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CAP. 3 PRINCÍPIOS DA CIRURGIA DESENVOLVENDO UM DIAGNÓSTICO CIRÚRGICO A etapa inicial na avaliação pré-cirúrgica é a coleta de dados pertinentes e precisos. Essa etapa é realizada por meio de entrevistas com o paciente; exames de imagem, laboratoriais e físicos. Entrevistas com o paciente e exames físicos devem ser realizados sem pressa e de forma atenciosa. O cirurgião-dentista não deve aceitar dados incompletos, tal como radiografia de baixa qualidade, especialmente quando é provável que dados adicionais possam alterar decisões relacionadas à cirurgia. NECESSIDADES BÁSICAS PARA CIRURGIA Os dois requerimentos principais são (1) visibilidade adequada e (2) assessoramento. A visibilidade adequada depende dos três fatores seguintes: (1) acesso adequado, (2) luz adequada e (3) um campo cirúrgico livre de excesso de sangue e outros fluidos. Acesso adequado requer retração dos tecidos para longe do campo operatório em si proporciona a maior parte do acesso necessário. Luz adequada, a fonte de luz deve ser reposicionada continuamente, ou o cirurgião-dentista ou o assistente devem evitar obstruir a luz, usar mais de uma luz suspensa, ou usar luz frontal, acoplada a cabeça do cirurgião-dentista. Um campo cirúrgico livre de fluidos também é necessário para visibilidade adequada. Um aspirador cirúrgico de alto desempenho com uma ponta de sucção relativamente pequena pode rapidamente remover o sangue e outros fluidos do campo. Assessoramento, como em outros tipos de odontologia, um assistente treinado corretamente oferece ajuda inestimável durante a cirurgia oral. TÉCNICA ASSÉPTICA A técnica asséptica inclui minimizar a contaminação do corte através de micróbios patogênicos. Este importante princípio cirúrgico é discutido em detalhes no Capítulo 5. INCISÕES Muitos procedimentos cirúrgicos orais e maxilofaciais precisam de incisões. É importante lembrar alguns princípios básicos ao realizar incisões. O primeiro princípio é que deve ser usada uma lâmina afiada de tamanho apropriado. Permite que as incisões sejam feitas de forma limpa, sem dano desnecessário causado por golpes repetidos. O segundo princípio é que um golpe firme e contínuo deve ser usado ao fazer uma incisão. O terceiro princípio é que o cirurgião-dentista deve cuidadosamente evitar cortar estruturas vitais ao fazer uma incisão. Para evitar o corte de grandes vasos ou nervos acidentalmente quando fizer incisões próximas ao local em que os principais vasos, dutos e nervos. O quarto princípio é que incisões em superfícies epiteliais, que o cirurgião-dentista planeja reaproximar, devem ser feitas com a lâmina em posição perpendicular à superfície epitelial. O quinto princípio é que incisões na cavidade oral devem ser devidamente aplicadas. Incisões em gengivas inseridas e sobre ossos saudáveis. PLANEJAMENTO DO RETALHO Retalhos cirúrgicos são feitos para conseguir acesso cirúrgico a uma área ou para mover o tecido de um local para outro. Vários princípios básicos de projeto de retalho devem ser seguidos para prevenir as complicações da cirurgia de retalho: necrose, deiscência e dilaceração. Prevenção de Necrose no Retalho A necrose no retalho pode ser evitada se o cirurgião-dentista atender a quatro princípios básicos do projeto de retalho: (1) O cume (ponta) do retalho não deve nunca ser maior que a base, a não ser que a artéria principal esteja presente na base. (2) Geralmente, o comprimento de um retalho deve ter não mais que duas vezes a largura da base. Preferencialmente, a largura da base deve ser maior que o comprimento do retalho. (3) Quando possível, um fornecimento de sangue axial deve ser incluído na base do retalho. (4) A base dos retalhos não deve ser excessivamente torcida, esticada ou apertada com qualquer coisa que possa danificar os vasos, Prevenção de Deiscência do Retalho A deiscência (separação) da margem do retalho é prevenida pela aproximação das bordas do retalho sobre o osso saudável, ao manusear gentilmente as bordas do retalho, e não colocando o retalho sobre pressão. Prevenção da Dilaceração do Retalho realizar um procedimento usando um retalho que ofereça acesso insuficiente. Porque uma incisão longa devidamente reparada cicatriza tão rápido quanto uma incisão curta, é preferível criar um retalho no começo da cirurgia que seja grande o suficiente para o cirurgião-dentista evitar rompimento forçado ou interromper a cirurgia para estender a incisão. Três tipos de retalhos dos tecidos moles da boca devidamente projetados. A, Incisões horizontais e verticais únicas usadas para criar retalho de dois lados. B, Duas incisões verticais e uma horizontal costumam criar retalhos de três lados. C, Incisão horizontal única usada para criar retalho (de envelope) de um lado. MANIPULAÇÃO DE TECIDO O tecido também deve ser,manuseado cuidadosamente. Puxar ou esmagar excessivamente, temperaturas extremas, dissecção ou o uso de produtos químicos não fisiológicos danifica o tecido facilmente. Portanto, o cirurgião- dentista deve tomar cuidado sempre que tocar no tecido. Além disso, tecidos não devem ser retraídos agressivamente para ganhar maior acesso cirúrgico. HEMOSTASIA Manter a hemostasia meticulosa durante a cirurgia é necessário por outras razões importantes. Uma é a diminuição da visibilidade criada por sangramento incontrolável. Mesmo uma sucção de alto volume não pode manter um campo cirúrgico completamente seco, particularmente nas regiões bem vascularizadas oral e maxilofacial. Outro problema que causa sangramento é a formação de hematomas. Hematomas colocam pressão nos cortes, diminuindo a vascularidade. Meios para Promover Hemostasia do Corte Hemostasia do corte pode ser obtida por quatro meios. O primeiro é auxiliando mecanismos hemostáticos naturais. Geralmente realizado utilizando uma esponja de tecido (Gaze) para colocar pressão nos vasos que estão sangrando ou colocando um hemostático em um vaso. Ambos os métodos causam estagnação do sangue nos vasos, o que promove coagulação. Vasos pequenos geralmente requerem pressão por 20 ou 30 segundos somente, enquanto vasos maiores requerem de 5 a 10 minutos de pressão contínua. Um segundo meio de obter hemostasia é pelo uso do calor para fundir a ponta dos vasos cortados (coagulação térmica). O calor é geralmente aplicado por uma corrente elétrica. Três condições devem ser criadas para o uso apropriado da coagulação térmica: (1) O paciente deve estar aterrado para permitir que a corrente entre em seu corpo; (2) a ponta do cautério e qualquer instrumento de metal que a ponta do cautério tocar não pode tocar o paciente em nenhum ponto que não seja o local do sangramento do vaso. (3) a terceira necessidade para a coagulação térmica é a remoção de qualquer sangue ou fluido que tenha acumulado em torno do vaso a ser cauterizado. O terceiro meio de ministrar hemostase cirúrgica é através de ligadura. Se um vaso de tamanho considerável for cortado, cada ponta é segurada com um hemostato. O cirurgião-dentista então amarra suturas não absorvíveis ao redor do vaso. O quarto meio para ministrar hemostase é colocar no corte substâncias de vasoconstrição, tais como, epinefrina, ou aplicar pró-coagulantes, tais como trombina ou colágeno no corte. Manejo do Espaço Morto Espaço morto em um corte é qualquer área que permanece desprovida de tecido após o fechamento do corte. O espaço morto pode ser eliminado de quatro formas: (1) A primeira é suturar os planos teciduais juntos para minimizar o vácuo pós-operatório. (2) A segunda forma é colocar um curativo compressivo sobre o corte reparado. (3) A terceira forma de eliminar espaço morto é colocar uma vedação no vácuo até que o sangramento pare e então remover a vedação. (4) A quarta forma de evitar espaço morto é o uso de drenagem, por eles mesmos,ou com adição de curativos compressivos. DESCONTAMINAÇÃO E DEBRIDAMENTO Bactérias invariavelmente contaminam todos os cortes abertos. Isso é facilmente realizado ao irrigar repetidamente o corte durante a cirurgia e o fechamento do corte. A irrigação, particularmente quando feita sobre pressão, desaloja bactérias e outros materiais externos, e os enxagua para fora do corte. A irrigação pode ser feita forçando grandes volumes de fluido sobre pressão no corte. Debridamento do corte é a remoção cuidadosa de tecido severamente isquêmico e necrosado, e material externo do tecido lesado que impediria o corte de cicatrizar. CONTROLE DE EDEMA O edema ocorre após a cirurgia como resultado de lesão tecidual. Edema é um acúmulo de fluido no espaço intersticial devido à transudação de vasos danificados e obstrução linfática pela fibrina. Duas variáveis ajudam a determinar o grau de edema pós-cirúrgico: (1) Quanto maior a quantidade de lesão tecidual maior a quantidade de edema; e (2) quanto mais solto o tecido conjuntivo contido na região lesionada, maior o edema. O cirurgião-dentista pode controlar a quantidade de edema pós- cirúrgico realizando a cirurgia de modo a minimizar lesões no tecido. Alguns acreditam que aplicação de gelo em uma área recém-ferida reduz a vascularidade e assim diminui a transudação e o edema. O posicionamento do paciente no período pós- operatório inicial também é usado para reduzir edema ao tentar que o paciente tente manter a cabeça elevada acima do resto do corpo tanto quanto possível durante os primeiros dias pós-operatórios. A curto prazo, altas doses de corticosteroides sistêmicos que possuem uma habilidade impressionante de diminuir inflamação e transudação (e por conseguinte edema), podem ser administradas ao paciente. No entanto, os corticosteroides são úteis para controle de edema somente se a administração for iniciada antes que o tecido seja lesionado. ESTADO GERAL DA SAÚDE E CICATRIZAÇÃO DE FERIDAS DO PACIENTE Inúmeras condições médicas prejudicam a capacidade do paciente de resistir a infecções e cicatrizar cortes. Exemplos de doenças que induzem um estado metabólico catabólico inclui tipo I de diabetes melito mal controlada, doença hepática ou renal em estágio final, e doenças malignas. Condições que interferem na entrega de oxigênio ou nutrientes a tecidos lesionados incluem doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) grave, insuficiência cardíaca congestiva (ICC) descompensada, e toxicodependências tais como alcoolismo. Para pacientes malnutridos, inclui melhorar o estado nutricional para que este tenha um equilíbrio positivo de nitrogênio e estado metabólico anabólico. CAP. 4 REPARO DE FERIDAS Um importante aspecto em qualquer procedimento cirúrgico é a preparação do ferimento para a cicatrização. A lesão tecidual pode ser causada por condições patológicas ou eventos traumáticos. CAUSAS DE DANOS NOS TECIDOS Lesões traumáticas podem ser causadas por insultos físicos ou químicos: - Físico: Fluxo de sangue comprometido; Esmagamento; Desidratação; Incisão; Irradiação; Resfriamento; Aquecimento. - Químico: Agentes com pH não fisiológico; Agentes com tonicidade não fisiológica; Proteases; Vasoconstritores; Agentes trombogênicos. REPARO DE FERIDAS Epitelização O epitélio ferido tem uma capacidade regenerativa. Em geral, qualquer margem livre de um epitélio normal continua a migrar até que entre em contato com a outra extremidade livre do epitélio. processo de reepitelização (epitelização secundária) é, uma área da mucosa oral esteja sem o tecido epitelial (gengiva não inserida) e depois deixada para epitelização por um epitélio adjacente (gengiva inserida) que cresce lentamente sobre o leito da ferida. Etapas da Cicatrização de Feridas Independentemente da causa da lesão inicia-se um processo de três etapas são: (1) inflamatória, (2) fibroplasia e (3) remodelação. 1-Etapa inflamatória A etapa inflamatória começa, ocorre a momentânea lesão tecidual e dura de 3 a 5 dias. A fase inflamatória tem duas fases: (1) vascular e (2) celular. Os eventos vasculares postos em movimento durante a inflamação começam com uma vasoconstrição inicial dos vasos interrompidos como resultado do tônus vascular normal. A fase celular da inflamação desencadeia-se pela ativação do complemento sérico por trauma dos tecidos. 2-Etapa fibroblástica Os fios de fibrina, que são derivados da coagulação do sangue, riscam as feridas formando uma trama em que os fibroblastos começam a estabelecer as substâncias basilares e tropocolágeno. Esta é a fase fibroplástica de reparo de feridas. Clinicamente, a ferida no fim da etapa fibroplasia será rígida por causa dessa quantidade excessiva de colágeno. 3-Etapa de remodelação A fase final do reparo da ferida, que continua indefinidamente. Durante essa fase, muitas das fibras de colágeno, anteriormente definidas de forma aleatória, são destruídas à medida que são substituídas por novas fibras de colágeno, que são orientados para melhor resistir às forças de tensão sobre a ferida. SIGNIFICÂNCIA CIRÚRGICA DA CICATRIZAÇÃO DAS FERIDAS O cirurgião-dentista pode criar condições para aumentar ou impedir o processo natural de reparo de feridas. O objetivo do cirurgião-dentista em relação à cicatriz não é preveni-la, mas, ao contrário, produzir uma cicatriz que minimize a perda de função e que tenha uma aparência tão discreta quanto possível. Fatores que Prejudicam a Cicatrização de Feridas Quatro fatores podem afetar a cicatrização de feridas num indivíduo saudável: (1) corpos estranhos, (2) tecido necrosado, (3) isquemia e (4) tensão na ferida. 1-Corpo estranho Corpo estranho é tudo o que é visto pelo organismo hospedeiro como “não próprio”, incluindo bactérias, sujeira e material de sutura. Corpos estranhos causam três problemas básicos. Em primeiro lugar, as bactérias podem causar uma infecção; Em segundo lugar, o material estranho não bacteriano atua como um paraíso para as bactérias, protegendo-as de defesas do hospedeiro. Em terceiro lugar, corpo estranho é muitas vezes pode estimular uma reação inflamatória crônica que reduz a fibroplasia. 2- Tecido necrosado O tecido necrosado numa ferida causa dois problemas. O primeiro é que sua presença serve como uma barreira para o crescimento interno de células reparadoras. O segundo problema é que, o tecido necrosado serve como um nicho protegido para as bactérias. O tecido necrosado frequentemente inclui sangue recolhido na ferida. 3-Isquemia A diminuição do fornecimento de sangue a uma ferida diminui o fornecimento de oxigênio e de nutrientes necessários para uma boa cicatrização. 4-Tensão A tensão sobre uma ferida é o fator final que pode impedir sua cura. Se as suturas são usadas para juntar os tecidos com força, o tecido englobado pelas suturas será estrangulado, produzindo isquemia. Se suturas são removidas também no início do processo de cicatrização, a ferida sob tensão provavelmente vai reabrir e curar com a formação excessiva de cicatriz e contração da ferida.] Cicatrização por Intenções Primárias, Secundárias e Terciárias Por intenção primária, as margens de uma ferida em que não há perda de tecido são colocadas e estabilizadas essencialmente na mesma posição anatômica que tinham antes da lesão, permitindo curar-se. Por intenção secundária implica que seja deixado um intervalo entre as margens de uma incisão ou dilaceração. Intenções terciárias para referirem- se à cura de feridas através da utilização de enxertos de tecido para cobrir grandes feridas e diminuir a distância entre suas margens. Cicatrização de Alvéolos Pós-extração A remoção de um dente inicia a mesma sequência da inflamação, epitelização, fibroplasia e remodelação, vista na pele prototípica ou em feridas na mucosa.Como mencionado anteriormente, os alvéolos cicatrizam-se por intenções secundárias, e muitos meses devem se passar até que um alvéolo chegue ao grau em que torna-se difícil distingui-lo do osso circundante visto radiograficamente. A fase inflamatória ocorre durante a primeira semana da cura. A segunda semana é marcada pela grande quantidade de tecido de granulação que preenche o alvéolo. A deposição de osteoide começou ao longo do osso alveolar que reveste o alvéolo. Os processos iniciados durante a terceira e quarta semanas de cicatrização, com epitelização na maioria dos alvéolos completa neste momento. O osso cortical continua a ser reabsorvido da crista e das paredes do alvéolo, e um novo osso trabecular é fixado através do alvéolo. Somente de 4 a 6 meses após a extração é que o osso cortical reveste o alvéolo, em geral, totalmente reabsorvido; isto é reconhecido radiograficamente por uma perda distinta de lâminas duras. Cicatrização Óssea Os eventos que ocorrem durante a cicatrização normal de feridas em lesões de tecidos moles também ocorrem durante o reparo de um osso lesionado. No entanto, ao contrário dos tecidos moles, osteoblastos e osteoclastos também estão envolvidos na reconstrução e remodelação do tecido ósseo danificado. Células osteogênicas (osteoblastos) importantes para a cicatrização óssea são derivadas das três fontes a seguir: (1) periósteo, (2) endósteo e (3) da circulação de células mesenquimais pluripotentes. Dois fatores são importantes para a cicatrização óssea adequada: (1) a vascularização e (2) a imobilização. Se o fornecimento de vascularização ou oxigênio forem comprometidos, há a formação de cartilagem em vez de osso. Mobilidade compromete a vascularização da ferida e favorece a formação de cartilagem ou tecido fibroso, em vez do osso ao longo da linha de fratura. Osseointegração de Implante A cicatrização de feridas em torno dos implantes dentários envolve os dois fatores fundamentais: (1) de cicatrização do osso para o implante e (2) de cicatrização do tecido mole alveolar para o implante. A cicatrização do osso sobre a superfície de um implante tem de ocorrer antes que qualquer tecido mole se forme entre as superfícies óssea e do implante. Para se maximizar a probabilidade de que o tecido ósseo vença essa corrida contra o tecido mole a fim de recobrir o implante, os quatro fatores seguintes são requeridos: (1) a uma curta distância entre o osso e o implante, (2) ossos viáveis na, ou próximo da, superfície do osso ao longo do implante, (3) nenhum movimento do implante enquanto o osso é anexado à sua superfície, e (4) uma superfície de implante razoavelmente livre de contaminação por materiais orgânicos ou inorgânicos. Neuropatologia Facial de Origem Traumática As lesões de nervos sensoriais na região maxilofacial, ocasionalmente, ocorrem como resultado de fraturas faciais, durante o tratamento de dentes inclusosm, etc. Os dois ramos do nervo trigêmeo ferido mais comumente, para o qual a sensação alterada é clinicamente significativa, são: (1) o nervo mentual-alveolar inferior, e (2) o nervo lingual. Quando o nervo mentual- alveolar é ferido, as causas mais comuns são: 1. Fraturas mandibulares (corpo); 2. Procedimentos cirúrgicos pré-protéticos; 3. Cirurgia de osteotomia sagital; 4. Ressecação mandibular para neoplasias orais; 5. A remoção de terceiros molares inferiores afetados. O dano do nervo lingual ocorre no decorrer de uma cirurgia para remover neoplasias orais malignas ou terceiros molares afetados. Classificação: Os três tipos de lesões nervosas são (1) neuropraxia, (2) axonotmese, e (3) neurotmese: Neuropraxia, a forma menos severa da lesão do nervo periférico, é uma contusão de um nervo em que mantêm-se a continuidade da bainha epineural e dos axônios. O trauma ou tração (alongamento) de um nervo, inflamação ao redor de um nervo, ou isquemia local de um nervo pode produzir neuropraxia. Como não houve perda da continuidade axonal, acontece a recuperação total da função do nervo geralmente em poucos dias ou semanas. Axonotmese¸ ocorre quando a continuidade dos axônios, mas não da bainha epineural, é interrompida. Um trauma forte, esmagamento do nervo ou extrema tração dele podem produzir esse tipo de lesão. Como a bainha epineural ainda está intacta, a regeneração axonal pode (mas não sempre) ocorrer com uma resolução de disfunção do nervo de 2 a 6 meses. Neurotmese, o tipo mais severo de lesão do nervo, envolve uma completa perda de sua continuidade. Este tipo de dano pode ser produzido por fraturas mal deslocadas, rompimento por balas ou facas durante um assalto ou por transecção iatrogênica. O prognóstico para a recuperação espontânea de nervos que sofreram neurotmese é pobre. Cicatrização do nervo: A cura do nervo geralmente tem duas fases: (1) a degeneração e (2) a regeneração. Podem ocorrer dois tipos de degeneração. A primeira é a desmielinização segmentar provoca uma diminuição da velocidade de condução e pode impedir a transmissão de alguns impulsos nervosos. Os sintomas incluem parestesia (uma sensação alterada espontânea e subjetiva em que o paciente não sente dor), disestesia (a sensação alterada espontânea e subjetiva em que o paciente sente desconforto), hiperestesia (sensibilidade excessiva de um nervo à estimulação) e hipoestesiam(diminuição da sensibilidade de um nervo à estimulação). A degeneração walleriana é o segundo tipo de degeneração que ocorre após o trauma do nervo. Nesse processo, os axônios e a bainha de mielina do nervo distal ao local de interrupção do tronco nervoso sofre uma desintegração completa. A regeneração do nervo periférico pode começar quase imediatamente após a lesão do nervo. Durante a regeneração, novas bainhas de mielina podem se formar com o aumento de diâmetro dos axônios. Enquanto os contatos funcionais são feitos, o paciente vai experimentando sensações alteradas na área anteriormente anestesiada, que tomam a forma de parestesias ou disestesias. CAP. 5 CONTROLE DE INFECÇÕES NA PRÁTICA CIRÚRGICA Os profissionais de saúde devem aprender e praticar protocolos que limitam a disseminação de contágios no ambiente de cuidados do paciente. Isto é especialmente verdadeiro para os cirurgiões-dentistas ao realizarem uma cirurgia, por duas razões: em primeiro lugar, para realizar a cirurgia, o cirurgião-dentista tipicamente viola uma superfície epitelial, a barreira mais importante contra a infecção. Em segundo lugar, durante a maioria dos procedimentos cirúrgicos orais, o cirurgião-dentista, os assistentes e os equipamentos se contaminam com sangue e saliva do paciente. ORGANISMOS PATOGÊNICOS TRANSMISSÍVEIS Duas das mais importantes peças de conhecimento em qualquer conflito são a identidade do inimigo e seus pontos fortes e fracos. No caso da cirurgia oral, a oposição inclui bactérias virulentas, micobactérias, fungos e vírus. Os pontos fortes do inimigo são os vários meios que os organismos usam para impedir a sua própria destruição, e os seus pontos fracos são sua suscetibilidade aos agentes químicos, biológicos e físicos. Bactérias Flora do trato respiratório superior Em resumo, a flora oral normal consiste na aeróbia, cocos gram-positivos (principalmente estreptococos), actinomicetos, bactérias anaeróbias, e as espécies de cândida número total de organismos orais é mantido em cheque pelos quatro processos principais: (1) rotatividade rápida com descamação epitelial, (2) fatores imunológicos do hospedeiro, tais como imunoglobulina salivar A (IgA), (3) a diluição por fluxo salivar; e (4) a concorrência entre organismos orais por nutrientes disponíveis e os locais de fixação. Flora da pele maxilofacial A pele da região maxilofacial tem, surpreendentemente, poucos organismos residentes em sua flora normal. A bactéria S. epidermidis e Corynebacterium diphtheriaesão as espécies predominantes presentes. Propionibacterium acnes é encontrada em poros e folículos pilosos, e muitas pessoas são portadoras de S. aureus, espalhado pelo nariz, na pele facial. Flora não maxilofacial A flora da região abaixo das clavículas compõe um número gradativamente crescente de organismos entéricos gram-negativos aeróbios e anaeróbios, especialmente movendo-se em direção à região pélvica e dedos sujos. Organismos Virais Os organismos virais que causam a maior dificuldade são o vírus da hepatite B e C, e o vírus da imunodeficiência humana (HIV). Vírus da hepatite Hepatite A, B, C e D são os vírus responsáveis por doenças hepáticas altamente infecciosas. A hepatite A é transmitida principalmente pelo contato com as fezes de pessoas infectadas. O vírus da hepatite C pode se espalhar por meio de fezes contaminadas ou por sangue contaminado. Os vírus da hepatite B e D espalham-se através do contato com qualquer secreção humana. Métodos Projetados para Limitar a Propagação do Vírus da Hepatite De Pacientes Infectados para Outros Pacientes •Usar materiais descartáveis. •Desinfetar superfícies. A Com os compostos de halogênio:1. Iodóforos; 2. Hipoclorito (água sanitária) B Com aldeídos: 1. Formaldeído 2. Gluteraldeído • Esterelizar os instrumentos reutilizáveis. A Com o calor B Com o gás óxido de etileno • Usar materiais descartáveis. De Pacientes Infectados para Equipe Odontológica • Aprenda a reconhecer os indivíduos que possam ser portadores. • Utilizar técnicas de barreira (p. ex., luvas, máscara facial e óculos de proteção) durante a cirurgia, ao manusear objetos contaminados, e durante a limpeza. • Descartar prontamente os objetos afiados em recipientes bem protegidos. • Descarte de agulhas de forma imediata após o recapeamento dos instrumentos em uso. • Utilizar um instrumento para colocar uma lâmina de bisturi em cima ou tirá-la do cabo da lâmina. • Certifique-se se a equipe odontológica foi vacinada contra a hepatite B. Vírus da imunodeficiência humana Devido à sua relativa incapacidade de sobreviver fora do organismo hospedeiro, o HIV transferência dos virions de um indivíduo para outro requer o contato direto entre o sangue ou as secreções carregados com vírus do organismo hospedeiro infectado e uma superfície mucosa ou ferida epitelial do hospedeiro em potencial. Em geral, as precauções universais utilizadas para processos virais bacterianos, micóticos e outros protegem o cirurgião- dentista. Organismos Micobacterianos O único organismo micobacteriano significante para a maioria dos cirurgiões- dentistas é Mycobacterium tuberculosis. A TB é transmitida principalmente ao exalar aerossóis que transportam os bacilos