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GESTÃO PATRIMONIAL – PROF. MOIZÉS FERREIRA BORBA 
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CURSO: TÉCNICO EM ADMINISTRAÇÃO 
 
 
GESTÃO PATRIMONIAL 
 
1. Introdução 
A Gestão Patrimonial engloba as operações relacionadas a administração dos ativos 
imobilizados de uma empresa, tais como: 
 Processos de aquisição: escolha e seleção dos bens, especificação, padronização, seleção 
de fornecedores; 
 Administração patrimonial: cadastramento ou registro dos bens, codificação, recolhimento e 
guarda, distribuição, definição de responsabilidade, baixa, alienação e Inventários 
 Reforma e manutenção: corretiva e preventiva 
 Segurança patrimonial: avaliação e quantificação dos riscos, plano de segurança, sistemas 
físicos de proteção dos bens e de pessoas, proteção contra fogo e de combate a incêndios; 
 Gestão de seguros: contratação, ocorrência de sinistros e indenizações; 
 Sistema de informação; e 
 Arquivamento de documentação. 
Algumas empresas vêm considerando Gestão Patrimonial de forma limitada e restrita 
apenas ao controle das seguintes atividades: 
a) Cadastramento – após a classificação, os bens são registrados em fichas ou no sistema 
corporativo de Gestão Patrimonial. Também, é realizada a identificação física dos bens através 
da fixação de chapas ou etiquetas, para facilitar o controle dos mesmos. O registro cadastral 
deve conter todas as informações imprescindíveis para a sua caracterização e controle. 
b) Recolhimento e guarda – é a retirada de um bem de um local ou setor da empresa para o 
almoxarifado. 
c) Distribuição – é a transferência de um bem do almoxarifado para uma determinada área da 
empresa. 
d) Carga e definição de responsabilidade – alocação dos bens em determinada área e a 
definição de responsabilidades pela guarda, utilização, conservação e controle dos bens 
perante a empresa. 
e) Baixa ou transferência – processo de retirada ou saída do bem junto ao responsável ou 
detentor e remessa ao almoxarifado ou outro usuário. 
f) Alienação – quando os bens não atendem mais às necessidades da empresa, eles são 
transferidos ou destinados para outras finalidades. Os bens alienados se enquadram nas 
seguintes categorias: excedentes, obsoletos, sucatas e outras. 
g) Inventários – é o processo de levantamento físico dos bens. 
 GESTÃO PATRIMONIAL – PROF. MOIZÉS FERREIRA BORBA 
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2. Ativo Imobilizado 
O ativo imobilizado compreende os bens materiais usados na atividade da empresa, 
inclusive os decorrentes de operações que transfiram à companhia os benefícios, riscos e controle 
desses bens, que apresentam as seguintes características básicas: 
 Serem utilizados nas atividades da empresa; 
 Não estejam, enquanto ativos, destinados à venda; 
 Vida útil superior a um ano; 
 Relevância de valor. 
O tipo de imobilizado varia de acordo com a atividade operacional de cada empresa. De 
acordo com o Manual de Contabilidade (FIPECAFI) o ativo imobilizado pode ser classificado nos 
seguintes grupos de bens: 
a) Imobilizado em operação: 
 Imóveis – São representados por terrenos e edificações: 
- Terrenos – Nesta conta são registrados os valores relativos aos terrenos de propriedade da 
empresa e que são utilizados em suas operações, tais como: terrenos onde se localizam as 
fábricas, a administração, as filiais, os depósitos. Os terrenos sem uma destinação específica 
devem ser classificados no grupo investimentos. 
- Edificações – Abrangem os edifícios que estão em operação, os imóveis ocupados pela 
administração, fábrica, depósitos, filiais de propriedade da empresa. Não devem ser incluídos nessa 
conta os valores relativos às instalações elétricas, hidráulicas, etc., que fazem parte da conta 
instalações. 
 Instalações – Nessa conta são registrados os bens materiais e custos de implantação, 
relativos a instalações hidráulicas, sanitárias, de vapor, de ar-comprimido, de comunicações, 
de climatização, painéis e letreiros fixos ao imóvel, etc., que apesar de fazerem parte dos 
edifícios, devem ser segregadas, uma vez que a sua vida útil e a depreciação são diferentes. 
 Máquinas e Equipamentos – Englobam o conjunto de máquinas e aparelhos utilizados na 
atividade da empresa, equipamentos de proteção e segurança patrimonial (extintores, 
câmeras, aspersores, condicionadores de ar, etc). 
 Equipamentos de Processamento de Dados ou Computadores e Periféricos – Incluem-se 
as unidades centrais de processamento, as unidades periféricas, bem como as impressoras e 
terminais. No caso dos programas e aplicativos ("software") adquiridos ou desenvolvidos pela 
empresa, devem ser apropriados ao resultado se o seu valor não for relevante. No entanto, nos 
casos de grandes sistemas, envolvendo valores significativos, devem ser registrados no Ativo 
Intangível e amortizados em função dos períodos a serem beneficiados. 
 Móveis e Utensílios – Engloba os valores relativos às mesas, cadeiras, sofás, geladeiras, 
arquivos, máquinas de calcular, máquinas de escrever, entre outros, que tenham vida útil 
superior a 1 (um) ano. 
 Veículos – Classificam-se nessa conta todos os veículos de propriedade da empresa, 
utilizados pelo pessoal do departamento administrativo, de vendas, ou de transporte. Os 
veículos utilizados no processo produtivo, tais como: empilhadeiras, tratores e similares, podem 
ser registrados na conta de equipamentos. 
 Ferramentas e Peças de Reposição – As ferramentas de uso na empresa, de vida útil 
superior a um ano. No entanto, é aceitável a prática de lançar diretamente em despesas as 
ferramentas de pequeno valor unitário, mesmo quando a vida útil seja superior a um ano. 
Nessa conta também são registradas as peças de reposição em estoque destinadas à 
substituição ou manutenção das máquinas, equipamentos, veículos, etc., classificados no Ativo 
Imobilizado. Essas peças, quando utilizadas, serão contabilizadas como adição ao imobilizado 
em operação, e o valor das peças substituídas deve ser baixado dessa conta. 
 GESTÃO PATRIMONIAL – PROF. MOIZÉS FERREIRA BORBA 
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 Reflorestamentos e Jazidas – Classificam-se nessa conta custos relativos a projetos de 
florestamento e reflorestamento de propriedade da empresa, bem como os custos incorridos na 
obtenção de direitos de exploração de jazidas de minério e pedras preciosas. 
b) Imobilizado em andamento: 
 Construções em Andamento – Nessa conta são classificados todos os gastos com materiais, 
mão-de-obra direta e indireta e outros gastos que a empresa incorrer na construção e 
instalação, até o momento em que os bens entram em operação, quando são reclassificados 
para as contas específicas do grupo Imobilizado em Operação. 
 Consórcios – São classificados nessa conta os adiantamentos por conta de fornecimento de 
bens, destinados ao Ativo Imobilizado, por meio de consórcios antes do recebimento dos 
mesmos. Quando do recebimento do bem, o valor constante dessa conta será transferido para 
uma conta específica do grupo Imobilizado em Operação. 
 Importações em Andamento – Serão registrados nessa conta todos os gastos incorridos 
desde a assinatura do contrato de câmbio (tais como: fretes, comissões, seguros, impostos não 
recuperáveis, tarifas aduaneiras, etc.), até o efetivo desembaraço aduaneiro dos bens 
importados destinados ao Ativo Imobilizado. Quando os bens importados forem 
desembaraçados, será efetuada a transferência dos valores registrados nessa conta para a 
conta específica, do grupo Imobilizado em Operação. 
 Custo de Demolições – Nos casos de aquisição de terreno que possui imóvel a serem 
demolidos, o custo total da aquisição é atribuído exclusivamente ao terreno. 
c) Bens do Ativo Imobilizado de Pequeno Valor: 
 A critério da empresa, poderão ser lançados como custo ou despesa operacional o valor de 
aquisição de bens de uso da empresa, cujo prazo de vida útil não ultrapasse 1 (um) ano ou o 
valorunitário não seja superior a R$ 1.200,00 (Lei n° 12.973/14, artigo 2°, que alterou o Art. 
301 do RIR/1999). 
 
