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UROLOGIA-PROVA 1

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ANATOMIA DO APARELHO GENITURINÁRIO: 
Adrenais: 
• A maioria das pessoas não sabe que quem cuida dessa glândula é o 
urologista. 
• Ela também é conhecida como suprarrenal, pois está localizada no polo 
superior dos rins. 
• É uma glândula bem pequena, mais ou menos do tamanho de uma ostra. Nas 
cirurgias de adrenais é até mesmo difícil de achar essa glândula. 
• Ela fica dentro do envelope que recobre o rim, conhecido como fáscia de 
Gerota ou Fáscia perrirenal, recobrindo todos os rins e adrenais. 
• Esse envelope só é aberto na porção inferior, onde sai o ureter, a maioria das 
cirurgias é feita por laparoscopia. 
• A adrenal em si pesa em torno de 5 gramas e é composta de duas porções 
principais, a parte medular e a parte cortical. 
• A parte medular é responsável pela produção das catecolaminas e quando 
existem tumores dessa parte a pessoa tende a ficar agitada. 
• Na parte cortical há produção de grande quantidade de hormônios, como 
aldosterona, cortisol e hormônios sexuais. Nessa região pode se ter a 
síndrome de Cushing. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
UROLOGIA 
Vascularização- é uma das partes mais importantes. A importância da drenagem linfática é que se trata de uma 
das vias de disseminação do câncer. 
Arterial- não existe um tronco único, serão várias pequenas artérias, principalmente ramos da aorta 
(suprarrenal média), da artéria renal (suprarrenal inferior) e da artéria frênica inferior (suprarrenal superior). 
Veias- muito importante por ser um tronco único e representar a maioria dos acidentes em cirurgia de adrenal. 
Do lado direito drena diretamente para a veia cava inferior, já no lado esquerdo a adrenal fica mais longe da 
veia cava, por isso ela drena diretamente para veia renal esquerda. 
Um ponto primordial na cirurgia de adrenal é controlar as veias e saber onde eles estão e para onde elas 
drenam. 
Linfáticos- costumam drenar para os linfonodos lombares ou para-aórticos. 
 
 
 
Rins: 
 
• Os rins não estão dentro da barriga, ou seja, na cavidade peritoneal, onde fica 
fígado, baço, intestino. Eles ficam numa cavidade separada a qual chamamos 
de retroperitônio. 
• No retroperitônio estão apenas os dois rins e os grandes vasos. Numa cirurgia 
de vesícula, por exemplo, nunca vamos ver os rins. 
• Na maioria das vezes são dois rins, as pode acontecer agenesia renal. 
• Possuem em média, 11 cm de um polo a outro e pesam cerca de 150 gramas. 
• Em termos de altura estão localizados entre a T12 e a L3, lembrando que o rim 
direito é mais baixo, devido a presença do fígado. 
• Essa estrutura é protegida pelo gradil costal, o que é bom para proteger de 
traumas, mas essa porção impede de examinar, já que não tem como palpar. 
Por esse motivo, depende-se bastante de exames de imagem. 
• Se palpável é porque ele está doente. 
• Eles possuem outra proteção que é uma capa de gordura relativamente 
grossa, chamada de coxim gorduroso e por fora dessa capa também tem a 
fáscia de gerota, a qual é bem fina (lembrando que só fica aberta na porção do 
ureter e por onde entram os vasos). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O rim é dividido em duas faces, uma anterior e outra posterior. Em duas bordas, a borda lateral (parte convexa) e a borda 
interna (parte côncava) - onde as estruturas do hilo renal entram. 
A borda inferior do fígado tem relação intima com a borda superior do rim, isso quer dizer que se cutucar essa região do 
rim, pode ter o fígado lesado (mesmo que estejam separados pelo peritônio). 
O duodeno tem relação imensa com o rim direito, tanto que é comum em cirurgias renais ter lesão dessa parte do 
intestino. 
O baço tem relação com o polo superior do rim esquerdo e é comum que seja lesado em cirurgia renal, tendo que tirá-lo 
junto por não conseguir conter o grande sangramento. 
Para chegar nos rins geralmente tem que deslocar os cólons descendente e ascendente, o que é bem difícil sem causar 
lesão. 
A cauda do pâncreas fica bem na região do hilo renal, qualquer tesourada no pâncreas pode causar pancreatite. 
 
 
• Anatomia microscópica do rim- a unidade funcional do rim é o néfron e a partir 
daí são todas as estruturas tubulares onde acontece absorção. 
• Na parte cortical estão os glomérulos e a filtração acontece, se o córtex estiver 
menor é sinal de nefropatia. O córtex se projeta para o centro renal, formando 
as colunas de Bertin, portanto o córtex não é 100% cortical. 
• A parte medular é onde está o encanamento do rim, onde estão todos os 
túbulos. Teremos estruturas em forma de pirâmide e no ápice dessa estrutura 
estão localizadas as papilas renais que são vários furinhos onde desembocam 
os ductos coletores. 
• Os cálices menores são estruturas pequenas onde estão as papilas, depois 
eles viram cálices maiores, depois pelve renal que é o funil do rim que se 
afunila dando origem ao ureter. 
• Toda essa parte de encanamento do rim é revestida por epitélio transicional, o 
mesmo da bexiga, esse fato é importante devido aos tumores/câncer (câncer 
de bexiga no rim). 
Irrigação arterial: 
• As artérias renais são ramos diretos da aorta, muito cuidado na cirurgia pois 
sangra muito. A irrigação é dita terminal, isso quer dizer que se interromper um 
ramo arterial qualquer no rim, todo o território que aquele ramo irriga irá morrer. 
Em outros órgãos vemos a possibilidade de formar circulação colateral, 
portanto, circulação arterial não compartilha suprimento entre si. 
Veias: 
• Pode-se manipular com mais segurança, elas sempre acham um caminho 
alternativo e uma forma de drenar o sangue. Até 40% das pessoas tem vasos 
renais múltiplos, vasos acessórios (pode ter 2 artérias renais). 
Hilo renal: 
• De anterior para posterior, fica veia, depois artéria e por último ureter. O 
mnemônico é VAU. 
 
 
Ureter: 
• É uma estrutura da largura de uma caneta bic, não sendo fácil identificar numa 
cirurgia. Por esse motivo, é extremamente comum cirurgias que lesam o ureter, 
principalmente procedimentos pélvicos femininos- como cirurgias 
ginecológicas. 
• É um afunilamento da pelve renal que desce até a bexiga, revestido por epitélio 
transicional (urotélio) que também está presente na bexiga. 
• Ele desce repousando sobre o musculo psoas, passa por cima dos vasos 
ilíacos, fazendo uma pequena lombada sobre eles e desce se inserindo no 
trígono vesical. 
• O ureter não desemboca na parte de cima da bexiga, ele passa por trás para 
formar o trígono, desembocando na região inferior. 
• Nessa parte inferior está o colo vesical e os dois óstios do ureter, que formam o 
trígono vesical. 
• Mecanismo de anti-refluxo: o ureter entra de forma oblíqua na bexiga e, há 
uma válvula para refluxo. O enchimento da bexiga faz com que a válvula feche 
e não volte urina para o ureter. 
• 3 locais de estreitamento relativo: na JUP (junção ureteto-pélvica), na parte do 
cruzamento dos vasos ilíacos (esse ponto possui uma lombada, que pode fazer 
com que mais pedras parem nesse local) e na JUV (junção uretero-vesical). 
Nesses 3 pontos podem entalar os cálculos renais, entretanto, a urina passa 
normal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O suprimento vascular do ureter é precário, o que significa que se manipular muito, 
vai acabar com o suprimento que já é precário. Portanto, deve ser manipulado com 
a maior delicadeza do mundo, caso contrário leva a isquemia e necrose. 
Vascularização- superior pelas artérias renais, médio pela artéria gonodal e inferior 
pela artéria ilíaca. 
• Malformações- a principal é a duplicidade ureteral que pode ser completa, 
quando dois ureteres desembocam em dois lugares diferentes ou pode ser 
incompleta, quando dois ureteres se juntam e desembocam num só óstio. 
• Ectopia ureteral cruzada- o ureter do lado direito desemboca no orifício normal 
do lado direito e o ureter do lado esquerdo desemboca também do lado direito, 
não existindo nenhuma abertura do lado esquerdo.Bexiga: 
• É um órgão parcialmente peritonizado. 
• Tem duas funções, armazenar a urina (intervalo entre as micções) e outra 
função contrátil para ajudar no esvaziamento. 
• A bexiga não pode aumentar muito a sua pressão, pois sempre que houver 
esse aumento, ocorre prejuízo ao rim (não funciona direito, perda de função). 
• É um órgão composto por musculatura lisa, involuntário, controlado pelo SNA 
(parassimpático faz a bexiga contrair e o simpático a faz relaxar). 
• Tanto a bexiga, a uretra, o ureter, os cálices renais e a pelve renal podem vir a 
ter carcinoma de células transicionais. 
• Ela fica na cavidade pélvica, dentro da bacia, portanto muito bem protegida. 
Um pedaço é extraperitoneal e outro intraperitoneal (cúpula). 
• Exemplo de fratura: quebrou a bacia e ficou um pedaço do osso- se for na 
região extraperitoneal, a urina não vai sair, basta uma sonda. Se for na região 
intraperitoneal haverá vazamento para o peritônio. 
• Tem a propriedade de encher com 350 a 500 ml.
 
 
 
 
 
 
 
• Na imagem acima podemos ver a divisão anatômica da bexiga, composta por 
ápice, fundo, corpo (toda parte média) e colo vesical (saída da bexiga), 
• Divisão endoscópica da bexiga: colo vesical (saída da bexiga), trígono 
(triangulo formado pelos dois óstios ureterais mais o colo vesical), assoalho ( é 
o fundo quando o paciente está de pé), fundo, parede anterior (não se ve na 
imagem) e paredes laterais direita e esquerda. 
 
 
Vascularização da bexiga: 
• Existem vários pedículos de irrigação da bexiga, a maioria deles é ramo da 
artéria ilíaca interna. 
• A artéria ilíaca interna/hipogástrica irriga os órgãos pélvicos, como bexiga, 
útero e trompas uterinas. 
• As veias seguem as artérias e dificilmente dão problema. 
Sistema linfático: 
• É muito importante, visto a via de disseminação do câncer de bexiga. 
• Os linfáticos drenam para a cadeia ilíaca interna e comum, então os linfonodos 
estarão todos nessa região e na artéria ilíaca comum. É necessário realizar 
uma linfadenectomia, quando se tem câncer de bexiga. 
 