M. tuberculosis dos pulmões de um indivíduo infectado para os pulmões de um outro indivíduo.Para prevenir a transmissão da tuberculose de um indivíduo infectado para a equipe odontológica, o pessoal deve usar máscaras de rosto (especificamente, máscaras respiratórias cirúrgicas N95) sempre que tratar ou entrar em contato com esses pacientes. TÉCNICAS ASSÉPTICAS Terminologia Assepsia médica é a tentativa de manter os pacientes, a equipe de cuidados de saúde, e os objetos o mais livre possível de agentes que causem infecção. Assepsia cirúrgica é a tentativa de impedir que os micróbios tenham acesso a feridas criadas cirurgicamente. Antisséptico e desinfetante Ambos se referem a substâncias que podem impedir a multiplicação de organismos capazes de causar infecção. A diferença é que antissépticos são aplicados a tecidos vivos, enquanto desinfetantes são projetados para uso em objetos inanimados. Esterilidade é a libertação a partir de formas viáveis de micro- organismos. A esterilidade representa um estado absoluto; não há graus de esterilidade. Desinfecção é a redução do número de micro-organismos viáveis para níveis considerados seguros. A sanitização não deve ser confundida com a esterilização. Descontaminação é semelhante a sanitização, exceto que ela não está conectada com as normas de saúde pública. Conceitos Os agentes químicos e físicos são os dois principais meios de redução do número de micróbios sobre uma superfície. Métodos Gerais de Redução do Número de Organismos Viáveis de uma Superfície: -Físico:Calor; Deslocamento mecânico; Radiação - Químico: Antissépticos; Desinfetantes; Gás óxido de etileno. Técnicas de Esterilização de Instrumentos Os três métodos geralmente disponíveis para esterilização de instrumentos são calor seco, calor úmido e óxido de etileno. Esterilização com Calor Calor seco é um método de esterilização com um forno controlado termostaticamente e um temporizador. O sucesso da esterilização não depende apenas de atingir uma determinada temperatura, mas também da manutenção da temperatura durante o tempo suficiente. Portanto, deve-se considerar os três fatores seguintes: (1) tempo para o aquecimento do forno e os materiais a serem esterilizados, (2) a condutividade térmica dos materiais, e (3) o fluxo de ar no interior do forno pelos objetos que estão sendo esterilizados. As desvantagens são o tempo necessário. Calor úmido A esterilização por calor úmido é mais eficiente do que a esterilização por calor seco, porque é muito mais eficaz em temperaturas mais baixas e requer menos tempo. O autoclave funciona através da criação de vapor e, em seguida, através de uma série de válvulas, aumentando a pressão de modo que o vapor de água torna-se superaquecido. As vantagens da esterilização com calor úmido são sua eficácia, rapidez e disponibilidade relativa do autoclave proporcionado para consultórios. As desvantagens incluem a tendência do calor úmido em tirar o corte de instrumentos e enferrujá-los, e os custos de autoclaves. Esterilização com Gás Certos gases exercem uma ação letal sobre as bactérias, destruindo as enzimas e outras estruturas bioquímicas vitais. Entre os vários gases disponíveis para a esterilização, o óxido de etileno é o mais utilizado. As desvantagens são a necessidade de equipamento especial, e a duração da esterilização e do tempo de arejamento necessários para reduzir a toxicidade do tecido Técnicas de Desinfecção de Instrumentos. Agentes químicos com capacidades potenciais de desinfecção foram classificados como alto, médio ou baixo na atividade biocida. Os agentes com baixa atividade biocida só são eficazes contra bactérias vegetativas e vírus lipídicos, os desinfetantes intermediários são eficazes contra todos os microorganismos, exceto os esporos bacterianos e agentes cuja alta atividade é biocida para todos os micróbios. As substâncias aceitáveis para a desinfecção de instrumentos odontológicos para a cirurgia incluem glutaraldeído, iodóforos, compostos de cloro, e formaldeído; o glutaraldeido contendo os compostos são os mais utilizados. Manutenção da Esterilização Materiais descartáveis Os materiais e os medicamentos utilizados durante a cirurgia oral e maxilofacial – tais como suturas, anestésicos locais, lâminas de bisturi, e as seringas com agulhas – são esterilizados pelo fabricante. A maioria das provisões cirúrgicas é duplamente embalada, O indivíduo sem luva pode permitir que o material cirúrgico na embalagem interior estéril caia sobre uma parte estéril do campo cirúrgico ou permitir que um indivíduo com luvas estéreis remova o material enrolado de forma estéril. Manutenção de campo cirúrgico Um campo cirúrgico estéril é absolutamente impossível de alcançar. o objetivo é evitar que quaisquer organismos da equipe cirúrgica ou de outros pacientes entrem na ferida do paciente. Uma vez esterilizados ou desinfetados, os instrumentos devem ser configurados para uso durante a cirurgia de uma forma que limite a probabilidade de contaminação pororganismos estranhos da flora maxilar do paciente. Desinfecção Operatória As várias superfícies presentes no operatório odontológico têm diferentes requisitos relativos à desinfecção que dependem do potencial de contaminação e o grau de contato do paciente com a superfície. Qualquer superfície com que o paciente ou com que a secreção do paciente entre em contato é portadora potencial de organismos infecciosos. O operatório pode ser desinfetado de duas formas básicas. A primeira é limpar todas as superfícies com uma solução desinfetante de grau hospitalar. A segunda é cobrir superfícies com escudos de proteção que são trocados entre cada paciente. Muitos desinfetantes químicos, incluindo compostos de cloro e glutaraldeído, podem evitar a transferência dos vírus da hepatite quando utilizados nas superfícies em certas concentrações (0,2% para o cloro, 2% para o glutaraldeído). Preparação da Equipe Cirúrgica A preparação da equipe cirúrgica para cirurgia difere de acordo com a natureza do procedimento a ser executado e o local da cirurgia. Os dois tipos básicos de assepsia pessoal a serem discutidos são (1) a técnica de limpeza e (2) a técnica de esterilização. Os antissépticos são usados durante cada uma das técnicas, de modo que são discutidos em primeiro lugar. Preparação do braço e da mão Os antissépticos são usados para preparar as mãos e os braços da equipe cirúrgica antes de se calçar as luvas e também são usados para desinfetar o local da cirurgia. Os três antissépticos mais comumente utilizados na odontologia são (1) iodóforos, (2) clorexidina, e (3) hexaclorofeno. Os iodóforos exercem o seu efeito ao longo de um período de vários minutos, para que a solução permaneça em contato com a superfície por pelo menos alguns minutos para um efeito máximo. Clorexidina e hexaclorofeno são outros antissépticos úteis. Ambos os agentes são mais eficazes contra as bactérias gram-positivas do que contra as bactérias gram-negativas, o que os torna úteis para a preparação para procedimentos maxilofaciais. No entanto, a sua ineficácia contra o bacilo da tuberculose, esporos e vários vírus torna-os menos eficazes do que os iodóforos. Técnica limpa A técnica de limpeza é geralmente utilizada para cirurgia feita em consultório que não exija especificamente uma técnica estéril. A técnica de limpeza é projetada tanto para proteger a equipe odontológica, e outros pacientes de um paciente em particular, de forma que isso proteja o paciente de patógenos que a equipe odontológica pode abrigar. Os cirurgiões-dentistas devem usar luvas estéreis sempre que eles oferecem atendimento odontológico invasivo. Quando se utiliza a técnica de limpeza, as mãos devem ser lavadas com sabão antisséptico e secadas numa toalha descartável antes de colocar as luvas. geral, a proteção dos olhos deve ser usada quando o sangue ou a saliva são dispersos, como ao usar o equipamento de corte de alta velocidade. A máscara facial e a cobertura do cabelo devem ser usadas sempre que os aerossóis são criados ou uma ferida cirúrgica é feita. Durante um procedimento cirúrgico por via oral, apenas água estéril ou solução salina estéril devem ser usadas para irrigar feridas abertas. Técnica de esterilização A técnica de esterilização é usada para cirurgia em consultório quando as incisões são feitas ou quando a cirurgia é realizada em uma sala de operação.O objetivo da técnica de esterilização é minimizar o número de organismos que entram nas feridas criadas pelo cirurgião-dentista. A lavagem cirúrgica da mão e do braço é outra forma de diminuir a possibilidade de contaminação da ferida. Por lavagem adequada com soluções antissépticas, o nível da superfície bacteriana das mãos e braços é altamente reduzido.a do paciente. Assepsia Pós-cirúrgica Manejo de feridas Alguns princípios de atendimento pós-cirúrgicos são úteis para evitar a propagação de patógenos. As feridas devem ser inspecionadas ou cobertas por mãos calçadas com luvas limpas e novas. Quando vários pacientes estão em espera, os sem problemas infecciosos devem ser atendidos primeiro, e as pessoas com problemas por exemplo uma drenagem de abscesso devem ser vistos mais tarde. Manuseio de objetos perfurocortantes Durante e depois de qualquer cirurgia, os materiais contaminados devem ser eliminados de forma que a equipe e outros pacientes não sejam infectados. O risco mais comum de transmissão da doença de pacientes infectados para a equipe é de picadas de agulha acidentais ou lacerações de bisturi. Lesões por materiais cortantes podem ser prevenidas usando uma agulha de anestesia local para elevar a sua embalagem depois do uso, usando um instrumento como uma pinça hemostática para segurar a embalagem enquanto a agulha é recoberta, ou o uso de agulhas com recobertura automática, tendo o cuidado de nunca aplicar ou remover a lâmina de um cabo de bisturi sem um instrumento, e eliminando as lâminas usadas, agulhas e outros itens descartáveis cortantes em recipientes rígidos, bem marcadas especialmente projetadas para objetos cortantes contaminados. Para a proteção do meio ambiente, materiais contaminados devem ser descartados em sacos devidamente identificados e removidos por uma respeitável empresa de gestão de resíduos perigosos. CAP. 6 INSTRUMENTAÇÃO PARA CIRURGIA ORAL BÁSICA INCISANDO O TECIDO Muitos procedimentos cirúrgicos começam com uma incisão. O instrumento básico para fazer incisões é o bisturi Bisturis são compostos por um cabo e uma lâmina afiada descartável. O bisturi com cabo nº 3 e lâmina nº 15 é o mais utilizado. A lâmina em forma de gancho nº 12 é útil para procedimentos nas áreas mucogengivais em que as incisões são feitas sobre as faces posteriores dos dentes ou na área da tuberosidade maxilar. A lâmina de bisturi é cuidadosamente colocada no cabo que prende a lâmina com um porta-agulha. Quando se utiliza o bisturi para fazer uma incisão, o cirurgião dentista segura-o normalmente como se fosse uma caneta. Quando realiza-se a incisão do tecido mole retrátil, um instrumento tipo afastador deve ser utilizado para segurar o tecido distendido durante a incisão. Quando uma incisão mucoperióstica é feita, a lâmina deve ser pressionada para baixo, firmemente, de modo que a incisão penetre a mucosa e o periósteo, com o mesmo movimento. Se forem necessárias várias incisões do mucoperiósteo ao osso, pode ser necessário o uso de uma segunda lâmina, durante uma única operação. ELEVANDO O MUCOPERIÓSTEO Quando é feita uma incisão através do periósteo, de preferência, este deve ser rebatido a partir do osso cortical subjacente em uma única camada, com um descolador periosteal. O instrumento mais comumente usado em cirurgia oral é o descolador periosteal Molt nº 9. A extremidade pontiaguda é utilizada para iniciar a elevação do periósteo e rebater papilas entre os dentes, e a ampla extremidade arredondada é usada para continuar o descolamento do periósteo do osso. O descolador periosteal Molt nº 9 pode ser utilizado para rebater o tecido por três métodos: (1) no primeiro método, a extremidade pontiaguda é utilizada em um entrelaçamento, forçando o movimento para elevar tecido mole, geralmente ao elevar uma papila de entre dentes ou na gengiva inserida em torno de um dente a ser extraído; (2) o segundo método é o movimento de impulso, e (3), o terceiro método é um movimento de empurrar. AFASTANDO O TECIDO MOLE afastadores foi projetada especificamente paraafastar a bochecha, língua e retalho mucoperiosteal para fornecer acesso e visibilidade durante a cirurgia. Os dois afastadores de bochecha mais populares são: (1) o afastador de Austin de ângulo reto e (2) afastador de Minnesota de ampla compensação. Estes afastadores também podem ser utilizados para afastar a bochecha e o retalho mucoperióstico simultaneamente. O espelho pode ser também utilizado como um afastador de língua e bochecha. APREENDENDO O TECIDO MOLE Vários procedimentos cirúrgicos orais requerem uma compressão sobre o tecido mole pelo cirurgião-dentista para realizar uma incisão, parar o sangramento, ou para passar uma agulha de sutura. As pinças para tecido mais comumente utilizadas para este fim são a pinça de Adson (ou pickup). São pinças delicadas, com ou sem pequenos dentes nas pontas, que pode ser usada para segurar o tecido e assim suavemente estabilizá-lo. A pinça mais longa que têm uma forma semelhante é a pinça de Stillies. Essas pinças têm, geralmente, de 18 a 22 centímetros de comprimento e podem facilmente apreender o tecido na parte posterior da boca. CONTROLANDO HEMORRAGIAS Quando se fazem incisões através dos tecidos, pequenas artérias e veias são incisadas, causando hemorragia. Para a maioria das cirurgias dentoalveolares, a pressão sobre a ferida geralmente é suficiente para controlar o sangramento. Ocasionalmente, a pressão não para o sangramento de uma artéria ou veia maior. Quando isto ocorre, um instrumento chamado de uma pinça hemostática é útil. O mecanismo de cremalheira permite ao cirurgião-dentista fixar a pinça hemostática num vaso e, em seguida colocar uma sutura em torno do vaso ou cauterizá-lo. REMOVENDO O OSSO Pinças-goivas O instrumento mais utilizado para a remoção de osso em uma cirurgia dentoalveolar é a pinça-goiva. Este instrumento tem lâminas afiadas que são espremidas juntas pelos cabos, ao cortar ou beliscar o osso. Os dois principais modelos das pinças-goivas são: (1) o de corte lateral e (2) o de corte lateral e terminal. Broca e Peça de Mão Outro método para a remoção de osso é o uso de uma broca em uma peça de mão. Esta é a técnica que a maioria dos cirurgiões utiliza durante a remoção do osso na remoção cirúrgica de dentes. Martelo e Cinzel Ocasionalmente, a remoção óssea é realizada utilizando um martelo e um cinzel. O martelo e o cinzel são usados frequentemente na remoção do torus lingual. A margem do cinzel deve ser mantida afiada para funcionar adequadamente. Lima para Osso A lima para osso é geralmente um instrumento de duas pontas com uma ponta pequena e outra maior. Empurrando este tipo de lima contra o osso resulta apenas num brunimento e esmagamento do osso e deve ser evitado. REMOVENDO TECIDO MOLE DE CAVIDADES ÓSSEAS A cureta comumente usada para a cirurgia oral é um instrumento com duas pontas anguladas usado para remover o tecido mole de defeitos ósseos. O uso principal é a remoção dos granulomas ou pequenos cistos de lesões periapicais, mas a cureta também pode ser usada para remover pequenas quantidades de restos de tecido de granulação e detritos do alvéolo dentário. SUTURANDO O TECIDO MOLE Uma vez concluído o procedimento cirúrgico, o retalho mucoperiosteal é devolvido à sua posição original e mantido no lugar por meio de suturas. O porta-agulha é o instrumento utilizado para se fazer estas suturas. Porta-agulha O porta-agulha é um instrumento com um cabo com trava e uma ponta curta e romba. Para a colocação intraoral de suturas, recomenda-se um porta-agulha de 6 polegadas (15 cm). O polegar e o dedo anelar são inseridos através dos anéis. O dedo indicador é mantido ao longo do comprimento do porta-agulha para estabilizá-lo e direcioná-lo. Agulha de Sutura A agulha utilizada no fechamento de incisões da mucosa oral é geralmente uma agulha de sutura com um semicírculo pequeno ou três oitavos de círculo. A agulha é curva para permitir que passe através de um espaço limitado, onde uma agulha reta não pode atingir, e a passagem pode ser feita com uma torção do pulso. As pontas das agulhas de sutura ou são afiadas como agulhas de costura, ou têm pontas triangulares que permitem que sejam agulhas de corte. Agulhas cônicas são utilizadas para os tecidos mais delicados, tais como em cirurgia ocular ou vascular. Material para Sutura Muitos tipos de materiais de sutura estão disponíveis. Classificam-se os materiais pelo diâmetro, capacidade de reabsorção, e se eles são monofilamento ou polifilamento. O diâmetro mais utilizado na sutura de mucosa oral é 3-0 (000). As suturas podem ser absorvíveis ou não reabsorvíveis. Materiais de sutura não reabsorvíveis incluem tipos como náilon, seda, vinil e aço inoxidável. A sutura não reabsorvível mais comumente utilizada na cavidade oral é a de seda. Suturas reabsorvíveis são principalmente feitas de tripa, raramente dura mais do que 3 a 5 dias. Tesouras Os instrumentos finais necessários para colocar suturas são tesouras para suturas. A tesoura de sutura geralmente tem curtas arestas cortantes, pois seu único propósito é cortar suturas. A tesoura de Metzenbaum é usada para solapar tecido mole e para o corte, podendo a sua ponta (arredondada) ser afiada ou romba. MANTENDO A BOCA ABERTA Ao realizar extrações de dentes mandibulares, é necessário apoiar a mandíbula para evitar o estresse sobre a articulação temporomandibular (ATM). Apoiando-se o queixo do paciente em um bloco de mordida protegerá a articulação. O bloco de mordida é exatamente o que o nome indica. O bloco de mordida é um bloco macio, semelhante à borracha em que o paciente pode descansar os seus dentes. O abridor de boca ou Molt pode ser usado para abrir a boca do paciente, quando este é incapaz de cooperar, tal como durante a sedação ou na presença de algum grau de trismo. ASPIRANDO Para proporcionar uma visualização adequada, o sangue, a saliva e as soluções irrigantes devem ser aspirados do local da cirurgia. O aspirador cirúrgico é aquele que tem um orifício menor do que o tipo utilizado em odontologia geral para evacuar fluidos mais rapidamente do local cirúrgico, para manter uma visualização adequada. MANTENDO CAMPOS CIRÚRGICOS EM POSIÇÃO Quando se colocam campos em torno de um paciente, pode-se mantê-los presos com uma pinça de campo. Este instrumento tem uma cremalheira no cabo e anéis para dedo e polegar. As extremidades de ação da pinça de campo podem ser afiadas ou rombas. Aquelas com extremidades curvas penetram nos campos cirúrgicos. IRRIGANDO Ao usar uma peça de mão e uma broca para remover o osso, é essencial que a área seja irrigada com um fluxo constante de solução de irrigação, normalmente água ou soro fisiológico estéreis. A irrigação esfria a broca e evita o acúmulo de calor prejudicial ao osso. EXTRAINDO DENTES Um dos mais importantes instrumentos utilizados no processo de extração é a alavanca dentária. Esses instrumentos são utilizados para luxar (afrouxar) dentes do osso circundante. a luxação de dentes antes da aplicação do fórceps facilitando a remoção de uma raiz fraturada deve ocorrer porque o uso de alavanca antes proporciona o afrouxamento da raiz no alvéolo dentário. Alavancas Dentárias Os três principais componentes da alavanca são o cabo, a haste e a lâmina. Tipos de Alavancas A maior variação no tipo de alavancas está na forma e no tamanho da lâmina. Os três tipos básicos de alavancas são (1) o tipo reto, (2) o tipo de triângulo ou em forma de flâmula, e (3) o tipo apical. A alavanca reta é a mais comumente usada para luxar dentes. Periótomos Periótomos são instrumentos utilizados para extrair dentes preservando a anatomia do alvéolo do dente. O princípio geral da sua utilização é cortar alguns dos ligamentos periodontais do dente a fim de facilitar sua remoção. Fórceps de Extração Os fórcepsde extração são instrumentos utilizados para remoção do dente do osso alveolar. O ideal é que os fórceps sejam usados para auxiliar a alavanca na luxação dos dentes dos alvéolos, em vez de puxar os dentes de suas bases. Eles também podem ajudar a expandir o osso quando usados corretamente Componentes do fórceps Os componentes básicos de um fórceps de extração dentária são o cabo, dobradiça e parte ativa. Fórceps maxilares A remoção dos dentes superiores requer o uso de instrumentos concebidos para os dentes unirradiculares e para os dentes com três raízes. dentes superiores unirradiculares geralmente são removidos com um fórceps universal para superiores, geralmente de nº 150. Os fórceps nº 1, os quais podem ser utilizados para incisivos e caninos, são mais fáceis de usar em comparação com o de nº 150 para os incisivos superiores. Os fórceps molares mais comumente utilizados são os de nº 53 para a direita e para a esquerda. Ocasionalmente, os segundos molares superiores e os terceiros molares em erupção têm uma única raiz cônica. Os fórceps de nº 210S exemplificam este projeto. Fórceps, o nº 65, também são conhecidos como fórceps apicais. Fórceps mandibulares A extração de dentes mandibulares requer um fórceps que pode ser usado para dentes unirradiculares dos incisivos, caninos e pré-molares, bem como para os dentes com duas raízes dos molares. O fórceps mais comumente usado para os dentes unirradiculares é o fórceps inferior universal, ou o nº 151. Os fórceps molares inferiores úteis são os de nº 17. Por causa das partes ativas, os fórceps de nº 17 não podem ser utilizados para os dentes molares. A maior variação de modelos em fórceps molares inferiores é a de nº 87, os chamados fórceps chifre de vaca. SISTEMA DE BANDEJA DE INSTRUMENTOS Muitos cirurgiões-dentistas acham prático usar o método de bandeja para montar instrumentos. Conjuntos padrão de instrumentos são embalados, esterilizados, e, em seguida, abertos na cirurgia. O pacote típico de EXTRAÇÃO BÁSICA inclui uma seringa de anestesia local, uma agulha, um cartucho de anestesia local, um destaca perióteo de nº 9, uma cureta periapical, uma alavanca reta pequena e outra grande, um par de pinças para algodão, uma pinça hemostática curva, uma pinça de campo, um afastador de Austin ou de Minnesota, uma ponta de aspiração, compressas de gaze 7,5 x 7,5 cm. Os fórceps necessários seriam adicionados a esta bandeja. Uma bandeja utilizada para EXTRAÇÕES CIRÚRGICAS incluiria os itens da bandeja para exodontia básica e mais um porta-agulhas, um fio de sutura, uma tesoura de sutura, um cabo e uma lâmina de bisturi, pinça de tecido de Adson, uma lima para osso, um afastador de língua, um par de alavancas Cryer, uma pinça-goiva e uma peça de mão e uma broca. Estes instrumentos permitem a incisão e o descolamento do tecido mole, a remoção de osso, a odontossecção, a remoção de raízes, o debridamento da ferida e a sutura do tecido mole. Bandeja de BIÓPSIA inclui a bandeja básica (menos as alavancas), cabo da lâmina e lâmina, porta-agulha e sutura, tesoura de sutura, tesoura Metzenbaum, pinça de Allis, uma pinça de Adson e pinça hemostática curva. A bandeja de PÓS-OPERATÓRIO tem os instrumentos necessários para irrigar o local da cirurgia e remover suturas. A bandeja geralmente inclui tesouras, pinça de algodão, seringa de irrigação, hastes de algodão, gaze e ponta de aspiração. CAP. 7 PRINCÍPIOS DA EXODONTIA DE ROTINA A extração de um dente é um procedimento que combina os princípios de cirurgia e de mecânica física elementar. Remoção dentária apropriada não necessita de uma grande quantidade de força, ao contrário, quando feita adequadamente, é conseguida com delicadeza. Força excessiva pode machucar o tecido mole local e prejudicar o osso e os dentes ao redor. AVALIAÇÃO MÉDICA PRÉ-CIRÚRGICA Quando estiver conduzindo a avaliação médica pré-operatória do paciente, é importantíssimo que o cirurgião-dentista examine a situação médica do mesmo. Pacientes podem ter uma variedade de problemas de saúde que necessitem de modificação de tratamento ou acompanhamento médico prévio para que a cirurgia seja feita de forma segura. Medidas especiais podem ser necessárias para controlar sangramento, diminuir a chance de infecção, ou prevenir uma emergência médica. CONTROLE DA DOR E DA ANSIEDADE A remoção de um dente, mesmo se estiver solto, causa dor. Assim, anestesia local profunda é necessária para prevenir dor durante as extrações. Anestesia local deve ser absolutamente profunda para eliminar a sensibilidade da polpa, do ligamento periodontal, e tecidos moles adjacentes. É igualmente importante que o cirurgião-dentista reconheça a ansiedade que normalmente existe em pacientes prestes a passar por extração dentária. Anestesia Local Anestesia local profunda é necessária se o dente for ser extraído sem dor aguda para o paciente; para isso, é necessário que o cirurgião-dentista lembre precisamente das inervações de todos os dentes e tecidos moles adjacentes, assim como os tipos de injeções necessárias para anestesiar aqueles nervos completamente. Quando estiver anestesiando um dente maxilar para extração, o cirurgião- dentista deve anestesiar os dentes adjacentes também. -Grupo 1– Anestésicos locais sem vasoconstritores: Mepivacaína 3% Prilocaína 4% -Grupo 2 – Anestésicos locais com vasoconstritores: Lidocaína 2% com 1:50.000 ou 1:100.000 epinefrina Mepivacaína 2% com 1:20.000 levonordefrina Prilocaína 4% com 1:400.000 epinefrina Articaína 4% com 1:100.000 epinefrina -Grupo 3 – Anestésicos locais de atuação longa: Bupivacaína 0,5% com 1:200.000 epinefrina Etidocaína 1,5% com 1:200.000 epinefrina Anestésico local Dentes maxilar Dentes Mandib. Tecido mole Grupo 1 10-20 min 40-60 min 2-3 horas Grupo 2 50-60 min 90-100 min 3-4 horas Grupo 3 60-90 min 3 horas 4-9 horas Apenas uma determinada quantidade de anestésico local pode ser usada de