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Direitos Humanos

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PROF. RAVAN LEÃO - 
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Aula 01 
DIREITOS HUMANOS. 1 Estrutura 
jurídica: Conceitos básicos de Direito 
Internacional – Direito Internacional 
dos Direitos Humanos; Direito 
Internacional Humanitário. 
11 Conceitos básicos de Direito Internacional - 
Direito Internacional dos Direitos Humanos; 
Direito Internacional Humanitário. 12 Aplicação 
da lei. 12.1 Premissas: aplicação da Lei nos 
Estados Democráticos; conduta ética e legal na 
aplicação da Lei. 12.2 Responsabilidades: 
prevenção e detecção do crime; manutenção da 
ordem pública. 12.3 Poderes: captura; 
detenção; uso da força e de armas de fogo 
(práticas de tiro). 12.4 Para grupos vulneráveis: 
mulheres; crianças e adolescentes; vítimas da 
criminalidade e do abuso de poder; refugiados e 
deslocados internos. 13 Direito Internacional 
dos Direitos Humanos. 13.1 Sistema 
Interamericano de Direitos Humanos. 14 
Conselho Nacional dos Direitos Humanos - 
CNDH (Lei nº 12.986/2014). 
 
1 Conceitos básicos de Direito 
Internacional Direito Internacional dos 
Direitos Humanos; Direito 
Internacional Humanitário. 
CONCEITO 
1- O direito internacional é constituído pelas 
normas jurídicas internacionais que 
regulam as leis dos Estados. Os acordos e 
tratados internacionais, as convenções, as 
emendas e os protocolos fazem parte deste 
ramo do direito. 
2- O direito internacional subdivide-se em 
público e privado. O direito internacional 
público representa o conjunto de 
princípios que regulam as relações jurídicas 
dos Estados entre si. Portanto, os 
indivíduos não são sujeitos imediatos das 
suas normas. 
3- O direito internacional privado, pela parte 
que lhe toca, tem como principal objetivo a 
resolução de conflitos de jurisdição 
internacional. Incumbe-lhe definir qual é a 
lei aplicável e determinar a condição 
jurídica dos estrangeiros. 
4- Outro ramo do direito internacional é o 
direito internacional humanitário. Neste 
caso, trata-se das normas que, em tempos 
de guerra, protegem os civis que não fazem 
parte do conflito (pessoas inocentes, 
portanto). O direito internacional 
humanitário procura limitar e minimizar o 
sofrimento humano inerente aos 
confrontos armados. ( CRUZ VERMELHA) 
5- João Baptista Herkenhoff, define que 
direitos humanos “são, modernamente, 
entendidos aqueles fundamentais que o 
homem possui pelo fato de ser homem, 
pela sua própria natureza humana, pela 
dignidade que a ela é inerente. São direitos 
que não resultam de uma concessão da 
sociedade política. Pelo contrário, são 
direitos que a sociedade política tem o 
dever de consagrar e garantir” 
(HERKENHOFF, João Baptista. Curso de 
direitos humanos. São Paulo: Acadêmica, 
1994. v. 1. cit. p. 30). 
6- Costuma-se apontar como sinônimos os 
termos direitos fundamentais e direitos 
humanos. Contudo, tecnicamente não se 
confundem. A primeira expressão deve se 
aplicada para aqueles direitos do ser 
humano, reconhecidos e positivados na 
esfera do direito constitucional positivo de 
determinado Estado; enquanto que a 
segunda deve ser aplicada para os direitos 
reconhecidos em documentos de direito 
internacional, por referir-se àquelas 
posições jurídicas de caráter universal, que 
se reconhecem ao homem como tal, 
independentemente de sua vinculação 
com determinada ordem constitucional 
(SARLET, Ingo Wolfgang. A eficácia dos 
direitos fundamentais. 3. ed. Porto Alegre: 
Livraria do Advogado, 2003. p. 33-4). 
7- Alexandre de Moraes informa que direitos 
humanos são:“Um conjunto 
institucionalizado (positivado) de direitos e 
garantias do ser humano que tem por 
finalidade o respeito à sua dignidade por 
meio de sua proteção contra o arbítrio do 
poder estatal e o estabelecimento de 
condições mínimas de vida e o 
desenvolvimento da personalidade 
humana.” (MORAES, 2006). 
8- Segundo Flávia Piovesan: “Os direitos 
humanos são inerentes à existência 
humana e objeto de regulação 
internacional.” (PIOVESAN, 1996). 
 
