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CAP. 3 PRINCÍPIOS DA CIRURGIA 
 
DESENVOLVENDO UM DIAGNÓSTICO CIRÚRGICO 
 
A etapa inicial na avaliação pré-cirúrgica é a coleta de dados pertinentes e 
precisos. Essa etapa é realizada por meio de entrevistas com o paciente; 
exames de imagem, laboratoriais e físicos. Entrevistas com o paciente e 
exames físicos devem ser realizados sem pressa e de forma atenciosa. O 
cirurgião-dentista não deve aceitar dados incompletos, tal como radiografia de 
baixa qualidade, especialmente quando é provável que dados adicionais 
possam alterar decisões relacionadas à cirurgia. 
 
NECESSIDADES BÁSICAS PARA CIRURGIA 
 
Os dois requerimentos principais são (1) visibilidade adequada e (2) 
assessoramento. A visibilidade adequada depende dos três fatores seguintes: 
(1) acesso adequado, (2) luz adequada e (3) um campo cirúrgico livre de 
excesso de sangue e outros fluidos. Acesso adequado requer retração dos 
tecidos para longe do campo operatório em si proporciona a maior parte do 
acesso necessário. Luz adequada, a fonte de luz deve ser reposicionada 
continuamente, ou o cirurgião-dentista ou o assistente devem evitar obstruir a 
luz, usar mais de uma luz suspensa, ou usar luz frontal, acoplada a cabeça do 
cirurgião-dentista. Um campo cirúrgico livre de fluidos também é necessário 
para visibilidade adequada. Um aspirador cirúrgico de alto desempenho com 
uma ponta de sucção relativamente pequena pode rapidamente remover o 
sangue e outros fluidos do campo. Assessoramento, como em outros tipos de 
odontologia, um assistente treinado corretamente oferece ajuda inestimável 
durante a cirurgia oral. 
 
TÉCNICA ASSÉPTICA 
 
A técnica asséptica inclui minimizar a contaminação do corte através de 
micróbios patogênicos. Este importante princípio cirúrgico é discutido em 
detalhes no Capítulo 5. 
 
INCISÕES 
 
Muitos procedimentos cirúrgicos orais e maxilofaciais precisam de incisões. É 
importante lembrar alguns princípios básicos ao realizar incisões. O primeiro 
princípio é que deve ser usada uma lâmina afiada de tamanho apropriado. 
Permite que as incisões sejam feitas de forma limpa, sem dano desnecessário 
causado por golpes repetidos. O segundo princípio é que um golpe firme e 
contínuo deve ser usado ao fazer uma incisão. O terceiro princípio é que o 
cirurgião-dentista deve cuidadosamente evitar cortar estruturas vitais ao fazer 
uma incisão. Para evitar o corte de grandes vasos ou nervos acidentalmente 
quando fizer incisões próximas ao local em que os principais vasos, dutos e 
nervos. O quarto princípio é que incisões em superfícies epiteliais, que o 
cirurgião-dentista planeja reaproximar, devem ser feitas com a lâmina em 
posição perpendicular à superfície epitelial. O quinto princípio é que incisões 
na cavidade oral devem ser devidamente aplicadas. Incisões em gengivas 
inseridas e sobre ossos saudáveis. 
 
PLANEJAMENTO DO RETALHO 
 
Retalhos cirúrgicos são feitos para conseguir acesso cirúrgico a uma área ou 
para mover o tecido de um local para outro. Vários princípios básicos de 
projeto de retalho devem ser seguidos para prevenir as complicações da 
cirurgia de retalho: necrose, deiscência e dilaceração. 
Prevenção de Necrose no Retalho 
A necrose no retalho pode ser evitada se o cirurgião-dentista atender a quatro 
princípios básicos do projeto de retalho: (1) O cume (ponta) do retalho não 
deve nunca ser maior que a base, a não ser que a artéria principal esteja 
presente na base. (2) Geralmente, o comprimento de um retalho deve ter não 
mais que duas vezes a largura da base. Preferencialmente, a largura da base 
deve ser maior que o comprimento do retalho. (3) Quando possível, um 
fornecimento de sangue axial deve ser incluído na base do retalho. (4) A base 
dos retalhos não deve ser excessivamente torcida, esticada ou apertada com 
qualquer coisa que possa danificar os vasos, 
Prevenção de Deiscência do Retalho 
A deiscência (separação) da margem do retalho é prevenida pela 
aproximação das bordas do retalho sobre o osso saudável, ao manusear 
gentilmente as bordas do retalho, e não colocando o retalho sobre pressão. 
Prevenção da Dilaceração do Retalho 
realizar um procedimento usando um retalho que ofereça acesso insuficiente. 
Porque uma incisão longa devidamente reparada cicatriza tão rápido quanto 
uma incisão curta, é preferível criar um retalho no começo da cirurgia que seja 
grande o suficiente para o cirurgião-dentista evitar rompimento forçado ou 
interromper a cirurgia para estender a incisão. Três tipos de retalhos dos 
tecidos moles da boca devidamente projetados. A, Incisões horizontais e 
verticais únicas usadas para criar retalho de dois lados. B, Duas incisões 
verticais e uma horizontal costumam criar retalhos de três lados. C, Incisão 
horizontal única usada para criar retalho (de envelope) de um lado. 
 
MANIPULAÇÃO DE TECIDO 
 
O tecido também deve ser,manuseado cuidadosamente. Puxar ou esmagar 
excessivamente, temperaturas extremas, dissecção ou o uso de produtos 
químicos não fisiológicos danifica o tecido facilmente. Portanto, o cirurgião-
dentista deve tomar cuidado sempre que tocar no tecido. Além disso, tecidos 
não devem ser retraídos agressivamente para ganhar maior acesso cirúrgico. 
 
 
HEMOSTASIA 
 
Manter a hemostasia meticulosa durante a cirurgia é necessário por outras 
razões importantes. Uma é a diminuição da visibilidade criada por 
sangramento incontrolável. Mesmo uma sucção de alto volume não pode 
manter um campo cirúrgico completamente seco, particularmente nas regiões 
bem vascularizadas oral e maxilofacial. Outro problema que causa 
sangramento é a formação de hematomas. Hematomas colocam pressão nos 
cortes, diminuindo a vascularidade. 
 
Meios para Promover Hemostasia do Corte 
Hemostasia do corte pode ser obtida por quatro meios. O primeiro é 
auxiliando mecanismos hemostáticos naturais. Geralmente realizado 
utilizando uma esponja de tecido (Gaze) para colocar pressão nos vasos que 
estão sangrando ou colocando um hemostático em um vaso. Ambos os 
métodos causam estagnação do sangue nos vasos, o que promove 
coagulação. Vasos pequenos geralmente requerem pressão por 20 ou 30 
segundos somente, enquanto vasos maiores requerem de 5 a 10 minutos de 
pressão contínua. Um segundo meio de obter hemostasia é pelo uso do calor 
para fundir a ponta dos vasos cortados (coagulação térmica). O calor é 
geralmente aplicado por uma corrente elétrica. Três condições devem ser 
criadas para o uso apropriado da coagulação térmica: (1) O paciente deve 
estar aterrado para permitir que a corrente entre em seu corpo; (2) a ponta do 
cautério e qualquer instrumento de metal que a ponta do cautério tocar não 
pode tocar o paciente em nenhum ponto que não seja o local do sangramento 
do vaso. (3) a terceira necessidade para a coagulação térmica é a remoção 
de qualquer sangue ou fluido que tenha acumulado em torno do vaso a ser 
cauterizado. O terceiro meio de ministrar hemostase cirúrgica é através de 
ligadura. Se um vaso de tamanho considerável for cortado, cada ponta é 
segurada com um hemostato. O cirurgião-dentista então amarra suturas não 
absorvíveis ao redor do vaso. O quarto meio para ministrar hemostase é 
colocar no corte substâncias de vasoconstrição, tais como, epinefrina, ou 
aplicar pró-coagulantes, tais como trombina ou colágeno no corte. 
 
Manejo do Espaço Morto 
Espaço morto em um corte é qualquer área que permanece desprovida de 
tecido após o fechamento do corte. O espaço morto pode ser eliminado de 
quatro formas: (1) A primeira é suturar os planos teciduais juntos para 
minimizar o vácuo pós-operatório. (2) A segunda forma é colocar um curativo 
compressivo sobre o corte reparado. (3) A terceira forma de eliminar espaço 
morto é colocar uma vedação no vácuo até que o sangramento pare e então 
remover a vedação. (4) A quarta forma de evitar espaço morto é o uso de 
drenagem, por eles mesmos,ou com adição de curativos compressivos. 
 
DESCONTAMINAÇÃO E DEBRIDAMENTO 
 
Bactérias invariavelmente contaminam todos os cortes abertos. Isso é 
facilmente realizado ao irrigar repetidamente o corte durante a cirurgia e o 
fechamento do corte. A irrigação, particularmente quando feita sobre pressão, 
desaloja bactérias e outros materiais externos, e os enxagua para fora do 
corte. A irrigação pode ser feita forçando grandes volumes de fluido sobre 
pressão no corte. Debridamento do corte é a remoção cuidadosa de tecido 
severamente isquêmico e necrosado, e material externo do tecido lesado que 
impediria o corte de cicatrizar. 
 
CONTROLE DE EDEMA 
 
O edema ocorre após a cirurgia como resultado de lesão tecidual. Edema é 
um acúmulo de fluido no espaço intersticial devido à transudação de vasos 
danificados e obstrução linfática pela fibrina. Duas variáveis ajudam a 
determinar o grau de edema pós-cirúrgico: (1) Quanto maior a quantidade de 
lesão tecidual maior a quantidade de edema; e (2) quanto mais solto o tecido 
conjuntivo contido na região lesionada, maior o edema. O cirurgião-dentista 
pode controlar a quantidade de edema pós- cirúrgico realizando a cirurgia de 
modo a minimizar lesões no tecido. Alguns acreditam que aplicação de gelo 
em uma área recém-ferida reduz a vascularidade e assim diminui a 
transudação e o edema. O posicionamento do paciente no período pós-
operatório inicial também é usado para reduzir edema ao tentar que o 
paciente tente manter a cabeça elevada acima do resto do corpo tanto quanto 
possível durante os primeiros dias pós-operatórios. A curto prazo, altas doses 
de corticosteroides sistêmicos que possuem uma habilidade impressionante 
de diminuir inflamação e transudação (e por conseguinte edema), podem ser 
administradas ao paciente. No entanto, os corticosteroides são úteis para 
controle de edema somente se a administração for iniciada antes que o tecido 
seja lesionado. 
 
ESTADO GERAL DA SAÚDE E CICATRIZAÇÃO DE FERIDAS DO 
PACIENTE 
 
Inúmeras condições médicas prejudicam a capacidade do paciente de resistir 
a infecções e cicatrizar cortes. Exemplos de doenças que induzem um estado 
metabólico catabólico inclui tipo I de diabetes melito mal controlada, doença 
hepática ou renal em estágio final, e doenças malignas. Condições que 
interferem na entrega de oxigênio ou nutrientes a tecidos lesionados incluem 
doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) grave, insuficiência cardíaca 
congestiva (ICC) descompensada, e toxicodependências tais como 
alcoolismo. Para pacientes malnutridos, inclui melhorar o estado nutricional 
para que este tenha um equilíbrio positivo de nitrogênio e estado metabólico 
anabólico. 
 
CAP. 4 REPARO DE FERIDAS 
Um importante aspecto em qualquer procedimento cirúrgico é a preparação 
do ferimento para a cicatrização. A lesão tecidual pode ser causada por 
condições patológicas ou eventos traumáticos. 
CAUSAS DE DANOS NOS TECIDOS 
Lesões traumáticas podem ser causadas por insultos físicos ou químicos: 
- Físico: Fluxo de sangue comprometido; Esmagamento; Desidratação; 
Incisão; Irradiação; Resfriamento; Aquecimento. 
 - Químico: Agentes com pH não fisiológico; Agentes com tonicidade não 
fisiológica; Proteases; Vasoconstritores; Agentes trombogênicos. 
 
REPARO DE FERIDAS 
Epitelização 
O epitélio ferido tem uma capacidade regenerativa. Em geral, qualquer 
margem livre de um epitélio normal continua a migrar até que entre em 
contato com a outra extremidade livre do epitélio. processo de reepitelização 
(epitelização secundária) é, uma área da mucosa oral esteja sem o tecido 
epitelial (gengiva não inserida) e depois deixada para epitelização por um 
epitélio adjacente (gengiva inserida) que cresce lentamente sobre o leito da 
ferida. 
 
Etapas da Cicatrização de Feridas 
Independentemente da causa da lesão inicia-se um processo de três etapas 
são: (1) inflamatória, (2) fibroplasia e (3) remodelação. 
1-Etapa inflamatória 
A etapa inflamatória começa, ocorre a momentânea lesão tecidual e dura de 3 
a 5 dias. A fase inflamatória tem duas fases: (1) vascular e (2) celular. Os 
eventos vasculares postos em movimento durante a inflamação começam 
com uma vasoconstrição inicial dos vasos interrompidos como resultado do 
tônus vascular normal. A fase celular da inflamação desencadeia-se pela 
ativação do complemento sérico por 
trauma dos tecidos. 
2-Etapa fibroblástica 
Os fios de fibrina, que são derivados da coagulação do sangue, riscam as 
feridas formando uma trama em que os fibroblastos começam a estabelecer 
as substâncias basilares e tropocolágeno. Esta é a fase fibroplástica de 
reparo de feridas. Clinicamente, a ferida no fim da etapa fibroplasia será rígida 
por causa dessa quantidade excessiva de colágeno. 
3-Etapa de remodelação 
A fase final do reparo da ferida, que continua indefinidamente. Durante essa 
fase, muitas das fibras de colágeno, anteriormente definidas de forma 
aleatória, são destruídas à medida que são substituídas por novas fibras de 
colágeno, que são orientados para melhor resistir às forças de tensão sobre a 
ferida. 
 
SIGNIFICÂNCIA CIRÚRGICA DA CICATRIZAÇÃO DAS FERIDAS 
 
O cirurgião-dentista pode criar condições para aumentar ou impedir o 
processo natural de reparo de feridas. O objetivo do cirurgião-dentista em 
relação à cicatriz não é preveni-la, mas, ao contrário, produzir uma cicatriz 
que minimize a perda de função e que tenha uma aparência tão discreta 
quanto possível. 
Fatores que Prejudicam a Cicatrização de Feridas 
Quatro fatores podem afetar a cicatrização de feridas num indivíduo saudável: 
(1) corpos estranhos, (2) tecido necrosado, (3) isquemia e (4) tensão na 
ferida. 
1-Corpo estranho 
Corpo estranho é tudo o que é visto pelo organismo hospedeiro como “não 
próprio”, incluindo bactérias, sujeira e material de sutura. Corpos estranhos 
causam três problemas básicos. Em primeiro lugar, as bactérias podem 
causar uma infecção; Em segundo lugar, o material estranho não bacteriano 
atua como um paraíso para as 
bactérias, protegendo-as de defesas do hospedeiro. Em terceiro lugar, corpo 
estranho é muitas vezes pode estimular uma reação inflamatória crônica que 
reduz a fibroplasia. 
2- Tecido necrosado 
O tecido necrosado numa ferida causa dois problemas. O primeiro é que sua 
presença serve como uma barreira para o crescimento interno de células 
reparadoras. O segundo problema é que, o tecido necrosado serve como um 
nicho protegido para as bactérias. O tecido necrosado frequentemente inclui 
sangue recolhido na ferida. 
3-Isquemia 
A diminuição do fornecimento de sangue a uma ferida diminui o 
fornecimento de oxigênio e de nutrientes necessários para uma boa 
cicatrização. 
 
4-Tensão 
A tensão sobre uma ferida é o fator final que pode impedir sua cura. Se as 
suturas são usadas para juntar os tecidos com força, o tecido englobado 
pelas suturas será estrangulado, produzindo isquemia. Se suturas são 
removidas também no início do processo de cicatrização, a ferida sob tensão 
provavelmente vai reabrir e curar com a formação excessiva de cicatriz e 
contração da ferida.] 
 
Cicatrização por Intenções Primárias, Secundárias e Terciárias 
Por intenção primária, as margens de uma ferida em que não há perda de 
tecido são colocadas e estabilizadas essencialmente na mesma posição 
anatômica que tinham antes da lesão, permitindo curar-se. Por intenção 
secundária implica que seja deixado um 
intervalo entre as margens de uma incisão ou dilaceração. Intenções 
terciárias para referirem- se à cura de feridas através da utilização de 
enxertos de tecido para cobrir grandes feridas e diminuir a distância entre 
suas margens. 
 
Cicatrização de Alvéolos Pós-extração 
A remoção de um dente inicia a mesma sequência da inflamação, 
epitelização, fibroplasia e remodelação, vista na pele prototípica ou em feridas 
na mucosa.Como mencionado anteriormente, os alvéolos cicatrizam-se por 
intenções secundárias, e muitos meses devem se passar até que um alvéolo 
chegue ao grau em que torna-se difícil distingui-lo do osso circundante visto 
radiograficamente. A fase inflamatória ocorre durante a primeira semana da 
cura. A segunda semana é marcada pela grande quantidade de tecido de 
granulação que preenche o alvéolo. A deposição de osteoide começou ao 
longo do osso alveolar que reveste o alvéolo. Os processos iniciados durante 
a terceira e quarta semanas de cicatrização, com epitelização na maioria dos 
alvéolos completa neste momento. O osso cortical continua a ser reabsorvido 
da crista e das paredes do alvéolo, e um novo osso trabecular é fixado 
através do alvéolo. Somente de 4 a 6 meses após a extração é que o osso 
cortical reveste o alvéolo, em geral, totalmente reabsorvido; isto é 
reconhecido radiograficamente por uma perda distinta de lâminas duras. 
 
Cicatrização Óssea 
Os eventos que ocorrem durante a cicatrização normal de feridas em lesões 
de tecidos moles também ocorrem durante o reparo de um osso lesionado. 
No entanto, ao contrário dos tecidos moles, osteoblastos e osteoclastos 
também estão envolvidos na reconstrução e remodelação do tecido ósseo 
danificado. Células osteogênicas (osteoblastos) importantes para a 
cicatrização óssea são derivadas das três fontes a seguir: (1) periósteo, (2) 
endósteo e (3) da circulação de células mesenquimais pluripotentes. Dois 
fatores são importantes para a cicatrização óssea adequada: (1) a 
vascularização e (2) a imobilização. Se o fornecimento de vascularização ou 
oxigênio forem comprometidos, há a formação de cartilagem em vez de osso. 
Mobilidade compromete a vascularização da ferida e favorece a formação de 
cartilagem ou tecido fibroso, em vez do osso ao longo da linha de fratura. 
 
Osseointegração de Implante 
A cicatrização de feridas em torno dos implantes dentários envolve os dois 
fatores fundamentais: (1) de cicatrização do osso para o implante e (2) de 
cicatrização do tecido mole alveolar para o implante. A cicatrização do osso 
sobre a superfície de um implante tem de ocorrer antes que qualquer tecido 
mole se forme entre as superfícies óssea e do implante. Para se maximizar a 
probabilidade de que o tecido ósseo vença essa corrida contra o tecido mole 
a fim de recobrir o implante, os quatro fatores seguintes são requeridos: (1) a 
uma curta distância entre o osso e o implante, (2) ossos viáveis na, ou 
próximo da, superfície do osso ao longo do implante, (3) nenhum movimento 
do implante enquanto o osso é anexado à sua superfície, e (4) uma superfície 
de implante razoavelmente livre de contaminação por materiais orgânicos ou 
inorgânicos. 
 
Neuropatologia Facial de Origem Traumática 
As lesões de nervos sensoriais na região maxilofacial, ocasionalmente, 
ocorrem como resultado de fraturas faciais, durante o tratamento de dentes 
inclusosm, etc. Os dois ramos do nervo trigêmeo ferido mais comumente, 
para o qual a sensação alterada é clinicamente significativa, são: (1) o nervo 
mentual-alveolar inferior, e (2) o nervo lingual. 
Quando o nervo mentual- alveolar é ferido, as causas mais comuns são: 
1. Fraturas mandibulares (corpo); 2. Procedimentos cirúrgicos pré-protéticos; 
3. Cirurgia de osteotomia sagital; 4. Ressecação mandibular para neoplasias 
orais; 5. A remoção de terceiros molares inferiores afetados. O dano do nervo 
lingual ocorre no decorrer de uma cirurgia para remover neoplasias orais 
malignas ou terceiros molares afetados. 
Classificação: Os três tipos de lesões nervosas são (1) neuropraxia, (2) 
axonotmese, e (3) neurotmese: 
Neuropraxia, a forma menos severa da lesão do nervo periférico, é uma 
contusão de um nervo em que mantêm-se a continuidade da bainha epineural 
e dos axônios. O trauma ou tração (alongamento) de um nervo, inflamação ao 
redor de um nervo, ou isquemia local de um nervo pode produzir neuropraxia. 
Como não houve perda da continuidade axonal, acontece a recuperação total 
da função do nervo geralmente em poucos dias ou semanas. 
Axonotmese¸ ocorre quando a continuidade dos axônios, mas não da bainha 
epineural, é interrompida. Um trauma forte, esmagamento do nervo ou 
extrema tração dele podem produzir esse tipo de lesão. Como a bainha 
epineural ainda está intacta, a regeneração axonal pode (mas não sempre) 
ocorrer com uma resolução de disfunção do nervo de 2 a 6 meses. 
Neurotmese, o tipo mais severo de lesão do nervo, envolve uma completa 
perda de sua continuidade. Este tipo de dano pode ser produzido por fraturas 
mal deslocadas, rompimento por balas ou facas durante um assalto ou por 
transecção iatrogênica. O prognóstico para a recuperação espontânea de 
nervos que sofreram neurotmese é pobre. 
Cicatrização do nervo: 
A cura do nervo geralmente tem duas fases: (1) a degeneração e (2) a 
regeneração. Podem ocorrer dois tipos de degeneração. A primeira é a 
desmielinização segmentar provoca uma diminuição da velocidade de 
condução e pode impedir a transmissão de alguns impulsos nervosos. Os 
sintomas incluem parestesia (uma sensação alterada espontânea e subjetiva 
em que o paciente não sente dor), disestesia (a sensação alterada 
espontânea e subjetiva em que o paciente sente desconforto), hiperestesia 
(sensibilidade excessiva de um nervo à estimulação) e 
hipoestesiam(diminuição da sensibilidade de um nervo à estimulação). A 
degeneração walleriana é o segundo tipo de degeneração que ocorre após o 
trauma do nervo. Nesse processo, os axônios e a bainha de mielina do nervo 
distal ao local de interrupção do tronco nervoso sofre uma desintegração 
completa. A regeneração do nervo periférico pode começar quase 
imediatamente após a lesão do nervo. Durante a regeneração, novas bainhas 
de mielina podem se formar com o aumento de diâmetro dos axônios. 
Enquanto os contatos funcionais são feitos, o paciente vai experimentando 
sensações alteradas na área anteriormente anestesiada, que tomam a forma 
de parestesias ou disestesias. 
CAP. 5 CONTROLE DE INFECÇÕES NA PRÁTICA 
CIRÚRGICA 
Os profissionais de saúde devem aprender e praticar protocolos que limitam a 
disseminação de contágios no ambiente de cuidados do paciente. Isto é 
especialmente verdadeiro para os cirurgiões-dentistas ao realizarem uma 
cirurgia, por duas razões: em primeiro lugar, para realizar a cirurgia, o 
cirurgião-dentista tipicamente viola uma superfície epitelial, a barreira mais 
importante contra a infecção. Em segundo lugar, durante a maioria dos 
procedimentos cirúrgicos orais, o cirurgião-dentista, os assistentes e os 
equipamentos se contaminam com sangue e saliva do paciente. 
 
ORGANISMOS PATOGÊNICOS TRANSMISSÍVEIS 
 
Duas das mais importantes peças de conhecimento em qualquer conflito são 
a identidade do inimigo e seus pontos fortes e fracos. No caso da cirurgia oral, 
a oposição inclui bactérias virulentas, micobactérias, fungos e vírus. Os 
pontos fortes do inimigo são os vários meios que os organismos usam para 
impedir a sua própria destruição, e os seus pontos fracos são sua 
suscetibilidade aos agentes químicos, biológicos e físicos. 
 
Bactérias 
Flora do trato respiratório superior 
Em resumo, a flora oral normal consiste na aeróbia, cocos gram-positivos 
(principalmente estreptococos), actinomicetos, bactérias anaeróbias, e as 
espécies de cândida número total de organismos orais é mantido em cheque 
pelos quatro processos principais: (1) rotatividade rápida com descamação 
epitelial, (2) fatores imunológicos do hospedeiro, tais como imunoglobulina 
salivar A (IgA), (3) a diluição por fluxo salivar; e (4) a concorrência entre 
organismos orais por nutrientes disponíveis e os locais de fixação. 
Flora da pele maxilofacial 
A pele da região maxilofacial tem, surpreendentemente, poucos organismos 
residentes em sua flora normal. A bactéria S. epidermidis e Corynebacterium 
diphtheriaesão as espécies predominantes presentes. Propionibacterium 
acnes é encontrada em poros e folículos pilosos, e muitas pessoas são 
portadoras de S. aureus, espalhado pelo nariz, na pele facial. 
Flora não maxilofacial 
A flora da região abaixo das clavículas compõe um número gradativamente 
crescente de organismos entéricos gram-negativos aeróbios e anaeróbios, 
especialmente movendo-se em direção à região pélvica e dedos sujos. 
 
Organismos Virais 
Os organismos virais que causam a maior dificuldade são o vírus da hepatite 
B e C, e o vírus da imunodeficiência humana (HIV). 
Vírus da hepatite 
Hepatite A, B, C e D são os vírus responsáveis por doenças hepáticas 
altamente infecciosas. A hepatite A é transmitida principalmente pelo contato 
com as fezes de pessoas infectadas. O vírus da hepatite C pode se espalhar 
por meio de fezes contaminadas ou por sangue contaminado. Os vírus da 
hepatite B e D espalham-se através do contato com qualquer secreção 
humana. Métodos Projetados para Limitar a Propagação do 
Vírus da Hepatite De Pacientes Infectados para Outros Pacientes 
•Usar materiais descartáveis. 
•Desinfetar superfícies. 
A Com os compostos de halogênio:1. Iodóforos; 2. Hipoclorito (água sanitária) 
B Com aldeídos: 1. Formaldeído 2. Gluteraldeído 
• Esterelizar os instrumentos reutilizáveis. 
A Com o calor 
B Com o gás óxido de etileno 
• Usar materiais descartáveis. 
De Pacientes Infectados para Equipe Odontológica 
• Aprenda a reconhecer os indivíduos que possam ser portadores. 
• Utilizar técnicas de barreira (p. ex., luvas, máscara facial e óculos de 
proteção) durante a cirurgia, ao manusear objetos contaminados, e durante a 
limpeza. 
• Descartar prontamente os objetos afiados em recipientes bem protegidos. 
• Descarte de agulhas de forma imediata após o recapeamento dos 
instrumentos em uso. 
• Utilizar um instrumento para colocar uma lâmina de bisturi em cima ou tirá-la 
do cabo da lâmina. 
• Certifique-se se a equipe odontológica foi vacinada contra a hepatite B. 
Vírus da imunodeficiência humana 
Devido à sua relativa incapacidade de sobreviver fora do organismo 
hospedeiro, o HIV transferência dos virions de um indivíduo para outro requer 
o contato direto entre o sangue ou as secreções carregados com vírus do 
organismo hospedeiro infectado e uma superfície mucosa ou ferida epitelial 
do hospedeiro em potencial. Em geral, as precauções universais utilizadas 
para processos virais bacterianos, micóticos e outros protegem o cirurgião-
dentista. 
 
