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Portolio em grupo unopar proteção especial criança e adoscente

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SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO 
SERVIÇO SOCIAL 
 
 
 
 MARIA EDIVÂNIA DOS SANTOS LIMA 
UELBA ANDRADE SILVA E SILVA 
ANTONIA JAIANE VIEIRA SANTOS 
DANIELA ALVES RODRIGUES 
 
 
 
 
 
 
PROTEÇÃO ESPECIAL DE ALTA COMPLEXIDADE PARA 
CRIANÇAS, ADOLESCENTES E JOVENS NA POLÍTICA 
NACIONAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 
 
 
 
A atuação do assistente social nos serviços de acolhimento 
institucional 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
São Paulo 
2018 
1 
 
 
 
 
 MARIA EDIVÂNIA DOS SANTOS LIMA 
UELBA ANDRADE SILVA E SILVA 
ANTONIA JAIANE VIEIRA SANTOS 
DANIELA ALVES RODRIGUES 
 
 
 
 
 
 
 
PROTEÇÃO ESPECIAL DE ALTA COMPLEXIDADE PARA 
CRIANÇAS, ADOLESCENTES E JOVENS NA POLÍTICA 
NACIONAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 
 
 
 
A atuação do assistente social nos serviços de acolhimento 
institucional 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho apresentado como requisito de avaliação da 
disciplina de Atividades Interdisciplinares do curso de 
graduação em Serviço Social da UNOPAR - Universidade 
Norte do Paraná. 
 
 
 
 
 
 
 
 São Paulo 
2018 
 
2 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
 1. INTRODUÇÃO.................................................................................................4 
 
2. DESENVOLVIMENTO ..................................................................................5 
2.1 Breve histórico: Constituição Federal de 1988 e neoliberalismo...........5 
2.2 A regulação da Política de Assistência Social: documentos 
norteadores e proteções afiançadas.....................................................7 
2.2.1 Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais............................8 
2.2.2 Proteção Social Especial para crianças e adolescentes.........................9 
2.2.3 Estatuto da Criança e do Adolescente.................................................11 
2.2.4 Orientações Técnicas: Serviços de Acolhimento para 
Crianças e Adolescentes................................................................................12 
2.2.5 Plano Nacional de Promoção, Proteção e Defesa do Direito de 
Crianças e Adolescentes a Convivência Familiar e Comunitária.....................12 
2.2.6 A Nova Lei da Adoção.........................................................................13 
2.3 A prática profissional do Assistente Social nos Serviços 
de Acolhimento Institucional para crianças e adolescentes........................13 
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS.........................................................................15 
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................16 
 
 
 
 
3 
 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 A Constituição Federal de 1988, conhecida como Constituição Cidadã, é um 
divisor de águas na história dos direitos sociais no Brasil. Nela, todas as pessoas - 
crianças, adultos e idosos - são consideradas sujeitos de direitos, portadores de 
dignidade humana, e o Estado é chamado a cumprir seu papel de garantidor e 
efetivador desses direitos. 
Uma série de documentos foram elaborados posteriormente a fim de detalhar e 
regulamentar os artigos constitucionais em várias áreas, incluindo a Assistência Social, 
reconhecida como direito do cidadão e dever do Estado. 
Esse processo desenrolou-se, porém, a partir do contexto marcado pela 
implantação de políticas neoliberais nos anos 1990, tendo sido, portanto, não linear e 
não livre de conflitos e lutas. 
Este trabalho se dedica a pontuar os principais eventos relacionados ao período 
pós-Constituição de 1988 no que diz respeito à (re)construção da Política Nacional de 
Assistência Social, com prioridade à Proteção Social Especial de Alta Complexidade 
direcionada às crianças, adolescentes e jovens. 
De forma suscinta e objetiva, serão apresentadas as mais importantes 
legislações norteadoras e instrumentos metodológicos a serem utilizados pelos 
assistentes sociais nos serviços de acolhimento institucional. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
 
