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Propriedade intelectual

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Propriedade Intelectual
1
Propriedade Intelectual
Professor Nilton Flores
Propriedade Intelectual
2
Propriedade Intelectual
3
Propriedade Intelectual .......................................................................................... 5
Direito autoral ......................................................................................................... 5
Direitos Morais e Patrimoniais ................................................................................ 7
Direitos Conexos ..................................................................................................... 10
Artistas .......................................................................................................................... 10
Programa de Computador ....................................................................................... 11
Das Cláusulas Contratuais ............................................................................................... 14
Marcas ..................................................................................................................... 15
Tipos de Marcas ............................................................................................................. 16
Direito de Precedência ............................................................................................ 17
Formas de Registro das Marcas ....................................................................................... 17
Busca Prévia .................................................................................................................. 18
Licença de marca ........................................................................................................... 19
Expressões, Frases e Sinais de Propaganda ...................................................................... 19
Marca Notória ................................................................................................................ 20
Marca de Alto Renome ............................................................................................... 20
Marca Notoriamente Conhecida ....................................................................................... 21
Conceito de Nome Empresarial (ou Nome Comercial) ............................................ 22
A Proteção à Livre Concorrência ..................................................................................... 23
Crime de Concorrência Desleal ........................................................................................ 23
Concorrência Parasitária e Aproveitamento Parasitário....................................................... 24
Patentes de Software ...................................................................................................... 25
Know-How ............................................................................................................... 26
Pensamento Crítico Conceitual ........................................................................................ 27
Know-How e o Segredo .................................................................................................. 27
Cessão ou Licença de Know-How? ................................................................................... 30
Know-How e Segredo Comercial ...................................................................................... 30
Natureza Jurídica do Know-How ...................................................................................... 32
Elementos de um Contrato de Know-How ........................................................................ 34
Diferença entre Assistência Técnica e Know-How .............................................................. 34
Patente .................................................................................................................... 37
Requisitos de Privilegiabilidade e Criações Industriais Não Privilegiáveis ............................ 37
Período de Graça ........................................................................................................... 38
Outros Requisitos para Concessão de uma Patente ........................................................... 39
Licença Compulsória ....................................................................................................... 39
Desenho Industrial .................................................................................................. 40
Desenhos Industriais Não Registráveis ............................................................................. 40
Da Vigência do Registro .................................................................................................. 41
Criações Realizadas por Empregado ou Prestador de Serviços............................................ 42
Desenho Industrial e Marca Tridimensional ....................................................................... 42
Referências .............................................................................................................. 44
SUMÁRIO
Propriedade Intelectual
4
PROPRIEDADE INTELECTUAL
DIREITO AUTORAL
A Lei de Direitos Autorais em vigor é a Lei 9.610/98.
O Direito Autoral é o ramo da ordem jurídica que 
disciplina a atribuição de direitos relativos a obras literárias 
e artísticas, abrangendo, além disso, os chamados direitos 
conexos do direito de autor, como os dos artistas e 
intérpretes.
Os direitos autorais têm como função proteger as 
criações expressas em obras literárias, musicais, científi cas 
e artísticas, e sua proteção se dá desde o nascimento da 
obra fi xada em um suporte material.
No passado, a sociedade não tinha conhecimento sobre 
a reprodução ilegal das obras intelectuais, pois estas não 
eram consideradas um direito de propriedade. Em outras 
palavras, o autor não tinha a propriedade intelectual pelo 
seu trabalho, já que ele era disponível ao público sem 
qualquer proteção aos direitos de seu criador.
 
Não havia os recursos técnicos de fi xação de som, imagem, 
ideias, criações do espírito em geral. As obras literárias 
conhecidas circulavam em exemplares manuscritos, em 
pequenas quantidades, a grande maioria da população não 
sabia ler, e a cultura restringia-se ao círculo de intelectuais 
que gravitava em torno dos monarcas e da nobreza local.