forma segura em cada paciente. Sedação O controle da ansiedade do paciente deve ser uma importante consideração nos procedimentos em cirurgia oral. Ansiedade é um fator mais importante em procedimentos cirúrgicos orais que nas maiorias das outras áreas da odontologia. O controle da ansiedade começa, na maioria dos casos, com uma explicação detalhada do procedimento planejado, incluindo a garantia de que não haverá dor aguda, e uma expressão de empatia do cirurgião-dentista. À medida que a ansiedade do paciente aumenta, normalmente se torna necessário usar assistência farmacológica. No pré-operatório, medicação oral como diazepam pode ajudar o paciente a descansar melhor na noite anterior à cirurgia e dar algum alívio na ansiedade pela manhã. Uma droga como lorazepam pode ser útil quando administrada na manhã da cirurgia (alguém que não o paciente deve dirigir para levá-lo à consulta nessas circunstâncias). INDICAÇÕES PARA REMOÇÃO DOS DENTES Dentes são extraídos por várias razões. Esta seção discute a variedade de indicações gerais para remoção do dente. Devemos lembrar que estas indicações são guias e não são regras absolutas. Cáries Talvez a razão mais comum e amplamente aceita para remover um dente é que esteja tão severamente cariado que não pode ser restaurado. Necrose Pulpar Isso pode ser resultado do paciente recusar tratamento endodôntico ou um canal radicular tortuoso, calcificado e não tratávelpor técnicas endodônticas convencionais. Doença Periodontal Uma razão comum para remoção do dente é a doença periodontal extensa e severa. Razões Ortodônticas Pacientes que estão prestes a passar por correção ortodôntica de dentição apinhada com comprimento de arco insuficiente. Dentes Malposicionados Dentes malposicionados podem ser indicados para extração em algumas situações. Se traumatizam tecido mole e não podem ser reposicionados por tratamento ortodôntico. Dentes Fraturados Uma indicação incomum para extração dos dentes é um dente com coroa fraturada ou raiz fraturada. Dentes Impactados Dentes impactados devem ser considerados para remoção, dente parcialmente impactado não está apto a irromper em oclusão funcional devido a espaço inadequado, Dentes Supranumerários Dentes supranumerários são normalmente impactados e devem ser removidos. Dentes Associados a Lesões Patológicas Dentes que estão envolvidos em lesões patológicas podem precisar de remoção. Isso é geralmente visto em cistos odontogênicos. Radioterapia Pacientes que estão recebendo radioterapia para câncer oral, na cabeça ou no pescoço devem considerar a remoção dos dentes que estão na direção da terapia com radiação. Dentes Envolvidos em Fraturas Maxilares Pacientes que sofrem fraturar de mandíbula ou do processo alveolar algumas vezes precisam ter dentes removidos. Questões Financeiras A incapacidade do paciente de pagar pelo procedimento pode fazer com que o dente seja removido. CONTRAINDICAÇÕES PARA A REMOÇÃO DO DENTE Mesmo se determinado dente apresenta um dos requisitos para remoção, em algumas situações, o dente não deve ser removido devido a outros fatores ou a contraindicações para a extração. Geralmente, as contraindicações são divididas em dois grupos: (1) sistêmica e (2) local. Contraindicações Sistêmicas Contraindicações sistêmicas impedem a extração porque a saúde sistêmica do paciente é tal que a habilidade de resistir ao trauma cirúrgico pode ser comprometida. doenças metabólicas severas incontroladas. Diabetes tipo I sem controle e estágio final de doença renal; leucemia não controlada e linfoma; infecção; sangramento excessivo(hemofilia); doenças cardíacas; Gravidez; Drogas as quais precisamos estar atentos incluem corticoides sistêmicos, agentes imunossupressores, bifosfonatos, e agentes quimioterápicos para câncer. Contraindicações Locais Algumas contraindicações locais para a extração do dente também existem. A mais importante e mais crítica é a história de radiação terapêutica por câncer; dentro de uma área de tumor; pericoronarite severa ao redor do terceiro molar; Finalmente, o abscesso dento alveolar agudo. AVALIAÇÃO CLÍNICA DOS DENTES PARA REMOÇÃO No período de exames pré-operatórios, os dentes a serem extraídos devem ser examinados cuidadosamente para verificar a dificuldade de extração. Acesso ao Dente O primeiro fator a ser examinado no exame pré-operatório é a extensão até onde o paciente consegue abrir a boca. As causas mais comuns são trismo associado a infecção ao redor dos músculos de mastigação, disfunção de articulação temporomandibular (ATM) e fibrose muscular. Entretanto, dentes apinhados ou malposicionado podem apresentar dificuldades no posicionamento dos fórceps normalmente usados no dente que será extraído. Mobilidade do Dente Se os dentes forem excessivamente moles, uma remoção dentária não complicada deve ser esperada, mas o manejo do tecido mole após a extração pode ser mais comprometido. Dentes que têm mobilidade menor que o normal devem ser avaliados cuidadosamente pela presença de hipercementose ou anquilose das raízes. Condição da Coroa A avaliação da coroa do dente antes da extração deve ser relacionada à presença de grandes cáries ou restaurações na coroa. Se grandes partes da coroa foram destruídas pela cárie, a probabilidade de a coroa se quebrar durante a extração é aumentada, causando assim maior dificuldade na remoção do dente. O cirurgião-dentista deve também avaliar a condição dos dentes adjacentes. EXAME RADIOGRÁFICO DO DENTE A SER REMOVIDO É essencial que radiografias adequadas sejam feitas de qualquer dente a ser removido. Em geral, radiografias periapicais dão informação mais precisa e detalhada sobre o dente, suas raízes, e o tecido ao redor. Relação com Estruturas Vitais Quando estiver fazendo extrações dos molares maxilares, é essencial se estar ciente da proximidade das raízes dos molares no soalho do seio maxilar. O canal alveolar inferior pode se aproximar das raízes dos molares mandibulares. Imagens de tomografia computadorizada (cone beam) são normalmente usadas nessas circunstâncias. Radiografias feitas antes da remoção do pré-molar inferior devem incluir o forame mentoniano. Configuração das Raízes Avaliação radiográfica dos dentes a serem extraídos provavelmente contribui mais na determinação da dificuldade da extração. O primeiro fator a avaliar é o número de raízes no dente a ser extraído. Em situações de excessos de curvatura com grande divergência, extração cirúrgica pode ser necessária com planejamento da divisão da coroa. raízes longas com curvas severas e abruptas ou ganchos na região apical são mais difíceis de remover. Cáries radiculares podem enfraquecer substancialmente a raiz e deixá-la mais propensa à fratura. reabsorção radicular enfraquece a estrutura da raiz e a deixa mais propensa à fratura. Se houve tratamento endodôntico muitos anos antes da extração, pode haver anquilose do dente ou a raiz pode estar frágil. Condição do Osso Circundante Exame cuidadoso da radiografia periapical indica a densidade do osso circundante ao dente a ser extraído. O osso que está mais radiolúcido é provavelmente menos denso o que torna a extração mais fácil. Entretanto, se o osso parece ser radiograficamente opaco (indicando densidade aumentada), com evidência de alveolite condensante ou outro processo similar de esclerose, será mais difícil a extração. Radiolucidez apical que representam granulomas ou cistos. PREPARAÇÃO DO PACIENTE E DO CIRURGIÃO-DENTISTA Cirurgiões devem prevenir lesão inadvertida ou transmissão de infecção aos seus pacientes ou a si mesmos. Os princípios de precaução universal afirmam que todos os pacientes devem ser encarados como portadores de doenças sanguíneas de nascença que podem ser transmitidas à equipe cirúrgica e a outros pacientes. Para prevenir essa transmissão, luvas cirúrgicas, máscaras cirúrgicas, e óculos com vedamentos laterais são necessários. Além disso, a maioria das autoridades recomenda que a equipe cirúrgica use jalecos de manga comprida Se o cirurgião-dentista tem cabelos compridos, é essencial que o cabelo seja preso e coberto com gorro cirúrgico Um campo estéril deve ser colocado sobre o peito do paciente para diminuir o risco de contaminação. cirurgiões aconselham os pacientes a lavar suas bocas vigorosamente com antisséptico bucal como clorexidina. POSIÇÃO DA CADEIRA PARA EXTRAÇÕES As posições do paciente, da cadeira, e do operador são críticas para o completo sucesso da extração. A melhor posição é a que seja confortável para o paciente e para o cirurgiãodentista, e permita que o cirurgião-dentista tenha máximo controle da força que está sendo feita no dente do paciente através das alavancas e do fórceps. Para extração maxilar, a cadeira deve ser inclinada para trás a fim de que o plano oclusal maxilar esteja em um ângulo de 60 graus com o chão. A altura da cadeira deve ser tal que a boca do paciente esteja levemente abaixo do nível do cotovelo. Para extração dos dentes na porção anterior do arco maxilar, o paciente deve estar olhando direto para a frente. Para extração de dentes mandibulares, o paciente deve estar em uma posição mais elevada para que quando a boca estiver aberta, o plano oclusal esteja paralelo ao chão. A cadeiradeve estar mais baixa para extração de dentes maxilares e o braço do cirurgião-dentista deve estar inclinado para baixo em um ângulo de aproximadamente 100 graus no cotovelo. PRINCÍPIOS MECÂNICOS ENVOLVIDOS NA EXTRAÇÃO DENTÁRIA A remoção de dentes do processo alveolar necessita do uso dos seguintes princípios mecânicos e instrumentos simples: a alavanca, a cunha, a roda e o eixo. As alavancas são usadas principalmente como elevadores. O segundo instrumento simples e útil é a cunha. A cunha é útil em diversas formas diferentes para extração dos dentes. Primeiro, as pontas dos fórceps de extração são normalmente estreitas; elas se alargam conforme vão subindo. Quando fórceps são usados, deve haver um esforço consciente para forçar as pontas dentro do espaço do ligamento periodontal na crista óssea para expandir o osso e forçar o dente para fora do alvéolo. Alavanca pequena, reta, usada como cunha para deslocar a raiz do dente do seu alvéolo. O terceiro instrumento usado na extração dentária é a roda e o eixo, que é mais identificado como alavanca triangular, ou em forma de bandeira. Quando uma raiz de um dente com várias raízes fica no processo alveolar, uma alavanca em forma de bandeira, como a Cryer, é posicionada no alvéolo e girada. PRINCÍPIOS DO USO DAS ALAVANCAS E DO FÓRCEPS Os principais instrumentos usados para remover um dente do processo alveolar são a alavanca e o fórceps extrator. Alavancas podem ajudar na luxação de um dente. E o fórceps continua o processo através de expansão óssea e de rompimento dos ligamentos periodontais. O objetivo do uso do fórceps é duplo: (1) expansão do alvéolo ósseo pelo uso das pontas em forma de cunha e dos movimentos do próprio dente com o fórceps, e (2) remoção do dente do alvéolo. Fórceps podem aplicar cinco grandes movimentos para luxar dentes e expandir o alvéolo dental: o primeiro é a pressão apical; A segunda é a força vestibular; O terceiro movimento é a pressão lingual ou palatina; Quarto, pressão rotacional, como o nome indica, roda o dente, o que causa alguma expansão interna do alvéolo dental e rompimento dos ligamentos periodontais; Qinto, Forças de tração. PROCEDIMENTO PARA EXTRAÇÃO FECHADA Uma raiz irrompida pode ser extraída usando-se uma ou duas técnicas principais: fechada ou aberta. A técnica fechada é também conhecida como a técnica de rotina. A técnica aberta é também conhecida como técnica cirúrgica, ou técnica a retalho. A técnica aberta é usada quando o clínico acredita que força excessiva seria necessária para remover o dente, quando uma quantidade substancial da coroa está ausente ou coberta por tecido ou quando uma coroa frágil está presente. Qualquer técnica escolhida, os três fundamentos requeridos para uma boa extração continuam os mesmos: (1) acesso e visualização adequados do campo cirúrgico, (2) um caminho sem impedimentos para a remoção do dente, e (3) o uso de força controlada para luxar e remover o dente. Cinco etapas gerais formam o procedimento de extração fechada: Etapa 1: afrouxamento do tecido mole de adesão da porção cervical do dente. O propósito do afrouxamento do tecido mole do dente é duplo: (1) Primeiro, isso permite que o cirurgião-dentista tenha certeza que anestesia profunda foi atingida. (2) A segunda razão pela qual o tecido mole é solto é para permitir que a alavanca e o fórceps de extração sejam posicionados mais apicalmente. Etapa 2: luxação do dente com uma alavanca dental. Etapa 3: adaptação do fórceps ao dente. Etapa 4: luxação do dente com fórceps. Etapa 5: remoção do dente do alvéolo. Uma vez que o osso alveolar foi suficientemente expandido e o dente luxado, uma força de tração leve, geralmente de direção vestibular. Função da Mão Oposta Durante o uso do fórceps e alavancas para luxar e remover dentes, é importante que a mão oposta do cirurgião-dentista tenha um papel ativo no procedimento. A mão esquerda ajuda a proteger outros dentes do fórceps, ajudam a estabilizar a cabeça do paciente; na sustentação da mandíbula; dá informação tátil ao operador no que diz respeito à expansão do processo alveolar durante o período de luxação. Função do Assistente durante Extração Para atingir um resultado de sucesso em qualquer procedimento cirúrgico, é muito útil ter um assistente habilidoso. afastando os tecidos moles das bochechas e da língua; sugar qualquer sangue, saliva, e solução irrigadora usada; proteger os dentes do arco oposto; apoiando a mandíbula; apoio psicológico e emocional para o paciente. TÉCNICAS ESPECÍFICAS PARA REMOÇÃO DE CADA DENTE Dentes Maxilares o dedo indicador esquerdo do cirurgião-dentista deve afastar os tecidos do lábio e das bochechas; o dedão deve repousar no processo alveolar palatino -Incisivos: fórceps universal superior (nº 150), geralmente têm raízes cônicas. O osso alveolar é fino no lado vestibular e mais denso no lado palatino. O movimento inicial é lento, constante, e firme na direção vestibular, seguida de uma força rotacional lenta e firme. -Caninos: O canino maxilar é normalmente o dente mais longo da boca. osso sobre o aspecto labial dos caninos maxilares é usualmente fino. O fórceps universal superior nº 150. -Primeiro pré-molar: O fórceps superior universal (nº 150). é unirradicular no médio e bifurca no apice.raízes podem ser extremamente finas e sujeitas a fratura. osso vestibular é fino comparado com o osso palatino. deve ser luxado o máximo possível com a alavanca reta. Qualquer força rotacional deve ser evitada. -Segundo pré-molar: r é unirradicular no completo comprimento da raiz. O osso alveolar fino no aspecto vestibular O fórceps recomendado é o universal maxilar, ou o nº 150. -Molares;O primeiro molar maxilar tem três raízes grandes e fortes. osso alveolar lâmina vestibular é fina e a lâmina cortical palatina é grossa e densa. Os fórceps pareados nº 53R e nº 53L. O movimento básico de extração é usar pressões vestibulares e palatinas fortes. Segundo molar é igual primeiro. O terceiro molar irrompido frequentemente tem raízes cônicas e é usualmente extraído com os fórceps nº 210S. Dentes Mandibulares Quando removemos dentes mandibulares, o dedo indicador da mão esquerda está na região vestibular, e o segundo dedo está na região lingual, afastando o lábio, a bochecha e a língua. -Dentes anteriores: O osso alveolar que cobre os incisivos e os caninos é fino nos lados labial e lingual. O osso sobre o canino pode ser mais grosso, especialmente no aspecto lingual. O fórceps universal inferior (nº 151). -Pré-molares: O osso alveolar que o cobre é fino no aspecto bucal e mais denso no lado lingual. O fórceps universal inferior (nº 151). os movimentos básicos na direção vestibular, retornando ao aspecto lingual, e finalmente, rodando. -Molares: Molares mandibulares normalmente têm duas raízes, com as raízes do primeiro molar mais amplamente divergentes que as do segundo molar. Adicionalmente, as raízes podem convergir no ápice. Os fórceps nº 17 são normalmente usados. O osso alveolar lingual ao redor do segundo molar é mais fino que a lâmina vestibular. Terceiros molares mandibulares irrompidos normalmente têm raízes cônicas. Como a bifurcação não é comum, o fórceps nº 222. Modificações para Extração de Dentes Decíduos Raramente é necessário remover dentes decíduos antes que a reabsorção radicular substancial tenha ocorrido. Entretanto, quando a remoção é necessária, ela deve ser feita com grande quantidade de cuidado porque as raízes dos dentes decíduos são longas e delicadas e sujeitas a fratura. CUIDADOS COM O ALVÉOLO PÓS-EXTRAÇÃO Uma vez que o dente foi removido, o alvéolo requer cuidado apropriado. não houver granuloma preso ao dente deve ser curetada cuidadosamente; algum resíduo é obvio, como cálculo, amálgama, ou fragmento de dente permanecer no alvéolo, ele deve ser gentilmente removido; pode haveracúmulo excessivo de tecido de granulação ao redor da bainha gengival. Procurar qualquer projeção óssea afiada. CAP. 8 PRINCÍPIOS DA EXODONTIA COMPLEXA PRINCÍPIOS DO DESENHO, DESENVOLVIMENTO E MANEJO DO RETALHO O termo retalho, como usado neste capítulo, indica uma seção de tecido mole que (1) é delimitado por uma incisão cirúrgica, (2) contém seu próprio suprimento sanguíneo, (3) permite acesso cirúrgico aos tecidos profundos, (4) pode ser recolocado em posição original, e (5) mantido com suturas. Parâmetros para Desenho de Retalhos de Tecido Mole Quando o retalho é desenhado, a sua base deve ser normalmente mais larga que a sua margem livre para preservar um provimento sanguíneo adequado. Isso significa que todas as áreas do retalho devem ter uma vascularização ininterrupta para prevenir necrose isquêmica de todo o retalho ou de porções dele. O retalho deve ser de tamanho adequado por várias razões: Rebatimento de tecido mole suficiente é necessário para gerar visualização adequada dessa área. Acesso adequado também deve existir para a inserção de instrumentos necessários para executar a cirurgia. o retalho deve ser mantido fora do campo operatório por um afastador que deve se apoiar em osso intacto. Deve haver condição suficiente para permitir que o afastador segure o retalho sem tensionar. Para um retalho tipo envelope ser de tamanho adequado deve se estende dois dentes anteriores e um dente posterior à área da cirurgia. Retalhos para remoção dentária devem ser de espessura mucoperiosteal total. Isso significa que o retalho inclui a superfície mucosa, a submucosa e o periósteo. As incisões que delimitam o retalho devem ser feitas sobre osso intacto que estará presente após o término do procedimento cirúrgico. O retalho deve ser desenhado para evitar lesão a estruturas vitais na área da cirurgia(nervo lingual e o nervo mentoniano). Incisões relaxantes são usadas apenas quando necessário e não rotineiramente. Incisões relaxantes verticais devem atravessar a margem gengival livre na borda de um dente e não deve ser diretamente no aspecto vestibular do dente. Tipos de Retalhos Mucoperiosteais A incisão mais comum é a sulcular que, quando não combinada com uma incisão relaxante, produz o retalho tipo envelope. Em pacientes edêntulos, a incisão é feita no sulco gengival até a crista óssea, através do periósteo, e o retalho de espessura total mucoperiosteal é rebatido apicalmente. Se a incisão sulcular tem incisões relaxantes verticais, é um retalho de três cantos, com cantos no final posterior da incisão tipo envelope, na parte inferior da incisão vertical, e na parte superior da incisão relaxante vertical. O retalho quadrangular é uma incisão tipo envelope com duas incisões relaxantes. Dois ângulos estão na parte superior da incisão relaxante e dois, nas duas extremidades do componente envelope da incisão. Uma incisão usada ocasionalmente para alcançar o ápice radicular é a incisão semilunar. Essas incisões evitam trauma à papila e à margem gengival, mas dá acesso limitado, pois a raiz inteira do dente não está visível, a incisão é mais útil para cirurgia periapical de extensão limitada. Uma incisão útil no palato é a incisão em “Y”, assim chamada pela sua forma. Esta incisão é útil para acesso cirúrgico ao palato ósseo para remoção de torus palatino. Técnicas para Realização de um Retalho Mucoperiosteal Algumas considerações específicas são envolvidas no desenvolvimento de retalhos para extração cirúrgica dos dentes. O primeiro passo é cortar o tecido mole para permitir o rebatimento do retalho. A lâmina no 15 é usada em um cabo de bisturi no 3, e é seguro como pegada de caneta. A lâmina é segura com um leve ângulo com o dente, e a incisão feita de trás para a frente no sulco gengival puxando a lâmina na direção do operador. Um movimento contínuo e suave é usado enquanto se segura a lâmina em contato com o osso através de toda a incisão. Princípios de Sutura As suturas executam múltiplas funções. A mais óbvia e importante função que as suturas têm é coaptar as margens da ferida; isso se faz para segurar o retalho em posição e aproximar as bordas da ferida. Se o tecido profundo está sangrando, a superfície mucosa ou pele não devem ser fechadas porque o fechamento em tal tecido pode continuar e resultar na formação de um hematoma. Suturas superficiais ajudam na hemostasia. Suturas ajudam a segurar o retalho de tecido sobre o osso. Suturas podem ajudar na manutenção do coágulo sanguíneo no alvéolo dental. Quando o retalho tipo envelope é reposicionado em sua correta posição, é seguro no lugar com suturas que são colocadas através das papilas apenas. Suturas não são colocadas através dos alvéolos vazios, porque as bordas da ferida não seriam suportadas sobre osso sadio. Como o retalho sendo suturado é mucoperiosteal, ele não deve ser amarrado muito firme. A quantidade mínima de tecido entre a sutura e a borda do retalho deve ser de 3 mm. Como guia clínico, as bordas da ferida não devem ficar esbranquiçadas ou obviamente isquemiadas. Suturas não reabsorvíveis são deixadas no local por aproximadamente 5 a 7 dias. Após esse tempo, as suturas não têm mais utilidade e provavelmente aumenta a contaminação da submucosa. PRINCÍPIOS E TÉCNICAS PARA EXTRAÇÕES ABERTAS Uma técnica de extração aberta usada com prudência pode ser mais conservadora e causar menos morbidade pós-operatória comparada com extração fechada. Indicações para Extração Aberta Como guia geral, os cirurgiões devem considerar fazer uma extração cirúrgica eletiva quando eles antecipam a possibilidade de necessitar de força excessiva para extrair um dente. Em qualquer caso, perda excessiva de osso; a necessidade de cirurgia adicional para recuperar a raiz, ou ambos, pode causa prejuízo ao tecido. tentativas iniciais de extração com fórceps tenham falhado. Coroas clínicas muito pequena com evidência de atrição severa. Uma condição comumente vista entre pacientes idosos é a hipercementose. Raízes muito divergentes, especialmente raízes de primeiros molares maxilares ou raízes que têm dilaceração severa ou ganchos, também são difíceis de remover sem fraturar uma ou mais raízes. Dentes que têm coroas com cáries extensas, especialmente cáries radiculares, ou dentes que têm grandes restaurações de amálgama, são candidatos para extração aberta. Técnica para Extração Aberta de Dentes Unirradiculares A técnica para extração aberta de dentes unirradiculares é direta. A técnica é essencialmente a mesma para dentes unirradiculares que resistiram às tentativas de extração fechada ou que tenham fraturado na linha cervical e, assim, existem apenas como raiz. O primeiro passo é prover adequada visualização e acesso pelo rebatimento de um retalho mucoperiosteal suficientemente grande. o cirurgião-dentista deve determinar a necessidade de remoção de osso. Algumas opções estão disponíveis: Primeiro, o cirurgião-dentista pode tentar reassentar o fórceps e remover o dente sem nenhuma remoção de osso, segunda opção é agarrar uma porção de osso vestibular pinçada para fora e removida com o dente, terceira opção é usar uma alavanca reta, empurrando-a para baixo no espaço doligamento periodontal do dente. A quarta e última opção é proceder com remoção cirúrgica de osso sobre a área do dente. Se o dente ainda está difícil de extrair, após a remoção do osso, um ponto de apoio pode ser feito na raiz com a broca na porção mais apical da área de remoção óssea. Se o dente ainda está difícil de extrair, após a remoção do osso, um ponto de apoio pode ser feito na raiz com a broca na porção mais apical da área de remoção óssea. irrigado com grandes quantidades de soro. O retalho é então recolocado em sua posição original e suturado. Técnica para Extração de Dentes Multirradicularesa mesma técnica cirúrgica usada para dentes unirradiculares é geralmente usada. A maior diferença é que o dente pode ser dividido com uma broca para transformar um dente multirradicular em dois ou três dentes unirradiculares. normalmente feita com o seccionamento do dente na direção vestibulolingual. na maioria das situações, uma pequena quantidade de osso alveolar deve ser removida com mão reta com uma broca reta como a broca redonda n° 8 ou com uma broca como a n° 557 ou n°703. A alavanca reta pode ser usada para remover o dente seccionado e luxado. Se a coroa está ausente, então as alavancas retas e triangulares são usadas para elevar as raízes do dente de seus alvéolos. Ocasionalmente, é necessário preparar um ponto de apoio com a broca e usar uma alavanca. Remoção de Fragmento de Raiz e dos Ápices Radiculares Se a fratura da raiz no terço apical (3 a 4 mm) ocorre durante a extração fechada. Qualquer que seja a técnica escolhida, dois requisitos para a extração são criticamente importantes: (1) excelente iluminação e (2) excelente aspiração, preferivelmente com uma ponta de aspiração de pequeno diâmetro. importante que a seringa de irrigação seja capaz de lavar o sangue e os debris do redor do ápice da raiz para que ela possa ser visualizada claramente. O