 
 GESTÃO PATRIMONIAL – PROF. MOIZÉS FERREIRA BORBA 
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3. Compras de Ativos Imobilizados 
Na Gestão Patrimonial, a função compras é revestida dos seguintes objetivos: 
 Obter bens e serviços na quantidade e com a qualidade necessária, ao preço justo, com 
garantia do melhor serviço possível e correta entrega, por parte do fornecedor. Ao mesmo 
tempo deve desenvolver e manter boas relações com os fornecedores, e buscar 
fornecedores potenciais. 
Para satisfazer estes objetivos, devem ser desempenhadas algumas atividades básicas como: 
 Determinar as especificações de compra: qualidade certa, quantidade certa e entrega certa, 
tempo e lugar; 
 Negociar os termos e condições de compra; 
 Emitir e administrar pedidos de compra; 
 Acompanhar o recebimento e pagamento; 
 Selecionar o fornecedor correto. 
É preciso conhecer os fornecedores para avaliar se os produtos e serviços por eles oferecidos 
são adequados às necessidades da empresa, bem como avaliar se são superiores aos oferecidos 
por outras empresas fornecedoras. Deverá ser formulado um questionário contendo as 
informações mais importantes, submetendo-o a todos os fornecedores com o objetivo de 
identificar aqueles que estão mais alinhados aos interesses da empresa. 
É importante fazer uma análise prévia dos fornecedores para saber até que ponto poderá 
evoluir na relação comercial que irá estabelecer. É muito importante pesquisar os seguintes 
pontos: 
• Onde estão localizados? 
• Quais são e quantos serão os seus futuros fornecedores? 
• Eles estão interessados e dispostos a auxiliá-lo a entrar no mercado? 
• Atenderão aos seus pedidos pelo menos em condições iguais às de seus concorrentes? 
• De que maneira você pode contribuir para que os negócios deles tenham sucesso? 
Informações que são necessárias para escolher os fornecedores: 
• As empresas que você deseja como fornecedores trabalham com empresas de pequeno 
porte? 
• Costumam ser flexíveis quanto a prazos de pagamento e descontos para pagamentos à 
vista? 
• Que produtos vendem e que preços praticam? 
• Costumam ter problemas de fornecimento (falta de produtos ou demora na entrega)? 
• A qualidade de seus produtos é boa? 
• Quais os pontos Fortes e os pontos Fortes de cada fornecedor? 
Empresa 1: Pontos Fortes Pontos Fracos 
1.1 
1.2 
Empresa 2: 
2.1 
2.2 
No sistema tradicional a função de compras fundamenta-se na procura do bem, na negociação 
do preço, e na definição do prazo de pagamento e da qualidade dos bens adquiridos. 
No tocante as aquisições de ativos imobilizados, para escolher os bens são necessárias 
realizar de forma integrada e sistematizada as seguintes atividades: seleção, especificação, 
simplificação, padronização, classificação e codificação. 
 ESCOLHA E SELEÇÃO – Os usuários tendem a escolher os bens materiais em função das 
suas características de desempenho, enquanto outras pessoas dentro da organização 
procuram levar em consideração a pontualidade e o prazo de entrega dos fornecedores, o 
preço, as condições de pagamento. Assim, a seleção dos bens que serão utilizados pela 
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organização deve ser obtida mediante uma administração que seja capaz de explicitar as 
divergências e alcançar um consenso razoável entre os envolvidos na compra: usuários, 
compradores, almoxarife, diretor financeiro etc. A escolha dos bens materiais é tão 
importante para a empresa que não pode ficar exclusivamente na mão dos usuários dos 
bens materiais e nem dos administradores de bens materiais. Torna-se evidente e lógico 
que a Área de Gestão Patrimonial deve fazer parte do processo. 
 ESPECIFICAÇÃO E SIMPLIFICAÇÃO – envolve as atividades voltadas para identificar e 
individualizar os bens definindo as características e as propriedades necessárias, os 
requisitos técnicos que um bem ou processo deve apresentar para cumprir sua finalidade. 
Os procedimentos de simplificação buscam reduzir a variedade e as características físicas e 
funcionais desnecessárias nos bens. Busca-se também eliminar os materiais, as funções e 
os quesitos face ao surgimento de outros com melhor desempenho ou desnecessários. Os 
principais critérios para reduzir a variedade desnecessária referem-se à qualidade, custo, 
condições de fornecimento, funções operacionais entre outros. 
Características de uma especificação: 
 Nome básico: Título principal do material, este deve ser analisado quanto a informações 
contidas em normas técnicas, porém em muitos casos usa-se o nome comercial. Exemplo: 
OMO – nome básico “Sabão em pó”. 
 Características físicas: comprimento, largura, espessura, dureza, granulação, pressão, 
tensão, corrente, volume, cor, formato, data de validade, embalagens. 
 Unidade de estoque: Está relacionada às quantidades de fornecimento do material. Para 
se ter uma idéia, a ABNT sugere unidades variadas para o mesmo item, como: Kg , Peça 
ou Metro tal caso acontece com as normas de tubos de aço carbono. Assim, a norma deixa 
a critério do mercado fornecedor. 
 Referência comercial: – A referência é um adendo importante, que pode ajudar em muito 
a aquisição do material, entretanto, não devemos esquecer que estaremos vinculando a 
um só fornecedor, o que trará problemas para a negociação do preço de compra. A 
referencia é indicada da seguinte forma: Nome do fabricante: Gessy Lever Referência: 
OMO ou similar. Algumas empresas indicam como referencia a soma do nome com a 
referência, ficando padronizada: Referência: Gessy Lever – OMO. Para peças específicas 
usa-se a indicação de desenhos: Nome do fabricante: Villares Desenho: BH237809990 
Rev. 2 ( em anexo). 
 Tendência das empresas: As empresas tendem a se padronizar, quer dizer, criar padrões 
de especificação, unidade de estoque, dimensionais e padrões de materiais, tendendo a 
reduzir a variedade de itens no estoque. 
- PADRONIZAÇÃO – é o processo pelo qual a organização torna obrigatório o uso, a 
compra ou a produção de certo material e, necessariamente, resulta das atividades de 
especificação e simplificação. A especificação sempre nos conduz a padronização, que 
pode ser definida como sendo a análise de materiais a fim de permitir seu intercâmbio, 
possibilitando a redução de variedades e consequente economia. Segundo o dicionário é 
redução dos objetos do mesmo gênero a um só tipo, unificando, simplificando, segundo um 
padrão ou modelo preestabelecido. 
 CLASSIFICAÇÃO – a classificação de materiais é um processo que tem como objetivo 
agrupar todos os materiais com características comuns. Pode ser dividida em quatro 
categorias: Identificação, Codificação, Cadastramento e Catalogação. 
 IDENTIFICAÇÃO DO MATERIAL – é a primeira etapa da classificação de material 
e também a mais importante. Consiste na análise e registro das características 
físico/químicas e das aplicações de um determinado item em relação aos outros, 
isto é, estabelece a identidade do material. Para identificar essas características, é 
necessário ter em conta alguns dados sobre os materiais, dados estes que podem 
ser retirados de catálogos, de listas de peças fornecidas pelos fabricantes, pela 
simples visualização do material, etc. 
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 CODIFICAÇÃO – Codificação se refere à distribuição de símbolos aos bens classificados 
para melhor identificação. São usados códigos (ou combinações) alfabéticos, numéricos 
ou alfanuméricos. 
a) Codificação alfabética – Este processo representa os materiais por meio de letras, foi muito 
utilizado na codificação de livros (Método Dewey), com a implementação da imprensa no mundo, 
o sistema agregou números a sua codificação, conseguindocom isto codificar a grande 
variedade de edições em suas categorias e classificações de assuntos, autores e áreas 
especificas. 
b) Codificação alfa-numérica – Este processo agrupa números e letras, atualmente é um sistema 
muito utilizado na classificação de peças automotivas e na codificação de placas de automóveis. 
c) Codificação numérica ou sistema Numérico ou Decimal – A atribuição consiste na adoção de 
algarismos arábicos, sendo o método mais utilizado, pela facilidade de ordenação seqüencial de 
diversos itens e na adoção da informatização. A identificação com o código do item, usualmente 
é feita com pequenas chapas coladas nos bens (costuma-se dizer que são chapas com número 
do patrimônio). Devido à facilidade de informatização das empresas, as chapas com o 
número do imobilizado, trazem um código de barras que facilita a leitura e o controle do 
patrimônio imobilizado. A exemplo da codificação de materiais, existem diversos critérios para 
codificação dos bens imobilizados, sendo o mais indicado o decimal-universal: 
 X.X.X.XX.XXX–DV 
 Dígito Verificador 
 Número Sequencial: 001 – mesa; 002 – cadeiras 
 Grupo do bem – Móveis e Utensílios 
 Sub grupo do plano de contas – Ativo Imobilizado. 
 Grupo do plano de contas – Ativo Não Circulante 
 Item do plano de contas – Ativo 
 
d) Código de barras – A EAN Brasil – Associação Brasileira de Automação Comercial, atualmente 
GSI recebeu a incumbência de administrar no âmbito do território brasileiro o Código Nacional de 
Produtos, Sistema EAN/UCC constituído de: 
 Um sistema para numerar itens (produtos de consumo e serviços, unidades de transporte, 
localizações, e outros ramos,...) permitindo que sejam identificados. 
 Um sistema para representar informações suplementares. 
 Código de barras padronizados para representar qualquer tipo de informação que possa ser 
lida facilmente por computadores (escaneada). 
 Um conjunto de mensagens EANCOM para transações pelo Intercambio Eletrônico de 
documentos (EDI). 
Dentro do processo, foram padronizados sistemas de EAN, sendo: 
 EAN 13 – utilizado para identificar unidade de consumo. 
 EAN 08 – utilizado para identificar unidade de consumo, quando a embalagem não tem espaço 
físico para marcar o EAN13. 
 EAN/DUN14 – utilizado para identificar caixas de papelão, fardos e unidades de despacho em 
geral. 
 UCC/EAN128 – aplicado em unidades de distribuição, permitindo identificação de número de 
lote, série, data de fabricação, validade, textos livres e outros dados. 
 ISBN – utilizado para identificar livros. 
 ISSN – utilizado para identificar publicações periódicas. 
e) Razões de utilização – Dentre muitos se apresentam: 
 Padrão utilizado internacionalmente em mais de 100 países. 
 Cada identificação de mercadoria é única no mundo. 
 Decodificações rápidas do símbolo, gerando informações instantâneas. 
 Linguagem comum no intercambio de informações entre parceiros comerciais. 
f) Vantagens para a indústria 
 Conhecimento exato do comportamento de cada produto no mercado. 
 Estabelecimento de uma linguagem comum com os clientes,. 
 GESTÃO PATRIMONIAL – PROF. MOIZÉS FERREIRA BORBA 
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 Organização interna, mediante a codificação de embalagens de despacho e da matéria prima. 
 Controle de inventários e do estoque, expedição de mercadorias. 
 Padronização nas exportações. 
 Aproximação do consumidor ao produto (merchandising) 
 Possibilidade de utilizar o Intercambio eletrônico de Documentos (EDI). 
g) Vantagens para o comércio 
 Otimiza o controle de estoque. 
 Aumenta a eficiência no ponto de venda: elimina erros de digitação, diminui o tempo das filas. 
 Otimiza a gestão de preços e de crédito. 
 Melhora o controle do estoque central. 
 Obtém informações confiáveis para uma melhor negociação. 
 Vende mais com maior lucro. 
 Atende as mudanças rápidas dos hábitos de consumo. 
 Melhora o serviço ao cliente. 
 Estabelece linguagem comum com fornecedor. 
h) Vantagens para o consumidor 
 Cupom fiscal detalhado. 
 Passagem rápida no check-out. 
 Eliminação de erros de digitação em sua compra. 
 Preço correto nas gôndolas. 
 Linhas de produtos a venda de composição mais adequada ao perfil da clientela 
 CADASTRAMENTO DOS BENS MATERIAIS – o objetivo deste é inserir nos 
registros da empresa todos os dados que identifiquem os bens materiais. O 
cadastramento é efetuado através do preenchimento de fichas individuais dos bens 
ou em sistema informatizado que deverá constar principalmente: a data de 
aquisição, código, valor inicial, critério e prazo para a depreciação, depreciação do 
período e acumulada, centro de custo em que o bem se encontra alocado, espaço 
para registros de melhorias no bem; por exemplo, a colocação de leitor digital em 
uma máquina, ar condicionado em um veículo etc. (desde que altere seu valor 
contábil). No Anexo 1 é apresentado modelos de fichas cadastrais dos bens do ativo 
imobilizado, de termo de responsabilidade e do levantamento do inventário. 
 CATALOGAÇÃO DE BENS MATERIAIS – consiste em ordenar de uma forma lógica todos 
os dados que dizem respeito aos itens identificados, codificados e cadastrados de forma a 
facilitar a consulta da informação pelas diversas áreas da empresa. Um dos aspectos mais 
importantes na catalogação de material é usar simplicidade, objetividade e concisão dos 
dados gerados e permitir um fácil acesso e rapidez na pesquisa. Os objetivos de uma boa 
catalogação são: 
 Conseguir especificar o catálogo de uma forma tal que o usuário consiga 
identificar/requisitar o bem que deseja; 
 Evitar que sejam introduzidos no catálogo itens cadastrados com números diferentes; 
 Possibilitar a conferência dos dados de identificação dos bens colocados nos documentos 
e formulários do sistema de bens materiais. 
 