 
2. DESENVOLVIMENTO 
 
2.1 Breve histórico: Constituição Federal de 1988 e neoliberalismo 
A Constituição Federal de 1988 alçou a Assistência Social ao campo dos direitos 
sociais e a incluiu no tripé da Seguridade, ao lado da Saúde e da Previdência. 
Entretanto, na década que se seguiu poucas ações foram realizadas no sentido de se 
buscar concretizar os ideais preconizado pela Carta Magna. 
Apesar do advento da LOAS (Lei Orgânica de Assistência Social) em 1993, a 
Assistência Social continuou se resumindo a um “mix de ações dispersas e 
descontínuas de órgãos governamentais e de entidades sociais em torno do Estado, 
em relações ambíguas e contraditórias (Brasil, CapacitaSUAS volume 3: 2008). Nesse 
período, o país mergulhou na política neoliberal e amargou o desmonte da 
infraestrutura estatal promovido pelo governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB). 
Somente em 2004, já no governo do Presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT), seria 
aprovada a PNAS (Política Nacional de Assistência Social), a fim de materializar as 
diretrizes da LOAS. 
A política neoliberal de FHC representou, sob nova roupagem, o retorno do 
Liberalismo - a ideia de que os mercados devem regular todas as esferas de produção 
e reprodução social, sem intervenção do Estado. Essa filosofia ganhou força com a 
publicação, em 1776, de A Riqueza das Nações, de Adam Smith. A obra defendia, 
grosso modo, o direito natural do homem à propriedade privada e à busca dos seus 
interesses por meio da competição com seus pares. Logo, se cada um fosse livre para 
buscar o melhor para si, o resultado seria uma ordem social “natural” e uma sociedade 
melhor para todos. 
Essa visão à primeira vista bastante atraente começou a ser refutada já a partir 
de 1830, com as primeiras crises do capitalismo. As críticas atingiram seu auge com a 
Crise de 1929, que comprovou os terríveis efeitos da completa falta de regulação das 
atividades econômicas. A resposta foi, em países da Europa e nos Estados Unidos, a 
imposição de um Estado forte e controlador que deveria garantir proteção social básica 
aos cidadãos e se colocar entre o mercado e a população a fim de minimizar o impacto 
5 
 
 
 
negativo do sistema. Essas medidas ficaram conhecidas como Estado de Bem-Estar 
Social e consistiam na garantia de direitos sociais e na criação de um conjunto de 
políticas públicas visando assegurar aos indivíduos uma vida digna (HOBSBAWM, 
1995). 
Episódios como a Crise do Petróleo, na década de 1970, porém, levaram a certa 
retomada dos valores e princípios liberais no Ocidente. No Brasil, a partir da década de 
1990, as políticas neoliberais engessaram ou enterraram boa parte do conteúdo 
previsto na Constituição por meio de privatizações em massa de empresas estatais, 
desindustrialização e desregulamentação do mercado externo. Junto com a crescente 
despolitização das relações sociais e aprofundamento da exploração do trabalho, a 
ideia de que o acesso aos direitos sociais deve se dar pela via do mercado - e não por 
meio do Estado - passou a ser amplamente disseminada por meio de discursos como o 
do “empreendedorismo”. 
O neoliberalismo foi particularmente perverso no país, pois, devido ao passado 
colonial escravocrata e à industrialização tardia (entre outras razões), por aqui sequer 
houve um período de Bem-Estar Social anterior ao desmonte do Estado que pudesse 
ter deixado um legado de políticas e equipamentos sociais. Ao contrário, antes da 
Constituição de 1988 houve importantes conquistas na área trabalhista, mas a Política 
Nacional de Assistência Socialainda baseava-se na caridade, na filantropia: 
“(...) Sendo que tais práticas compreendiam ações paternalistas e/ou clientelistas do poder público, 
favores concedidos aos indivíduos, pressupondo que tais pessoas atendidas eram favorecidas e não 
cidadãs ou usuários de um serviço ao qual tinham direito. Portanto, a assistência confundia-se com a 
benesse, ou seja, ajuda aos pobres e necessitados, configurando-se mais como uma prática do que 
como uma política.”. 
(Histórico da Política de Assistência Social. Capítulo 2) 
 