alvéolo do dente deve ser irrigado vigorosamente e aspirado com uma ponta de aspiração. Se a técnica de irrigação e aspiração não obtiver sucesso, o próximo passo é movimentar o ápice da raiz com uma alavanca apical. apoio permite que o cirurgião-dentista faça uma força controlada e diminui a possibilidade de deslocamento de fragmentos do dente ou da ponta do instrumento para um local não desejado. Se a técnica fechada não tiver sucesso, o cirurgião-dentista deve trocar sem demora, para a técnica aberta. Duas principais técnicas abertas são usadas para remover os ápices das raízes. A primeira é simplesmente uma extensão da técnica descrita para remoção cirúrgica de dentes unirradiculares. Um retalho de tecido mole com incisão relaxante é rebatido e retraído com descolador periosteal. Osso é removido com uma broca para expor a superfície vestibular da raiz do dente. A raiz é removida vestibularmente através da abertura com uma pequena alavanca reta. A ferida é irrigada e o retalho é reposicionado e suturado. Segunda Um retalho de tecido mole é rebatido da mesma forma que da abordagem discutida anteriormente, e a área apical do fragmento do dente é localizada. Uma broca dental é usada para remover o osso que cobre o ápice do dente, expondo o fragmento da raiz. Uma alavanca apical ou alavanca reta pequena é então inserida na janela, e o dente é guiado para fora do alvéolo. Justificativa para Permanência de Fragmentos de Raiz Como em qualquer procedimento cirúrgico, o cirurgião-dentista deve pesar os benefícios e os riscos da cirurgia. Em algumas situações, os riscos de remover um pedaço pequeno de raiz podem ser maiores que os benefícios. Três condições devem existir para que um fragmento de raiz seja deixado no processo alveolar. Primeiro, o fragmento dever ser pequeno, geralmente não maior que 4 a 5 mm de comprimento. Segundo, a raiz deve estar profundamente inserida no osso, para prevenir reabsorção óssea subsequente por exposição da raiz do dente e interferência com qualquer prótese que será construída sobre a área edêntula. Terceiro, o dente envolvido não deve estar infectado, e não deve haver radiolucidez ao redor do ápice radicular. Isso diminui a probabilidade de que infecções subsequentes serão resultado do abandono da raiz nessa posição. Se essas três condições existirem, então se pode levar em consideração deixar a raiz. risco é considerado maior se alguma das três condições seguintes existirem: Primeiro, o risco é muito grande se a remoção da raiz do dente for causar destruição excessiva do tecido circundante, isto é, se quantidades excessivas de osso forem removidas para recuperar a raiz. Segundo, o risco é muito grande, se a remoção do dente põe em risco estruturas importantes, mais comumente o nervo alveolar inferior no forame mentoniano ou ao longo do trajeto do canal alveolar inferior. Finalmente, os riscos se sobrepõem aos benefícios, se as tentativas de recuperação do ápice da raiz puderem deslocá-la para dentro dos espaços teciduais ou para dentro do seio maxilar. MÚLTIPLAS EXTRAÇÕES Plano de Tratamento Pode ser com uma prótese total ou parcial removível, um único, ou vários implantes. Esta discussão deve também incluir uma consideração sobre a necessidade de qualquer outro tipo de cirurgia de tecido mole como redução de tuberosidade ou remoção de depressões ou exostoses em áreas críticas. Sequência de Extração Dentes maxilares devem normalmente ser removidos primeiro por várias razões. Uma dela é que a infiltração anestésica tem uma absorção mais rápida e também desaparece mais rapidamente. Além do mais, dentes maxilares são removidos com maior força vestibular. Pequena ou nenhuma força de tração vertical é usada na remoção destes dentes, como é comumente necessário com dentes mandibulares. Remoção do dente normalmente começa com a extração dos dentes mais posteriores. Isso permite o melhor uso da alavanca dental para luxar e dar mobilidade aos dentes antes de o fórceps ser usado para extrair o dente. O dente que é mais difícil de remover, o canino, deve ser extraído por último. A remoção dos dentes em cada lado enfraquece o alvéolo dental nos lados mesial e distal desses dentes, e sua extração subsequente é feita mais rapidamente. Técnica para Extrações Múltiplas O procedimento cirúrgico para a remoção de múltiplos dentes adjacentes é uma leve modificação da técnica usada para remover dentes individuais. O primeiro passo na remoção de um único dente é descolar os tecidos moles inseridos ao redor do dente. Os dentes no quadrante são luxados com a alavanca reta. Após as extrações estarem completas, as corticais vestibulolinguais são pressionadas em sua posição preexistente com pressão firme. A área é irrigada abundantemente com soro fisiológico estéril. Se qualquer tecido de granulação estiver presente, deve ser removido, porque pode prolongar hemorragia pós-operatória. Finalmente, as papilas são suturadas em posição. Suturas ininterruptas ou contínuas são usadas, dependendo da preferência do cirurgião-dentista, com remoção planejada para cerca de uma semana. CAP.9 PRINCÍPIOS DE TRATAMENTO DE DENTES IMPACTADOS INDICAÇÕES PARA A REMOÇÃO DE DENTES IMPACTADOS A média de idade para a erupção completa do terceiro molar é 20 anos, apesar de a erupção poder continuar em alguns pacientes até os 25 anos. Falha na rotação da direção mesioangular para vertical é a causa mais comum para os terceiros molares inferiores se tornarem impactados. O segundo principal fator é que a dimensão mesiodistal dos dentes em relação ao comprimento da mandíbula é tal que há espaço insuficiente do processo alveolar anterior até o ramo para permitir que os dentes irrompam em posição. Da mesma forma, se o terceiro molar inferior não irromper após os 20 anos de idade, é mais provável que ele possa estar coberto por osso. tempo ideal para a remoção dos terceiros molares impactados é quando as raízes dos dentes estão com um terço formado e antes que elas estejam com dois terços formados, normalmente durante o meio ao final dos anos da adolescência,entre 17 e 20 anos. Prevenção da Doença Periodontal Como a face mais difícil de limpar é a distal do último dente no arco, pacientes geralmente têm inflamação gengival com migração apical do ligamento periodontal na face distal do segundo molar. Pacientes com terceiros molares mandibulares impactados geralmente têm bolsas periodontais profundas na face distal dos segundos molares. Prevenção de Cáries Dentárias Quando um terceiro molar está impactado ou parcialmente impactado, a bactéria que causa cáries dentárias pode ser exposta à face distal do segundo molar assim como ao terceiro molar impactado. Prevenção de Pericoronarite Quando um dente é parcialmente impactado com uma grande quantidade de tecido mole sobre as superfícies axial e oclusal, o paciente frequentemente tem um ou mais episódios de pericoronarite. Pericoronarite também pode surgir após um pequeno trauma do terceiro molar maxilar. O tecido mole que cobre a superfície oclusal do terceiro molar mandibular parcialmente irrompido (conhecido como opérculo) pode ser traumatizado e se tornar inchado. Prevenção de Reabsorção Radicular Ocasionalmente, um dente impactado causa pressão suficiente na raiz de um dente adjacente para causar reabsorção radicular Dentes Impactados sob uma Prótese Dentária Após extração dos dentes, o processo alveolar passa por uma lenta reabsorção. Isso é particularmente verdadeiro quando a prótese é mucossuportada. Assim, os dentes impactados se tornam mais próximos à superfície do osso, dando a impressão de estar irrompendo. A prótese pode comprimir o tecido mole contra o dente impactado iniciação de uma infecção odontogênica. Prevenção de Cistos Odontogênicos e Tumores Quando dentes impactados são completamente retidos dentro do processo alveolar, o saco folicular associado, frequentemente, também é retido. Apesar de o folículo dental manter seu tamanho original na maioria dos pacientes, ele pode passar por degeneração cística e se transformar em cisto dentígero ou em ceratocisto. O tumor odontogênico mais comum que ocorre nesta região é o ameloblastoma. Tratamento da Dor de Origem Desconhecida Ocasionalmente, pacientes vêm ao cirurgião-dentista reclamando de dor na região retromolar da mandíbula, mas a razão para a dor pode não ser óbvia , a remoção do dente algumas vezes resulta na solução da dor. Prevenção de Fraturas de Mandíbula Um terceiro molar impactado na mandíbula ocupa o espaço normalmente preenchido por osso. Isso enfraquece a mandíbula e a deixa mais susceptível à fratura no lado do dente impactado. Facilitação do Tratamento Ortodôntico Quando pacientes precisam de retração do primeiro ou do segundo molar por técnicas ortodônticas, a presença de terceiros molares impactados pode interferir no tratamento. Se puder, por isso, é recomendado que os terceiros molares sejam removidos antes que a terapia ortodôntica comece. Cicatrização Periodontal Otimizada Como notado anteriormente, uma das indicações mais importantes para a remoção de terceiros molares impactados é preservar a saúde periodontal do segundo molar adjacente. Uma grande atenção tem sido dada a dois parâmetros básicos de saúde periodontal após a cirurgia dos terceiros molares: (1) altura óssea e (2) nível do ligamento periodontal na face distal do segundo molar. CONTRAINDICAÇÕES PARA REMOÇÃO DE DENTES IMPACTADOS Quando os riscos são maiores que os potenciais benefícios, o procedimento deve ser evitado. Contraindicações para a remoção de dentes impactados envolvem principalmente a condição física do paciente. Extremos de Idade O terceiro molar pode ser radiograficamente visualizado por volta dos 6 anos de idade. Alguns cirurgiões-dentistas pensam que a remoção do broto do dente entre os 7 e 9 anos de idade pode ser conseguido com morbidade mínima e, por isso, deve ser feita nesta idade. consenso é que a remoção muito precoce dos terceiros molares deve ser evitada até um diagnóstico correto de que esta impactação possa acontecer. A contraindicação mais comum para a remoção dos dentes impactados é a idade avançada. Enquanto o paciente envelhece, o osso começa a ficar altamente calcificado. O resultado é que mais osso precisa ser removido cirurgicamente para remover o dente do seu alvéolo. conforme o paciente envelhece, ele responde menos favoravelmente e com mais sequelas pós-operatórias. Condição Médica Comprometida Se a função respiratória ou cardiovascular do paciente ou as suas defesas para combater infecções estiverem seriamente comprometidas ou se o paciente tem uma coagulopatia congênita ou adquirida, o cirurgião deve considerar deixar o dente no processo alveolar. Entretanto, se o dente se torna sintomático, o cirurgião deve considerar trabalhar com o médico do paciente para minimizar sequelas operatórias e sequelas médicas pósoperatórias. Provável Dano Excessivo às Estruturas Adjacentes Se o dente impactado está em uma área onde a remoção será seriamente prejudicial a nervos adjacentes, dentes, ou pontes previamente construídas, deve ser prudente deixar o dente no local. SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO PARA IMPACTAÇÃO DE TERCEIROS MOLARES MANDIBULARES A maioria dos esquemas de classificação é baseada na análise de radiografias. radiografia panorâmica é a radiografia escolhida para o planejamento da remoção de terceiros molares impactados. Em algumas circunstâncias, uma radiografia periapical bem posicionada é adequada Quando as raízes de um terceiro molar inferior aparecem muito próximas ou se sobrepõem sobre o canal alveolar inferior, uma tomografia computadorizada pode ser útil. Angulação O sistema de classificação mais comum, no que diz respeito ao planejamento, usa a determinação da angulação do longo eixo do terceiro molar impactado com relação ao longo eixo do segundo molar adjacente. -mesioangular: é o mais comumente visto, chegando a cerca de 43% de todos os dentes impactados. de menor dificuldade de remoção. -horizontal: Este tipo de impactação é normalmente considerado mais difícil de remover. aproximadamente 3% de todas as impactações mandibulares. -vertical: longo eixo do dente impactado corre paralelo ao longo eixo dosegundo molar. ocorre com a segunda maior frequência, contando emaproximadamente 38% de todas as impactações, e é considerada terceira em facilidade de remoção. - distoangular: mais difícil angulação para a remoção e contam em aproximadamente 6% de todos os terceirosmolares impactados. Além da relação entre a angulação do longo eixo do segundo e terceiro molares, dentes também podem ser angulados nas direções vestibular, lingual, ou palatina. Relação com a Borda Anterior do Ramo Outro método para classificar os terceiros molares impactados é baseado na quantidade do dente impactado que está coberto com o osso do ramo mandibular. Esta classificação é conhecida como classificação de Pell e Gregory. - classe I: coroa estiver completamente anterior à borda anterior do ramo. - classe II: aproximadamente metadeesteja coberta pelo ramo. - classe III: dente é localizado completamente dentro do ramo mandibular. Relação com o Plano Oclusal A profundidade do dente impactado comparado com a altura do segundo molar adjacente: - classe A: oclusal do dente impactado é no nível do plano oclusal do 2ºmolar. - classe B: superfície oclusal entre o plano oclusal e a linha cervical do segundo molar. - classe C: oclusal dos dentes impactados está abaixo da linha cervical do segundo molar. MORFOLOGIA RADICULAR A primeira consideração é o comprimento do dente. raiz do dente está com um terço ou dois terços formados. O próximo fator a ser avaliado é se as raízes estão fusionadas em uma única raiz cônica ou separadas em raízes distintas. As raízes cônicas fusionadas são mais fáceis de remover que as amplamente separadas. A curvatura das raízes dodente também tem um papel na dificuldade da extração. Raízes severamente curvadas ou dilaceradas são mais difíceis de remover que as raízes retas. A direção da curvatura do dente também é importante de se observar no pré-operatório. A largura total das raízes na direção mesiodistal deve ser comparada com a largura do dente na linha cervical. Finalmente, o cirurgião deve avaliar o espaço do ligamento periodontal. Apesar do espaço do ligamento periodontal ter dimensões normais na maioria dos pacientes, é algumas vezes mais largo ou mais estreito. Tamanho do Saco Folicular O tamanho do folículo ao redor dos dentes impactados pode ajudar a determinar a dificuldade da extração. Se o saco folicular for grande (quase tamanho de cisto), muito menos osso deve ser removido, o que torna o dente mais fácil de extrair. Entretanto, se o espaço folicular ao redor da coroa do dente for estreito ou inexistente, o cirurgião deve criar espaço ao redor da coroa, aumentando a dificuldade. Densidade do Osso Circundante A densidade do osso circundante do dente tem um papel na determinação da dificuldade da extração. A densidade óssea é melhor determinada pela idade do paciente. Pacientes com 18 anos de idade ou mais novos têm densidades ósseas favoráveis para a remoção dentária. Pacientes que tem mais de 35 anos têm osso muito mais denso com redução na flexibilidade e na habilidade de expansão. Contato com Segundo Molar Mandibular Se existe espaço entre o segundo molar e o terceiro molar impactado, a extração será mais fácil, porque o prejuízo do segundo molar é menos provável. Entretanto, se o dente tem uma impactação distoangular ou horizontal, ele está frequentemente em contato direto com o segundo molar adjacente. Relação com o Nervo Alveolar Inferior Terceiros molares impactados frequentemente têm raízes superpostas ao canal do nervo alveolar inferior nas radiografias. Se o término da raiz parece ser próximo ao canal alveolar inferior em uma radiografia, o cirurgião deve tomar cuidado especial para evitar lesão do nervo. sso geralmente resulta em alguma alteração sensorial (parestesia ou anestesia) do lábio inferior e do queixo no lado machucado. Apesar de essa sensação alterada ser geralmente breve (durando apenas alguns dias), ela pode se estender por semanas ou meses; em raras ocasiões ela pode ser permanente. Natureza do Tecido de Recobrimento As companhias de seguro dental separam tipos de impactação de terceiros molares em três categorias. Os três tipos de impactações são (1) tecido mole, (2) óssea parcial, e (3) óssea completa. Fatores que Tornam a Cirurgia de Impactação Menos Difícil 1. Posição mesioangular 2. Classificação de ramo de Pell e Gregory classe I 3. Classificação de profundidade de Pell e Gregory classe A 4. Raízes um terço ou dois terços formados* 5. Raízes cônicas fusionadas 6. Ligamento periodontal grande* 7. Folículo grande* 8. Osso elástico* 9. Separado do segundo molar 10. Separado do nervo alveolar inferior* 11. Impactação de tecido mole Mais Difícil 1. Posição distoangular 2. Classe II e 3 de ramo de Pell e Gregory 3. Classe B ou C de profundidade de Pell e Gregory 4. Raízes longas e finas* 5. Raízes curvas e divergentes 6. Ligamento periodontal estreito 7. Folículo pequeno* 8. Osso denso inelástico* 9. Contato com o segundo molar 10. Próximo ao canal alveolar inferior 11. Impactação óssea completa* SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO PARA IMPACTAÇÕES DE TERCEIROS MOLARES MAXILARES No que diz respeito à angulação, os três tipos de terceiros molares são (1) impactação vertical, (2) impactação distoangular, e (3) impactação mesioangular. Impactação vertical corre aproximadamente em 63% dos casos, impactação distoangular em aproximadamente 25% e impactação mesioangular em aproximadamente 12% dos casos. Raramente, outras posições como a transversa, a invertida, ou a horizontal são encontradas; estas posições incomuns contabilizam menos de 1% dos terceiros molares maxilares impactados. Impactação vertical e distoangular são menos complexas de remover, enquanto o impactações mesioangulares são as mais difíceis. O fator mais comum que causa dificuldade para a remoção dos terceiros molares maxilares é uma raiz fina, não fusionada com curvatura errátic. Dois fatores adicionais influenciam a dificuldade de remoção dos terceiros molares. Primeiro, o seio maxilar está comumente em íntimo contato com asraízes dos molares; e, frequentemente, o terceiro molar maxilar forma uma porção da parede posterior da parede sinusal. Finalmente, na remoção do terceiro molar maxilar, a tuberosidade posterior da maxila pode ser fraturada. Quando o cirurgião prepara o ponto de apoio na linha mesiocervical, fratura da tuberosidade se torna um grande risco se (1) o osso for não elástico (como em pacientes mais velhos), (2) o dente tem várias raízes com grandes bulbos radiculares (como em pacientes mais velhos), (3) o seio maxilar é grande e muito pneumatizado para incluir as raízes do terceiro molar impactado, ou (4) o cirurgião usa força excessiva para elevar o dente. REMOÇÃO DE OUTROS DENTES IMPACTADOS Depois dos terceiros molares mandibulares e maxilares, o próximo dente impactado mais comum é o canino maxilar. Considerações similares são necessárias para outras impactações como a dos pré-molares mandibulares e dentes supranumerários. Os dentes supranumerários na linha média da maxila, chamados mesiodentes, são quase sempre encontrados no palato e devem ser abordados por direção palatina para a remoção. PROCEDIMENTO CIRÚRGICO Os passos principais para a remoção de dentes impactados são os mesmos que para outras extrações cirúrgicas. Cinco passos básicos formam a técnica: (1) O primeiro passo é ter exposição da área dos dentes impactados. (2) O segundo passo é avaliar a necessidade de remoção óssea e remover uma quantidade suficiente de osso para expor o dente para qualquer seccionamento ou remoção. (3) O terceiro passo, se necessário, é dividir o dente com uma broca para permitir que ele seja extraído sem a remoção desnecessária de grandes quantidades de osso. (4) No quarto passo, o dente seccionado ou não é removido do processo alveolar com as alavancas apropriadas. (5) Finalmente, no quinto passo, o osso nas áreas de elevação é alisado com uma lima para osso; a ferida é irrigada abundantemente com solução fisiológica estéril; e o retalho é reaproximado com suturas. Passo 1: Rebatendo Retalhos Adequados para Acessibilidade Para ganhar acesso à área e visualizar o osso de recobrimento que deve ser removido, o cirurgião deve rebater um retalho mucoperiosteal adequado. Na maioria das situações, o retalho tipo envelope é o preferido, pois é mais rápido para suturar e cicatriza melhor As incisões não devem continuar posteriormente em uma linha reta, porque a mandíbula diverge lateralmente na área do terceiro molar. Uma incisão que se estende de forma reta posteriormente sai de osso e cai no espaço sublingual e pode prejudicar o nervo lingual. Se o terceiro molar impactado estiver bastante profundo dentro do osso e precisar de maior remoção de osso, uma incisão relaxante pode ser útil. A incisão recomendada para o terceiro molar maxilar também é a incisão envelope. Apenas uma incisão relaxante deve ser usada. Passo 2: Remoção de Osso de Recobrimento O osso na face oclusal e nas vestibular e distal, até a linha cervical do dente impactado, deve ser removido inicialmente. A quantidade de osso que deve ser removida varia com a profundidade da impactação, a morfologia das raízes, e a angulação do dente. Passo 3: Seccionamento do Dente Seccionamento permite que porções do dente sejam removidas separadamente com alavancas através da abertura gerada pela remoção óssea. Seccionamento do dente é feito com uma broca, e o dente é seccionadotrês quartos do caminho na direção da face lingual. Uma alavanca reta é inserida no slot feito pela broca e girada para dividir a raiz. O remanescente do dente é removido com uma alavanca. O dente mais difícil de remover é o de impactação distoangular. Depois que osso suficiente for removido dos lados vestíbulo-oclusal e distal do dente, a coroa é seccionada das raízes logo acima da linha cervical. Passo 4: Remoção do Dente Seccionado com a Alavanca A extração de terceiros molares maxilares é conseguida com alavancas retas pequenas, que luxam o dente vestibulodistalmente. A ponta da alavanca é inserida na região na linha mesiocervical, e força é aplicada para deslocar o dente na direção distovestibular. Passo 5: Preparação para Fechamento da Ferida Uma lima para osso é usada para alisar qualquer borda de osso afiada ou áspera, particularmente onde uma alavanca esteve em contato com osso. Uma irrigação final e uma inspeção cuidadosa devem ser feitas antes que a ferida seja fechada. O cirurgião deve se certificar de que existe hemostasia adequada. O fechamento da incisão feita para um terceiro molar impactado é usualmente fechamento primário. Se o retalho foi bem desenhado e não foi traumatizado durante o procedimento cirúrgico, ele irá encaixar em sua posição original. A sutura inicial deve ser colocada através do tecido inserido na face posterior do segundo molar. Se a incisão relaxante foi usada, atenção deve ser direcionada para o fechamento dessa porção também. MANEJO TRANSOPERATÓRIO DO PACIENTE Além do aumento da necessidade para controle de ansiedade, uma variedade de medicações é usada para controlar as sequelas da cirurgia de extração dos terceiros molares. O uso de anestésicos locais de longa duração deve ser considerado na mandíbula. Estes anestésicos dão ao paciente um período livre de dor de 6 a 8 horas, durante as quais receitas podem ser preenchidas e analgésicos tomados. Analgésicos começam a agir melhor quando o paciente começa a perceber o retorno da sensibilidade. Para minimizar o inchaço, comum após a remoção cirúrgica dos terceiros molares impactados, alguns cirurgiões-dentistas ministram corticoides parenterais. O paciente pode esperar uma pequena quantidade de edema na área da cirurgia por 3 a 4 dias, com o inchaço se dissipando totalmente em cerca de 5 a 7 dias. Pacientes geralmente precisam de analgésicos potentes por 2 ou 3 dias rotineiramente e intermitentemente (especialmente na hora de dormir) por mais alguns dias. O paciente deve ter alguma dor leve na região de 2 a 3 semanas após a cirurgia. Se a dor, edema, e o trismo, não melhoraram bastante em 7 dias após a cirurgia, o cirurgião deve investigar a causa. Todas as sequelas da remoção cirúrgica de dentes impactados são de menor intensidade em pacientes jovens e saudáveis e muito mais intensas em pacientes mais idosos e debilitados. Mesmo pacientes adultos saudáveis entre 35 e 40 anos de idade têm um período significativamente mais difícil após a extração de terceiros molares impactados do que a maioria dos adolescentes. CAP.10 CONTROLE PÓS-OPERATÓRIO DO PACIENTE CONTROLE DA HEMORRAGIA PÓS-OPERATÓRIA Colocação de um pequeno pedaço de gaze diretamente sobre o alvéolo. Grandes rolos de gaze que cobrem toda a superfície oclusal dos dentes adjacentes ao local da extração não fazem pressão suficiente sobre o alvéolo sangrante e são, portanto, ineficazes A gaze deve estar úmida para que o sangue que está extravasando não coagule nela e o coágulo seja deslocado no momento de remoção da gaze. O paciente deve ser instruído a morder firmemente a gaze por pelo menos 30 minutos e não mastigá-la, deve segurar a gaze no lugar sem abrir ou fechar a boca e falar o mínimo possível durante duas a três horas. Além disso o controle pode ser atingido, se necessário, pelo paciente mordendo um sachê de chá, por 30 minutos. evitar fumar nas 12 primeiras horas. deve ser instruído a não sugar um canudo quando beber. Os pacientes não devem cuspir nas primeiras 12 horas após a cirurgia. Por último, nenhum exercício extenuante deve ser feito nas primeiras 12 a 24 horas após a extração. CONTROLE DE SEQUELAS PÓS-OPERATÓRIAS Dor e Desconforto A dor que o paciente pode sentir após um procedimento cirúrgico como a extração de um dente é altamente variável. Todos os pacientes devem receber instruções no que se refere aos analgésicos antes de serem liberados. O cirurgião-dentista