Organismos Micobacterianos 
O único organismo micobacteriano significante para a maioria dos cirurgiões-
dentistas é Mycobacterium tuberculosis. A TB é transmitida principalmente ao 
exalar aerossóis que transportam os bacilos M. tuberculosis dos pulmões de 
um indivíduo infectado para os pulmões de um outro indivíduo.Para prevenir a 
transmissão da tuberculose de um indivíduo infectado para a equipe 
odontológica, o pessoal deve usar máscaras de rosto (especificamente, 
máscaras respiratórias cirúrgicas N95) sempre que tratar ou entrar em contato 
com esses pacientes. 
 
TÉCNICAS ASSÉPTICAS 
 
Terminologia 
Assepsia médica é a tentativa de manter os pacientes, a equipe de cuidados 
de saúde, e os objetos o mais livre possível de agentes que causem infecção. 
Assepsia cirúrgica é a tentativa de impedir que os micróbios tenham acesso a 
feridas criadas cirurgicamente. Antisséptico e desinfetante Ambos se referem 
a substâncias que podem impedir a multiplicação de organismos capazes de 
causar infecção. A diferença é que antissépticos são aplicados a tecidos 
vivos, enquanto desinfetantes são projetados para uso em objetos 
inanimados. Esterilidade é a libertação a partir de formas viáveis de micro-
organismos. A esterilidade representa um estado absoluto; não há graus de 
esterilidade. Desinfecção é a redução do número de micro-organismos viáveis 
para níveis considerados seguros. A sanitização não deve ser confundida 
com a esterilização. Descontaminação é semelhante a sanitização, exceto 
que ela não está conectada com as normas de saúde pública. 
 
Conceitos 
Os agentes químicos e físicos são os dois principais meios de redução do 
número de micróbios sobre uma superfície. 
Métodos Gerais de Redução do Número de Organismos Viáveis de uma 
Superfície: 
-Físico:Calor; Deslocamento mecânico; Radiação 
- Químico: Antissépticos; Desinfetantes; Gás óxido de etileno. 
 
Técnicas de Esterilização de Instrumentos 
Os três métodos geralmente disponíveis para esterilização de instrumentos 
são calor seco, calor úmido e óxido de etileno. 
Esterilização com Calor 
Calor seco é um método de esterilização com um forno controlado 
termostaticamente e um temporizador. O sucesso da esterilização não 
depende apenas de atingir uma determinada temperatura, mas também da 
manutenção da temperatura durante o tempo suficiente. Portanto, deve-se 
considerar os três fatores seguintes: (1) tempo para o aquecimento do forno e 
os materiais a serem esterilizados, (2) a condutividade térmica dos materiais, 
e (3) o fluxo de ar no interior do forno pelos objetos que estão sendo 
esterilizados. As desvantagens são o tempo necessário. 
Calor úmido A esterilização por calor úmido é mais eficiente do que a 
esterilização por calor seco, porque é muito mais eficaz em temperaturas mais 
baixas e requer menos tempo. O autoclave funciona através da criação de 
vapor e, em seguida, através de uma série de válvulas, aumentando a 
pressão de modo que o vapor de água torna-se superaquecido. As vantagens 
da esterilização com calor úmido são sua eficácia, rapidez e disponibilidade 
relativa do autoclave proporcionado para consultórios. As desvantagens 
incluem a tendência do calor úmido em tirar o corte de instrumentos e 
enferrujá-los, e os custos de autoclaves. 
Esterilização com Gás 
Certos gases exercem uma ação letal sobre as bactérias, destruindo as 
enzimas e outras estruturas bioquímicas vitais. Entre os vários gases 
disponíveis para a esterilização, o óxido de etileno é o mais utilizado. As 
desvantagens são a necessidade de equipamento especial, e a duração da 
esterilização e do tempo de arejamento necessários para reduzir a toxicidade 
do tecido 
 
Técnicas de Desinfecção de Instrumentos. 
Agentes químicos com capacidades potenciais de desinfecção foram 
classificados como alto, médio ou baixo na atividade biocida. Os agentes com 
baixa atividade biocida só são eficazes contra bactérias vegetativas e vírus 
lipídicos, os desinfetantes intermediários são eficazes contra todos os 
microorganismos, exceto os esporos bacterianos e agentes cuja alta atividade 
é biocida para todos os micróbios. As substâncias aceitáveis para a 
desinfecção de instrumentos odontológicos para a cirurgia incluem 
glutaraldeído, iodóforos, compostos de cloro, e formaldeído; o glutaraldeido 
contendo os compostos são os mais utilizados. 
 
Manutenção da Esterilização 
Materiais descartáveis 
Os materiais e os medicamentos utilizados durante a cirurgia oral e 
maxilofacial – tais como suturas, anestésicos locais, lâminas de bisturi, e as 
seringas com agulhas – são esterilizados pelo fabricante. A maioria das 
provisões cirúrgicas é duplamente embalada, O indivíduo sem luva pode 
permitir que o material cirúrgico na embalagem interior estéril caia sobre uma 
parte estéril do campo cirúrgico ou permitir que um indivíduo com luvas 
estéreis remova o material enrolado de forma estéril. 
Manutenção de campo cirúrgico 
Um campo cirúrgico estéril é absolutamente impossível de alcançar. o objetivo 
é evitar que quaisquer organismos da equipe cirúrgica ou de outros pacientes 
entrem na ferida do paciente. Uma vez esterilizados ou desinfetados, os 
instrumentos devem ser configurados para uso durante a cirurgia de uma 
forma que limite a probabilidade de contaminação pororganismos estranhos 
da flora maxilar do paciente. 
 
Desinfecção Operatória 
As várias superfícies presentes no operatório odontológico têm diferentes 
requisitos relativos à desinfecção que dependem do potencial de 
contaminação e o grau de contato do paciente com a superfície. Qualquer 
superfície com que o paciente ou com que a secreção do paciente entre em 
contato é portadora potencial de organismos infecciosos. O operatório pode 
ser desinfetado de duas formas básicas. A primeira é limpar todas as 
superfícies com uma solução desinfetante de grau hospitalar. A segunda é 
cobrir superfícies com escudos de proteção que são trocados entre cada 
paciente. Muitos desinfetantes químicos, incluindo compostos de cloro e 
glutaraldeído, podem evitar a transferência dos vírus da hepatite quando 
utilizados nas superfícies em certas concentrações (0,2% para o cloro, 2% 
para o glutaraldeído). 
 
Preparação da Equipe Cirúrgica 
A preparação da equipe cirúrgica para cirurgia difere de acordo com a 
natureza do procedimento a ser executado e o local da cirurgia. Os dois tipos 
básicos de assepsia pessoal a serem discutidos são (1) a técnica de limpeza 
e (2) a técnica de esterilização. Os antissépticos são usados durante cada 
uma das técnicas, de modo que são discutidos em primeiro lugar. 
 
Preparação do braço e da mão 
Os antissépticos são usados para preparar as mãos e os braços da equipe 
cirúrgica antes de se calçar as luvas e também são usados para desinfetar o 
local da cirurgia. Os três antissépticos mais comumente utilizados na 
odontologia são (1) iodóforos, (2) clorexidina, e (3) hexaclorofeno. Os 
iodóforos exercem o seu efeito ao longo de um período de vários minutos, 
para que a solução permaneça em contato com a superfície por pelo menos 
alguns minutos para um efeito máximo. Clorexidina e hexaclorofeno são 
outros antissépticos úteis. Ambos os agentes são mais eficazes contra as 
bactérias gram-positivas do que contra as bactérias gram-negativas, o que os 
torna úteis para a preparação para procedimentos maxilofaciais. No entanto, a 
sua ineficácia contra o bacilo da tuberculose, esporos e vários vírus torna-os 
menos eficazes do que os iodóforos. 
 
Técnica limpa 
A técnica de limpeza é geralmente utilizada para cirurgia feita em consultório 
que não exija especificamente uma técnica estéril. A técnica de limpeza é 
projetada tanto para proteger a equipe odontológica, e outros pacientes de um 
paciente em particular, de forma que isso proteja o paciente de patógenos 
que a equipe odontológica pode abrigar. Os cirurgiões-dentistas devem usar 
luvas estéreis sempre que eles oferecem atendimento odontológico invasivo. 
Quando se utiliza a técnica de limpeza, as mãos devem ser lavadas com 
sabão antisséptico e secadas numa toalha descartável antes de colocar as 
luvas. geral, a proteção dos olhos deve ser usada quando o sangue ou a 
saliva são dispersos, como ao usar o equipamento de corte de alta 
velocidade. A máscara facial e a cobertura do cabelo devem ser usadas 
sempre que os aerossóis são criados ou uma ferida cirúrgica é feita. Durante 
um procedimento cirúrgico por via oral, apenas água estéril ou solução salina 
estéril devem ser usadas para irrigar feridas abertas. 
 
Técnica de esterilização 
A técnica de esterilização é usada para cirurgia em consultório quando as 
incisões são feitas ou quando a cirurgia é realizada em uma sala de 
operação.O objetivo da técnica de esterilização é minimizar o número de 
organismos que entram nas feridas criadas pelo cirurgião-dentista. A lavagem 
cirúrgica da mão e do braço é outra forma de diminuir a possibilidade de 
contaminação da ferida. Por lavagem adequada com soluções antissépticas, 
o nível da superfície bacteriana das mãos e braços é altamente reduzido.a do 
paciente. 
 
Assepsia Pós-cirúrgica 
Manejo de feridas 
Alguns princípios de atendimento pós-cirúrgicos são úteis para evitar a 
propagação de patógenos. As feridas devem ser inspecionadas ou cobertas 
por mãos calçadas com luvas limpas e novas. Quando vários pacientes estão 
em espera, os sem problemas infecciosos devem ser atendidos primeiro, e as 
pessoas com problemas por exemplo uma drenagem de abscesso devem ser 
vistos mais tarde. 
 
Manuseio de objetos perfurocortantes 
Durante e depois de qualquer cirurgia, os materiais contaminados devem ser 
eliminados de forma que a equipe e outros pacientes não sejam infectados. O 
risco mais comum de transmissão da doença de pacientes infectados para a 
equipe é de picadas de agulha acidentais ou lacerações de bisturi. Lesões por 
materiais cortantes podem ser prevenidas usando uma agulha de anestesia 
local para elevar a sua embalagem depois do uso, usando um instrumento 
como uma pinça hemostática para segurar a embalagem enquanto a agulha 
é recoberta, ou o uso de agulhas com recobertura automática, tendo o 
cuidado de nunca aplicar ou remover a lâmina de um cabo de bisturi sem um 
instrumento, e eliminando as lâminas usadas, agulhas e outros itens 
descartáveis cortantes em recipientes rígidos, bem marcadas especialmente 
projetadas para objetos cortantes contaminados. Para a proteção do meio 
ambiente, materiais contaminados devem ser descartados em sacos 
devidamente identificados e removidos por uma respeitável empresa de 
gestão de resíduos perigosos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAP. 6 INSTRUMENTAÇÃO PARA CIRURGIA 
ORAL BÁSICA 
 
INCISANDO O TECIDO 
Muitos procedimentos cirúrgicos começam com uma incisão. O instrumento 
básico para fazer incisões é o bisturi Bisturis são compostos por um cabo e 
uma lâmina afiada descartável. O bisturi com cabo nº 3 e lâmina nº 15 é o 
mais utilizado. A lâmina em forma de gancho nº 12 é útil para procedimentos 
nas áreas mucogengivais em que as incisões são feitas sobre as faces 
posteriores dos dentes ou na área da tuberosidade maxilar. A lâmina de 
bisturi é cuidadosamente colocada no cabo que prende a lâmina com um 
porta-agulha. Quando se utiliza o bisturi para fazer uma incisão, o cirurgião 
dentista segura-o normalmente como se fosse uma caneta. Quando realiza-se 
a incisão do tecido mole retrátil, um instrumento tipo afastador deve ser 
utilizado para segurar o tecido distendido durante a incisão. Quando uma 
incisão mucoperióstica é feita, a lâmina deve ser pressionada para baixo, 
firmemente, de modo que a incisão penetre a mucosa e o periósteo, com o 
mesmo movimento. Se forem necessárias várias incisões do mucoperiósteo 
ao osso, pode ser necessário o uso de uma segunda lâmina, durante uma 
única operação. 
 
ELEVANDO O MUCOPERIÓSTEO 
Quando é feita uma incisão através do periósteo, de preferência, este deve 
ser rebatido a partir do osso cortical subjacente em uma única camada, com 
um descolador periosteal. O instrumento mais comumente usado em cirurgia 
oral é o descolador periosteal Molt nº 9. A extremidade pontiaguda é utilizada 
para iniciar a elevação do periósteo e rebater papilas entre os dentes, e a 
ampla extremidade arredondada é usada para continuar o descolamento do 
periósteo do osso. O descolador periosteal Molt nº 9 pode ser utilizado para 
rebater o tecido por três métodos: (1) no primeiro método, a extremidade 
pontiaguda é utilizada em um entrelaçamento, forçando o movimento para 
elevar tecido mole, geralmente ao elevar uma papila de entre dentes ou na 
gengiva inserida em torno de um dente a ser extraído; (2) o segundo método 
é o movimento de impulso, e (3), o terceiro método é um movimento de 
empurrar. 
 
AFASTANDO O TECIDO MOLE 
afastadores foi projetada especificamente paraafastar a bochecha, língua e 
retalho mucoperiosteal para fornecer acesso e visibilidade durante a cirurgia. 
Os dois afastadores de bochecha mais populares são: (1) o afastador de 
Austin de ângulo reto e (2) afastador de Minnesota de ampla compensação. 
Estes afastadores também podem ser utilizados para afastar a bochecha e o 
retalho mucoperióstico simultaneamente. O espelho pode ser também 
utilizado como um afastador de língua e bochecha. 
 
APREENDENDO O TECIDO MOLE 
Vários procedimentos cirúrgicos orais requerem uma compressão sobre o 
tecido mole pelo cirurgião-dentista para realizar uma incisão, parar o 
sangramento, ou para passar uma agulha de sutura. As pinças para tecido 
mais comumente utilizadas para este fim são a pinça de Adson (ou pickup). 
São pinças delicadas, com ou sem pequenos dentes nas pontas, que pode 
ser usada para segurar o tecido e assim suavemente estabilizá-lo. A pinça 
mais longa que têm uma forma semelhante é a pinça de Stillies. Essas pinças 
têm, geralmente, de 18 a 22 centímetros de comprimento e podem facilmente 
apreender o tecido na parte posterior da boca. 
 
CONTROLANDO HEMORRAGIAS 
Quando se fazem incisões através dos tecidos, pequenas artérias e veias são 
incisadas, causando hemorragia. Para a maioria das cirurgias 
dentoalveolares, a pressão sobre a ferida geralmente é suficiente para 
controlar o sangramento. Ocasionalmente, a pressão não para o sangramento 
de uma artéria ou veia maior. Quando isto ocorre, um instrumento chamado 
de uma pinça hemostática é útil. O mecanismo de cremalheira permite ao 
cirurgião-dentista fixar a pinça hemostática num vaso e, em seguida colocar 
uma sutura em torno do vaso ou cauterizá-lo. 
 
REMOVENDO O OSSO 
Pinças-goivas 
O instrumento mais utilizado para a remoção de osso em uma cirurgia 
dentoalveolar é a pinça-goiva. Este instrumento tem lâminas afiadas que são 
espremidas juntas pelos cabos, ao cortar ou beliscar o osso. Os dois 
principais modelos das pinças-goivas são: (1) o de corte lateral e (2) o de 
corte lateral e terminal. 
Broca e Peça de Mão 
Outro método para a remoção de osso é o uso de uma broca em uma peça 
de mão. Esta é a técnica que a maioria dos cirurgiões utiliza durante a 
remoção do osso na remoção cirúrgica de dentes. 
Martelo e Cinzel 
Ocasionalmente, a remoção óssea é realizada utilizando um martelo e um 
cinzel. O martelo e o cinzel são usados frequentemente na remoção do torus 
lingual. A margem do cinzel deve ser mantida afiada para funcionar 
adequadamente. 
Lima para Osso 
A lima para osso é geralmente um instrumento de duas pontas com uma 
ponta pequena e outra maior. Empurrando este tipo de lima contra o osso 
resulta apenas num brunimento e esmagamento do osso e deve ser evitado. 
 
REMOVENDO TECIDO MOLE DE CAVIDADES ÓSSEAS 
A cureta comumente usada para a cirurgia oral é um instrumento com duas 
pontas anguladas usado para remover o tecido mole de defeitos ósseos. O 
uso principal é a remoção dos granulomas ou pequenos cistos de lesões 
periapicais, mas a cureta também pode ser usada para remover pequenas 
quantidades de restos de tecido de granulação e detritos do alvéolo dentário. 
 
SUTURANDO O TECIDO MOLE 
Uma vez concluído o procedimento cirúrgico, o retalho mucoperiosteal é 
devolvido à sua posição original e mantido no lugar por meio de suturas. O 
porta-agulha é o instrumento utilizado para se fazer estas suturas. 
Porta-agulha 
O porta-agulha é um instrumento com um cabo com trava e uma ponta curta e 
romba. Para a colocação intraoral de suturas, recomenda-se um porta-agulha 
de 6 polegadas (15 cm). O polegar e o dedo anelar são inseridos através dos 
anéis. O dedo indicador é mantido ao longo do comprimento do porta-agulha 
para estabilizá-lo e direcioná-lo. 
Agulha de Sutura 
A agulha utilizada no fechamento de incisões da mucosa oral é geralmente 
uma agulha de sutura com um semicírculo pequeno ou três oitavos de círculo. 
A agulha é curva para permitir que passe através de um espaço limitado, 
onde uma agulha reta não pode atingir, e a passagem pode ser feita com uma 
torção do pulso. As pontas das agulhas de sutura ou são afiadas como 
agulhas de costura, ou têm pontas triangulares que permitem que sejam 
agulhas de corte. Agulhas cônicas são utilizadas para os tecidos mais 
delicados, tais como em cirurgia ocular ou vascular. 
 
Material para Sutura 
Muitos tipos de materiais de sutura estão disponíveis. Classificam-se os 
materiais pelo diâmetro, capacidade de reabsorção, e se eles são 
monofilamento ou polifilamento. O diâmetro mais utilizado na sutura de 
mucosa oral é 3-0 (000). As suturas podem ser absorvíveis ou não 
reabsorvíveis. Materiais de sutura não reabsorvíveis incluem tipos como 
náilon, seda, vinil e aço inoxidável. A sutura não reabsorvível mais 
comumente utilizada na cavidade oral é a de seda. Suturas reabsorvíveis são 
principalmente feitas de tripa, raramente dura mais do que 3 a 5 dias. 
 
Tesouras 
Os instrumentos finais necessários para colocar suturas são tesouras para 
suturas. A tesoura de sutura geralmente tem curtas arestas cortantes, pois 
seu único propósito é cortar suturas. A tesoura de Metzenbaum é usada para 
solapar tecido mole e para o corte, podendo a sua ponta (arredondada) ser 
afiada ou romba. 
 
MANTENDO A BOCA ABERTA 
Ao realizar extrações de dentes mandibulares, é necessário apoiar a 
mandíbula para evitar o estresse sobre a articulação temporomandibular 
(ATM). Apoiando-se o queixo do paciente em um bloco de mordida protegerá 
a articulação. O bloco de mordida é exatamente o que o nome indica. O bloco 
de mordida é um bloco macio, semelhante à borracha em que o paciente 
pode descansar os seus dentes. O abridor de boca ou Molt pode ser usado 
para abrir a boca do paciente, quando este é incapaz de cooperar, tal como 
durante a sedação ou na presença de algum grau de trismo. 
 
ASPIRANDO 
Para proporcionar uma visualização adequada, o sangue, a saliva e as 
soluções irrigantes devem ser aspirados do local da cirurgia. O aspirador 
cirúrgico é aquele que tem um orifício menor do que o tipo utilizado em 
odontologia geral para evacuar fluidos mais rapidamente do local cirúrgico, 
para manter uma visualização adequada. 
 
MANTENDO CAMPOS CIRÚRGICOS EM POSIÇÃO 
Quando se colocam campos em torno de um paciente, pode-se mantê-los 
presos com uma pinça de campo. Este instrumento tem uma cremalheira no 
cabo e anéis para dedo e polegar. As extremidades de ação da pinça de 
campo podem ser afiadas ou rombas. Aquelas com extremidades curvas 
penetram nos campos cirúrgicos. 
 
IRRIGANDO 
Ao usar uma peça de mão e uma broca para remover o osso, é essencial que 
a área seja irrigada com um fluxo constante de solução de irrigação, 
normalmente água ou soro fisiológico estéreis. A irrigação esfria a broca e 
evita o acúmulo de calor prejudicial ao osso. 
 
EXTRAINDO DENTES 
Um dos mais importantes instrumentos utilizados no processo de extração é a 
alavanca dentária. Esses instrumentos são utilizados para luxar (afrouxar) 
dentes do osso circundante. a luxação de dentes antes da aplicação do 
fórceps facilitando a remoção de uma raiz fraturada deve ocorrer porque o 
uso de alavanca antes proporciona o afrouxamento da raiz no alvéolo 
dentário. 
Alavancas Dentárias 
Os três principais componentes da alavanca são o cabo, a haste e a lâmina. 
Tipos de Alavancas 
A maior variação no tipo de alavancas está na forma e no tamanho da lâmina. 
Os três tipos básicos de alavancas são (1) o tipo reto, (2) o tipo de triângulo 
ou em forma de flâmula, e (3) o tipo apical. A alavanca reta é a mais 
comumente usada para luxar dentes. 
Periótomos 
Periótomos são instrumentos utilizados para extrair dentes preservando a 
anatomia do alvéolo do dente. O princípio geral da sua utilização é cortar 
alguns dos ligamentos periodontais do dente a fim de facilitar sua remoção. 
Fórceps de Extração 
Os fórcepsde extração são instrumentos utilizados para remoção do dente do 
osso alveolar. O ideal é que os fórceps sejam usados para auxiliar a alavanca 
na luxação dos dentes dos alvéolos, em vez de puxar os dentes de suas 
bases. Eles também podem ajudar a expandir o osso quando usados 
corretamente 
Componentes do fórceps 
Os componentes básicos de um fórceps de extração dentária são o cabo, 
dobradiça e parte ativa. 
 
Fórceps maxilares 
A remoção dos dentes superiores requer o uso de instrumentos concebidos 
para os dentes unirradiculares e para os dentes com três raízes. dentes 
superiores unirradiculares geralmente são removidos com um fórceps 
universal para superiores, geralmente de nº 150. Os fórceps nº 1, os quais 
podem ser utilizados para incisivos e caninos, são mais fáceis de usar em 
comparação com o de nº 150 para os incisivos superiores. Os fórceps 
molares mais comumente utilizados são os de nº 53 para a direita e para a 
esquerda. Ocasionalmente, os segundos molares superiores e os terceiros 
molares em erupção têm uma única raiz cônica. Os fórceps de nº 210S 
exemplificam este projeto. Fórceps, o nº 65, também são conhecidos como 
fórceps apicais. 
 
Fórceps mandibulares 
A extração de dentes mandibulares requer um fórceps que pode ser usado 
para dentes unirradiculares dos incisivos, caninos e pré-molares, bem como 
para os dentes com duas raízes dos molares. O fórceps mais comumente 
usado para os dentes unirradiculares é o fórceps inferior universal, ou o nº 
151. Os fórceps molares inferiores úteis são os de nº 17. Por causa das 
partes ativas, os fórceps de nº 17 não podem ser utilizados para os dentes 
molares. A maior variação de modelos em fórceps molares inferiores é a de nº 
87, os chamados fórceps chifre de vaca. 
 
SISTEMA DE BANDEJA DE INSTRUMENTOS 
Muitos cirurgiões-dentistas acham prático usar o método de bandeja para 
montar instrumentos. Conjuntos padrão de instrumentos são embalados, 
esterilizados, e, em seguida, abertos na cirurgia. 
 O pacote típico de EXTRAÇÃO BÁSICA inclui uma seringa de anestesia 
local, uma agulha, um cartucho de anestesia local, um destaca perióteo de nº 
9, uma cureta periapical, uma alavanca reta pequena e outra grande, um par 
de pinças para algodão, uma pinça hemostática curva, uma pinça de campo, 
um afastador de Austin ou de Minnesota, uma ponta de aspiração, 
compressas de gaze 7,5 x 7,5 cm. Os fórceps necessários seriam adicionados 
a esta bandeja. 
Uma bandeja utilizada para EXTRAÇÕES CIRÚRGICAS incluiria os itens da 
bandeja para exodontia básica e mais um porta-agulhas, um fio de sutura, 
uma tesoura de sutura, um cabo e uma lâmina de bisturi, pinça de tecido de 
Adson, uma lima para osso, um afastador de língua, um par de alavancas 
Cryer, uma pinça-goiva e uma peça de mão e uma broca. Estes instrumentos 
permitem a incisão e o descolamento do tecido mole, a remoção de osso, a 
odontossecção, a remoção de raízes, o debridamento da ferida e a sutura do 
tecido mole. 
Bandeja de BIÓPSIA inclui a bandeja básica (menos as alavancas), cabo da 
lâmina e lâmina, porta-agulha e sutura, tesoura de sutura, tesoura 
Metzenbaum, pinça de Allis, uma pinça de Adson e pinça hemostática curva. 
A bandeja de PÓS-OPERATÓRIO tem os instrumentos necessários para 
irrigar o local da cirurgia e remover suturas. A bandeja geralmente inclui 
tesouras, pinça de algodão, seringa de irrigação, hastes de algodão, gaze e 
ponta de aspiração. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAP. 7 PRINCÍPIOS DA EXODONTIA DE ROTINA 
A extração de um dente é um procedimento que combina os princípios de 
cirurgia e de mecânica física elementar. Remoção dentária apropriada não 
necessita de uma grande quantidade de força, ao contrário, quando feita 
adequadamente, é conseguida com delicadeza. Força excessiva pode 
machucar o tecido mole local e prejudicar o osso e os dentes ao 
redor. 
 
AVALIAÇÃO MÉDICA PRÉ-CIRÚRGICA 
Quando estiver conduzindo a avaliação médica pré-operatória do paciente, é 
importantíssimo que o cirurgião-dentista examine a situação médica do 
mesmo. Pacientes podem ter uma variedade de problemas de saúde que 
necessitem de modificação de tratamento ou acompanhamento médico prévio 
para que a cirurgia seja feita de forma segura. Medidas especiais podem ser 
necessárias para controlar sangramento, diminuir a chance de infecção, ou 
prevenir uma emergência médica. 
 
CONTROLE DA DOR E DA ANSIEDADE 
A remoção de um dente, mesmo se estiver solto, causa dor. Assim, anestesia 
local profunda é necessária para prevenir dor durante as extrações. Anestesia 
local deve ser absolutamente profunda para eliminar a sensibilidade da polpa, 
do ligamento periodontal, e tecidos moles adjacentes. É igualmente 
importante que o cirurgião-dentista reconheça a ansiedade que normalmente 
existe em pacientes prestes a passar por extração dentária. 
Anestesia Local 
Anestesia local profunda é necessária se o dente for ser extraído sem dor 
aguda para o paciente; para isso, é necessário que o cirurgião-dentista 
lembre precisamente das inervações de todos os dentes e tecidos moles 
adjacentes, assim como os tipos de injeções necessárias para anestesiar 
aqueles nervos completamente. 
 