Para piorar, o cenário econômico mundial de lá pra cá se tornou ainda mais 
grave do que no século XVIII, quando do surgimento do Liberalismo, uma vez que o 
sistema capitalista atingiu um novo estágio de desenvolvimento, chamado Capitalismo 
Fictício Especulativo, caracterizado pela globalização (sem fronteiras para o capital, não 
para as pessoas), pela robotização da produção e redução sem precedentes da 
absorção da mão de obra, além do capital fictício que se reproduz sem qualquer 
controle nas bolsas de valores sem que haja uma riqueza real correspondente, uma 
efetiva produção de bens com geração de empregos. 
6 
 
 
 
“Neste cenário de redefinição do papel do Estado, observa-se a transferência de uma considerável 
parcela de serviços sociais para a sociedade civil. Na verdade, está-se diante da desresponsabilização 
do Estado e do Capital com as respostas da “questão social”. Este deslocamento engendra o retorno de 
práticas tradicionais no que se refere ao trato das contradições sociais no verdadeiro processo de 
refilantropização da questão social, sob os pressupostos da ajuda moral próprias das práticas 
voluntaristas, sem contar a tendência de fragmentação dos direitos sociais.” 
(ALENCAR, p. 7) 
 
 
2.2 A Regulação da Política de Assistência Social: documentos norteadores e 
proteções afiançadas 
Apesar da origem ligada à caridade, ao tecnicismo e ao clientelismo, a despeito 
dos 20 anos de autoritarismo da Ditadura Civil-Militar (1964-1984) e mesmo com o 
neoliberalismo dos anos 1990, o Serviço Social resistiu e evoluiu, construindo 
coletivamente uma trajetória de lutas e conquistas tanto no campo teórico e de 
profissionalização, quanto em relação à própria Política Nacional de Assistência Social 
no Brasil. 
Conforme já assinalado acima, a Constituição Federal de 1988 coloca a 
Assistência Social como direito do cidadão e dever do Estado, o que é regulamentado 
pela LOAS (Lei 8742) em 1993. Essa lei traz como objetivo da Assistência a proteção à 
família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice, além da promoção da 
integração ao mercado de trabalho, garantindo condições mínimas de sobrevivência a 
quem se encontra em algum momento de vulnerabilidade da vida - como desemprego 
ou incapacitação para o trabalho. 
A LOAS determina que a proteção social deve ser garantida por meio de 
serviços, benefícios, programas e projetos. Os detalhes do funcionamento dessa 
estrutura aparecem em três principais instrumentos que surgem mais tarde: a Política 
Nacional de Assistência Social de 1998, e duas Normas Operacionais Básicas editadas 
em 1997 e 1998. Entretanto, os marcos regulatórios mais expressivos aparecem em 
2004, com a provação da Política Nacional de Assistência Social – PNAS, e 2005, 
quando a Norma Operacional Básica (NOB/2005) institui o Sistema Único da 
Assistência Social — SUAS. 
A NOB/2005 definiu e normatizou conteúdos do pacto federativo, restabelecendo de forma unitária, 
hierarquizada e complementar as competências dos entes federados na gestão do financiamento e 
execução da Assistência Social. Seguindo a evolução normativa da política, destaca-se a relevância da 
7 
 
 
 
promulgação da Lei 12.435 de 2011, que alterou a LOAS, incluindo o SUAS, as unidades de referência, 
serviços e programas socioassistenciais na legislação nacional. Também introduziu novos dispositivos 
relacionados ao Benefício de Prestação Continuada — BPC e financiamento do sistema. 
(Princípios e Diretrizes da Assistência Social: da LOAS à NOB/SUAS. 2013, p. 48) 
 
É importante ressaltar que a Lei 12.435/2011 representa um importante passo na 
consolidação da Política de Assistência Social no país, uma vez que, com ela, o SUAS 
deixa de ser um projeto de governo para se tornar um projeto de Estado. 
 