deve advertir o paciente que o objetivo da medicação analgésica é o manejo da dor e não a eliminação de todo o desconforto. É útil que o cirurgião-dentista entenda as três características da dor que ocorre após uma extração de dente de rotina: (1) A dor não é intensa usualmente e pode ser manejada com analgésicos leves; (2) o pico da dor ocorre aproximadamente 12 horas após a extração e diminui rapidamente após isso; (3) dor significante resultante da extração raramente persiste por mais de dois dias após a cirurgia. A primeira dose da medicação analgésica deve ser dada antes dos efeitos da anestesia local diminuírem. Foi demonstrado que ibuprofeno é uma medicação efetiva para o controle de desconforto após a extração de um dente. Se esses procedimentos forem seguidos, analgésicos leves administrados por um tempo curto (normalmente não mais que dois a três dias) serão, normalmente, suficientes. Dieta Uma dieta de alta caloria, líquida ou pastosa, é o melhor nas primeiras 12 a 24 horas. O paciente deve ter uma ingestão adequada de fluidos nas primeiras 24 horas, usualmente 2 litros (L) no mínimo. Os fluidos podem ser sucos, leite, água, ou qualquer outra bebida que o paciente queira tomar. Nas 12 primeiras horas, a comida deve ser pastosa e fria. Comidas frias e geladas ajudam a manter o local da extração confortável. Sorvetes e milk-shakes, ao contrário de comidas sólidas, apresentam chances menores de causar trauma local ou iniciar episódios de sangramento. Higiene Oral No pós-operatório do dia da cirurgia, os pacientes podem escovar gentilmente os dentes afastados do local da extração. Eles devem evitar escovar os dentes adjacentes à área de extração para prevenir um novo episódio de sangramento, evitar mexer nas suturas e induzir mais dor. Se a higiene oral for difícil após extrações em múltiplas áreas da boca, lavagens da boca com agentes como peróxido de hidrogênio diluído podem ser feitas. Edema Gelo não deve ser colocado diretamente sobre a pele, sendo preferencial colocar uma camada de pano seco entre o tecido e o gelo, para prevenir dano do tecido superficial. A bolsa de gelo ou de ervilhas congeladas deve ser mantida no local por 20 minutos e então afastada por 20 minutos, por 12 a 24 horas. Dormir em uma posição mais ereta, com o uso de travesseiros extras, irá ajudar a reduzir o edema facial. Prevenção e Reconhecimento da Infecção A medida mais importante na prevenção de infecção após a extração de rotina é o cirurgião-dentista aderir aos princípios básicos de cirurgia. No entanto, alguns pacientes, especialmente aqueles com resposta imunodeprimida, podem necessitar de antibioticoterapia para prevenir infecção. Nesses pacientes, antibióticos devem ser administrados antes do início do procedimento cirúrgico. Infecções após extrações de rotina não são comuns. Os sinais típicos são surgimento de febre, aumento do edema, eritema da pele, gosto desagradável na boca, ou piora da dor três a quatro dias após a cirurgia. Feridas orais infectadas aparentam inflamação e algum grau de purulência está normalmente presente. Trismo Extração de dentes, administração de um bloqueio mandibular, ou ambos, podem resultar em trismo (limitação da abertura da boca). O trismo resulta do trauma e da inflamação envolvendo os músculos damastigação. Também pode resultar de múltiplas injeções da anestesia local. O trismo normalmente não é severo e não atrapalha as atividades rotineiras dos pacientes. No entanto, para prevenir alarde, os pacientes devem ser avisados que esse fenômeno pode ocorrer e que deve se resolver em uma semana. Equimose Em alguns pacientes, sangue extravasa na submucosa e no subcutâneo, aparentando uma lesão nos tecidos orais, na face ou em ambos. Equimose não é algo perigoso e não aumenta a dor ou a chance de infecção. Normalmente, o surgimento de equimose acontece 2 a 4 dias após a cirurgia e usualmente se resolve em 7 a 10 dias. ACOMPANHAMENTO PÓS-OPERATÓRIO Todos os pacientes vistos por cirurgiões novatos devem ter uma consulta de retorno marcada para que o cirurgião-dentista possa checar seu progresso após a cirurgia e saber qual é a aparência de um alvéolo que está cicatrizando normalmente. Se um paciente que passou por uma cirurgia começar a desenvolver edema com eritema superficial, febre, dor, ou todos esses sintomas no terceiro dia de pós-operatório ou depois, deve-se presumir que o paciente desenvolveu uma infecção até que se prove o contrário. Dor pós-operatória que diminui no início, mas que começa a aumentar no terceiro ou quarto dia, sem inchaço ou outros sinais de infecção é, provavelmente, sintoma de uma alveolite. NOTA OPERATÓRIA O cirurgião-dentista deve anotar nos registros uma nota do que se passou em cada uma das visitas. Sempre que uma cirurgia for efetuada, algumas informações críticas devem entrar nas anotações. A primeira é a data da operação e uma breve identificação do paciente; então, o cirurgião-dentista deve declarar o diagnóstico e o motivo da extração (p.ex., dentes não restauráveis graças a cáries ou doença periodontal grave). Comentários pertinentes em relação ao histórico médico do paciente, medicações e sinais vitais também devem entrar nas anotações. O exame oral feito no momento da cirurgia deve ser brevemente documentando no registro. O cirurgião- dentista deve registrar o tipo e quantidade de anestesia usada. Por exemplo, se o fármaco prescrito foi lidocaína com um vasoconstritor, o cirurgião- dentista deve registrar a dosagem de lidocaína e de epinefrina em miligramas. O cirurgião-dentista deve, então, escrever uma pequena nota sobre o procedimento realizado e quaisquer complicações que ocorreram. Um comentário em relação às instruções dadas ao paciente no momento de sua liberação, incluindo instruções pós-operatórias, deve ser registrado. As medicações prescritas devem ser listadas, incluindo nome do fármaco, sua dose e o número total de comprimidos. Alternativamente, uma cópia da prescrição pode ser adicionada ao registro. Por último, a necessidade de uma visita de acompanhamento é registrada. Elementos da Nota Operatória 1. Data 2. Nome e identificação do paciente 3. Diagnóstico do problema que será tratado cirurgicamente 4. Revisão do histórico médico, medicações e sinais vitais 5. Exame oral 6. Anestesia (quantidade utilizada) 7. Procedimento (incluindo a descrição da cirurgia e complicações) 8. Instruções no momento da liberação 9. Medicações prescritas e sua quantidade (ou anexar cópia da prescrição) 10. Necessidade de consulta de acompanhamento 11. Assinatura (legível ou nome impresso abaixo) CAP.11 PREVENÇÃO E TRATAMENTO DAS COMPLICAÇÕES DE EXTRAÇÕES PREVENÇÃO DE COMPLICAÇÕES A prevenção de complicações cirúrgicas é mais bem realizada por um planejamento pré-operatório aprofundado e compreensivo, seguido por uma execução cautelosa do procedimento cirúrgico. Os cirurgiões-dentistas devem realizar as cirurgias que estejam dentro dos limites de suas capacidades. No planejamento de um procedimento cirúrgico, o primeiro passo é sempre uma revisão completa da história médica do paciente. Uma das principais formas de prevenir complicações é com a obtenção de imagens adequadas e sua revisão cuidadosa. Radiografias devem incluir toda a área de cirurgia, bem como os ápices das raízes a serem extraídos e as estruturas locais e regionais, comportando as partes adjacentes do seio maxilar ou do canal alveolar inferior. Depois de um adequado histórico médico ter sido realizado e de serem tiradas radiografias, sendo estas analisadas, o cirurgião pode realizar o planejamento pré-operatório. Este não é simplesmente a preparação de um plano cirúrgico detalhado e instrumentação necessária, mas também um plano de conduta contra a dor e a ansiedade do paciente, assim como de recuperação pós-operatória (instruções e cuidados específicos para cada paciente e sua atividade normal). Finalmente, para manter um mínimo de complicações, o cirurgião deve sempre seguir os princípios cirúrgicos básicos. Deve haver clara visualização e acesso ao campo operatório, que requer adequadas luz, retração dos tecidos moles (incluindo lábios, bochechas, língua e bordas dos tecidos moles) e aspiração. cirurgião deve seguir os princípios de assepsia, manejo atraumático dos tecidos, hemostasia, e desbridamento da ferida após o procedimento cirúrgico. A violação desses princípios leva a aumento da incidência e da severidade das complicações cirúrgicas. LESÕES A TECIDOS MOLES Lesões a tecidos moles da cavidade oral são quase sempre resultado de falta da atenção do cirurgião no manejo da mucosa, naturalmente delicada; uma tentativa de cirurgia com um acesso inadequado, pressa durante a cirurgia ou uso de força excessiva ou descontrolada. Prevenção de Lesões a Tecidos Moles 1. Prestar estrita atenção às lesões em tecidos moles. 2. Realizar um retalho adequado. 3. Usar o mínimo de força para retração dos tecidos moles. Laceração do Tecido Mucoso A lesão mais comum ao tecido mole durante a cirurgia oral é a laceração da mucosa durante a extração de um dente. Isso resulta em um esgarçamento, geralmente na extremidade da incisão. A prevenção dessa complicação é tripla: (1) a criação de tamanho adequado de descolamento do tecido para evitar excesso de tensão nele, (2) o uso de quantidade controlada de força para retração do retalho e (3) a criação de incisões de alívio, quando indicado. Se uma laceração ocorre no retalho, este deve ser cuidadosamente reposicionado, uma vez que a cirurgia esteja concluída. Na maioria dos pacientes, a sutura cuidadosa da laceração resulta em adequada cicatrização, mesmo que um pouco mais lenta. Se a laceração for especialmente irregular, o cirurgião pode considerar a excisão das bordas laceradas da mucosa para criar uma borda mais suave antes do encerramento e da sutura. Feridas Puntiformes A segunda lesão dos tecidos moles que ocorre com alguma frequência é a punção inadvertida dos tecidos moles. Instrumentos como a alavanca reta ou um descolador de periósteo podem deslizar do campo cirúrgico e perfurar ou lacerar o tecido mole adjacente. Se o instrumento desliza do dente ou osso, os dedos do cirurgião podem pegar no lado operacional antes de a lesão ocorrer. Se um ferimento ocorrer na mucosa, o tratamento que se seguirá será destinado principalmente à prevenção de infecção, permitindo que ocorra cicatrização, geralmente por segunda intenção. Se a ferida sangrar excessivamente, deve ser controlada por aplicação de pressão direta sobre ela. Abração ou Esgarçamento As abrasões ou esgarçamentos nos lábios, cantos da boca ou bordas normalmente resultam da fricção causada pela rotação da haste da broca no tecido mole, ou a partir do contato de um afastador de metal com tecidos moles Geralmente, essas feridas cicatrizam em quatro a sete dias (dependendo da profundidade do dano) sem deixar cicatrizes. Se tal abrasão ou queimadura se desenvolve na pele, o cirurgião-dentistadeve aconselhar o paciente a mantê-la coberta com uma pomada antibiótica. COMPLICAÇÕES COM UM DENTE DURANTE A EXTRAÇÃO Fratura da Raiz O problema mais comum associado ao dente a ser extraído é a fratura de suas raízes. Raízes longas, curvas ou divergentes que se encontram em osso denso são as mais propensas a fraturar. O principal método para prevenir a fratura das raízes é executar uma cirurgia da maneira descrita nos capítulos anteriores ou utilizar técnicas de extração abertas e remoção óssea para diminuir a quantidade de força necessária para remover o dente. Prevenção de Fratura e Deslocamento Radicular 1. Sempre considerar a possibilidade da fratura radicular. 2. Utilizar a técnica de extração indicada (p. ex., aberta) se houver grande possibilidade de a fratura existir. 3. Nunca utilizar muita força em direção apical para raízes fraturadas. Deslocamento Radicular A raiz do dente mais comumente deslocada em espaços anatômicos desfavoráveis é a raiz do molar superior, quando é forçada ou perdida no seio maxilar. Ela pode ser uma ponta de raiz de vários milímetros (mm) ou uma raiz de dente inteira. O cirurgião deve em seguida avaliar se estava havendo alguma infecção do dente ou tecidos periapicais. Em primeiro lugar, uma radiografia da raiz do dente fraturado deve ser realizada para documentar sua posição e tamanho. Uma vez que tenha sido realizada, o cirurgião deve irrigar através da pequena abertura do ápice e, em seguida, sugar a solução irrigadora do seio por meio da tomada por meio dessa abertura. Esta ocasionalmente é expulsa do seio através do ápice. O cirurgião deve verificar a solução que foi sugada e confirmar radiograficamente se a raiz foi removida. Se essa técnica não obtiver sucesso, nenhum outro procedimento cirúrgico adicional deve ser realizado através dessa abertura no ápice, e a ponta da raiz deve ser deixada no seio. ponta da raiz, se pequena, não infeccionada pode ser deixada no local porque é improvável de causar qualquer sequela problemática. Se o fragmento for grande ou todo o dente tiver se deslocado para o interior do seio maxilar, ele deve ser removido. Normalmente, o método Caldwell-Luc é a conduta com a qual se chega ao seio maxilar pela região de fossa canina, seguida pela remoção do dente. Os terceiros molares impactados estão ocasionalmente deslocados para dento do seio maxilar (que devem ser removidos via manejo de Caldwell-Luc). Mas, se o deslocamento ocorrer, é mais provável que este se encontre no espaço infratemporal. Durante a luxação do dente, a alavanca pode forçá-lo para posterior através do periósteo até a fossa infratemporal. Se um bom e iluminado acesso estiver disponível, o cirurgião deve fazer um único esforço para a remoção do dente com pinça de hemostática. No entanto, se o dente não estiver normalmente visível, ou uma sondagem, às cegas resulta em deslocamento maior. Durante a cicatrização inicial, uma fibrose pode ocorrer e estabilizar o dente firmemente na posição. O dente é removido posteriormente pelo cirurgião bucomaxilofacial depois de sua localização radiográfica. A fratura das raízes dos molares mandibulares que estão sendo removidos com pressão apical pode se deslocar através da parede cortical lingual para dentro do espaço submandibular. procedimento normalmente usual para remoção de tal ponta da raiz é a pressão digital pelo tecido mole da face lingual da mandíbula gentilmente dissecada através do mucoperiósteo até que a o ápice da raiz seja encontrada. Assim como os dentes deslocados para o seio maxilar, se o fragmento radicular for pequeno e não estiver infeccionado no pré-operatório, o cirurgião bucomaxilofacial pode eleger deixar a raiz na posição, porque a tentativa cirúrgica de recuperação da raiz pode ser um procedimento extenso ou com sério risco de lesões ao nervo lingual. Dente Perdido na Faringe Ocasionalmente, a coroa de um dente ou o dente inteiro pode se perder dento da faringe. Se isso ocorrer, o paciente deve ser girado pelo cirurgião e colocado em uma posição em que a boca fique virada para o chão o máximo que conseguir. Deve ser encorajado a tossir e cuspir o dente no chão. O reflexo de aspiração pode por vezes ser usado para ajudar a remover o dente. No entanto, se o paciente tiver um episódio violento de tosse ou falta de ar, o dente pode ter sido aspirado através das cordas vocais, pela traqueia, e desta para os brônquios principais. Nesses casos, o paciente deve ser transportado para um centro de emergência, e radiografias de tórax e abdome devem ser realizadas para determinar a localização do dente. Se dente tiver sido engolido, é alta a probabilidade de que ele passe pelo trato gastrointestinal entre dois a quatro dias. LESÕES AO DENTE ADJACENTE O cirurgião deve tomar cuidado para evitar chegar muito próximo ao dente adjacente quando estiver removendo cirurgicamente um elemento. Isso normalmente requer do cirurgião manter certo foco nas estruturas adjacentes do sítio da cirurgia. Fratura ou Deslocamento de uma Restauração Adjacente A prevenção da fratura, assim como o deslocamento desta, é primeiramente alcançada, evitando a aplicação de instrumentos ou força sobre as restaurações. Isso significa que a alavanca reta deve ser usada com grande cautela, sendo inserida inteiramente dentro do espaço do ligamento periodontal. O paciente deve ser informado se a fratura do dente ou da restauração ocorreu e uma troca da restauração é necessária. Luxação de um Dente Adjacente O uso inapropriado de instrumentos para extração pode luxar um dente adjacente. A luxação é prevenida por um uso criterioso de força nas alavancas e fórceps. Se um dente adjacente estiver significativamente luxado ou parcialmente avulsionado, o principal tratamento é seu reposicionamento até o lugar apropriado e sua estabilização até que a cicatrização adequada ocorra. Isso normalmente requer que o dente seja simplesmente reposicionado na cavidade alveolar e deixado em repouso. Ocasionalmente, o dente luxado apresenta mobilidade. Se esse for o caso, o dente deve ser estabilizado com uma fixação semirrígida para manter o dente em sua posição. Um simples fio de seda que atravessa a oclusal do dente e é suturado na gengiva adjacente em geral é suficiente. Extração de um Dente Errado Esse problema pode ser resultado de atenção inadequada à avaliação no pré- operatório. Se o dente a ser extraído estiver seriamente cariado, é menos provável que o dente errado seja extraído. Uma razão comum para a remoção de um dente errado é quando um cirurgião-dentista remove o dente para outro cirurgião-dentista. Se o dente errado for extraído e o cirurgião perceber esse erro imediatamente, o dente deve ser reposicionado rapidamente no interior da cavidade alveolar. Um reimplante de dente extraído depois de seco não terá sucesso se reimplantado. E, se o caso não envolver cuidados ortodônticos, um implante dental com uma coroa pode restaurar totalmente a oclusão do paciente antes de ele ser inadvertidamente extraído. LESÕES A ESTRUTURAS ÓSSEAS Fratura do Processo Alveolar A causa mais comum da fratura do processo alveolar é o uso de força excessiva com fórceps, o qual fratura a parede cortical. Se o excesso de força for necessário para remover o dente, um retalho de tecido mole pode ser realizado, e a quantidade de osso que deve ser removida pode ser controlada até que o dente possa ser extraído ou, no caso de dentes multirradiculares, a secção das raízes seja possível. Os locais mais prováveis para fraturas ósseas são: a parede cortical vestibular sobre o canino, a parede cortical bucal dos molares superiores (especialmente os primeiros molares), as porções do assoalho dos seios maxilares associados aos molares superiores, a tuberosidade maxilar e o osso labial dos incisivos mandibulares. Os locais mais prováveispara fraturas ósseas são: a parede cortical vestibular sobre o canino, a parede cortical bucal dos molares superiores (especialmente os primeiros molares), as porções do assoalho dos seios maxilares associados aos molares superiores, a tuberosidade maxilar e o osso labial dos incisivos mandibulares. Fratura da Tuberosidade Maxilar Se grande porção dessa tuberosidade for removida junto com o dente maxilar, a estabilidade da prótese poderá ser comprometida. Uma abertura no seio maxilar pode também ser criada. No entanto, se a tuberosidade estiver com mobilidade excessiva e não puder ser dissecada do dente, o cirurgião tem várias opções. A primeira opção é fixar o dente a ser extraído aos dentes adjacentes e adiar a extração por seis a oito semanas; ao longo desse tempo, ocorrerá a cicatrização óssea. O dente é então extraído com uma técnica cirúrgica aberta. A segunda opção é seccionar a coroa do dente das raízes e permitir que a tuberosidade e as raízes seccionadas cicatrizem. Depois de seis a oito semanas, o cirurgião pode remover as raízes dentárias de forma mais usual. Se a tuberosidade estiver completamente separada do tecido mole, as técnicas usuais utilizadas devem ser alisar as arestas do osso remanescente e reposicionar e suturar o tecido mole remanescente. LESÕES ÀS ESTRUTURAS ADJACENTES Durante o processo de extração dentária, é possível haver lesões aos tecidos adjacentes. Um cirurgião prudente avalia, durante o pré-operatório, todas as áreas e planeja um procedimento cirúrgico com menor chance de lesões a esses tecidos. Lesão a Estruturas Nervosas Regionais Os nervos nasopalatinos e bucal são frequentemente seccionados durante a criação de um retalho para remoção de um dente impactado. A área de inervação sensorial desses dois nervos é relativamente pequena, e a reinervação das áreas afetadas normalmente ocorre rapidamente. A remoção cirúrgica das raízes dos pré-molares mandibulares ou dos pré-molares impactados, ou as cirurgias periapicais na área do nervo mentoniano e do forame mentoniano devem ser realizadas com grande cautela. O nervo lingual é em geral localizado anatomicamente diretamente contra a face lingual da mandíbula na região do sítio retromolar. Finalmente, o nervo alveolar inferior pode ser traumatizado ao longo de seu trajeto dentro do canal ósseo. O lugar mais comum para esse tipo de lesão é a área de terceiros molares mandibulares. Lesão à Articulação Temporomandibular Se o paciente reclamar de dor na área da ATM imediatamente após o procedimento de extração, o cirurgião deve recomendar o uso de compressas úmidas no local, repouso mandibular, dieta leve e 600 a 800 mg de ibuprofeno a cada quatro horas por alguns dias. Os pacientes que não tolerarem medicamentos anti-inflamatórios não esteroidais devem utilizar de 500 a 1.000 mg de acetaminofeno. COMUNICAÇÕES OROANTRAIS A remoção dos molares superiores ocasionalmente resulta em comunicação entre a cavidade oral e o seio maxilar. Se esse problema ocorrer, as medidas apropriadas são a necessidade de prevenir uma variedade de sequela. As duas sequelas mais preocupantes são (1) sinusite pós-operatória e (2) formação de fístula crônica oroantral. A probabilidade de que esses dois problemas ocorram está relacionada com o tamanho da comunicação oroantral e a conduta após a exposição do seio. Esse teste envolve apertar as narinas juntas para ocluir o nariz do paciente e pedir que o paciente assopre suavemente através do nariz enquanto o cirurgião observa a área da extração dentária. Se a comunicação existir, haverá passagem do ar através do alvéolo dentário e borbulhar do sangue na área do alvéolo. A maioria das comunicações oroantrais tratadas com o método recomendado cicatriza sem complicações. Os pacientes devem seguir cuidadosamente por várias semanas para assegurar que a cicatrização ocorreu. Mesmo em pacientes que retornam em poucos dias com uma pequena comunicação, esta em geral cicatriza espontaneamente se não houver sinusite maxilar. SANGRAMENTO PÓS-OPERATÓRIO Extração de dentes é um procedimento cirúrgico que apresenta um grande desafio para o mecanismo hemostático do corpo. Existem diversas razões para esse desafio: (1) os tecidos da boca, maxila e mandíbula são altamente vascularizados; (2) a extração de um dente deixa uma ferida aberta, com tecidos moles e osso remanescente aberto, o que permite que o sangue continue escorrendo e sangrando; (3) é quase impossível utilizar algum material, como curativo com pressão suficiente e selamento, para prevenir um sangramento adicional durante a cirurgia; (4) os pacientes tendem a explorar a área da cirurgia com suas línguas e ocasionalmente deslocam o coágulo de sangue, o que inicia um sangramento secundário, e a língua pode também causar sangramento secundário pela criação de uma pequena pressão negativa que desloca o coágulo de sangue do alvéolo; e (5) as enzimas salivares podem agir lizando o coágulo de sangue antes que este tenha se organizado e antes do início de formação do tecido de granulação. Prevenção d o Sangramento Pós-operatório 1. Obter histórico de sangramento. 2. Utilizar técnicas cirúrgicas atraumáticas. 3. Obter boa hemostasia durante a cirurgia. 4. Promover excelentes instruções para o paciente. CICATRIZAÇÃO RETARDADA E INFECÇÃO Infecção A causa mais comum para o retardo da cicatrização tecidual é uma infecção. As infecções são uma rara complicação depois de uma extração dentária de rotina e são primariamente vistas em cirurgias orais que envolvem deslocamento das bordas dos tecidos e remoção de tecido ósseo. Uma assepsia cuidadosa e por meio de cirurgia por retalho e debridamento depois da cirurgia podem ser o melhor modo de prevenir uma infecção em áreas de retalhos mucosos. Isso significa que a área de osso removida abaixo do retalho tecidual deve ser copiosamente irrigada com baixa pressão e que uma solução salina e todos os debris visíveis devem ser removidos com cureta. Alguns pacientes são predispostos a infecções e ferimentos pós-operatórios devem receber antibioticoterapia profilática no pré-operatório. Deiscência da Ferida Outro problema que pode atrasar a cicatrização é a deiscência da ferida (separação das bordas das feridas;. Se o retalho de tecido mole é recolocado e suturado sem adequado ajuste ósseo, um retalho de tecido mole não apoiado pode decair e se separar ao longo da linha de incisão. A segunda causa para uma deiscência é uma sutura das bordas da ferida sob muita pressão. Isso ocorre quando o cirurgião deve puxar bastante as bordas da ferida para que possa juntar as bordas do retalho com sutura. Prevenção da Deiscência da Ferida 1. Utilizar técnicas assépticas. 2. Realizar cirurgia atraumática. 3. Fechar a incisão acima do osso intacto. 