 
 
Quando estiver anestesiando um dente maxilar para extração, o cirurgião-
dentista deve anestesiar os dentes adjacentes também. 
-Grupo 1– Anestésicos locais sem vasoconstritores: 
Mepivacaína 3% 
Prilocaína 4% 
-Grupo 2 – Anestésicos locais com vasoconstritores: 
Lidocaína 2% com 1:50.000 ou 1:100.000 epinefrina 
Mepivacaína 2% com 1:20.000 levonordefrina 
Prilocaína 4% com 1:400.000 epinefrina 
Articaína 4% com 1:100.000 epinefrina 
-Grupo 3 – Anestésicos locais de atuação longa: 
Bupivacaína 0,5% com 1:200.000 epinefrina 
Etidocaína 1,5% com 1:200.000 epinefrina 
 
Anestésico local Dentes maxilar Dentes Mandib. Tecido mole 
Grupo 1 10-20 min 40-60 min 2-3 horas 
Grupo 2 50-60 min 90-100 min 3-4 horas 
Grupo 3 60-90 min 3 horas 4-9 horas 
 
Apenas uma determinada quantidade de anestésico local pode ser usada de 
forma segura em cada paciente. 
 
 
Sedação 
O controle da ansiedade do paciente deve ser uma importante consideração 
nos procedimentos em cirurgia oral. Ansiedade é um fator mais importante em 
procedimentos cirúrgicos orais que nas maiorias das outras áreas da 
odontologia. O controle da ansiedade começa, na maioria dos casos, com 
uma explicação detalhada do procedimento planejado, incluindo a garantia de 
que não haverá dor aguda, e uma expressão de empatia do cirurgião-dentista. 
À medida que a ansiedade do paciente aumenta, normalmente se torna 
necessário usar assistência farmacológica. No pré-operatório, medicação oral 
como diazepam pode ajudar o paciente a descansar melhor na noite anterior 
à cirurgia e dar algum alívio na ansiedade pela manhã. Uma droga como 
lorazepam pode ser útil quando administrada na manhã da cirurgia (alguém 
que não o paciente deve dirigir para levá-lo à consulta nessas circunstâncias). 
 
INDICAÇÕES PARA REMOÇÃO DOS DENTES 
Dentes são extraídos por várias razões. Esta seção discute a variedade de 
indicações gerais para remoção do dente. Devemos lembrar que estas 
indicações são guias e não são regras absolutas. 
 
 
Cáries 
Talvez a razão mais comum e amplamente aceita para remover um dente é 
que esteja tão severamente cariado que não pode ser restaurado. 
Necrose Pulpar 
Isso pode ser resultado do paciente recusar tratamento endodôntico ou um 
canal radicular tortuoso, calcificado e não tratávelpor técnicas endodônticas 
convencionais. 
Doença Periodontal 
Uma razão comum para remoção do dente é a doença periodontal extensa e 
severa. 
Razões Ortodônticas 
Pacientes que estão prestes a passar por correção ortodôntica de dentição 
apinhada com comprimento de arco insuficiente. 
Dentes Malposicionados 
Dentes malposicionados podem ser indicados para extração em algumas 
situações. Se traumatizam tecido mole e não podem ser reposicionados por 
tratamento ortodôntico. 
Dentes Fraturados 
Uma indicação incomum para extração dos dentes é um dente com coroa 
fraturada ou raiz fraturada. 
Dentes Impactados 
Dentes impactados devem ser considerados para remoção, dente 
parcialmente impactado não está apto a irromper em oclusão funcional devido 
a espaço inadequado, 
Dentes Supranumerários 
Dentes supranumerários são normalmente impactados e devem ser 
removidos. 
Dentes Associados a Lesões Patológicas 
Dentes que estão envolvidos em lesões patológicas podem precisar de 
remoção. Isso é geralmente visto em cistos odontogênicos. 
Radioterapia 
Pacientes que estão recebendo radioterapia para câncer oral, na cabeça ou 
no pescoço devem considerar a remoção dos dentes que estão na direção da 
terapia com radiação. 
Dentes Envolvidos em Fraturas Maxilares 
Pacientes que sofrem fraturar de mandíbula ou do processo alveolar algumas 
vezes precisam ter dentes removidos. 
Questões Financeiras 
A incapacidade do paciente de pagar pelo procedimento pode fazer com que 
o dente seja removido. 
 
CONTRAINDICAÇÕES PARA A REMOÇÃO DO DENTE 
Mesmo se determinado dente apresenta um dos requisitos para remoção, em 
algumas situações, o dente não deve ser removido devido a outros fatores ou 
a contraindicações para a extração. Geralmente, as contraindicações são 
divididas em dois grupos: (1) sistêmica e (2) local. 
Contraindicações Sistêmicas 
Contraindicações sistêmicas impedem a extração porque a saúde sistêmica 
do paciente é tal que a habilidade de resistir ao trauma cirúrgico pode ser 
comprometida. doenças metabólicas severas incontroladas. Diabetes tipo I 
sem controle e estágio final de doença renal; leucemia não controlada e 
linfoma; infecção; sangramento excessivo(hemofilia); doenças cardíacas; 
Gravidez; Drogas as quais precisamos estar atentos incluem corticoides 
sistêmicos, agentes imunossupressores, bifosfonatos, e agentes 
quimioterápicos para câncer. 
Contraindicações Locais 
Algumas contraindicações locais para a extração do dente também existem. A 
mais importante e mais crítica é a história de radiação terapêutica por câncer; 
dentro de uma área de tumor; pericoronarite severa ao redor do terceiro 
molar; Finalmente, o abscesso dento alveolar agudo. 
 
AVALIAÇÃO CLÍNICA DOS DENTES PARA REMOÇÃO 
No período de exames pré-operatórios, os dentes a serem extraídos devem 
ser examinados cuidadosamente para verificar a dificuldade de extração. 
Acesso ao Dente 
O primeiro fator a ser examinado no exame pré-operatório é a extensão até 
onde o paciente consegue abrir a boca. As causas mais comuns são trismo 
associado a infecção ao redor dos músculos de mastigação, disfunção de 
articulação temporomandibular (ATM) e fibrose muscular. Entretanto, dentes 
apinhados ou malposicionado podem apresentar dificuldades no 
posicionamento dos fórceps normalmente usados no dente que será extraído. 
Mobilidade do Dente 
Se os dentes forem excessivamente moles, uma remoção dentária não 
complicada deve ser esperada, mas o manejo do tecido mole após a extração 
pode ser mais comprometido. Dentes que têm mobilidade menor que o 
normal devem ser avaliados cuidadosamente pela presença de 
hipercementose ou anquilose das raízes. 
Condição da Coroa 
A avaliação da coroa do dente antes da extração deve ser relacionada à 
presença de grandes cáries ou restaurações na coroa. Se grandes partes da 
coroa foram destruídas pela cárie, a probabilidade de a coroa se quebrar 
durante a extração é aumentada, causando assim maior dificuldade na 
remoção do dente. O cirurgião-dentista deve também avaliar a condição dos 
dentes adjacentes. 
 
EXAME RADIOGRÁFICO DO DENTE A SER REMOVIDO 
É essencial que radiografias adequadas sejam feitas de qualquer dente a ser 
removido. Em geral, radiografias periapicais dão informação mais precisa e 
detalhada sobre o dente, suas raízes, e o tecido ao redor. 
Relação com Estruturas Vitais 
Quando estiver fazendo extrações dos molares maxilares, é essencial se 
estar ciente da proximidade das raízes dos molares no soalho do seio maxilar. 
O canal alveolar inferior pode se aproximar das raízes dos molares 
mandibulares. Imagens de tomografia computadorizada (cone beam) são 
normalmente usadas nessas circunstâncias. Radiografias feitas antes da 
remoção do pré-molar inferior devem incluir o forame mentoniano. 
Configuração das Raízes 
Avaliação radiográfica dos dentes a serem extraídos provavelmente contribui 
mais na determinação da dificuldade da extração. O primeiro fator a avaliar é 
o número de raízes no dente a ser extraído. Em situações de excessos de 
curvatura com grande divergência, extração cirúrgica pode ser necessária 
com planejamento da divisão da coroa. raízes longas com curvas severas e 
abruptas ou ganchos na região apical são mais difíceis de remover. Cáries 
radiculares podem enfraquecer substancialmente a raiz e deixá-la mais 
propensa à fratura. reabsorção radicular enfraquece a estrutura da raiz e a 
deixa mais propensa à fratura. Se houve tratamento endodôntico muitos anos 
antes da extração, pode haver anquilose do dente ou a raiz pode estar frágil. 
Condição do Osso Circundante 
Exame cuidadoso da radiografia periapical indica a densidade do osso 
circundante ao dente a ser extraído. O osso que está mais radiolúcido é 
provavelmente menos denso o que torna a extração mais fácil. Entretanto, se 
o osso parece ser radiograficamente opaco (indicando densidade 
aumentada), com evidência de alveolite condensante ou outro processo 
similar de esclerose, será mais difícil a extração. Radiolucidez apical que 
representam granulomas ou cistos. 
 
PREPARAÇÃO DO PACIENTE E DO CIRURGIÃO-DENTISTA 
Cirurgiões devem prevenir lesão inadvertida ou transmissão de infecção aos 
seus pacientes ou a si mesmos. Os princípios de precaução universal afirmam 
que todos os pacientes devem ser encarados como portadores de doenças 
sanguíneas de nascença que podem ser transmitidas à equipe cirúrgica e a 
outros pacientes. Para prevenir essa transmissão, luvas cirúrgicas, máscaras 
cirúrgicas, e óculos com vedamentos laterais são necessários. Além disso, a 
maioria das autoridades recomenda que a equipe cirúrgica use jalecos de 
manga comprida Se o cirurgião-dentista tem cabelos compridos, é essencial 
que o cabelo seja preso e coberto com gorro cirúrgico Um campo estéril deve 
ser colocado sobre o peito do paciente para diminuir o risco de contaminação. 
cirurgiões aconselham os pacientes a lavar suas bocas vigorosamente com 
antisséptico bucal como clorexidina. 
 
POSIÇÃO DA CADEIRA PARA EXTRAÇÕES 
As posições do paciente, da cadeira, e do operador são críticas para o 
completo sucesso da extração. A melhor posição é a que seja confortável 
para o paciente e para o cirurgiãodentista, e permita que o cirurgião-dentista 
tenha máximo controle da força que está sendo feita no dente do paciente 
através das alavancas e do fórceps. Para extração maxilar, a cadeira deve ser 
inclinada para trás a fim de que o plano oclusal maxilar esteja em um ângulo 
de 60 graus com o chão. A altura da cadeira deve ser tal que a boca do 
paciente esteja levemente abaixo do nível do cotovelo. Para extração dos 
dentes na porção anterior do arco maxilar, o paciente deve estar olhando 
direto para a frente. Para extração de dentes mandibulares, o paciente deve 
estar em uma posição mais elevada para que quando a boca estiver aberta, o 
plano oclusal esteja paralelo ao chão. A cadeiradeve estar mais baixa para 
extração de dentes maxilares e o braço do cirurgião-dentista deve estar 
inclinado para baixo em um ângulo de aproximadamente 100 graus no 
cotovelo. 
 
PRINCÍPIOS MECÂNICOS ENVOLVIDOS NA EXTRAÇÃO DENTÁRIA 
A remoção de dentes do processo alveolar necessita do uso dos seguintes 
princípios mecânicos e instrumentos simples: a alavanca, a cunha, a roda e o 
eixo. As alavancas são usadas principalmente como elevadores. O segundo 
instrumento simples e útil é a cunha. A cunha é útil em diversas formas 
diferentes para extração dos dentes. Primeiro, as pontas dos fórceps de 
extração são normalmente estreitas; elas se alargam conforme vão subindo. 
Quando fórceps são usados, deve haver um esforço consciente para forçar as 
pontas dentro do espaço do ligamento periodontal na crista óssea para 
expandir o osso e forçar o dente para fora do alvéolo. Alavanca pequena, 
reta, usada como cunha para deslocar a raiz do dente do seu alvéolo. O 
terceiro instrumento usado na extração dentária é a roda e o eixo, que é mais 
identificado como alavanca triangular, ou em forma de bandeira. Quando uma 
raiz de um dente com várias raízes fica no processo alveolar, uma alavanca 
em forma de bandeira, como a Cryer, é posicionada no alvéolo e girada. 
 
PRINCÍPIOS DO USO DAS ALAVANCAS E DO FÓRCEPS 
Os principais instrumentos usados para remover um dente do processo 
alveolar são a alavanca e o fórceps extrator. Alavancas podem ajudar na 
luxação de um dente. E o fórceps continua o processo através de expansão 
óssea e de rompimento dos ligamentos periodontais. O objetivo do uso do 
fórceps é duplo: (1) expansão do alvéolo ósseo pelo uso das pontas em forma 
de cunha e dos movimentos do próprio dente com o fórceps, e (2) remoção do 
dente do alvéolo. Fórceps podem aplicar cinco grandes movimentos para 
luxar dentes e expandir o alvéolo dental: o primeiro é a pressão apical; A 
segunda é a força vestibular; O terceiro movimento é a pressão lingual ou 
palatina; Quarto, pressão rotacional, como o nome indica, roda o dente, o que 
causa alguma expansão interna do alvéolo dental e rompimento dos 
ligamentos periodontais; Qinto, Forças de tração. 
 
PROCEDIMENTO PARA EXTRAÇÃO FECHADA 
Uma raiz irrompida pode ser extraída usando-se uma ou duas técnicas 
principais: fechada ou aberta. A técnica fechada é também conhecida como a 
técnica de rotina. A técnica aberta é também conhecida como técnica 
cirúrgica, ou técnica a retalho. A técnica aberta é usada quando o clínico 
acredita que força excessiva seria necessária para remover o dente, quando 
uma quantidade substancial da coroa está ausente ou coberta por tecido ou 
quando uma coroa frágil está presente. Qualquer técnica escolhida, os três 
fundamentos requeridos para uma boa extração continuam os mesmos: (1) 
acesso e visualização adequados do campo cirúrgico, (2) um caminho sem 
impedimentos para a remoção do dente, e (3) o uso de força controlada para 
luxar e remover o dente. Cinco etapas gerais formam o procedimento de 
extração fechada: Etapa 1: afrouxamento do tecido mole de adesão da porção 
cervical do dente. O propósito do afrouxamento do tecido mole do 
dente é duplo: (1) Primeiro, isso permite que o cirurgião-dentista tenha 
certeza que anestesia profunda foi atingida. (2) A segunda razão pela qual o 
tecido mole é solto é para permitir que a alavanca e o fórceps de extração 
sejam posicionados mais apicalmente. Etapa 2: luxação do dente com uma 
alavanca dental. Etapa 3: adaptação do fórceps ao dente. Etapa 4: luxação 
do dente com fórceps. Etapa 5: remoção do dente do alvéolo. Uma vez que o 
osso alveolar foi suficientemente expandido e o dente luxado, uma força de 
tração leve, geralmente de direção vestibular. 
Função da Mão Oposta 
Durante o uso do fórceps e alavancas para luxar e remover dentes, é 
importante que a mão oposta do cirurgião-dentista tenha um papel ativo no 
procedimento. A mão esquerda ajuda a proteger outros dentes do fórceps, 
ajudam a estabilizar a cabeça do paciente; na sustentação da mandíbula; dá 
informação tátil ao operador no que diz respeito à expansão do processo 
alveolar durante o período de luxação. 
Função do Assistente durante Extração 
Para atingir um resultado de sucesso em qualquer procedimento cirúrgico, é 
muito útil ter um assistente habilidoso. afastando os tecidos moles das 
bochechas e da língua; sugar qualquer sangue, saliva, e solução irrigadora 
usada; proteger os dentes do arco oposto; apoiando a mandíbula; apoio 
psicológico e emocional para o paciente. 
 
TÉCNICAS ESPECÍFICAS PARA REMOÇÃO DE CADA DENTE 
Dentes Maxilares 
o dedo indicador esquerdo do cirurgião-dentista deve afastar os tecidos do 
lábio e das bochechas; o dedão deve repousar no processo alveolar palatino 
-Incisivos: fórceps universal superior (nº 150), geralmente têm raízes cônicas. 
O osso alveolar é fino no lado vestibular e mais denso no lado palatino. O 
movimento inicial é lento, constante, e firme na direção vestibular, seguida de 
uma força rotacional lenta e firme. 
-Caninos: O canino maxilar é normalmente o dente mais longo da boca. osso 
sobre o aspecto labial dos caninos maxilares é usualmente fino. O fórceps 
universal superior nº 150. 
-Primeiro pré-molar: O fórceps superior universal (nº 150). é unirradicular no 
médio e bifurca no apice.raízes podem ser extremamente finas e sujeitas a 
fratura. osso vestibular é fino comparado com o osso palatino. deve ser 
luxado o máximo possível com a alavanca reta. Qualquer força rotacional 
deve ser evitada. 
-Segundo pré-molar: r é unirradicular no completo comprimento da raiz. O 
osso alveolar fino no aspecto vestibular O fórceps recomendado é o universal 
maxilar, ou o nº 150. 
-Molares;O primeiro molar maxilar tem três raízes grandes e fortes. osso 
alveolar lâmina vestibular é fina e a lâmina cortical palatina é grossa e densa. 
Os fórceps pareados nº 53R e nº 53L. O movimento básico de extração é usar 
pressões vestibulares e palatinas fortes. Segundo molar é igual primeiro. O 
terceiro molar irrompido frequentemente tem raízes cônicas e é usualmente 
extraído com os fórceps nº 210S. 
Dentes Mandibulares 
Quando removemos dentes mandibulares, o dedo indicador da mão esquerda 
está na região vestibular, e o segundo dedo está na região lingual, afastando 
o lábio, a bochecha e a língua. 
-Dentes anteriores: O osso alveolar que cobre os incisivos e os caninos é fino 
nos lados labial e lingual. O osso sobre o canino pode ser mais grosso, 
especialmente no aspecto lingual. O fórceps universal inferior (nº 151). 
-Pré-molares: O osso alveolar que o cobre é fino no aspecto bucal e mais 
denso no lado lingual. O fórceps universal inferior (nº 151). os movimentos 
básicos na direção vestibular, retornando ao aspecto lingual, e finalmente, 
rodando. 
-Molares: Molares mandibulares normalmente têm duas raízes, com as raízes 
do primeiro molar mais amplamente divergentes que as do segundo molar. 
Adicionalmente, as raízes podem convergir no ápice. Os fórceps nº 17 são 
normalmente usados. O osso alveolar lingual ao redor do segundo molar é 
mais fino que a lâmina vestibular. Terceiros molares mandibulares irrompidos 
normalmente têm raízes cônicas. Como a bifurcação não é comum, o fórceps 
nº 222. 
Modificações para Extração de Dentes Decíduos 
Raramente é necessário remover dentes decíduos antes que a reabsorção 
radicular substancial tenha ocorrido. Entretanto, quando a remoção é 
necessária, ela deve ser feita com grande quantidade de cuidado porque as 
raízes dos dentes decíduos são longas e delicadas e sujeitas a fratura. 
 
CUIDADOS COM O ALVÉOLO PÓS-EXTRAÇÃO 
Uma vez que o dente foi removido, o alvéolo requer cuidado apropriado. não 
houver granuloma preso ao dente deve ser curetada cuidadosamente; algum 
resíduo é obvio, como cálculo, amálgama, ou fragmento de dente permanecer 
no alvéolo, ele deve ser gentilmente removido; pode haveracúmulo excessivo 
de tecido de granulação ao redor da bainha gengival. Procurar qualquer 
projeção óssea afiada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAP. 8 PRINCÍPIOS DA EXODONTIA COMPLEXA 
 
PRINCÍPIOS DO DESENHO, DESENVOLVIMENTO E MANEJO DO 
RETALHO 
O termo retalho, como usado neste capítulo, indica uma seção de tecido mole 
que (1) é delimitado por uma incisão cirúrgica, (2) contém seu próprio 
suprimento sanguíneo, (3) permite acesso cirúrgico aos tecidos profundos, (4) 
pode ser recolocado em posição original, e (5) mantido com suturas. 
 
Parâmetros para Desenho de Retalhos de Tecido Mole 
Quando o retalho é desenhado, a sua base deve ser normalmente mais larga 
que a sua margem livre para preservar um provimento sanguíneo adequado. 
Isso significa que todas as áreas do retalho devem ter uma vascularização 
ininterrupta para prevenir necrose isquêmica de todo o retalho ou de porções 
dele. O retalho deve ser de tamanho adequado por várias razões: 
Rebatimento de tecido mole suficiente é necessário para gerar visualização 
adequada dessa área. Acesso adequado também deve existir para a inserção 
de instrumentos necessários para executar a cirurgia. o retalho deve ser 
mantido fora do campo operatório por um afastador que deve se apoiar em 
osso intacto. Deve haver condição suficiente para permitir que o afastador 
segure o retalho sem tensionar. Para um retalho tipo envelope ser de 
tamanho adequado deve se estende dois dentes anteriores e um dente 
posterior à área da cirurgia. Retalhos para remoção dentária devem ser de 
espessura mucoperiosteal total. Isso significa que o retalho inclui a superfície 
mucosa, a submucosa e o periósteo. As incisões que delimitam o retalho 
devem ser feitas sobre osso intacto que estará presente após o término do 
procedimento cirúrgico. O retalho deve ser desenhado para evitar lesão a 
estruturas vitais na área da cirurgia(nervo lingual e o nervo mentoniano). 
Incisões relaxantes são usadas apenas quando necessário e não 
rotineiramente. Incisões relaxantes verticais devem atravessar a margem 
gengival livre na borda de um dente e não deve ser diretamente no aspecto 
vestibular do dente. 
 
Tipos de Retalhos Mucoperiosteais 
A incisão mais comum é a sulcular que, quando não combinada com uma 
incisão relaxante, produz o retalho tipo envelope. Em pacientes edêntulos, a 
incisão é feita no sulco gengival até a crista óssea, através do periósteo, e o 
retalho de espessura total mucoperiosteal é rebatido apicalmente. Se a 
incisão sulcular tem incisões relaxantes verticais, é um retalho de três cantos, 
com cantos no final posterior da incisão tipo envelope, na parte inferior da 
incisão vertical, e na parte superior da incisão relaxante vertical. O retalho 
quadrangular é uma incisão tipo envelope com duas incisões relaxantes. Dois 
ângulos estão na parte superior da incisão relaxante e dois, nas duas 
extremidades do componente envelope da incisão. Uma incisão usada 
ocasionalmente para alcançar o ápice radicular é a incisão semilunar. Essas 
incisões evitam trauma à papila e à margem gengival, mas dá acesso 
limitado, pois a raiz inteira do dente não está visível, a incisão é mais útil para 
cirurgia periapical de extensão limitada. Uma incisão útil no palato é a incisão 
em “Y”, assim chamada pela sua forma. Esta incisão é útil para acesso 
cirúrgico ao palato ósseo para remoção de torus palatino. 
 
Técnicas para Realização de um Retalho Mucoperiosteal 
Algumas considerações específicas são envolvidas no desenvolvimento de 
retalhos para extração cirúrgica dos dentes. O primeiro passo é cortar o tecido 
mole para permitir o rebatimento do retalho. A lâmina no 15 é usada em um 
cabo de bisturi no 3, e é seguro como pegada de caneta. A lâmina é segura 
com um leve ângulo com o dente, e a incisão feita de trás para a frente no 
sulco gengival puxando a lâmina na direção do operador. Um movimento 
contínuo e suave é usado enquanto se segura a lâmina em contato com o 
osso através de toda a incisão. 
 
Princípios de Sutura 
As suturas executam múltiplas 
funções. A mais óbvia e importante função que as suturas têm é coaptar as 
margens da ferida; isso se faz para segurar o retalho em posição e aproximar 
as bordas da ferida. Se o tecido profundo está sangrando, a superfície 
mucosa ou pele não devem ser fechadas porque o fechamento em tal tecido 
pode continuar e resultar na formação de um hematoma. Suturas superficiais 
ajudam na hemostasia. Suturas ajudam a segurar o retalho de tecido sobre o 
osso. Suturas podem ajudar na manutenção do coágulo sanguíneo no alvéolo 
dental. Quando o retalho tipo envelope é reposicionado em sua correta 
posição, é seguro no lugar com suturas que são colocadas através das 
papilas apenas. Suturas não são colocadas através dos alvéolos vazios, 
porque as bordas da ferida não seriam suportadas sobre osso sadio. Como o 
retalho sendo suturado é mucoperiosteal, ele não deve ser amarrado muito 
firme. A quantidade mínima de tecido entre a sutura e a borda do retalho deve 
ser de 3 mm. Como guia clínico, as bordas da ferida não devem ficar 
esbranquiçadas ou obviamente isquemiadas. Suturas não reabsorvíveis são 
deixadas no local por aproximadamente 5 a 7 dias. Após esse tempo, as 
suturas não têm mais utilidade e provavelmente aumenta a contaminação da 
submucosa. 
 
PRINCÍPIOS E TÉCNICAS PARA EXTRAÇÕES ABERTAS 
Uma técnica de extração aberta usada com prudência pode ser mais 
conservadora e causar menos morbidade pós-operatória comparada com 
extração fechada. 
Indicações para Extração Aberta 
Como guia geral, os cirurgiões devem considerar fazer uma extração cirúrgica 
eletiva quando eles antecipam a possibilidade de necessitar de força 
excessiva para extrair um dente. Em qualquer caso, perda excessiva de osso; 
a necessidade de cirurgia adicional para recuperar a raiz, ou ambos, pode 
causa prejuízo ao tecido. tentativas iniciais de extração com fórceps tenham 
falhado. Coroas clínicas muito pequena com evidência de atrição severa. 
Uma condição comumente vista entre pacientes idosos é a hipercementose. 
Raízes muito divergentes, especialmente raízes de primeiros molares 
maxilares ou raízes que têm dilaceração severa ou ganchos, também são 
difíceis de remover sem fraturar uma ou mais raízes. Dentes que têm coroas 
com cáries extensas, especialmente cáries radiculares, ou dentes que têm 
grandes restaurações de amálgama, são candidatos para extração aberta. 
 
Técnica para Extração Aberta de Dentes Unirradiculares 
A técnica para extração aberta de dentes unirradiculares é direta. A técnica é 
essencialmente a mesma para dentes unirradiculares que resistiram às 
tentativas de extração fechada ou que tenham fraturado na linha cervical e, 
assim, existem apenas como raiz. O primeiro passo é prover adequada 
visualização e acesso pelo rebatimento de um retalho mucoperiosteal 
suficientemente grande. o cirurgião-dentista deve determinar a necessidade 
de remoção de osso. Algumas opções estão disponíveis: Primeiro, o 
cirurgião-dentista pode tentar reassentar o fórceps e remover o dente sem 
nenhuma remoção de osso, segunda opção é agarrar uma porção de osso 
vestibular pinçada para fora e removida com o dente, terceira opção é usar 
uma alavanca reta, empurrando-a para baixo no espaço doligamento 
periodontal do dente. A quarta e última opção é proceder com remoção 
cirúrgica de osso sobre a área do dente. Se o dente ainda está difícil de 
extrair, após a remoção do osso, um ponto de apoio pode ser feito na raiz 
com a broca na porção mais apical da área de remoção óssea. Se o dente 
ainda está difícil de extrair, após a remoção do osso, um ponto de apoio pode 
ser feito na raiz com a broca na porção mais apical da área de remoção 
óssea. irrigado com grandes quantidades de soro. O retalho é então 
recolocado em sua posição original e suturado. 
 
Técnica para Extração de Dentes Multirradicularesa mesma técnica cirúrgica usada para dentes unirradiculares é 
geralmente usada. A maior diferença é que o dente pode ser dividido com 
uma broca para transformar um dente multirradicular em dois ou três dentes 
unirradiculares. normalmente feita com o seccionamento do dente na direção 
vestibulolingual. na maioria das situações, uma pequena quantidade de osso 
alveolar deve ser removida com mão reta com uma broca reta como a broca 
redonda n° 8 ou com uma broca como a n° 557 ou n°703. A alavanca reta 
pode ser usada para remover o dente seccionado e luxado. Se a coroa está 
ausente, então as alavancas retas e triangulares são usadas para elevar as 
raízes do dente de seus alvéolos. Ocasionalmente, é necessário preparar um 
ponto de apoio com a broca e usar uma alavanca. 
 