Com a invenção da imprensa por Gutemberg no século 
XV, tornou-se possível a rápida multiplicação das obras 
literárias, popularizando o acesso à cultura. A súbita noção 
de que um mesmo texto podia ser reproduzido aos milhares 
trouxe também, de forma clara, o conhecimento de que o 
dono de uma cópia não detinha o direito de reproduzi-la, 
privilégio do autor do texto.
A primeira lei sobre o assunto foi sancionada pela Rainha 
Ana da Inglaterra em 1710, estabelecendo privilégios com 
a duração de 21 anos para os autores de obras literárias 
e de 14 anos para os demais tipos de obras. O copyright 
surgiu pelo interesse de uma rainha em proteger os 
artistas e escritores que viviam em sua corte. Os autores 
agraciados pelo privilégio real recebiam royalties cada vez 
que sua obra era encenada, tocada ou editada.
Tanto o copyright como o droit d’auteur reconheceram 
a existência da propriedade imaterial e o direito de o 
autor receber, durante o período determinado em lei, 
rendimentos pela utilização de sua obra. A principal 
diferença entre os dois sistemas é que o copyright como 
que desvincula a obra da personalidade do autor, fi xando 
apenas o período de proteção, enquanto que, no droit 
d’auteur, o prazo de proteção persiste durante a vida 
do autor e prolonga-se por um período após sua morte, 
benefi ciando os herdeiros, além de dar ao autor um certo 
controle sobre a forma de utilização de sua obra,através 
dos direitos morais, também transmissíveis aos herdeiros.
Sobre o sistema europeu, Ascensão (1997, p. 5) conclui 
o que se segue:
O sistema continental europeu é o sistema 
chamado de direito de autor, assente na tutela 
do criador. Este sistema coexiste no plano 
internacional, mediante composições muitas vezes 
semânticas, com o sistema anglo-americano do 
copyright. Porque centrado na tutela do exemplar, 
o sistema anglo-americano admite largamente que 
o direito de autor seja atribuído à empresa, embora 
só a lei americana acolha a noção de obra coletiva.
Dessa forma, nota-se que há dois sistemas ligados ao 
direito autoral: o anglo-saxão, o qual protege a obra em si, 
e o europeu, o qual protege, além da obra, a personalidade 
do autor.
Vale ressaltar que a Convenção de Berna, considerada 
um dos tratados mais importantes no que tange às 
relações internacionais envolvendo os direitos de autor, 
foi criada com base no sistema europeu e consagrou, de 
forma ampla e defi nitiva, os direitos de autor em todo o 
mundo. Ela estabelece a divisão dos direitos em direitos 
morais e patrimoniais.
Assim, a partir de 1886, as legislações internas dos 
países que aderiram à Convenção de Berna, incluindo o 
Brasil, foram se aproximando do sistema europeu.
Propriedade Intelectual
5
A atual Constituição Federal de 1988 consolidou a 
matéria em seu artigo 5°, incisos XXVII e XXVIII, quais 
sejam:
Art. 5º. Todos são iguais perante a lei sem 
distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos 
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País 
a inviolabilidade do direito a vida, à liberdade, 
à igualdade, à segurança e à propriedade, nos 
termos seguintes:
XXVII – aos autores pertence o direito exclusivo 
de utilização, publicação ou reprodução de suas 
obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que 
a lei fi xar.
XXVIII – são assegurados nos termos da lei:
a) a proteção às participações individuais em 
obras coletivas e à reprodução de imagens e voz 
humana, inclusive nas atividades desportivas;
b) o direito de fi scalização do aproveitamento 
econômico das obras que criarem ou de que 
participarem aos criadores, aos intérpretes, e às 
respectivas representações sindicais e associativas.
Sobre a natureza jurídica dos direitos de autor, 
encontramos várias teorias que surgiram para esclarecer 
qual seria ela, sendo tratada por uns como direito de 
propriedade e, por outros, como direito da personalidade, 
além de outras defi nições. Como se tratava de direito 
sobre coisa incorpórea, os direitos autorais eram defi nidos 
como direitos reais.