Próstata: 
• É uma glândula exócrina de composição fibromuscular (músculo liso e uma 
cápsula ao redor da próstata). 
• Produz boa parte do liquido seminal, sendo o restante produzido nas vesículas 
seminais. 
• PSA- utilizado para rastreamento do câncer de próstata, possui uma função 
fisiológica, que é a liquefação do sêmen. Antígeno marcador especifico da 
próstata, se é uma prostatite ou um câncer não tem como saber. 
 
• Tem tamanho aproximado de uma noz, peso de 20 a 30 gramas, consistência 
fibroelástica (cartilagem da ponta do nariz). 
• Produz líquido seminal e encaminha os espermatozoides advindos do ducto 
deferente para os ductos ejaculatórios, os quais desembocam na estrutura que 
está dentro da uretra chamada de VEROMONTANO (formato de vulcão) 
• Marco cirúrgico- o veromontano (local onde desemboca o ducto ejaculatório) é 
um marco cirúrgico importante em cirurgia. Abaixo dele está o esfíncter externo 
da uretra. 
• Logo erros feitos do veromontano para baixo deixam o homem com 
incontinência urinária, tendo que usar fraldas pro resto da vida. 
• Na RTU de próstata só pode mexer do vero para cima. 
 
Vascularização da próstata: 
• São vários raminhos da artéria vesical inferior e pudenda interna, as quais são 
ramos da artéria ilíaca interna (irriga a pelve). 
• A parte venosa é responsabilidade do plexo venoso dorsal, o qual está na 
frente e em cima da próstata, ele corresponde a um chumaço de veias que 
drenam a próstata e o pênis 
• Os linfonodos da próstata drenam para os gânglios obturadores, lembrar da 
fossa obturadora. 
 
 
Vesículas seminais: 
• É o complemento da próstata, possui duas funções, produzir mais ou menos 
metade do esperma e armazenar todo o esperma, 
• São ocas por dentro e preenchidas de liquido seminal. 
• Na cirurgia de câncer de próstata são removidas junto- prostatovesiculectomia 
radical. 
• Desembocam na próstata vesícula seminal mais ducto deferente formando o 
ducto ejaculatório que sai pelo veromontano. 
 
Funículo espermático: 
• Passa por dentro do canal inguinal, quando fica mais largo gera uma hérnia, 
que comunica o abdômen ao escroto. 
• As estruturas que passam pelo canal inguinal formam o funículo espermático. 
• COMPOSIÇÃO: ducto deferente, artéria espermática/gonodal/testicular, artéria 
deferencial (anda junto com o ducto deferente), plexo pampiniforme (rede de 
veias que drenam o testículo, nesse plexo que pode ocorrer a varicocele), 
ductos linfáticos e ramo genital do nervo genitofemoral (esse nervo que causa 
dor no escroto, por isso que a dor sobe para a barriga, pois a inervação é 
compartilhada- isso explica também a irradiação da dor de pedra no rim). 
• OBS- a vascularização do testículo é dupla- se tiver cortado uma artéria, a 
outra compensa. 
 
 
Testículos: 
• Possuem dupla função- hormonal (produzem testosterona) e espermatogênica. 
• Tem 4 cm e pesa 10 a 15 gramas. 
• Normalmente são duplos e recobertos por uma túnica fibrosa grossa que é a 
túnica albugínea (é o que realmente segura o parênquima testicular, dá a 
impressão de dureza ao testículo). 
• Por cima da túnica albugínea ainda tem a túnica vaginal (visceral e parietal) - 
formando a barreira hematotesticular. 
• Se tiver quantidade excessiva de liquido no dentro da túnica vaginal compõe a 
doença chamada de hidrocele. 
• A parte germinativa depende do FSH, as células de sertoli fazem apenas a 
sustentação. 
• As células de Leydig que fazem a produção de testosterona e são mediadas 
pelo LH. 
• Vascularização: 
• Circulação dupla, composta pela artéria testicular (ramo direto da aorta) e 
artéria diferencial. 
• A veia testicular esquerda drena para a veia renal esquerda. 
• A veia testicular direita drena para a veia cava inferior. 
 
Varicocele costuma 
acontecer a esquerda. 
Pênis: 
• As costas do pênis ficam para cima (dorsal) e nessa região passa o feixe 
vasculho-nervoso. 
• Sua principal função é a cópula e ser órgão do aparelho geniturinário. 
• Composto de 2 corpos cavernosos, que se enchem de sangue durante a 
ereção e 1 corpo esponjoso que possui pouca capacidade erétil. 
• O corpo esponjoso é o sítio de proteção da uretra, a glande é uma extensão do 
corpo esponjoso. 
• Essas estruturas são revestidas por uma fáscia resistente, a fáscia de Buck, 
que mantem tudo no lugar e permite que o pênis permaneça distendido. 
• Outra estrutura importante é o ligamento suspensor do pênis. 
 
 
• Uretra masculina: 
• As duas principais formas de se lesar a uretra são do tipo queda a cavaleiro 
(lesão na uretra anterior ou bulbar) e fratura de bacia (lesão na uretra 
posterior). 
• A uretra posterior é formada pela uretra prostática e membranosa (porção mais 
curta de todas, onde está localizado o esfíncter externo da uretra- se lesa gera 
incontinência). 
• A uretra anterior é formada pela uretra bulbar e peniana. 
• Na uretra existem as glândulas de Littre que produzem aquela secreção pré-
ejaculação. 
• A irrigação uretral depende da porção (artéria vesical inferior e retal média). 
 
 
 