Remoção de Fragmento de Raiz e dos Ápices Radiculares 
Se a fratura da raiz no terço apical (3 a 4 mm) ocorre durante a extração 
fechada. Qualquer que seja a técnica escolhida, dois requisitos para a 
extração são criticamente importantes: (1) excelente iluminação e (2) 
excelente aspiração, preferivelmente com uma ponta de aspiração de 
pequeno diâmetro. importante que a seringa de irrigação seja capaz de lavar 
o sangue e os debris do redor do ápice da raiz para que ela possa ser 
visualizada claramente. O alvéolo do dente deve ser irrigado vigorosamente e 
aspirado com uma ponta de aspiração. Se a técnica de irrigação e aspiração 
não obtiver sucesso, o próximo passo é movimentar o ápice da raiz com uma 
alavanca apical. apoio permite que o cirurgião-dentista faça uma força 
controlada e diminui a possibilidade de deslocamento de fragmentos do dente 
ou da ponta do instrumento para um local não desejado. Se a técnica fechada 
não tiver sucesso, o cirurgião-dentista deve trocar sem demora, para a técnica 
aberta. Duas principais técnicas abertas são usadas para remover os ápices 
das raízes. A primeira é simplesmente uma extensão da técnica descrita para 
remoção cirúrgica de dentes unirradiculares. Um retalho de tecido mole com 
incisão relaxante é rebatido e retraído com descolador periosteal. Osso é 
removido com uma broca para expor a superfície vestibular da raiz do dente. 
A raiz é removida vestibularmente através da abertura com uma pequena 
alavanca reta. A ferida é irrigada e o retalho é reposicionado e suturado. 
Segunda Um retalho de tecido mole é rebatido da mesma forma que da 
abordagem discutida anteriormente, e a área apical do fragmento do dente é 
localizada. Uma broca dental é usada para remover o osso que cobre o ápice 
do dente, expondo o fragmento da raiz. Uma alavanca apical ou alavanca reta 
pequena é então inserida na janela, e o dente é guiado para fora do alvéolo. 
 
Justificativa para Permanência de Fragmentos de Raiz 
Como em qualquer procedimento cirúrgico, o cirurgião-dentista deve pesar os 
benefícios e os riscos da cirurgia. Em algumas situações, os riscos de 
remover um pedaço pequeno de raiz podem ser maiores que os benefícios. 
Três condições devem existir para que um fragmento de raiz seja deixado no 
processo alveolar. Primeiro, o fragmento dever ser pequeno, geralmente não 
maior que 4 a 5 mm de comprimento. Segundo, a raiz deve estar 
profundamente inserida no osso, para prevenir reabsorção óssea 
subsequente por exposição da raiz do dente e interferência com qualquer 
prótese que será construída sobre a área edêntula. Terceiro, o dente 
envolvido não deve estar infectado, e não deve haver radiolucidez ao redor do 
ápice radicular. Isso diminui a probabilidade de que infecções subsequentes 
serão resultado do abandono da raiz nessa posição. Se essas três condições 
existirem, então se pode levar em consideração deixar a raiz. risco é 
considerado maior se alguma das três condições seguintes existirem: 
Primeiro, o risco é muito grande se a remoção da raiz do dente for causar 
destruição excessiva do tecido circundante, isto é, se quantidades excessivas 
de osso forem removidas para recuperar a raiz. Segundo, o risco é muito 
grande, se a remoção do dente põe em risco estruturas importantes, mais 
comumente o nervo alveolar inferior no forame mentoniano ou ao longo do 
trajeto do canal alveolar inferior. Finalmente, os riscos se sobrepõem aos 
benefícios, se as tentativas de recuperação do ápice da raiz puderem 
deslocá-la para dentro dos espaços teciduais ou para dentro do seio maxilar. 
 
 
 
 
 
MÚLTIPLAS EXTRAÇÕES 
 
Plano de Tratamento 
Pode ser com uma prótese total ou parcial removível, um único, ou vários 
implantes. Esta discussão deve também incluir uma consideração sobre a 
necessidade de qualquer outro tipo de cirurgia de tecido mole como redução 
de tuberosidade ou remoção de depressões ou exostoses em áreas críticas. 
 
Sequência de Extração 
Dentes maxilares devem normalmente ser removidos primeiro por várias 
razões. Uma dela é que a infiltração anestésica tem uma absorção mais 
rápida e também desaparece mais rapidamente. Além do mais, dentes 
maxilares são removidos com maior força vestibular. Pequena ou nenhuma 
força de tração vertical é usada na remoção destes dentes, como é 
comumente necessário com dentes mandibulares. Remoção do dente 
normalmente começa com a extração dos dentes mais posteriores. Isso 
permite o melhor uso da alavanca dental para luxar e dar mobilidade aos 
dentes antes de o fórceps ser usado para extrair o dente. O dente que é mais 
difícil de remover, o canino, deve ser extraído por último. A remoção dos 
dentes em cada lado enfraquece o alvéolo dental nos lados mesial e distal 
desses dentes, e sua extração subsequente é feita mais rapidamente. 
 
Técnica para Extrações Múltiplas 
O procedimento cirúrgico para a remoção de múltiplos dentes adjacentes é 
uma leve modificação da técnica usada para remover dentes individuais. O 
primeiro passo na remoção de um único dente é descolar os tecidos moles 
inseridos ao redor do dente. Os dentes no quadrante são luxados com a 
alavanca reta. Após as extrações estarem completas, as corticais 
vestibulolinguais são pressionadas em sua posição preexistente com pressão 
firme. A área é irrigada abundantemente com soro fisiológico estéril. Se 
qualquer tecido de granulação estiver presente, deve ser removido, porque 
pode prolongar hemorragia pós-operatória. Finalmente, as papilas são 
suturadas em posição. Suturas ininterruptas ou contínuas são usadas, 
dependendo da preferência do cirurgião-dentista, com remoção planejada 
para cerca de uma semana. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAP.9 PRINCÍPIOS DE TRATAMENTO DE DENTES 
IMPACTADOS 
INDICAÇÕES PARA A REMOÇÃO DE DENTES IMPACTADOS 
A média de idade para a erupção completa do terceiro molar é 20 anos, 
apesar de a erupção poder continuar em alguns pacientes até os 25 anos. 
Falha na rotação da direção mesioangular para vertical é a causa mais 
comum para os terceiros molares inferiores se tornarem impactados. O 
segundo principal fator é que a dimensão mesiodistal dos dentes em relação 
ao comprimento da mandíbula é tal que há espaço insuficiente do processo 
alveolar anterior até o ramo para permitir que os dentes irrompam em posição. 
Da mesma forma, se o terceiro molar inferior não irromper após os 20 anos de 
idade, é mais provável que ele possa estar coberto por osso. tempo ideal para 
a remoção dos terceiros molares impactados é quando as raízes dos dentes 
estão com um terço formado e antes que elas estejam com dois terços 
formados, normalmente durante o meio ao final dos anos da adolescência,entre 17 e 20 anos. 
 
Prevenção da Doença Periodontal 
Como a face mais difícil de limpar é a distal do último dente no arco, 
pacientes geralmente têm inflamação gengival com migração apical do 
ligamento periodontal na face distal do segundo molar. Pacientes com 
terceiros molares mandibulares impactados geralmente têm bolsas 
periodontais profundas na face distal dos segundos molares. 
 
Prevenção de Cáries Dentárias 
Quando um terceiro molar está impactado ou parcialmente impactado, a 
bactéria que causa cáries dentárias pode ser exposta à face distal do 
segundo molar assim como ao terceiro molar impactado. 
Prevenção de Pericoronarite 
Quando um dente é parcialmente impactado com uma grande quantidade de 
tecido mole sobre as superfícies axial e oclusal, o paciente frequentemente 
tem um ou mais episódios de pericoronarite. Pericoronarite também pode 
surgir após um pequeno trauma do terceiro molar maxilar. O tecido mole que 
cobre a superfície oclusal do terceiro molar mandibular parcialmente irrompido 
(conhecido como opérculo) pode ser traumatizado e se tornar inchado. 
Prevenção de Reabsorção Radicular 
Ocasionalmente, um dente impactado causa pressão suficiente na raiz de um 
dente adjacente para causar reabsorção radicular 
Dentes Impactados sob uma Prótese Dentária 
Após extração dos dentes, o processo alveolar passa por uma lenta 
reabsorção. Isso é particularmente verdadeiro quando a prótese é 
mucossuportada. Assim, os dentes impactados se tornam mais próximos à 
superfície do osso, dando a impressão de estar irrompendo. A prótese pode 
comprimir o tecido mole contra o dente impactado iniciação de uma infecção 
odontogênica. 
Prevenção de Cistos Odontogênicos e Tumores 
Quando dentes impactados são completamente retidos dentro do processo 
alveolar, o saco folicular associado, frequentemente, também é retido. Apesar 
de o folículo dental manter seu tamanho original na maioria dos pacientes, ele 
pode passar por degeneração cística e se transformar em cisto dentígero ou 
em ceratocisto. O tumor odontogênico mais comum que ocorre nesta região é 
o ameloblastoma. 
Tratamento da Dor de Origem Desconhecida 
Ocasionalmente, pacientes vêm ao cirurgião-dentista reclamando de dor na 
região retromolar da mandíbula, mas a razão para a dor pode não ser óbvia , 
a remoção do dente algumas vezes resulta na solução da dor. 
Prevenção de Fraturas de Mandíbula 
Um terceiro molar impactado na mandíbula ocupa o espaço normalmente 
preenchido por osso. Isso enfraquece a mandíbula e a deixa mais susceptível 
à fratura no lado do dente impactado. 
Facilitação do Tratamento Ortodôntico 
Quando pacientes precisam de retração do primeiro ou do segundo molar por 
técnicas ortodônticas, a presença de terceiros molares impactados pode 
interferir no tratamento. Se puder, por isso, é recomendado que os terceiros 
molares sejam removidos antes que a terapia ortodôntica comece. 
Cicatrização Periodontal Otimizada 
Como notado anteriormente, uma das indicações mais importantes para a 
remoção de terceiros molares impactados é preservar a saúde periodontal do 
segundo molar adjacente. Uma grande atenção tem sido dada a dois 
parâmetros básicos de saúde periodontal após a cirurgia dos terceiros 
molares: (1) altura óssea e (2) nível do ligamento periodontal na face 
distal do segundo molar. 
 
CONTRAINDICAÇÕES PARA REMOÇÃO DE DENTES IMPACTADOS 
 
Quando os riscos são maiores que os potenciais benefícios, o procedimento 
deve ser evitado. Contraindicações para a remoção de dentes impactados 
envolvem principalmente a condição física do paciente. 
 
Extremos de Idade 
O terceiro molar pode ser radiograficamente visualizado por volta dos 6 anos 
de idade. Alguns cirurgiões-dentistas pensam que a remoção do broto do 
dente entre os 7 e 9 anos de idade pode ser conseguido com morbidade 
mínima e, por isso, deve ser feita nesta idade. consenso é que a remoção 
muito precoce dos terceiros molares deve ser evitada até um diagnóstico 
correto de que esta impactação possa acontecer. A contraindicação mais 
comum para a remoção dos dentes impactados é a idade avançada. 
Enquanto o paciente envelhece, o osso começa a ficar altamente calcificado. 
O resultado é que mais osso precisa ser removido cirurgicamente para 
remover o dente do seu alvéolo. conforme o paciente envelhece, ele responde 
menos favoravelmente e com mais sequelas pós-operatórias. 
 
 
 
Condição Médica Comprometida 
Se a função respiratória ou cardiovascular do paciente ou as suas defesas 
para combater infecções estiverem seriamente comprometidas ou se o 
paciente tem uma coagulopatia congênita ou adquirida, o cirurgião deve 
considerar deixar o dente no processo alveolar. Entretanto, se o dente se 
torna sintomático, o cirurgião deve considerar trabalhar com o médico do 
paciente para minimizar sequelas operatórias e sequelas médicas 
pósoperatórias. 
Provável Dano Excessivo às Estruturas Adjacentes 
Se o dente impactado está em uma área onde a remoção será seriamente 
prejudicial a nervos adjacentes, dentes, ou pontes previamente construídas, 
deve ser prudente deixar o dente no local. 
 
SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO PARA IMPACTAÇÃO DE TERCEIROS 
MOLARES MANDIBULARES 
A maioria dos esquemas de classificação é baseada na análise de 
radiografias. radiografia panorâmica é a radiografia escolhida para o 
planejamento da remoção de terceiros molares impactados. Em algumas 
circunstâncias, uma radiografia periapical bem posicionada é adequada 
Quando as raízes de um terceiro molar inferior aparecem muito próximas ou 
se sobrepõem sobre o canal alveolar inferior, uma tomografia 
computadorizada pode ser útil. 
Angulação 
O sistema de classificação mais comum, no que diz respeito ao planejamento, 
usa a determinação da angulação do longo eixo do terceiro molar impactado 
com relação ao longo eixo do segundo molar adjacente. 
-mesioangular: é o mais comumente visto, chegando a cerca de 43% de todos 
os dentes impactados. de menor dificuldade de remoção. 
-horizontal: Este tipo de impactação é normalmente considerado mais difícil 
de remover. aproximadamente 3% de todas as impactações mandibulares. 
-vertical: longo eixo do dente impactado corre paralelo ao longo eixo 
dosegundo molar. ocorre com a segunda maior frequência, contando 
emaproximadamente 38% de todas as impactações, e é considerada terceira 
em facilidade de remoção. 
- distoangular: mais difícil angulação para a remoção e contam em 
aproximadamente 6% de todos os terceirosmolares impactados. Além da 
relação entre a angulação do longo eixo do segundo e terceiro molares, 
dentes também podem ser angulados nas direções vestibular, lingual, ou 
palatina. 
Relação com a Borda Anterior do Ramo 
Outro método para classificar os terceiros molares impactados é baseado na 
quantidade do dente impactado que está coberto com o osso do ramo 
mandibular. Esta classificação é conhecida como classificação de Pell e 
Gregory. 
- classe I: coroa estiver completamente anterior à borda anterior do ramo. 
- classe II: aproximadamente metadeesteja coberta pelo ramo. 
- classe III: dente é localizado completamente dentro do ramo mandibular. 
Relação com o Plano Oclusal 
A profundidade do dente impactado comparado com a altura do segundo 
molar adjacente: 
- classe A: oclusal do dente impactado é no nível do plano oclusal do 2ºmolar. 
- classe B: superfície oclusal entre o plano oclusal e a linha cervical do 
segundo molar. 
- classe C: oclusal dos dentes impactados está abaixo da linha cervical do 
segundo molar. 
 
MORFOLOGIA RADICULAR 
A primeira consideração é o comprimento do dente. raiz do dente está com 
um terço ou dois terços formados. O próximo fator a ser avaliado é se as 
raízes estão fusionadas em uma única raiz cônica ou separadas em raízes 
distintas. As raízes cônicas fusionadas são mais fáceis de remover que as 
amplamente separadas. A curvatura das raízes dodente também tem um 
papel na dificuldade da extração. Raízes severamente curvadas ou 
dilaceradas são mais difíceis de remover que as raízes retas. A direção da 
curvatura do dente também é importante de se observar no pré-operatório. A 
largura total das raízes na direção mesiodistal deve ser comparada com a 
largura do dente na linha cervical. Finalmente, o cirurgião deve avaliar o 
espaço do ligamento periodontal. Apesar do espaço do ligamento periodontal 
ter dimensões normais na maioria dos pacientes, é algumas vezes mais largo 
ou mais estreito. 
Tamanho do Saco Folicular 
O tamanho do folículo ao redor dos dentes impactados pode ajudar a 
determinar a dificuldade da extração. Se o saco folicular for grande (quase 
tamanho de cisto), muito menos osso deve ser removido, o que torna o dente 
mais fácil de extrair. Entretanto, se o espaço folicular ao redor da coroa do 
dente for estreito ou inexistente, o cirurgião deve criar espaço ao redor da 
coroa, aumentando a dificuldade. 
Densidade do Osso Circundante 
A densidade do osso circundante do dente tem um papel na determinação da 
dificuldade da extração. A densidade óssea é melhor determinada pela idade 
do paciente. Pacientes com 18 anos de idade ou mais novos têm densidades 
ósseas favoráveis para a remoção dentária. Pacientes que tem mais de 35 
anos têm osso muito mais denso com redução na flexibilidade e na habilidade 
de expansão. 
Contato com Segundo Molar Mandibular 
Se existe espaço entre o segundo molar e o terceiro molar impactado, a 
extração será mais fácil, porque o prejuízo do segundo molar é menos 
provável. Entretanto, se o dente tem uma impactação distoangular ou 
horizontal, ele está frequentemente em contato direto com o segundo molar 
adjacente. 
 
 
 
 
 
Relação com o Nervo Alveolar Inferior 
Terceiros molares impactados frequentemente têm raízes superpostas ao 
canal do nervo alveolar inferior nas radiografias. Se o término da raiz parece 
ser próximo ao canal alveolar inferior em uma radiografia, o cirurgião deve 
tomar cuidado especial para evitar lesão do nervo. sso geralmente resulta em 
alguma alteração sensorial (parestesia ou anestesia) do lábio inferior e do 
queixo no lado machucado. Apesar de essa sensação alterada ser 
geralmente breve (durando apenas alguns dias), ela pode se estender por 
semanas ou meses; em raras ocasiões ela pode ser permanente. 
Natureza do Tecido de Recobrimento 
As companhias de seguro dental separam tipos de impactação de terceiros 
molares em três categorias. Os três tipos de impactações são (1) tecido mole, 
(2) óssea parcial, e (3) óssea completa. 
 
Fatores que Tornam a Cirurgia de Impactação 
Menos Difícil 
1. Posição mesioangular 
2. Classificação de ramo de Pell e Gregory classe I 
3. Classificação de profundidade de Pell e Gregory classe A 
4. Raízes um terço ou dois terços formados* 
5. Raízes cônicas fusionadas 
6. Ligamento periodontal grande* 
7. Folículo grande* 
8. Osso elástico* 
9. Separado do segundo molar 
10. Separado do nervo alveolar inferior* 
11. Impactação de tecido mole 
Mais Difícil 
1. Posição distoangular 
2. Classe II e 3 de ramo de Pell e Gregory 
3. Classe B ou C de profundidade de Pell e Gregory 
4. Raízes longas e finas* 
5. Raízes curvas e divergentes 
6. Ligamento periodontal estreito 
7. Folículo pequeno* 
8. Osso denso inelástico* 
9. Contato com o segundo molar 
10. Próximo ao canal alveolar inferior 
11. Impactação óssea completa* 
 
SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO PARA IMPACTAÇÕES DE TERCEIROS 
MOLARES MAXILARES 
No que diz respeito à angulação, os três tipos de terceiros molares são (1) 
impactação vertical, (2) impactação distoangular, e (3) impactação 
mesioangular. Impactação vertical corre aproximadamente em 63% dos 
casos, impactação distoangular em aproximadamente 25% e impactação 
mesioangular em aproximadamente 12% dos casos. Raramente, outras 
posições como a transversa, a invertida, ou a horizontal são encontradas; 
estas posições incomuns contabilizam menos de 1% dos terceiros molares 
maxilares impactados. Impactação vertical e distoangular são menos 
complexas de remover, enquanto o impactações mesioangulares são as mais 
difíceis. O fator mais comum que causa dificuldade para a remoção dos 
terceiros molares maxilares é uma raiz fina, não fusionada com curvatura 
errátic. Dois fatores adicionais influenciam a dificuldade de remoção dos 
terceiros molares. Primeiro, o seio maxilar está comumente em íntimo contato 
com asraízes dos molares; e, frequentemente, o terceiro molar maxilar forma 
uma porção da parede posterior da parede sinusal. Finalmente, na remoção 
do terceiro molar maxilar, a tuberosidade posterior da maxila pode ser 
fraturada. Quando o cirurgião prepara o ponto de apoio na linha 
mesiocervical, fratura da tuberosidade se torna um grande risco se (1) o osso 
for não elástico (como em pacientes mais velhos), (2) o dente tem várias 
raízes com grandes bulbos radiculares (como em pacientes mais velhos), (3) 
o seio maxilar é grande e muito pneumatizado para incluir as raízes do 
terceiro molar impactado, ou (4) o cirurgião usa força excessiva para elevar o 
dente. 
 
REMOÇÃO DE OUTROS DENTES IMPACTADOS 
Depois dos terceiros molares mandibulares e maxilares, o próximo dente 
impactado mais comum é o canino maxilar. Considerações similares são 
necessárias para outras impactações como a dos pré-molares mandibulares e 
dentes supranumerários. Os dentes supranumerários na linha média da 
maxila, chamados mesiodentes, são quase sempre encontrados no palato e 
devem ser abordados por direção palatina para a remoção. 
 
PROCEDIMENTO CIRÚRGICO 
Os passos principais para a remoção de dentes impactados são os mesmos 
que para outras extrações cirúrgicas. Cinco passos básicos formam a técnica: 
(1) O primeiro passo é ter exposição da área dos dentes impactados. (2) O 
segundo passo é avaliar a necessidade de remoção óssea e remover uma 
quantidade suficiente de osso para expor o dente para qualquer 
seccionamento ou remoção. (3) O terceiro passo, se necessário, é dividir o 
dente com uma broca para permitir que ele seja extraído sem a remoção 
desnecessária de grandes quantidades de osso. (4) No quarto passo, o dente 
seccionado ou não é removido do processo alveolar com as alavancas 
apropriadas. (5) Finalmente, no quinto passo, o osso nas áreas de elevação é 
alisado com uma lima para osso; a ferida é irrigada abundantemente com 
solução fisiológica estéril; e o retalho é reaproximado com suturas. 
Passo 1: Rebatendo Retalhos Adequados para Acessibilidade 
Para ganhar acesso à área e visualizar o osso de recobrimento que deve ser 
removido, o cirurgião deve rebater um retalho mucoperiosteal adequado. Na 
maioria das situações, o retalho tipo envelope é o preferido, pois é mais 
rápido para suturar e cicatriza melhor As incisões não devem continuar 
posteriormente em uma linha reta, porque a mandíbula 
diverge lateralmente na área do terceiro molar. Uma incisão que se estende 
de forma reta posteriormente sai de osso e cai no espaço sublingual e pode 
prejudicar o nervo lingual. Se o terceiro molar impactado estiver bastante 
profundo dentro do osso e precisar de maior remoção de osso, uma incisão 
relaxante pode ser útil. A incisão recomendada para o terceiro molar maxilar 
também é a incisão envelope. Apenas uma incisão relaxante deve ser 
usada. 
Passo 2: Remoção de Osso de Recobrimento 
O osso na face oclusal e nas vestibular e distal, até a linha cervical do dente 
impactado, deve ser removido inicialmente. A quantidade de osso que deve 
ser removida varia com a profundidade da impactação, a morfologia das 
raízes, e a angulação do dente. 
Passo 3: Seccionamento do Dente 
Seccionamento permite que porções do dente sejam removidas 
separadamente com alavancas através da abertura gerada pela remoção 
óssea. Seccionamento do dente é feito com uma broca, e o dente é 
seccionadotrês quartos do caminho na direção da face lingual. Uma alavanca 
reta é inserida no slot feito pela broca e girada para dividir a raiz. O 
remanescente do dente é removido com uma alavanca. O dente mais difícil 
de remover é o de impactação distoangular. Depois que osso suficiente for 
removido dos lados vestíbulo-oclusal e distal do dente, a coroa é seccionada 
das raízes logo acima da linha cervical. 
Passo 4: Remoção do Dente Seccionado com a Alavanca 
A extração de terceiros molares maxilares é conseguida com alavancas retas 
pequenas, que luxam o dente vestibulodistalmente. A ponta da alavanca é 
inserida na região na linha mesiocervical, e força é aplicada para deslocar o 
dente na direção distovestibular. 
Passo 5: Preparação para Fechamento da Ferida 
Uma lima para osso é usada para alisar qualquer borda de osso afiada ou 
áspera, particularmente onde uma alavanca esteve em contato com osso. 
Uma irrigação final e uma inspeção cuidadosa devem ser feitas antes que a 
ferida seja fechada. O cirurgião deve se certificar de que existe hemostasia 
adequada. O fechamento da incisão feita para um terceiro molar impactado é 
usualmente fechamento primário. Se o retalho foi bem desenhado e não foi 
traumatizado durante o procedimento cirúrgico, ele irá encaixar em sua 
posição original. A sutura inicial deve ser colocada através do tecido inserido 
na face posterior do segundo molar. Se a incisão relaxante foi usada, atenção 
deve ser direcionada para o fechamento dessa porção também. 
 
MANEJO TRANSOPERATÓRIO DO PACIENTE 
Além do aumento da necessidade para controle de ansiedade, uma variedade 
de medicações é usada para controlar as sequelas da cirurgia de extração 
dos terceiros molares. O uso de anestésicos locais de longa duração deve ser 
considerado na mandíbula. Estes anestésicos dão ao paciente um período 
livre de dor de 6 a 8 horas, durante as quais receitas podem ser preenchidas 
e analgésicos tomados. Analgésicos começam a agir melhor quando o 
paciente começa a perceber o retorno da sensibilidade. Para minimizar o 
inchaço, comum após a remoção cirúrgica dos terceiros molares impactados, 
alguns cirurgiões-dentistas ministram corticoides parenterais. O paciente pode 
esperar uma pequena quantidade de edema na área da cirurgia por 3 a 4 
dias, com o inchaço se dissipando totalmente em cerca de 5 a 7 dias. 
Pacientes geralmente precisam de analgésicos potentes por 2 ou 3 dias 
rotineiramente e intermitentemente (especialmente na hora de dormir) por 
mais alguns dias. O paciente deve ter alguma dor leve na região de 2 a 3 
semanas após a cirurgia. Se a dor, edema, e o trismo, não melhoraram 
bastante em 7 dias após a cirurgia, o cirurgião deve investigar a causa. Todas 
as sequelas da remoção cirúrgica de dentes impactados são de menor 
intensidade em pacientes jovens e saudáveis e muito mais intensas em 
pacientes mais idosos e debilitados. Mesmo pacientes adultos saudáveis 
entre 35 e 40 anos de idade têm um período significativamente mais difícil 
após a extração de terceiros molares impactados do que a maioria dos 
adolescentes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAP.10 CONTROLE PÓS-OPERATÓRIO DO 
PACIENTE 
 
CONTROLE DA HEMORRAGIA PÓS-OPERATÓRIA 
Colocação de um pequeno pedaço de gaze diretamente sobre o alvéolo. 
Grandes rolos de gaze que cobrem toda a superfície oclusal dos dentes 
adjacentes ao local da extração não fazem pressão suficiente sobre o alvéolo 
sangrante e são, portanto, ineficazes A gaze deve estar úmida para que o 
sangue que está extravasando não coagule nela e o coágulo seja deslocado 
no momento de remoção da gaze. O paciente deve ser instruído a morder 
firmemente a gaze por pelo menos 30 minutos e não mastigá-la, deve segurar 
a gaze no lugar sem abrir ou fechar a boca e falar o mínimo possível durante 
duas a três horas. Além disso o controle pode ser atingido, se necessário, 
pelo paciente mordendo um sachê de chá, por 30 minutos. evitar fumar nas 
12 primeiras horas. deve ser instruído a não sugar um canudo quando beber. 
Os pacientes não devem cuspir nas primeiras 12 horas após a cirurgia. Por 
último, nenhum exercício extenuante deve ser feito nas primeiras 12 a 24 
horas após a extração. 
 