 GESTÃO PATRIMONIAL – PROF. MOIZÉS FERREIRA BORBA 
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ATIVIDADE PROPOSTA 1: Questionário 
1) Em que consiste a Gestão Patrimonial? 
2) O que são ativos imobilizados e quais as características básicas? 
3) Como são classificados os ativos imobilizados? Dê exemplos. 
4) O que são bens de pequeno valor e como podem ser classificados? 
5) Qual o objetivo da área de compras, dentro da Gestão Patrimonial? 
6) Quais as atividades básicas desenvolvidas pela área de compras? 
7) Como deve ser o relacionamento da área de compras com os fornecedores? 
8) Que informações são necessárias para escolher os fornecedores? 
9) Quais as atividades a serem desenvolvidas pela área de compras, no tocante as aquisições 
de ativos imobilizados? 
10) O que deve ser observado na escolha e seleção dos bens do ativo imobilizado? 
11) Em que consiste as atividades de especificação e simplificação e qual a importância para a 
empresa? 
12) O que a empresa deve observar na especificação dos bens? 
13) Como pode ser definida a atividade de padronização dos bens? 
14) Em que consiste as atividades de identificação dos bens materiais? 
15) Em que consiste o sistema EAN/UCC para códigos de barras e quais os principais sistemas 
padronizados? 
16) Cite as razões para utilização pelas empresas do sistema EAN/UCC para códigos de barras. 
17) Cite as vantagens da utilização pelas empresas industriais e comerciais, e pelos 
consumidores, do sistema EAN/UCC para códigos de barras. 
18) Qual o objetivo do cadastramento de bens e como ele é realizado? 
19) Em que consiste a catalogação dos bens e quais são os objetivos de uma boa catalogação? 
 Efetuar as 1ª etapa, 2ª etapa e 3ª etapa, da Atividade Proposta 10. 
 