1.1 Como em outros ramos do Direito 
surge algumas teorias: 
1- Jusnaturalista - Onde estão os direitos 
universais imutáveis pela condição 
natural de homem nascido merece 
proteção independente de normas; 
2- Positivista - Direitos postos por vezes 
escritos desse modo são reconhecidos 
como necessários pela condição humana; 
3- Moralista - O direito é fundamentado na 
aceitação e consciência dos povos. 
 
1.2 Os direitos humanos, especialmente 
sob o aspecto dos direitos 
fundamentais, são classificados 
basicamente em três categorias: 
 
 Os direitos de primeira geração ou 
dimensão, ou seja, os direitos civis e 
políticos, considerados aqueles 
correspondentes às liberdades 
clássicas, ou direitos negativos, de 
cunho individual 
 
 Os de segunda geração ou dimensão, 
ou seja, os direitos econômicos, sociais 
e culturais, correspondentes aos 
direitos prestacionais, positivos, de 
cunho coletivo; 
 
 E, por fim, os de terceira geração ou 
dimensão, considerados aqueles 
difusos, de titularidade de todos os 
homens, independentemente de sua 
vinculação a um Estado, como, p. ex., 
o direito à paz, a um meio ambiente 
sadio etc. 
 
Atenção! 
 A quarta e a quinta dimensão ou 
geração ainda não estão sedimentadas 
junto a doutrina sendo respectivamente 
ligadas aos direitos genéticos e 
tecnológicos, e por fim, o direito a paz 
no mundo. 
Ainda nesta esteira surge alguns 
princípios que forma a base dos direitos 
humanos são eles: 
 Princípio da dignidade da pessoa: 
"todas as pessoas devem ser 
tratadas e julgadas de acordo com 
os seus atos, e não em relação a 
outras propriedades suas não 
alcançáveis por eles". 
 
 Princípio da inviolabilidade da 
pessoa: Não submissão ou 
imposição de sacrifícios a um 
indivíduo a fim de satisfazer a 
vontade de outro. 
 
 Princípio da autonomia da pessoa: 
toda pessoa é livre para a realização 
de qualquer conduta, desde que 
seus atos não prejudiquem 
terceiros. 
 
1.3 Na mesma toada e recorrente em 
provas a cobrança das características 
dos DH: 
 (1) universalidade: todo e qualquer ser 
humano é sujeito ativo desses direitos, 
independente de credo, raça, cor, sexo, 
origem, convicções políticas etc.; 
(2) inviolabilidade: esses direitos não 
podem ser descumpridos ou violados 
por outra pessoa, grupo ou Estado; 
(3) indisponibilidade: esses direitos não 
podem ser renunciados pelos seus 
titulares; 
(4) imprescritibilidade: eles não sofrem 
alterações com o decurso do tempo, 
pois têm caráter eterno; e, 
(5) complementaridade: os direitos 
humanos devem ser interpretados 
necessariamente em conjunto, de 
forma a alcançar a maior de eficácia de 
proteção possível. 
1.4 DEBATE ENTRE RELATIVISMO X 
UNIVERSALISMO 
Para o Relativismo, os direitos humanos 
e o seu fundamento são produtos da 
cultura de cada povo, isto é, de seu 
sistema político, econômico, cultural, 
social e até moral. Possui um viés de 
historicidade ao invés de 
universalidade, motivo pelo qual critica 
o eurocentrismo da afirmação universal 
dessa classe de direitos. Aqui, a 
autodeterminação dos povos/soberania 
e o princípio da não-ingerência são 
exaltados. Já o Universalismo detém a 
perspectiva de que os direitos humanos 
e seu fundamento decorrem da 
dignidade da pessoa humana percebida 
universalmente. Também se caracterizapela defesa de um mínimo ético 
irredutível, uma espécie de núcleo 
indivisível. 
1.5 SISTEMA GLOBAL INTENACIONAL 
AOS DIREITOS HUMANOS 
1- LIGA DAS NAÇÕES (LDN) ou 
SOCIEDADE DAS NAÇÕES (SDN) – 
Considerada precussora da ONU 
em 1919, França – Tratado de 
Versailhes buscava propor a paz 
e teve suas atividades 
encerradas pois falhou na o 
evitando a segunda guerra 
mundial em 1945; 
2- Organização Internacional do 
Trabalho (OIT) Ligada a ONU, 
atua na proteção mundial do 
trabalhador criada apo s a 
primeira guerra possui 182 
países membros; 
3- ORGANIZAÇAO DAS NAÇÕES 
UNIDAS - Surge em 24/10/1945, 
mesma data da promulgação da 
Carta das Nações iniciou-se com 
51 países inclusive o Brasil tendo 
com missa o promover a paz no 
mundo, redução o das 
desigualdades socioeconômicas, 
auxiliar a implantação dos 
regimes democráticos, 
descolonização, e 
autodeterminação dos povos. 
 