CONTROLE DE SEQUELAS PÓS-OPERATÓRIAS 
Dor e Desconforto 
A dor que o paciente pode sentir após um procedimento cirúrgico como a 
extração de um dente é altamente variável. Todos os pacientes devem 
receber instruções no que se refere aos analgésicos antes de serem 
liberados. O cirurgião-dentista deve advertir o paciente que o objetivo da 
medicação analgésica é o manejo da dor e não a eliminação de todo o 
desconforto. É útil que o cirurgião-dentista entenda as três características da 
dor que ocorre após uma extração de dente de rotina: (1) A dor não é intensa 
usualmente e pode ser manejada com analgésicos leves; (2) o pico da dor 
ocorre aproximadamente 12 horas após a extração e diminui rapidamente 
após isso; (3) dor significante resultante da extração raramente persiste por 
mais de dois dias após a cirurgia. A primeira dose da medicação analgésica 
deve ser dada antes dos efeitos da anestesia local diminuírem. Foi 
demonstrado que ibuprofeno é uma medicação efetiva para o controle de 
desconforto após a extração de um dente. Se esses procedimentos forem 
seguidos, analgésicos leves administrados por um tempo curto (normalmente 
não mais que dois a três dias) serão, normalmente, suficientes. 
Dieta 
Uma dieta de alta caloria, líquida ou pastosa, é o melhor nas primeiras 12 a 
24 horas. O paciente deve ter uma ingestão adequada de fluidos nas 
primeiras 24 horas, usualmente 2 litros (L) no mínimo. Os fluidos podem ser 
sucos, leite, água, ou qualquer outra bebida que o paciente queira tomar. Nas 
12 primeiras horas, a comida deve ser pastosa e fria. Comidas frias e geladas 
ajudam a manter o local da extração confortável. Sorvetes e milk-shakes, ao 
contrário de comidas sólidas, apresentam chances menores de causar trauma 
local ou iniciar episódios de sangramento. 
Higiene Oral 
No pós-operatório do dia da cirurgia, os pacientes podem escovar gentilmente 
os dentes afastados do local da extração. Eles devem evitar escovar os 
dentes adjacentes à área de extração para prevenir um novo episódio de 
sangramento, evitar mexer nas suturas e induzir mais dor. Se a higiene oral 
for difícil após extrações em múltiplas áreas da boca, lavagens da boca com 
agentes como peróxido de hidrogênio diluído podem ser feitas. 
Edema 
Gelo não deve ser colocado diretamente sobre a pele, sendo preferencial 
colocar uma camada de pano seco entre o tecido e o gelo, para prevenir dano 
do tecido superficial. A bolsa de gelo ou de ervilhas congeladas deve ser 
mantida no local por 20 minutos e então afastada por 20 minutos, por 12 a 24 
horas. Dormir em uma posição mais ereta, com o uso de travesseiros extras, 
irá ajudar a reduzir o edema facial. 
Prevenção e Reconhecimento da Infecção 
A medida mais importante na prevenção de infecção após a extração de 
rotina é o cirurgião-dentista aderir aos princípios básicos de cirurgia. No 
entanto, alguns pacientes, especialmente aqueles com resposta 
imunodeprimida, podem necessitar de antibioticoterapia para prevenir 
infecção. Nesses pacientes, antibióticos devem ser administrados antes do 
início do procedimento cirúrgico. Infecções após extrações de rotina não são 
comuns. Os sinais típicos são surgimento de febre, aumento do edema, 
eritema da pele, gosto desagradável na boca, ou piora da dor três a quatro 
dias após a cirurgia. Feridas orais infectadas aparentam inflamação e algum 
grau de purulência está normalmente presente. 
Trismo 
Extração de dentes, administração de um bloqueio mandibular, ou ambos, 
podem resultar em trismo (limitação da abertura da boca). O trismo resulta do 
trauma e da inflamação envolvendo os músculos damastigação. Também 
pode resultar de múltiplas injeções da anestesia local. O trismo normalmente 
não é severo e não atrapalha as atividades rotineiras dos pacientes. No 
entanto, para prevenir alarde, os pacientes devem ser avisados que esse 
fenômeno pode ocorrer e que deve se resolver em uma semana. 
Equimose 
Em alguns pacientes, sangue extravasa na submucosa e no subcutâneo, 
aparentando uma lesão nos tecidos orais, na face ou em ambos. Equimose 
não é algo perigoso e não aumenta a dor ou a chance de infecção. 
Normalmente, o surgimento de equimose acontece 2 a 4 dias após a cirurgia 
e usualmente se resolve em 7 a 10 dias. 
 
ACOMPANHAMENTO PÓS-OPERATÓRIO 
Todos os pacientes vistos por cirurgiões novatos devem ter uma consulta de 
retorno marcada para que o cirurgião-dentista possa checar seu progresso 
após a cirurgia e saber qual é a aparência de um alvéolo que está 
cicatrizando normalmente. Se um paciente que passou por uma cirurgia 
começar a desenvolver edema com eritema superficial, febre, dor, ou todos 
esses sintomas no terceiro dia de pós-operatório ou depois, 
deve-se presumir que o paciente desenvolveu uma infecção até que se prove 
o contrário. Dor pós-operatória que diminui no início, mas que começa a 
aumentar no terceiro ou quarto dia, sem inchaço ou outros sinais de infecção 
é, provavelmente, sintoma de uma alveolite. 
 
NOTA OPERATÓRIA 
O cirurgião-dentista deve anotar nos registros uma nota do que se passou em 
cada uma das visitas. Sempre que uma cirurgia for efetuada, algumas 
informações críticas devem entrar nas anotações. A primeira é a data da 
operação e uma breve identificação do paciente; então, o cirurgião-dentista 
deve declarar o diagnóstico e o motivo da extração (p.ex., dentes não 
restauráveis graças a cáries ou doença periodontal grave). Comentários 
pertinentes em relação ao histórico médico do paciente, medicações e sinais 
vitais também devem entrar nas anotações. O exame oral feito no momento 
da cirurgia deve ser brevemente documentando no registro. O cirurgião-
dentista deve registrar o tipo e quantidade de anestesia usada. Por exemplo, 
se o fármaco prescrito foi lidocaína com um vasoconstritor, o cirurgião-
dentista deve registrar a dosagem de lidocaína e de epinefrina em miligramas. 
O cirurgião-dentista deve, então, escrever uma pequena nota sobre o 
procedimento realizado e quaisquer complicações que ocorreram. Um 
comentário em relação às instruções dadas ao paciente no momento de sua 
liberação, incluindo instruções pós-operatórias, deve ser registrado. As 
medicações prescritas devem ser listadas, incluindo nome do fármaco, sua 
dose e o número total de comprimidos. Alternativamente, uma cópia da 
prescrição pode ser adicionada ao registro. Por último, a necessidade de uma 
visita de acompanhamento é registrada. 
 
Elementos da Nota Operatória 
1. Data 
2. Nome e identificação do paciente 
3. Diagnóstico do problema que será tratado cirurgicamente 
4. Revisão do histórico médico, medicações e sinais vitais 
5. Exame oral 
6. Anestesia (quantidade utilizada) 
7. Procedimento (incluindo a descrição da cirurgia e complicações) 
8. Instruções no momento da liberação 
9. Medicações prescritas e sua quantidade (ou anexar cópia da prescrição) 
10. Necessidade de consulta de acompanhamento 
11. Assinatura (legível ou nome impresso abaixo) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAP.11 PREVENÇÃO E TRATAMENTO DAS 
COMPLICAÇÕES DE EXTRAÇÕES 
 
PREVENÇÃO DE COMPLICAÇÕES 
A prevenção de complicações cirúrgicas é mais bem realizada por um 
planejamento pré-operatório aprofundado e compreensivo, seguido por uma 
execução cautelosa do procedimento cirúrgico. Os cirurgiões-dentistas devem 
realizar as cirurgias que estejam dentro dos limites de suas capacidades. No 
planejamento de um procedimento cirúrgico, o primeiro passo é sempre uma 
revisão completa da história médica do paciente. Uma das principais formas 
de prevenir complicações é com a obtenção de imagens adequadas e sua 
revisão cuidadosa. Radiografias devem incluir toda a área de cirurgia, bem 
como os ápices das raízes a serem extraídos e as estruturas locais e 
regionais, comportando as partes adjacentes do seio maxilar ou do canal 
alveolar inferior. Depois de um adequado histórico médico ter sido realizado e 
de serem tiradas radiografias, sendo estas analisadas, o cirurgião pode 
realizar o planejamento pré-operatório. Este não é simplesmente a 
preparação de um plano cirúrgico detalhado e instrumentação necessária, 
mas também um plano de conduta contra a dor e a ansiedade do paciente, 
assim como de recuperação pós-operatória (instruções e cuidados 
específicos para cada paciente e sua atividade normal). Finalmente, para 
manter um mínimo de complicações, o cirurgião deve sempre seguir os 
princípios cirúrgicos básicos. Deve haver clara visualização e acesso ao 
campo operatório, que requer adequadas luz, retração dos tecidos moles 
(incluindo lábios, bochechas, língua e bordas dos tecidos moles) e aspiração. 
cirurgião deve seguir os princípios de assepsia, manejo atraumático dos 
tecidos, hemostasia, e desbridamento da ferida após o procedimento 
cirúrgico. A violação desses princípios leva a aumento da incidência e da 
severidade das complicações cirúrgicas. 
 
LESÕES A TECIDOS MOLES 
Lesões a tecidos moles da cavidade oral são quase sempre resultado de falta 
da atenção do cirurgião no manejo da mucosa, naturalmente delicada; uma 
tentativa de cirurgia com um acesso inadequado, pressa durante a cirurgia ou 
uso de força excessiva ou descontrolada. 
Prevenção de Lesões a Tecidos Moles 
1. Prestar estrita atenção às lesões em tecidos moles. 
2. Realizar um retalho adequado. 
3. Usar o mínimo de força para retração dos tecidos moles. 
Laceração do Tecido Mucoso 
A lesão mais comum ao tecido mole durante a cirurgia oral é a laceração da 
mucosa durante a extração de um dente. Isso resulta em um esgarçamento, 
geralmente na extremidade da incisão. A prevenção dessa complicação é 
tripla: (1) a criação de tamanho adequado de descolamento do tecido para 
evitar excesso de tensão nele, (2) o uso de quantidade controlada de força 
para retração do retalho e (3) a criação de incisões de alívio, quando indicado. 
Se uma laceração ocorre no retalho, este deve ser cuidadosamente 
reposicionado, uma vez que a cirurgia esteja concluída. Na maioria dos 
pacientes, a sutura cuidadosa da laceração resulta em adequada cicatrização, 
mesmo que um pouco mais lenta. Se a laceração for especialmente irregular, 
o cirurgião pode considerar a excisão das bordas laceradas da mucosa para 
criar uma borda mais suave antes do encerramento e da sutura. 
Feridas Puntiformes 
A segunda lesão dos tecidos moles que ocorre com alguma frequência é a 
punção inadvertida dos tecidos moles. Instrumentos como a alavanca reta ou 
um descolador de periósteo podem deslizar do campo cirúrgico e perfurar ou 
lacerar o tecido mole adjacente. Se o instrumento desliza do dente ou osso, 
os dedos do cirurgião podem pegar no lado operacional antes de a lesão 
ocorrer. Se um ferimento ocorrer na mucosa, o tratamento que se seguirá 
será destinado principalmente à prevenção de infecção, permitindo que ocorra 
cicatrização, geralmente por segunda intenção. Se a ferida sangrar 
excessivamente, deve ser controlada por aplicação de pressão direta sobre 
ela. 
Abração ou Esgarçamento 
As abrasões ou esgarçamentos nos lábios, cantos da boca ou bordas 
normalmente resultam da fricção causada pela rotação da haste da broca no 
tecido mole, ou a partir do contato de um afastador de metal com tecidos 
moles Geralmente, essas feridas cicatrizam em quatro a sete dias 
(dependendo da profundidade do dano) sem deixar cicatrizes. Se tal abrasão 
ou queimadura se desenvolve na pele, o cirurgião-dentistadeve aconselhar o 
paciente a mantê-la coberta com uma pomada antibiótica. 
 
COMPLICAÇÕES COM UM DENTE DURANTE A EXTRAÇÃO 
Fratura da Raiz 
O problema mais comum associado ao dente a ser extraído é a fratura de 
suas raízes. Raízes longas, curvas ou divergentes que se encontram em osso 
denso são as mais propensas a fraturar. O principal método para prevenir a 
fratura das raízes é executar uma cirurgia da maneira descrita nos capítulos 
anteriores ou utilizar técnicas de extração abertas e remoção óssea para 
diminuir a quantidade de força necessária para remover o dente. 
Prevenção de Fratura e Deslocamento Radicular 
1. Sempre considerar a possibilidade da fratura radicular. 
2. Utilizar a técnica de extração indicada (p. ex., aberta) se houver grande 
possibilidade de a fratura existir. 
3. Nunca utilizar muita força em direção apical para raízes fraturadas. 
Deslocamento Radicular 
A raiz do dente mais comumente deslocada em espaços anatômicos 
desfavoráveis é a raiz do molar superior, quando é forçada ou perdida no seio 
maxilar. Ela pode ser uma ponta de raiz de vários milímetros (mm) ou uma 
raiz de dente inteira. O cirurgião deve em seguida avaliar se estava havendo 
alguma infecção do dente ou tecidos periapicais. Em primeiro lugar, uma 
radiografia da raiz do dente fraturado deve ser realizada para documentar sua 
posição e tamanho. Uma vez que tenha sido 
realizada, o cirurgião deve irrigar através da pequena abertura do ápice e, em 
seguida, sugar a solução irrigadora do seio por meio da tomada por meio 
dessa abertura. Esta ocasionalmente é expulsa do seio através do ápice. O 
cirurgião deve verificar a solução que foi sugada e confirmar 
radiograficamente se a raiz foi removida. Se essa técnica não obtiver 
sucesso, nenhum outro procedimento cirúrgico adicional deve ser realizado 
através dessa abertura no ápice, e a ponta da raiz deve ser deixada no seio. 
ponta da raiz, se pequena, não infeccionada pode ser deixada no local porque 
é improvável de causar qualquer sequela problemática. Se o fragmento for 
grande ou todo o dente tiver se deslocado para o interior do seio maxilar, ele 
deve ser removido. Normalmente, o método Caldwell-Luc é a conduta com a 
qual se chega ao seio maxilar pela região de fossa canina, seguida pela 
remoção do dente. Os terceiros molares impactados estão ocasionalmente 
deslocados para dento do seio maxilar (que devem ser removidos via manejo 
de Caldwell-Luc). Mas, se o deslocamento ocorrer, é mais provável que este 
se encontre no espaço infratemporal. Durante a luxação do dente, a alavanca 
pode forçá-lo para posterior através do periósteo até a fossa infratemporal. Se 
um bom e iluminado acesso estiver disponível, o cirurgião deve fazer um 
único esforço para a remoção do dente com pinça de hemostática. No 
entanto, se o dente não estiver normalmente visível, ou uma sondagem, às 
cegas resulta em deslocamento maior. Durante a cicatrização inicial, uma 
fibrose pode ocorrer e estabilizar o dente firmemente na posição. O dente é 
removido posteriormente pelo cirurgião bucomaxilofacial depois de sua 
localização radiográfica. A fratura das raízes dos molares mandibulares que 
estão sendo removidos com pressão apical pode se deslocar através da 
parede cortical lingual para dentro do espaço submandibular. procedimento 
normalmente usual para remoção de tal ponta da raiz é a pressão digital pelo 
tecido mole da face lingual da mandíbula gentilmente dissecada através do 
mucoperiósteo até que a o ápice da raiz seja encontrada. Assim como os 
dentes deslocados para o seio maxilar, se o fragmento radicular for pequeno 
e não estiver infeccionado no pré-operatório, o cirurgião bucomaxilofacial 
pode eleger deixar a raiz na posição, porque a tentativa cirúrgica de 
recuperação da raiz pode ser um procedimento extenso ou com sério risco de 
lesões ao nervo lingual. 
Dente Perdido na Faringe 
Ocasionalmente, a coroa de um dente ou o dente inteiro pode se perder dento 
da faringe. Se isso ocorrer, o paciente deve ser girado pelo cirurgião e 
colocado em uma posição em que a boca fique virada para o chão o máximo 
que conseguir. Deve ser encorajado a tossir e cuspir o dente no chão. O 
reflexo de aspiração pode por vezes ser usado para ajudar a remover o dente. 
No entanto, se o paciente tiver um episódio violento de tosse ou falta de ar, o 
dente pode ter sido aspirado através das cordas vocais, pela traqueia, e desta 
para os brônquios principais. Nesses casos, o paciente deve ser transportado 
para um centro de emergência, e radiografias de tórax e abdome devem ser 
realizadas para determinar a localização do dente. Se dente tiver sido 
engolido, é alta a probabilidade de que ele passe pelo trato gastrointestinal 
entre dois a quatro dias. 
 
LESÕES AO DENTE ADJACENTE 
O cirurgião deve tomar cuidado para evitar 
chegar muito próximo ao dente adjacente quando estiver removendo 
cirurgicamente um elemento. Isso normalmente requer do cirurgião manter 
certo foco nas estruturas adjacentes do sítio da cirurgia. 
 Fratura ou Deslocamento de uma Restauração Adjacente 
A prevenção da fratura, assim como o deslocamento desta, é primeiramente 
alcançada, evitando a aplicação de instrumentos ou força sobre as 
restaurações. Isso significa que a alavanca reta deve ser usada com grande 
cautela, sendo inserida inteiramente dentro do espaço do ligamento 
periodontal. O paciente deve ser informado se a fratura do dente ou da 
restauração ocorreu e uma troca da restauração é necessária. 
Luxação de um Dente Adjacente 
O uso inapropriado de instrumentos para extração pode luxar um dente 
adjacente. A luxação é prevenida por um uso criterioso de força nas 
alavancas e fórceps. Se um dente adjacente estiver significativamente luxado 
ou parcialmente avulsionado, o principal tratamento é seu reposicionamento 
até o lugar apropriado e sua estabilização até que a cicatrização adequada 
ocorra. Isso normalmente requer que o dente seja simplesmente 
reposicionado na cavidade alveolar e deixado em repouso. Ocasionalmente, o 
dente luxado apresenta mobilidade. Se esse for o caso, o dente deve ser 
estabilizado com uma fixação semirrígida para manter o dente em sua 
posição. Um simples fio de seda que atravessa a oclusal do dente e é 
suturado na gengiva adjacente em geral é suficiente. 
Extração de um Dente Errado 
Esse problema pode ser resultado de atenção inadequada à avaliação no pré-
operatório. Se o dente a ser extraído estiver seriamente cariado, é menos 
provável que o dente errado seja extraído. Uma razão comum para a remoção 
de um dente errado é quando um cirurgião-dentista remove o dente para 
outro cirurgião-dentista. Se o dente errado for extraído e o cirurgião perceber 
esse erro imediatamente, o dente deve ser reposicionado rapidamente no 
interior da cavidade alveolar. Um reimplante de dente extraído depois de seco 
não terá sucesso se reimplantado. E, se o caso não envolver cuidados 
ortodônticos, um implante dental com uma coroa pode restaurar totalmente a 
oclusão do paciente antes de ele ser inadvertidamente extraído. 
 
LESÕES A ESTRUTURAS ÓSSEAS 
Fratura do Processo Alveolar 
A causa mais comum da fratura do processo alveolar é o uso de força 
excessiva com fórceps, o qual fratura a parede cortical. Se o excesso de força 
for necessário para remover o dente, um retalho de tecido mole pode ser 
realizado, e a quantidade de osso que deve ser removida pode ser controlada 
até que o dente possa ser extraído ou, no caso de dentes multirradiculares, a 
secção das raízes seja possível. Os locais mais prováveis para fraturas 
ósseas são: a parede cortical vestibular sobre o canino, a parede cortical 
bucal dos molares superiores (especialmente os primeiros molares), as 
porções do assoalho dos seios maxilares associados aos molares superiores, 
a tuberosidade maxilar e o osso labial dos incisivos mandibulares. Os locais 
mais prováveispara fraturas ósseas são: a parede cortical vestibular sobre o 
canino, a parede cortical bucal dos molares superiores (especialmente os 
primeiros molares), as porções do assoalho dos seios maxilares associados 
aos molares superiores, a tuberosidade maxilar e o osso labial dos incisivos 
mandibulares. 
Fratura da Tuberosidade Maxilar 
Se grande porção dessa tuberosidade for removida junto com o dente maxilar, 
a estabilidade da prótese poderá ser comprometida. Uma abertura no seio 
maxilar pode também ser criada. No entanto, se a tuberosidade estiver com 
mobilidade excessiva e não puder ser dissecada do dente, o cirurgião tem 
várias opções. A primeira opção é fixar o dente a ser extraído aos dentes 
adjacentes e adiar a extração por seis a oito semanas; ao longo desse tempo, 
ocorrerá a cicatrização óssea. O dente é então extraído com uma técnica 
cirúrgica aberta. A segunda opção é seccionar a coroa do dente das raízes e 
permitir que a tuberosidade e as raízes seccionadas cicatrizem. Depois de 
seis a oito semanas, o cirurgião pode remover as raízes dentárias de forma 
mais usual. Se a tuberosidade estiver completamente separada do tecido 
mole, as técnicas usuais utilizadas devem ser alisar as arestas do osso 
remanescente e reposicionar e suturar o tecido mole remanescente. 
 
LESÕES ÀS ESTRUTURAS ADJACENTES 
Durante o processo de extração dentária, é possível haver lesões aos tecidos 
adjacentes. Um cirurgião prudente avalia, durante o pré-operatório, todas as 
áreas e planeja um procedimento cirúrgico com menor chance de lesões a 
esses tecidos. 
Lesão a Estruturas Nervosas Regionais 
Os nervos nasopalatinos e bucal são frequentemente seccionados durante a 
criação de um retalho para remoção de um dente impactado. A área de 
inervação sensorial desses dois nervos é relativamente pequena, e a 
reinervação das áreas afetadas normalmente ocorre rapidamente. A remoção 
cirúrgica das raízes dos pré-molares mandibulares ou dos pré-molares 
impactados, ou as cirurgias periapicais na área do nervo mentoniano e do 
forame mentoniano devem ser realizadas com grande cautela. O nervo lingual 
é em geral localizado anatomicamente diretamente contra a face lingual da 
mandíbula na região do sítio retromolar. Finalmente, o nervo alveolar inferior 
pode ser traumatizado ao longo de seu trajeto dentro do canal ósseo. O lugar 
mais comum para esse tipo de lesão é a área de terceiros molares 
mandibulares. 
Lesão à Articulação Temporomandibular 
Se o paciente reclamar de dor na área da ATM imediatamente após o 
procedimento de extração, o cirurgião deve recomendar o uso de compressas 
úmidas no local, repouso mandibular, dieta leve e 600 a 800 mg de ibuprofeno 
a cada quatro horas por alguns dias. Os pacientes que não tolerarem 
medicamentos anti-inflamatórios não esteroidais devem utilizar de 500 a 
1.000 mg de acetaminofeno. 
 
COMUNICAÇÕES OROANTRAIS 
A remoção dos molares superiores ocasionalmente resulta em comunicação 
entre a cavidade oral e o seio maxilar. Se esse problema ocorrer, as medidas 
apropriadas são a necessidade de prevenir uma variedade de sequela. As 
duas sequelas mais preocupantes são (1) sinusite pós-operatória e (2) 
formação de fístula crônica oroantral. A probabilidade de que esses dois 
problemas ocorram está relacionada com o tamanho da comunicação 
oroantral e a conduta após a exposição do seio. Esse teste envolve apertar as 
narinas juntas para ocluir o nariz do paciente e pedir que o paciente assopre 
suavemente através do nariz enquanto o cirurgião observa a área da extração 
dentária. Se a comunicação existir, haverá passagem do ar através do alvéolo 
dentário e borbulhar do sangue na área do alvéolo. A maioria das 
comunicações oroantrais tratadas com o método recomendado cicatriza sem 
complicações. Os pacientes devem seguir cuidadosamente por várias 
semanas para assegurar que a cicatrização ocorreu. Mesmo em pacientes 
que retornam em poucos dias com uma pequena comunicação, esta em geral 
cicatriza espontaneamente se não houver sinusite maxilar. 
 
SANGRAMENTO PÓS-OPERATÓRIO 
Extração de dentes é um procedimento cirúrgico que apresenta um grande 
desafio para o mecanismo hemostático do corpo. Existem diversas razões 
para esse desafio: (1) os tecidos da boca, maxila e mandíbula são altamente 
vascularizados; (2) a extração de um dente deixa uma ferida aberta, com 
tecidos moles e osso remanescente aberto, o que permite que o sangue 
continue escorrendo e sangrando; (3) é quase impossível utilizar algum 
material, como curativo com pressão suficiente e selamento, para prevenir um 
sangramento adicional durante a cirurgia; (4) os pacientes tendem a explorar 
a área da cirurgia com suas línguas e ocasionalmente deslocam o coágulo de 
sangue, o que inicia um sangramento secundário, e a língua pode também 
causar sangramento secundário pela criação de uma pequena pressão 
negativa que desloca o coágulo de sangue do alvéolo; e (5) as enzimas 
salivares podem agir lizando o coágulo de sangue antes que este tenha se 
organizado e antes do início de formação do tecido de granulação. 
Prevenção d o Sangramento Pós-operatório 
1. Obter histórico de sangramento. 
2. Utilizar técnicas cirúrgicas atraumáticas. 
3. Obter boa hemostasia durante a cirurgia. 
4. Promover excelentes instruções para o paciente. 
 
CICATRIZAÇÃO RETARDADA E INFECÇÃO 
Infecção 
A causa mais comum para o retardo da cicatrização tecidual é uma infecção. 
As infecções são uma rara complicação depois de uma extração dentária de 
rotina e são primariamente vistas em cirurgias orais que envolvem 
deslocamento das bordas dos tecidos e remoção de tecido ósseo. Uma 
assepsia cuidadosa e por meio de cirurgia por retalho e debridamento depois 
da cirurgia podem ser o melhor modo de prevenir uma infecção em áreas de 
retalhos mucosos. Isso significa que a área de osso removida abaixo do 
retalho tecidual deve ser copiosamente irrigada com baixa pressão e que uma 
solução salina e todos os debris visíveis devem ser removidos com cureta. 
Alguns pacientes são predispostos a infecções e ferimentos pós-operatórios 
devem receber antibioticoterapia profilática no pré-operatório. 
Deiscência da Ferida 
Outro problema que pode atrasar a cicatrização é a deiscência da ferida 
(separação das bordas das feridas;. Se o retalho de tecido mole é recolocado 
e suturado sem adequado ajuste ósseo, um retalho de tecido mole não 
apoiado pode decair e se separar ao longo da linha de incisão. A segunda 
causa para uma deiscência é uma sutura das bordas da ferida sob muita 
pressão. Isso ocorre quando o cirurgião deve puxar bastante as bordas da 
ferida para que possa juntar as bordas do retalho com sutura. 
Prevenção da Deiscência da Ferida 
1. Utilizar técnicas assépticas. 
2. Realizar cirurgia atraumática. 
3. Fechar a incisão acima do osso intacto. 
4. Suturar sem tensão. As duas principais opções de tratamento são (1) 
simplesmente deixar a projeção ou (2) 
regularizá-la com lima para osso. 
Alvéolo Seco 
O alvéolo seco, ou osteíte alveolar, é um atraso na cicatrização, mas não é 
associado a uma infecção. Essa complicação pós-operatória causa dor 
moderada a intensa mas sem que tenha sinais ou sintomas característicos de 
infecção, como febre, edema e eritema. Depois do procedimento cirúrgico, a 
ferida deve ser irrigada abundantemente com grande quantidade de soro sob 
pressão, com algo como uma seringa plástica. O tratamento correto é a 
irrigação e a inserção de medicamento no alvéolo. Primeiro, o alvéolo dentário 
é gentilmente irrigado com solução salina estéril. O alvéolo não deve ser 
curetado diretamente no osso, porque aumenta a quantidade de osso exposto 
e de dor. 
 