 GESTÃO PATRIMONIAL – PROF. MOIZÉS FERREIRA BORBA 
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4. Decisão sobre Investimento no Ativo Imobilizado (Fixo) 
Espera-se que uma empresa possa ganhar mais com seus ativos, comprando estoque ouproduzindo para revender ou prestando serviços, do que investindo seu dinheiro para ganhar juros 
no mercado financeiro. 
Os investimentos de recursos em ativos imobilizados exigem que os empresários 
disponibilizem um montante significativo de capitais. Por isso, depois de iniciados esses 
investimentos são quase que irreversíveis. É necessário todo um processo de planejamento e 
avaliação, bem como a elaboração de uma planilha de dispêndio ou cronograma de desembolsos 
dos investimentos, que preveja as datas em que serão efetivamente realizados os desembolsos 
de valores. 
Estes investimentos acarretam elevação nos gastos da empresa, tais como depreciação mais 
elevada, custos de prêmios de seguros mais altos, valor maior da tributação incidente sobre as 
propriedades imobiliárias (IPTU) e, possivelmente, mais gastos de manutenção. 
A recuperação dos valores investidos na aquisição de bens do Ativo Imobilizado (no caso 
prédios, máquinas, instalações e equipamento), na maioria das vezes, pode ocorrer em vários 
anos. Se não houver um orçamento bem elaborado para esse tipo de investimento, poderá gerar 
consequência bastante prejudicial à empresa, que pode ser levada a uma condição financeira 
incômoda. 
Na elaboração do Plano de Investimentos (orçamentos de capital) a empresa deve considerar 
– além da receita bruta das vendas, custos operacionais e despesas totais – informações sobre a 
capacidade produtiva e a vida útil dos equipamentos, o valor de equipamentos periféricos 
necessários, o custo de manutenção de todos os bens a serem incorporados ao sistema produtivo 
da empresa, bem como os impostos incidentes, a perspectiva de inflação e outros elementos 
relacionados com a nova planta industrial. 
As razões para a realização de investimentos em Ativos Imobilizados mais encontradas no 
meio empresarial são: 
a) Expansão dos negócios – Os investimentos têm por finalidade elevar o nível da produção 
e das vendas, necessitando adquirir itens do ativo imobilizado como imóveis, máquinas, 
equipamentos fabris etc. 
b) Substituição de equipamentos – Sempre que for preciso consertar uma máquina é 
necessário comparar o desembolso exigido para seu reparo em relação ao que seria 
necessário para substituí-la e os benefícios dessa substituição. A opção que trouxer melhor 
retorno para a empresa é a que deve ser adotado. 
c) Modernização – As grandes mudanças que ocorre no mercado obrigam as empresas a 
realizarem altos investimentos, pois as maquinas e equipamentos modernos reduzem o 
desperdício de matérias primas e outros insumos – inclusive mão de obra – e possibilitam a 
elaboração de produtos de melhor qualidade. Só assim elas obtêm vantagens competitivas 
e um padrão tecnológico compatível com as exigências dos consumidores dos seus 
produtos. São estes investimentos que fazem com que as empresas atinjam um patamar 
diferenciado; uma presença de destaque no mercado. 
d) Investimentos de contingências – Resulta, geralmente, da imposição de algum órgão 
público, que obriga a empresa a fazer investimento sem perspectiva de benefícios 
financeiros. Por exemplo: filtros de proteção ambiental, lagoas de decantação etc. 
e) Custo Financeiro – Em qualquer dos casos, deve ser realizada a avaliação sobre o que 
seria melhor para empresa: adquirir ativos imobilizados com recursos próprios, 
financiamentos bancários ou pelo sistema de Leasing – (conforme item 11). 
As decisões de investimento de capital englobam dois aspectos da lucratividade de longo 
prazo: i. a estimativa do aumento dos fluxos de caixa líquidos ou das economias nas saídas de 
caixa que resultarão desse investimento; e, ii. o cálculo do total das saídas de caixa necessárias 
para efetivar o investimento. Esses dados serão decisivos para a avaliação dos investimentos. 
 GESTÃO PATRIMONIAL – PROF. MOIZÉS FERREIRA BORBA 
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5. Critérios de Avaliação do Ativo Imobilizado 
A base de avaliação dos bens componentes do Ativo Imobilizado é o seu custo de 
aquisição, ou seja, todos os gastos relacionados com a aquisição dos bens e os necessários para 
colocá-lo em local e condições de uso no processo operacional da companhia. 
 Bens Adquiridos – No caso de compra, o custo compreende o preço faturado pelo fornecedor 
acrescido de todos os gastos necessários para poder efetivar a compra e instalar o bem, tais 
como: frete, seguro, comissões, desembaraço aduaneiro, custos de instalação e montagem, 
custos com escritura e outros serviços legais e os impostos pagos, exceto quando ensejarem 
crédito fiscal. Os valores relativos a encargos financeiros decorrentes de empréstimos e 
financiamentos, bem como os juros nas compras a prazo de bens do Ativo Imobilizado, não 
devem ser incluídos no custo dos bens adquiridos, mas lançados como despesas financeiras 
no resultado ou no ativo diferido, se em fase de construção. Ressalte-se que perante a 
legislação do Imposto de Renda (Parecer Normativo CST nº 02/1979), o Imposto de 
Transmissão na Aquisição de Imóveis pago pela pessoa jurídica na aquisição de bens do Ativo 
Permanente poderá, a seu critério, ser registrado como custo de aquisição ou deduzido como 
despesa operacional. No entanto, para efeitos contábeis, tal procedimento não é válido, uma 
vez que esse tributo faz parte do valor aplicado na aquisição do bem. 
EXEMPLO: Aquisição de Máquinas Industriais no valor de R$ 20.000,00, com frete de R$ 
2.000,00 e despesas de instalação de R$ 1.000,00. O custo de aquisição de aquisição total foi 
de R$ 23.000,00. 
 Bens Construídos – O custo dos bens construídos corresponde aos gastos por aquisição dos 
materiais aplicados, o da mão-de-obra e seus encargos e outros custos diretos e indiretos 
relacionados com a construção, incorridos até a data da colocação dos mesmos em atividade. 
 Bens Recebidos em Doação ou Subvenções Para Investimento – No caso de bens 
recebidos em doação ou subvenção para investimento, sem ônus para a empresa, devem ser 
contabilizados pelo preço praticado no mercado, a crédito da conta específica de Reserva de 
Capital (Art. 182, § 1º, letra "d", da Lei nº 6.404/1976). As demais doações recebidas pela 
empresa serão apropriadas ao resultado do período como receita. 
 Bens Incorporados ao Capital – Os bens que forem incorporados ao Patrimônio Líquido da 
empresa para formação do capital social serão registrados pelo seu valor de avaliação, 
estabelecido por três peritos ou por empresa especializada e aprovado em assembléia geral 
(Art. 8º da Lei nº 6.404/1976). 
 Reparos, manutenções e substituição de partes ou peças – Os gastos incorridos com 
melhorias, alterações, recuperações e reparos para manter ou recolocar os ativos em 
condições normais de uso serão agregados à conta que registra o bem no grupo do Ativo 
Permanente e depreciado conforme prazo de vida útil previsto, sempre que forem de valores 
relevantes e aumentarem a vida útil originalmente prevista para o bem. Caso contrário, serão 
lançados como despesas, à medida que os gastos são incorridos. Perante a legislação do 
Imposto de Renda pode ser lançado como custo ou despesa operacional o valor de aquisição 
de bens para o Ativo Permanente, cujo prazo de vida útil não ultrapasse um ano ou o valor 
unitário seja inferior a R$ 1.200,00. (Art. 301 do RIR/1999 e art. 2º da Lei nº 12.973/14). 
 Bens obsoletos ou sucateados – Tratando-se de bens obsoletos, sucateados ou totalmente 
depreciados, deverão permanecer registrados contabilmente, pois a baixa contábil deve ser 
concomitante à baixa física do bem, ou seja, com sua efetiva saída do patrimônio da empresa, 
e o valor de alienação, caso haja valor econômico apurável, servirá para apuração da receita 
eventual ou do valor efetivo da perda. 
Para qualquer tipo de entidade seja pública ou privada, a avaliação de um bem está 
fundamentada na aplicação de um conjunto de técnicas que possibilita levantar o seu valorespecífico. Não representa uma ciência exata. Representa sim, a arte de estimar valores em que 
os conhecimentos profissionais, a confiabilidade das informações e o bom julgamento, são 
condições essenciais. 
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No campo da gestão patrimonial, as avaliações têm absoluta importância na definição de 
seguros, valorização do patrimônio tangível (imóveis, máquinas, equipamentos e outros), do 
patrimônio intangível (marcas, patentes, contatos, concessões etc), avaliação para 
desapropriação ou certidões de imóveis, decisão de investimentos, custos de reposição, perícias, 
laudos e estudos de obsolescências entre outros. 
Desta forma, o objetivo da avaliação é encontrar a tendência central ou média ponderada de 
indicadores ou valores orientados por dados econômicos, financeiros e de mercado, tais como: 
− valores referenciais de vendas ou de aluguéis; 
− atualização ou levantamento de preços e valores; 
− comparação direta (tamanho, qualidade, localização, estado de conservação etc.); 
− comparação indireta (rendas e taxa de capitalização). 
Considerando as normas da ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas que tem 
elaborado vários trabalhos no campo das avaliações em consonância com o SNMNQI - Sistema 
Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial - podem ser destacadas as seguintes 
normas relacionadas à Gestão Patrimonial: 
− NB-502 (NBR 5.676) - Avaliações de Imóveis Urbanos; 
− NB-613 (NBR 8.799) - Avaliações de Imóveis Rurais; 
− NB-899 (NBR 8.951) - Avaliação de Glebas Urbanizáveis; 
− NB-900 (NBR 8.977) - Avaliação de Máquinas, Equipamentos, Instalações, Complexos 
Industriais. 
Analisando-se as normas orientadoras fundamentais para o processo de avaliação, e em 
certas situações obrigatórias de se serem seguidas, os seguintes métodos básicos para a 
avaliação de bens de maneira geral podem ser destacados. 
I. Métodos Diretos 
 Método Comparativo de Dados de Avaliação: está assentado nas informações sobre valor 
de venda ou rendimentos. O valor do bem é estimado pelas comparações de dados coletados 
junto ao mercado, organismos técnicos, organizações ou outra fonte confiável. Quando 
possível deve ser considerado o tratamento estatístico dos dados obtidos. 
 Método Comparativo de Custo Reposição ou Reprodução: Neste caso apropria-se o valor 
do bem através dos custos e valores para reposição do bem. A composição dos custos deve 
ser fundamentada em orçamentos comprobatórios, e justificados e qualificados os efeitos do 
desgaste físico, do obsoletismo e da depreciação. 
II. Métodos Indiretos 
 Método de Renda ou Rendimentos: Apropria-se o valor do bem e ou suas partes 
constitutivas com base no valor presente dos rendimentos líquidos reais, previstos ou 
potenciais. Aspectos fundamentais neste método são representados pelo correto uso e pela 
determinação da taxa de desconto ou juros, no período utilizado de capitalização e pela 
confiável determinação dos rendimentos líquidos. 
 Método Involutivo: Este método está baseado na análise de viabilidade técnico-econômica, 
Consistindo na apuração da receita total potencialmente auferida com a venda e eficiente 
aproveitamento, deduzindo todos os gastos ou despesas potenciais diretas e indiretas, numa 
eventual execução ou implantação operacional. O lucro potencial também deve ser deduzido, 
para a obtenção do valor do bem. 
 Método Residual: Este método estima o valor do imóvel na sua totalidade, isto é, 
considerando terreno como um todo, lote mais benfeitorias e partes constitutivas, e em seguida 
efetua-se a subtração do valor estimado do terreno. 
Para a tomada de decisão, estes métodos podem ser considerados de forma comparativa, um 
com ao outros ou serem considerados conjuntamente, quando for necessário ou indicado. 
Dependendo do tamanho, do valor e da precisão necessária, o processo de avaliação de 
bens poderá sofrer maior detalhamento ou simplificação ou é representado pelos seguintes 
passos: 
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 Identificação do Problema - abrangendo dois aspectos fundamentais: um referente ao 
objeto a avaliar e outro referente à finalidade. Quanto ao objeto, deve-se destacar a sua 
caracterização (localização, instalação, descrição técnica e operacional, e estado de 
conservação, entre outros). 
 No que se refere à finalidade da avaliação, deve-se destacar em que espécie de valor está 
fundamentada: se valor venal, custo de reprodução, renda do valor residual, valor atual e 
valor de mercado etc. Também deve ser considerado se a avaliação se destina a 
expropriação, taxação de impostos, renovação de locação, hipoteca, substituição ou venda, 
etc. 
 Levantamento Preliminar e Plano de Trabalho: através de um levantamento preliminar do 
bem pode ser indicado o método mais aconselhável para a avaliação e desenvolvimento de 
um plano de trabalho compatível com o objeto da avaliação. 
 Obtenção dos Dados: tem por finalidade reunir dados de mercado e técnicos referentes a 
vendas, rendas, custos e valores. 
 Análise dos Dados: é o momento em que o avaliador fará estruturação dos dados em 
função dos métodos escolhidos e a obtenção dos resultados. 
 Comparações entre os Métodos e Conclusões: com a obtenção dos resultados por um ou 
vários métodos o avaliador finalizará a avaliação com a devida documentação explicitadora. 
 Avaliação Final e Laudo: O avaliador deverá levar em conta as tendências econômicas, os 
indicadores econômico-financeiros, o estudo da tecnologia e, no caso especifico da avaliação 
de imóveis, a tendências locais e regionais que possam intervir no valor da Propriedade. 
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6. Valores Patrimoniais 
Ao longo do tempo, os bens materiais perdem os seus valores ou diminuem de preço devido ao 
tempo, ao desgaste físico, à obsolescência funcional e à obsolescência econômica. Este 
fenômeno é denominado de maneira geral de depreciação, podendo ser definido como o encargo 
ou despesa anual que é feita ou prevista durante o período de vida útil do investimento, para 
recuperação do investimento, na ocasião da retirada do bem ou momento de reposição e 
alienação. Logo, o imobilizado está relacionado ao tempo, ao uso, à obsolescência e ao desgaste, 
tendo correlação direta com os conceitos de depreciação, amortização e exaustão que 
representam as formas de redução de valor do bem. 
 A depreciação se refere ao desgaste ou deterioração pelo uso ou pelo transcorrer do tempo. 
Evidencia-se, portanto, que somente os bens tangíveis imobilizados são depreciados. 
 Quanto às amortizações, são aplicáveis sobre os intangíveis como marcas, patentes. 
 A exaustão, por outro lado, é indicada, por exemplo, aos recursos naturais como florestas e 
jazidas de minérios. 
O número de anos escolhido para depreciar o bem será igual, no máximo, à duração física 
provável do equipamento, ou ao número de anos legalmente permitido, podendo ser bem menor, 
caso: i. haja risco do obsoletismo do processo; ii. existam condições de instabilidade econômica 
que aconselham prudência na aquisição de equipamentos e exijam amortização rápida do capital 
investido; iii. haja grande risco técnico ou mercadológico no empreendimento. 
Um sistema de depreciação deve abranger os seguintes aspectos: i. Ser capaz de fazer com 
que haja uma recuperação do capital investido tão rapidamente quanto possível, em consonância 
com os fatos econômicos envolvidos. ii. Ser simples. Iii. Assegurar que os valores contábeis, em 
qualquer época, não sejam maiores que os valores reais. Iv. Que seja aceito pela legislação 
tributária. 
A Receita Federal publica periodicamente o prazo de vida útil admissível, em condições 
normais ou médias para cada espécie de bem, ficando assegurado ao contribuinte o direitode 
computar a quota efetivamente adequada às condições de depreciação de seus bens, desde que 
faça a prova dessa adequação, quando adotar taxa diferente. 
Tabela de taxa anual de depreciação: 
 Taxa anual Anos de vida útil 
Edifícios 4% 25 
Máquinas e Equipamentos 10% 10 
Instalações 10% 10 
Móveis e Utensílios 10% 10 
Veículos 20% 5 
Computadores e periféricos 20% 5 
Na área contábil, muitos métodos de Depreciação são apresentados, dos quais podem ser 
mencionados os seguintes: Método da Linha Reta ou Linear (quotas constantes), Método das 
Taxas Fixas, Método das Taxas Variáveis, Método de Unidades Produzidas e Método da 
Depreciação Decrescente. 
O Método da Linha Reta é o mais utilizado devido ser o único aceito pelo Imposto de Renda. 
Conhecida a taxa anual de depreciação, que é fornecida pela Receita Federal, a depreciação 
anual pode ser calculada com a seguinte expressão: 
D = (C-L) x 1/n 
D é o valor da depreciação anual; 
C é o valor do investimento inicial; 
L é o valor residual menos custo de descarte do equipamento após o n (enésimo) ano de uso. É um valor 
normalmente de difícil quantificação; 
n é igual ao número de anos de vida útil; 
1/n é igual a taxa anual de depreciação. 
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ATIVIDADE PRÁTICA 1: Cálculo da depreciação de Móveis e Utensílios, considerando: 
 