1.6 DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS 
DIREITOS HUMANOS 1948 – Marco 
mundial da 
INTERNACIONALIZAÇÃO/EXTERIORIZA
ÇÃO DOS DH. (LEITURA OBRIGATÓRIA) 
 Artigo 1.º - Do direito a igualdade liberdade, 
consciência e fraternidade 
 Artigo 2.º -Não discriminação 
nomeadamente de raça, cor, sexo, língua, 
religião, opinião política ou outra, origem 
nacional ou social, fortuna, nascimento ou 
outro estatuto.. 
 Artigo 3.ºTodas as pessoas têm direito à 
vida, à liberdade e à segurança pessoal. 
 Artigo 4.º Ninguém pode ser mantido em 
escravidão ou em servidão; a escravatura e o 
comércio de escravos, sob qualquer forma, 
são proibidos. 
 Artigo 5.º Ninguém será submetido a tortura 
nem a punição ou tratamento cruéis, 
desumanos ou degradantes. 
 Artigo 6.º -Todos os indivíduos têm direito 
ao reconhecimento como pessoa perante a 
lei. 
 Artigo 7.º - Igualdade formão e proteção 
eficiente contra qualquer discriminação. 
 Artigo 8.º - Direito de recorrer de atos que 
violem seus direitos. 
 Artigo 9.º -Ninguém pode ser 
arbitrariamente preso, detido ou exilado. 
 Artigo 10.º -plena igualdade, a uma 
audiência justa e pública julgada por um 
tribunal independente e imparcial em 
determinação dos seus direitos e obrigações 
e de qualquer acusação criminal contra elas. 
 Artigo 11.º. Presunção de inocência, 
publicidade processual e defesa efetiva, 
anterioridade lei criminal. 
 Artigo 12.º Do direito a intimidade, 
privacidade e proteção da honra. 
 Artigo 13.º Ir e vir no interior do estado. 
 Artigo 14.º Asilo por perseguição ilegítima. 
 Artigo 15.º Todo o indivíduo tem direito a ter 
uma nacionalidade. 
 Ninguém pode ser arbitrariamente privado 
da sua nacionalidade nem do direito de 
mudar de nacionalidade. 
 Artigo 16.º o direito de casar e de constituir 
família,. 
 Artigo 17.º Toda a pessoa, individual ou 
coletiva, tem direito à propriedade. Ninguém 
pode ser arbitrariamente privado da sua 
propriedade. 
 Artigo 18.º Direito a liberdade religiosa e 
culto 
 Artigo 19.º Todo o indivíduo tem direito à 
liberdade de opinião e de expressão, 
independentemente das fronteiras. 
 Artigo 20.º Toda a pessoa tem direito à 
liberdade de reunião e de associação 
pacíficas. Ninguém pode ser obrigado a fazer 
parte de uma associação. 
 Artigo 21.º participação na vida pública , 
princípio do interesse público - através de 
eleições honestas a realizar periodicamente 
por sufrágio universal e igual, com voto 
secreto ou segundo processo equivalente 
que salvaguarde a liberdade de voto. 
 Artigo 22.º Direito social e de exigir sua 
satisfação. 
 Artigo 23.º liberdade laboral, remuneração 
digna 
 Artigo 24.º Toda a pessoa tem direito ao 
repouso e aos lazeres e, especialmente, a 
uma limitação razoável da duração do 
trabalho e a férias periódicas pagas. 
 Artigo 25.º Diretos sociais alimentação, 
segurança, saúde etc. 
 Artigo 26.º Educação gratuita pelo menos 
fundamental elementar. Os pais têm um 
direito preferencial para escolher o tipo de 
educação que será dada aos seus filhos. 
 artigo 27.º Cultura, proteção moral de 
produção intelectual. 
 Artigo 28.ºToda a pessoa tem direito a que 
reine, no plano social e no plano 
internacional, uma ordem capaz de tornar 
plenamente efectivos os direitos e as 
liberdades enunciadas na presente 
Declaração. 
 Artigo 29.º No exercício deste direito e no 
gozo destas liberdades ninguém está sujeito 
senão às limitações estabelecidas pela lei 
com vista exclusivamente a promover o 
reconhecimento e o respeito dos direitos e 
liberdades dos outros e a fim de satisfazer as 
justas exigências da moral, da ordem pública 
e do bem–estar numa sociedade 
democrática. Em caso algum estes direitos e 
liberdades poderão ser exercidos 
contrariamente aos fins e aos princípios das 
Nações Unidas. 
 Artigo 30.ºNada na presente Declaração 
pode ser interpretado de maneira a 
conceder a qualquer Estado, grupo ou 
indivíduo o direito de se entregar a alguma 
atividade ou de praticar algum ato destinado 
a destruir os direitos e liberdades aqui 
enunciados. 
 