FRATURA DA MANDÍBULA 
A fratura da mandíbula durante a extração é uma complicação rara; é 
associada quase exclusivamente à remoção cirúrgica dos terceiros molares 
impactados. A fratura da mandíbula é normalmente resultadode uma 
aplicação de força excessiva necessária para a remoção do dente e 
frequentemente ocorre durante o uso de alavancas dentárias. No entanto, 
quando os terceiros molares inferiores estão profundamente impactados, 
mesmo pequenas quantidades de força podem causar fratura. As fraturas 
podem também ocorrer durante a remoção de um dente impactado de uma 
mandíbula gravemente atrófica. Assim que esse tipo de fratura ocorrer, ela 
deve ser tratada pelos métodos usualmente aplicados para o tratamento de 
fraturas ósseas. Essas fraturas devem ser adequadamente reduzidas e 
estabilizadas. Usualmente, isso significa que o paciente deverá ser 
encaminhado para um cirurgião bucomaxilofacial para o cuidado definitivo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAP.12 CIRURGIA PRÉ-PROTÉTICA 
Após a perda dos dentes naturais, as alterações ósseas nos maxilares se 
iniciam imediatamente. Pelo fato de o osso alveolar não responder mais às 
tensões exercidas nessa área pelos dentes e ligamentos periodontais, ele 
começa a ser reabsorvido. Os resultados dessa reabsorção são acelerados 
pelo uso de próteses e tendem a afetar a mandíbula mais severamente do 
que a maxila por causa da área superficial mais reduzida e da distribuição 
menos favorável das forças oclusais. 
OBJETIVOS DA CIRURGIA PRÉ-PROTÉTICA 
É a restauração protética e a reabilitação do sistema mastigatório em 
pacientes edêntulos ou parcialmente edêntulos. Fatores sistêmicos gerais e 
fatores locais são responsáveis pela variação na quantidade e no padrão de 
reabsorção óssea alveolar. Os fatores sistêmicos incluem anormalidades 
nutricionais e doenças ósseas sistêmicas, como osteoporose, disfunção 
endócrina ou qualquer outra condição sistêmica que possa afetar o 
metabolismo ósseo. Os fatores locais que afetam a reabsorção do rebordo 
alveolar incluem as técnicas de alveoloplastia usadas no momento da 
remoção do dente e o trauma local associado à perda de osso alveolar. 
Variações na estrutura facial podem contribuir para os padrões de reabsorção 
de duas maneiras: (1) o volume real de osso presente nos rebordos 
alveolares varia com o formato da face; e (2) indivíduos com ângulos do 
plano mandibular baixos e ângulos gonianos mais agudos são capazes de 
gerar forças mastigatórias maiores e com isso exercer maiores pressões 
sobre as áreas dos rebordos alveolares. O objetivo da cirurgia pré-protética é 
criar estruturas de suporte adequadas para a instalação subsequente de 
aparelhos protéticos. 
PRINCÍPIOS DE AVALIAÇÃO DO PACIENTE E PLANO DE TRATAMENTO 
O tratamento cirúrgico pré-protético deve iniciar-se com a história clínica e o 
exame físico completo do paciente, queixa principal do paciente, objetivos 
funcionais e estéticos do paciente, avaliação completa da saúde geral .Um 
exame intra e extraoral do paciente deve incluir uma avaliação das relações 
oclusais existentes, se houver dentes remanescentes, a quantidade e o 
contorno do osso remanescente, a qualidade do tecido mole que recobre a 
área chapeável, a profundidade de vestíbulo, a localização das inserções 
musculares, as relações intermaxilares e a presença de condição patológica 
do tecido mole ou ósseo. 
Avaliação do Tecido Ósseo de Suporte 
 A avaliação do tecido ósseo de suporte deve incluir inspeção visual, 
palpação, exame radiográfico e, em alguns casos, avaliação de modelos. 
Avaliação do Tecido Mole de Suporte 
 A avaliação da qualidade do tecido da área de suporte primário que recobre o 
rebordo alveolar é de extrema importância. A quantidade de tecido 
queratinizado firmemente aderido ao osso subjacente na área de suporte da 
prótese deve ser distinguida do tecido pobremente queratinizado ou móvel. A 
palpação pode revelar um tecido fibroso hipermóvel inadequado para a 
estabilidade da base da prótese. 
Plano de Tratamento 
O plano de tratamento mais apropriado deve considerar a altura, a largura e o 
contorno do rebordo. Muitos outros fatores também devem ser considerados: 
em um paciente idoso com reabsorção óssea moderada, a cirurgia de tecido 
mole isoladamente pode ser suficiente para melhorar a função da prótese. 
 
RECONTORNO DOS REBORDOS ALVEOLARES 
 Irregularidades do osso alveolar encontradas no momento da extração 
dentária ou após um período de cicatrização inicial requerem recontorno 
antes da confecção da prótese final. Esta seção se concentra principalmente 
no preparo de rebordos para próteses removíveis, mas também considera a 
possibilidade de instalação de futuros implantes e a clara necessidade de se 
conservar osso e tecido mole tanto quanto possível. 
Alveoloplastia Simples Associada à Remoção de Múltiplos Dentes 
A forma mais simples de alveoloplastia consiste na compressão das paredes 
laterais do alvéolo dentário após extração dentária simples. As áreas ósseas 
que necessitam de recontorno devem ser expostas usando-se um retalho tipo 
envelope e uma incisão mucoperiosteal ao longo da crista do rebordo. O 
recontorno pode ser realizado com uma pinça-goiva, uma lima para osso ou 
uma broca para osso em uma peça de mão, individualmente ou combinadas 
(Deve-se usar irrigação abundante com soro fisiológico durante o 
procedimento de recontorno para evitar sobreaquecimento e necrose óssea. 
Após o recontorno, o retalho deve ser reaproximado com pressão digital, e o 
rebordo, palpado para assegurar que todas as irregularidades tenham sido 
removidas e as margens do tecido podem ser reaproximadas com suturas 
interrompidas ou contínuas. 
Alveoloplastia Intrasseptal 
Ou técnica de Dean, que envolve a remoção de osso intrasseptal e o 
reposicionamento do osso cortical vestibular, em vez da remoção de áreas 
excessivas ou irregulares da cortical vestibular. Após a exposição da crista 
do rebordo alveolar pelo deslocamento do mucoperiósteo, pode-se usar uma 
pequena pinça-goiva para remover a porção intrasseptal do osso alveolar. 
Depois da remoção óssea adequada, deve-se fazer pressão digital suficiente 
para fraturar a tábua cortical vestibular do rebordo alveolar, a fim de 
aproximá-la da tábua palatina. Usando-se uma broca ou um osteótomo 
inserido através da área distal da extração, corta-se a cortical vestibular sem 
perfuração da mucosa vestibular. É necessário pressão digital na face 
vestibular do rebordo para determinar quando a osteotomia está completa e 
para garantir que a mucosa não seja danificada. Após o reposicionamento da 
tábua cortical vestibular, podem-se remodelar pequenas áreas de 
irregularidades ósseas com uma lima para osso e reaproximar a mucosa 
alveolar com técnicas de sutura contínuas ou interrompidas. 
Redução da Tuberosidade Maxilar (Tecido Duro) 
A cirurgia pode ser realizada sob anestesia local infiltrativa ou por bloqueio 
dos nervos alveolar superior posterior e palatino maior. Consegue-se acesso 
à tuberosidade para remoção óssea por incisão sobre a crista que se estende 
até a região posterior da tuberosidade com lâmina de bisturi n ° 12. Pode-se 
remover o osso utilizando-se uma pinça-goiva ou instrumentos rotatórios, com 
cuidado para evitar a perfuração do assoalho do seio maxilar.. Depois que a 
quantidade necessária de osso tiver sido removida, a área deve ser 
regularizada com uma lima para osso e abundantemente irrigada com soro 
fisiológico. O retalho mucoperiosteal pode, então, ser readaptado. . É 
importante que o fechamento dessa área fique livre de tensões. 
Exostose Vestibular e Irregularidades Excessivas 
Deve-se infiltrar anestésico local ao redor da área que requer redução óssea. 
Faz-se incisão sobre o rebordo, estendendo-se de 1 a 1,5 cm além das 
margens da área quenecessita de osteoplastia, e um retalho mucoperiosteal 
de espessura total deve ser deslocado para expor as áreas de exostose 
óssea. Se as áreas de irregularidades forem pequenas, o uso de lima para 
osso pode ser suficiente; áreas maiores podem necessitar de pinça-goiva ou 
instrumento rotatório. Usam-se técnicas de suturas contínuas ou 
interrompidas para fechar a incisão no tecido mole. 
Exostose Palatina Lateral 
São necessárias anestesia local na área do forame palatino maior e infiltração 
na área da incisão. Faz-se uma incisão sobre o rebordo da região posterior da 
tuberosidade, estendendo-se ligeiramente além da área anterior da exostose 
que requer osteoplastia. O deslocamento do mucoperiósteo em direção 
palatina deve ser feito com atenção cuidadosa à área do forame palatino para 
evitar danos aos vasos sanguíneos que deixam o forame em direção anterior. 
Após exposição adequada, pode-se usar um instrumento rotatório ou lima 
para osso para remover o excesso de osso nessa área. Deve-se irrigar a área 
com soro fisiológico e fechá-la com suturas contínuas ou interrompidas. 
Redução da Crista Milo-hióidea 
Para a redução da crista milo-hióidea, são necessários os bloqueios dos 
nervos alveolar inferior, bucal e lingual. Faz-se uma incisão linear sobre a 
crista do rebordo na região posterior da mandíbula. A extensão da incisão 
demasiadamente para a face lingual deve ser evitada por causa do potencial 
trauma ao nervo lingual. Desloca-se o retalho mucoperiosteal de espessura 
total, que expõe a área da crista milo-hióidea e as inserções do músculo 
milohióideo. Removem-se as fibras do músculo milo-hióideo da crista por 
meio de uma incisão cortante da inserção muscular em sua origem óssea. 
Após o deslocamento do músculo, pode-se usar um instrumento rotatório com 
proteção cuidadosa do tecido mole ou uma lima para osso para remover a 
proeminência pontiaguda da crista milo-hióidea. Deve-se recolocar 
imediatamente a prótese, pois isso pode facilitar o reposicionamento mais 
inferior da inserção muscular. 
Redução do Tubérculo Geniano 
Quando o processo de reabsorção se inicia na mandíbula, a área de inserção 
do músculo genioglosso na porção anterior da mandíbula pode se tornar 
extremamente proeminente. A infiltração anestésica local e o bloqueio 
bilateral do nervo lingual promovem anestesia adequada. Faz-se uma incisão 
sobre a crista de cada área de pré-molar até a linha média da mandíbula. 
Desloca-se o retalho mucoperiosteal de espessura total lingualmente para 
expor o tubérculo geniano. A inserção do músculo genioglosso pode ser 
removida com uma dissecção cortante. O alisamento com broca ou pinça-
goiva, seguido de lima para osso, remove o tubérculo geniano. Deixa-se o 
músculo genioglosso se reinserir de maneira aleatória. Assim como com a 
redução do músculo milo-hióideo e da crista milo-hióidea, um procedimento 
para reduzir o assoalho da boca também pode trazer benefícios à porção 
anterior da mandíbula. 
 
REMOÇÃO DE TORUS 
Torus Maxilares 
O bloqueio dos nervos palatinos maiores e incisivo e a infiltração local 
promovem a anestesia necessária para a remoção do torus. Geralmente, faz-
se necessária uma incisão linear na linha média do torus, com incisões 
relaxantes oblíquas em uma ou nas duas extremidades. podem-se usar um 
osteótomo e um martelo para remover a massa óssea. Para torus mais largos, 
geralmente é melhor seccioná-los em múltiplos fragmentos com uma broca 
em uma peça de mão. sutura livre de tensões sobre toda a área de osso 
exposto. 
Torus Mandibulares 
Injeções anestésicas nos nervos alveolar inferior e lingual, bilateralmente, 
promovem anestesia adequada para a remoção dos torus. Deve-se fazer uma 
incisão sobre a crista do rebordo, estendendo-se 1 a 1,5 cm além de cada 
margem dos torus a serem removidos. Quando o torus tem uma base 
pediculada pequena, pode-se usar um martelo e um osteótomo para clivá-lo 
pela face medial da mandíbula. 
 
ANORMALIDADES DO TECIDO MOLE 
São as lesões inflamatórias, como a hiperplasia fibrosa inflamatória do 
vestíbulo e a hiperplasia papilar inflamatória do palato, e as inserções 
anormais de músculos e freios. 
Redução da Tuberosidade Maxilar (Tecido Mole) 
Uma infiltração anestésica local na região posterior da maxila é suficiente 
para redução da tuberosidade. Faz-se uma incisão elíptica inicial sobre a área 
da tuberosidade que necessita de redução e se remove essa porção de 
tecido. Após a remoção do tecido, as margens medial e lateral da excisão 
devem ser afinadas para remover o excesso de tecido mole, o que promove 
uma redução extra de tecido mole e permite fechamento do tecido livre de 
tensões. Isso pode ser realizado por meio de pressão digital sobre a 
superfície da mucosa do tecido adjacente enquanto o tecido é excisado 
tangencialmente à superfície da mucosa. Depois que os retalhos são 
afinados, pode-se utilizar pressão digital para aproximar o tecido com o 
objetivo de avaliar a redução vertical que foi realizada. Se a redução do tecido 
foi adequada, sutura-se a área com técnicas de sutura contínua ou 
interrompida. Se foi removido tecido em excesso, não se deve tentar fechar a 
ferida por primeira intenção. 
Redução da Papila Retromolar Mandibular 
A anestesia local infiltrativa da área que requer excisão é suficiente. Faz-se 
uma incisão elíptica para excisar a maior área de espessura de tecido na 
região posterior mandibular. Afinam-se levemente as áreas adjacentes, sendo 
a maioria da redução tecidual pela face vestibular. A remoção excessiva de 
tecido na região submucosa do retalho lingual pode resultar em danos ao 
nervo e à artéria lingual. Aproxima-se o tecido com suturas contínuas ou 
interrompidas. Outra opção para a redução de tecido nessa área é com o uso 
de laser. O recontorno da área retromolar com o auxílio de laser permite a 
redução do excesso de tecido sem incisões e limita o período pós-operatório 
de cicatrização. O laser mais comumente usado em cirurgia oral é o laser de 
dióxido de carbono. A ablação do tecido permite sua remoção controlada em 
camadas baseada na intensidade e na profundidade da penetração. 
Excesso de Tecido Mole Lateral Palatino 
Feito a ressecção submucosa do excesso de tecido de maneira semelhante 
àquela previamente descrita para a redução do tecido mole da tuberosidade. 
A técnica preferencial requer excisão superficial do excesso de tecido mole. A 
anestesia local infiltrativa na área do forame palatino maior e anteriormente à 
massa de tecido mole é suficiente. Com uma lâmina de bisturi afiada 
tangenciando o tecido, podem-se remover as camadas superficiais de 
mucosa e tecido fibroso subjacente até a extensão necessária para eliminar 
as irregularidades no tecido mole. Após a remoção desse tecido, uma férula 
cirúrgica reembasada com condicionador de tecido pode ser utilizada por 
cinco a sete dias para ajudar na cicatrização. 
Tecido Hipermóvel sem Suporte 
injeta-se anestésico local adjacente à área que requer excisão de tecido. A 
remoção do tecido com hipermobilidade na área do rebordo alveolar consiste 
em duas incisões paralelas de espessura total nas faces vestibular e lingual 
do tecido a ser excisado (Fig. 12-20). Usa-se um descolador de periósteo 
para remover o excesso de tecido mole do osso subjacente. Pode ser 
necessária uma excisão tangencial de pequenas quantidades de tecido nas 
áreas adjacentes para permitir a adaptação adequada do tecido mole durante 
a sutura. Devem-se limitar essas excisões adicionais ao mínimo, sempre que 
possível, para evitar remover tecido mole em excesso e prevenir o 
descolamento do periósteo do osso subjacente. Usam-se suturas contínuas 
ou interrompidas para aproximar o tecido remanescente.Hiperplasia Fibrosa Inflamatória 
A hiperplasia fibrosa inflamatória, também chamada de epulis fissurado ou 
fibrose por prótese, é um aumento hiperplásico generalizado da mucosa e do 
tecido conjuntivo fibroso no rebordo alveolar e na região vestibular que muito 
comumente resulta de próteses maladaptadas. A infiltração de anestésico 
local na área do excesso de tecido é suficiente para anestesia. Quando a área 
a ser excisada apresenta aumento pequeno, técnicas eletrocirúrgicas ou por 
laser proporcionam bons resultados para a excisão do tecido. Se a massa 
tecidual é extensa, grandes áreas de excisão utilizando técnicas 
eletrocirúrgicas podem resultar em cicatrizes vestibulares excessivas. Nesses 
casos, prefere-se uma excisão simples e reaproximação do tecido 
remanescente. Apreendem-se as áreas de tecido em excesso com pinças 
para tecido, faz-se uma incisão cortante na base do tecido fibroso em excesso 
até o periósteo, e remove-se o tecido hiperplásico. O tecido adjacente é 
delicadamente dissecado e reaproximado utilizando-se suturas contínuas ou 
interrompidas. 
Frenectomia Labial 
Múltiplas técnicas cirúrgicas são efetivas na remoção das inserções de freios: 
(1) a técnica de excisão simples, (2) a técnica da zetaplastia, (3) a 
vestibuloplastia localizada com epitelização secundária e (4) a frenectomia 
assistida por laser. A excisão simples e a zetaplastia são efetivas quando a 
faixa de mucosa e de tecido fibroso é relativamente estreita. A vestibuloplastia 
localizada com epitelização secundária é geralmente preferível quando a 
inserção do freio tem base ampla. As técnicas assistidas por laser são 
versáteis na criação de excisão local e ablação da mucosa e das inserções de 
tecido fibroso em excesso, permitindo epitelização secundária. Anestesia local 
infiltrativa geralmente é suficiente para o tratamento cirúrgico das inserções 
dos freios. Deve-se tomar cuidado para evitar infiltração anestésica excessiva 
diretamente na área do freio, pois isso pode camuflar a anatomia, que precisa 
ser bem visualizada no momento da excisão. Em todos os casos, é desejável 
que um assistente cirúrgico eleve e everta o lábio durante esse procedimento. 
Frenectomia Lingual 
O bloqueio anestésico bilateral do nervo lingual e uma infiltração na área 
anterior promovem anestesia adequada para a frenectomia lingual. Controla-
se a ponta da língua preferencialmente tracionando-a com sutura. A liberação 
cirúrgica do freio lingual requer a incisão da inserção do tecido conjuntivo 
fibroso na base da língua de maneira transversa, seguida por fechamento em 
direção linear, o que libera completamente a porção anterior da língua . A 
colocação de pinça hemostática através da inserção do freio na base da 
língua por aproximadamente três minutos promove vasoconstrição e um 
campo cirúrgico quase sem sangramento durante o procedimento cirúrgico. 
Após a remoção da pinça hemostática, faz-se uma incisão através da área 
previamente pinçada. Retrai-se a língua superiormente, e as margens da 
ferida são delicadamente dissecadas e fechadas paralelamente à linha média 
da língua. Deve-se ter bastante cuidado com os vasos sanguíneos da base da 
língua e assoalho da boca e com as aberturas dos ductos das glândulas 
submandibulares. O traumatismo a essas estruturas vitais durante a incisão 
ou a sutura pode resultar em sangramento pós-operatório e obstrução do 
fluxo salivar. 
 
PRÓTESES IMEDIATAS 
Pode-se optar por instalar próteses no momento da extração dos dentes e 
recontorno ósseo. A instalação de prótese após a extração oferece benefícios 
psicológicos e estéticos imediatos aos pacientes, já que, de outra maneira, 
eles seriam edêntulos por algum tempo. A instalação imediata de prótese 
após a cirurgia também funciona como tamponamento para o sítio cirúrgico, o 
que resulta na redução do sangramento e do edema pós-operatório e na 
melhor adaptação do tecido ao rebordo alveolar. Outra vantagem é que se 
pode reproduzir a dimensão vertical mais facilmente com uma técnica de 
prótese imediata. As desvantagens incluem a necessidade frequente de 
alterações nas próteses no pós-operatório e a confecção de novas próteses 
após o período de cicatrização inicial. 
 
PRESERVAÇÃO DO REBORDO ALVEOLAR 
Deve-se curetar e irrigar o alvéolo após a completa remoção do dente. 
Coloca-se o material de enxerto dentro do alvéolo, comprimindo-o no nível da 
crista alveolar. 
 
CIRURGIA PARA SOBREDENTADURA 
O osso alveolar se mantém principalmente em resposta às tensões 
transferidas ao osso através dos dentes e ligamentos periodontais durante a 
mastigação. Mantendo-se os dentes sempre que possível, minimiza-se a 
reabsorção do osso sob uma prótese. adequado, quando for possível manter 
uma boa saúde periodontal e os dentes puderem ser restaurados 
adequadamente. Como essa técnica requer também tratamento endodôntico 
e protético dos dentes remanescentes, devem-se considerar também 
questões financeiras. 
 
PROCEDIMENTOS AVANÇADOS DE CIRURGIA PRÉ-PROTÉTICA 
 
Cirurgia de tecido mole para aumento do rebordo mandibular 
À medida que a reabsorção do rebordo alveolar acontece, as inserções de 
mucosa e músculos próximos às áreas chapeáveis exercem grande influência 
na retenção e na estabilidade das próteses. Adicionalmente, a quantidade e a 
qualidade do tecido inserido sobre a área chapeável podem ser reduzidas. A 
cirurgia de tecido mole realizada para melhorar a estabilidade da prótese 
pode ser feita isoladamente ou após aumento ósseo. 
Vestibuloplastia por Retalho Transposicional (Lip Switch) 
Nesse procedimento, um retalho mucoso pediculado do rebordo alveolar é 
descolado do tecido subjacente e suturado no fundo do vestíbulo. A porção 
interna do lábio cicatrizará por segunda intenção. Esse procedimento foi 
modificado, e o uso de uma técnica que transpõe um retalho mucoso de base 
lingual e um retalho periosteal com base labial (retalho transposicional) se 
tornou popular. 
Procedimentos para Aumento do Vestíbulo e do Assoalho da Boca 
técnica para a extensão do vestíbulo labial é uma modificação do retalho 
pediculado supraperiosteal com base labial descrito por Clark. Após as duas 
técnicas de extensão, pode-se usar um enxerto de pele para cobrir a área de 
periósteo exposto. O procedimento combinado efetivamente elimina as forças 
de deslocamento da mucosa e das inserções musculares e proporciona uma 
base mais ampla de tecido inserido queratinizado sobre a área de suporte 
primário da prótese. A técnica tem a vantagem da cobertura precoce do leito 
periosteal exposto, o que melhora o conforto do paciente e permite a 
confecção mais rápida da prótese. 
 
Cirurgia de tecido mole para aumento do rebordo maxilar 
A reabsorção do osso alveolar maxilar frequentemente resulta em inserções 
musculares e mucosas que interferem na confecção da prótese, sua 
estabilidade e retenção. Por causa da ampla área chapeável da maxila, 
frequentemente se pode alcançar estabilidade adequada da prótese mesmo 
após excessiva perda óssea. 
Vestibuloplastia Submucosa 
A vestibuloplastia submucosa, como descrita por Obwegeser, pode ser o 
procedimento de escolha para correção de inserções de tecido mole sobre ou 
próximo à crista do rebordo alveolar da maxila. 27 Essa técnica é 
particularmente útil quando tiver ocorrido reabsorção do rebordo alveolar, mas 
o osso residual da maxila for adequado para o suporte da prótese. Nessa 
técnica, o tecido submucoso subjacente é cortado ou reposicionado para 
permitir a aposição direta da mucosa labial ao periósteo da maxila 
remanescente. 
Vestibuloplastia Maxilar com Enxerto de Tecido 
Quando a mucosa labiovestibular é insuficiente e uma técnica de 
vestibuloplastia submucosa resultaria em encurtamento do lábio, devem-seusar outras técnicas de aumento de vestíbulo. O periósteo exposto sobre o 
rebordo alveolar cicatriza por epitelização secundária. O paciente pode sentir 
desconforto moderado no período pósoperatório, e é necessário um período 
maior para a cicatrização (seis a oito semanas) antes da confecção da 
prótese. A manutenção da profundidade do vestíbulo maxilar é imprevisível. O 
uso de um retalho pediculado da mucosa labial combinado com enxerto de 
tecido sobre o periósteo maxilar exposto proporciona benefícios adicionais de 
cicatrização mais rápida sobre a área do periósteo previamente exposta e 
manutenção da profundidade de vestíbulo mais previsível a longo prazo. 
 
Correção das relações anormais entre os rebordos ósseos 
Aproximadamente 5% da população têm discrepância esquelética grave entre 
os maxilares superior e inferior, o que resulta em maloclusão grave. Quando 
há perda dos dentes, pode haver um relacionamento anormal entre os 
rebordos que dificulta a confecção de aparelhos protéticos. Quando há 
relação prévia de classe III entre os rebordos, a perda dos dentes e o padrão 
de reabsorção óssea aumentam a gravidade do problema esquelético. 
 
Cirurgia Alveolar Segmentar no Paciente Parcialmente Edêntulo 
A extrusão de dentes e segmentos ósseos para uma área antagonista 
edêntula pode reduzir o espaço interarcos e dificultar a confecção de prótese 
fixa ou removível adequada nessa área. A perda dos dentes em um arco pode 
aumentar a dificuldade de obter uma prótese funcional e estética com os 
dentes artificiais localizados adequadamente sobre o rebordo subjacente. O 
cirurgião-dentista responsável pela restauração protética final do paciente 
deve determinar a posição final dos segmentos nos modelos articulados. 
Pode ser necessário preparação ortodôntica précirúrgica para alinhar os 
dentes corretamente e permitir o posicionamento adequado dos segmentos. 
Depois da cirurgia nos modelos, confecciona-se uma férula para posicionar os 
segmentos precisamente no momento da cirurgia e dar estabilidade durante o 
período de cicatrização pós-operatório. Sempre que possível, a férula deve 
ser estabilizada pelo contato com outros dentes em vez de se apoiar somente 
em tecido mole. Devem-se evitar os flanges vestibular e palatino na férula, 
pois a pressão pode interferir no suprimento sanguíneo, importante para a 
viabilidade do osso e dos dentes que foram reposicionados com a cirurgia 
segmentar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAP.15 PRINCÍPIOS DE TRATAMENTO E 
PREVENÇÃO DAS INFECÇÕES ODONTOGÊNICAS 
 
MICROBIOLOGIA DAS INFECÇÕES ODONTOGÊNICAS 
aquelas que integram a placa bacteriana, aquelas encontradas nas 
superfícies mucosas e aquelas encontradas no sulco gengival. Tais bactérias 
são principalmente cocos aeróbios grampositivos, cocos anaeróbios gram-
positivos e bastonetes anaeróbios gram-negativos. Essas bactérias causam 
uma variedade de doenças comuns, como cáries dentárias, gengivite e 
periodontite. Quando ganham acesso aos tecidos profundos subjacentes, 
através da polpa dentária necrosada ou de uma bolsa periodontal profunda, 
elas causam infecções odontogênicas. 
Papel das Bactérias Anaeróbias nas Infecções Odontogênicas 
Porcentagem: 
Somente anaeróbias 50% 
Anaeróbias e aeróbias mistas 44% 
Aeróbia somente 6% 
As bactérias anaeróbias são, então, capazes de crescer, e, conforme o 
potencial local de oxidaçãoredução é reduzido posteriormente, as bactérias 
anaeróbias predominam e causam a necrose de liquefação dos tecidos por 
meio da síntese de colagenases. Clinicamente, essa progressão da flora 
infectante de aeróbia para anaeróbia parece estar correlacionada com o tipo 
de edema que pode ser encontrado na região infectada. Portanto, as 
infecções odontogênicas parecem passar por quatro estágios. Nos primeiros 
três dias dos sintomas, um edema mole, pastoso, levemente sensível 
representa o estágio de inoculação, no qual os estreptococos invasores estão 
começando a colonizar o hospedeiro. Após três a cinco dias, o edema torna-
se endurecido, vermelho e altamente sensível, já que a flora mista infectante 
estimula a resposta inflamatória intensa do estágio de celulite. Após cinco a 
sete dias após o início do edema, os anaeróbios começam a predominar, 
causando abscesso liquefeito no centro da área edemaciada. Esse é o 
estágio de abscesso. Finalmente, quando o abscesso drena 
espontaneamente pela pele ou mucosa, ou é cirurgicamente drenado, o 
estágio de resolução inicia conforme o sistema imune destrói as bactérias 
infectantes e o processo de cicatrização e reparo acontece. As características 
clínicas e microbiológicas de edema, celulite e abscesso estão resumidas. 
 