 
 DOENÇAS CIRÚRGICAS DA GLÂNDULA ADRENAL: 
• A adrenal é uma glândula endócrina, o urologista que cuida da parte cirúrgica 
dessa glândula- devido a proximidade com os rins. 
• Zona glomerulosa- aldosterona. 
• Zona fasciculada- cortisol. 
• Zona reticular- andrógenos. 
• Medula- catecolaminas. 
• Em sua parte cortical, está relacionada ao eixo hormonal: hipotálamo – hipófise 
– adrenal. 
• Também faz parte da adrenal o sistema renina – angiotensina – aldosterona. 
Esse está relacionado com a pressão arterial e controle dos níveis de 
eletrólitos. 
• Está relacionado ao sistema autônomo, sistema nervoso simpático, por 
produziras catecolaminas (adrenalina, noradrenalina). 
• Doenças podem ter expressões metabólicas e nódulos podem ser produtores 
de hormônios, é necessário avaliar o metabolismo do paciente. 
• SNA- muitas doenças da adrenal não têm expressão clínica, o paciente 
apresenta alteração hormonal. 
• Por ser uma glândula, as doenças da adrenal podem ter expressão metabólica, 
podendo aumentar ou diminuir a produção de diversos hormônios. 
• Então, o problema não é ter um nódulo na adrenal e sim que este nódulo pode 
produzir hormônios e causar várias síndromes- como a síndrome de Cushing 
(aumento do cortisol). 
Anatomia e fisiologia: 
• Está localizado no polo superior renal de ambos os rins. 
• Envolto pela fáscia de Gerota (a gerota envelopa o rim, incluindo a 
suprarrenal). 
Vascularização 
• Arterial – são vários raminhos, controlados com facilidade. Ramos das artérias 
frênica inferior, aorta e renal. 
• Venosa – do lado direito tributa diretamente para a veia cava inferior (lesão na 
veia adrenal gera sangramento importante). O lado esquerdo drena para a veia 
renal esquerda (pra não atravessar a aorta). 
• Controlar as veias adrenais é muito importante, pois as lesões vasculares 
costumam acontecer nas veias. 
• Linfático – drena para região lombar e para-aórtico, sempre lembrar em casos 
de câncer. 
Tumores do córtex da adrenal: 
• Podem ser funcionantes (paciente desenvolve síndrome clínica, por este tumor 
produzir hormônios, até mais do que um ao mesmo tempo). 
• Ou não funcionante (a grande maioria, são chamados de incidentalomas). 
• A única forma de fazer diagnóstico de um tumor não funcionante é por exame 
de imagem, é conhecido como incidentaloma, por ser encontrado por acidente. 
• Esses nódulos podem produzir hormônios: aldosterona, cortisol ou andrógenos 
– cada um desses vai gerar uma síndrome diferente. 
Tumores produtores de aldosterona (zona glomerular) 
• São causados por adenomas e hiperplasia da glândula adrenal. 
• Adenomas são nódulos benignos e hiperplasia de adrenal é um crescimento 
difuso da glândula, mas que também pode levar ao Hiperaldosteronismo. 
• A aldosterona tem função nos néfrons, promovendo a absorção de água e sódio 
e excretando potássio. 
• Assim espera-se que o paciente com Hiperaldosteronismo vai ter 
hipopotassemia (alteração do balanço eletrolítico), hipertensão de origem oculta, 
renina baixa e aldosterona elevada. 
• Quando a doença está diretamente na adrenal, é chamada de 
Hiperaldosteronismo primário ou também chamado de síndrome de Conn. 
• Se for um tumor de hipófise que está estimulando a adrenal a produzir 
aldosterona, se chama Hiperaldosteronismo secundário. 
Tumores produtores de corticosteroides (zona fasciculada) 
• Síndrome de Cushing, nem sempre o paciente apresenta a síndrome clínica. 
• Características – obesidade centrípeta (obesidade no tronco e magreza nos 
membros), giba (corcova) e face em lua cheia. 
• Essas características também podem ser vistas em pacientes recém 
transplantados do rim, por tomarem muito corticoide para reduzir a resposta 
imune. 
• há também alterações do SNC. 
• O cortisol pode interferir na produção de andrógenos, por isso em mulheres pode 
ocorrer virilização (barba, alteração da voz...). 
• O cortisol também está relacionado com o controle da glicemia e pressão, por 
isso seu aumento pode causar hipertensão e diabetes. 
• Diagnóstico – se dosa o cortisol na urina por 24 horas, a dosagem isolada não 
traz benefícios, por o cortisol varia e acordo com o ritmo circadiano. 
Tumores produtores de hormônios sexuais (zona reticulada) 
• Nas mulheres – virilização. 
• Nos homens – ginecomastia e atrofia testicular (por feedback negativo o testículo 
deixa de produzir testosterona, pois já tem em altos níveis no sangue). 
• Diagnóstico – dosagem de Desidroepiandrosterona (DHEA), é suficiente para 
confirmar ou descartar que o tumor seja produtor de hormônios sexuais. 
Tumores da medula 
• Feocromocitoma (em adultos) e neuroblastoma (+ em crianças). 
• Apresentam todos os sinais e sintomas de descarga adrenérgica – hipertensão, 
taquicardia, sudorese e cefaleia. 
• Todas as características de quando você toma um susto, presentes o tempo 
todo. 
• Existem sítios extra adrenais de produção de adrenalina, como os gânglios 
simpáticos paravertebrais. Então, se uma pessoa apresenta síndrome 
adrenérgica e não é encontrado nada nas adrenais nos exames de imagem, 
deve-se procurar nesses locais. 
Feocromocitoma: 
• Tumor produtor de catecolaminas, se mexer nesse tumor ocorre secreção 
abrupta e consequente crise adrenérgica. 
• Existe relação entre o Feocromocitoma e duas doenças; 
• Von Hippel-Lindau, é uma síndrome familiar (genética) que tem relação com o 
câncer de rim, Feocromocitoma e tumores do SNC. 
• Esclerose tuberculosa, está relacionada com a formação de angiomiolipomas 
renais, que são tumores de gordura no rim e também pode causar 
Feocromocitoma. 
• O Feocromocitoma geralmente é um tumor benigno, não é câncer, mas 
eventualmente ele tem características microscópicas de malignidade. 
• Clínica – HAS, taquicardia, sudorese e cefaleia. 
• Diagnóstico – dosagem das metanefrinas urinárias, tomografia de abdômen 
com contraste (sem contraste não enxerga). 
• Tomografia sem contraste serve só pra ver pedra no rim. 
• Tratamento – é preciso remover a adrenal do lado acometido, não existe 
tratamento clínico. 
• Para cirurgia o preparo pré-operatório é muito importante, pois o tumor é 
secretor de catecolaminas. Quando o tumor é manipulado libera quantidades 
absurdas de catecolaminas, aumentando mais ainda a pressão arterial. 
• Assim, antes da cirurgia, é necessário fazer o bloqueio adrenérgico e, mesmo 
fazendo, não é incomum ter crises hipertensivas durante a cirurgia. 
Neuroblastoma: 
• É o principal diagnóstico diferencial do Feocromocitoma, mas é mais comum em 
crianças (3° mais comum). 
• Tumor maligno, pode também ser extra-adrenal e estar localizado nos gânglios. 
• Diagnóstico – dosagem de metanefrina e ácido vanilmandélico. Tomografia de 
abdômen com contraste. 
• Como é uma massa grande faz diagnóstico diferencial com o tumor de Wilms, 
entretanto esse não aumenta as catecolaminas. É o principal tumor renal na 
infância (exame de imagem para diferenciação). 
Carcinoma de adrenal: 
• É uma neoplasia incomum/rara, extremamente agressiva e com prognóstico 
muito ruim (sobrevida em 5 anos-30%). A única forma de salvar o paciente é 
fazendo o diagnóstico antes dos sintomas, pois geralmente é descoberto quando 
já tem câncer localmente avançado ou metastático. 
• 60% é funcionante, então, a outra metade só vai descobrir o câncer quando for 
metastático. A não ser que seja descoberto acidentalmente, por exemplo, 
paciente realizado TC de abdômen (> 5 cm é altamente sugestivo). 
• Síndrome endócrina ou massa palpável – pode produzir 1 ou mais hormônios. 
• Não responde bem aos tratamentos complementares. 
Diagnóstico 
• O diagnóstico e o estadiamento é feito pela tomografia de abdômen. 
• Na tomografia são vistas as características do tumor localmente (T), os 
linfonodos (N). Pode-se pedir um raio-x de tórax para ver se há metástases 
pulmonares (M), pois o pulmão e o fígado são os sítios mais comuns de 
metástase. 
Tratamento 
• A cirurgia é o único tratamento curativo, em outros tumores a quimioterapia pode 
curar, mas no tumor de adrenal se a cirurgia não for feita não há chances de 
cura. 
• Quimioterapia é apenas paliativo (ganhar sobrevida), é considerado tratamento 
coadjuvante. 
Tumor de adrenal metastático 
• O tumor de adrenal pode ser causado por metástases vindas de outros locais, 
logo a adrenal é um sítio comum de metástases. 
• 50% das lesões metastáticas são bilaterais, assim, se chega um paciente com 
tumor de adrenal bilateral suspeita-se que o tumor não é primário de adrenal e 
sim uma metástase. 
• Os cânceres mais comuns que causam metástases adrenaissão – melanoma, 
rim, pulmão e mama. 
• O tratamento da metástase é feito de acordo com o tumor primário. 
Diagnóstico laboratorial 
• Quando chega um paciente com suspeita de um tumor de adrenal o diagnóstico 
laboratorial nada mais é do que checar todas as alterações metabólicas. 
• Dosagem sérica – ACTH, cortisol (após a estimulação por dexametasona), 
andrógenos, estradiol, atividade da renina, aldosterona. 
• Dosagem urinária (24 horas) – cortisol, ácido vanilmandélico (não é errado, mas 
não é a evidência mais moderna) e metanefrinas. 
Diagnóstico por imagem 
• A ultrassonografia pode até fazer o diagnóstico, muitas vezes a pessoa descobre 
acidentalmente, enquanto está fazendo esse exame, mas a sensibilidade para 
tumores pequenos é baixa, não sendo de longe, o melhor exame para fazer o 
diagnóstico. 
• Exame padrão ouro – tomografia com contraste, serve tanto para o diagnóstico, 
quanto para o estadiamento local, linfonodos e metástases. 
• Em pacientes que não podem fazer tomo com contraste (por alergia), gestantes 
e pacientes com insuficiência renal se recomenda a ressonância magnética, tem 
eficácia semelhante, entretanto é mais cara. 
Tratamento 
• Cirurgia é o tratamento para nódulos adrenais. 
• Manipulação mínima do tumor na cirurgia. 
• Ligadura precoce da veia adrenal, visto que os tumores atingem a circulação 
dessa forma. 
• Remoção da gordura peri-adrenal, pois o câncer pode enraizar nessa gordura. 
• Adrenalectomia laparoscópica é o método de eleição. 
• Funcionantes – sempre opera (não tem sentido deixar todos os sintomas das 
síndromes). 
• Não funcionantes – opera, pois mesmo não sendo câncer existe risco de 
evolução para neoplasia. 
Seguimento/Follow up 
• No mínimo 5 anos, a cada 6 meses nos primeiros 2 anos e após 2 anos se faz 
anual. 
• A maioria dos protocolos manda fazer TC de abdômen e perfil hormonal 
completo. 
 
 
 
 
 DOENÇAS BENIGNAS DA PRÓSTATA: 
Anatomia 
• a próstata é um órgão glandular que está localizado na pelve, na bacia 
masculina, e tem um formato de pirâmide invertida, sendo o ápice a parte em 
contato com a uretra membranosa e a base a parte que está em contato com o 
colo vesical. 
• Na parte anterior da próstata temos um espaço chamado de espaço de Retzius 
que é o mesmo espaço que está localizado na frente da bexiga. 
• Então a bexiga e a próstata têm um tecido gorduroso anteriormente, chamado 
de espaço de Retzius. Já na face posterior temos a fáscia de Denovilliers que 
separa o reto da próstata. 
• Essa fáscia de Denovilliers é bem fina e serve de limite para não lesar o reto 
durante a cirurgia. 
• Nas bordas laterais da próstata passa um feixe vasculonervoso (nervo 
cavernoso), esse nervo é um dos mais importantes no controle da função erétil. 
Por isso, a prostatectomia radical tem uma fama negativa, procedimentos para 
doenças benignas não costumam evoluir para disfunção. 
 
Fisiologia da próstata 
• É uma glândula exócrina, portanto produz secreções que vão para o meio 
externo. Produz metade do líquido espermático. 
• A próstata não produz nenhum tipo de secreção hormonal, porém ela é um tecido 
altamente sensível aos hormônios, aos andrógenos, principalmente a 
dihidrodrostestosterona. 
• Composta pelo estroma e uma cápsula de músculo liso. 
• O estímulo hormonal ao longo do tempo sobre a próstata faz com que ela 
aumente de volume, causando uma série de problemas. 
• Hormônio sensível a DHT, que faz aumentar o epitélio (desenvolvimento de 
doenças, quase todos os problemas nesse órgão dependem da testosterona). 
• As células da próstata são dividas em 2 grandes grupos: o componente glandular 
(é o epitélio prostático, produz secreção seminal), o estroma e a cápsula – o 
estroma é um tecido de sustentação, já a cápsula prostática é fibromuscular, em 
que o músculo liso é controlado pelo SNA. 
Zona de transição – fica ao redor da uretra, a doença 
que costuma aparecer nessa região é a hiperplasia 
prostática benigna. A próstata cresce e aperta a 
uretra prostática (paciente urina mal). 
Zona periférica – está localizada na periferia da 
próstata, nessa região que se costuma encontrar o 
câncer. Por isso o exame de toque, pois ao colocar o 
dedo no reto do paciente palpamos toda a região da 
zona periférica. 
• Se o músculo liso da cápsula for hipertônico, vai espremer a uretra prostática e 
vai causar dificuldade para urinar. 
Semiologia da próstata 
• LUTS – sintomas do trato urinário inferior. 
• Retenção urinária, dor irradiada/perineal (prostatite aguda). 
• Alguns pacientes só se descobre que tem problemas na próstata, porque eles 
apresentam sintomas secundários. No caso da HPB, o mais importante deles é 
a insuficiência renal. 
• Os antecedentes familiares são muito importantes (exemplo- câncer). 
LUTS 
• A bexiga possui duas funções, uma delas é armazenar urina e a outra é esvaziar. 
• Os sintomas do trato urinário baixo podem estar relacionados tanto com a fase 
de enchimento quanto a de esvaziamento. 
• Fase de enchimento – frequência (antigamente ele urinava 4x e agora urina 10x), 
a bexiga não esvazia completamente (resíduos), urgência/urgicontinência, 
polaciúria/nictúria (acordar mais de uma vez a noite para urinar) e disuria. 
• Fase de esvaziamento – jato fraco, hesitação, intermitência (urinar em parcelas), 
esvaziamento incompleto (parece que sobra resto) e gotejamento terminal 
(aumento, um pouco é normal). 
 