1.7 A INCORPORAÇÃO DO DIREITO 
INTERNACIONAL DOS DIREITOS 
HUMANOS NO ORDENAMENTO 
JURÍDICO BRASILEIRO 
Piovesan ao sustentar que os tratados 
de direitos humanos passam a 
incorporar-se automaticamente em 
nosso ordenamento por força do art. 5°, 
§ 1°, CF/88. Ao se incorporarem 
imediatamente no ordenamento 
jurídico interno brasileiro, passam a ser 
cláusula pétrea por força do art. 60, § 4°, 
IV, CF/88. Segue o entendimento 
doutrinário jurisprudêncial: 
a) Posição majoritária do STF: os 
tratados ratificados pelo Brasil 
(quaisquer), ingressam no ordenamento 
com status de lei ordinária, podendo 
revogar a legislação anterior e, também, 
serem revogados pela lei posterior 
incompatível. Porém em se tratando de 
tratado de direitos humanos aprovado 
por quórum qualificado com fulcro no 
art. 5ª § 3ª da CF ou seja, votação em 2 
turnos nas duas casas legislativas 
federais por 3/5 de seus membros terá 
valor de NORMA CONSTITUCIONAL e 
aqueles tratados de DH que forem 
aprovados por quórum simples terá 
valor de NOMA SUPRA LEGAL. 
c) Posição da doutrina humanista: a 
grande maioria defende o status de 
norma constitucional com base na 
interpretação do art. 5°, § 2°, CF/88. 
d) Posição do Prof. Celso D. de 
Albuquerque Mello o art. 5° não apenas 
atribui “hierarquia constitucional” aos 
tratados de direitos humanos, mas faz 
ainda com que a norma internacional 
prepondere sobre a norma 
constitucional, mesmo naquele caso em 
que uma Constituição posterior tente 
revogar uma norma internacional 
constitucionalizada. 
e) Doutrina de Alexandre de Moraes -
Trata sinteticamente do assunto em sua 
obra, sustentando que será opção do 
Congresso Nacional aprovar os tratados 
e convenções internacionais que 
versem sobre Direitos Humanos com 
status ordinário (art. 49, I, CF/88) ou 
com status constitucional (art. 5°, § 3°, 
CF/88). 
 MORAES, Alexandre de. Direito 
Constitucional. 17ª ed. atualizada até EC 
45/04. São Paulo: Atlas, 2005. p. 616-
619. 
1.8 A regra geral de internalização dos 
tratados no Brasil 
Plano interno Plano internacional 
 1° CELEBRAÇÃO: 
 Negociação, assinatura pelo 
Presidente da República. 
 2ª AUTENTICAÇÃO: 
 Pelo Pres. da República. Tem o 
efeito de conceder 
consentimento com relação 
texto do tratado. 
 3ª APROVAÇÃO: 
 Expedição pelo CN do Decreto 
Legislativo autorizando a 
ratificação. Ainda não há 
comprometimento 
 