a) Valor de aquisição: R$ 10.000,00 
 
 
b) Vida útil: 10 anos 
 
 
c) Depreciação anual: 10% 
 
 
d) Valor residual: R$ 2.000,00 
 
 Períodos 
(em anos) 
Quota Anual 
(R$) 
Depreciação Saldo 
Acumulada (R$) Contábil (R$) 
0 R$ 10.000,00 
1 800,00 800,00 R$ 9.200,00 
2 800,00 1.600,00 R$ 8.400,00 
3 800,00 2.400,00 R$ 7.600,00 
4 800,00 3.200,00 R$ 6.800,00 
5 800,00 4.000,00 R$ 6.000,00 
6 800,00 4.800,00 R$ 5.200,00 
7 800,00 5.600,00 R$ 4.400,00 
8 800,00 6.400,00 R$ 3.600,00 
9 800,00 7.200,00 R$ 2.800,00 
10 800,00 8.000,00 R$ 2.000,00 
 
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7. Manutenção dos Bens do Ativo Imobilizado 
A conservação dos itens do patrimônio (ativo fixo) das organizações, tais como máquinas, 
instalações, equipamentos e edifícios, constitui tarefa dos serviços de manutenção, integrando a 
gestão patrimonial. A manutenção em uma instalação consiste na conservação de máquinas, 
equipamentos e edifícios através de trabalhos de reparos, substituição de partes ou reformas. A 
instalação e mudança de máquinas e equipamentos ficam também a cargo dos serviços de 
manutenção, quando se trata de tarefas rotineiras. Serviços auxiliares, tais como abastecimento 
de água, geradores elétricos, elevadores, informática e outros, nas empresas e instituições 
também são atribuições da manutenção. Todas essas atividades podem estar vinculadas à gestão 
patrimonial. 
O desempenho da área de manutenção é medido em termos dos custos e das paralisações 
dos equipamentos e instalações. Em todas as organizações deve existir um objetivo bem 
determinado de permanecer nos negócios e sobreviver no futuro, através da qualidade de seus 
produtos e serviços com custos cada vez menores. Assim, a manutenção é entendida como uma 
atividade que deve existir de forma sistêmica e integrada, para propiciar à área operacional o 
cumprimento das metas de produção e prestação de serviços. 
De forma geral, as principais atividades exercidas pela área de manutenção são: 
 Conservação das instalações; 
 Reparações de danos; 
 Fornecimento de peças de reposição; 
 Garantir a segurança da instalação; 
 Registrar danos e defeitos, analisá-los e eliminar a causa; 
 Informar sobre as experiências realizadas, evitando erros futuros na padronização de 
procedimentos, na realização de projetos, na operação dos equipamentos e na própria 
manutenção. 
O conhecimento do comportamento das máquinas e dos equipamentos, induz à uma 
concepção científica de manutenção e a não se limitar a intervir no equipamento apenas quando a 
avaria se evidencia, portanto, conduzindo a manutenção rumo ao planejamento e à previsão nas 
intervenções. Dessa idéia, decorre um importante ciclo de atividades básicas em manutenção: 
inspecionar, planejar e executar o reparo. 
As principais formas ou Sistema de Manutenção utilizada pelas empresas são: 
 Manutenção de emergência/corretiva - quando ocorrem falhas que não foram previstas e 
que não houve uma análise antecipada, isto é, esperando que o equipamento falhe ou 
alguma deterioração do bem, para então repará-lo. 
 Manutenção preventiva - com a inspeção periódica do equipamento, feita em função de 
um plano de inspeção que é programada para evitar interrupções de emergência dos 
equipamentos ou danos dos bens, o equipamento é colocado novamente em condições 
adequadas de operação. Na prática, a manutenção preventiva pode ser feita de inúmeras 
maneiras: por meio de inspeção periódica, lubrificação programada, substituição periódica 
de peças críticas, reposição de conjuntos, etc. Este método reduz o tempo de parada, prevê 
revisões onerosas e minimiza as ações, torna a organização capaz de obter, continuamente, 
as vantagens operacionais dos equipamentos e a maximização de utilização do bem. 
 Manutenção sistemática – representa manutenções regulares, planejadas 
cuidadosamente, juntamente com as exigências da produção ou utilização do bem de forma 
a prevenir a ocorrência de falhas que prejudiquem o andamento da produção e ou utilização 
do bem. A manutenção sistemática consiste na verdade em um tipo de manutenção 
intermediária entre a manutenção de emergência e a manutenção preventiva. 
 
 
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ATIVIDADE PROPOSTA 2: Questionário 
1) Quais os aspectos a serem observados na tomada de decisão sobre investimentos no Ativo 
Imobilizado? 
2) Comente as principais razões que levam as empresas a realizarem investimentos em Ativos 
Imobilizados. 
3) Quais os dois aspectos a serem observados na avaliação das diferentes alternativas de 
investimentos em ativos imobilizados? 
4) Qual é base de avaliação dos bens do ativo imobilizado? 
5) Como são avaliadas as seguintes categorias de bens do ativo imobilizado: 
a) Bens adquiridos 
b) Bens construídos 
c) Bens recebidos em doação ou subvenções para investimentos 
d) Bens recebidos dos sócios para formação do capital social 
e) Bens destinados a reparos, manutenções e substituição de partes ou peças 
f) Bens obsoletos ou sucateados 
6) Qual a importância das avaliações no campo da gestão patrimonial? 
7) Qual o objetivo da avaliação patrimonial? 
8) Quais as normas da ABNT relacionadas à avaliação patrimonial? 
9) Faça uma síntese dos seguintes métodos de avaliação: 
a) Método Comparativo de Dados de Avaliação 
b) Método Comparativo de Custo Reposição ou Reprodução 
c) Método de Renda ou Rendimentos 
d) Método Involutivo 
e) Método Residual 
10) Quais os passos necessários ao processo de avaliação de bens? 
11) O que é depreciação? 
12) Qual a diferença entre depreciação, amortização e exaustão? 
13) Qual o critério para escolha do número de anos para depreciar um bem? 
14) Quais os aspectos envolvidos num sistema de depreciação? 
15) Quais as taxas de depreciação aplicável aos bens, de acordo com as normas da Receita 
Federal? 
16) Qual o método de depreciação mais utilizado? Justifique. Qual a metodologia utilizada? 
17) Quais as principais atividades exercidas pela área de manutenção? 
18) Em que consiste a concepção científica de manutenção? 
19) Quais as características das seguintes formas ousistemas de manutenção: 
a) Manutenção de emergência/corretiva 
b) Manutenção preventiva 
c) Manutenção sistemática 
 
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ATIVIDADE PROPOSTA 3: Calcular a depreciação de Veículos, considerando os dados 
abaixo: 
 
a) Valor de aquisição: R$ 30.000,00 
 
 
b) Vida útil: 5 Anos 
 
c) Depreciação anual: 20% 
 
 
d) Valor residual: R$ 10.000,00 
 
SOLUÇÃO: 
 Períodos 
(em anos) 
Quota Anual 
(R$) 
Depreciação Saldo 
Acumulada (R$) Contábil (R$) 
0 
 1 
 2 
 3 
 4 
 5 
 
D = (C-L) x 1/n = 
 
 
 
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ATIVIDADE PROPOSTA 4: A indústria SÓ PANELAS LTDA, buscando elevar a sua 
produção, adquiriu uma nova máquina importada da Inglaterra, incorrendo nos seguintes 
gastos: 
 O valor de aquisição da máquina já convertido em reais foi de R$ 12.000,00. A empresa 
precisou fazer um empréstimo nesse valor, no Banco de Ceilândia, para pagamento em 34 
parcelas de R$ 500,00 cada; 
 O valor de transporte e seguros pagos para trazer a máquina de navio da Inglaterra para o 
Brasil foi R$ 4.000,00; 
 As taxas aduaneiras para liberar a máquina no Porto de Recife foram de R$ 800,00; 
 O valor de transporte e seguros pagos para trazer a máquina de Recife para Brasília foi de R$ 
1.200,00; 
 Os serviços de montagem e instalação para colocar a máquina em funcionamento custaram R$ 
2.000,00. 
a) Considerando o total das prestações do empréstimo e todos os gastos incorridos, qual 
o valor total pago pela indústria SÓ PANELAS? 
Cálculos e resposta: 
 
b) Por qual valor a máquina deverá ser registrada no ativo imobilizado da empresa? 
Cálculos e resposta: 
 
c) Quanto a empresa deverá registrar como despesa financeira? 
Cálculos e resposta: 
 
d) Qual o valor da depreciação mensal da máquina, considerando que não terá valor 
residual? 
Cálculos e resposta: 
D = (C-L)x1/n = 
 
 
 Efetuar as 4ª etapa, 5ª etapa, 6ª etapa e 7ª etapa da Atividade 
Proposta 10. 
 
