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BÁRBARA MOURELHE - ODONTOLOGIA 
TÉCNICAS DE EXODONTIA SIMPLES 
A exodontia é a remoção do elemento dental por meio de 
procedimento cirúrgico. O procedimento cirúrgico consiste 
em um conjunto de manobras anti-sepsia, anestesia, técnica 
cirúrgica) que o profissional usará para a remoção do dente 
de modo seguro, rápido e o menos traumático para os 
pacientes. 
HISTÓRICO 
Historicamente, os problemas odontológicos são citados 
desde antes da era cristã. Podemos ver instrumentos 
cirúrgicos, próteses e adornos sendo utilizados em diversas 
civilizações: Sumérica, Egípcia, Asteca, Maia, Grega, Romana 
e outras. Devido ao conhecimento técnico-científico limitado 
e à falta de recursos materiais, os casos de odontologia eram 
tratados por meio da solução mais radical, porém, efetiva na 
eliminação da dor, a extração dental. 
Portanto, é fácil imaginarmos por que ainda hoje a 
odontologia é "temida" por grande parte dos pacientes, visto 
que a associação dor e extração dental, sem recursos de um 
ambiente ideal para a realização (material, anestésicos, 
controle de infecção, profissionais treinados) durante muitos 
séculos, foi uma constante. Atualmente, com os avanços da 
prevenção, das técnicas restauradoras, da endodontia e da 
periodontia, temos um constante decréscimo do número de 
extrações dentais. 
DIAGNÓSTICO 
O diagnóstico cirúrgico é fundamental para a realização ou 
não de um procedimento invasivo como a exodontia. Para 
isso é feita uma avaliação geral e local do paciente, que irá 
caminhar por: 
• Anamnese 
• Abordagem clínica 
• Exames complementares: exames laboratoriais + exame 
radiográfico 
• Princípios de cicatrização 
• Técnica cirúrgica 
AVALIAÇÃO CLÍNICA PRÉ-CIRÚRGICA 
Examinar o paciente seguindo os princípios: inspeção, 
palpação, percussão (quando necessário), ausculta. 
CONTRA-INDICAÇÕES PARA EXTRAÇÃO DENTÁRIA 
1. SISTÊMICAS 
• Diabetes instável 
• Doença renal PPT 
• Leucemia não controlada 
• Linfomas 
• Angina instável 
• Infarto recente 
• Hipertensão grave não controlada 
• Discrasias sanguíneas 
2. LOCAIS 
• Tumores malignos 
• Radioterapia - pode causar isquemia no osso 
• Pericoronarite grave 
INDICAÇÃO EXODÔNTICA 
Podemos ter inúmeras situações nas quais a exodontia está 
indicada. Didaticamente, dividimos as indicações em sete 
grandes grupos: 
1. INDICAÇÃO EXODÔNTICA RELACIONADA À 
DESTRUIÇÃO DA UNIDADE ANATÔMICA FUNCIONAL 
DA COROA: 
• Grandes cáries dentais 
• fraturas extensas das coroas e raízes residuais; 
Estas indicações são relativas, pois por meio dos 
procedimentos protéticos quase sempre podemos recuperar 
a coroa. 
 
2. INDICAÇÃO DA EXODONTIA POR 
COMPROMETIMENTO DO PERIODONTO: A 
manutenção dos tecidos periodontais e principalmente 
do osso alveolar é uma prioridade na clínica 
odontológica. 
• Quando temos um dente com mobilidade muito grande 
sem possibilidade de tratamento conservador, está 
indicada a exodontia com a finalidade de preservação do 
osso alveolar (tanto para confecções de próteses 
convencionais como para uma melhor reabilitação 
protética sobre implante). 
• Nos casos de fraturas radiculares extensas, nas quais há 
formação de bolsas periodontais verticais sem 
possibilidade de tratamento, também estará indicada a 
exodontia. 
 
3. INDICAÇÃO DA EXODONTIA POR 
COMPROMETIMENTO ENDODÔNTICO: Está 
recomendada em situações clínicas nas quais a 
endodontia não consegue realizar o preparo químico 
mecânico do conduto radicular ou por dificuldade de 
BÁRBARA MOURELHE - ODONTOLOGIA 
acesso da coroa dental (pacientes com abertura de boca 
pequena, dentes mal posicionados), por anatomia 
complexa do sistema de canais ou calcificação da 
entrada dos condutos. 
• Os condutos radiculares deverão estar preparados 
dentro dos parâmetros de qualidade recomendado pela 
literatura internacional da endodontia, evidenciando, na 
clínica, um dente sem sintomatologia ou sinais de 
infecção (dor, sensibilidade à percussão, aumento de 
volume das tábuas ósseas próximas do dente, fístulas, 
alterações das imagens na radiografia). 
• Ressaltamos que serão discutidas em capítulo 
específico, as indicações, as contra-indicações e técnicas 
para realização de cirurgia do periápice. 
 