• Exame físico – verificar se o paciente está corado (câncer da anemia), hidratado 
e pulso. Avaliar o abdômen (rim normalmente não é palpável) e exame digital 
retal. 
• Exame digital retal – a próstata está na parede anterior do reto, ela é uma 
bolotinha do tamanho de uma noz que deve ter a consistência fibroelástica 
(consistência da ponta de um nariz não operado). Devemos sempre procurar por 
nódulos, caroços, comparar a simetria entre os dois lobos e por último lembrar 
dos limites (caso tenha um tumor não se sente os limites). 
Exames complementares 
• PSA – é o antígeno específico da próstata, não é específico do câncer de 
próstata, se ele está elevado só indica que algo está errado na próstata. As 
doenças que mais causam alteração de PSA são as prostatites agudas e o 
infarto prostático. 
• Ureia e creatinina – são exames de função renal, dizem se o problema na 
próstata está influenciando os rins (insuficiência renal por causa obstrutiva). 
• Urocultura – no homem infecções urinárias não são comuns, caso apareça deve-
se investigar. 
• US de próstata via transabdominal – muito usado para verificar o volume da 
próstata, é o exame padrão. 
• US via transrretal – é usado para guiar a biópsia da próstata. 
Hiperplasia prostática benigna: 
• Hiperplasia é o aumento do número de células, logo, o componente glandular 
realmente aumenta. 
• É o tumor benigno mais comum em homens, hereditariedade e via de regra 
pacientes de raça negra tem mais risco. 
• Aumento da zona transicional (miolo da próstata) - comprimi a uretra, é uma 
obstrução mecânica. Inibidor da 5 alfa-redutase. 
• Componente dinâmico – tônus da cápsula prostática de músculo liso, 
dependente do SNA, por isso os sintomas podem variar. Alfa bloqueador. 
• Os sintomas não dependem do volume prostático, paciente com próstata normal 
pode ter dificuldade em urinar. 
História natural (obstrução infravesical) 
1. Começa com um quadro obstrutivo – dificuldade para urinar. 
2. Com isso, o músculo detrusor fica hipertrofiado e a bexiga vai espessando. 
3. Com o tempo o músculo começa a ficar atrofiado, até chegar numa fase 
chamada de hipotonia do detrusor. O paciente perde a função contrátil da bexiga, 
quando chega nesse ponto não tem mais o que fazer (falência do detrusor). 
4. O paciente com HPB pode ter retenção urinária, sendo necessário a passagem 
de sonda de alívio. 
• Pacientes com hiperplasia são mais suscetíveisas infecções, pois a urina 
estagnada se torna um ótimo meio de cultura para o crescimento bacteriano. 
• Pode também ocorrer cálculos na bexiga, que nasceram e cresceram ali, devido 
a estase e consequente cristalização dos sais presentes na urina. 
• Por último pode acontecer uma insuficiência renal obstrutiva e óbito em 
decorrência da falência renal. 
 
Exames complementares 
• PSA e biópsia – método de exclusão/confirmação de câncer de próstata. Biópsia 
serve para descartar câncer e não diagnosticar HPB. 
• Função renal – sempre pedir, serve para classificar a IR como obstrutiva ou não. 
• Parcial de urina com cultura – para analisar a presença de infecção, podendo 
ser causada por uma hiperplasia. 
• Ultrassom de próstata – exame que mede o volume da próstata, importante por 
conseguir demostrar o resíduo pós-miccional. 
• Urodinâmica e uretrocistoscopia – são exames usados em casos especiais, em 
pacientes que já fizeram cirurgia, pacientes que estão com dificuldade de urinar, 
mas não necessariamente relacionados a próstata. 
 
• Diagnóstico diferencial: estenose de uretra (componente inflamatório ou 
traumático, estreita qualquer parte da uretra, diferente da HPB que estreita 
só a uretra prostática), câncer de próstata, litíase, infecção urinária, bexiga 
neurogênica e câncer de bexiga. 
 
Tratamento clínico 
• Bloqueadores alfa-adrenérgicos – atuam sobre a musculatura lisa, 
diminuindo o tônus da cápsula prostática e melhorando o componente 
dinâmico. Causam hipotensão, os principais são a doxazosina, alfuzosina e 
prazosina. Causam ejaculação retrógrada, no momento da ejaculação o 
sêmen vai para a bexiga. 
 
• Inibidores da 5 alfa-redutase, diminui a conversão de testosterona em di-
hidrotestosterona e, isso diminui o volume epitelial. Finasterida, diminui o 
volume prostático (30%), no entanto o tratamento é bem demorado, pelo 
menos 6 meses. 
• OBS: ocorre a diminuição em 2 vezes do PSA, portanto deve-se multiplicar 
por 2 em pacientes que usam finasterida. Existe um medicamento com ação 
mais veloz, chamado de Dutasterida. 
• Terapia combinada – um melhora os sintomas e o outro a doença, hoje em 
dia é o tratamento padrão, é usado em próstatas maiores que 50 gramas 
(menor que isso dá só alfa bloqueador). 
Cirurgia 
• Quando operar – LUTS grave, falha do tratamento clínico, retenção 
urinária/resíduo, hematúria, ITU de repetição, litíase vesical, hidronefrose 
bilateral e IR. 
• RTUP – tratamento endoscópico, pouco invasivo, uado em próstatas de até 80 
gramas. Pode gerar ejaculação retrógrada, incontinência (0,1%), disfunção erétil 
(5-10%). Raspa-se o miolo da próstata, longe dos nervos. 
• RTUP não se usa em próstatas maiores pois pode gerar síndrome da intoxicação 
hídrica, devido a água destilada que gera hiponatremia e hemólise. 
 
 
 
 
 
 
 
 CÂNCER DE PRÓSTATA: 
• 2°causa mais comum de morte em homens no brasil. 
• O câncer de próstata é indolente (cresce lentamente), por isso nem todos os 
homens com câncer de próstata morrem do câncer. 
• Ocorre um hipertratamento, pois a maioria dos canceres não deviam ser 
operados. 
• O maior fator de risco é a idade, 1 em cada 8 homens com mais de 60 anos tem 
câncer de próstata. 
Fatores de risco 
• A partir dos 50 anos seguir protocolo de rastreamento. 
• História familiar (anamnese), 1 parente de primeiro grau aumenta em 3 vezes a 
chance e 2 parentes de primeiro grau aumenta em 10 vezes. 
• Raça negra, pacientes negros tem mais chances de todas as doenças 
prostáticas. 
• Alimentos gordurosos, não é específico, é fator de risco para qualquer câncer. 
• Tabagismo, é mais relevante para câncer de bexiga, para a próstata não é muito 
relevante. 
Patologia 
• 95% é adenocarcinoma, de origem glandular. 
• Sarcomas são incomuns. 
• Estudo imuno-histoquímica – usado quando há dúvida em relação a biópsia, é 
um método confirmatório, ou seja, se a imuno-histoquímica confirmou que é 
câncer já pode começar a tratar. Tinta imunológica, as células se coram. 
Escore de Gleason 
• Gradua a agressividade do câncer de próstata, vê a arquitetura glandular, o 
patologista dá uma nota de 1 a 5 e daí calcula a soma das duas populações mais 
frequentes (grau de diferenciação celular). 
• N1+N2, os tumores de próstata não são homogêneos. 
• Bem diferenciado – 2 a 4. 
• Moderadamente – 5 a 7. 
• Pouco diferenciado (mais agressivo) – 8 a 10. 
Quadro clínico 
• Assintomático, se o paciente tiver sintoma provavelmente o câncer está 
avançado. 
• O câncer de próstata geralmente é descoberto por rastreamento, pois é pouco 
sintomático na fase inicial. 
• Câncer de próstata, mama e colo de útero, são os tumores mais frequentes e 
só dão sintomas em fases mais avançadas. 
• LUTS – para estar urinando mal quer dizer que a massa é grande o suficiente 
para comprimir a uretra. 
• Hematúria – quer dizer que o tumor ulcerou para dentro e está sangrando. 
• Obstrução – sinal de infiltração tumoral. 
• Dor óssea – metástase. 
• Síndrome medular – metástase na coluna. 
• Linfedema de membro inferior – metástase linfática. 
Rastreamento 
• Todo paciente homem com mais de 45 anos. 
• Situação especial, 40 anos com história familiar. 
• O rastreamento é composto por uma dosagem do PSA e o toque retal. 
• Acurácia de 90% 
• Quase 1/3 dos tumores cursam dos tumores cursam com PSA normal. 
• Exame digital retal – a próstata fica na parede anterior do reto, é avaliada a 
consistência fibroelástica e a presença de alguma lesão focal. A presença de um 
nódulo ou uma parte endurecida indica realização de biópsia. 
• PSA – rastreamento, específico para próstata e não para o câncer de próstata. 
Sobe em qualquer doença da próstata, como câncer, prostatite, infarto prostático 
e hiperplasia. O normal é < 4 ng/ml, de 4 a 10 é a zona cinzenta (dúvida, deve-
se pedir o refinamento), 10 ng/ml é obrigado a fazer biópsia. 
 
Refinamento do PSA 
• evitar biópsias desnecessárias, usado para pacientes na zona cinzenta. 
• PSA livre/total – menos que 18% provável câncer, deve-se fazer biópsia. Se 
maior que 18% provavelmente é benigno (prostatite, hiperplasia). 
• PSA velocidade – mais que 0,75/ng/ml/ano deve-se fazer biópsia. 
Ressonância multiparamétrica da próstata 
• Avalia também as propriedades físicas da próstata, diz as chances de ser 
câncer. 
• É como se fosse a mamografia da próstata, chance pequena, média ou alta do 
paciente ter câncer. 
• Usada como se fosse o refinamento do PSA, mas através do exame de imagem, 
faz o mapa da difusão de água no tecido. 
• Estratifica o risco de neoplasias (PI-RADS). 
• Não faz diagnóstico de câncer, quem faz diagnóstico é a biopsia. 
• Por exemplo, se o PSA vier alto e o PI-RADS vier com risco baixo o paciente 
não precisa fazer biópsia. 
Biópsia de próstata 
• Guiada por ultrassonografia transrretal, feita em casos de PSA elevado, toque 
alterado ou ressonância multiparamétrica com PI-RADS indicando risco. 
• Divide a próstata em 6 sextantes e de cada um tira 2 fragmentos, a maioria das 
biopsias são 12 fragmentos. 
• Se a ressonância multiparametrica mostrar um local de lesão deve-se retirar 
mais fragmentos desse local. 
• A tecnologia mais avançada usa sobreposição de imagem, coloca a imagem da 
ressonância sobre a do ultrassom. A sobreposição permite fazer a biopsia no 
local exato da lesão. 
• Com sedação e antibiótico terapia. 
• Riscos – infecção e sangramento. 
Estadiamento 
• A primeira coisa que se faz após diagnosticar um câncer é o estadiamento, pois 
é através dele que se toma as próximas condutas. 
• Paciente alto risco (Gleason >6 ou PSA >10) – só os pacientes de alto rico 
precisam estadiar, fora dessa situação vai direto para o tratamento. 
• Se o PSA <10 e Gleason <7 já se sabe que a doença não está avançada,trata-
se como uma doença inicial. 
• Exames usados para o estadiamento – cintilografia óssea (local comum de 
metástase) e tomografia de pelve (identificar os linfonodos). 
• Estadiamento TNM – tumor, linfonodos (disseminação linfática) e metástases 
(via hematogênica). 
• T1 – identificado através de rastreamento, não tinha nenhuma alteração no 
exame físico. 
• T4 – tumor invadindo a bexiga, reto, tecidos moles e pênis. 
• M – M0 ou M1, pois se tiver metástases já é avançado, não importa quantas tem. 
 