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8. GESTÃO DE SEGURANÇA 
Qualquer que seja a atividade da empresa, para garantir sua efetividade, deve ser mapeado 
os riscos inerentes aos negócios e mercados. Uma gestão eficaz de riscos é fator preponderante 
para uma boa posição no mercado e tranquilidade dos empresários. Em empresas sujeitas a 
regulamentação, a eficácia das atividades de gestão de riscos, de controle e de segurança é uma 
preocupação permanente dos respectivos órgãos reguladores. 
O administrador deve ter em vista que a segurança é essencial para garantir um ambiente 
saudável, ético, propício a motivação pessoal, a integração e a geração de resultados. As 
empresas mantêm, necessariamente, compromissos tácitos com seus empregados, fornecedores, 
clientes, acionistas, com a sociedade e com o meio ambiente. Exige-se que, ao menos, busquem 
proteger seus ativos contra riscos previsíveis, que podem não só comprometer o negócio, mas 
causar os danos sociais e políticos. A melhor forma de prevenir riscos é o constante exame dos 
processos, o monitoramento do negócio, a percepção de cenários e a manutenção permanente 
das pessoas mobilizadas contra eventuais ocorrências. Para tanto é necessária à participação 
integrada e sistematizada de toda a empresa, de forma global e corporativa. 
A Gestão de Segurança, mais do que apenas buscar reduzir ocorrências de danos, necessita 
também organizar e coordenar todo o esforço corporativo no sentido de: 
 Avaliar as ameaças ao negócio e o nível de segurança da organização; 
 Introduzir a discussão sobre o custo que eventuais danos poderão ocasionar; 
 Identificar os recursos necessários para evitar as possíveis ocorrências, cujas perdas 
repercutem diretamente nos negócios, no resultado econômico e na imagem da 
organização. 
A Gestão de Segurança constitui um processo contínuo, dinâmico e flexível, de permanente 
avaliação e adequação das medidas e procedimentos de segurança das pessoas e dos ativos, 
contra os riscos e ameaças reais ou potenciais. As empresas estão conscientes da necessidade 
da segurança para a preservação de seus valores, uma vez que as perdas podem influenciar 
diretamente no resultado financeiro. Por outro lado, a legislação também obriga a adoção de 
requisitos de segurança. Dessa forma, as organizações são levadas a investir continuamente em 
soluções de segurança. 
As normas ABNT NBR ISO/IEC, serie 27.000 e 15.999, disciplinam a segurança da 
informação e a gestão da continuidade de negócios, abrangendo itens como gestão de ativos, 
segurança em recursos humanos, segurança física e do ambiente, controle de acessos, 
gerenciamento de operações e comunicações, sistemas de informações e conformidade. 
 
 Risco Operacional 
Risco é a possibilidade de ocorrência de um evento adverso para uma determinada situação 
esperada, com potencial para causar dano ao patrimônio da empresa. É definido como a 
possibilidade de ocorrência de perdas resultantes de falha, deficiência ou inadequação de 
processos internos, pessoas e sistemas, ou de eventos externos. A definição baseia-se na 
evidencia das causas das perdas operacionais, caracterizadas como fatores de risco. 
Os fatores de risco operacional podem ser internos ou externos a instituição: 
■ fatores internos: abrangem pessoas, processos e sistemas. 
► pessoas: sintetiza aspectos relacionados à qualidade de vida no trabalho, conduta, 
competências e carga de trabalho; 
► processos: diz respeito à modelagem de produtos e serviços financeiros e não financeiros e 
a conformidade com leis e normas internas e externas; 
► sistemas: esta fundamentalmente associado à infraestrutura tecnológica, compreendendo a 
capacidade, velocidade, estabilidade, confiabilidade, performance e integridade de 
softwares e hardwares, a segurança lógica e a disponibilidade de dados e sistemas. 
■ fatores externos: abrangem os eventos externos; vinculam-se a desastres naturais e 
catástrofes e, ainda, ao meio ambiente, ao ambiente social e regulatório, entre 
outros. 
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Fazer a gestão de segurança compreende identificar, avaliar, monitorar, controlar e propor 
ações de mitigação em relação ao risco operacional. Essas etapas visam prevenir, anular ou 
minimizar as perdas atinentes ao risco operacional. 
 
 Termos utilizados em Gestão de Segurança 
 Ameaças: Agentes ou condições que causam incidentes que comprometem os ativos da 
organização por meio da exploração de vulnerabilidades, causando impactos aos 
negócios. As ameaças sempre existiram e é de se esperar que, à medida que a tecnologia 
se desenvolva, também surjam novas formas através das quais os ativos da organização 
possam ficar expostos, gerando vulnerabilidades que podem ser exploradas. As ameaças 
podem ser separadas em três grandes grupos: 
1. Ameaças naturais: decorrentes de fenômenos da natureza – incêndios naturais, enchentes, 
terremotos, poluição etc. 
2. Voluntárias: são ameaças propositais causadas por agentes humanos: fraudes, vandalismo, 
sabotagens, espionagem, invasões e furtos de informações, entre outros. 
3. Involuntárias: ameaças inconscientes, quase sempre causadas pelo desconhecimento - 
acidentes, erros, falta de energia, etc. 
 Vulnerabilidades: Fragilidades presentes ou associadas a ativos que, ao ser exploradas 
por ameaças, permitem a ocorrência de incidentes de segurança. Podem ser: 
1. Vulnerabilidades físicas: instalações inadequadas do espaço de trabalho; : ausência de recursos 
para o combate a incêndios; disposição desorganizada dos cabos de energia e de rede; não-
identificação de pessoas e de locais. 
2. Vulnerabilidadesnaturais: locais próximos a rios propensos a inundações; infra-estrutura incapaz 
de resistir às manifestações da natureza, como terremotos, maremotos, furacões etc. 
3. Vulnerabilidades de hardware (computadores): ausência de atualizações de acordo com as 
orientações dos fabricantes dos programas utilizados; conservação inadequada de equipamentos. 
4. Vulnerabilidades de softwares (programas): programas de e-mail que permitem a execução de 
códigos maliciosos; editores de texto que permitem a execução de vírus de macro; programas 
utilizados para edição de texto e imagem, para a automatização de processos e que permitem a 
leitura de informações de uma pessoa ou empresa, como os navegadores de páginas da internet. 
5. Vulnerabilidades dos meios de armazenamento (disquetes, CDs, DVDs.): prazo de validade e 
de expiração; defeito de fabricação; uso incorreto; local de armazenamento insalubre ou com alto 
nível de umidade, magnetismo ou estática, mofo etc. 
6. Vulnerabilidades de comunicação: a má escolha dos sistemas de comunicação para envio de 
mensagem de alta prioridade da empresa poderia fazer com que elas não alcançassem o destino 
esperado ou que a mensagem fosse interceptada no meio do caminho. 
 Incidente: Um fato decorrente da ação de uma ameaça, que explora uma ou mais 
vulnerabilidades, levando a perdas. 
 Fatores de Risco: Os fatores de risco operacional (Pessoas, Processos, Sistemas e 
Eventos Externos) constituem a base para identificação do risco operacional a que as 
instituições estão expostas e se desdobram em subfatores. 
 Perda: Decréscimo, diminuição de ativos de qualquer natureza como consequência de dano 
real ou potencial, cujos efeitos, uma vez medidos e quantificados, expressam prejuízo 
pecuniário de qualquer monta. 
 Impacto: Abrangência dos danos causados por um incidente de segurança sobre um ou 
mais processos de negócio. 
 Probabilidade: Conceito filosófico e matemático que permite a quantificação da incerteza, 
permitindo que ela seja aferida, analisada e usada para a realização de previsões ou para a 
orientação de intervenções. É aquilo que torna possível lidar de forma racional com 
problemas envolvendo o imprevisível. 
Os conceitos acima apresentados remetem a definição de risco como “a probabilidade de 
ameaças causarem incidentes a partir da exploração de vulnerabilidades, gerando impactos 
negativos nos negócios”. 
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O objetivo da segurança é impedir a ocorrência de incidentes que provoquem danos ao 
negócio das empresas. Caso não exista forma de impedir algum incidente, então a segurança 
procura minimizar os impactos negativos no negócio. 
A avaliação de segurança busca rastrear e identificar as vulnerabilidades de modo a definir as 
medidas de segurança capazes de eliminar os pontos fracos dos ambientes de negócio mais 
sensíveis. 
 Gestão de Segurança de Pessoas e Ambientes 
A Gestão de Segurança de ambientes precisa considerar o nível de criticidade de cada 
ambiente para desenvolver as ações voltadas para a segurança desses locais. Ambientes mais 
sensíveis (suscetíveis a ataques) recebem um maior nível de proteção. Conforme a importância 
do local (ou unidade), podemos ter as seguintes gradações de segurança para áreas, instalações, 
unidades e ambientes: 
 segurança excepcional: área de excepcional sensibilidade ou periculosidade, cujo acesso 
e restrito a pessoas estrita e institucionalmente envolvidas nas atividades ai desenvolvidas. 
Local estratégico para a unidade ou organização, para o qual o autor classifica o controle 
de acesso como ultra-secreto; 
 segurança elevada: área de elevada sensibilidade ou periculosidade, cujo acesso e 
restrito a pessoas intima e institucionalmente envolvidas nas atividades ai desenvolvidas. 
O Controle de acesso neste caso e classificado como secreto; 
 segurança mediana: área de mediana sensibilidade ou periculosidade, com acesso 
restrito a pessoas que tenham relações institucionais com as atividades ai desenvolvidas. 
Para este caso, o controle de acesso e classificado como confidencial; 
 segurança rotineira: área de baixa sensibilidade ou periculosidade, cujo acesso e restrito 
a pessoas que tenham necessidade de trato funcional ou de negócios com as atividades ai 
desenvolvidas. Normalmente o controle de acesso e classificado como reservado; 
 segurança periférica: área isenta de sensibilidade ou periculosidade, que integra os 
limites do perímetro da unidade ou instalação. 
 