4. INDICAÇÃO DA EXODONTIA POR MOTIVOS 
ORTODÔNTICOS: A ortodontia frequentemente indica a 
exodontia por: 
• Falta de espaço no arco dental, os pré-molares 
superiores e inferiores assim com os terceiros 
molares superiores e inferiores são os mais eleitos 
para ser extraídos. 
• Os dentes decíduos que não esfoliem e estejam 
comprometendo a posição dental adequada 
também têm sua remoção indicada. 
 
5. DENTES MAL POSICIONADOS: Está indicada a 
exodontia de dentes mal posicionados que não podem 
receber tratamento ortodôntico. 
• Estes dentes proporcionam uma situação 
desfavorável para a higiene oral, o que acarretará 
no surgimento de cáries dentais e problemas 
periodontais. 
• Os dentes inclusos com impactação também têm a 
extração indicada por promoverem cáries, doença 
periodontal e reabsorções nas raízes dos dentes 
adjacentes. 
• Os dentes supranumerários também são indicados 
para extração, uma vez que atrapalham o 
posicionamento dos demais dentes e muitas vezes 
dificultam a higiene oral. 
 
6. DENTES ASSOCIADOS COM LESÕES PATOLÓGICAS: 
Todos os dentes que não podem ser mantidos no arco 
ou que dificultam o tratamento por estarem 
relacionados a algum tipo de patologia (cistos 
radiculares, tumores odontogênicos ou outros tumores) 
devem ser extraídos. 
7. INDICAÇÃO POR FATORES ECONÔMICOS: 
INFELIZMENTE, devido à falta de recursos financeiros 
de grande parte da população, a extração muitas vezes 
acaba sendo a opção de tratamento. Entre a dor e a 
perda dental, a solução imediata e radical da perda 
dental acaba prevalecendo. 
Esta divisão, como salientamos, é didática e muitas vezes as 
situações se sobrepõem. 
NECESSIDADES BÁSICAS PARA A CIRURGIA 
VISIBILIDADE 
• Acesso adequado (ex: um paciente adulto que tem uma 
microstomia - deve-se fazer uma adaptação utilizando 
instrumentais infantis) 
• Iluminação adequada; 
• Campo cirúrgico livre de sangue em excesso e de outros 
fluidos (a aspiração deve ser feita constantemente). 
AVALIAÇÃO CLÍNICA DO DENTE PARA EXTRAÇÃO 
• Acesso ao dente; 
• Mobilidade dentária: mesmo já tendo essa condição, é 
preciso que seja feita uma radiografia para evitar 
surpresas na cirurgia; 
• Anquilose: não há lâmina dura, então esse dente não vai 
sair só com os movimentos do fórceps e do elevador, vai 
ter que fazer uma janela óssea, cortar e fazer uma 
odontossecção; 
• Condição da coroa: 
Dentes com amálgama - pode cair na intimidade do tecido 
mole e fazer uma tatuagem por amálgama. 
Coroa metálica: faz a luxação, primeiro sai a coroa para 
depois ter acesso ao órgão dentário. 
 