HISTÓRIA NATURAL DA PROGRESSÃO DAS INFECÇÕES 
ODONTOGÊNICAS 
As infecções odontogênicas têm duas origens principais: (1) periapical, como 
resultado da necrose pulpar e invasão bacteriana subsequente do tecido 
periapical, e (2) periodontal, como resultado da bolsa periodontal profunda 
que possibilita a inoculação da bactéria nos tecidos moles subjacentes. 
Dessas duas, a origem periapical é a mais comum nas infecções 
odontogênicas. A necrose da polpa dental como resultado da cárie profunda 
cria uma via para as bactérias penetrarem nos tecidos periapicais. Uma vez 
que o tecido torna-se inoculado pela bactéria e uma infecção ativa é 
estabelecida, esta se dissemina igualmente em todas as direções, mas 
preferencialmente ao longo das linhas de menor resistência. A infecção se 
dissemina pelo osso esponjoso até encontrar uma lâmina cortical. Se a lâmina 
cortical for fina, a infecção perfurará o osso e penetrará nos tecidos moles 
circunjacentes. O tratamento da polpa necrótica por meio de terapia 
endodôntica convencional ou da extração do dente resolverá a infecção. 
Antibióticos, sozinhos, apenas irão paralisar, mas não curar a infecção, pois 
esta provavelmente vai recidivar quando a terapia antibiótica tiver terminado, 
sem tratamento da causa dentária subjacente. Portanto, o tratamento primário 
da infecção pulpar é a terapia endodôntica ou a extração dentária, em vez dos 
antibióticos. Quando a infecção perfura a lâmina cortical do processo alveolar, 
ela se dissemina por localizações anatômicas previsíveis. A localização da 
infecção oriunda de um dente específico é determinada por dois fatores 
principais: (1) a espessura do osso que cobre o ápice do dente e (2) a relação 
do local da perfuração no osso com as inserções musculares na maxila e 
mandíbula. Na mandíbula, as infecções dos incisivos, caninos e pré-molares 
usualmente perfuram o osso pela lâmina cortical vestibular superior à 
inserção dos músculos do lábio inferior, resultando em abscessos 
vestibulares. As infecções nos molares inferiores drenarão pela cortical lingual 
com mais frequência do que os dentes anteriores. As infecções nos primeiros 
molares vão drenar pela vestibular ou lingual. Infecções no segundo molar 
podem perfurar a cortical vestibular ou lingual (mas usualmente a lingual), e 
as infecções no terceiro molar quase sempre perfuram a lâmina cortical 
lingual. O músculo milo-hióideo determina se as infecções que drenam 
lingualmente vão se dirigir superiormente a esse músculo para o espaço 
sublingual ou abaixo dele para o espaço submandibular. 
 
PRINCÍPIOS DE TERAPIA DAS INFECÇÕES ODONTOGÊNICAS 
Princípio 1: Determinar a Gravidade da Infecção: 
Históriacompleta, Exame físico. 
Princípio 2: Avaliar o Estado dos Mecanismos de Defesa do Hospedeiro: 
Condições médicas ou medicamentos que comprometem as defesas do 
hospedeiro. 
Princípio 3: Determinar Quando o Paciente Deve Ser Tratado por um 
Cirurgião-dentista Clínico ou Cirurgião Oral e Maxilofacial: 
Dificuldade de respirar • Dificuldade de deglutir • Desidratação • Trismo 
moderado a grave• Edema estendendo-se além do processo alveolar • 
Temperatura elevada • Mal-estar grave e aparência tóxica • Defesas 
comprometidas do hospedeiro • Necessidade de anestesia geral • Insucesso 
no tratamento prévio.; 
Princípio 4: Tratamento Cirúrgico da Infecção: 
O princípio básico no tratamento da infecção odontogênica é realizar a 
drenagem cirúrgica e remover a causa da infecção. O objetivo principal é 
remover a causa da infecção, a qual comumente se origina de polpa 
necrosada ou de bolsa periodontal profunda. O objetivo secundário é 
promover a drenagem do secreção purulenta acumulada e dos resíduos 
necróticos. Quando um paciente tem infecção odontogênica típica, a 
aparência mais comum é um dente cariado com radiolucência periapical e um 
pequeno abscesso vestibular. Com essa apresentação, o cirurgião-dentista 
tem as seguintes opções cirúrgicas: tratamento endodôntico ou extração. 
A incisão do abscesso ou celulite permite a remoção do secreção purulenta 
acumulada e das bactérias do tecido subjacente. A evacuação da cavidade do 
abscesso dramaticamente reduz a carga bacteriana e os resíduos necróticos. 
A evacuação também reduz a pressão hidrostática na região por meio da 
descompressão dos tecidos, o que melhora o suprimento sanguíneo local e 
aumenta a liberação das defesas do hospedeiro e dos antibióticos para a área 
infectada. antes da execução da incisão da cavidade do abscesso, deve-se 
considerar a obtenção de amostra para cultura e teste de sensibilidade (C e 
S). Caso se tenha decidido fazer uma cultura, ela é executada antes da 
drenagem cirúrgica (Quadro 15-3). Após ter anestesiado o local da cirurgia, 
realiza-se a antissepsia da superfície mucosa com uma solução de 
iodopovidona (Povidine e secada com gaze estéril. Uma agulha de calibre 
grande, geralmente 18 G, é usada para coletar a amostra. Uma seringa 
pequena, usualmente de 3 mL, é adequada. A agulha é, então, inserida 
dentro do abscesso ou da celulite, e 1 ou 2 mL de secreção purulenta ou 
fluido tecidual são aspirados. A amostra pode conter somente fluido tecidual e 
sangue em vez de secreção purulenta, e mesmo assim comumente fornece 
bactérias suficientes para uma cultura apropriada. A amostra é, então, 
inoculada diretamente em tubetes aeróbicos e anaeróbicos, os quais são 
tubos estéreis contendo um swab e meio de transporte bacteriano. 
A incisão deve ser pequena, usualmente não passando de 1 cm de 
comprimento. Concluída a incisão, uma pinça hemostática fechada curva é 
inserida através da incisão dentro da cavidade do abscesso. Esta é, então, 
aberta em diversas direções para romper quaisquer pequenas loculações 
(cavidades de secreção purulenta) que não foram abertas pela incisão inicial. 
Assim que todas as cavidades do abscesso forem abertas e todo o pus for 
drenado, um pequeno dreno é inserido para manter a abertura. O dreno deve 
permanecer no lugar até que a drenagem seja interrompida, usualmente por 
dois a cinco dias. A retirada é feita simplesmente cortando-se a sutura e 
deslizando-se o dreno para fora da ferida. 
Princípio 5: Suporte Médico para o Paciente: 
A resistência sistêmica do hospedeiro deve ser considerada em três áreas: (1) 
comprometimento do sistema imune, (2) controle de doenças sistêmicas e (3) 
reservas fisiológicas. As doenças que comprometem o sistema imune estão 
listadas no Quadro 15-1. Infecções odontogênicas que ocorrem em pacientes 
com sistema imune comprometido devem ser tratadas por um especialista. 
Frequentemente, hospitalização e consulta médica são necessárias. A equipe 
multiprofissional seleciona a terapia projetada para melhorar a resposta 
imune, combater a infecção com antibióticos bactericidas e otimizar o 
tratamento cirúrgico da infecção. Muitas doenças sistêmicas também reduzem 
a capacidade do paciente em resistir à infecção e se submeter ao tratamento. 
No diabetes, por exemplo, o controle do açúcar do sangue está diretamente 
relacionado com a resistência à infecção. 
Princípio 6: Escolher e Prescrever os Antibióticos Apropriados 
Após considerar todos os fatores, o clínico pode decidir que não é necessário 
nenhum antibiótico; em outras situações, pode ser preciso um antibiótico de 
largo espectro ou até mesmo uma associação de medicamentos. 
Determinar a necessidade de administração antibiótica 
É um erro comum pensar que todas as infecções, por definição, exigem 
administração de antibióticos. Em algumas situações, os antibióticos não são 
úteis e podem ser até mesmo contraindicados. Ao tomar essa determinação, 
três fatores devem ser considerados: (1) O primeiro fator é a gravidade da 
infecção quando o paciente procura o cirurgião-dentista. Se a infecção causou 
tumefação, progrediu rapidamente ou é uma celulite difusa, a evidência 
sustenta o uso de antibióticos além da terapia cirúrgica. (2) A segunda 
consideração é se o tratamento cirúrgico adequado pode ser obtido. (3) A 
terceira consideração é o estado das defesas do hospedeiro. Um paciente 
jovem, saudável pode ser capaz de mobilizar as defesas e pode não 
necessitar de terapia antibiótica para resolução de uma pequena infecção. 
Indicações para o Uso Terapêutico dos Antibióticos 
• Edema estendendo-se além do processo alveolar 
• Celulite 
• Trismo 
• Linfadenopatia 
• Temperatura maior que 38,3 °C 
• Pericoronarite grave 
• Osteomielite 
Situações nas Quais o Uso dos Antibióticos não é necessário: 
• Demanda do paciente 
• Dor grave 
• Dor de dente 
• Abscesso periapical 
• Alvéolo seco 
• Múltiplas extrações dentárias em um paciente que não está 
imunocomprometido 
• Pericoronarite branda (somente inflamação do opérculo) 
• Abscesso alveolar drenado 
Uso rotineiro da terapia empírica 
Uma revisão sistemática recente de testes clínicos randomizados comparando 
penicilina ou amoxicilina com antibióticos recentes concluiu que, quando a 
terapia antibiótica apropriada foi realizada, nenhum dos antibióticos recentes 
teve taxa clínica significativamente maior do que a amoxicilina ou penicilina. 
Antibióticos Administrados Oralmente Efetivamente Úteis para Infecções 
Odontogênicas 
• Penicilina 
• Amoxicilina 
• Clindamicina 
• Azitromicina 
• Metronidazol 
• Moxifloxacino 
Uso de antibiótico de espectro reduzido 
Antibióticos de amplo espectro 
podem ser usados para tratar infecções complexas, as quais não são 
definidas na declaração consultiva da ADA. No entanto, uma infecção 
odontogênica simples pode ser definida como envolvendo somente o 
processo alveolar ou o vestíbulo oral, em seu primeiro curso de tratamento, e 
em um indivíduo imunocompetente. Uma infecção complexa pode ser definida 
como uma que se disseminou além do processo alveolar e do vestíbulo oral, 
com insucessos dos tratamentos prévios, ou em um indivíduo 
imunocomprometido. 
Antibióticos de Pequeno e de Amplo Espectro 
Antibióticos de Pequeno Espectro Úteis no Tratamento de Infecções 
Odontogênicas Simples 
• Penicilina 
• Amoxicilina 
• Clindamicina 
• Metronidazol 
Antibióticos de Amplo Espectro Úteis no Tratamento de Infecções 
Odontogênicas Complexas 
• Amoxicilina com ácido clavulânico (para infecções sinusais) 
• Azitromicina 
• Tetraciclina 
• Moxifloxacino 
Infecções Odont gênicas Simples e Complexas 
Infecções Odontogênicas Simples 
• Edema limitado ao processo alveolar e espaço vestibular 
• Primeira tentativa de tratamento• Paciente que não está imunocomprometido 
Infecções Odontogênicas Complexas 
• Edema estendendo-se além do espaço vestibular 
• Insucesso de tratamento prévio 
Uso de antibiótico com a menor incidência de toxicidade e efeitos 
colaterais 
A maioria dos antibióticos apresenta uma variedade de toxicidades e efeitos 
colaterais que limitam sua utilidade. Estes variam de leves a tão graves que o 
antibiótico causador não pode ser utilizado na prática clínica. Os antibióticos 
de gerações mais antigas, geralmente usados para infecções odontogênicas, 
apresentam incidência surpreendentemente baixa de problemas relacionados 
com a toxicidade. Os antibióticos de gerações mais recentes, contudo, podem 
apresentar toxicidade e interações medicamentosas significativas. Portanto, 
cada vez mais se torna mais importante que o clínico compreenda as 
toxicidades, os efeitos colaterais e interações medicamentosas das 
substâncias que ele possa prescrever. 
Uso de antibiótico bactericida, se possível 
Os antibióticos podem matar a bactéria (ou seja, antibióticos bactericidas) ou 
interferir em seu crescimento (ou seja, antibióticos bacteriostáticos). 
Antibióticos bactericidas usualmente interferem na produção da parede celular 
na bactéria recém-formada em crescimento. Para pacientes com defesa 
comprometida, o medicamento de escolha devem ser os antibióticos 
bactericidas. Por exemplo, a penicilina, que é um antibiótico bactericida, deve 
ser preferida à azitromicina, que é um antibiótico bacteriostático, em um 
paciente em tratamento quimioterápico contra o câncer. 
Princípio 7: Administrar o Antibiótico Adequadamente 
Na consulta clínica de acompanhamento, a prescrição adicional de 
antibióticos pode ser necessária no caso de infecções que não se resolvam 
rapidamente. O profissional deve esclarecer o paciente que a prescrição 
inteira deve ser respeitada. Se por alguma razão o paciente é aconselhado a 
parar de tomar o antibiótico precocemente, todos os comprimidos 
remanescentes devem ser descartados. Os pacientes devem ser fortemente 
desencorajados a manter pequenas quantidades de antibióticos não utilizados 
para automedicação de dor de garganta no próximo inverno. A 
autoadministração casual de antibióticos é não somente inútil como também 
pode ser perigosa para a saúde do indivíduo, assim como da comunidade. 
Princípio 8: Avaliar o Paciente Frequentemente. 
A causa mais comum de insucesso no tratamento é cirurgia inadequada. Um 
dente pode ter de ser reavaliado para extração, ou uma extensão da infecção 
para uma área não detectada durante o primeiro tratamento pode necessitar 
de I&D. Pode ser necessário admitir tal paciente em um hospital com 
propósito de manutenção de via aérea, cirurgia subsequente e terapia 
antibiótica intravenosa. 
Razões para o Fracasso do Tratamento 
• Cirurgia inadequada 
• Comprometimento das defesas do hospedeiro 
• Corpo estranho 
• Problemas relacionados com os antibióticos: 
• Falta de colaboração do paciente 
• O medicamento não atingindo o local 
• Dosagem muito baixa do medicamento 
• Identificação errada da bactéria 
• Antibiótico incorreto 
Uma segunda razão de insucesso é depressão dos mecanismos de defesa do 
hospedeiro. Uma terceira razão para o insucesso do tratamento é a presença 
de corpo estranho. Finalmente, o antibiótico que foi dado ao paciente pode 
ser problemático. O cirurgiãodentista 
primeiro se certifica se o paciente cumpriu a prescrição. O paciente deve ter a 
prescrição preenchida e tomar o antibiótico de acordo com as orientações. 
 
 
PRINCÍPIOS DE PREVENÇÃO DAS INFECÇÕES 
O uso de antibióticos para tratar infecção estabelecida é bem aceito e é uma 
técnica bemdefinida. Esses medicamentos promovem maior assistência para 
o paciente em combater uma infecção estabelecida. O uso de antibióticos 
para prevenção (ou seja, profilaxia) da infecção é menos amplamente aceito. 
A seção final deste capítulo discute o uso de antibióticos para profilaxia de 
dois tipos distintos de infecção. O uso de antibióticos para prevenir a infecção 
da ferida após a cirurgia é apresentado primeiramente, seguido por uma 
discussão do uso antibiótico para prevenir infecção metastática. 
Princípios de profilaxia da infecção de feridas 
 Por um lado, o uso de antibióticos para profilaxia de infecções de feridas pós-
operatórias pode ser efetivo e desejável em certas ocasiões. Por outro, existe 
pouca evidência científica que sustenta a eficácia dos antibióticos profiláticos 
na odontologia e na cirurgia oral e maxilofacial. 
Profilaxia da Endocardite Infecciosa 
A profilaxia da endocardite bacteriana é obtida para a maioria das condições 
de rotina com a administração de 2 g de amoxicilina oralmente meia hora a 
uma hora antes do procedimento. 
 
PRINCÍPIOS DE PROFILAXIA DA INFECÇÃO DE FERIDAS 
Se, contudo, os antibióticos profiláticos são efetivos na prevenção das 
infecções de feridas pós-operatórias e de infecções transmitidas pelo sangue 
de sítios distantes, eles teriam três vantagens distintas: (1) Antibióticos 
profiláticos podem reduzir a incidência de infecção pós-operatória e, portanto, 
reduzem a morbidade pós-operatória. Quando pacientes tornam-se infectados 
após a cirurgia, a cicatrização da ferida e a recuperação são 
substancialmente retardadas. (2) A profilaxia antibiótica apropriada e efetiva 
pode reduzir o custo dos cuidados em saúde. Por meio da redução da 
incidência de infecção pósoperatória, o paciente pode ser salvo da despesa 
de retornar ao cirurgião-dentista, de comprar mais antibióticos e de perder 
dias adicionais de trabalho. (3) Terceiro, o uso apropriado de antibióticos 
profiláticos requer uma administração em um período menor, ao 
contrário do uso terapêutico, logo possivelmente reduzindo a quantidade total 
de antibióticos usados pela população. 
Princípios do Uso Profilático dos Antibióticos 
• Descubra se o risco de infecção é significativo. 
• Escolha o antibiótico correto de menor espectro. 
• Confirme que o nível antibiótico está elevado. 
• Certifique-se de que o antibiótico esteja no tecido-alvo antes da cirurgia. 
• Use a exposição antibiótico-efetiva mais curta. 
 
Princípio 1: O Procedimento Deve Ter Risco Significativo de Infecção 
Para justificar a administração profilática dos antibióticos para reduzir a 
incidência de infecção, o procedimento cirúrgico deve ter incidência suficiente 
de infecção. 
Fatores Relacionados com Infecção Pós operatória 
• Volume da inoculação bacteriana 
• Duração da cirurgia 
• Presença de corpo estranho, implante ou espaço morto 
• Estado da resistência do hospedeiro. 
Princípio 2: Escolha do Antibiótico Correto 
A escolha do antibiótico para profilaxia contra infecções após cirurgia na 
cavidade oral deve ser baseada nos seguintes critérios: primeiro, o antibiótico 
deve ser efetivo contra os organismos mais prováveis de causar infecção na 
cavidade oral. 
Princípio 3: O Nível Plasmático do Antibiótico Deve Ser Elevado 
Quando antibióticos são usados profilaticamente, seus níveis no plasma 
devem ser mais altos do que quando são usados terapeuticamente. Os níveis 
de pico plasmático devem ser altos para assegurar a difusão do antibiótico 
dentro de todos os fluidos e espaços teciduais nos quais a cirurgia será 
realizada. 
Princípio 4: Momento Correto da Administração Antibiótica 
Para o antibiótico ser maximamente efetivo na prevenção da infecção pós -
operatória, deve ser administrado duas horas antes ou menos antes do início 
da cirurgia. O tempo de dosagem antes da cirurgia varia dependendo da via 
utilizada, permitindo a absorção do antibiótico pelos tecidos no momento 
cirúrgico. 
Princípio 5: Uso do Menor Tempo Possível de Exposição ao Antibiótico 
que Seja Eficaz 
Para que a profilaxia antibiótica seja eficaz, o antibiótico deve ser 
administrado antes do início da cirurgia, e devem-se manter níveisplasmáticos adequados durante o procedimento cirúrgico. Uma vez concluída 
a cirurgia, a administração continuada do antibiótico produz pouco, se algum, 
benefício. Se o procedimento for de curta duração, uma única dose pré-
operatória é adequada. 
 
 
PRINCÍPIOS DE PROFILAXIA DA INFECÇÃO METASTÁTICA 
A infecção metastática é definida como a que ocorre em localização distante 
da porta de entrada das bactérias. O exemplo clássico e mais largamente 
conhecido desse fenômeno é a endocardite bacteriana, que surge a partir de 
bactérias introduzidas na circulação em consequência da extração dentária. 
Fatores Necessário s para Infecção Metastática 
• Sítio distante suscetível 
• Disseminação bacteriana hematogênica 
• Defesas locais comprometidas 
Profilaxia da Endocardite Infecciosa 
As novas diretrizes indicam profilaxia somente para o paciente com maior 
risco de endocardite, incluindo aqueles com endocardite prévia, válvulas 
cardíacas protéticas, defeitos cardíacos congênitos cianóticos que não foram 
reparados ou que têm defeitos parciais remanescentes após o reparo, e 
pacientes transplantados cardíacos com valvulopatia. Isso reduzirá 
significativamente o número de pacientes odontológicos para os quais a 
profilaxia é indicada. Uma lista das condições que têm o maior risco de 
endocardite pode ser encontrada. 
Condições Cardíacas Associadas a Risco Elevado de Resultado Adverso 
Oriundo de Endocardite para as Quais a Profilaxia com Procedimento 
Dentário Está Recomendada 
• Válvula cardíaca protética 
• Endocardite infecciosa prévia 
• Doença cardíaca congênita (DCC)* 
• DCC cianótica não reparada, incluindo desvio e condutos paliativos 
• Defeito cardíaco congênito reparado completamente com material ou 
dispositivo protético, colocado por cirurgia ou intervenção por meio de cateter, 
durante os primeiros seis meses após o procedimento 
• DCC reparada com defeitos residuais no sítio ou adjacente ao sítio de um 
trajeto protético ou dispositivo protético (o que inibe a endotelização) 
• Receptores transplantados cardíacos que têm valvulopatia cardíaca 
*Exceto para as condições listadas anteriormente, a profilaxia antibiótica não 
é mais recomendada para quaisquer outras formas de DCC. 
•Profilaxia é recomendada, pois a endotelização ocorre dentro de seis meses 
após o procedimento. 
Procedimentos Dentários para os Quais a Profilaxia da Endocardite É 
Reco mendada para Pacientes 
Todos os procedimentos dentários que envolvem manipulação do tecido 
gengival ou a região periapical dos dentes ou perfuração da mucosa oral.* 
*Os seguintes procedimentos e eventos não necessitam de profilaxia: 
injeções anestésicas rotineiras através de tecidos não infectados, realização 
de radiografias dentárias, colocação de prótese removível ou aparelhos 
ortodônticos, ajuste de aparelhos ortodônticos, colocação de bráquetes 
ortodônticos, esfoliação de dentes decíduos e sangramento oriundo de 
trauma dos lábios e mucosa oral. 
Procedimentos Dentários para os Quais a Profilaxia não É Recomendada 
• Dentística restauradora 
• Injeção rotineira de anestésico local 
• Terapia endodôntica intracanal e colocação de dique de borracha 
• Remoção de sutura 
• Colocação de aparelhos removíveis 
• Realização de moldagens 
• Realização de radiografias orais 
• Tratamentos com flúor 
• Ajuste de aparelho ortodôntico 
• Esfoliação de dentes decíduos 
A profilaxia da endocardite bacteriana é obtida para a maioria das 
condições de rotina com 
a administração de 2 g de amoxicilina oralmente meia hora a uma hora 
antes do 
procedimento 
 
Profilaxia em Pacientes com Outras Condições Cardiovasculares 
 
Profilaxia da Infecção em Substituição Articular Completa 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAP.16 INFECÇÕES ODONTOGÊNICAS 
COMPLEXAS 
INFECÇÕES DOS ESPAÇOS FASCIAIS PROFUNDOS 
Amaioria das infecções odontogênicas penetra a lâmina cortical vestibular do 
osso para tornar-se um abscesso vestibular. Às vezes, as infecções penetram 
dentro de outros espaços fasciais profundos diretamente. Os espaços fasciais 
são compartimentos teciduais revestidos por fáscia, preenchidos por tecido 
conjuntivo frouxo areolar, que podem tornar-se inflamados quando invadidos 
por microorganismos. O processo resultante da inflamação passa através dos 
estágios que são observados clinicamente como edema (inoculação), celulite 
e abscesso. 
Esta é a fisiopatologia dos estágios da infecção que os clínicos observam 
como edema, quando a bactéria inocula os tecidos de um espaço anatômico 
específico; celulite, quando uma resposta inflamatória intensa causa todos os 
sinais clássicos de inflamação; e abscesso, quando pequenas áreas de 
necrose de liquefação coalescem centralmente para formar secreção 
purulenta dentro dos tecidos. 
 
Espaços anatômicos evolvidos nas infecções odontogênicas: 
 
Infecções dos Espaços Fasciais Profundos Associadas a Qualquer 
Dente 
• Vestibular• Bucal• Subcutâneo 
 
Infecções dos Espaços Fasciais Profundos Associadas aos Dentes 
Superiores 
• Infraorbitário• Bucal• Infratemporal• Seios maxilares e outros seios 
paranasais• Trombose do seio cavernoso 
 
Infecções dos Espaços Fasciais Profundos Associadas aos Dentes 
Inferiores 
• Espaço do corpo da mandíbula• Espaços perimandibulares• Submandibular• 
Sublingual• Submentoniano• Espaço mastigador• Submassetérico• 
Pterigomandibular• Temporal superficial• Temporal profundo 
 
Espaços Fasciais Profundos do Pescoço 
• Faríngeo lateral• Retrofaríngeo• Pré-traqueal• Espaço potencial• Pré-
vertebral. 
 
Tratamento das Infecções dos Espaços Fasciais 
O tratamento das infecções, leves ou graves, sempre tem cinco metas gerais: 
(1) suporte médico do paciente, com atenção especial à proteção das vias 
aéreas e correção das defesas comprometidas do hospedeiro, quando estas 
existirem; (2) remoção cirúrgica da fonte de infecção o mais cedo possível; (3) 
drenagem cirúrgica da infecção, com a colocação de drenos adequados; (4) 
administração de antibióticos corretos e nas doses adequadas; (5) 
reavaliação frequente do progresso do paciente quanto à resolução. Embora 
a intensidade do tratamento seja maior nas infecções odontogênicas 
complexas, os princípios do manejo cirúrgico e médico das infecções dos 
espaços fasciais são os mesmos daqueles das infecções menos sérias. 
Princípios de tratamento das infecções odontogenicas 
• Determinar a gravidade. 
• Avaliar as defesas do hospedeiro. 
• Determinar o local de tratamento. 
• Tratar cirurgicamente. 
• Suporte médico. 
• Escolher e prescrever o(s) antibiótico(s) adequado(s). 
• Administrar o antibiótico apropriadamente. 
• Reavaliação frequente. 
 