Com relação a esse tema, também é importante 
mencionar que havia duas teorias sobre os direitos autorais 
que eram debatidas no início do século passado: a teoria 
monista e a teoria dualista. A teoria monista tem como 
base a natureza única desse direito, sejam direitos reais 
ou direitos pessoais. Já a teoria dualista tem como base 
a natureza dúplice do direito, a partir da existência dos 
direitos de ordem moral paralelamente à dos de ordem 
pessoal, os quais se inter-relacionam entre si.
O artigo 7° da Lei 9.610/98 (Lei de Direitos Autorais) 
defi ne que as obras intelectuais protegidas são todas 
as criações de espírito, expressas por qualquer meio 
ou fi xadas em qualquer suporte, tangível ou intangível, 
conhecido ou que se invente no futuro. Todas as obras 
intelectuais protegidas serão objeto de estudo detalhado 
na próxima aula.
O que efetivamente distingue o direito autoral dos 
demais direitos é o seu objeto, a obra intelectual, como 
bem suscetível de utilização, que, no entanto, se dá em 
duas ordens de atividades: a utilização intelectual, ou seja, 
a fruição do próprio corpo místico da obra, mediante seu 
aproveitamento artístico, científi co, didático, informativo 
ou outro dessa natureza; e a utilização econômica, que se 
opera por meio de sua apresentação pública e remunerada, 
de sua reprodução ou, ainda, da participação do autor 
ou seus herdeiros na valorização patrimonial dela, nos 
sucessivos atos de alienação de certos corpos mecânicos 
ou nos próprios direitos de utilização econômica.
Cumpre destacar que as obras intelectuais podem 
nascer de forma autônoma e independente ou podem 
nascer com base em obras preexistentes. No primeiro caso, 
pode-se defi nir como uma obra originária. No segundo, 
defi ne-se como uma obra derivada, tendo em vista que 
esta foi criada com base em outra obra originária.
No caso das obras derivadas, faz-se necessário solicitar 
autorização do autor da obra preexistente. O resultado 
fi nal também é protegido pelo direito do autor, que 
assegura, com isso, a proteção às obras originárias e às 
obras derivadas.
Propriedade Intelectual
6
DIREITOS MORAIS E PATRIMONIAIS
O autor, criador de uma obra musical literária, artística 
ou científi ca, tem o direito de utilizá-la de acordo com seus 
interesses, uma vez que, de acordo com a legislação de 
direitos autorais, caberão ao autor de uma obra intelectual 
os direitos morais e patrimoniais sobre a obra que criou.
Dentro desta ótica, verifi camos que as ações que inOs 
direitos de autor dividem-se, com isso, nos direitos morais 
e patrimoniais. Os direitos morais estão previstos no artigo 
24 da Lei de Direitos Autorais e são aqueles que unem 
indissoluvelmente o criador à obra criada, pois emanam da 
sua personalidade e imprimem um estilo a ela (ABRAÃO, 
2002, p. 74). Já os direitos patrimoniais estão previstos 
nos artigos 28 e 29 da referida lei e podem ser defi nidos 
como os direitos de fruição e de disponibilização exclusivos 
do autor ou titular da obra criada e fi xada em suporte 
mecânico (ABRAÃO, 2002, p. 80).
Os direitos morais do autor são irrenunciáveis e 
inalienáveis e são aqueles previstos no artigo 24, conforme 
abaixo:
I. O de reivindicar, a qualquer tempo, a autoria 
da obra;
II. O de ter seu nome, pseudônimo ou sinal 
convencional indicado ou anunciado como sendo o 
do autor na utilização de sua obra;
III. O de conservar a obra inédita;
IV. O de assegurar a integridade da obra, 
opondo-se a quaisquer modifi cações ou à prática 
de atos que, de qualquer forma, possam prejudicá-
la ou atingi-lo, como autor, em sua reputação ou 
honra;
V. O de modifi car a obra, antes ou depois de 
utilizada;
VI. O de retirar de circulação a obra ou 
de suspender qualquer forma de utilização já 
autorizada quando a circulação ou utilização 
implicarem afronta à sua reputação e imagem;
VII. O de ter acesso a exemplar único 
e raro da obra, quando se encontre legitimamente 
em poder de outrem, para o fi m de, por meio 
de processo fotográfi co ou assemelhado, ou 
audiovisual, preservar sua memória, de forma 
que cause o menor inconveniente possível a seu 
detentor, que, em todo caso, será indenizado de 
qualquer dano ou prejuízo que lhe seja causado 
(Lei 9.618/98).