 Segurança da Informação 
Segurança da Informação é definida como “a proteção contra um grande número de ameaças 
às informações, de forma a assegurar a continuidade do negócio, minimizando danos comerciais 
e maximizando o retorno de investimentos e oportunidades”. Exemplos de ameaças às 
informações podem ser o acesso não autorizado, as alterações indevidas ou a própria perda da 
informação. A segurança da informação compreende, portanto, um conjunto de mecanismos de 
proteção frente às ameaças. 
De acordo com a NBR ISO/IEC 17799, há muitos tipos de ativos associados com os sistemas 
de informação, a saber: 
 Informação: banco de dados e de arquivos, documentação de sistema, manual de 
usuários, material de treinamento, procedimentos operacionais ou de suporte, planos de 
continuidade, planos de recuperação, arquivos de informação; 
 Programas de aplicação, sistemas, utilitários e ferramentas de desenvolvimento; 
 Físicos, como equipamentos de computação (processadores, monitores, laptops, 
modems), equipamentos de comunicação (roteadores, PABX, máquinas de fax, 
equipamentos de telefonia), mídias magnéticas (fitas e discos), outros equipamentos 
técnicos (geradores de energia, ar-condicionado), móveis; 
 Serviços de comunicação e computação, utilidades em geral, isto é, calefação, 
iluminação, energia, refrigeração; 
 Pessoas e suas qualificações e conhecimentos; 
 Intangíveis, tais como a reputação e a imagem da organização. 
Na visão de segurança da informação, são três os elementos que compõem os ativos: 
 Informações; 
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 Equipamentos e sistemas que oferecem suporte a elas; 
 Pessoas que as criam e utilizam. 
Toda informação possui um ciclo de vida: 
 Criação: momento em que a informação é produzida. Exemplos: quando nasce um novo 
projeto ou uma nova idéia. 
 Manuseio: momento em que a informação é manipulada. Exemplos: folhear um maço de 
papéis, digitar informações colhidas em um site, utilizar sua senha de acesso para 
autenticação. 
 Armazenamento: momento em que a informação é guardada. Exemplos: banco de dados 
compartilhado, anotação de papel postada em um arquivo físico, mídia de disquete 
depositada na gaveta na mesa de trabalho. 
 Transporte: momento em que a informação é movida de um ponto a outro. Exemplos: 
encaminhar informações por correio eletrônico (e-mail), postar documento via aparelho de 
fax, prestar uma informação ao telefone. 
 Descarte: momento em que a informação torna-se inútil. Exemplos: depositar na lixeira da 
empresa um material impresso, eliminar um arquivo eletrônico em seu computador de 
mesa, descartar um CD com informações desatualizadas. 
A segurança da informação deve proteger a informação em todo o seu ciclo de vida, para 
garantir a continuidade do negócio da organização. Sendo a informação tão relevante para a 
sobrevivência organizacional, é essencial que seja adequadamente protegida contra diversos 
tipos de ameaças. 
A tríade CIA (Confidentiality, Integrity and Availability) -- Confidencialidade, Integridade e 
Disponibilidade -- representa os princípios que, atualmente, orientam a análise, o planejamento e 
a implementação da segurança para um determinado grupo de informações que se deseja 
proteger. 
 Confidencialidade:princípio que limita o acesso à informação tão somente às entidades 
legítimas, ou seja, àquelas autorizadas pelo proprietário da informação. Para atender a 
esse princípio, toda informação deve ser protegida de acordo com o grau de sigilo de seu 
conteúdo, visando à limitação do seu acesso e uso apenas às pessoas para quem ela está 
destinada. 
 Integridade: princípio que garante que a informação manipulada mantenha todas as 
características originais estabelecidas pelo proprietário da informação, incluindo controle 
de mudanças e garantia do seu ciclo de vida (criação, manuseio, armazenamento, 
transporte e descarte). Para atender a esse princípio, toda informação deve ser mantida na 
mesma condição em que foi disponibilizada por quem a criou. Deve estar protegida contra 
alterações indevidas, sejam intencionais ou acidentais. 
 Disponibilidade: princípio que garante que a informação esteja ao alcance do usuário, 
quando necessário. Para manter a disponibilidade é necessária a prestação contínua de 
determinado serviço (como, por exemplo, o acesso a um banco de dados), sem 
interrupção no fornecimento de informações. 
A política de segurança da informação - PSI é definida como um documento que consolida os 
princípios balizadores da gestão de segurança de informações. A observância da política é dever 
de todos os funcionários de todos os níveis hierárquicos, inclusive prestadores de serviços 
terceirizados. 
A PSI deve ser formalizada e divulgada a todos os usuários das informações corporativas. 
“Em linhas gerais, a política resume os princípios de segurança da informação que a 
organização reconhece como sendo importantes e que devem estar presentes no dia-a-dia de 
suas atividades”. 
Na gestão de segurança da informação são observados procedimentos relativos a 
classificação das informações e ao controle de acesso: 
 Classificação: Atividade pela qual se atribuirá o grau de sigilo às informações seja meios 
eletrônicos, sejam impressos. 
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 Proprietário: Área responsável pela gestão da informação. 
 Custodiante: Área responsável por assegurar que as informações estão protegidas de 
acordo com a classificação estabelecida pelo proprietário. 
 Perfil de acesso: Definição dos direitos de acesso às informações, transações, em meios 
eletrônicos ou impressos de acordo com a classificação. 
As seguintes classes de informação já são consideradas suficientes para uma boa gestão da 
informação: 
 informação pública: são aquelas que não necessitam de sigilo algum, podendo ter livre 
acesso para os colaboradores. Não há necessidade de investimentos em recursos de 
proteção. São informações que se forem divulgadas fora da organização não trarão 
impactos para os negócios; 
 informação interna: o acesso externo às informações deve ser evitado. Entretanto, se 
esses dados tornarem-se públicos, as conseqüências não serão críticas; 
 informação confidencial: as informações desta classe devem ser confidenciais dentro da 
organização e protegidas do acesso externo. Se alguma delas for acessada por pessoas 
não autorizadas as operações da organização poderão ser comprometidas, causando 
perdas financeiras e na competitividade. 
Atualmente, existem varias ferramentas de proteção da informação, constituindo instrumentos 
que garantam a segurança do ambiente físico ou a segurança do ambiente lógico. São 
ferramentas caras, a exemplo do circuito fechado de televisão, das portas detectoras de metais, 
de softwares de proteção a rede (firewalls) e de centrais de monitoramento e prevenção de 
fraudes eletrônicas. 
 Plano de segurança 
O plano de segurança apresenta detalhadamente os riscos identificados na atividade 
operacional da empresa e os procedimentos de segurança adotados, tais como: 
 Vigilância armada; 
 Sistema de alarme; 
 Proteção contra acidentes; 
 Proteção contra incêndios; 
 Demais dispositivos ou equipamentos de segurança existentes (porta com detector de 
metais – PDM, sistema interno de televisão – CFTV, fechadura eletrônica de tempo 
programável para cofre, escudo blindado e controle de acesso). 
 
 
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ATIVIDADE PROPOSTA 5: Questionário 
1) Qual o conceito de Gestão de Segurança? 
2) Cite os objetivos e a importância da Gestão de Segurança. 
3) Cite as principais atividades desenvolvidas pela Gestão de Segurança. 
4) O que é risco operacional e como pode ser classificado? 
5) O que são ameaças e como podem ser classificadas? 
6) O que são vulnerabilidades e como podem ser classificadas? 
7) Em que consiste a Gestão de Segurança de Pessoas e Ambientes e como pode ser 
classificada? 
8) Qual o conceito de Gestão de Segurança da Informação? 
9) Quais os ativos ou elementos associados ao sistema de informação da empresa? 
10) Qual o ciclo de vida da informação? 
11) Descreva os princípios que regem a Gestão de Segurança da Informação. 
12) Conceitue política de gestão da informação – PSI. 
13) Quais os procedimentos observados pela gestão de segurança da informação relativos a 
classificação e ao controle de acesso das informações? 
14) Quais as classes de informação a serem consideradas suficientes para uma boa gestão da 
informação? 
15) Cite exemplos de ferramentas de proteção da informação utilizadas pelas empresas. 
16) Em que consiste o Plano de Segurança da empresa? 
 Efetuar a 8ª etapa da Atividade Proposta 10. 
 