4. Suturar sem tensão. As duas principais opções de tratamento são (1) simplesmente deixar a projeção ou (2) regularizá-la com lima para osso. Alvéolo Seco O alvéolo seco, ou osteíte alveolar, é um atraso na cicatrização, mas não é associado a uma infecção. Essa complicação pós-operatória causa dor moderada a intensa mas sem que tenha sinais ou sintomas característicos de infecção, como febre, edema e eritema. Depois do procedimento cirúrgico, a ferida deve ser irrigada abundantemente com grande quantidade de soro sob pressão, com algo como uma seringa plástica. O tratamento correto é a irrigação e a inserção de medicamento no alvéolo. Primeiro, o alvéolo dentário é gentilmente irrigado com solução salina estéril. O alvéolo não deve ser curetado diretamente no osso, porque aumenta a quantidade de osso exposto e de dor. FRATURA DA MANDÍBULA A fratura da mandíbula durante a extração é uma complicação rara; é associada quase exclusivamente à remoção cirúrgica dos terceiros molares impactados. A fratura da mandíbula é normalmente resultadode uma aplicação de força excessiva necessária para a remoção do dente e frequentemente ocorre durante o uso de alavancas dentárias. No entanto, quando os terceiros molares inferiores estão profundamente impactados, mesmo pequenas quantidades de força podem causar fratura. As fraturas podem também ocorrer durante a remoção de um dente impactado de uma mandíbula gravemente atrófica. Assim que esse tipo de fratura ocorrer, ela deve ser tratada pelos métodos usualmente aplicados para o tratamento de fraturas ósseas. Essas fraturas devem ser adequadamente reduzidas e estabilizadas. Usualmente, isso significa que o paciente deverá ser encaminhado para um cirurgião bucomaxilofacial para o cuidado definitivo. CAP.12 CIRURGIA PRÉ-PROTÉTICA Após a perda dos dentes naturais, as alterações ósseas nos maxilares se iniciam imediatamente. Pelo fato de o osso alveolar não responder mais às tensões exercidas nessa área pelos dentes e ligamentos periodontais, ele começa a ser reabsorvido. Os resultados dessa reabsorção são acelerados pelo uso de próteses e tendem a afetar a mandíbula mais severamente do que a maxila por causa da área superficial mais reduzida e da distribuição menos favorável das forças oclusais. OBJETIVOS DA CIRURGIA PRÉ-PROTÉTICA É a restauração protética e a reabilitação do sistema mastigatório em pacientes edêntulos ou parcialmente edêntulos. Fatores sistêmicos gerais e fatores locais são responsáveis pela variação na quantidade e no padrão de reabsorção óssea alveolar. Os fatores sistêmicos incluem anormalidades nutricionais e doenças ósseas sistêmicas, como osteoporose, disfunção endócrina ou qualquer outra condição sistêmica que possa afetar o metabolismo ósseo. Os fatores locais que afetam a reabsorção do rebordo alveolar incluem as técnicas de alveoloplastia usadas no momento da remoção do dente e o trauma local associado à perda de osso alveolar. Variações na estrutura facial podem contribuir para os padrões de reabsorção de duas maneiras: (1) o volume real de osso presente nos rebordos alveolares varia com o formato da face; e (2) indivíduos com ângulos do plano mandibular baixos e ângulos gonianos mais agudos são capazes de gerar forças mastigatórias maiores e com isso exercer maiores pressões sobre as áreas dos rebordos alveolares. O objetivo da cirurgia pré-protética é criar estruturas de suporte adequadas para a instalação subsequente de aparelhos protéticos. PRINCÍPIOS DE AVALIAÇÃO DO PACIENTE E PLANO DE TRATAMENTO O tratamento cirúrgico pré-protético deve iniciar-se com a história clínica e o exame físico completo do paciente, queixa principal do paciente, objetivos funcionais e estéticos do paciente, avaliação completa da saúde geral .Um exame intra e extraoral do paciente deve incluir uma avaliação das relações oclusais existentes, se houver dentes remanescentes, a quantidade e o contorno do osso remanescente, a qualidade do tecido mole que recobre a área chapeável, a profundidade de vestíbulo, a localização das inserções musculares, as relações intermaxilares e a presença de condição patológica do tecido mole ou ósseo. Avaliação do Tecido Ósseo de Suporte A avaliação do tecido ósseo de suporte deve incluir inspeção visual, palpação, exame radiográfico e, em alguns casos, avaliação de modelos. Avaliação do Tecido Mole de Suporte A avaliação da qualidade do tecido da área de suporte primário que recobre o rebordo alveolar é de extrema importância. A quantidade de tecido queratinizado firmemente aderido ao osso subjacente na área de suporte da prótese deve ser distinguida do tecido pobremente queratinizado ou móvel. A palpação pode revelar um tecido fibroso hipermóvel inadequado para a estabilidade da base da prótese. Plano de Tratamento O plano de tratamento mais apropriado deve considerar a altura, a largura e o contorno do rebordo. Muitos outros fatores também devem ser considerados: em um paciente idoso com reabsorção óssea moderada, a cirurgia de tecido mole isoladamente pode ser suficiente para melhorar a função da prótese. RECONTORNO DOS REBORDOS ALVEOLARES Irregularidades do osso alveolar encontradas no momento da extração dentária ou após um período de cicatrização inicial requerem recontorno antes da confecção da prótese final. Esta seção se concentra principalmente no preparo de rebordos para próteses removíveis, mas também considera a possibilidade de instalação de futuros implantes e a clara necessidade de se conservar osso e tecido mole tanto quanto possível. Alveoloplastia Simples Associada à Remoção de Múltiplos Dentes A forma mais simples de alveoloplastia consiste na compressão das paredes laterais do alvéolo dentário após extração dentária simples. As áreas ósseas que necessitam de recontorno devem ser expostas usando-se um retalho tipo envelope e uma incisão mucoperiosteal ao longo da crista do rebordo. O recontorno pode ser realizado com uma pinça-goiva, uma lima para osso ou uma broca para osso em uma peça de mão, individualmente ou combinadas (Deve-se usar irrigação abundante com soro fisiológico durante o procedimento de recontorno para evitar sobreaquecimento e necrose óssea. Após o recontorno, o retalho deve ser reaproximado com pressão digital, e o rebordo, palpado para assegurar que todas as irregularidades tenham sido removidas e as margens do tecido podem ser reaproximadas com suturas interrompidas ou contínuas. Alveoloplastia Intrasseptal Ou técnica de Dean, que envolve a remoção de osso intrasseptal e o reposicionamento do osso cortical vestibular, em vez da remoção de áreas excessivas ou irregulares da cortical vestibular. Após a exposição da crista do rebordo alveolar pelo deslocamento do mucoperiósteo, pode-se usar uma pequena pinça-goiva para remover a porção intrasseptal do osso alveolar. Depois da remoção óssea adequada, deve-se fazer pressão digital suficiente para fraturar a tábua cortical vestibular do rebordo alveolar, a fim de aproximá-la da tábua palatina. Usando-se uma broca ou um osteótomo inserido através da área distal da extração, corta-se a cortical vestibular sem perfuração da mucosa vestibular. É necessário pressão digital na face vestibular do rebordo para determinar quando a osteotomia está completa e para garantir que a mucosa não seja danificada. Após o reposicionamento da tábua cortical vestibular, podem-se remodelar pequenas áreas de irregularidades ósseas com uma lima para osso e reaproximar a mucosa alveolar com técnicas de sutura contínuas ou interrompidas. Redução da Tuberosidade Maxilar (Tecido Duro) A cirurgia pode ser realizada sob anestesia local infiltrativa ou por bloqueio dos nervos alveolar superior posterior e palatino maior. Consegue-se acesso à tuberosidade para remoção óssea por incisão sobre a crista que se estende até a região posterior da tuberosidade com lâmina de bisturi n ° 12. Pode-se remover o osso utilizando-se uma pinça-goiva ou instrumentos rotatórios, com cuidado para evitar a perfuração do assoalho do seio maxilar.. Depois que a quantidade necessária de osso tiver sido removida, a área deve ser regularizada com uma lima para osso e abundantemente irrigada com soro fisiológico. O retalho mucoperiosteal pode, então, ser readaptado. . É importante que o fechamento dessa área fique livre de tensões. Exostose Vestibular e Irregularidades Excessivas Deve-se infiltrar anestésico local ao redor da área que requer redução óssea. Faz-se incisão sobre o rebordo, estendendo-se de 1 a 1,5 cm além das margens da área quenecessita de osteoplastia, e um retalho mucoperiosteal de espessura total deve ser deslocado para expor as áreas de exostose óssea. Se as áreas de irregularidades forem pequenas, o uso de lima para osso pode ser suficiente; áreas maiores podem necessitar de pinça-goiva ou instrumento rotatório. Usam-se técnicas de suturas contínuas ou interrompidas para fechar a incisão no tecido mole. Exostose Palatina Lateral São necessárias anestesia local na área do forame palatino maior e infiltração na área da incisão. Faz-se uma incisão sobre o rebordo da região posterior da tuberosidade, estendendo-se ligeiramente além da área anterior da exostose que requer osteoplastia. O deslocamento do mucoperiósteo em direção palatina deve ser feito com atenção cuidadosa à área do forame palatino para evitar danos aos vasos sanguíneos que deixam o forame em direção anterior. Após exposição adequada, pode-se usar um instrumento rotatório ou lima para osso para remover o excesso de osso nessa área. Deve-se irrigar a área com soro fisiológico e fechá-la com suturas contínuas ou interrompidas. Redução da Crista Milo-hióidea Para a redução da crista milo-hióidea, são necessários os bloqueios dos nervos alveolar inferior, bucal e lingual. Faz-se uma incisão linear sobre a crista do rebordo na região posterior da mandíbula. A extensão da incisão demasiadamente para a face lingual deve ser evitada por causa do potencial trauma ao nervo lingual. Desloca-se o retalho mucoperiosteal de espessura total, que expõe a área da crista milo-hióidea e as inserções do músculo milohióideo. Removem-se as fibras do músculo milo-hióideo da crista por meio de uma incisão cortante da inserção muscular em sua origem óssea. Após o deslocamento do músculo, pode-se usar um instrumento rotatório com proteção cuidadosa do tecido mole ou uma lima para osso para remover a proeminência pontiaguda da crista milo-hióidea. Deve-se recolocar imediatamente a prótese, pois isso pode facilitar o reposicionamento mais inferior da inserção muscular. Redução do Tubérculo Geniano Quando o processo de reabsorção se inicia na mandíbula, a área de inserção do músculo genioglosso na porção anterior da mandíbula pode se tornar extremamente proeminente. A infiltração anestésica local e o bloqueio bilateral do nervo lingual promovem anestesia adequada. Faz-se uma incisão sobre a crista de cada área de pré-molar até a linha média da mandíbula. Desloca-se o retalho mucoperiosteal de espessura total lingualmente para expor o tubérculo geniano. A inserção do músculo genioglosso pode ser removida com uma dissecção cortante. O alisamento com broca ou pinça- goiva, seguido de lima para osso, remove o tubérculo geniano. Deixa-se o músculo genioglosso se reinserir de maneira aleatória. Assim como com a redução do músculo milo-hióideo e da crista milo-hióidea, um procedimento para reduzir o assoalho da boca também pode trazer benefícios à porção anterior da mandíbula. REMOÇÃO DE TORUS Torus Maxilares O bloqueio dos nervos palatinos maiores e incisivo e a infiltração local promovem a anestesia necessária para a remoção do torus. Geralmente, faz- se necessária uma incisão linear na linha média do torus, com incisões relaxantes oblíquas em uma ou nas duas extremidades. podem-se usar um osteótomo e um martelo para remover a massa óssea. Para torus mais largos, geralmente é melhor seccioná-los em múltiplos fragmentos com uma broca em uma peça de mão. sutura livre de tensões sobre toda a área de osso exposto. Torus Mandibulares Injeções anestésicas nos nervos alveolar inferior e lingual, bilateralmente, promovem anestesia adequada para a remoção dos torus. Deve-se fazer uma incisão sobre a crista do rebordo, estendendo-se 1 a 1,5 cm além de cada margem dos torus a serem removidos. Quando o torus tem uma base pediculada pequena, pode-se usar um martelo e um osteótomo para clivá-lo pela face medial da mandíbula. ANORMALIDADES DO TECIDO MOLE São as lesões inflamatórias, como a hiperplasia fibrosa inflamatória do vestíbulo e a hiperplasia papilar inflamatória do palato, e as inserções anormais de músculos e freios. Redução da Tuberosidade Maxilar (Tecido Mole) Uma infiltração anestésica local na região posterior da maxila é suficiente para redução da tuberosidade. Faz-se uma incisão elíptica inicial sobre a área da tuberosidade que necessita de redução e se remove essa porção de tecido. Após a remoção do tecido, as margens medial e lateral da excisão devem ser afinadas para remover o excesso de tecido mole, o que promove uma redução extra de tecido mole e permite fechamento do tecido livre de tensões. Isso pode ser realizado por meio de pressão digital sobre a superfície da mucosa do tecido adjacente enquanto o tecido é excisado tangencialmente à superfície da mucosa. Depois que os retalhos são afinados, pode-se utilizar pressão digital para aproximar o tecido com o objetivo de avaliar a redução vertical que foi realizada. Se a redução do tecido foi adequada, sutura-se a área com técnicas de sutura contínua ou interrompida. Se foi removido tecido em excesso, não se deve tentar fechar a ferida por primeira intenção. Redução da Papila Retromolar Mandibular A anestesia local infiltrativa da área que requer excisão é suficiente. Faz-se uma incisão elíptica para excisar a maior área de espessura de tecido na região posterior mandibular. Afinam-se levemente as áreas adjacentes, sendo a maioria da redução tecidual pela face vestibular. A remoção excessiva de tecido na região submucosa do retalho lingual pode resultar em danos ao nervo e à artéria lingual. Aproxima-se o tecido com suturas contínuas ou interrompidas. Outra opção para a redução de tecido nessa área é com o uso de laser. O recontorno da área retromolar com o auxílio de laser permite a redução do excesso de tecido sem incisões e limita o período pós-operatório de cicatrização. O laser mais comumente usado em cirurgia oral é o laser de dióxido de carbono. A ablação do tecido permite sua remoção controlada em camadas baseada na intensidade e na profundidade da penetração. Excesso de Tecido Mole Lateral Palatino Feito a ressecção submucosa do excesso de tecido de maneira semelhante àquela previamente descrita para a redução do tecido mole da tuberosidade. A técnica preferencial requer excisão superficial do excesso de tecido mole. A anestesia local infiltrativa na área do forame palatino maior e anteriormente à massa de tecido mole é suficiente. Com uma lâmina de bisturi afiada tangenciando o tecido, podem-se remover as camadas superficiais de mucosa e tecido fibroso subjacente até a extensão necessária para eliminar as irregularidades no tecido mole. Após a remoção desse tecido, uma férula cirúrgica reembasada com condicionador de tecido pode ser utilizada por cinco a sete dias para ajudar na cicatrização. Tecido Hipermóvel sem Suporte injeta-se anestésico local adjacente à área que requer excisão de tecido. A remoção do tecido com hipermobilidade na área do rebordo alveolar consiste em duas incisões paralelas de espessura total nas faces vestibular e lingual do tecido a ser excisado (Fig. 12-20). Usa-se um descolador de periósteo para remover o excesso de tecido mole do osso subjacente. Pode ser necessária uma excisão tangencial de pequenas quantidades de tecido nas áreas adjacentes para permitir a adaptação adequada do tecido mole durante a sutura. Devem-se limitar essas excisões adicionais ao mínimo, sempre que possível, para evitar remover tecido mole em excesso e prevenir o descolamento do periósteo do osso subjacente. Usam-se suturas contínuas ou interrompidas para aproximar o tecido remanescente.Hiperplasia Fibrosa Inflamatória A hiperplasia fibrosa inflamatória, também chamada de epulis fissurado ou fibrose por prótese, é um aumento hiperplásico generalizado da mucosa e do tecido conjuntivo fibroso no rebordo alveolar e na região vestibular que muito comumente resulta de próteses maladaptadas. A infiltração de anestésico local na área do excesso de tecido é suficiente para anestesia. Quando a área a ser excisada apresenta aumento pequeno, técnicas eletrocirúrgicas ou por laser proporcionam bons resultados para a excisão do tecido. Se a massa tecidual é extensa, grandes áreas de excisão utilizando técnicas eletrocirúrgicas podem resultar em cicatrizes vestibulares excessivas. Nesses casos, prefere-se uma excisão simples e reaproximação do tecido remanescente. Apreendem-se as áreas de tecido em excesso com pinças para tecido, faz-se uma incisão cortante na base do tecido fibroso em excesso até o periósteo, e remove-se o tecido hiperplásico. O tecido adjacente é delicadamente dissecado e reaproximado utilizando-se suturas contínuas ou interrompidas. Frenectomia Labial Múltiplas técnicas cirúrgicas são efetivas na remoção das inserções de freios: (1) a técnica de excisão simples, (2) a técnica da zetaplastia, (3) a vestibuloplastia localizada com epitelização secundária e (4) a frenectomia assistida por laser. A excisão simples e a zetaplastia são efetivas quando a faixa de mucosa e de tecido fibroso é relativamente estreita. A vestibuloplastia localizada com epitelização secundária é geralmente preferível quando a inserção do freio tem base ampla. As técnicas assistidas por laser são versáteis na criação de excisão local e ablação da mucosa e das inserções de tecido fibroso em excesso, permitindo epitelização secundária. Anestesia local infiltrativa geralmente é suficiente para o tratamento cirúrgico das inserções dos freios. Deve-se tomar cuidado para evitar infiltração anestésica excessiva diretamente na área do freio, pois isso pode camuflar a anatomia, que precisa ser bem visualizada no momento da excisão. Em todos os casos, é desejável que um assistente cirúrgico eleve e everta o lábio durante esse procedimento. Frenectomia Lingual O bloqueio anestésico bilateral do nervo lingual e uma infiltração na área anterior promovem anestesia adequada para a frenectomia lingual. Controla- se a ponta da língua preferencialmente tracionando-a com sutura. A liberação cirúrgica do freio lingual requer a incisão da inserção do tecido conjuntivo fibroso na base da língua de maneira transversa, seguida por fechamento em direção linear, o que libera completamente a porção anterior da língua . A colocação de pinça hemostática através da inserção do freio na base da língua por aproximadamente três minutos promove vasoconstrição e um campo cirúrgico quase sem sangramento durante o procedimento cirúrgico. Após a remoção da pinça hemostática, faz-se uma incisão através da área previamente pinçada. Retrai-se a língua superiormente, e as margens da ferida são delicadamente dissecadas e fechadas paralelamente à linha média da língua. Deve-se ter bastante cuidado com os vasos sanguíneos da base da língua e assoalho da boca e com as aberturas dos ductos das glândulas submandibulares. O traumatismo a essas estruturas vitais durante a incisão ou a sutura pode resultar em sangramento pós-operatório e obstrução do fluxo salivar. PRÓTESES IMEDIATAS Pode-se optar por instalar próteses no momento da extração dos dentes e recontorno ósseo. A instalação de prótese após a extração oferece benefícios psicológicos e estéticos imediatos aos pacientes, já que, de outra maneira, eles seriam edêntulos por algum tempo. A instalação imediata de prótese após a cirurgia também funciona como tamponamento para o sítio cirúrgico, o que resulta na redução do sangramento e do edema pós-operatório e na melhor adaptação do tecido ao rebordo alveolar. Outra vantagem é que se pode reproduzir a dimensão vertical mais facilmente com uma técnica de prótese imediata. As desvantagens incluem a necessidade frequente de alterações nas próteses no pós-operatório e a confecção de novas próteses após o período de cicatrização inicial. PRESERVAÇÃO DO REBORDO ALVEOLAR Deve-se curetar e irrigar o alvéolo após a completa remoção do dente. Coloca-se o material de enxerto dentro do alvéolo, comprimindo-o no nível da crista alveolar. CIRURGIA PARA SOBREDENTADURA O osso alveolar se mantém principalmente em resposta às tensões transferidas ao osso através dos dentes e ligamentos periodontais durante a mastigação. Mantendo-se os dentes sempre que possível, minimiza-se a reabsorção do osso sob uma prótese. adequado, quando for possível manter uma boa saúde periodontal e os dentes puderem ser restaurados adequadamente. Como essa técnica requer também tratamento endodôntico e protético dos dentes remanescentes, devem-se considerar também questões financeiras. PROCEDIMENTOS AVANÇADOS DE CIRURGIA PRÉ-PROTÉTICA Cirurgia de tecido mole para aumento do rebordo mandibular À medida que a reabsorção do rebordo alveolar acontece, as inserções de mucosa e músculos próximos às áreas chapeáveis exercem grande influência na retenção e na estabilidade das próteses. Adicionalmente, a quantidade e a qualidade do tecido inserido sobre a área chapeável podem ser reduzidas. A cirurgia de tecido mole realizada para melhorar a estabilidade da prótese pode ser feita isoladamente ou após aumento ósseo. Vestibuloplastia por Retalho Transposicional (Lip Switch) Nesse procedimento, um retalho mucoso pediculado do rebordo alveolar é descolado do tecido subjacente e suturado no fundo do vestíbulo. A porção interna do lábio cicatrizará por segunda intenção. Esse procedimento foi modificado, e o uso de uma técnica que transpõe um retalho mucoso de base lingual e um retalho periosteal com base labial (retalho transposicional) se tornou popular. Procedimentos para Aumento do Vestíbulo e do Assoalho da Boca técnica para a extensão do vestíbulo labial é uma modificação do retalho pediculado supraperiosteal com base labial descrito por Clark. Após as duas técnicas de extensão, pode-se usar um enxerto de pele para cobrir a área de periósteo exposto. O procedimento combinado efetivamente elimina as forças de deslocamento da mucosa e das inserções musculares e proporciona uma base mais ampla de tecido inserido queratinizado sobre a área de suporte primário da prótese. A técnica tem a vantagem da cobertura precoce do leito periosteal exposto, o que melhora o conforto do paciente e permite a confecção mais rápida da prótese. Cirurgia de tecido mole para aumento do rebordo maxilar A reabsorção do osso alveolar maxilar frequentemente resulta em inserções musculares e mucosas que interferem na confecção da prótese, sua estabilidade e retenção. Por causa da ampla área chapeável da maxila, frequentemente se pode alcançar estabilidade adequada da prótese mesmo após excessiva perda óssea. Vestibuloplastia Submucosa A vestibuloplastia submucosa, como descrita por Obwegeser, pode ser o procedimento de escolha para correção de inserções de tecido mole sobre ou próximo à crista do rebordo alveolar da maxila. 