2.2.1 Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais 
No conjunto de documentos regulatórios da Assistência Social, destaca-se 
também a Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais, publicada como 
Resolução nº 109, em novembro de 2009. Esta normativa: 
“ (...) possibilitou a padronização em todo território nacional dos serviços de proteção social básica e 
especial, estabelecendo seus conteúdos essenciais, público a ser atendido, propósito de cada um deles e 
os resultados esperados para a garantia dos direitos socioassistenciais. Além das provisões, aquisições, 
condições e formas de acesso, unidades de referência para a sua realização, período de funcionamento, 
abrangência, a articulação em rede, o impacto esperado e suas regulamentações específicas e gerais.” 
(Cartilha ‘Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais’, 2015) 
 
A Tipificação organiza os serviços sociais por níveis de complexidade, 
descrevendo os serviços da Proteção Social Básica e da Proteção Social Especial: 
 
 
8 
 
 
 
A Proteção Social Básica age na prevenção de riscos sociais e pessoais por 
meio da oferta de programas, projetos, serviços e benefícios a indivíduos e famílias em 
situação de vulnerabilidade, ou seja, quando ainda não houve rompimento de vínculo. 
Já a Proteção Social Especial, de média e alta complexidade, é direcionada às famílias 
e indivíduos que já se encontram em situação de risco e que tiveram seus direitos 
violados por causa do abandono, maus tratos, abuso sexual, uso de drogas etc. 
 
2.2.2 Proteção Social Especial para crianças e adolescentes 
Os serviços da Proteção Especial de Alta Complexidade destinados às crianças, 
adolescentes e jovens oferecem acolhimento institucional, seja em Abrigo, Casa Lar, 
programas de Família Acolhedora ou em Repúblicas (esta última exclusiva para jovens) 
e devem garantir “privacidade, o respeito aos costumes, às tradições e à diversidade 
de: ciclos de vida, arranjos familiares, raça/etnia, religião, gênero e orientação sexual.” 
(pg. 44). O atendimento precisa levar em conta as particularidades do usuário e ocorrer 
em pequenos grupos, assegurando autonomia e participação em ambientes 
acolhedores que lembrem uma casa. 
O acolhimento, provisório e excepcional, é disponibilizado também para crianças 
com suas respectivas famílias, mas principalmente àquelas em situação de risco 
pessoal e social quando os responsáveis, por alguma razão, não são capazes de 
cumprir seu dever de cuidar e proteger. As unidades têm que ficar o máximo possível 
próximas geograficamente do local de origem dessas crianças e assegurar que irmãos 
(ou outros tipos de relações de parentesco) permaneçam juntos até que retornem às 
famílias de origem ou sejam encaminhados a famílias substitutas. 
 “O serviço de acolhimento institucional para crianças e adolescentes pode ser desenvolvido nas 
seguintes modalidades: 1. Atendimento em unidade residencial onde uma pessoa ou casal trabalha como 
educador/cuidador residente, prestando cuidados a um grupo de até 10 crianças e/ou adolescentes; 2. 
Atendimento em unidade institucional semelhante a uma residência, destinada ao atendimento de grupos 
de até 20 crianças e/ou adolescentes. Nessa unidade é indicado que os educadores/ cuidadores 
trabalhem em turnos fixos diários, a fim de garantir estabilidade das tarefas de rotina diárias, referência e 
previsibilidade no contato com as crianças e adolescentes.Poderá contar com espaço específico para 
acolhimento imediato e emergencial, com profissionais preparados para receber a criança/adolescente, 
em qualquer horário do dia ou da noite, enquanto se realiza um estudo diagnóstico detalhado de cada 
situação para os encaminhamentos necessários.” (pg 44). 
 