Tratamento 
• Pode ser observação vigiada, prostatectomia radical, radioterapia externa, 
bloqueio hormonal e quimioterapia. 
 
• Essa imagem é uma linha do tempo que esquematiza a evolução da doença e 
os tratamentos que podem ser usados. 
• Se o câncer não saiu dos limites da próstata, sem metástases linfonodais ou a 
distância, qualquer tratamento costuma funcionar (cirurgia, radio ou vigilância). 
• A vigilância é muito usada em casos que se deseja retardar o tratamento 
(paciente quer ter filhos), em homens idosos, cardiopatas e com outros 
problemas. 
Câncer localmente avançado 
• Não tem metástase a distância e não tem metástase linfonodal, mas está 
enraizado localmente. 
• Nesse caso a cirurgia não é mais indicada, pois não vai conseguir tirar o tumor 
inteiro e há grandes chances de lesionar as estruturas adjacentes. 
• O indicado é radioterapia, pois tem uma área estendida (campo de radiação) e 
consegue eliminar as raízes sem remover o tumor. 
Câncer metastático 
• Mais ou menos 2-6 anos de evolução. 
• Não existe chance nenhuma de tratamento curativo, apenas paliativo. 
• Geralmente tratamento hormonal (suprimir toda a testosterona do paciente, até 
chegar a zero). 
• Quando a hormônio terapia começar a falhar (de 2 a 3 anos), daí começa a 
quimioterapia. O tumor se tornou hormônio independente. 
Prostatectomia radical 
• Retirada da próstata e das vesículas seminais. 
• Tumores localizados (T1 e T2). 
• Anastomose da bexiga com a uretra. 
• Pode gerar incontinência e disfunção erétil. 
• Pode ser feita por método aberto, videolaparoscópica e robótica. 
• A chance de cura é igual nos 3 métodos acima, a vantagem da robótica e 
videolaparoscópica é a menor invasão, com melhor recuperação do paciente. 
• Tira a próstata, vai ficar um buraco na bexiga e uma parte livre na uretra, une o 
colo da bexiga diretamente a uretra membranosa. 
• Lembrar que na uretra membranosa que fica o esfíncter, por isso o risco de 
incontinência após a cirurgia. 
Prostatectomia radical – complicações 
• Disfunção erétil (até 80%), pode-se dizer que no primeiro ano pós cirurgia quase 
100% dos pacientes terão disfunção erétil. Leve (Viagra), grave (prótese). 
• Incontinência urinária (10-30%), hoje em dia pode se considerar 10% devido as 
técnicas mais avançadas, é a pior complicação. Estenose uretral – sondagem, 
cirurgia endoscópica. Estenose do colo vesical (anastomose). 
Radioterapia 
• Com a radioterapia moderna, a eficácia é muito parecida com a da 
prostatectomia radical. 
• A cirurgia é preferível em pacientes mais jovens, pois caso ocorra recidiva, há a 
chance de fazer a radioterapia. Se guarda uma alternativa para o futuro. 
• Se fizer radioterapia primeiro e recidivar, não se pode operar, devido a 
queimadura. 
• A radioterapia é adotada em pacientes com mais idade ou com comorbidades e 
tumor avançado. 
• OBS – radioterapia queima o esfíncter e o feixe vasculonervoso, com o tempo 
terá prejuízos (a incontinência leva um tempo pra aparecer, mas aparece). 
• Hoje existe a radioterapia conformacional ou incidência modulada, que 
melhorou a mira da radioterapia, isso fez com que a eficácia melhorasse e os 
danos secundários nos órgãos vizinhos diminuíssem. 
• Pode ser combinado com bloqueio hormonal, diminuindo a atividade do tumor 
para a radioterapia ter mais eficácia. 
Bloqueio hormonal 
• A ideia é diminuir a atividade tumoral. 
• Paciente já com metástase de coluna não vai para a cirurgia e nem para a 
radioterapia. 
• Sinônimo de castração, é suprimir toda a testosterona do paciente, a níveis 
próximos de zero. 
• Pode ser feito através de medicamentos ou pela remoção cirúrgica dos testículos 
(orquiectomia). 
• A orquiectomia bilateral pode ser usada para os pacientes SUS e para os 
pacientes que você vai perder o contato (não sabe se o paciente vai seguir o 
tratamento). É bem rara atualmente. 
• Usa em doença metastática ou como adjuvante na radioterapia. 
• Resposta em 70% a 80% dos casos (muito boa). Chega um senhorzinho 
magrinho, corcunda... faz o bloqueio e melhora, porque a massa tumoral diminui. 
• Testosterona – 95% é produzida pelos testículos, a medicação bloqueia o eixo 
hipotálamo-hipófise-testículo. 
• Pode usar uma medicação que bloqueie qualquer parte do eixo, para diminuir a 
produção de testosterona. 
• Tratamento provisório, pois algum tempo depois o tumor aprende a sobreviver 
sem o hormônio (perde a eficácia com o tempo). 
Quimioterapia 
• Pra esse tipo de câncer não presta muito, seu uso é bem questionável. 
• Só é indicada após a falência do bloqueio hormonal, mesmo com testosterona 
zero o tumor se adaptou. 
• Aumento discreto da sobrevida (meses). 
• Quimioterapia é o fim da linha para o câncer de próstata. Para um linfoma, por 
exemplo, é uma boa opção. 
 
 PROSTATITES: 
• É a doença inflamatória da próstata, podendo ser aguda, infecciosa ou crônica. 
• A prostatite aguda é sempre bacteriana, quase sempre causada por E. coli, que 
é o que mais causa infecção urinária. 
• A prostatite aguda nada mais é que uma infecção urinária, em que as bactérias 
ao invés de irem para a bexiga, entraram no ducto ejaculatório e pararam dentro 
da próstata. 
• Prostatite aguda – E. coli (imensa maioria), S faecalis, C. tracomatis (clamídia) 
e N. gonorrhoeae (gonorreia). 
• Paciente jovem com atividade sexual suspeita, suspeitar que a prostatite é 
causada por DST. 
• No caso da prostatite crônica ela pode ser também bacteriana, mas é um 
processo infeccioso frio, que não evolui rapidamente. 
• O diagnóstico de prostatite aguda é relativamente fácil, o paciente vem 
apresentando síndrome infecciosa, febre, calafrio, queda do bom estado geral. 
Pode ainda apresentar dor perineal, LUTS, próstata inflamada (ela edemaciada, 
tem sintomas de hiperplasia). 
• A prostatite crônica pode ser bacteriana (normalmente), mas também pode ser 
síndrome da dor pélvica crônica (fibromialgia do urologista). 
 
Prostatite aguda 
• Diagnóstico – o toque é questionável, evita-se fazer, pois a próstata está cheia 
de bactérias e se você ficar cutucando vai espalhar para todo o lado 
(bacteremia). 
• Caso se faça o toque, vai sentir uma próstata amolecida, maior em volume e 
inflamada. 
• A prostatite aguda é uma das coisas que faz o PSA subir bastante. 
• Teste dos dois frascos – em um primeiro momento o paciente urina em um 
potinho e depois se deita na cama e o médico faz o toque retal por 5 minutos 
para estimular a próstata. Depois de 5 minutos massageando, pode-se para o 
paciente urinar novamente no potinho para tentar pegar a secreção prostática. 
• Na maioria das vezes prefere-se por fazer o teste terapêutico, ou seja, você vai 
iniciar o tratamento para prostatite aguda e vai acompanhando a evolução do 
paciente. 
• Tratamento – Bactrim (sulfametoxazol+trimetoprima), sulfas ou as Quinolonas 
(que são as drogas mais usadas com um bom espectro). 
• Para tratar prostatite deve-se usar de 4 a 6 semanas o antibiótico, pois ele não 
penetra bem na próstata, não pode interromper o tratamento. 
• Se o paciente tiver um abcesso prostático, que é super raro, é necessário realizar 
a drenagem. 
• Dor perineal – local de irradiação da dor prostática (embaixo do saco). 
• LUTS – a próstata incha e espremea uretra. 
• Retenção urinária – precisando sondar. 
• PSA muito elevado, podendo chegar a 50/100 ng. 
• O diagnóstico de prostatite é clínico. 
Síndrome infecciosa 
• Febre, calafrios e redução do estado geral. 
• Infecção de órgão sólido geralmente gera sintomas sistêmicos, por exemplo, 
pielonefrite, prostatite, orquite. 
• Cistite não gera sintomas sistêmicos, isso é um importante marco clínico, pós se 
o paciente tem dificuldade para urinar, ardência, urina de pingo em pingo e tem 
febre não é só uma cistite. Nas mulheres geralmente é pielonefrite e nos homens 
geralmente é prostatite. 
 