27 Essa técnica é particularmente útil quando tiver ocorrido reabsorção do rebordo alveolar, mas o osso residual da maxila for adequado para o suporte da prótese. Nessa técnica, o tecido submucoso subjacente é cortado ou reposicionado para permitir a aposição direta da mucosa labial ao periósteo da maxila remanescente. Vestibuloplastia Maxilar com Enxerto de Tecido Quando a mucosa labiovestibular é insuficiente e uma técnica de vestibuloplastia submucosa resultaria em encurtamento do lábio, devem-seusar outras técnicas de aumento de vestíbulo. O periósteo exposto sobre o rebordo alveolar cicatriza por epitelização secundária. O paciente pode sentir desconforto moderado no período pósoperatório, e é necessário um período maior para a cicatrização (seis a oito semanas) antes da confecção da prótese. A manutenção da profundidade do vestíbulo maxilar é imprevisível. O uso de um retalho pediculado da mucosa labial combinado com enxerto de tecido sobre o periósteo maxilar exposto proporciona benefícios adicionais de cicatrização mais rápida sobre a área do periósteo previamente exposta e manutenção da profundidade de vestíbulo mais previsível a longo prazo. Correção das relações anormais entre os rebordos ósseos Aproximadamente 5% da população têm discrepância esquelética grave entre os maxilares superior e inferior, o que resulta em maloclusão grave. Quando há perda dos dentes, pode haver um relacionamento anormal entre os rebordos que dificulta a confecção de aparelhos protéticos. Quando há relação prévia de classe III entre os rebordos, a perda dos dentes e o padrão de reabsorção óssea aumentam a gravidade do problema esquelético. Cirurgia Alveolar Segmentar no Paciente Parcialmente Edêntulo A extrusão de dentes e segmentos ósseos para uma área antagonista edêntula pode reduzir o espaço interarcos e dificultar a confecção de prótese fixa ou removível adequada nessa área. A perda dos dentes em um arco pode aumentar a dificuldade de obter uma prótese funcional e estética com os dentes artificiais localizados adequadamente sobre o rebordo subjacente. O cirurgião-dentista responsável pela restauração protética final do paciente deve determinar a posição final dos segmentos nos modelos articulados. Pode ser necessário preparação ortodôntica précirúrgica para alinhar os dentes corretamente e permitir o posicionamento adequado dos segmentos. Depois da cirurgia nos modelos, confecciona-se uma férula para posicionar os segmentos precisamente no momento da cirurgia e dar estabilidade durante o período de cicatrização pós-operatório. Sempre que possível, a férula deve ser estabilizada pelo contato com outros dentes em vez de se apoiar somente em tecido mole. Devem-se evitar os flanges vestibular e palatino na férula, pois a pressão pode interferir no suprimento sanguíneo, importante para a viabilidade do osso e dos dentes que foram reposicionados com a cirurgia segmentar. CAP.15 PRINCÍPIOS DE TRATAMENTO E PREVENÇÃO DAS INFECÇÕES ODONTOGÊNICAS MICROBIOLOGIA DAS INFECÇÕES ODONTOGÊNICAS aquelas que integram a placa bacteriana, aquelas encontradas nas superfícies mucosas e aquelas encontradas no sulco gengival. Tais bactérias são principalmente cocos aeróbios grampositivos, cocos anaeróbios gram- positivos e bastonetes anaeróbios gram-negativos. Essas bactérias causam uma variedade de doenças comuns, como cáries dentárias, gengivite e periodontite. Quando ganham acesso aos tecidos profundos subjacentes, através da polpa dentária necrosada ou de uma bolsa periodontal profunda, elas causam infecções odontogênicas. Papel das Bactérias Anaeróbias nas Infecções Odontogênicas Porcentagem: Somente anaeróbias 50% Anaeróbias e aeróbias mistas 44% Aeróbia somente 6% As bactérias anaeróbias são, então, capazes de crescer, e, conforme o potencial local de oxidaçãoredução é reduzido posteriormente, as bactérias anaeróbias predominam e causam a necrose de liquefação dos tecidos por meio da síntese de colagenases. Clinicamente, essa progressão da flora infectante de aeróbia para anaeróbia parece estar correlacionada com o tipo de edema que pode ser encontrado na região infectada. Portanto, as infecções odontogênicas parecem passar por quatro estágios. Nos primeiros três dias dos sintomas, um edema mole, pastoso, levemente sensível representa o estágio de inoculação, no qual os estreptococos invasores estão começando a colonizar o hospedeiro. Após três a cinco dias, o edema torna- se endurecido, vermelho e altamente sensível, já que a flora mista infectante estimula a resposta inflamatória intensa do estágio de celulite. Após cinco a sete dias após o início do edema, os anaeróbios começam a predominar, causando abscesso liquefeito no centro da área edemaciada. Esse é o estágio de abscesso. Finalmente, quando o abscesso drena espontaneamente pela pele ou mucosa, ou é cirurgicamente drenado, o estágio de resolução inicia conforme o sistema imune destrói as bactérias infectantes e o processo de cicatrização e reparo acontece. As características clínicas e microbiológicas de edema, celulite e abscesso estão resumidas. HISTÓRIA NATURAL DA PROGRESSÃO DAS INFECÇÕES ODONTOGÊNICAS As infecções odontogênicas têm duas origens principais: (1) periapical, como resultado da necrose pulpar e invasão bacteriana subsequente do tecido periapical, e (2) periodontal, como resultado da bolsa periodontal profunda que possibilita a inoculação da bactéria nos tecidos moles subjacentes. Dessas duas, a origem periapical é a mais comum nas infecções odontogênicas. A necrose da polpa dental como resultado da cárie profunda cria uma via para as bactérias penetrarem nos tecidos periapicais. Uma vez que o tecido torna-se inoculado pela bactéria e uma infecção ativa é estabelecida, esta se dissemina igualmente em todas as direções, mas preferencialmente ao longo das linhas de menor resistência. A infecção se dissemina pelo osso esponjoso até encontrar uma lâmina cortical. Se a lâmina cortical for fina, a infecção perfurará o osso e penetrará nos tecidos moles circunjacentes. O tratamento da polpa necrótica por meio de terapia endodôntica convencional ou da extração do dente resolverá a infecção. Antibióticos, sozinhos, apenas irão paralisar, mas não curar a infecção, pois esta provavelmente vai recidivar quando a terapia antibiótica tiver terminado, sem tratamento da causa dentária subjacente. Portanto, o tratamento primário da infecção pulpar é a terapia endodôntica ou a extração dentária, em vez dos antibióticos. Quando a infecção perfura a lâmina cortical do processo alveolar, ela se dissemina por localizações anatômicas previsíveis. A localização da infecção oriunda de um dente específico é determinada por dois fatores principais: (1) a espessura do osso que cobre o ápice do dente e (2) a relação do local da perfuração no osso com as inserções musculares na maxila e mandíbula. Na mandíbula, as infecções dos incisivos, caninos e pré-molares usualmente perfuram o osso pela lâmina cortical vestibular superior à inserção dos músculos do lábio inferior, resultando em abscessos vestibulares. As infecções nos molares inferiores drenarão pela cortical lingual com mais frequência do que os dentes anteriores. As infecções nos primeiros molares vão drenar pela vestibular ou lingual. Infecções no segundo molar podem perfurar a cortical vestibular ou lingual (mas usualmente a lingual), e as infecções no terceiro molar quase sempre perfuram a lâmina cortical lingual. O músculo milo-hióideo determina se as infecções que drenam lingualmente vão se dirigir superiormente a esse músculo para o espaço sublingual ou abaixo dele para o espaço submandibular. PRINCÍPIOS DE TERAPIA DAS INFECÇÕES ODONTOGÊNICAS Princípio 1: Determinar a Gravidade da Infecção: Históriacompleta, Exame físico. Princípio 2: Avaliar o Estado dos Mecanismos de Defesa do Hospedeiro: Condições médicas ou medicamentos que comprometem as defesas do hospedeiro. Princípio 3: Determinar Quando o Paciente Deve Ser Tratado por um Cirurgião-dentista Clínico ou Cirurgião Oral e Maxilofacial: Dificuldade de respirar • Dificuldade de deglutir • Desidratação • Trismo moderado a grave• Edema estendendo-se além do processo alveolar • Temperatura elevada • Mal-estar grave e aparência tóxica • Defesas comprometidas do hospedeiro • Necessidade de anestesia geral • Insucesso no tratamento prévio.; Princípio 4: Tratamento Cirúrgico da Infecção: O princípio básico no tratamento da infecção odontogênica é realizar a drenagem cirúrgica e remover a causa da infecção. O objetivo principal é remover a causa da infecção, a qual comumente se origina de polpa necrosada ou de bolsa periodontal profunda. O objetivo secundário é promover a drenagem do secreção purulenta acumulada e dos resíduos necróticos. Quando um paciente tem infecção odontogênica típica, a aparência mais comum é um dente cariado com radiolucência periapical e um pequeno abscesso vestibular. Com essa apresentação, o cirurgião-dentista tem as seguintes opções cirúrgicas: tratamento endodôntico ou extração. A incisão do abscesso ou celulite permite a remoção do secreção purulenta acumulada e das bactérias do tecido subjacente. A evacuação da cavidade do abscesso dramaticamente reduz a carga bacteriana e os resíduos necróticos. A evacuação também reduz a pressão hidrostática na região por meio da descompressão dos tecidos, o que melhora o suprimento sanguíneo local e aumenta a liberação das defesas do hospedeiro e dos antibióticos para a área infectada. antes da execução da incisão da cavidade do abscesso, deve-se considerar a obtenção de amostra para cultura e teste de sensibilidade (C e S). Caso se tenha decidido fazer uma cultura, ela é executada antes da drenagem cirúrgica (Quadro 15-3). Após ter anestesiado o local da cirurgia, realiza-se a antissepsia da superfície mucosa com uma solução de iodopovidona (Povidine e secada com gaze estéril. Uma agulha de calibre grande, geralmente 18 G, é usada para coletar a amostra. Uma seringa pequena, usualmente de 3 mL, é adequada. A agulha é, então, inserida dentro do abscesso ou da celulite, e 1 ou 2 mL de secreção purulenta ou fluido tecidual são aspirados. A amostra pode conter somente fluido tecidual e sangue em vez de secreção purulenta, e mesmo assim comumente fornece bactérias suficientes para uma cultura apropriada. A amostra é, então, inoculada diretamente em tubetes aeróbicos e anaeróbicos, os quais são tubos estéreis contendo um swab e meio de transporte bacteriano. A incisão deve ser pequena, usualmente não passando de 1 cm de comprimento. Concluída a incisão, uma pinça hemostática fechada curva é inserida através da incisão dentro da cavidade do abscesso. Esta é, então, aberta em diversas direções para romper quaisquer pequenas loculações (cavidades de secreção purulenta) que não foram abertas pela incisão inicial. Assim que todas as cavidades do abscesso forem abertas e todo o pus for drenado, um pequeno dreno é inserido para manter a abertura. O dreno deve permanecer no lugar até que a drenagem seja interrompida, usualmente por dois a cinco dias. A retirada é feita simplesmente cortando-se a sutura e deslizando-se o dreno para fora da ferida. Princípio 5: Suporte Médico para o Paciente: A resistência sistêmica do hospedeiro deve ser considerada em três áreas: (1) comprometimento do sistema imune, (2) controle de doenças sistêmicas e (3) reservas fisiológicas. As doenças que comprometem o sistema imune estão listadas no Quadro 15-1. Infecções odontogênicas que ocorrem em pacientes com sistema imune comprometido devem ser tratadas por um especialista. Frequentemente, hospitalização e consulta médica são necessárias. A equipe multiprofissional seleciona a terapia projetada para melhorar a resposta imune, combater a infecção com antibióticos bactericidas e otimizar o tratamento cirúrgico da infecção. Muitas doenças sistêmicas também reduzem a capacidade do paciente em resistir à infecção e se submeter ao tratamento. No diabetes, por exemplo, o controle do açúcar do sangue está diretamente relacionado com a resistência à infecção. Princípio 6: Escolher e Prescrever os Antibióticos Apropriados Após considerar todos os fatores, o clínico pode decidir que não é necessário nenhum antibiótico; em outras situações, pode ser preciso um antibiótico de largo espectro ou até mesmo uma associação de medicamentos. Determinar a necessidade de administração antibiótica É um erro comum pensar que todas as infecções, por definição, exigem administração de antibióticos. Em algumas situações, os antibióticos não são úteis e podem ser até mesmo contraindicados. Ao tomar essa determinação, três fatores devem ser considerados: (1) O primeiro fator é a gravidade da infecção quando o paciente procura o cirurgião-dentista. Se a infecção causou tumefação, progrediu rapidamente ou é uma celulite difusa, a evidência sustenta o uso de antibióticos além da terapia cirúrgica. (2) A segunda consideração é se o tratamento cirúrgico adequado pode ser obtido. (3) A terceira consideração é o estado das defesas do hospedeiro. Um paciente jovem, saudável pode ser capaz de mobilizar as defesas e pode não necessitar de terapia antibiótica para resolução de uma pequena infecção. Indicações para o Uso Terapêutico dos Antibióticos • Edema estendendo-se além do processo alveolar • Celulite • Trismo • Linfadenopatia • Temperatura maior que 38,3 °C • Pericoronarite grave • Osteomielite Situações nas Quais o Uso dos Antibióticos não é necessário: • Demanda do paciente • Dor grave • Dor de dente • Abscesso periapical • Alvéolo seco • Múltiplas extrações dentárias em um paciente que não está imunocomprometido • Pericoronarite branda (somente inflamação do opérculo) • Abscesso alveolar drenado Uso rotineiro da terapia empírica Uma revisão sistemática recente de testes clínicos randomizados comparando penicilina ou amoxicilina com antibióticos recentes concluiu que, quando a terapia antibiótica apropriada foi realizada, nenhum dos antibióticos recentes teve taxa clínica significativamente maior do que a amoxicilina ou penicilina. Antibióticos Administrados Oralmente Efetivamente Úteis para Infecções Odontogênicas • Penicilina • Amoxicilina • Clindamicina • Azitromicina • Metronidazol • Moxifloxacino Uso de antibiótico de espectro reduzido Antibióticos de amplo espectro podem ser usados para tratar infecções complexas, as quais não são definidas na declaração consultiva da ADA. No entanto, uma infecção odontogênica simples pode ser definida como envolvendo somente o processo alveolar ou o vestíbulo oral, em seu primeiro curso de tratamento, e em um indivíduo imunocompetente. Uma infecção complexa pode ser definida como uma que se disseminou além do processo alveolar e do vestíbulo oral, com insucessos dos tratamentos prévios, ou em um indivíduo imunocomprometido. Antibióticos de Pequeno e de Amplo Espectro Antibióticos de Pequeno Espectro Úteis no Tratamento de Infecções Odontogênicas Simples • Penicilina • Amoxicilina • Clindamicina • Metronidazol Antibióticos de Amplo Espectro Úteis no Tratamento de Infecções Odontogênicas Complexas • Amoxicilina com ácido clavulânico (para infecções sinusais) • Azitromicina • Tetraciclina • Moxifloxacino Infecções Odont gênicas Simples e Complexas Infecções Odontogênicas Simples • Edema limitado ao processo alveolar e espaço vestibular • Primeira tentativa de tratamento• Paciente que não está imunocomprometido Infecções Odontogênicas Complexas • Edema estendendo-se além do espaço vestibular • Insucesso de tratamento prévio Uso de antibiótico com a menor incidência de toxicidade e efeitos colaterais A maioria dos antibióticos apresenta uma variedade de toxicidades e efeitos colaterais que limitam sua utilidade. Estes variam de leves a tão graves que o antibiótico causador não pode ser utilizado na prática clínica. Os antibióticos de gerações mais antigas, geralmente usados para infecções odontogênicas, apresentam incidência surpreendentemente baixa de problemas relacionados com a toxicidade. Os antibióticos de gerações mais recentes, contudo, podem apresentar toxicidade e interações medicamentosas significativas. Portanto, cada vez mais se torna mais importante que o clínico compreenda as toxicidades, os efeitos colaterais e interações medicamentosas das substâncias que ele possa prescrever. Uso de antibiótico bactericida, se possível Os antibióticos podem matar a bactéria (ou seja, antibióticos bactericidas) ou interferir em seu crescimento (ou seja, antibióticos bacteriostáticos). Antibióticos bactericidas usualmente interferem na produção da parede celular na bactéria recém-formada em crescimento. Para pacientes com defesa comprometida, o medicamento de escolha devem ser os antibióticos bactericidas. Por exemplo, a penicilina, que é um antibiótico bactericida, deve ser preferida à azitromicina, que é um antibiótico bacteriostático, em um paciente em tratamento quimioterápico contra o câncer. Princípio 7: Administrar o Antibiótico Adequadamente Na consulta clínica de acompanhamento, a prescrição adicional de antibióticos pode ser necessária no caso de infecções que não se resolvam rapidamente. O profissional deve esclarecer o paciente que a prescrição inteira deve ser respeitada. Se por alguma razão o paciente é aconselhado a parar de tomar o antibiótico precocemente, todos os comprimidos remanescentes devem ser descartados. Os pacientes devem ser fortemente desencorajados a manter pequenas quantidades de antibióticos não utilizados para automedicação de dor de garganta no próximo inverno. A autoadministração casual de antibióticos é não somente inútil como também pode ser perigosa para a saúde do indivíduo, assim como da comunidade. Princípio 8: Avaliar o Paciente Frequentemente. A causa mais comum de insucesso no tratamento é cirurgia inadequada. Um dente pode ter de ser reavaliado para extração, ou uma extensão da infecção para uma área não detectada durante o primeiro tratamento pode necessitar de I&D. Pode ser necessário admitir tal paciente em um hospital com propósito de manutenção de via aérea, cirurgia subsequente e terapia antibiótica intravenosa. Razões para o Fracasso do Tratamento • Cirurgia inadequada • Comprometimento das defesas do hospedeiro • Corpo estranho • Problemas relacionados com os antibióticos: • Falta de colaboração do paciente • O medicamento não atingindo o local • Dosagem muito baixa do medicamento • Identificação errada da bactéria • Antibiótico incorreto Uma segunda razão de insucesso é depressão dos mecanismos de defesa do hospedeiro. Uma terceira razão para o insucesso do tratamento é a presença de corpo estranho. Finalmente, o antibiótico que foi dado ao paciente pode ser problemático. O cirurgiãodentista primeiro se certifica se o paciente cumpriu a prescrição. O paciente deve ter a prescrição preenchida e tomar o antibiótico de acordo com as orientações. PRINCÍPIOS DE PREVENÇÃO DAS INFECÇÕES O uso de antibióticos para tratar infecção estabelecida é bem aceito e é uma técnica bemdefinida. Esses medicamentos promovem maior assistência para o paciente em combater uma infecção estabelecida. O uso de antibióticos para prevenção (ou seja, profilaxia) da infecção é menos amplamente aceito. A seção final deste capítulo discute o uso de antibióticos para profilaxia de dois tipos distintos de infecção. O uso de antibióticos para prevenir a infecção da ferida após a cirurgia é apresentado primeiramente, seguido por uma discussão do uso antibiótico para prevenir infecção metastática. Princípios de profilaxia da infecção de feridas Por um lado, o uso de antibióticos para profilaxia de infecções de feridas pós- operatórias pode ser efetivo e desejável em certas ocasiões. Por outro, existe pouca evidência científica que sustenta a eficácia dos antibióticos profiláticos na odontologia e na cirurgia oral e maxilofacial. Profilaxia da Endocardite Infecciosa A profilaxia da endocardite bacteriana é obtida para a maioria das condições de rotina com a administração de 2 g de amoxicilina oralmente meia hora a uma hora antes do procedimento. PRINCÍPIOS DE PROFILAXIA DA INFECÇÃO DE FERIDAS Se, contudo, os antibióticos profiláticos são efetivos na prevenção das infecções de feridas pós-operatórias e de infecções transmitidas pelo sangue de sítios distantes, eles teriam três vantagens distintas: (1) Antibióticos profiláticos podem reduzir a incidência de infecção pós-operatória e, portanto, reduzem a morbidade pós-operatória. Quando pacientes tornam-se infectados após a cirurgia, a cicatrização da ferida e a recuperação são substancialmente retardadas. (2) A profilaxia antibiótica apropriada e efetiva pode reduzir o custo dos cuidados em saúde. Por meio da redução da incidência de infecção pósoperatória, o paciente pode ser salvo da despesa de retornar ao cirurgião-dentista, de comprar mais antibióticos e de perder dias adicionais de trabalho. (3) Terceiro, o uso apropriado de antibióticos profiláticos requer uma administração em um período menor, ao contrário do uso terapêutico, logo possivelmente reduzindo a quantidade total de antibióticos usados pela população. Princípios do Uso Profilático dos Antibióticos • Descubra se o risco de infecção é significativo. • Escolha o antibiótico correto de menor espectro. • Confirme que o nível antibiótico está elevado. • Certifique-se de que o antibiótico esteja no tecido-alvo antes da cirurgia. • Use a exposição antibiótico-efetiva mais curta. Princípio 1: O Procedimento Deve Ter Risco Significativo de Infecção Para justificar a administração profilática dos antibióticos para reduzir a incidência de infecção, o procedimento cirúrgico deve ter incidência suficiente de infecção. Fatores Relacionados com Infecção Pós operatória • Volume da inoculação bacteriana • Duração da cirurgia • Presença de corpo estranho, implante ou espaço morto • Estado da resistência do hospedeiro. Princípio 2: Escolha do Antibiótico Correto A escolha do antibiótico para profilaxia contra infecções após cirurgia na cavidade oral deve ser baseada nos seguintes critérios: primeiro, o antibiótico deve ser efetivo contra os organismos mais prováveis de causar infecção na cavidade oral. Princípio 3: O Nível Plasmático do Antibiótico Deve Ser Elevado Quando antibióticos são usados profilaticamente, seus níveis no plasma devem ser mais altos do que quando são usados terapeuticamente. Os níveis de pico plasmático devem ser altos para assegurar a difusão do antibiótico dentro de todos os fluidos e espaços teciduais nos quais a cirurgia será realizada. Princípio 4: Momento Correto da Administração Antibiótica Para o antibiótico ser maximamente efetivo na prevenção da infecção pós - operatória, deve ser administrado duas horas antes ou menos antes do início da cirurgia. O tempo de dosagem antes da cirurgia varia dependendo da via utilizada, permitindo a absorção do antibiótico pelos tecidos no momento cirúrgico. Princípio 5: Uso do Menor Tempo Possível de Exposição ao Antibiótico que Seja Eficaz Para que a profilaxia antibiótica seja eficaz, o antibiótico deve ser administrado antes do início da cirurgia, e devem-se manter níveisplasmáticos adequados durante o procedimento cirúrgico. Uma vez concluída a cirurgia, a administração continuada do antibiótico produz pouco, se algum, benefício. Se o procedimento for de curta duração, uma única dose pré- operatória é adequada. PRINCÍPIOS DE PROFILAXIA DA INFECÇÃO METASTÁTICA A infecção metastática é definida como a que ocorre em localização distante da porta de entrada das bactérias. O exemplo clássico e mais largamente conhecido desse fenômeno é a endocardite bacteriana, que surge a partir de bactérias introduzidas na circulação em consequência da extração dentária. Fatores Necessário s para Infecção Metastática • Sítio distante suscetível • Disseminação bacteriana hematogênica • Defesas locais comprometidas Profilaxia da Endocardite Infecciosa As novas diretrizes indicam profilaxia somente para o paciente com maior risco de endocardite, incluindo aqueles com endocardite prévia, válvulas cardíacas protéticas, defeitos cardíacos congênitos cianóticos que não foram reparados ou que têm defeitos parciais remanescentes após o reparo, e pacientes transplantados cardíacos com valvulopatia. Isso reduzirá significativamente o número de pacientes odontológicos para os quais a profilaxia é indicada. Uma lista das condições que têm o maior risco de endocardite pode ser encontrada. Condições Cardíacas Associadas a Risco Elevado de Resultado Adverso Oriundo de Endocardite para as Quais a Profilaxia com Procedimento Dentário Está Recomendada • Válvula cardíaca protética • Endocardite infecciosa prévia • Doença cardíaca congênita (DCC)* • DCC cianótica não reparada, incluindo desvio e condutos paliativos • Defeito cardíaco congênito reparado completamente com material ou dispositivo protético, colocado por cirurgia ou intervenção por meio de cateter, durante os primeiros seis meses após o procedimento • DCC reparada com defeitos residuais no sítio ou adjacente ao sítio de um trajeto protético ou dispositivo protético (o que inibe a endotelização) • Receptores transplantados cardíacos que têm valvulopatia cardíaca *Exceto para as condições listadas anteriormente, a profilaxia antibiótica não é mais recomendada para quaisquer outras formas de DCC. •Profilaxia é recomendada, pois a endotelização ocorre dentro de seis meses após o procedimento. Procedimentos Dentários para os Quais a Profilaxia da Endocardite É Reco mendada para Pacientes Todos os procedimentos dentários que envolvem manipulação do tecido gengival ou a região periapical dos dentes ou perfuração da mucosa oral.