Em situações de coroas assim, não vai se ter muito apoio, 
então vai se utilizar os fórcepses, que são usados para restos 
radiculares para fazer a apreensão da coroa. 
AVALIAÇÃO RADIOGRÁFICA DO DENTE PARA 
EXTRAÇÃO 
• Configuração das raízes/fraturas; 
• Espaço do ligamento periodontal - anquilose; 
• Relação com estruturas adjacentes: 
 Canal mandibular 
 Seio maxilar 
• Presença de lesões patológicas; 
• Dentes inclusos - relação com o permanente 
BÁRBARA MOURELHE - ODONTOLOGIA 
• Torondias, dilacerações, aproximação com o seio 
maxilar, presença de patologias, presença ou não de 
dentes decíduos, etc. 
ACIDENTES E COMPLICAÇÕES 
Dentre os diversos acidentes que podem ocorrer, podemos 
destacar como os mais frequentes: 
• Fratura da coroa ou raiz do dente que está sendo 
extraído quando da utilização do fórceps ou alavanca 
• Fratura dental de um dente vizinho ou antagonista 
quando da utilização do fórceps ou alavanca de modo 
intempestivo. 
• Avulsão dental de um dente vizinho quando da 
utilização do fórceps ou alavanca de modo 
intempestivo.• Luxação de um dente vizinho quando da utilização do 
fórceps ou alavanca de modo intempestivo. 
• Luxação mandibular 
• Fratura mandibular 
• Penetração da raiz no seio do maxilar 
• Comunicação bucossinusal. Se for constatada a 
comunicação bucossinusal pela manobra de Valsalva (a 
manobra de Valsalva consiste em tampar o nariz do 
paciente por compressão interdigital e pedir para que 
ele solte ar pelo nariz, caso haja a comunicação, será 
possível observar escape de ar na região da extração, o 
que confirma a comunicação). 
• Fraturas de grandes porções alveolares. Geralmente, 
nas extrações dos molares superiores ocorrem fraturas 
do túber da maxila. Quando estas ocorrem ou qualquer 
outra fratura alveolar, será observado maior volume de 
sangramento, que com medidas locais será controlado. 
• Dor pós-operatória 
• Alveolites, são quadros de inflamações agudas nos 
alvéolos dos dentes extraídos. 
• Edema é um acúmulo anormal de líquido em qualquer 
tecido ou órgão. Após as exodontias, há sempre um 
edema decorrente do processo inflamatório, porém, 
quando o procedimento cirúrgico for muito traumático, 
sua extensão pode ser maior. 
• Hematoma é uma coleção de sangue em uma cavidade 
neoformada. Todo hematoma deve ser drenado para se 
evitar infecção secundária. 
• Hemorragia é uma perda sanguínea. As hemorragias são 
complicações pouco frequentes na clínica odontológica. 
TÉCNICA EXODÔNTICA 
A técnica exodôntica a ser escolhida deverá considerar a 
avaliação clínica local e sistêmica do paciente e a avaliação 
radiográfica do dente. Na avaliação clínica e sistêmica 
deverão constar: 
1. As condições sistêmicas do paciente 
2. O risco cirúrgico ASA. 
AVALIAÇÃO CLÍNICA LOCAL 
Na avaliação clínica local, temos que estar conscientes das 
condições da ATM, da amplitude de abertura bucal, da 
situação da coroa e raiz quanto a sua integridade e sua 
posição no arco dental, não só do dente a ser extraído como 
também dos dentes adjacentes, além de verificarmos a 
presença de infecção. 
AVALIAÇÃO RADIOGRÁFICA 
A avaliação radiográfica do dente a ser removido deverá 
respeitar os princípios de interpretação radiográfica: 
• Indicar a tomada radiográfica que visualize toda a área a 
ser operada e sua relação com as estruturas anatômicas 
próximas 
• Solicitar mais de uma tomada radiográfica quando for o 
caso 
• Respeitar a técnica de obtenção e processamento da 
imagem 
• Interpretar a radiografia utilizando negatoscópio 
• Utilizar lupas de aumento se for necessário. 
CLASSIFICAÇÃO DA TÉCNICA EXODÔNTICA 
Quanto à classificação das técnicas podemos citar duas 
classificações principais: 
• Técnica 1º/2º/3º 
• B-Técnica/Técnica por via alveolar (sem seccionamento 
dental ou com seccionamento dental) ou não-alveolar 
(com alveolectomia parcial ou com alveolectomia total). 
TÉCNICA 1°º/2º/3º) 
Está dividida da seguinte maneira: 
TÉCNICA PRIMEIRA 
É aquela em que utilizamos apenas os fórceps dentais para 
extração. Indicada para dentes com coroas integras ou que 
suportem a força dos fórceps. 
TÉCNICA SEGUNDA 
BÁRBARA MOURELHE - ODONTOLOGIA 
É aquela na qual utilizamos as alavancas para a extração 
dentária ou de raízes. Indicada para dentes com coroas ou 
raízes destruídas, em que não é mais possível a utilização do 
fórceps. 
TÉCNICA TERCEIRA OU EXTRAÇÃO CIRÚRGICA 
É uma técnica em que se realiza um retalho mucoperiostal, 
expondo o alvéolo que será removido (alveolectomia) para 
possibilitar a remoção do dente ou da raiz. Indicada em casos 
que não foi possível ou não houve êxito da utilização da 
técnica 1º ou 2ª. 
OBSERVAÇÃO 
Podemos utilizar a técnica 3ª + a técnica 2º ou a técnica 3° + 
a técnica 1ª, conforme a situação. 
B-TÉCNICA/TÉCNICA POR VIA ALVEOLAR 
A classificação da técnica por via alveolar e não-alveolar é a 
seguinte: 
VIA ALVEOLAR SEM SECCIONAMENTO 