Prostatite crônica 
• Caso seja bacteriana, os sintomas são os mesmos, só que mais arrastados. 
• É difícil diferenciar prostatite crônica de hiperplasia de próstata, o que ajuda no 
diagnóstico é a dor perineal (hiperplasia não dá dor no períneo) e a infecção 
urinária de repetição. 
• A prostatite crônica também pode dar PSA elevado, só que não igual a aguda, 
que pode chegar até 1000. 
• Caso você de antibiótico e não melhore, fez o teste dos dois frascos e não veio 
cultura, provavelmente é dor pélvica crônica e daí tem que tratar como qualquer 
síndrome dolorosa crônica. 
• Síndrome da dor pélvica crônica – pode dar alfa bloqueador (se o paciente urinar 
mal), pode dar AINES (se ele tem muita dor) e pode dar antidepressivos 
(amitriptilina, para dor crônica é muito bom). 
• A principal diferença entre a prostatite aguda e a crônica, é que a crônica não 
tem síndrome infecciosa, por isso é chamada de um processo frio. A próstata 
está inflamada, mas não tem nenhum acometimento sistêmico, não tem febre, 
calafrios e queda do estado geral. 
• Tratamento – na bacteriana é o mesmo da aguda, Bactrim ou Quinolonas por 4 
a 6 semanas. 
 INFECÇÕES DO TRATO GENITO-URINÁRIO: 
• Ocorre a associação entre a colonização bacteriana da urina e a resposta 
inflamatória do hospedeiro. 
• 50% das mulheres vão ter pelo menos um episódio de infecção urinária durante 
a vida. 
• Virulência do agente (fatores agressores) x defesa do hospedeiro (fatores 
protetores) = infecção (quando pende pro lado das bactérias). 
• A virulência é a agressividade do invasor, é a capacidade dele em causar 
doenças. Já os fatores protetores são vários, o principal deles é o clearence 
urinário (a passagem da urina pela bexiga vai fazendo a limpeza mecânica). 
Epidemiologia 
• Até os 6 meses a ITU predomina em meninos, passando essa fase a curva se 
desloca radicalmente para o lado das mulheres, podendo afirmar que a ITU é 
uma doença predominantemente feminina. 
• Fimose – é um dos fatores possivelmente relacionados a ITU, lembrando que 
recém nascidos tem fimose fisiológica. 
• Malformações do TU – 10% das infecções urinárias na infância estão 
relacionadas a malformações congênitas, como a doença do refluxo vesico 
ureteral ou estenose da JUP (junção uretero-pélvica). Sempre é necessário 
questionar se há alguma malformação quando encontrar uma criança com 
infecção urinária. 
• Refluxo – dentre as malformações, o refluxo vesico ureteral é a mais importante, 
1/3 dos pacientes com refluxo vão ter infecção e muitas vezes infecções renais. 
• Adultos – homem não é pra ter infecção, se ele tem você deve pensar que há 
algo de errado, que causou aquela infecção (exceção, extremos de idade). 
• Nas mulheres piora com o início da atividade sexual, gestação. 
• Idosos – depois dos 65 anos a prevalência volta para os homens, devido a 
obstrução urinária (HPB) e estase urinária. 
• Doenças associadas – câncer, quimioterapia, HIV e diabetes. 
• Diabetes chama a atenção (20% de incidência) – pacientes diabéticos, com a 
doença mal controlada, devem prestar atenção em infecções. 
• Até 50% dos pacientes pode ter bacteriúria assintomática (há colonização das 
bactérias, mas não uma resposta do hospedeiro). Atualmente não há indicação 
de tratamento nos diabéticos – desde que realmente não tenham sintomas. 
 
Microbiologia 
• Escherichia coli – 70 a 80% dos casos, tem origem no TGI (sítio nativo), higiene 
tem relação, mas não costuma ser o fator mais importante. Transmissão ocorre 
mesmo sem o contato direto. 
• Proteus mirabillis – 5% dos casos, relacionado com um tipo específico de cálculo 
renal (cálculo coraliforme), que é grande e assume a forma de um coral dentro 
do rim. Ele está relacionado com as bactérias produtoras de urease, a mais 
comum é a Proteus mirabillis. 
• A maioria é gram negativo (escolha do antibiótico de forma empírica). 
• Para gerar uma infecção é uma bactéria muito virulenta ou a pessoa está com 
um mecanismo de defesa muito ruim. 
Via ascendente de contaminação 
• A infecção é pela via ascendente, de baixo para cima, de fora para dentro. 
• Por isso, as mulheres têm mais chance de contrair a ITU, pois tem a uretra mais 
curta (4 cm) que os homens (15 cm). 
• Vai da uretra pra bexiga e, se não tratada pode atingir os rins e causar sepse. 
• Existe de forma não ascendente, mas é o incomum. Exemplo – abcesso na 
orelha, cai na circulação, abcesso renal. 
Classificação: 
1. Localização - 
• Trato urinário inferior/infecções urinárias baixas; 
• Só gera sintomas locais, nenhum sintoma geral (febre, calafrio). Cistite 
incomoda muito, mas não costuma evoluir com síndrome infecciosa. 
• Quando em trato urinário superior – infecções mais graves, geram sintomas 
locais e generalizados, como febre, calafrios, sepse e até morte. Não é incomum 
jovens morrerem de pielonefrite. 
2. Complexidade – 
• Não complicadas, em mulheres e sem nenhum fator anatômico associado. 
• Complicadas, qualquer ITU que não seja simples, com complicações 
associadas, sintomas > 7dias, associada a diabete mellitus, gravidez ou 
imunossupressão; 
• Insuficiência renal (menos limpeza mecânica do TGU), alterações anatômicas 
do TGU (estenose de uretra, HPB e estenose da JUP), cálculo ou corpo estranho 
(cateter duplo J), infecção hospitalar, falha terapêutica e manipulação recente do 
trato urinário. 
• Bacteriúria assintomática – há bactéria na urina, mas o paciente não sente nada. 
Comum na terceira idade, quanto mais trata, mais a bactéria fica resistente e 
difícil de eliminar. Para a maioria dos casos o certo seria acompanhar e não 
tratar. 
Infecções do trato urinário inferior – cistite: 
• Não pode ter sintomas sistêmicos, como febre e queda do estado geral. 
• Paciente estava bem, acordou com ardência urinária, urinando de pingo em 
pingo e um tempo depois teve febre. Essa paciente não tem cistite, mas sim uma 
infecção de órgão sólido, provavelmente pielonefrite (se fosse homem se 
pensaria também em testículo e próstata). 
• Infecção bacteriana aguda da bexiga – geralmente a mulher está bem e começa 
agudamente com disúria, polaciúria e urgência miccional. 
• 11% das mulheres/ano, 50% de todas as mulheres vão ter em algum momento. 
• Afeta principalmente mulheres jovens, gera impacto econômico, tanto pelo 
número de consultas, quanto pelas faltas no trabalho. 
Fatores de risco 
• Sexo feminino – fator anatômico. 
• Constipação crônica – carga maior de microrganismos (sítio de bactérias). 
• Baixa ingestão hídrica – diminuição da limpeza mecânica da urina. 
• Frequência de atividade sexual – acima de 3 vezes por semana aumenta o risco 
de cistite. Também pode-se recomendar urinar antes e após a relação e evitar 
duchas (lavar demais aumenta o risco de infecção, por destruir a flora local). 
• Retardar a micção/hábito retencionista – isso facilita as bactérias subirem pela 
uretra e chegarem até a bexiga. 
• Hipoestrogenismo – menopausa – epitélio da mucosa vaginal e uretral são 
hormônio-sensível. A menopausa gera atrofia da mucosa e aumento das 
infecções. 
• Distopias genitais – alteração anatômica, como cistocele (bexiga caída), retocele 
(reto caído) e prolapso uterino. 
• Disfunções miccionais, como trauma raquimedular, paraplégico – bexiganão 
funciona – estase urinária. 
• Litíase urinária – a urina é estéril, mas a pedra não. 
Diagnóstico 
• Início súbito, com rápida evolução. 
• Disúria e polaciúria (urina de pingo em pingo). 
• Urgência miccional e dor suprapúbica (nem sempre tem). 
• Hematúria pode estar presente e não denota nenhum sinal de gravidade na 
infecção. 
• Em pacientes com mais de 50 anos e tabagistas é preciso investigar câncer de 
bexiga. 
• Ausência de febre – não pode ter nenhum sintoma sistêmico. Se tiver, pensar 
em pielonefrite aguda. 
• Dor a palpação no hipogástrio, exame físico acrescenta pouco. 
• Sinal de Giordano negativo. 
• Exame laboratorial – parcial de urina, leucocitúria e cultura de urina (positiva, 
com mais de 100.000 unidades formadoras de colônia/ml). 
• Quando há qualquer bactéria na cultura de urina, mas com menos de 100.000 
UFC/ml não é um achado diagnóstico. 
Diagnósticos diferencias 
• Câncer de bexiga – mais hematúria e menos sintomas urinários. 
• Tuberculose urinária – leucocitúria e com cultura de urina negativa. Embora o 
contágio seja pulmonar, a tuberculose pode aparecer em qualquer lugar, a 
bactéria da TB urinária não aparece em exames comuns, por isso depende de 
suspeita para pedir o exame específico. 
• Litíase vesical, HPB, bexiga hiperativa, bexiga neurogênica e dor pélvica 
crônica. 
Tratamentos 
• A maioria dos protocolos permite tratar ITU, principalmente cistite, baseado na 
clínica, ou seja, não precisa pedir exames pra tratar. 
• O tratamento empírico (baseado nos sintomas) será usado em casos simples. 
• Em casos mais complicados o certo é fazer um exame de cultura de urina, se 
vier com bactérias vai ter o antibiograma e você escolhe um antibiótico bom e 
barato. 
• Exemplo – paciente relata que já é a quinta vez no ano que ela tem cistite, 
provavelmente o antibiótico normal não vai fazer efeito, possivelmente é uma 
bactéria resistente ou tem uma alteração anatômica. 
• Tratamento empírico – Bactrim (sulfametoxazol+ trimetoprima), Quinolonas 
(Norfloxacino, Ciprofloxacino). 
• Outros antibióticos – baseado na cultura e no antibiograma. 
• 3 a 7 dias de tratamento, para uma infecção urinária baixa não precisa mais do 
que uma semana. 
• Fenozopiridina e metenamina – combatem a ardência/disúria, mudam a cor do 
xixi. 
• Tratamento ITU recorrente – tomar água, não segurar o xixi, regular o intestino. 
Tratar as doenças associadas (diabetes, reposição hormonal na menopausa), 
cranberry (possui uma substância chamada de PAC-A, que não deixa a bactéria 
grudar na parede da bexiga, dá pra mandar manipular). Antibioticoprofilaxia 
(nitrofurantoína). 
 