9 
 
 
 
Existe também a possibilidade de encaminhamento de crianças e adolescentes 
para programas de Família Acolhedora, principalmente quando a avaliação técnica 
indica grande possibilidade de retorno à família de origem. 
O atendimento aos jovens segue basicamente as mesmas normativas, mas deve 
prepará-los o quanto possível para a vida após o acolhimento institucional 
desenvolvendo autonomia e capacidades necessárias para gerir a própria vida 
cotidiana, preservando o vínculo com a família de origem sempre que não houver 
impedimento. Após completar a maioridade, especialmente entre 18 e 21 anos, o jovem 
pode ser atendido pelo Serviço de Acolhimento em Repúblicas, por tempo limitado. 
Neste caso, o objetivo é a qualificação e inserção profissional e a construção do projeto 
de vida. 
Os serviços de acolhimento devem sempre funcionar em articulação com a rede 
socioassistencial local, no âmbito do SUAS (Sistema Único de Assistência Social), do 
SUS (Sistema Único de Saúde), do Sistema Educacional e demais políticas públicas, 
além de órgãos do Sistema de Garantia de Direitos, tais como: Sistema de Justiça, 
Conselho Tutelar, Segurança Pública e Conselho de Direitos. 
Os serviços também não podem ferir os princípios e diretrizes do ECA – Estatuto 
da Criança e do Adolescente - nem das “Orientações Técnicas: Serviços de 
Acolhimento para Crianças e Adolescentes”, além de outras legislações relacionadas à 
Proteção Social da infância, adolescência e juventude, como por exemplo a Nova Lei 
da Adoção. 
 
Normativas e políticas nacionais diretamente relacionadas ao tema: 
 
 Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) – Lei nº 8.069/1990; 
 Norma Operacional Básica de Recursos Humanos do SUAS (NOB-RH/SUAS); 
 Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais – Resolução nº 109/2009 do Conselho 
Nacional de Assistência Social (CNAS); 
 “Orientações Técnicas: Serviços de Acolhimento para Crianças e Adolescentes”- Resolução 
Conjunta nº 1/2009, do CNAS e do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do 
Adolescente (CONANDA); 
 Plano Nacional de Promoção, Proteção e Defesa do Direito de Crianças e Adolescentes à 
Convivência Familiar e Comunitária; 
 Plano Decenal dos Direitos Humanos de Crianças e Adolescentes; 
 Diretrizes Internacionais para Cuidados Alternativos a crianças sem cuidados parentais. 
Orientações para a Elaboração para o Plano de Acolhimento da Rede de Serviços de 
Acolhimento para Crianças, Adolescentes e Jovens. 2014 
10 
 
 
 
2.2.3 Estatuto da Criança e do Adolescente 
Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao 
jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à 
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, 
além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade 
e opressão. (CF/1988). 
 
Conforme o artigo acima fica evidenciado que o ECA (Lei 8.069/1990) também é 
fruto da Constituição Cidadã de 1988, firmando a doutrina da Proteção Integral. 
Segundo o ECA, a criança e o adolescente, reconhecidos como sujeitos de direitos, 
devem ser prioridade absoluta do país em serviços, orçamento e políticas públicas. O 
Estatuto prevê uma série de direitos fundamentais a toda criança (0 a 12 anos) e a todo 
adolescente (12 a 18 anos), não apenas os que estiverem em situação irregular, sendo 
a responsabilidade pela garantia desses direitos compartilhada entre o Poder Público, a 
família e a sociedade. 
Ao romper com as antigas formas de enxergar a criança e o adolescente como 
“adultos em miniaturas” e a educação como punição, o ECA considera que essa é uma 
fase peculiar de desenvolvimento da pessoa humana, que se encontra em processo de 
formação física, emocional e intelectual. Por essa razão, crianças e adolescentes não 
podem responder pelo cumprimento das leis na mesma condição dos adultos. 
Em razão dessa concepção de infância e adolescência, em casos de conflito 
com a lei o ECA prevê medidas de proteção para a criança, como encaminhamento 
aos pais, matrícula na escola ou tratamento psicológico; e medidas socioeducativas 
para o adolescente, que apenas um juiz pode aplicar. São elas: Advertência (casos de 
atos infracionais menos graves); Obrigação de reparar o dano (se houver dano 
patrimonial e o adolescente tiver condições de reparar); Prestação de serviços à 
comunidade (máximo de seis meses, oito horas semanais); Liberdade assistida 
(nomeação de um orientador que vai acompanhar o adolescente por no mínimo seis 
meses); Inserção em semiliberdade (diretamente ou como progressão depois da 
internação); e Internação, que deve obedecer aos princípios da brevidade e da 
excepcionalidade e ser aplicada apenas em casos com violência ou grave ameaça à 
pessoa. 
 