A técnica por via alveolar sem seccionamento dental é 
aquela situação na qual, com o uso de fórceps ou alavanca, 
o dente é removido sem que haja o seccionamento das 
raízes. 
VIA ALVEOLAR COM SECCIONAMENTO 
Na extração por via alveolar com seccionamento dental 
temos a utilização do fórceps e alavanca por via alveolar após 
o seccionamento das raízes. 
VIA NÃO-ALVEOLAR 
A via não-alveolar é aquela em que haverá remoção de 
tábuas ósseas para conseguirmos a remoção do dente, 
portanto, o dente não é extraído pela dilatação do alvéolo. 
Na técnica por via não-alveolar podemos ter a alveolectomia 
(remoção do alvéolo) parcial ou total, por ostetomia (corte 
de uma porção óssea, tomo = corte / ósteo = osso) ou por 
apicectomia (remoção da porção do ápice, ápice = ápice 
dental, ectomia = remoção da porção). 
OBSERVAÇÃO 
Todos os procedimentos cirúrgicos, de forma geral, estão 
divididos em três passos ou tempos operatórios. 
1. Diérese - acesso ao objetivo cirúrgico: acesso ao dente 
(sindesmotomia ou retalho). 
2. Exérese - remoção do objetivo cirúrgico: remoção do 
dente (uso de fórceps/alavanca). 
3. Síntese - reparo da área onde foi removido o objetivo 
cirúrgico (sutura do alvéolo). 
Os tempos operatórios de uma exodontia são: 
1. Antissepsia extra e intrabucal utilizando de 
antissépticos. Lembrar que os antissépticos são 
substâncias capazes de destruir microrganismos 
patogênicos às temperaturas ambiente em seres vivos. 
2. Anestesia (respeitando a técnica indicada para cada uma 
das regiões). 
3. Sindesmotomia é uma manobra em que fibras gengivais 
são descoladas para facilitar o uso dos fórceps e 
alavancas e proteger os tecidos moles. 
4. Aplicação, conforme o planejamento cirúrgico em: 
a) do fórceps 
b) aplicação da alavanca ou 
c) osteotomia 
5. Remoção do dente. 
6. Curetagem alveolar. 
7. Manobra de Chompret, que consiste no 
reposicionamento das tábuas alveolares que foram 
dilatadas para avulsão dental, por meio de uma pressão 
interdigital do alvéolo. 
8. Sutura. 
ETAPAS DA EXODOTIA 
SINDESMOTOMIA/DESCOLAMENTO 
MUCOPERIOSTIAL 
Consiste na separação romba dos tecidos por meio de um 
espaço anatômico virtual, usando-se instrumental como os 
descoladores, sindesmótomos, ruginas e outros. 
• Descolamento do tecido gengival ao redor dos dentes - 
desinserção das fibras gengivais; 
• Melhor visualização - descolar as duas papilas 
adjacentes; 
• Permitir adaptação do fórceps o mais apical possível 
sem dilacerar a gengiva; 
• Incisão intrasulcular prévia; 
• Descolador de Molt, espátula 7, descolador 
freer, sindesmótomo. 
OBSERVAÇÃO 
Cuidado com o sindesmótomo, pois ele é muito afiado e 
pode dilacerar o tecido. 
LUXAÇÃO DO DENTE COM ELEVADORES 
BÁRBARA MOURELHE - ODONTOLOGIA 
As alavancas possuem este nome porque um dos 
mecanismos físicos quando está em ação é de uma alavanca. 
Contudo, muitos autores acham melhor utilizar o nome de 
extratores, em vez de alavancas, já que estes instrumentos 
possuem outros mecanismos físicos de ação que não só o de 
alavanca. 
As alavancas são constituídas de: 
1. Cabo 
2. Haste (porção intermediária) 
3. ponta ativa. 
A diferença das alavancas está na ponta ativa que 
possibilitará melhor adaptação da ponta do instrumental no 
local onde iremos aplicar o instrumento e, portanto, maior 
eficiência física do instrumento. 
• Os instrumentos com ponta reta proporcionarão melhor 
ação de cunha. 
• Os instrumentos com ponta ativa perpendicular à haste 
(porção intermediária) dariam maior ação de sarilho 
(roda). 
A haste também possibilitará o aumento do rendimento do 
instrumento, uma vez que aumentará o braço da potência 
do instrumento. O cabo tem um desenho que possibilita a 
preensão mais segura do instrumento, para que o operador 
possa aumentar o desempenho do braço da potência. 
A regra geral para o uso de alavancas, mas não imutável, é 
de que os instrumentos retos são para a maxila e os 
instrumentos angulados para a mandíbula. 
Os elevadores mais usados entre os diversos tiposque 
existem é o Jogo de Seldin constituído de três instrumentos: 
1. Seldin reto n° 2. 
2. Seldin angulado direito - D 1 R. 
3. Seldin angulado esquerdo - E 1 E. 
Estes instrumentos, alavancas ou extratores, possuem três 
mecanismos físicos de ação: 
1. Alavanca: dentro deste mecanismo pode agir como 
alavanca interfixa ou alavanca inter-resistente 
2. Ação de sarilho ou roda: O sarilho, também chamado 
roda, é uma máquina constituída por um eixo móvel em 
torno de outro eixo acionado por meio de uma 
manivela. 
3. Ação de cunha: está baseada no princípio de que dois 
corpos não ocupam o mesmo lugar no espaço. 
OBSERVAÇÃO 
• O uso da alavanca deve ser muito cuidadoso por parte 
do cirurgião, tendo em vista o grau de lesão que este 
instrumento pode causar (perfurar tecidos moles, 
fraturar e avulsionar dentes vizinhos, fraturar a 
mandíbula, e outras). 
 