 
Bacteriúria assintomática 
• É a presença constante de bactérias na urina sem resposta do hospedeiro. 
• Relacionado com idosos. 
• Relacionado a resistência bacteriana. 
• Se coletar exame de urina de paciente sondado sempre vai ter bactéria, se você 
tratar ela vai ficar cada vez mais resistente, a opção é tirar a sonda. 
• Pacientes com cateterismo intermitente – como paraplégicos, que precisam 
passar sonda 4/5 vezes ao dia, vai ter bactéria na urina, mas não pode tratar, 
pra não gerar resistência. 
• A maioria dos casos só se faz observação/vigilância, importante falar para o 
paciente procurar um médico caso comece a sentir algo. 
• Casos em que deve-se fazer o tratamento ativo – obstrução (bactéria fechada 
em um local obstruído vai gerar um abcesso), procedimento urológico (precisa 
estar com a urina estéril), imunodeprimidos, gestantes. 
Infecção urinária do trato superior – pielonefrite aguda: 
• Infecção bacteriana do parênquima renal e sistema coletor. 
• Não precisa necessariamente o parênquima estar infectado, mas pelo menos a 
pelve e os cálices (via coletora intrarrenal). 
• O rim é um órgão sólido, parenquimatoso, muito vascularizado/perfundido e, por 
isso tem facilidade de causar septicemia. 
• Sintomas locais e sistêmicos, pode ter a mesma disúria e polaciúria, mas 
associados a sintomas sistêmicos (febre, calafrios, taquicardia, hipotensão, PCR 
e morte). 
• 5 mulheres para cada 1 homem, se homem tiver pielonefrite pode procurar que 
tem alguma coisa errada (pedra ou obstrução). 
• Mortalidade de 10% a 20% dos internados. 
• Nem toda pielonefrite é muito grave e deve preocupar, mas se você perceber 
que o paciente não está bem, deve internar. Se evoluir bem, ganha alta em 24-
48 horas e termina o tratamento em casa. 
Fatores de risco 
• Frequência da atividade sexual (risco em pessoas que fazem mais de 3 vezes 
por semana). 
• ITU recente. 
• Cistite depois pielonefrite, deve-se atentar pois a pielonefrite pode ser uma 
infecção urinária baixa mal tratada ou não tratada. 
• Diabetes. 
• Uso de espermicida. 
• História familiar de ITU. 
Diagnóstico 
• Basicamente clínico, é necessário suspeitar para investigar. 
• Não é obrigatório ter sintomas urinários (LUTS). 
• Lombalgia – pode ser uni ou bilateral, normalmente rim inflamado e queda do 
estado geral. 
• Febres e calafrios – infecção renal está muito associada a calafrios, febre de 
outras origens não tem tantos calafrios assim. 
• A anamnese é importantíssima, pergunta tudo (inclusive cheiro da urina). 
• Exame físico – punho percussão lombar (não é patognomônico, precisa de mais 
dados). 
• Parcial de urina com leucocitúria (aumento dos leucócitos). 
• Cultura de urina positiva (mais de 100.00 unidades formadoras de colônia por 
ml) e antibiograma. 
• Ultrassom ou TC – obstruções ou complicações. 
• Exame de imagem não é obrigatório sempre, é indicado fazer exame de imagem 
quando desconfiar de obstrução ou algum fator anatômico associado/sugestivo 
de complicação. 
Indicação de tratamento 
• Ambulatorial – remédio para casa e orienta voltar caso tenha sinais de alerta 
(febre que não melhora em 48 horas, piora do estado geral ou diminuição da 
urina). 
• Ambulatorial – casos não complicados, início recente, sem casos prévios de 
infecção, sem antecedentes de cálculo, sem cirurgia urológica. 
• Internação – não precisa ficar internado o tratamento todo, somente até 
melhorar. 
• Internação – vômitos ou intolerância ao antibiótico oral (antibiótico parenteral), 
sepse (UTI), leucocitose com desvio a esquerda (sinal ruim de infecção, 
significa que os leucócitos estão sendo enviados pela medula em formas jovens, 
que não sofreram maturação), mal formações ou obstrução do TGU (pedras), 
idade > 60 anos e imunodeprimidos e DM descompensada. 
 
Complicações 
Hidronefrose infectada (dilatação dos rins): 
• É o acúmulo de líquido na via coletora, causado geralmente por obstrução. Tem 
um cálculo, não passa nada de urina e daí dilata a via coletora. 
• Quando é estéril (sem bactéria) o problema é só o funcionamento do rim. O 
problema maior é quando a hidronefrose não é estéril, pois é a situação perfeita 
para a bactéria se desenvolver (urina parada, paciente quente e se for diabético 
ainda tem açúcar). 
• O antibiótico não vai funcionar, pois não consegue invadir o local que tem a urina 
parada, dessa forma a desobstrução de emergência é obrigatória. 
• A maneira mais comum de desobstruir é usando o duplo J, que funciona como 
stent do rim. 
• Caso a desobstrução não seja feita pode evoluir para complicações maiores, 
como o abcesso perrirenal. 
Abcesso perrirenal/extra-renal: 
• É a presença de pus fora do rim, em volta do rim há gordura. 
• A gordura não é bem vascularizada, não tem boa ação de medicamentos e ainda 
serve como alimento para os microrganismos. 
• Por isso, a drenagem é obrigatória no abcesso perrirenal, pode ser aberta ou 
percutânea. 
Pielonefrose: 
• É a pielonefrite com destruição do parênquima muito inflamado (fibrina com 
pus). 
• Antibiótico + nefrectomia quando possível. 
• É uma das piores coisas da urologia, pois é um rim podre e infectado. 
• É preciso retirar o rim, pois nenhum antibiótico vai reverter. 
• Pior cirurgia, pois tudo que está em volta gruda (cólon,aorta, duodeno e veia 
cava). 
• Se usa antibiótico para melhorar o estado geral do paciente, daí quando 
melhora a parte infecciosa se retira o rim o mais rápido possível. 
Abcesso renal 
• Pus no parênquima renal. 
• Pequenos até 5 cm, se usa antibiótico por 4 semanas. 
• Grandes são maiores que 5 cm, deve-se feito a drenagem aberta ou percutânea. 
• Como o rim é bem vascularizado, os abcessos renais podem ser tratados 
clinicamente. 
ITU na gestação 
• Risco materno-fetal, prematuridade, mortalidade fetal (aborto espontâneo) e 
baixo peso. 
• Tem riscos para mãe e principalmente para o feto, por isso não pode ser muito 
tranquilo na abordagem da ITU na gestação (tratar o quanto antes). 
• Colher cultura antes e iniciar antibiótico imediatamente. 
• Avaliar a segurança dos antibióticos, é preciso sempre fazer antibiograma, pois 
não há muitas opções de antibióticos para a gestação, pode-se usar penicilinas 
ou cefalosporinas. 
Orquiepididimite 
• Uma das causas de escroto agudo (emergência urológica), diagnóstico 
diferencial de torção testicular. 
• Infecção do parênquima testicular e do epidídimo. 
• Bacteriana, normalmente via ascendente. Em crianças é mais viral. 
• Uretra – veromontano – ducto ejaculatório – ducto deferente – testículo. 
• Viral é por via hematogênica, o mais comum é a caxumba em adultos e em 
crianças outras viroses não específicas. 
• Adolescentes/adultos – DSTs (gonococo e clamídia). 
• Idosos – geralmente causado pelas mesmas bactérias da infecção urinária 
(E.coli). 
• 100% baseado na epidemiologia, não tem como isolar bactéria do testículo. 
Diagnóstico 
• Dor e aumento do volume testicular, sintomas iguais a torção testicular. 
• A diferença é que a torção ocorre mais a noite, pois o cremaster é mais ativo 
nesse período e isso faz o testículo torcer. 
• Na Orquiepididimite a coisa é mais demorada, a dor vai se arrastando, mas não 
dá pra saber a diferença clinicamente. 
• Pode ter sintomas sistêmicos, mas a maioria não tem. 
• Aumento dos testículos e sinais flogísticos. 
• US com doppler – avalia o fluxo, na orquite tem hipervascularização. 
Diagnóstico diferencial: 
• Torção testicular, em até 6 horas o tecido está morto. 
• Câncer de testículo – 90% dos pacientes com esse câncer não sentem dor e, é 
impossível uma orquite sem dor. Na orquite o testículo vai estar amolecido e no 
câncer vai estar duro e com nódulos. 
Tratamento: 
• Praticamente o mesmo da pielonefrite, a diferença é que na orquite pode se 
utilizar medicamentos que peguem o gonococo e a clamídia (em pacientes com 
atividade sexual suspeita). 
• 10 a 14 dias. 
Tuberculose urinária 
• Diagnóstico fácil, muitos médicos nem sabem que existe. 
• Não existe sintomas específicos, o que pode deixar o paciente com sequelas, 
devido ao diagnóstico tardio. 
• Relacionado ao baixo nível socioeconômico. 
• Tem alta relação com HIV, mas outros tipos de imunossupressão estão 
relacionados. 
• Transmissão via pulmonar, 5 a 30 anos até os sintomas. O processo é lento, 
ficando difícil relacionar a doença com o episódio da infecção. 
• Sequelas importantes. 
Diagnóstico: 
• Pensar em tuberculose em pacientes com sintomas crônicos e sem explicação. 
Exemplo, faz 20 anos que urina com sangue e nos exames não acha nada. 
• Dor lombar crônica, mas com exames de imagem normais. 
• Hematúria sem explicação. 
• Paciente com exame de urina alterado (leucócitos altos) mas com urocultura 
negativa. O bacilo da TB não aparece na urocultura. 
• Parcial de urina – leucocitúria e hematúria. 
• BAAR – teste de Ziehl Neelsen, tem que fazer 5 coletas da urina de manhã (5 
dias diferentes). É o mesmo realizado pelo escarro, mas com uma sensibilidade 
média. 
• Pesquisa por PCR – sensibilidade altíssima, o problema é o custo, não tem no 
SUS. 
• Cultura em meio específico. 
 
 
 
 
 
 
 DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS: 
• O risco de contrair HIV é 3 a 18 vezes maior em indivíduos com outras DSTs, 
por isso é importante tratar essas doenças para evitar uma solução de 
continuidade (porta de entrada). 
• A maioria das doenças são curáveis e não tem grandes consequências, não 
deixam sequelas. 
• Nas mulheres – a maior queixa é o HPV, que é diagnosticado pelo 
Papanicolau. 
• Nos homens – a maior queixa é herpes, devido as ulcerações. 
• Existe uma grande dificuldade em tratar essas doenças, imagine que numa 
população grande parte não percebe os sintomas ou não dá bola (perda dos 
pacientes assintomáticos. 
• Tem uma parte da população que nota algo estranho e não buscam ajuda, 
entretanto boa parte desse grupo procurou o médico. 
• Dessa população que procurou atendimento médico, alguns deles não 
recebem o atendimento correto, ocorrendo um tratamento incorreto. 
• No fim das contas, uma pequena parcela da população foi efetivamente 
diagnosticada, tratada e por fim curada. 
• Os indivíduos que se perderam no meio do caminho, além de estarem 
doentes, são vetores da doença. 
Abordagem e tratamento 
• Abordagem integral – diagnóstico, tratamento, aconselhamento. 
• Tempo de espera pequeno – feridas aumentam, não podem esperar ou causa 
desistência ou ainda a lesão some sem o diagnóstico. 
• Rastreamento de outras DSTs – mesmo sem queixas. 
• Tratamento eficaz, gratuito, oral e dose única (ideal) – evitar desistência. 
• Vacinação quando indicado – HPV, hepatite B. 
• Busca por parceiros. 
• Deve se pensar em síndrome e não em doenças específicas, muitas vezes o 
diagnóstico laboratorial é difícil e demorado. 
Classificação 
• Lesões ulceradas – são as lesões causadas pela sífilis, cancroide, linfograma 
venéreo, herpes vírus simples e donovanose. 
• Corrimentos – uretrais principalmente, mas também tem os corrimentos 
vaginais. Causado principalmente pela gonorreia, clamídia e tricomoníase. 
• Lesões verrucosas – causadas pelo HPV, que faz diagnóstico diferencial com 
câncer de pênis. 
 