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9. SEGUROS 
 Conceito e finalidade do seguro 
Seguro é um contrato aleatório, pelo qual uma das partes se obriga, mediante cobrança de 
prêmios, a indenizar outra de um perigo ou prejuízo eventual (Dicionário Aurélio). 
Seguro é uma proteção pela qual, mediante o pagamento de uma pequena remuneração, 
uma pessoa se faz prometer para si ou para outrem, no caso da efetivação de um evento 
determinado, uma prestação de uma terceira pessoa que, assumindo um conjunto de eventos 
determinados, os compensa de acordo com as leis da estatística e o princípio do mutualismo. 
A finalidade específica do seguro é restabelecer o equilíbrio econômico perturbado, 
sendo vedada, de se revestir do aspecto de jogo ou dar lucro ao segurado. Portanto, a finalidade 
do seguro está vinculada a proteção dos indivíduos e das empresas, podendo, assim, ser dita de 
natureza particular, mas que atinge, por consequência, objetivo de ordem social ao preservar 
condições de sustento, empregos e meios de produção. Exemplo: Quando ocorre um incêndio 
em uma Empresa, obrigando-a a paralisar temporariamente as suas atividades, se a mesma não 
tiver contratado seguro cobrindo os danos causados pelo fogo e pelos meios utilizados para 
combatê-lo, além de uma garantia para pagamento de suas despesas fixas (salários, impostos, 
etc.), para despesas de reinstalação em um novo local e perda de lucro, certamente haverá uma 
perturbação no seu equilíbrio econômico, podendo ocasionar o desemprego, a inadimplência para 
com terceiros e, até mesmo, o encerramento de suas atividades. 
 Fundamentos do Seguro 
 Mutualismo formação de um grupo de pessoas com interesses em comum constituindo 
uma reserva econômica para dividir um risco de um acontecimento não previsto. 
 Incerteza contempla dois aspectos básicos: a possibilidade de ocorrência do evento e o 
momento da ocorrência. 
 Previdência está relacionada diretamente à proteção das pessoas em relação a si próprias 
ou a seus bens. 
 Características do Contrato de Seguro 
O seguro é contrato aleatório, onerosos, bilaterais, consensuais e são de adesão ou não; 
não podendo, ainda, ocorrer à rescisão unilateral: 
 São aleatórios, devido ao elemento risco, pois dependerá sempre de fato eventual. 
 São onerosos,pois, geralmente, cada uma das partes busca vantagem patrimonial, a 
seguradora com o valor a ser pago pelo segurado, e o segurado com a garantia que seu 
bem-estará protegido. 
 São bilaterais por exigirem a manifestação de vontade de ambas às partes, que são 
obrigadas de forma recíproca. 
 São consensuais, pois necessitam apenas do consentimento das partes, não sendo 
necessária nenhuma outra solenidade. Verifica-se a sua consensualidade, pois é possível 
a comprovação da relação contratual com o pagamento da apólice, não sendo necessária 
emissão da apólice (o que tornaria a relação solene, não mais consensual). 
Se o contrato não for de adesão, a normas do contrato não devem ser interpretadas nem por 
analogia nem por extensão. No caso de ser um contrato de adesão (é aquele contrato proposto 
pela seguradora, com cláusulas que não podem ser discutidas, bastando o contratante/eventual 
segurado aceitá-lo ou não), as normas devem ser interpretadas em favor do segurado nos casos 
de dúvida, devido a posição do segurado na relação (é inferior, já que a seguradora impõe 
aquelas cláusulas), conforme redação do artigo 423 do Código Civil: "Quando houver no contrato 
de adesão cláusulas ambíguas ou contraditórias, dever-se-á adotar a interpretação mais favorável 
ao aderente". Vale ressaltar que nenhuma cláusula contratual pode contrariar normas de ordem 
pública, independentemente da autonomia dos contratantes. 
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 Sujeitos da Operação do Seguro 
 O segurado é a pessoa física ou jurídica economicamente interessada no bem exposto ao 
risco e que transfere a seguradora, mediante pagamento de uma certa importância, o risco 
de um determinado evento atingir o bem de seu interesse. 
 Estipulante é a pessoa física ou jurídica que contrata o seguro a favor do segurado. Em 
alguns casos a pessoa do estipulante é distinta da pessoa do segurado, podendo ser o 
representante ou mandatário do segurado. 
 Beneficiário é a pessoa física ou jurídica designada pelo segurado para receber 
indenizações devidas pelo segurado. Em princípio, o segurado é o beneficiário do seguro, 
ocorrendo, entretanto, casos em que o segurado indica um beneficiário. Como exemplo, 
citamos os seguros de vida em grupo contratados por empresas (estipulante), em que o 
risco coberto é a morte do funcionário (segurado) e cujo pagamento será feito aos herdeiros 
legais (beneficiários). 
 As Seguradoras são empresas legalmente constituídas para assumir e gerir coletividades 
de riscos, obedecidos aos critérios técnicos e administrativos específicos e são 
reconhecidas, no Brasil, como sociedades por ações, devidamente autorizadas pelo 
Ministério da Fazenda, nos termos da legislação específica. 
 O Segurador é a pessoa jurídica que assume a responsabilidade de determinados riscos 
e paga a indenização ao segurado e aos seus beneficiários, no caso da ocorrência do 
sinistro. A principal obrigação do segurador é pagar o prejuízo resultante do risco 
assumido, ou seja, indenizar o segurado de acordo com as condições estabelecidas no 
Contrato. Somente empresas ou sociedades organizadas podem ser seguradores. O 
pagamento feito pelo segurador deve ser feito em espécies, sendo permitido, nos seguros 
de danos, o ressarcimento dos prejuízos pela reparação reposição do sinistro, desde que 
previamente estipulado em contato. 
 Início da Atividade Seguradora no Brasil 
A atividade seguradora no Brasil teve início com a abertura dos portos ao comércio 
internacional, em 1808. A primeira sociedade de seguros a funcionar no país foi a "Companhia de 
Seguros BOA-FÉ", em 24 de fevereiro daquele ano, que tinha por objetivo operar no seguro 
marítimo. 
Neste período, a atividade seguradora era regulada pelas leis portuguesas. Somente em 
1850, com a promulgação do "Código Comercial Brasileiro" (Lei n° 556, de 25 de junho de 1850) é 
que o seguro marítimo foi pela primeira vez estudado e regulado em todos os seus aspectos. 
O advento do "Código Comercial Brasileiro" foi de fundamental importância para o 
desenvolvimento do seguro no Brasil, incentivando o aparecimento de inúmeras seguradoras, que 
passaram a operar não só com o seguro marítimo, expressamente previsto na legislação, mas, 
também, com o seguro terrestre. Até mesmo a exploração do seguro de vida, proibido 
expressamente pelo Código Comercial, foi autorizada em 1855, sob o fundamento de que o 
Código Comercial só proibia o seguro de vida quando feito juntamente com o seguro marítimo. 
Com a expansão do setor, as empresas de seguros estrangeiras começaram a se interessar pelo 
mercado brasileiro, surgindo, por volta de 1862, às primeiras sucursais de seguradoras sediadas 
no exterior. Estas sucursais transferiam para suas matrizes os recursos financeiros obtidos pelos 
prêmios cobrados, provocando uma significativa evasão de divisas. Assim, visando proteger os 
interesses econômicos do País, foi promulgada, em 5 de setembro de 1895, a Lei n° 294, 
dispondo exclusivamente sobre as companhias estrangeiras de seguros de vida, determinando 
que suas reservas técnicas fossem constituídas e tivessem seus recursos aplicados no Brasil, 
para fazer frente aos riscos aqui assumidos. Algumas empresas estrangeiras mostraram-se 
discordantes das disposições contidas no referido diploma legal e fecharam suas sucursais. 
O mercado segurador brasileiro já havia alcançado desenvolvimento satisfatório no final do 
século XIX. Concorreram para isso, em primeiro lugar, o Código Comercial, estabelecendo as 
regras necessárias sobre seguros marítimos, aplicadas também para os seguros terrestres e, em 
segundo lugar, a instalação no Brasil de seguradoras estrangeiras, com vasta experiência em 
seguros terrestres. 
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 Surgimento da Previdência Privada 
O século XIX também foi marcado pelo surgimento da "previdência privada" brasileira, pode-
se dizer que inaugurada em 10 de janeiro de 1835, com a criação do MONGERAL - Montepio 
Geral de Economia dos Servidores do Estado - proposto pelo então Ministro da Justiça, Barão de 
Sepetiba, que, pela primeira vez, oferecia planos com características de facultatividade e 
mutualismo. A Previdência Social só viria a ser instituída através da Lei n° 4.682 (Lei Elói 
Chaves), de 24/01/1923. 
 A Criação da Superintendência Geral de Seguros 
O Decreto n° 4.270, de 10/12/1901, e seu regulamento anexo, conhecido como "Regulamento 
Murtinho", regulamentaram o funcionamento das companhias de seguros de vida, marítimos e 
terrestres, nacionais e estrangeiras, já existentes ou que viessem a se organizar no território 
nacional. Além de estender as normas de fiscalização a todas as seguradoras que operavam no 
País, o Regulamento Murtinho criou a "Superintendência Geral de Seguros", subordinada 
diretamente ao Ministério da Fazenda. Com a criação da Superintendência, foram concentradas, 
numa única repartição especializada, todas as questões atinentes à fiscalização de seguros, antes 
distribuídas entre diferentes órgãos. Sua jurisdição alcançava todo o território nacional e, de sua 
competência, constavam as fiscalizações preventiva, exercida por ocasião do exame da 
documentação da sociedade que requeria autorização para funcionar, e repressiva, sob a forma 
de inspeção direta, periódica, das sociedades. Posteriormente, em 12 de dezembro de 1906, 
através do Decreto n° 5.072, a Superintendência Geral de Seguros foi substituída por uma 
Inspetoria de Seguros, também subordinada ao Ministério da Fazenda. 
 O Contrato de Seguro no Código Civil Brasileiro 
Foi em 1º de janeiro de 1916 que se deu o maior avanço de ordem jurídica no campo do 
contrato de seguro, ao ser sancionada a Lei n° 3.071, que promulgou o "Código Civil Brasileiro", 
com um capítulo específico dedicado ao "contrato de seguro".

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