• O cirurgião para otimizar o uso da alavanca deve ter 
sempre em mente a necessidade de um ponto de apoio 
muito sólido e sempre o máximo possível em osso, 
porque o apoio em dente está sujeito a surpresas 
desagradáveis, como a luxação do dente vizinho ou 
mesmo sua avulsão. 
 
• A alavanca deverá ter sua ponta ativa alojada o máximo 
possível entre a raiz e a parede do alvéolo, tendo a parte 
mais arredondada e lisa colocada em contato com o 
osso e a outra face da ponta, a mais saliente e mais 
aguda, em contato com a raiz ou dente. 
 
• O cirurgião deverá explorar com o instrumento esta 
interface à procura do melhor ponto de apoio, para só 
então iniciar os três movimentos possíveis com uma 
alavanca; 
PRINCÍPIOS DO USO DE ELEVADORES 
• Empunhadura dígito-palmar 
• Dedo indicador sobre a haste 
• A lâmina da parte ativa voltada para o dente a ser 
extraído 
• Força aplicada preferencialmente na distal e na mesial 
(evitar vestibular e palatina ou lingual) de forma 
controlada Inserir o elevador no espaço do ligamento 
periodontal 
• Evitar usar o dente vizinho como apoio 
AÇÃO DA ALAVANCA 
• AÇÃO DE SARILHO E AÇÃO DE CUNHA: O elevador 
deve ser inserido no espaço do ligamento periodontal, 
paralelo ao longo eixo do dente, sendo realizado um 
movimento de meia rotação. A preensão do 
instrumento deverá, ser bem firme e o indicador deverá, 
quando possível, estar o mais próximo da parte ativa do 
instrumento, para ter maior controle e melhor 
posicionamento do instrumento durante sua ação. 
• ALAVANCA: Tentar tirar o dente de dentro do alvéolo 
BÁRBARA MOURELHE - ODONTOLOGIA 
• EIXO E RODA: O elevador deve ser inserido no espaço 
do ligamento periodontal, perpendicular ao longo eixo 
do dente, sendo que o cabo funciona como um eixo e a 
lâmina como uma roda que eleva o dente, ao se realizar 
um movimento de rotação. Ou seja, nada mais é do que 
se ter um apoio e rodar aquela ponta ativa para poder 
girar e poder tirar o dente do alvéolo. Podemos fazer 
esses 3 movimentos citados simultaneamente, mas 
didaticamente precisamos abordar separadamente. 
TEMPOS CIRÚRGICOS COM O USO DOS ELEVADORES 
1. Anestesia 
2. Sindesmotomia 
3. Luxação do dente com elevadores 
4. Remoção do dente do alvéolo com elevadores 
5. Cuidados com o alvéolo 
6. Sutura 
LUXAÇÃO DO DENTE COM FÓRCEPS 
Os fórceps são os instrumentos cirúrgicos mais usados para 
a exodontia. Os fórceps são constituídos por: 
• Mordentes, duas lâminas com desenho individualizado 
para adaptá-las no colo anatômico dos diversos grupos 
de dente. 
• Dobradiço, onde se juntam os cabos. 
• Cabo - duas hastes texturizadas, com diferentes 
angulações em relação aos mordentes para melhor 
aplicação e apreensão. 
Os fórceps estão classificados em dois grupos que se 
subdividem conforme a anatomia dental: 
• Para unidades maxilares: 
 