* *Os seguintes procedimentos e eventos não necessitam de profilaxia: injeções anestésicas rotineiras através de tecidos não infectados, realização de radiografias dentárias, colocação de prótese removível ou aparelhos ortodônticos, ajuste de aparelhos ortodônticos, colocação de bráquetes ortodônticos, esfoliação de dentes decíduos e sangramento oriundo de trauma dos lábios e mucosa oral. Procedimentos Dentários para os Quais a Profilaxia não É Recomendada • Dentística restauradora • Injeção rotineira de anestésico local • Terapia endodôntica intracanal e colocação de dique de borracha • Remoção de sutura • Colocação de aparelhos removíveis • Realização de moldagens • Realização de radiografias orais • Tratamentos com flúor • Ajuste de aparelho ortodôntico • Esfoliação de dentes decíduos A profilaxia da endocardite bacteriana é obtida para a maioria das condições de rotina com a administração de 2 g de amoxicilina oralmente meia hora a uma hora antes do procedimento Profilaxia em Pacientes com Outras Condições Cardiovasculares Profilaxia da Infecção em Substituição Articular Completa CAP.16 INFECÇÕES ODONTOGÊNICAS COMPLEXAS INFECÇÕES DOS ESPAÇOS FASCIAIS PROFUNDOS Amaioria das infecções odontogênicas penetra a lâmina cortical vestibular do osso para tornar-se um abscesso vestibular. Às vezes, as infecções penetram dentro de outros espaços fasciais profundos diretamente. Os espaços fasciais são compartimentos teciduais revestidos por fáscia, preenchidos por tecido conjuntivo frouxo areolar, que podem tornar-se inflamados quando invadidos por microorganismos. O processo resultante da inflamação passa através dos estágios que são observados clinicamente como edema (inoculação), celulite e abscesso. Esta é a fisiopatologia dos estágios da infecção que os clínicos observam como edema, quando a bactéria inocula os tecidos de um espaço anatômico específico; celulite, quando uma resposta inflamatória intensa causa todos os sinais clássicos de inflamação; e abscesso, quando pequenas áreas de necrose de liquefação coalescem centralmente para formar secreção purulenta dentro dos tecidos. Espaços anatômicos evolvidos nas infecções odontogênicas: Infecções dos Espaços Fasciais Profundos Associadas a Qualquer Dente • Vestibular• Bucal• Subcutâneo Infecções dos Espaços Fasciais Profundos Associadas aos Dentes Superiores • Infraorbitário• Bucal• Infratemporal• Seios maxilares e outros seios paranasais• Trombose do seio cavernoso Infecções dos Espaços Fasciais Profundos Associadas aos Dentes Inferiores • Espaço do corpo da mandíbula• Espaços perimandibulares• Submandibular• Sublingual• Submentoniano• Espaço mastigador• Submassetérico• Pterigomandibular• Temporal superficial• Temporal profundo Espaços Fasciais Profundos do Pescoço • Faríngeo lateral• Retrofaríngeo• Pré-traqueal• Espaço potencial• Pré- vertebral. Tratamento das Infecções dos Espaços Fasciais O tratamento das infecções, leves ou graves, sempre tem cinco metas gerais: (1) suporte médico do paciente, com atenção especial à proteção das vias aéreas e correção das defesas comprometidas do hospedeiro, quando estas existirem; (2) remoção cirúrgica da fonte de infecção o mais cedo possível; (3) drenagem cirúrgica da infecção, com a colocação de drenos adequados; (4) administração de antibióticos corretos e nas doses adequadas; (5) reavaliação frequente do progresso do paciente quanto à resolução. Embora a intensidade do tratamento seja maior nas infecções odontogênicas complexas, os princípios do manejo cirúrgico e médico das infecções dos espaços fasciais são os mesmos daqueles das infecções menos sérias. Princípios de tratamento das infecções odontogenicas • Determinar a gravidade. • Avaliar as defesas do hospedeiro. • Determinar o local de tratamento. • Tratar cirurgicamente. • Suporte médico. • Escolher e prescrever o(s) antibiótico(s) adequado(s). • Administrar o antibiótico apropriadamente. • Reavaliação frequente. OSTEOMIELITE O termo osteomielite literalmente significa inflamação do osso medular. Clinicamente, osteomielite implica uma infecção do osso. Em geral, o processo inicia-se na cavidade medular, envolvendo o osso esponjoso, estendendo-se e disseminando-se à cortical óssea e, eventualmente, ao periósteo. A invasão bacteriana no osso esponjoso causa inflamação do tecido mole e edema nos espaços medulares. Como na polpa dentária, o edema de tecido mole que está encapsulado pelo tecido calcificado compacto resulta no aumento da pressão hidrostática, que eleva a pressão sanguínea dos vasos arteriais nutrientes. O resultado do comprometimento severo do suprimento sanguíneo induz, então, a necrose do tecido mole. A falência da microcirculação do osso esponjosoé um fator crítico no estabelecimento da osteomielite, pois a área envolvida torna-se isquêmica e o componente celular do osso necrótico. Dessa maneira, as bactérias podem proliferar, pois as defesas provenientes do sangue não conseguem chegar ao tecido, e a osteomielite se dissemina até que seja tratada por terapia médica ou cirúrgica. O tratamento cirúrgico da osteomielite supurativa aguda ou crônica consiste primariamente na remoção de dentes obviamente não vitais na área da infecção, fios de aço, miniplacas ósseas que podem ter sido utilizadas para estabilizar uma fratura na área ou quaisquer fragmentos de osso que estejam soltos. Os espécimes de osso são enviados para cultura aeróbica e anaeróbica e teste de sensibilidade e exame histopatológico. Além disso, a corticotomia (remoção ou perfuração da cortical óssea) e excisão do osso necrótico (até que seja encontrado sangramento ósseo ativo) podem ser necessárias. Para a osteomielite aguda que resulta de uma fratura, o cirurgião-dentista deve estabilizar o segmento móvel da mandíbula, geralmente com redução aberta e fixação interna rígida. A imobilização dos segmentos fraturados auxilia na resolução da osteomielite. s osteomielites crônicas exigem não somente antibioticoterapia agressiva, mas também tratamento cirúrgico agressivo. ACTINOMICOSE Actinomicose é uma infecção relativamente incomum nos tecidos moles e duros da cabeça e pescoço. Ela é usualmente causada pelo Actinomyces israelii, mas também pode ser provocada por A. naeslundii, A.viscosus ou outros membros deste gênero. Actinomyces é uma bactéria endógena da cavidade oral que já se pensou tratar-se de fungos anaeróbios. A terapia da actinomicose inclui incisão e drenagem cirúrgica e excisão de todas as fístulas. Essa parte do tratamento é importante para assegurar que quantidades adequadas de antibióticos estejam, de fato, sendo liberadas na área infectada. CANDIDÍASE As duas causas mais comuns de comprometimento do estado físico do paciente são o uso de antibióticos por períodos prolongados, especialmente as penicilinas, e o comprometimento do sistema imune, como a síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS), ou quimioterapia para leucemias ou outras formas de câncer. A queilite angular pode ser causada pelos organismos da Candida. Muitos pacientes que têm esse problema são edêntulos e possuem uma dimensão vertical reduzida da boca, o que resulta em uma umidade crônica da comissura labial e posterior crescimento de fungos. O clotrimazol, um antifúngico mais recente, apresenta um baixo risco de toxicidade e melhor gosto, porém seu custo é superior. A dose usual de ambas as preparações é de uma pastilha quatro a cinco vezes ao dia, por 2 semanas. CAP.19 DOENÇAS ODONTOGÊNICAS DOS SEIOS MAXILARES Os seios maxilares são espaços preenchidos por ar que ocupam os ossos maxilares bilateralmente. EMBRIOLOGIA E ANATOMIA São os primeiros seios a se desenvolverem embriologicamente e os maiores dos seios paranasais. Se inicia no terceiro mês do desenvolvimento fetal (pneumatização primária), e simultaneamente com as invaginações das mucosas ou embolsamento dos infundíbulos etmoidais. Progride ao mesmo tempo que a invaginação se expande no interior da cápsula nasal cartilaginosa. A pneumatização secundária se inicia no 5 mês, ao mesmo tempo em que as invaginações iniciais se expandem dentro dos ossos maxilares em desenvolvimento. Após o nascimento, os seios maxilares se expandem pela pneumatização dentro do processo alveolar em desenvolvimento, se estendem anteriormente a parte inferior da base do crânio, compatibilizando a taxa de crescimento da maxila e o desenvolvimento da dentição. Com 12/13 anos, os seios maxilares terão se expandido até o ponto em que seu assoalho esteja no mesmo nível do assoalho nasal. Nos adultos, os ápices dos dentes podem se estender dentro da cavidade dos seios maxilares (identificados em amostras anatômicas ou por tomografia) A expansão dos seios termina após erupção dos dentes permanentes. Ocorre pneumatização adicional dos seios maxilares após remoção de dentes posteriores da maxila, para ocupar processo alveolar residual. Geralmente os seios maxilares se estendem para a crista do rebordo edêntulo. Assim, são maiores em adultos edêntulos nas maxilas posteriores. Anterior e lateralmente, os seios max se estendem para região dos caninos e pré-molares e a abertura dos seios é denominada ÓSTIO. São revestidos por epitélio respiratório, colunar,ciliado, pseudoestratificado, secretor e muco. Cílios e muco realizam a drenagem dos seios. O batimento ciliar movimenta o muco produzido pelo epitélio ou qualquer material estranho dentro do seio, ocorrendo a drenagem dentro da cavidade nasal. Camada fina de muco se movimentando constantemente. EXAME CLÍNICO O seio maxilar deve ser apalpado de forma leve e cuidadosa. Pacientes com sinusite reclamam de dor dentária, e a percussão da dor a dentes superiores muitas vezes é indicação de infecção aguda no seio maxilar. - Exame visual da face e intraoral para detecção de inchaço ou vermelhidão (descarga nasal evidente durante 1 avaliação) - Toque de paredes laterais dos seios, palpação intraoral da superfície lateral da maxila EXAMES COMPLEMENTARES Transluminação (luz brilhante de fibra óptica contra a mucosa nas superfícies facial ou palatina) Em doença unilateral, são comparados os seios. O envolvido revela transmissão reduzida de luz em razão do acúmulo de fluido, resíduos ou pus. Exame radiográfico: Periapicais, oclusais ,panorâmicas, radiografia com imagem Waters, radiografia lateral Varredura por TC Interpretação das radiografias Os seios devem ser comparados. Normal: Cavidade preenchida de ar, ampla, circundada por osso. Seio radiolúcido e bem delineado. Afetado: Espessamento da mucosa, seio radiopaco (hipertrofia da mucosa e acúmulo de fluido de sinusite, preenchimento de sangue após trauma ou neoplasia) parcialmente ou totalmente, e pólipos antrais e nasais. O espessamento causado por infecções pode obstruir o óstio, causa acúmulo de fluido e pus. Níveis de ar fluido nos seios são características de doença aguda, mas podem ser observados na sinusite crônica durante exacerbação aguda. Ruptura do contorno cortical pode ser resultado de trauma, tumor, infecção ou abscesso e formação de fístula, ou cirurgia que viola paredes do seio. Patologias dentárias (cistos, granulomas) podem produzir lesões radiolúcidas dentro do seio. São diferenciadas por sua associação ao ápice do dente, e presença da margem óssea. INFECÇÕES NÃO ODONTOGÊNICAS Algumas bactérias podem ser cultivadas a partir de seios saudáveis Doenças inflamatórias causam hiperplasia ou hipertrofia e podem levar a obstrução do óstio Infecção ou alergia é denominado SINUSITE Inflamação em todos os seios PANSINUSITE, geralmente causada por infecção Sinusites individuais: sinusite maxilar e frontal Sinusite maxilar aguda: Pressão, dor, inchaço facial, eritema, indisposição, febre e drenagem de material purulento de odor fétido dentro da cavidade nasal e nasofaringe Sinusite maxilar crônica: Sinusite recorrente, ou que permanece apesar do tratamento INFECÇÕES ODONTOGÊNICAS Sinusite maxilar: Se não tratada pode afetar outros seios. Se desenvolve rapidamente. Em casos raros, se torna fatal e pode apresentar celulite orbital,trombose do seio cavernoso, meningite, osteomielite, abscesso intracraniano. Doenças periapicais agudas Doenças periodontais Infecção e sinusite podem resultar de trauma para os dentes ou de cirurgia maxilar posterior: remoção de dentes, alveolectomia, redução de tuberosidade TRATAMENTO DA SINUSITE MAXILAR Sinusite alérgica Tratamento precoce umidificação do ar para soltar e auxiliar na remoção de secreção seca Administração sistêmica de descongestionantes Prescrição de analgésico Sinusite por infecção: mesmo tratamento + antibióticos Se o paciente não responder em 72 h: trocar antibiótico PSEUDOCISTOS ANTRAIS mucocele e cistos de retenção Acúmulos benignos de fluido. Não existe causa definida, mas pode ser inflamação do revestimento do seio maxilar. Desaparecem com o passar do tempo. Mucocele(cistos cirúrgicos ciliados ou cistos maxilares pós operatórios) : causa comum é cirurgia do seio maxilar. Deve ser feita remoção e biópsia. Cistos de retenção bloqueiam de ductos. COMPLICAÇÃO DAS CIRURGIAS ORAIS ENVOLVENDO SEIOS MAXILARES Incluem deslocamento de dentes, raízes ou fragmentos de instrumentos, ou criação de comunicação entre cavidade oral e o seio maxilar durante a cirurgia da maxila posterior (pode cair isso gente): É provável que o seio maxilar se torne pneumatizado dentro do processo alveolar edêntulo ao redor do dente, o que enfraquece a totalidade de alvéolos e conduz os ápices dos dentes para uma conexão mais próxima com a cavidade do seio maxilar. Outras causas de perfuração dentro do seio: raízes longas de forma anormal, destruição da parte do assoalho do seio maxilar por lesões periapicais, perfuração do assoalho e da membrana com instrumentais, forçamento de uma raiz dentro do seio. Em muitos casos, abertura pequena e fechamento realizado com cicatrização adequada. Perfurações maiores, não há fechamento de rotina, e não é possível realizar um fechamento de rotina para fechar a abertura. O tratamento de comunicação oroantral é realizado imediatamente quando a abertura é criada ou mais tarde, como no caso de uma fístula de longa data ou falha de tentativa de fechamento primário. Comunicações Oroantrais: Tratamento Imediato Exames devem ser cuidadosamente analisados antes da cirurgia para plano de tratamento, deve ser observado potencial de exposição do seio. A cirurgia pode ser alterada para seccionar o dente e remover uma raiz de cada vez. Quando é concluída a exposição e perfuração do seio: Abertura pequena sem doença - terapia menos invasiva. Formação de coágulo no sítio da extração. Suturas para reposição de tecidos moles + gaze. Paciente deve seguir recomendações pós operatórias 10 a 14 dias (não usar canudo, não abrir boca quando espirra, evitar impacto no nariz, etc.) Antibiótico + anti-histamínico + descongestionante sistêmico. Paciente observado em intervalos de 48 a 72h. Perfurações maiores – Cobrir com retalho de avanço. Elevação de um retalho com margens posicionadas sobre o osso, em vez de ser colocado diretamente sobre o defeito ou área de comunicação. Fístula Oroantral: Tratamento Tardio Avanço de retalho bucal, avanço de retalho palatino, retalho de avanço facial e palatino sobre uma membrana de material aloplástico. Eliminar infecção no local (irrigação de fístula + uso de antibiótico e descongestionante). Pode ser construído dispositivo temporário para cobrir fístula. Se persistir, pode remover tecido afetado usando Caldwell-Luc. Se fístula estiver próxima a algum dente, pode ser removido para fechamento. CAP.20 DIAGNÓSTICO E GESTÃO DAS DESORDENS DE GLÂNDULAS SALIVARES MODALIDADES DIAGNÓSTICAS História do paciente e exame clínico Radiologia das glândulas salivares Objetivo é identificação de “pedras” salivares (cálculos, são radiopacos) Radiografia oclusal mandibular é mais útil em cálculos sublinguais e submandibulares. Radiografias periapicais podem apresentar cálculo em cada ducto ou glândula salivar, incluindo glândulas salivares menores. As panorâmicas podem revelar cálculos nas glândulas parótidas e também localizados na parte posterior das glândulas submandibulares. Sialografia Auxiliar na detecção de cálculos radipacos e radiolúciodos (15% a 20%). Também é útil na avaliação da extensão do ducto salivar, do parênquima da glândula ou ambos como resultado de doenças obstrutivas, inflamatórias, traumáticas e neoplásicas. Também pode ser usada como manobra terapêutica, já que o sistema ductal é dilatado durante estudo e pequenos tampões mucosos ou restos necróticos podem ser removidos durante injeção do meio contraste dentro do sistema ductal. Executada sob anestesia local 1 – canulação do ducto salivar 2 - injeção de um meio de contraste radiográfico 3 – Aquisição de série de imagens radiográficas durante todo processo A sialografia proporciona etapa preliminar no delineamento da morfologia ductal e na localização da obstrução. 1 – Fase ductal (ocorre após injeção de contraste e permite visualização dos ductos maiores) 2 – Fase acinar 3 – Fase de evacuação (avalia função de eliminação de secreção normal da glândula para ver se há retenção do meio do contraste) Sialodoquite Dilatação do ducto salivar, resultante de atrofia epitelial por processos infecciosos e inflamatórios com estreitamento irregular devido à fibrose reparatiga “forma de linguiça”. Sialogramas Estudos radiológicos feitos por bucomaxilos. CONTRAINDICAÇÕES: infecções agudas das glândulas salivares,pacientes com historia de sensibilidade ao iodo, realização do exame antes do estudo da glândula tireoide. Tomografia computadorizada (TC), ressonância magnética e ultrassonografia, cintilografia salivar, endoscopia das glândulas salivares (sialoendoscopia), sialoquímica, biopsia aspirativa por agulha fina, biopsia das glândulas salivares. DOENÇA OBSTRUTIVA DAS GLÂNDULAS SALIVARES: SIALOLITÍASE Formação de cálculos ou pedras. Duas vezes mais comum em homens. Fatores etiopatogênicos: Obstrução, diminuição na taxa de fluxo salivar, alterações no pH salivar associadas à sepse orofaríngea e comprometimento da solubilidade dos cristais. Sinais e sintomas de sialolitíase Dor e edema da glândula submandibular nos horários das refeições Diminuição do fluxo salivar ou drenagem purulenta do ducto de Wharton Sensibilidade da glândula Linfadenopatia cervical Calculo palpável Tratamento A gestão dos cálculos nas glândulas submandibulares depende da duração dos sintomas, do número de episódios, do tamanho e localização. Submandibulares são anteriores ou posteriores. Cálculo na parte anterior do ducto de Wharton: Tentativa de dilatar o ducto com sondas lacrimais, cuidado para não deslocar o cálculo posteriormente, “ordenhar” a glândula por meio de palpação para exteriorizar o cálculo. Caso tenha êxito, preservar estimulantes salivares Cálculo na parte posterior ou nenhum cálculo visualizado: Encaminhar para cirurgia bucomaxilofacial. Cálculos pequenos localizados anteriormente podem ser retirados através de abertura ductal após dilatação do orifício. Ocasionalmente, torna-se necessária remoção de cálculos submandibulares por incisão nos assoalho da boca para expor o ducto e o cálculo. Obstruções das glândulas sublinguais São geralmente o resultado de obstrução do ducto de Wharton no mesmo lado da cavidade bucal devido à íntima associação entre os ductos de Wharton e Rivinus, como previamente comentado. Tratamento: excisão simples do cálculo e da glândula associada. FENÔMENO DE RETENÇÃO E EXTRAVASAMENTODE MUCO Mucocele Ductos das glândulas salivares menores traumatizados. A produção de saliva subsequente podem extravasar abaixo da superfície mucosa e para o interior dos tecidos moles. Com o passar do tempo, as secreções acumulam-se dentro dos tecidos. o. Em algumas circunstâncias a mucocele regride espontaneamente sem cirurgia. Para lesões persistentes ou recidivantes, o tratamento preferencial consiste na excisão da mucocele e das glândulas salivares menores associadas que contribuíram para sua formação a fim de evitar a recorrência na mesma localização. Para as mucoceles do lábio inferior, é administrada anestesia local regional através de bloqueio do nervo mentoniano e uma incisão é realizada através da mucosa. Rânula Uma mucocele da glândula salivar sublingual. As rânulas resultam da retenção mucosa no sistema ductal da glândula sublingual ou do extravasamento de muco como resultado da ruptura ductal causada por inflamação ou trauma. Rânula simples: Confinada à área ocupada pela glândula sublingual no espaço sublingual, superiormente ao músculo milo-hióideo Rânula mergulhante: A progressão para uma rânula mergulhante ocorre quando a lesão se extende através e abaixo do nível do músculo milo-hióideo no interior do espaço submandibular. As rânulas podem alcançar um tamanho maior que as mucoceles porque a mucosa sobrejacente às rânulas é mais espessa e elas ocorrem menos comumente porque o trauma que causa a formação é menos comum na porção anterior do assoalho de boca. Como resultado, uma rânula mergulhante possui o potencial para se expandir através do músculo milo- hióideo até o pescoço e comprometer as vias aéreas, resultando em uma emergência médica. TRATAMENTO Recorrentes ou persistentes é a excisão da rânula bem como da glândula sublingual através de acesso intrabucal à região anterior do assoalho de boca. Os diagnósticos diferenciais para os aumentos de volume em assoalho de boca incluem rânula, cisto linfoepitelial, cisto dermoide ou epidermoide, tumores de glândulas salivares (p. ex., carcinoma mucoepidermoide) e tumores mesenquimais (p. ex., lipoma, neurofibroma ou hemangioma). Os diagnósticos diferenciais para uma massa na linha média do pescoço incluem linfadenopatia, cisto epidermoide, lipoma, mononucleose infecciosa, carcinoma metastático, linfoma, tumores de glândulas salivares (p. ex., glândula submandibular ou “cauda” da glândula parótida), sialoadenite da glândula submadibular, cisto linfoepitelial, sarcoidose, tuberculose, doença da arranhadura do gato, higroma cístico, tumor do corpo carotídeo ou rânula mergulhante. O tratamento usual da rânula é a marsupialização na qual uma porção da mucosa bucal do assoalho de boca é excisada, incluindo a parede superior da rânula. Subsequentemente, a parede da rânula é suturada à mucosa bucal do assoalho de boca e aguarda-se a cicatrização por segunda intenção com formação de cicatriz; a probabilidade de recorrência é menor. INFECÇÕES DE GLÂNDULAS SALIVARES Agudas ou crônicas e são comumente, relacionadas à doença obstrutiva, especialmente na glândula submandibular (quando a obstrução leva à infecção). Sialoadenite supurativa aguda da glândula parótida Geralmente envolve uma alteração no equilíbrio do fluido cuja ocorrência é mais provável em pacientes mais idosos, debilitados, malnutridos ou desidratados ou naqueles com doenças crônicas ou comorbidades significativas. As características clínicas das infecções bacterianas agudas das glândulas salivares incluem evolução rápida do aumento de volume nas regiões pré- auricular (glândula parótida) ou submandibular com eritema e dor associados. A palpação da glândula afetada não gera saída de fluido ou então ocasiona saída de secreção purulenta espessa pelo orifício do ducto. A gestão das infecções bacterianas das glândulas salivares inclui o tratamento sintomático e os cuidados de suporte, incluindo hidratação com fluidos endovenosos, antibióticos e analgésicos. Os antibióticos devem ser administrados por via endovenosa em altas doses para a maioria desses pacientes, os quais comumente requerem hospitalização. Na maioria das vezes, a cirurgia que consiste em incisão e drenagem, torna-se necessária na gestão das infecções das glândulas salivares. Infecções que não recebem tratamento podem rapidamente progredir e causar obstrução respiratória, septicemia e eventualmente morte. Em algumas situações de infecção recorrente de uma glândula salivar, as repetidas agressões resultam em disfunção irreversível, caso que pode indicar a excisão da glândula. Parotidite viral ou caxumba É uma doença aguda não supurativa e contagiosa. É importante a diferenciação clínica entre infecções bacterianas e virais das glândulas salivares, porque as infecções virais não são o resultado de doença obstrutiva e requerem um tratamento diferente que não inclui antibioticoterapia. A caxumba é caracterizada por um aumento de volume doloroso e sem eritema de uma ou ambas as glândulas. Sinais e sintomas da caxumba: dor e aumento de volume pré-auricular, febre, calafrios e dor de cabeça. A parotidite viral geralmente resolve-se em 5 e 12 dias após o início. A gestão inclui o tratamento de suporte com antipiréticos, analgésicos e hidratação adequada para a febre, a dor de cabeça e o mal-estar. Complicações da doença incluem meningite, pancreatite, nefrite, orquite, atrofia testicular e esterilidade. Sialometaplasia Necrosante Processo inflamatório reativo, não neoplásico que geralmente afeta as glândulas salivares menores do palato. Entretanto, pode afetar as glândulas salivares menores em qualquer localização. Resulta de um infarto vascular dos lóbulos das glândulas salivares. Causas potenciais da diminuição do fluxo sanguíneo para a área afetada: trauma, injeção de anestésico local, fumo, diabetes melito, doença vascular e pressão por uma prótese. As lesões geralmente aparecem como grandes áreas (1 a 4 cm) profundamente ulceradas, dolorosas ou assintomáticas. Pode ser bilateral. Alguns pacientes podem relatar um pródromo patológico semelhante a um resfriado antes do surgimento da ulceração. Síndrome de Sjögren Multissistêmico de apresentação variável. Síndrome de Sjögren primária ou síndrome seca, caracterizada por xerostomia (boca seca) e ceratoconjuntivite seca (olhos secos); e (2) síndrome de Sjögren secundária a qual é composta pela síndrome de Sjögren primária e uma desordem de tecido conjuntivo associada, mais comumente a artrite reumatoide. Embora a causa da síndrome de Sjögren seja desconhecida, parece que está presente uma forte influência autoimune. TUMORES BENIGNOS DAS GLÂNDULAS SALIVARES O adenoma pleomórfico ou tumor benigno misto é o tumor de glândula salivar mais comum. Geralmente, os adenomas pleomórficos são massas indolores de crescimento lento. A análise histopatológica mostra dois tipos de células: (1) célula epitelial ductal e (2) célula mioepitelial a qual pode se diferenciar em várias linhagens de células. TRATAMENTO Excisão cirúrgica completa com uma margem de tecido normal para incluir possíveis projeções irregulares da lesão. As lesões parotídeas são tratadas pela remoção do lobo afetado juntamente com o tumor. A recorrência é possível em casos raros; também há um pequeno risco (5%) de transformação maligna para um carcinoma ex-adenoma pleomórfico em lesões antigas. O tumor de Warthin ou cistoadenoma papilífero linfomatoso afeta quase que exclusivamente a glândula parótida. Lesão com uma massa indolor de crescimento lento. Acredita-se que o tumor de Warthin seja causado por restos epiteliaissalivares encarcerados dentro de linfonodos em desenvolvimento. A análise histopatológica mostra um componente epitelial em um padrão papilar e um componente linfoide com centros germinativos. O tratamento da lesão é a excisão cirúrgica simples e a recorrência é rara. Adenoma monomórfico Lesão solitária incomum composta por um tipo de célula; afeta predominantemente as glândulas salivares menores do lábio superior e a glândula parótida (adenoma de células basais). Geralmente apresenta-se como uma massa assintomática amplamente móvel. A análise histopatológica revela uma lesão encapsulada composta por um tipo (monomórfico) de célula epitelial de ducto salivar. O tratamento do adenoma monomórfico é a excisão cirúrgica simples. Tumores Malignos das Glândulas Salivares O carcinoma mucoepidermoide é o tumor maligno de glândula salivar mais comum. A apresenta-se como uma massa submucosa que pode ser dolorosa ou ulcerada. Pode parecer azulada em razão do conteúdo mucoso no interior da lesão. Uma forma intraóssea de carcinoma mucoepidermoide pode aparecer como uma área radiolúcida multilocular na parte posterior da mandíbula associada a um aumento de volume azulado do coxim retromolar . A análise histopatológica mostra três tipos de células: (1) células mucosas, (2) células epidermoides e (3) células intermediárias (claras). A proporção de cada tipo celular graduará o carcinoma mucoepidermoide como de alto grau, grau intermediário ou baixo grau. Quanto mais alto o grau, maior será a proeminência de células epidermoides e de pleomorfismo celular, a falta de células mucosas e de áreas císticas e um comportamento mais agressivo de maneira geral. O tratamento das lesões de baixo grau é a ampla excisão cirúrgica com margem de tecido normal não afetado; lesões de alto grau requerem remoção cirúrgica mais agressiva com margens cirúrgicas e, possivelmente, radioterapia local. As lesões de baixo grau possuem taxa de sobrevivência em 5 anos de 95%, enquanto as lesões de alto grau possuem menos de 40%de taxa de sobrevivência em 5 anos O adenocarcinoma polimorfo de baixo grau é a segunda malignidade mais comum das glândulas salivares intrabucais. local mais comumente afetado é a junção entre os palatos duro e mole. Esses tumores apresentam-se como massas assintomáticas de crescimento lento que podem sofrer ulceração. A análise histopatológica mostra muitas formas e padrões celulares (polimorfo). A aparência histopatológica mostra uma proliferação infiltrativa das células epiteliais ductais em um padrão de “fila indiana”. Essa lesão mostra uma predileção neurotrópica para invasão e propagação ao longo dos nervos adjacentes. O tratamento deste tumor é a ampla excisão cirúrgica, seguida, em alguns casos, por radioterapia. O prognóstico é ruim, apesar da terapia agressiva