 4ª RATIFICAÇÃO: 
 Ato típico de DIPúblico e do 
Poder Executivo. Este é o marco 
para início da vigência no plano 
internacional, em regra. 
 5ª PUBLICAÇÃO 
 Por meio do Decreto Presidenteda República. Esse Decreto 
propicia a vigência do tratado no 
plano interno, 
 
1.9 INCIDENTE DE DESLOCAMENTO DE 
COMPETÊNCIA PARA A JUSTIÇA 
FEDERAL. 
1- A federalização dos crimes de direitos 
humanos se insere em um contexto no 
qual, paradoxalmente, em face da 
sistemática até então vigente, a União, 
ao mesmo tempo em que detém 
responsabilidade internacional, não é 
responsável em âmbito nacional, já 
que não dispõe da competência de 
investigar, processar e punir a 
violação, pela qual internacionalmente 
estará convocada a responder. 
2- Introduzida pela Emenda 
Constitucional n° 45, de 8 de dezembro 
de 2004, a federalização dos crimes de 
direitos humanos já era prevista como 
meta do Programa Nacional de 
Direitos Humanos, desde 1996. O novo 
mecanismo permite ao 
ProcuradorGeral da República, nas 
hipóteses de grave violação a direitos 
humanos e com finalidade de 
assegurar o cumprimento de tratados 
internacionais de direitos humanos 
ratificados pelo Brasil, requerer ao 
Superior Tribunal de Justiça o 
deslocamento da competência do caso 
para as instâncias federais, em 
qualquer fase do inquérito ou 
processo. 
2 Aplicação da lei. 
2.1 Código de Conduta para os 
Funcionários Responsáveis pela 
Aplicação da Lei 
ARTIGO 1.º 
 Os funcionários responsáveis pela aplicação da 
lei devem cumprir, a todo o momento, o dever 
que a lei lhes impõe, servindo a comunidade e 
protegendo todas as pessoas contra actos 
ilegais, em conformidade com o elevado grau de 
responsabilidade que a sua profissão requer. 
 ARTIGO 2.º 
 No cumprimento do seu dever, os funcionários 
responsáveis pela aplicação da lei devem 
respeitar e proteger a dignidade humana, 
manter e apoiar os direitos fundamentais de 
todas as pessoas. 
 ARTIGO 3.º 
 Os funcionários responsáveis pela aplicação da 
lei só podem empregar a força quando tal se 
afigure estritamente necessário e na medida 
exigida para o cumprimento do seu dever. 
 ARTIGO 4.º 
 As informações de natureza confidencial em 
poder dos funcionários responsáveis pela 
aplicação da lei devem ser mantidas em 
segredo, a não ser que o cumprimento do dever 
ou as necessidades da justiça estritamente 
exijam outro comportamento. 
 ARTIGO 5.º 
 Nenhum funcionário responsável pela aplicação 
da lei pode infligir, instigar ou tolerar qualquer 
acto de tortura ou qualquer outra pena ou 
tratamento cruel, desumano ou degradante, 
nem invocar ordens superiores ou 
circunstanciais excepcionais, tais como o estado 
de guerra ou uma ameaça à segurança nacional, 
instabilidade política interna ou qualquer outra 
emergência pública como justificação para 
torturas ou outras penas ou tratamentos cruéis, 
desumanos ou degradantes. 
 ARTIGO 6.º 
 Os funcionários responsáveis pela aplicação da 
lei devem assegurar a protecção da saúde das 
pessoas à sua guarda e, em especial, devem 
tomar medidas imediatas para assegurar a 
prestação de cuidados médicos sempre que tal 
seja necessário. 
 ARTIGO 7.º 
 Os funcionários responsáveis pela aplicação da 
lei não devem cometer qualquer acto de 
corrupção. Devem, igualmente, opor-se 
rigorosamente e combater todos os actos desta 
índole. 
 ARTIGO 8.º 
 Os funcionários responsáveis pela aplicação da 
lei devem respeitar a lei e o presente Código. 
Devem, também, na medida das suas 
possibilidades, evitar e opor-se vigorosamente a 
quaisquer violações da lei ou do Código. 
 
http://www.cfappm.ma.gov.br/pagina.php?IdP
agina=80 
 
2.2 Responsabilidades: prevenção e 
detecção do crime; manutenção da 
ordem 2pública. 
2.2.1 Prevenção primária, secundária e 
terciária 
 Primária 
Foco na raiz do conflito (educação, 
emprego, moradia, segurança etc.); aqui 
desponta a inelutável necessidade de o 
Estado, de forma célere, implantar os 
direitos sociais progressiva e 
universalmente, atribuindo a fatores 
exógenos a etiologia delitiva; a 
prevenção primária liga-se à garantia de 
educação, saúde, trabalho, segurança e 
qualidade de vida do povo, instrumentos 
preventivos de médio e longo prazo. 
 