 Nº1: Extração de incisivos e caninos superiores/dentes 
com uma única raiz. 
 Nº 150: Extração de incisivos, caninos e pré-molares 
superiores. 
 Nº 18R: Extração de molares superiores do lado direito. 
 Nº18L: Extração de molares superiores do lado 
esquerdo. 
 Nº 65: Extração de raízes separadas cirurgicamente ou 
restos radiculares. 
 
• Para unidades mandibulares: 
 
 Nº 151: Extração de incisivos, caninos e pré-molares 
inferiores. 
 Nº 17: Extração de molares inferiores. 
 Nº 16: Extração de molares inferiores com coroas 
destruídas (chifre de boi). 
 Nº 69: Extração de raízes mandibulares. 
Existem muitas variações de fórceps, mas são modificações 
feitas sobre o mesmo fórceps elementar, e o que geralmente 
muda são os mordentes, mais delicados, mais robustos ou 
mais longos. 
OBSERVAÇÃO 
A preensão do fórceps deverá ser feita de forma firme, de 
preferência com o polegar avançando para a região onde os 
cabos se juntaram para seu melhor controle. O fórceps 
desempenha o princípio de uma alavanca de 2° grau inter-
resistente, ou de 1° grau, interfixa, dependendo do ponto de 
apoio. 
• Ponta ativa nas faces vestibular e lingual ou palatina 
• Mordente do fórceps paralelo ao longo eixo do dente 
• Posicionar primeiro por lingual ou palatina 
• Ponta ativa o mais apical possível para poder 
movimentar o que está dentro do alvéolo, que é a raiz. 
PAPEL DA MÃO OPOSTA: 
• Percepção sensorial: expansão da tábua óssea 
• Estabilização da maxila/mandíbula. 
Não se deve apoiar fórceps no tecido mole do paciente, 
visando evitar traumas. A mão oposta serve para 
limitar o espaço de trabalho. 
MOVIMENTO DO FÓRCEPS 
Os movimentos do fórceps são quatro: 
1. Intrusão 
2. Lateralidade 
3. rotação 
4. tração. 
 
• INTRUSÃO: movimento de intrusão na direção do longo 
eixo do dente com sentido da coroa dental para o ápice 
dental. Na intrusão, o mordente dos fórceps deverá 
estar o mais bem adaptado ao colo anatômico do dente 
(cada fórceps tem seu mordente individualizado para os 
diferentes grupos de dentes exatamente para sua maior 
adaptação). Ele deverá ser intruído o máximo possível 
BÁRBARA MOURELHE - ODONTOLOGIA 
para que haja um aumento do braço da alavanca 
(potência). 
 