Tratamento sindrômico das úlceras genitais 
• Perguntar se houve bolhas, se sim é herpes. 
• Começou ferida sem bolha, tratar sífilis e cancro mole (cancroide). 
• Lesões de mais de 4 semanas, possibilidade de câncer de pênis (biopsia) ou 
ulcera genital. 
 
Sífilis: 
• No passado causou imensas sequelas e matava muito, deformava, hoje em dia 
não vemos isso. 
• Não é uma DST exclusivamente genital, ela é uma doença sistêmica, causa 
alteração em vários aparelhos, inclusive sequelas graves. 
• Possui uma evolução crônica, tem fases de atividade e fases de remissão 
(agudização a latência). 
• Agente etiológico – treponema pallidum, que é uma bactéria gram negativa da 
classe das espiroquetas. 
• O tempo de incubação é de 10 a 90 dias após o contato (3 semanas em média). 
 
• Acontece em média de 3 semanas após o contato, nos homens é mais fácil de 
identificar, pois as vezes a lesão é dentro da vagina. 
• A lesão da sífilis é ulcerada e única, o que acaba ajudando no diagnóstico, visto 
que nas outras doenças as lesões costumam ser múltiplas. 
• É uma lesão de bordas endurecidas, por é chamada de cancro duro e o fundo é 
liso e limpo, é uma lesão de boa aparência. 
• Além disso, a lesão costuma ser indolor. 
• Pode ter linfonodomegalia na região inguinal, mas não é obrigatório. 
• Depois de cerca de 10 dias essa lesão somente espontaneamente, ai o paciente 
vai ficar um tempo bem e fatalmente vai evoluir para a fase secundária. 
 
• Acontece de 6 semanas a 6 meses após o cancro duro. 
• Acomete, principalmente, a pele, são manchas eritematosas 
difusas/espalhadas, que podem dar em qualquer lugar, principalmente no tronco. 
• Atenção em adultos com pápulas palmoplantares (sífilides). 
• Microadenopatia, são linfonodos aumentados difusamente, não chama muito 
atenção. 
• Existe o condiloma plano que são lesões pápulo-hipertróficas em dobras 
(cascas), 
• Lembrar que o condiloma plano tem bastante treponema pallidum,pode pegar 
sífilis do condiloma plano. 
• A partir da sífilis secundária o paciente tem dois caminhos, ele pode entrar na 
fase latente (assintomático, com exames laboratoriais positivos), ou ele pode 
entrar na fase de sífilis terciária (mais agressiva e pode acometer qualquer 
órgão). 
 
 
• Pode afetar vários sistemas, tem alta morbidade, hoje em dia é bem incomum, 
mas pode acontecer. 
• A manifestação cutânea é conhecida como goma sifilítica, são lesões ulceras e 
profundas (goma é a lesão que necrosa no centro). 
• Ocorrem manifestações neurológicas, conhecidas como Tabes Dorsalis, onde 
pode ocorre acometimento da medula com uma série de alterações. Também 
pode ocorre quadros de demência em pacientes não tão senis. 
• Antigamente era muito comum os aneurismas sifilíticos, de aorta. Também 
ocorrem alterações articulares, como artropatia de Charcot. 
Diagnóstico 
• Geralmente é clínico, pode ocorrer por rastreamento, quando um paciente vai 
procurar por outra doença e encontra a sífilis. 
• Microscopia de campo escuro, quase não se usa. 
• Exames de sangue, o mais usado é o VDRL, que é um teste não treponemico, 
porque não identifica o patógeno. O problema desse exame é que ele não é 
específico para sífilis, ele aumenta também em outras doenças – principalmente 
reumatológicas. 
• Uma vantagem do VDRL é que ele é quantitativo, vem em títulos, portanto ele 
serve para controle – não pode dar diagnóstico apenas com ele. 
• FTA-ABS e TPHA são testes treponêmicos, específicos para sífilis. O mais 
usado é o FTA-ABS, porém não serve para seguimento, porque deixa uma 
cicatriz sorológica. 
 
 
Evolução da sífilis não tratada 
 
• Até 2 semanas, testes negativos, ou seja, janela sorológica. 
• Pode acontecer várias fases secundárias, é raro, mas pode. 
• O VDRL pode cair mesmo em pacientes que nunca trataram. 
Tratamento 
• Quanto maior o tempo de contágio, maior o tratamento. 
• A droga de escolha para tratar é a penicilina, na maioria das vezes em forma de 
benzetacil (age durante 21 dias, vai sendo absorvida aos poucos). 
• O nível de penicilina deve ser mantido por 7 a 10 dias, por isso a benzetacil é 
perfeita, porque tem nível de sobra. 
• A droga de escolha, sempre que possível, é a penicilina benzatina (IM) e a 
penicilina cristalina (IV), a segunda se usa sempre que tiver suspeita de 
neurossífilis – pois a benzatina não ultrapassa a barreira hematoencefálica. 
• Reação de Jarisch-Herxheimer – o paciente possui sífilis e toma uma injeção de 
benzetacil e empelota inteiro, isso não é alergia, é uma reação por causa do 
tratamento (reação normal). 
• Paciente alérgico – Doxiciclina e Ceftriaxone, tem que tratar por 7 dias e isso 
pode fazer com que o paciente pare o tratamento. 
 
 
Cancroide: 
• 2° doença mais comum que dá úlcera genital. 
• Também é conhecido como cancro mole (diferente da sífilis que tem uma lesão 
durinha). 
• O patógeno é o Haemophilus ducreyi, também é uma bactéria, um cocobacilo 
gram negativo, sua incubação é muito curta (3 a 5 dias). 
• Uma pista para fazer diagnóstico diferencial é que a sífilis demora mais depois 
do contato para aparecer. 
• É uma doença muito transmissível, tem chance de transmissão de 80% em uma 
única relação. O maior vetor é a mulher, porque ela pode ter lesões ocultas. 
 
Herpes genital: 
• Não tem consequências graves, é uma doença bem comum, normalmente 
autolimitada, costuma incomodar o paciente. 
• É porta de entrada para outras DSTs, principalmente HIV. 
• A doença em si não causa sequela e a morbidade é pequena. 
• A transmissão do herpes genital geralmente é por contato sexual, mas pode ser 
por objetos contaminados. Ocorre pelo contato da pele não integra com o 
herpes, ela não penetra na pele integra. 
• É uma doença sem cura, vai incomodar, mas existem estratégias para diminuir 
a recorrência. 
• O agente é o herpes simples vírus (HSV), do tipo 1 e 2. 
• OBS – herpes zoster é o vírus da catapora, não tem nada a ver. 
 
 
Linfogranuloma venéreo: 
• É uma doença do sistema linfático, não chega nem perto da sífilis e do cancroide, 
mas é relativamente mais prevalente. 
• A transmissão é exclusivamente sexual, não transmite por objetos. 
• Pode ser chamado também de bubão inguinal, porque a lesão genital some 
muito rápido (1-2 dias) e daí evolui para a fase mais frequente da doença, em 
que forma um linfonodo inguinal que costuma romper e ficar eliminando secreção 
purulenta, de pus com linfa. 
• Agente – Chlamydia trachomatis, é um patógeno que pode dar várias infecções 
(uretrite, Linfogranuloma, doença inflamatória pélvica aguda nas mulheres e 
tracoma em crianças). 
• Normalmente o paciente tem contato e no local da inoculação aparece uma 
pápula ou uma pústula ou uma úlcera rasa, indolor e que some rapidamente. 
• Depois de 1 a 6 semanas ocorre a fase mais importante de linfoadenopatia 
regional, quase sempre unilateral. 
 
 
 
Uretrites: 
• Ocorre a saída de pus pela uretra, corrimento uretral (secreção hialina, clara 
como catarro). 
• Transmissão sexual, ocorre por múltiplos agentes – tratamento sindrômico para 
clamídia e gonococo. 
 
 
Uretrite gonocócica 
• Causada pela Nisseria gonorrehea (presença de diplococo gram negativo 
intracelular, pra achar precisa olhar dentro da célula). 
• Tem incubação de 2 a 5 dias, o risco de transmissão é 50%, o preservativo evita 
muito a transmissão. 
• Normalmente há descarga uretral purulenta e pode haver sintomas sistêmicos 
leves. 
• Pode ocorrer infecção disseminada por Gonococo, ocasionando sepse 
(imunodeprimidos). 
• Pode ainda haver infecção do TGU, prostatite, epididimite. 
• Diagnóstico - feito por bacterioscopia da secreção uretral (cultura Thayer-
martin). 
• Antigamente, a gonorreia era uma das principais causas de infertilidade, para 
tratar precisava passar uma sonda que danificava (estenose). 
 
Uretrite não gonocócica 
• Causada principalmente pela Clamydia trachomatis (bactéria intracelular). Essa 
mesma bactéria também causa o tracoma, Linfogranuloma e DIPA. 
• Tempo de incubação de 14 a 21 dias, quando o corrimento ocorre mais rápido a 
tendência é ser gonococo. 
• Risco de transmissão menor – 20% em uma relação. 
• Corrimento mais mucoide do que purulento (mais claro). 
 
HPV – LESÕES VERRUCOSAS: 
• Grupo de doenças verrucosas – papiloma vírus humano, são mais de 100 tipos 
de vírus HPV (alguns tipos mais relacionados com verruga e outros com câncer). 
• Câncer de colo de útero – por HPV, o câncer ocorre muito mais em mulheres. 
• DNA-vírus do grupo papilomavírus. 
• 20-70% das pessoas ativas sexualmente possuem HPV, maioria sem sintomas. 
• Podem ou não ser oncogênicos, os sorotipos que causam câncer são mais 
assintomáticos, ou seja, paciente não tem verruga. 
• É uma doença incurável. 
 
 
 
 
 
 
 
Vacinação HPV

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