 Secundária 
Foco em setores da sociedade que 
podem vir a padecer do problema 
criminal e não ao indivíduo, 
manifestando-se a curto e médio prazo 
de maneira seletiva, ligando-se à ação 
policial, programas de apoio, controle 
das comunicações etc. 
 
 Terciária 
Foco no recluso, visando sua 
recuperação e evitando a reincidência 
(sistema prisional); realiza-se por meio 
de medidas socioeducativas, como a 
laborterapia, a liberdade assistida, a 
prestação de serviços comunitários etc. 
 
2.2.2 detecção do crime /Obtenção de 
Provas 
 
Fator preponderante para a efetivação da 
justa aplicação da lei e a esse respeito, há 
dois tipos de provas importantes: 
* provas materiais (testemunhas 
silenciosas); 
* depoimentos de testemunhas. 
1- Evidências podem ser localizadas no local 
onde o crime foi cometido, ou onde 
indícios deste foram deixados. Portanto, é 
importante que a cena do crime seja 
localizada, bem como todos os locais onde 
indícios relacionados ao crime tenham sido 
subseqüentemente deixados. No caso de 
um assassinato, isto significa encontrar o 
local exato do crime (se este, por exemplo, 
não ocorreu onde o corpo da vítima foi 
achado), descobrir a rota usada pelo 
assassino para chegar e sair do local (ou 
locais), e tentar identificar os locais que o 
assassino possa ter usado para livrar-se de 
provas incriminadoras. 
2- Antes de continuar com o assunto, deve ser 
lembrado que ninguém será sujeito à 
interferência arbitrária em sua vida 
privada, família, residência ou 
correspondência (PIDCP, artigo 17). Em 
uma situação como essa, os encarregados 
geralmente necessitam de um mandato 
judicial permitindo o acesso à residência, 
se necessário contra a vontade dos 
moradores, com o propósito de colher 
provas. Esse procedimento é adotado na 
maioria dos países, e visa proteger os 
indivíduos contra invasões ilegais e/ou 
arbitrárias em sua vida privada. 
3- O tarefa de proteger, coletar e processar as 
provas materiais é trabalho para peritos 
policiais. A análise subsequente, em certos 
casos, é deixada para laboratórios 
forenses. As exigências para que provas 
materiais sejam aceitas como prova 
irrefutável em um tribunal são muitas e 
extremamente rígidas. Estes padrões 
representam um reconhecimento da 
importância de um julgamento justo, ao 
qual têm direito todas as pessoas acusadas. 
4- O segundo tipo de prova provém de 
informações obtidas de depoimentos de 
testemunhas. As testemunhas são 
importantes para o processo de 
investigação, pois elas podem ser 
compelidas a depor e, ao fazê-lo, são 
obrigadas a dizer a verdade. A situação das 
testemunhas é contrastada diretamente 
com a das pessoas suspeitas e acusadas, 
que não podem ser obrigadas a 
testemunhar contra si mesmas ou a 
confessar-se culpadas (PIDCP, artigo 
14.3(g)). 
5- Sob este mesmo título, alguns comentários 
devem ser feitos em relação à prática 
comum na aplicação da lei de se 
usar informantes confidenciais para a 
prevenção e detecção do crime, e a prática 
da infiltração com os mesmos propósitos. 
Em ambas as práticas, a premissa básica é 
a de que só devem ser usadas quando 
for lícito e necessário para os propósitos 
legais de aplicação da lei. 
6- Visto que o uso de informantes 
confidenciais geralmente envolve o 
pagamento de dinheiro pela informação 
dada, chama-se a atenção dos 
encarregados da aplicação da lei para os 
riscos potenciais que esta prática acarreta, 
incluindo o risco de que: 
7- O informante, atraído pela perspectiva de 
pagamento, possa incitar outros a 
cometer crimes, os quais ele 
subseqüentementeinforma a seu contato 
policial; 
 