• LATERALIDADE E ROTAÇÃO: os movimentos de 
lateralidade e rotação são os de luxação, os quais 
promoverão o rompimento das fibras do ligamento 
periodontal e farão com que as tábuas ósseas sejam 
dilatadas, para que o dente possa ser extraído. 
OBSERVAÇÃO 
Devemos sempre ter a anatomia radicular do dente e sua 
posição (inclinação) bem estudada, para sabermos qual 
parede óssea apresentará menor resistência durante a 
luxação. Possuindo este conhecimento e percebendo 
durante os movimentos de luxação a maior dilatação de uma 
das tábuas ósseas, exercer maior pressão sobre esta parede 
para facilitar a extração do dente. 
Convém lembrar que o movimento de rotação só poderá ser 
feito em dentes unirradiculares e com muito cuidado 
• TRAÇÃO: o último movimento do fórceps é o de tração, 
o qual, respeitando a inclinação da raiz dental dentro do 
rebordo, removerá o dente por tracionamento do seu 
alvéolo. Este movimento deverá ser exercido sempre a 
favor do deslocamento dental, o qual o cirurgião 
perceberá durante a luxação, como já explicamos, que 
será à custa da tábua óssea mais delgada. Assim, 
explorando cada vez mais esta menor resistência da 
tábua óssea, o último movimento quase que 
naturalmente será o de tração dental, que culminará 
com a remoção do dente de seu alvéolo. 
TEMPOS CIRÚRGICOS COM O USO DO FÓRCEPS 
1. Anestesia 
2. Sindesmotomia/descolamento mucoperiosteal 
3. Luxação do dente com elevadores 
4. Adaptação do fórceps ao dente 
5. Luxação do dente com fórceps 
6. Remoção do dente do alvéolo 
7. Cuidados com o alvéolo 
8. Sutura 
CUIDADOS COM O ALVÉOLO 
• Inspeção do alvéolo com a cureta: não ficar raspando as 
paredes do alvéolo e remover as fibras do ligamento 
periodontal; 
• Curetagem de lesões periapicais e/ou periodontais; 
• Regularização de espículas ósseas com lima para osso ou 
pinça goiva; 
• Remoção do tecido mole em excesso/papilar 
• Depois que lavamos,não ficamos aspirando dentro do 
alvéolo, porque na própria pressão da lavagem, o que 
tiver dentro daquele alvéolo vai sair, então aspira 
apenas a beirada e irriga com uma certa pressão para 
tudo sair. 
• Depois que tudo está preenchido com sangue, não se 
aspira, pois o sangue é o curativo biológico, ele tem que 
estar preenchido para o osso não ficar exposto. 
• Faz-se a compressão com gaze e o paciente só deve sair 
do consultório quando não houver mais sangramento. 
FORMAÇÃO DO COÁGULO 
• Preenchimento total do alvéolo com sangue; 
• Não deixar o alvéolo seco ou preenchido com soro e 
saliva 
• Sutura 
• Compressão com gaze 
IRRIGAÇÃO COM SORO FISIOLÓGICO 
• Limpeza do alvéolo; 
• Remoção dos corpos estranhos; 
• Irrigação abundante 
SUTURA 
Para se realizar a sutura, devemos levar em consideração 
alguns princípios: 
• O fio de sutura sempre agulhado para diminuir o 
traumatismo no tecido. 
• A agulha deve ser presa ao porta-agulha, 
aproximadamente no meio. Nem muito próximo à 
ponta, impedindo assim sua penetração mais 
profundamente no tecido, e nem muito próximo à 
região acoplada ao fio, dificultando o manuseio na 
penetração, que deverá ser feita perpendicularmente 
ao tecido e penetrada conforme sua curvatura, girando-
se apenas o pulso e não o braço inteiro. 
• Não devemos usar força, e sim habilidade. 
• O retalho a ser aproximado deverá ser estabilizado com 
pinça delicada com dente. 
• Na aproximação de duas bordas, uma livre e outra fixa, 
devemos começar sempre pela superfície livre, a qual 
estará estabilizada pela pinça auxiliar da sutura. 
• O retalho a ser aproximado deverá ser estabilizado com 
pinça delicada com dente. 
• Na aproximação de duas bordas, uma livre e 
BÁRBARA MOURELHE - ODONTOLOGIA 
• outra fixa, devemos começar sempre pela superfície 
livre, a qual estará estabilizada pela pinça auxiliar da 
sutura. 
• As extremidades do fio devem ser puxadas juntas e 
amarradas o suficiente para aproximar as bordas da 
ferida (reposição adequada do retalho), sem 
comprometer a vascularização. 
• Durante o manuseio da sutura, a agulha deve ser 
mantida presa à palma da mão ou mesmo entre os 
dedos do cirurgião evitando-se lesões na face do 
paciente. 
