acontece em média de 3 semanas após o contato, nos homens é mais fácil de identificar, pois as vezes a lesão é dentro da vagina. • A lesão da sífilis é ulcerada e única, o que acaba ajudando no diagnóstico, visto que nas outras doenças as lesões costumam ser múltiplas. • É uma lesão de bordas endurecidas, por é chamada de cancro duro e o fundo é liso e limpo, é uma lesão de boa aparência. • Além disso, a lesão costuma ser indolor. • Pode ter linfonodomegalia na região inguinal, mas não é obrigatório. • Depois de cerca de 10 dias essa lesão somente espontaneamente, ai o paciente vai ficar um tempo bem e fatalmente vai evoluir para a fase secundária. • Acontece de 6 semanas a 6 meses após o cancro duro. • Acomete, principalmente, a pele, são manchas eritematosas difusas/espalhadas, que podem dar em qualquer lugar, principalmente no tronco. • Atenção em adultos com pápulas palmoplantares (sífilides). • Microadenopatia, são linfonodos aumentados difusamente, não chama muito atenção. • Existe o condiloma plano que são lesões pápulo-hipertróficas em dobras (cascas), • Lembrar que o condiloma plano tem bastante treponema pallidum,pode pegar sífilis do condiloma plano. • A partir da sífilis secundária o paciente tem dois caminhos, ele pode entrar na fase latente (assintomático, com exames laboratoriais positivos), ou ele pode entrar na fase de sífilis terciária (mais agressiva e pode acometer qualquer órgão). • Pode afetar vários sistemas, tem alta morbidade, hoje em dia é bem incomum, mas pode acontecer. • A manifestação cutânea é conhecida como goma sifilítica, são lesões ulceras e profundas (goma é a lesão que necrosa no centro). • Ocorrem manifestações neurológicas, conhecidas como Tabes Dorsalis, onde pode ocorre acometimento da medula com uma série de alterações. Também pode ocorre quadros de demência em pacientes não tão senis. • Antigamente era muito comum os aneurismas sifilíticos, de aorta. Também ocorrem alterações articulares, como artropatia de Charcot. Diagnóstico • Geralmente é clínico, pode ocorrer por rastreamento, quando um paciente vai procurar por outra doença e encontra a sífilis. • Microscopia de campo escuro, quase não se usa. • Exames de sangue, o mais usado é o VDRL, que é um teste não treponemico, porque não identifica o patógeno. O problema desse exame é que ele não é específico para sífilis, ele aumenta também em outras doenças – principalmente reumatológicas. • Uma vantagem do VDRL é que ele é quantitativo, vem em títulos, portanto ele serve para controle – não pode dar diagnóstico apenas com ele. • FTA-ABS e TPHA são testes treponêmicos, específicos para sífilis. O mais usado é o FTA-ABS, porém não serve para seguimento, porque deixa uma cicatriz sorológica. Evolução da sífilis não tratada • Até 2 semanas, testes negativos, ou seja, janela sorológica. • Pode acontecer várias fases secundárias, é raro, mas pode. • O VDRL pode cair mesmo em pacientes que nunca trataram. Tratamento • Quanto maior o tempo de contágio, maior o tratamento. • A droga de escolha para tratar é a penicilina, na maioria das vezes em forma de benzetacil (age durante 21 dias, vai sendo absorvida aos poucos). • O nível de penicilina deve ser mantido por 7 a 10 dias, por isso a benzetacil é perfeita, porque tem nível de sobra. • A droga de escolha, sempre que possível, é a penicilina benzatina (IM) e a penicilina cristalina (IV), a segunda se usa sempre que tiver suspeita de neurossífilis – pois a benzatina não ultrapassa a barreira hematoencefálica. • Reação de Jarisch-Herxheimer – o paciente possui sífilis e toma uma injeção de benzetacil e empelota inteiro, isso não é alergia, é uma reação por causa do tratamento (reação normal). • Paciente alérgico – Doxiciclina e Ceftriaxone, tem que tratar por 7 dias e isso pode fazer com que o paciente pare o tratamento. Cancroide: • 2° doença mais comum que dá úlcera genital. • Também é conhecido como