Os direitos patrimoniais de autor baseiam-se no 
direito de utilizar, fruir e dispor de sua obra, bem como 
o de autorizar sua utilização ou fruição por terceiros, 
dependendo de prévia autorização: reprodução, edição, 
adaptação, arranjo musical, no caso de obras musicais, 
tradução, inclusão em fonograma ou produção audiovisual, 
distribuição, inclusão em base de dados e quaisquer outras 
modalidades de utilização existentes ou que venham a 
ser inventadas, conforme elencado no artigo 29, o qual 
estabelece que depende de autorização prévia e expressa 
do autor a utilização da obra, por quaisquer modalidades, 
tais como:
I. A reprodução parcial ou integral;
II. A edição;
III. A adaptação, o arranjo musical e quaisquer 
outras transformações;IV. A tradução para qualquer idioma;
V. A inclusão em fonograma ou produção 
audiovisual;
VI. A distribuição, quando não intrínseca ao 
contrato fi rmado pelo autor com terceiros para uso 
ou exploração da obra;
VII. A distribuição para oferta de obras 
ou produções mediante cabo, fi bra ótica, satélite, 
ondas ou qualquer outro sistema que permita ao 
usuário realizar a seleção da obra ou produção 
para percebê-la em um tempo e lugar previamente 
determinados por quem formula a demanda, e 
nos casos em que o acesso às obras ou produções 
se faça por qualquer sistema que importe em 
pagamento pelo usuário;
VIII. A utilização, direta ou indireta, da 
obra literária, artística ou científi ca [...];
Propriedade Intelectual
7
IX. A inclusão em base de dados, o 
armazenamento em computador, a microfi lmagem 
e as demais formas de arquivamento do gênero;
X. Quaisquer outras modalidades de utilização 
existentes ou que venham a ser inventadas.
Os direitos patrimoniais são aqueles referentes à 
utilização econômica da obra, diferentemente do que ocorre 
nos direitos morais, que possuem a estrita vinculação entre 
a pessoa do autor e sua criação intelectual. 
Carboni (2003, p. 32) menciona:
No mundo de hoje, podemos dizer que o 
desenvolvimento tecnológico é um dos fenômenos 
que mais diferencia as sociedades, tanto uma 
das outras, como as atuais das precedentes. Às 
relações entre desenvolvimento tecnológico e 
mutação social, o Direito não permanece imune.
Com efeito, na esfera do direito positivo, as 
ligações entre direito de autor e desenvolvimento 
tecnológico e dos meios de comunicação são 
evidentes. É do desenvolvimento tecnológico das 
formas de reprodução das criações intelectuais que 
surge o direito de autor.
Diante do exposto, não há dúvidas de que a chamada 
“Era Digital” vem transformando as relações sociais, e 
cada vez mais há necessidade de adaptação a essa nova 
realidade.
O grande desafi o é defi nir como deve ser realizada essa 
mudança, já que todos têm interesse no desenvolvimento 
tecnológico, mas, ao mesmo tempo, há a preocupação 
de proteger os interesses dos autores, visando ao 
incentivo da criação intelectual e, consequentemente, ao 
desenvolvimento da cultura, da coletividade e do acesso à 
informação.
No que se refere à tecnologia digital, de acordo com 
Mario Fabiani (apud CHAVES, 1996), esta permite, assim,
infl uir sobre reprodução e distribuição de obras 
já existentes, utilizá-las para criar outras ou para 
retirar informações a serem acrescentadas a outras 
informações e constituir dados temáticos de amplo 
espectro. O acesso a essas tecnologias será cada 
vez mais facilitado ao grande público, graças aos 
novos achados com a realização de aparelhos mais 
sofi sticados, mais potentes e de menor custo.