OSTEOMIELITE 
O termo osteomielite literalmente significa inflamação do osso medular. 
Clinicamente, osteomielite implica uma infecção do osso. Em geral, o 
processo inicia-se na cavidade medular, envolvendo o osso esponjoso, 
estendendo-se e disseminando-se à cortical óssea e, eventualmente, ao 
periósteo. A invasão bacteriana no osso esponjoso causa inflamação do 
tecido mole e edema nos espaços medulares. Como na polpa dentária, o 
edema de tecido mole que está encapsulado pelo tecido calcificado compacto 
resulta no aumento da pressão hidrostática, que eleva a pressão sanguínea 
dos vasos arteriais nutrientes. O resultado do comprometimento severo do 
suprimento sanguíneo induz, então, a necrose do tecido mole. A falência da 
microcirculação do osso esponjosoé um fator crítico no estabelecimento da 
osteomielite, pois a área envolvida torna-se isquêmica e o componente celular 
do osso necrótico. Dessa maneira, as bactérias podem proliferar, pois as 
defesas provenientes do sangue não conseguem chegar ao tecido, e a 
osteomielite se dissemina até que seja tratada por terapia médica ou 
cirúrgica. 
O tratamento cirúrgico da osteomielite supurativa aguda ou crônica consiste 
primariamente na remoção de dentes obviamente não vitais na área da 
infecção, fios de aço, miniplacas ósseas que podem ter sido utilizadas para 
estabilizar uma fratura na área ou quaisquer fragmentos de osso que estejam 
soltos. Os espécimes de osso são enviados para cultura aeróbica e 
anaeróbica e teste de sensibilidade e exame histopatológico. Além disso, a 
corticotomia (remoção ou perfuração da cortical óssea) e excisão do osso 
necrótico (até que seja encontrado sangramento ósseo ativo) podem ser 
necessárias. Para a osteomielite aguda que resulta de uma fratura, o 
cirurgião-dentista deve estabilizar o segmento móvel da mandíbula, 
geralmente com redução aberta e fixação interna rígida. A imobilização dos 
segmentos fraturados auxilia na resolução da osteomielite. s osteomielites 
crônicas exigem não somente antibioticoterapia agressiva, mas também 
tratamento cirúrgico agressivo. 
 
ACTINOMICOSE 
Actinomicose é uma infecção relativamente incomum nos tecidos moles e 
duros da cabeça e pescoço. Ela é usualmente causada pelo Actinomyces 
israelii, mas também pode ser provocada por A. naeslundii, A.viscosus ou 
outros membros deste gênero. Actinomyces é uma bactéria endógena da 
cavidade oral que já se pensou tratar-se de fungos anaeróbios. A terapia da 
actinomicose inclui incisão e drenagem cirúrgica e excisão de todas as 
fístulas. Essa parte do tratamento é importante para assegurar que 
quantidades adequadas de antibióticos estejam, de fato, sendo liberadas na 
área infectada. 
 
CANDIDÍASE 
As duas causas mais comuns de comprometimento do estado físico do 
paciente são o uso de antibióticos por períodos prolongados, especialmente 
as penicilinas, e o comprometimento do sistema imune, como a síndrome da 
imunodeficiência adquirida (AIDS), ou quimioterapia para leucemias ou outras 
formas de câncer. A queilite angular pode ser causada pelos organismos da 
Candida. Muitos pacientes que têm esse problema são edêntulos e possuem 
uma dimensão vertical reduzida da boca, o que resulta em uma umidade 
crônica da comissura labial e posterior crescimento de fungos. 
O clotrimazol, um antifúngico mais recente, apresenta um baixo risco de 
toxicidade e melhor gosto, porém seu custo é superior. A dose usual de 
ambas as preparações é de uma pastilha quatro a cinco vezes ao dia, por 2 
semanas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAP.19 DOENÇAS ODONTOGÊNICAS DOS SEIOS 
MAXILARES 
Os seios maxilares são espaços preenchidos por ar que ocupam os ossos 
maxilares bilateralmente. 
EMBRIOLOGIA E ANATOMIA 
São os primeiros seios a se desenvolverem embriologicamente e os maiores 
dos seios paranasais. Se inicia no terceiro mês do desenvolvimento fetal 
(pneumatização primária), e simultaneamente com as invaginações das 
mucosas ou embolsamento dos infundíbulos etmoidais. Progride ao mesmo 
tempo que a invaginação se expande no interior da cápsula nasal 
cartilaginosa. A pneumatização secundária se inicia no 5 mês, ao mesmo 
tempo em que as invaginações iniciais se expandem dentro dos ossos 
maxilares em desenvolvimento. 
Após o nascimento, os seios maxilares se expandem pela pneumatização 
dentro do processo alveolar em desenvolvimento, se estendem anteriormente 
a parte inferior da base do crânio, compatibilizando a taxa de crescimento da 
maxila e o desenvolvimento da dentição. 
Com 12/13 anos, os seios maxilares terão se expandido até o ponto em que 
seu assoalho esteja no mesmo nível do assoalho nasal. 
Nos adultos, os ápices dos dentes podem se estender dentro da cavidade dos 
seios maxilares (identificados em amostras anatômicas ou por tomografia) 
A expansão dos seios termina após erupção dos dentes permanentes. Ocorre 
pneumatização adicional dos seios maxilares após remoção de dentes 
posteriores da maxila, para ocupar processo alveolar residual. Geralmente os 
seios maxilares se estendem para a crista do rebordo edêntulo. Assim, são 
maiores em adultos edêntulos nas maxilas posteriores. 
Anterior e lateralmente, os seios max se estendem para região dos caninos e 
pré-molares e a abertura dos seios é denominada ÓSTIO. 
São revestidos por epitélio respiratório, colunar,ciliado, pseudoestratificado, 
secretor e muco. Cílios e muco realizam a drenagem dos seios. 
O batimento ciliar movimenta o muco produzido pelo epitélio ou qualquer 
material estranho dentro do seio, ocorrendo a drenagem dentro da cavidade 
nasal. Camada fina de muco se movimentando constantemente. 
 
EXAME CLÍNICO 
O seio maxilar deve ser apalpado de forma leve e cuidadosa. Pacientes com 
sinusite reclamam de dor dentária, e a percussão da dor a dentes superiores 
muitas vezes é indicação de infecção aguda no seio maxilar. 
- Exame visual da face e intraoral para detecção de inchaço ou vermelhidão 
(descarga nasal evidente durante 1 avaliação) 
- Toque de paredes laterais dos seios, palpação intraoral da superfície lateral 
da maxila 
 
EXAMES COMPLEMENTARES 
Transluminação (luz brilhante de fibra óptica contra a mucosa nas superfícies 
facial ou palatina) 
Em doença unilateral, são comparados os seios. O envolvido revela 
transmissão reduzida de luz em razão do acúmulo de fluido, resíduos ou pus. 
Exame radiográfico: Periapicais, oclusais ,panorâmicas, radiografia com 
imagem Waters, radiografia lateral 
Varredura por TC 
Interpretação das radiografias 
Os seios devem ser comparados. 
Normal: Cavidade preenchida de ar, ampla, circundada por osso. Seio 
radiolúcido e bem delineado. 
Afetado: Espessamento da mucosa, seio radiopaco (hipertrofia da mucosa e 
acúmulo de fluido de sinusite, preenchimento de sangue após trauma ou 
neoplasia) parcialmente ou totalmente, e pólipos antrais e nasais. 
O espessamento causado por infecções pode obstruir o óstio, causa acúmulo 
de fluido e pus. 
Níveis de ar fluido nos seios são características de doença aguda, mas 
podem ser observados na sinusite crônica durante exacerbação aguda. 
Ruptura do contorno cortical pode ser resultado de trauma, tumor, infecção ou 
abscesso e formação de fístula, ou cirurgia que viola paredes do seio. 
Patologias dentárias (cistos, granulomas) podem produzir lesões radiolúcidas 
dentro do seio. São diferenciadas por sua associação ao ápice do dente, e 
presença da margem óssea. 
 
INFECÇÕES NÃO ODONTOGÊNICAS 
Algumas bactérias podem ser cultivadas a partir de seios saudáveis 
Doenças inflamatórias causam hiperplasia ou hipertrofia e podem levar a 
obstrução do óstio 
Infecção ou alergia é denominado SINUSITE 
Inflamação em todos os seios PANSINUSITE, geralmente causada por 
infecção 
Sinusites individuais: sinusite maxilar e frontal 
Sinusite maxilar aguda: Pressão, dor, inchaço facial, eritema, indisposição, 
febre e drenagem de material purulento de odor fétido dentro da cavidade 
nasal e nasofaringe 
Sinusite maxilar crônica: Sinusite recorrente, ou que permanece apesar do 
tratamento 
 
INFECÇÕES ODONTOGÊNICAS 
Sinusite maxilar: Se não tratada pode afetar outros seios. Se desenvolve 
rapidamente. Em casos raros, se torna fatal e pode apresentar celulite orbital,trombose do seio cavernoso, meningite, osteomielite, abscesso intracraniano. 
Doenças periapicais agudas 
Doenças periodontais 
Infecção e sinusite podem resultar de trauma para os dentes ou de cirurgia 
maxilar posterior: remoção de dentes, alveolectomia, redução de tuberosidade 
 
TRATAMENTO DA SINUSITE MAXILAR 
Sinusite alérgica 
Tratamento precoce umidificação do ar para soltar e auxiliar na remoção de 
secreção seca 
Administração sistêmica de descongestionantes 
Prescrição de analgésico 
Sinusite por infecção: mesmo tratamento + antibióticos 
Se o paciente não responder em 72 h: trocar antibiótico 
 
PSEUDOCISTOS ANTRAIS 
 mucocele e cistos de retenção 
Acúmulos benignos de fluido. Não existe causa definida, mas pode ser 
inflamação do revestimento do seio maxilar. Desaparecem com o passar do 
tempo. 
Mucocele(cistos cirúrgicos ciliados ou cistos maxilares pós operatórios) : 
causa comum é cirurgia do seio maxilar. Deve ser feita remoção e biópsia. 
Cistos de retenção bloqueiam de ductos. 
 
COMPLICAÇÃO DAS CIRURGIAS ORAIS ENVOLVENDO SEIOS 
MAXILARES 
Incluem deslocamento de dentes, raízes ou fragmentos de instrumentos, ou 
criação de comunicação entre cavidade oral e o seio maxilar durante a 
cirurgia da maxila posterior (pode cair isso gente): 
É provável que o seio maxilar se torne pneumatizado dentro do processo 
alveolar edêntulo ao redor do dente, o que enfraquece a totalidade de 
alvéolos e conduz os ápices dos dentes para uma conexão mais próxima com 
a cavidade do seio maxilar. Outras causas de perfuração dentro do seio: 
raízes longas de forma anormal, destruição da parte do assoalho do seio 
maxilar por lesões periapicais, perfuração do assoalho e da membrana com 
instrumentais, forçamento de uma raiz dentro do seio. 
Em muitos casos, abertura pequena e fechamento realizado com cicatrização 
adequada. Perfurações maiores, não há fechamento de rotina, e não é 
possível realizar um fechamento de rotina para fechar a abertura. 
O tratamento de comunicação oroantral é realizado imediatamente quando a 
abertura é criada ou mais tarde, como no caso de uma fístula de longa data 
ou falha de tentativa de fechamento primário. 
 
Comunicações Oroantrais: Tratamento Imediato 
Exames devem ser cuidadosamente analisados antes da cirurgia para plano 
de tratamento, deve ser observado potencial de exposição do seio. A cirurgia 
pode ser alterada para seccionar o dente e remover uma raiz de cada vez. 
Quando é concluída a exposição e perfuração do seio: 
Abertura pequena sem doença - terapia menos invasiva. Formação de 
coágulo no sítio da extração. Suturas para reposição de tecidos moles + 
gaze. Paciente deve seguir recomendações pós operatórias 10 a 14 dias (não 
usar canudo, não abrir boca quando espirra, evitar impacto no nariz, etc.) 
Antibiótico + anti-histamínico + descongestionante sistêmico. Paciente 
observado em intervalos de 48 a 72h. 
Perfurações maiores – Cobrir com retalho de avanço. Elevação de um retalho 
com margens posicionadas sobre o osso, em vez de ser colocado 
diretamente sobre o defeito ou área de comunicação. 
 
Fístula Oroantral: Tratamento Tardio 
Avanço de retalho bucal, avanço de retalho palatino, retalho de avanço facial 
e palatino sobre uma membrana de material aloplástico. 
Eliminar infecção no local (irrigação de fístula + uso de antibiótico e 
descongestionante). 
Pode ser construído dispositivo temporário para cobrir fístula. 
Se persistir, pode remover tecido afetado usando Caldwell-Luc. 
Se fístula estiver próxima a algum dente, pode ser removido para fechamento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAP.20 DIAGNÓSTICO E GESTÃO DAS 
DESORDENS DE GLÂNDULAS SALIVARES 
 
MODALIDADES DIAGNÓSTICAS 
História do paciente e exame clínico 
Radiologia das glândulas salivares 
Objetivo é identificação de “pedras” salivares (cálculos, são radiopacos) 
Radiografia oclusal mandibular é mais útil em cálculos sublinguais e 
submandibulares. Radiografias periapicais podem apresentar cálculo em cada 
ducto ou glândula salivar, incluindo glândulas salivares menores. As 
panorâmicas podem revelar cálculos nas glândulas parótidas e também 
localizados na parte posterior das glândulas submandibulares. 
Sialografia 
Auxiliar na detecção de cálculos radipacos e radiolúciodos (15% a 20%). 
Também é útil na avaliação da extensão do ducto salivar, do parênquima da 
glândula ou ambos como resultado de doenças obstrutivas, inflamatórias, 
traumáticas e neoplásicas. Também pode ser usada como manobra 
terapêutica, já que o sistema ductal é dilatado durante estudo e pequenos 
tampões mucosos ou restos necróticos podem ser removidos durante injeção 
do meio contraste dentro do sistema ductal. 
Executada sob anestesia local 
1 – canulação do ducto salivar 
2 - injeção de um meio de contraste radiográfico 
3 – Aquisição de série de imagens radiográficas durante todo processo 
A sialografia proporciona etapa preliminar no delineamento da morfologia 
ductal e na localização da obstrução. 
1 – Fase ductal (ocorre após injeção de contraste e permite visualização dos 
ductos maiores) 
2 – Fase acinar 
3 – Fase de evacuação (avalia função de eliminação de secreção normal da 
glândula para ver se há retenção do meio do contraste) 
Sialodoquite 
Dilatação do ducto salivar, resultante de atrofia epitelial por processos 
infecciosos e inflamatórios com estreitamento irregular devido à fibrose 
reparatiga “forma de linguiça”. 
Sialogramas 
Estudos radiológicos feitos por bucomaxilos. CONTRAINDICAÇÕES: 
infecções agudas das glândulas salivares,pacientes com historia de 
sensibilidade ao iodo, realização do exame antes do estudo da glândula 
tireoide. Tomografia computadorizada (TC), ressonância magnética e 
ultrassonografia, cintilografia salivar, endoscopia das glândulas salivares 
(sialoendoscopia), sialoquímica, biopsia aspirativa por agulha fina, biopsia das 
glândulas salivares. 
 
DOENÇA OBSTRUTIVA DAS GLÂNDULAS SALIVARES: SIALOLITÍASE 
Formação de cálculos ou pedras. Duas vezes mais comum em homens. 
Fatores etiopatogênicos: 
Obstrução, diminuição na taxa de fluxo salivar, alterações no pH salivar 
associadas à sepse orofaríngea e comprometimento da solubilidade dos 
cristais. 
Sinais e sintomas de sialolitíase 
Dor e edema da glândula submandibular nos horários das refeições 
Diminuição do fluxo salivar ou drenagem purulenta do ducto de Wharton 
Sensibilidade da glândula 
Linfadenopatia cervical 
Calculo palpável 
Tratamento 
A gestão dos cálculos nas glândulas submandibulares depende da duração 
dos sintomas, do número de episódios, do tamanho e localização. 
Submandibulares são anteriores ou posteriores. 
Cálculo na parte anterior do ducto de Wharton: Tentativa de dilatar o ducto 
com sondas lacrimais, cuidado para não deslocar o cálculo posteriormente, 
“ordenhar” a glândula por meio de palpação para exteriorizar o cálculo. Caso 
tenha êxito, preservar estimulantes salivares 
Cálculo na parte posterior ou nenhum cálculo visualizado: Encaminhar para 
cirurgia bucomaxilofacial. 
Cálculos pequenos localizados anteriormente podem ser retirados através de 
abertura ductal após dilatação do orifício. Ocasionalmente, torna-se 
necessária remoção de cálculos submandibulares por incisão nos assoalho 
da boca para expor o ducto e o cálculo. 
Obstruções das glândulas sublinguais 
São geralmente o resultado de obstrução do ducto de Wharton no mesmo 
lado da cavidade bucal devido à íntima associação entre os ductos de 
Wharton e Rivinus, como previamente comentado. 
Tratamento: excisão simples do cálculo e da glândula associada. 
 
FENÔMENO DE RETENÇÃO E EXTRAVASAMENTODE MUCO 
Mucocele 
Ductos das glândulas salivares menores traumatizados. A produção de saliva 
subsequente podem extravasar abaixo da superfície mucosa e para o interior 
dos tecidos moles. Com o passar do tempo, as secreções acumulam-se 
dentro dos tecidos. o. Em algumas circunstâncias a mucocele regride 
espontaneamente sem cirurgia. Para lesões persistentes ou recidivantes, o 
tratamento preferencial consiste na excisão da mucocele e das glândulas 
salivares menores associadas que contribuíram para sua formação a fim de 
evitar a recorrência na mesma localização. Para as mucoceles do lábio 
inferior, é administrada anestesia local regional através de bloqueio do nervo 
mentoniano e uma incisão é realizada através da mucosa. 
Rânula 
Uma mucocele da glândula salivar sublingual. 
As rânulas resultam da retenção mucosa no sistema ductal da glândula 
sublingual ou do extravasamento de muco como resultado da ruptura ductal 
causada por inflamação ou trauma. 
Rânula simples: Confinada à área ocupada pela glândula sublingual no 
espaço sublingual, superiormente ao músculo milo-hióideo 
Rânula mergulhante: A progressão para uma rânula mergulhante ocorre 
quando a lesão se extende através e abaixo do nível do músculo milo-hióideo 
no interior do espaço submandibular. 
As rânulas podem alcançar um tamanho maior que as mucoceles porque a 
mucosa sobrejacente às rânulas é mais espessa e elas ocorrem menos 
comumente porque o trauma que causa a formação é menos comum na 
porção anterior do assoalho de boca. Como resultado, uma rânula 
mergulhante possui o potencial para se expandir através do músculo milo-
hióideo até o pescoço e comprometer as vias aéreas, resultando em uma 
emergência médica. 
TRATAMENTO 
Recorrentes ou persistentes é a excisão da rânula bem como da glândula 
sublingual através de acesso intrabucal à região anterior do assoalho de 
boca. 
Os diagnósticos diferenciais para os aumentos de volume em assoalho de 
boca incluem rânula, cisto linfoepitelial, cisto dermoide ou epidermoide, 
tumores de glândulas salivares (p. ex., carcinoma mucoepidermoide) e 
tumores mesenquimais (p. ex., lipoma, neurofibroma ou hemangioma). 
Os diagnósticos diferenciais para uma massa na linha média do pescoço 
incluem linfadenopatia, cisto epidermoide, lipoma, mononucleose infecciosa, 
carcinoma metastático, linfoma, tumores de glândulas salivares (p. ex., 
glândula submandibular ou “cauda” da glândula parótida), sialoadenite da 
glândula submadibular, cisto linfoepitelial, sarcoidose, tuberculose, doença da 
arranhadura do gato, higroma cístico, tumor do corpo carotídeo ou rânula 
mergulhante. O tratamento usual da rânula é a marsupialização na qual uma 
porção da mucosa bucal do assoalho de boca é excisada, incluindo a parede 
superior da rânula. Subsequentemente, a parede da rânula é suturada à 
mucosa bucal do assoalho de boca e aguarda-se a cicatrização por segunda 
intenção com formação de cicatriz; a probabilidade de recorrência é menor. 
 
 
INFECÇÕES DE GLÂNDULAS SALIVARES 
Agudas ou crônicas e são comumente, relacionadas à doença obstrutiva, 
especialmente na glândula submandibular (quando a obstrução leva à 
infecção). 
Sialoadenite supurativa aguda da glândula parótida 
Geralmente envolve uma alteração no equilíbrio do fluido cuja ocorrência é 
mais provável em pacientes mais idosos, debilitados, malnutridos ou 
desidratados ou naqueles com doenças crônicas ou comorbidades 
significativas. 
As características clínicas das infecções bacterianas agudas das glândulas 
salivares incluem evolução rápida do aumento de volume nas regiões pré-
auricular (glândula parótida) ou submandibular com eritema e dor associados. 
A palpação da glândula afetada não gera saída de fluido ou então ocasiona 
saída de secreção purulenta espessa pelo orifício do ducto. 
A gestão das infecções bacterianas das glândulas salivares inclui o 
tratamento sintomático e os cuidados de suporte, incluindo hidratação com 
fluidos endovenosos, antibióticos e analgésicos. Os antibióticos devem ser 
administrados por via endovenosa em altas doses para a maioria desses 
pacientes, os quais comumente requerem hospitalização. Na maioria das 
vezes, a cirurgia que consiste em incisão e drenagem, torna-se necessária na 
gestão das infecções das glândulas salivares. Infecções que não recebem 
tratamento podem rapidamente progredir e causar obstrução respiratória, 
septicemia e eventualmente morte. Em algumas situações de infecção 
recorrente de uma glândula salivar, as repetidas agressões resultam em 
disfunção irreversível, caso que pode indicar a excisão da glândula. 
Parotidite viral ou caxumba 
É uma doença aguda não supurativa e contagiosa. É importante a 
diferenciação clínica entre infecções bacterianas e virais das glândulas 
salivares, porque as infecções virais não são o resultado de doença obstrutiva 
e requerem um tratamento diferente que não inclui antibioticoterapia. A 
caxumba é caracterizada por um aumento de volume doloroso e sem eritema 
de uma ou ambas as glândulas. Sinais e sintomas da caxumba: dor e 
aumento de volume pré-auricular, febre, calafrios e dor de cabeça. A 
parotidite viral geralmente resolve-se em 5 e 12 dias após o início. A gestão 
inclui o tratamento de suporte com antipiréticos, analgésicos e hidratação 
adequada para a febre, a dor de cabeça e o mal-estar. Complicações da 
doença incluem meningite, pancreatite, nefrite, orquite, atrofia testicular e 
esterilidade. 
 
Sialometaplasia Necrosante 
Processo inflamatório reativo, não neoplásico que geralmente afeta as 
glândulas salivares menores do palato. Entretanto, pode afetar as glândulas 
salivares menores em qualquer localização. Resulta de um infarto vascular 
dos lóbulos das glândulas salivares. Causas potenciais da diminuição do fluxo 
sanguíneo para a área afetada: trauma, injeção de anestésico local, fumo, 
diabetes melito, doença vascular e pressão por uma prótese. As lesões 
geralmente aparecem como grandes áreas (1 a 4 cm) profundamente 
ulceradas, dolorosas ou assintomáticas. Pode ser bilateral. Alguns pacientes 
podem relatar um pródromo patológico semelhante a um resfriado antes do 
surgimento da ulceração. 
Síndrome de Sjögren 
Multissistêmico de apresentação variável. Síndrome de Sjögren primária ou 
síndrome seca, caracterizada por xerostomia (boca seca) e ceratoconjuntivite 
seca (olhos secos); e (2) síndrome de Sjögren secundária a qual é composta 
pela síndrome de Sjögren primária e uma desordem de tecido conjuntivo 
associada, mais comumente a artrite reumatoide. Embora a causa da 
síndrome de Sjögren seja desconhecida, parece que está presente uma forte 
influência autoimune. 
 
TUMORES BENIGNOS DAS GLÂNDULAS SALIVARES 
O adenoma pleomórfico ou tumor benigno misto é o tumor de glândula 
salivar mais comum. Geralmente, os adenomas pleomórficos são massas 
indolores de crescimento lento. A análise histopatológica mostra dois tipos de 
células: (1) célula epitelial ductal e (2) célula mioepitelial a qual pode se 
diferenciar em várias linhagens de células. 
TRATAMENTO 
Excisão cirúrgica completa com uma margem de tecido normal para incluir 
possíveis projeções irregulares da lesão. As lesões parotídeas são tratadas 
pela remoção do lobo afetado juntamente com o tumor. A recorrência é 
possível em casos raros; também há um pequeno risco (5%) de 
transformação maligna para um carcinoma ex-adenoma pleomórfico em 
lesões antigas. 
 
O tumor de Warthin ou cistoadenoma papilífero linfomatoso afeta quase 
que exclusivamente a glândula parótida. Lesão com uma massa indolor de 
crescimento lento. Acredita-se que o tumor de Warthin seja causado por 
restos epiteliaissalivares encarcerados dentro de linfonodos em 
desenvolvimento. A análise histopatológica mostra um componente epitelial 
em um padrão papilar e um componente linfoide com centros germinativos. O 
tratamento da lesão é a excisão cirúrgica simples e a recorrência é rara. 
Adenoma monomórfico 
Lesão solitária incomum composta por um tipo de célula; afeta 
predominantemente as glândulas salivares menores do lábio superior e a 
glândula parótida (adenoma de células basais). Geralmente apresenta-se 
como uma massa assintomática amplamente móvel. A análise histopatológica 
revela uma lesão encapsulada composta por um tipo (monomórfico) de célula 
epitelial de ducto salivar. O tratamento do adenoma monomórfico é a excisão 
cirúrgica simples. 
 
Tumores Malignos das Glândulas Salivares 
 
O carcinoma mucoepidermoide é o tumor maligno de glândula salivar mais 
comum. A apresenta-se como uma massa submucosa que pode ser dolorosa 
ou ulcerada. Pode parecer azulada em razão do conteúdo mucoso no interior 
da lesão. Uma forma intraóssea de carcinoma mucoepidermoide pode 
aparecer como uma área radiolúcida multilocular na parte posterior da 
mandíbula associada a um aumento de volume azulado do coxim retromolar . 
A análise histopatológica mostra três tipos de células: (1) células mucosas, (2) 
células epidermoides e (3) células intermediárias (claras). A proporção de 
cada tipo celular graduará o carcinoma mucoepidermoide como de alto grau, 
grau intermediário ou baixo grau. Quanto mais alto o grau, maior será a 
proeminência de células epidermoides e de pleomorfismo celular, a falta de 
células mucosas e de áreas císticas e um comportamento mais agressivo de 
maneira geral. O tratamento das lesões de baixo grau é a ampla excisão 
cirúrgica com margem de tecido normal não afetado; lesões de alto grau 
requerem remoção cirúrgica mais agressiva com margens cirúrgicas e, 
possivelmente, radioterapia local. As lesões de baixo grau possuem taxa de 
sobrevivência em 5 anos de 95%, enquanto as lesões de alto grau possuem 
menos de 40%de taxa de sobrevivência em 5 anos 
O adenocarcinoma polimorfo de baixo grau é a segunda malignidade mais 
comum das glândulas salivares intrabucais. local mais comumente afetado é 
a junção entre os palatos duro e mole. Esses tumores apresentam-se como 
massas assintomáticas de crescimento lento que podem sofrer ulceração. A 
análise histopatológica mostra muitas formas e padrões celulares (polimorfo). 
A aparência histopatológica mostra uma proliferação infiltrativa das células 
epiteliais ductais em um padrão de “fila indiana”. Essa lesão mostra uma 
predileção neurotrópica para invasão e propagação ao longo dos nervos 
adjacentes. O tratamento deste tumor é a ampla excisão cirúrgica, seguida, 
em alguns casos, por radioterapia. O prognóstico é ruim, apesar da terapia 
agressiva

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