11 
 
 
 
2.2.4 Orientações Técnicas: Serviços de Acolhimento para Crianças e 
Adolescentes 
Este documento, de 2009, tem como finalidade “regulamentar, no território 
nacional, a organização e oferta de Serviços de Acolhimento para Crianças e 
Adolescentes, no âmbito da política de Assistência Social”. (pg 12). Tais orientações 
são destinadas apenas aos serviços que acolhem crianças e adolescentes que se 
encontram sob medida protetiva (Art. 101, ECA), isto é, sem situação de abandono ou 
afastados do convívio familiar por decisão judicial. 
 
2.2.5 Plano Nacional de Promoção, Proteção e Defesa do Direito de Crianças e 
Adolescentes a Convivência Familiar e Comunitária 
O Plano, elaborado em 2006, representa a defesa do direito da criança e do 
adolescente à convivência familiar e comunitária e o rompimento com a cultura da 
institucionalização. Temas como a valorização da família e políticas de apoio sócio 
familiar, o reordenamento dos Abrigos e a implementação de programas de famílias 
acolhedoras, além da adoção centrada no interesse da criança e do adolescente 
nortearam as discussões para elaboração dos objetivos do documento. 
 
2.2.6 Nova Lei da Adoção 
A burocratização dos processos de adoção no Brasil frequentemente é alvo de 
críticas por parte da população em geral, não somente dos interessados em adotar. 
Tais críticas são direcionadas principalmente à morosidade do Judiciário e ao nível de 
exigências a serem cumpridas pelos interessados em adotar. 
Em 2017 foi sancionada, portanto, uma nova lei com o objetivo de acelerar a 
adoção. Para isso, introduziu mudanças no ECA, no Código Civil e até na CLT 
(Consolidação das Leis Trabalhistas). 
As novas regras do ECA sobre adoção dizem respeito a entrega voluntária, destituição do poder 
familiar, acolhimento, apadrinhamento e guarda. A alteração na CLT é relativa à extensão aos pais 
adotantes de garantias já concedidas atualmente aos pais biológicos. No Código Civil, a modificação é 
para acrescentar nova possibilidade de destituição do poder familiar. 
(A Nova Lei da Adoção, 2017) 
 
12 
 
 
 