No mundo globalizado, as transformações digitais 
simplesmente eliminam os limites territoriais e fazem com 
que os países adotem uma política internacional visando 
à criação de normas e procedimentos comuns a todos. 
A grande questão é como proteger esta política pública. 
Essa nova realidade trazida pelo avanço da internet, 
por exemplo, gerou confl itos entre as novas tecnologias 
desenvolvidas, os consumidores e os titulares dos direitos 
de autor.
O objetivo dos direitos autorais sempre foi o incentivo 
aos criadores das obras, para que continuem criando 
obras novas, visando à melhoria e ao desenvolvimento da 
cultura e ao atendimento dos interesses da coletividade. 
Com isso, a legislação procura assegurar ao autor os 
direitos sobre sua obra, havendo aquele o direito exclusivo 
de exploração e divulgação dela.
http://www.mp.rs.gov.br/media/
imprensa/2012/11/30305_640_480__martelo3654675676.jpg 
No entanto, essa concepção deve ser interpretada com 
algumas ressalvas, uma vez que há diversas utilizações de 
obras que não necessitam de autorização do autor, não 
sendo a sua utilização livre considerada como violação aos 
direitos deste. Essa ideia tem como objetivo estabelecer 
um equilíbrio: incentivar a criação artística e, ao mesmo 
tempo, limitar esses direitos para benefi ciar a coletividade.
Propriedade Intelectual
8
Essas limitações referem-se ao prazo do monopólio 
(artigo 41 e 42) e a questões discriminadas no artigo 46, 
47 e 48 da Lei 9.610/98, conforme apresentado a seguir:
Art. 41. Os direitos patrimoniais do autor 
perduram por setenta anos contados de 1º de 
janeiro do ano subsequente ao de seu falecimento, 
obedecida a ordem sucessória da lei civil.
Parágrafo único – Aplica-se às obras póstumas o 
prazo de proteção a que alude o caput deste artigo.
Art. 42. Quando a obra literária, artística ou 
científi ca realizada em co-autoria for indivisível, o 
prazo previsto no artigo anterior será contado da 
morte do último dos co-autores sobreviventes.
Parágrafo único – Acrescer-se-ão aos dos 
sobreviventes os direitos do co-autor que falecer 
sem sucessores. [...]
Art. 46. Não constitui ofensa aos direitos 
autorais:
I – a reprodução:
a) na imprensa diária ou periódica, de notícia 
ou de artigo informativo, publicado em diários 
ou periódicos, com a menção do nome do autor, 
se assinados, e da publicação de onde foram 
transcritos;
b) em diários ou periódicos, de discursos 
pronunciados em reuniões públicas de qualquer 
natureza;
c) de retratos, ou de outra forma de 
representação da imagem, feitos sob encomenda, 
quando realizada pelo proprietário do objeto 
encomendado, não havendo a oposição da pessoa 
neles representada ou de seus herdeiros;
d) de obras literárias, artísticas ou científi cas, 
para uso exclusivo de defi cientes visuais, sempre 
que a reprodução, sem fi ns comerciais, seja feita 
mediante o sistema Braille ou outro procedimento 
em qualquer suporte para esses destinatários;
II – a reprodução, em um só exemplar de 
pequenos trechos, para uso privado do copista, 
desde que feita por este, sem intuito de lucro;
III – a citação em livros, jornais, revistas ou 
qualquer outro meio de comunicação, de passagens 
de qualquer obra, para fi ns de estudo, crítica ou 
polêmica, na medida justifi cada para o fi m a atingir, 
indicando-se o nome do autor e a origem da obra;
IV – o apanhado de lições em estabelecimentos 
de ensino por aqueles a quem elas se dirigem, 
vedada sua publicação, integral ou parcial, sem 
autorização prévia e expressa de quem as ministrou;
V – a utilização de obras literárias, artísticas 
ou científi cas, fonogramas e transmissão de rádio 
e televisão em estabelecimentos comerciais, 
exclusivamente para demonstração à clientela, 
desde que esses estabelecimentos comercializem 
os suportes ou equipamentos que permitam a sua 
utilização;
VI – a representação teatral e a execução 
musical, quando realizadas no recesso familiar 
ou, para fi ns exclusivamente didáticos, nos 
estabelecimentos de ensino, não havendo em 
qualquer caso intuito de lucro;
VII – a utilização de obras literárias, artísticas 
ou científi cas para produzir prova judiciária ou 
administrativa;
Art. 47. São livres as paráfrases e paródias 
que não forem verdadeiras reproduções da obra 
originária nem lhe implicarem descrédito.