o informante pode explorar a relação 
com seu contato policial com o 
intuito de cometer crimes e evitar a 
detecção; 
 o informante pode ser induzido, por 
seu contato policial, a instigar crimes 
cometidos por outros que, 
subseqüentemente, permitam à 
organização da aplicação da lei fazer 
uma captura; 
 o dinheiro nas transações com 
informantes têm uma influência 
suscetível 
de corromper os encarregados da 
aplicação da lei envolvidos com tais 
transações. 
Em relação ao interrogatório de 
suspeitos e pessoas acusadas, a 
proibição absoluta da tortura deve ser 
mais uma vez reiterada. Não só a 
tortura é proibida por lei, mas os 
resultados (confissões ou informações) 
obtidas mediante da tortura nunca 
serão confiáveis, pois em nenhum 
momento poder-se-á determinar, sem 
sombra de dúvida, se a pessoa 
torturada está falando a verdade ou 
meramente confessando culpa para 
que a tortura pare. A tortura é 
degradante tanto para a vítima quanto 
para o algoz. Ela solapa os princípios 
básicos da liberdade, segurança e 
democracia sobre os quais nossas 
sociedades deveriam ser construídas. A 
tortura jamais será justificada em 
nenhuma circunstância. 
http://www.dhnet.org.br/dados/ma
nuais/dh/mundo/rover/c6.htm 
 
A captura de um suspeito é também 
cercada de procedimentos de salvaguarda 
bem como sua posterior detenção e 
interrogatório 
O interrogatório dos suspeitos requer 
preparação de parte dos encarregados da 
aplicação da lei envolvidos. 
2.2.3 Manutenção da ordem 
O cumprimento eficaz desta 
responsabilidade será muito mais 
difícil quando as circunstâncias 
envolvendo incidentes mudam de 
pacíficas para violentas, ou elevam-
se para distúrbios e tensões, estados 
de emergência, ou, em último caso, 
para situações de conflito armado. 
Em todas estas situações, as 
organizações de aplicação da lei 
permanecem como encarregadas da 
manutenção da ordem pública - a 
menos que uma decisão legal e 
contrária seja tomada. 
Direitos e Liberdades Fundamentais x 
ordem pública 
 
- o direito de ter opiniões próprias sem 
interferência (PIDCP, artigo 19.1); 
- o direito à liberdade de 
expressão (PIDCP, artigo 19.2); 
- o direito à reunião pacífica (PIDCP, 
artigo 21); 
- o direito à liberdade de 
associação (PIDCP, artigo 22.1). 
 
1) O exercício desses direitos tem limite. 
Podem ser impostas restrições a este 
exercício, desde que:as mesmas sejam 
legítimas; e necessárias: para que se 
respeite o direito à reputação de outrem; 
ou para a proteção da segurança 
nacional ou da ordem pública, ou da 
saúde pública e moral (PIDCP, artigos 
19.3, 21 e 22.2) 
2) Observação: além dos acima citados, o 
elemento da "segurança pública" pode 
ser uma razão legítima para que se 
restrinja o direito à liberdade de reunião 
pacífica e à liberdade de associação. 
Aqui o dilema da manutenção da ordem 
pública é apresentado estritamente em 
termos legais. As pessoas têm direito a ter 
opinião, a expressar esta opinião, e têm o 
direito de reunir-se pacificamente ou 
associar-se a outrem, desde que 
respeitem suas responsabilidades 
perante a lei. 
 
Aprovado e convocado para 2º FASE 
 PMSP – SOLDADO 2008 
 PMMG – SOLDADO 2008 
 SEJUS/GDF – Agente Socioeducativo – Atrs 2010 
 Secria/GDF – Prova de Conselheiro Tutelar – Sol 
Nascente. 
 OAB/ exame XXIII - 2017, não aprovado na 2ª fase 
Aprovado na prova objetiva e não convocado para a 
segunda fase. 
 PCSC – Investigador de Polícia 2008 
 GDF/SEJUS- Agente socioeducativo 2008 
 TRF1 - Segurança Judiciário 2011 
 PCTO - Delegado de Polícia 2015 
 GDF/SEAP/SESIP – Agente de Atividades 
Penitenciárias 2015

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