Essa lei, no entanto, esbarra na própria (falta de) estrutura do Poder Judiciário ao 
impor prazos para o encerramento dos processos de adoção e divide a opinião dos 
especialistas, que temem o aumento de abusos e irregularidades, especialmente o 
afastamento indevido da família de origem (nuclear e extensa). 
2.3 A prática profissional do Assistente Social nos Serviços de Acolhimento 
Institucionalpara crianças e adolescentes 
O acolhimento institucional de crianças, jovens e adolescentes precisa ser 
realizado em consonância com os princípios e diretrizes dos documentos citados neste 
trabalho, entre outros que seguem na mesma direção. 
A publicação “Orientações Técnicas: Serviços de Acolhimento para Crianças e 
Adolescentes”, especificamente, aborda metodologias e instrumentos utilizados nesses 
serviços, possibilitando ao profissional de Serviço Social uma prática ética e 
responsável, dentro dos padrões estabelecidos pela atual legislação. 
A publicação destaca alguns instrumentos importantes, como o estudo 
diagnóstico, fundamental para amparar a decisão de afastamento da criança ou 
adolescente do convívio com a família. Este estudo deve ser feito por uma equipe 
multidisciplinar articulando Assistência Social, Conselho Tutelar e Justiça da Infância e 
da Juventude. Uma escuta qualificada de cada pessoa envolvida no caso deve ser 
realizada como parte do processo de avaliação diagnóstica para auxiliar a identificar os 
riscos aos quais a criança ou adolescente possam estar sujeitos e se existem 
integrantes da família extensa capaz de se responsabilizar pelos seus cuidados. Em 
situações de acolhimento emergencial, o estudo diagnóstico deve ser realizado num 
período máximo de vinte dias. 
Assim que a criança ou adolescente chega ao serviço de acolhimento é realizado 
pela equipe técnica e pela supervisão ligada ao órgão gestor da Assistência Social um 
Plano de Atendimento Individual e Familiar, no qual devem constar “objetivos, 
estratégias e ações a serem desenvolvidos tendo em vista a superação dos motivos 
que levaram ao afastamento do convívio e o atendimento das necessidades específicas 
de cada situação.” (pg. 32). 
13 
 
 
 
O acompanhamento da situação familiar também é imprescindível desde o 
início do acolhimento. São técnicas utilizadas para esse acompanhamento: estudo de 
caso; entrevista individual e familiar; grupo com famílias; grupo multifamiliar; visita 
domiciliar; orientação individual, grupal e familiar; e encaminhamento e 
acompanhamento de integrantes da família à rede local. (p. 37-38). 
Vale lembrar que os diversos instrumentos disponíveis para o Assistente Social 
devem ser sempre utilizados dentro de uma atuação profissional ética, que promova 
articulação entre teoria e prática, investigação e intervenção, pesquisa e ação, ciência e 
técnica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
 
 
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Diante do que foi exposto, evidenciam-se os importantes avanços obtidos desde 
a Constituição de 1988 para a Assistência Social e para a Proteção à Infância no Brasil. 
Os serviços devem ser focados no território, prestados por equipe multidisciplinar, 
articulada em rede, priorizando sempre o interesse da criança e adolescente, com 
acompanhamento familiar e objetivando o máximo possível a preservação dos vínculos 
familiares e comunitários, o sentimento de pertencimento, e a superação das situações 
geradoras de abandono, negligência e/ou violência: trata-se, sem dúvida, de uma 
construção coletiva, respaldada por estudos sérios e comprometida com a defesa 
intransigente dos direitos humanos. 
Obviamente, essa construção não está acabada, e existem inúmeras 
dificuldades práticas para a efetivação desses direitos, especialmente em relação às 
crianças, adolescentes e jovens. Continua necessário ir além, aprofundar os 
conhecimentos, aprimorar as práticas. 
Porém, levando em conta a jovem e frágil democracia brasileira, é preciso 
também lutar para evitar retrocessos. Desde a promulgação da Constituição Cidadã, ela 
nunca esteve tão ameaçada como no presente momento. 
Cabe aos profissionais do Serviço Social não titubear face às ameaças de 
desmonte de toda a estrutura material e não material conquistada, honrando 
diariamente o Código de Ética da profissão e mantendo-se sempre alertas à conjuntura 
política e econômica estadual e nacional. 
 
 
 
 
 
 
15 
 
 
 
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
ALENCAR, de Torres Maria Mônica. O trabalho do assistente social nas organizações 
privadas não lucrativas. Disponível em: 
http://www.cressrn.org.br/files/arquivos/4UkPUxY8i39jY49rWvNM.pdf 
 
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HISTÓRICO DA POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL: uma construção lenta e 
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17 
 
	sumário
	CARTILHA ‘TIPIFICAÇÃO NACIONAL DE SERVIÇOS SOCIOASSISTENCIAIS’. Reportagem publicada em 06.01.2015 em: http://radardaprimeirainfancia.org.br/cartilha-tipificacao-nacional-de-servicos-socioassistenciais/

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