Art. 48. As obras situadas permanentemente 
em logradouros públicos podem ser representadas 
livremente, por meio de pinturas, desenhos, 
fotografi as e procedimentos audiovisuais (Lei 
9.618/98).
Nos incisos do artigo 46 acima mencionados, encontram-
se direitos e obras originalmente protegidas, mas que são 
legalmente liberadas para o uso, diante da supremacia do 
interesse público sobre o direito individual do autor.
 Cumpre destacar que o rol de que tratado artigo 
46 é taxativo, uma vez que é uma exceção à regra geral 
de proteção ao direito do autor. Sobre esse assunto, 
Cabral (1998b) observa que praticamente em todas as 
legislações os limites aos direitos de autor são expressos 
de forma taxativa e nunca exemplifi cativa. São numerus 
clausus. Não podem estender-se além daquilo que o texto 
legal fi xou. O legislador, tratando de problema delicado, 
não quis dar oportunidade a que a lei, pela interpretação 
Propriedade Intelectual
9
aplicativa, pudesse ir além daquilo que seria razoável para 
compatibilizar duas situações antagônicas. Apesar disso, 
é justamente nessa área que se verifi cam os maiores 
problemas e confl itos.
 Em relação ao artigo 48, nota-se que as obras de 
artes plásticas e arquitetônicas situadas em logradouro 
público podem ser livremente reproduzidas por meio 
de pinturas, desenhadas e fi lmadas. Pode-se dizer que 
logradouro público é o espaço destinado ao uso comum, 
como uma rua, uma praça, uma estrada, entre outros.
DIREITOS CONEXOS
No âmbito da legislação brasileira, a Constituição 
Federal de 1988, em seu artigo 5º, incisos XVII e XVII, 
prevê que todos são iguais perante a lei sem distinção 
de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e 
aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do 
direito a vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à 
propriedade, nos termos seguintes:
[...] XXVII – aos autores pertence o direito 
exclusivo de utilização, publicação ou reprodução 
de suas obras, transmissível aos herdeiros pelo 
tempo que a lei fi xar.
XXVIII – são assegurados nos termos da lei:
a) a proteção as participações individuais em 
obras coletivas e à reprodução de imagens e voz 
humana, inclusive nas atividades desportivas;
b) o direito de fi scalização do aproveitamento 
econômico das obras que criarem ou de que 
participarem aos criadores, aos intérpretes, e às 
respectivas representações sindicais e associativas; 
[...]
No que tange à Lei de Direitos Autorais brasileira (Lei nº 
9.610/98), esta dispõe, logo em seu artigo 1º, que regula 
os direitos autorais, entendendo-se sob essa denominação 
os direitos de autor e os que lhes são conexos. A Lei de 
Direitos Autorais estabelece que as normas relativas aos 
direitos de autor aplicam-se, no que couber, aos direitos 
dos artistas, intérpretes ou executantes, dos produtores 
fonográfi cos e das empresas de radiodifusão. Os direitos 
conexos estão previstos em um capítulo próprio da Lei de 
Direitos Autorais, nos artigos 89 a 95.