cancro mole (diferente da sífilis que tem uma lesão durinha). • O patógeno é o Haemophilus ducreyi, também é uma bactéria, um cocobacilo gram negativo, sua incubação é muito curta (3 a 5 dias). • Uma pista para fazer diagnóstico diferencial é que a sífilis demora mais depois do contato para aparecer. • É uma doença muito transmissível, tem chance de transmissão de 80% em uma única relação. O maior vetor é a mulher, porque ela pode ter lesões ocultas. Herpes genital: • Não tem consequências graves, é uma doença bem comum, normalmente autolimitada, costuma incomodar o paciente. • É porta de entrada para outras DSTs, principalmente HIV. • A doença em si não causa sequela e a morbidade é pequena. • A transmissão do herpes genital geralmente é por contato sexual, mas pode ser por objetos contaminados. Ocorre pelo contato da pele não integra com o herpes, ela não penetra na pele integra. • É uma doença sem cura, vai incomodar, mas existem estratégias para diminuir a recorrência. • O agente é o herpes simples vírus (HSV), do tipo 1 e 2. • OBS – herpes zoster é o vírus da catapora, não tem nada a ver. Linfogranuloma venéreo: • É uma doença do sistema linfático, não chega nem perto da sífilis e do cancroide, mas é relativamente mais prevalente. • A transmissão é exclusivamente sexual, não transmite por objetos. • Pode ser chamado também de bubão inguinal, porque a lesão genital some muito rápido (1-2 dias) e daí evolui para a fase mais frequente da doença, em que forma um linfonodo inguinal que costuma romper e ficar eliminando secreção purulenta, de pus com linfa. • Agente – Chlamydia trachomatis, é um patógeno que pode dar várias infecções (uretrite, Linfogranuloma, doença inflamatória pélvica aguda nas mulheres e tracoma em crianças). • Normalmente o paciente tem contato e no local da inoculação aparece uma pápula ou uma pústula ou uma úlcera rasa, indolor e que some rapidamente. • Depois de 1 a 6 semanas ocorre a fase mais importante de linfoadenopatia regional, quase sempre unilateral. Uretrites: • Ocorre a saída de pus pela uretra, corrimento uretral (secreção hialina, clara como catarro). • Transmissão sexual, ocorre por múltiplos agentes – tratamento sindrômico para clamídia e gonococo. Uretrite gonocócica • Causada pela Nisseria gonorrehea (presença de diplococo gram negativo intracelular, pra achar precisa olhar dentro da célula). • Tem incubação de 2 a 5 dias, o risco de transmissão é 50%, o preservativo evita muito a transmissão. • Normalmente há descarga uretral purulenta e pode haver sintomas sistêmicos leves. • Pode ocorrer infecção disseminada por Gonococo, ocasionando sepse (imunodeprimidos). • Pode ainda haver infecção do TGU, prostatite, epididimite. • Diagnóstico - feito por bacterioscopia da secreção uretral (cultura Thayer- martin). • Antigamente, a gonorreia era uma das principais causas de infertilidade, para tratar precisava passar uma sonda que danificava (estenose). Uretrite não gonocócica • Causada principalmente pela Clamydia trachomatis (bactéria intracelular). Essa mesma bactéria também causa o tracoma, Linfogranuloma e DIPA. • Tempo de incubação de 14 a 21 dias, quando o corrimento ocorre mais rápido a tendência é ser gonococo. • Risco de transmissão menor – 20% em uma relação. • Corrimento mais mucoide do que purulento (mais claro). HPV – LESÕES VERRUCOSAS: • Grupo de doenças verrucosas – papiloma vírus humano, são mais de 100 tipos de vírus HPV (alguns tipos mais relacionados com verruga e outros com câncer). • Câncer de colo de útero – por HPV, o câncer ocorre muito mais em mulheres. • DNA-vírus do grupo papilomavírus. • 20-70% das pessoas ativas sexualmente possuem HPV, maioria sem sintomas. • Podem ou não ser oncogênicos, os sorotipos que causam câncer são mais assintomáticos, ou seja, paciente não tem verruga. • É uma doença incurável. Vacinação HPV
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