• O nó da sutura pode ser realizado com auxílio de 
instrumento (porta-agulha) passando-se primeiramente 
duas vezes o fio em sua volta, ou no sentido horário ou 
no anti-horário, e então tracionado. Em seguida, passa-
se o fio uma única vez em volta do porta-agulha, mas 
desta vez no sentido contrário àquele utilizado 
anteriormente. Esta inversão de sentidos é 
extremamente importante para que se consiga a 
estabilização do nó. Podemos fazer a sutura também 
sem o auxílio de instrumental, usando só as mãos. 
• O número de pontos deve ser limitado o suficiente para 
fechar adequadamente a ferida. Um número excessivo 
de pontos significa mais material estranho ao 
organismo, produzindo traumatismo e prolongando 
assim o procedimento de reparação. 
• O corte do fio excedente ao nó deve ser feito cerca de 2 
a 3 mm acima deste. Deve-se evitar deixar pontas 
compridas demasiadamente incomodando o paciente e 
aumentando também o acúmulo de placa e 
microrganismos, facilitando mais uma vez a inflamação 
local. 
• As suturas em mucosa devem ser mantidas por cinco 
dias, e as feitas na superfície cutânea, no máximo por 
quatro dias, e em seguida substituídas por fitas adesivas, 
diminuindo-se a inflamação e evitando provocar a 
marca de uma cicatriz não desejada. 
TIPOS DE SUTURA 
Os tipos de sutura que podemos utilizar são: 
1. com pontos separados 
2. contínua 
SUTURA COM PONTOS SEPARADOS 
A sutura com pontos separados, como o próprio nome 
sugere, consiste em pontos isolados até o fechamento total 
e adequado da ferida. Os nós devem ser sempre colocados 
lateralmente ao traço da incisão e não sobre ele. Este tipo de 
sutura é o mais o comumente usado. Apesar de exigir um 
tempo maior para sua realização, permite melhor orientação 
ao profissional para a coaptação das bordas da ferida. Tem 
como vantagem o não comprometimento total da sutura 
caso haja rompimento de um dos pontos. 
Dentre os pontos usados neste tipo de sutura temos: 
• pontos simples (coaptação das bordas) 
• pontos em U (sustentação) 
• pontos em X (manutenção de coágulo) 
• pontos Donati (sustentação e coaptação) 
SUTURA CONTÍNUA 
A sutura contínua é feita de uma série de pontos praticados 
com um único fio que percorre toda a linha da incisão sem 
interrupção. Temos apenas dois nós, um no começo e outro 
no fim da sutura. Tem como vantagem a execução mais 
rápida e é indicada em grandes extensões, por exemplo, 
sobre o rebordo alveolar. 
Está sutura pode ser feita do tipo: 
• simples 
• ancorada ou festonada 
• Cushing grega ou contínua em U 
OBSERVAÇÕES 
• A sutura promove a estabilização do 
coágulo/hemostasia; 
• Deve-se utilizar o fio de seda 3-0/4-0; 
• Remover após 5 a 7 dias, mas pode variar dependendo 
da evolução clínica do paciente; 
• Deve-se cortar o fio próximo à superfície da mucosa 
para não haver contaminação interna com o biofilme; 
• Kit de remoção de sutura: tesoura, pinça clínica e 
espelho; 
• Luva de procedimento 
CICATRIZAÇÃO 
Pode ser por: 
• Proliferação 
• Migração 
• Inibição por contato 
ESTÁGIOS DE CICATRIZAÇÃO DA FERIDA 
Estágio inflamatório: 
BÁRBARA MOURELHE - ODONTOLOGIA 
 
• A nossa cicatrização do alvéolo é por segunda intenção 
porque a gente fecha o tecido mole, mas o osso alveolar 
ainda passa por um período de cicatrização que pode 
perdurar por até 6 meses; 
• Para termos esse processo cicatricial a contento, temos 
que deixar o coágulo preenchendo o alvéolo, 
porque ele é o curativo biológico. 
PÓS OPERATÓRIO 
• Limpar o rosto do paciente; 
• Descartar pérfuro-cortantes na caixa 
adequada; 
• Materiais contaminados com sangue e saliva - lixo 
branco; 
• Materiais não contaminados - lixo comum; 
• Instrumental sujo - depósito com detergente 
enzimático; 
• Orientar o paciente a ficar deitado e não se levantar 
bruscamente; 
• Erguer o encosto da cadeira lentamente. 
OBSERVAÇÃO 
Explicar verbalmente como serão tomadas as medicações e 
entregar a receita ao paciente. 
FATORES QUE PODEM INFLUENCIAR NO REPARO 
ALVEOLAR 
• Hemostáticos locais; 
• Anestésicos locais; 
• Fios de sutura; 
• Nicotina; 
• Corpos estranhos; 
• Tecidos necróticos; 
• Isquemia.