Bittar (2001) preceitua os direitos conexos da seguinte 
forma:
Os direitos conexos são reconhecidos em função 
da premissa de que o direito de autor protege a 
forma concedida pelo autor e do entendimento 
de que a sua efetivação em nada mais interfere 
com os direitos do autor da obra original ou da 
referência. Com o mesmo raciocínio, aliás, se 
justifi cam as derivações de obras primígenas, como 
anotamos. Amparam, pois, de um lado, criações 
intelectuais no plano artístico (as dos artistas, 
intérpretes e executantes, que inserem elementos 
em suas apresentações) e que auxiliam na 
divulgação da obra interpretada, em seu contexto 
reproduções ou utilizações não autorizadas. De 
outro lado resguardam interesses econômicos de 
categorias que atuam na fi xação e na colocação 
de obras intelectuais ao público, empregando 
enormes capitais ao mesmo tempo em que 
também contribuem para difusão dessas obras. O 
reconhecimento desses direitos visa, nesses casos, 
a evitar a captação e a produção não autorizadas 
de programas, fonogramas, cassetes e demais 
formas de apresentação e fi xação de obras, que 
prejuízos sensíveis causam ao respectivo sistema.
O desenvolvimento tecnológico permitiu a comunicação 
das obras em ambientes variados, por meio da fi xação 
de sons e imagens, o que antigamente não era possível, 
pois a interpretação artística era concebida única e 
exclusivamente ao vivo.
Os titulares dos direitos conexos são os artistas 
(intérpretes e executantes), os produtores fonográfi cos 
e as empresas de radiodifusão. Será tratada com mais 
detalhes a questão dos direitos conexos dos artistas.
Artistas
Os artistas são defi nidos, de acordo com os dicionários, 
como a pessoa que professa as belas-artes, que interpreta 
uma obra musical, teatral, cinematográfi ca, coreógrafa. 
Interpretar, por sua vez, é explicar o que é obscuro ou 
oculto, esclarecer, explanar (CHAVES, 1999, p. 40).
Propriedade Intelectual
10
O artigo 91 trata da faculdade que as empresas de 
radiodifusão têm de realizar fi xações de interpretação 
ou execução de artistas que as tenham permitido 
para utilização em determinado número de emissões, 
facultando sua conservação em arquivo público, dispondo, 
ainda, que a reutilização subsequente da fi xação pelas 
empresas de radiodifusão, no País ou no exterior, somente 
será lícita mediante autorização escrita dos titulares de 
bens intelectuais incluídos no programa, devida uma 
remuneração adicional aos titulares para cada nova 
utilização.
Cumpre destacar que não são só os autores que 
recebem proteção em razão de direitos conexos, mas 
também os dubladores, em decorrência do “acréscimo 
intelectual” realizado às respectivas obras pela nova voz 
que é aposta a tais obras. O caso da família do dublador 
Marcelo Gastaldi, que faleceu em 1995, por exemplo, 
mostra a luta pelo recebimento de tais direitos pelos 
dubladores. O referido dublador interpretou a voz dos 
personagens mexicanos “Chaves” e “Chapolim” e não foi 
devidamente remunerado em decorrência da exibição do 
programa.
PROGRAMA DE COMPUTADOR
O programa de computador é todo escrito destinado 
a processamento de dados, compreendendo todo o 
conjunto de instruções para o citado fi m (textos, manuais, 
codifi cações). Não há, pois, como se confundir o software 
com o respectivo suporte, ou hardware (disquete, fi ta ou 
chip), que constitui o respectivo corpo físico, ou mecânico. 
Assim como o disco é o suporte da música1. 
A proteção jurídica do software está regulada pela Lei 
9.609/98 (Lei de Software). Subsidiariamente, aplica-se o 
regime dos direitos autorais (Lei 9.610/98), nos termos 
do artigo 2º do citado diploma legal: “Art. 2º O regime 
de proteção à propriedade intelectual de programa de 
computador é o conferido às obras literárias pela legislação 
de direitos autorais e conexos vigentes no País, observado 
o disposto nesta Lei”.
Ao contrário do que ocorre no regime dos direito autorais, 
a Lei 9.609/98 traz para o programa de computador uma 
aproximação do sistema do copyright, no sentido de que 
afasta os direitos morais, excetuando apenas os direitos 
de paternidade e contra alterações não autorizadas que 
impliquem deformação, mutilação ou outra modifi cação 
ao programa e ofendam a honra ou reputação do autor, 
conforme o disposto no artigo 2º, §1º:
§ 1º - Não se aplicam ao programa de 
computador as disposições relativas aos direitos 
morais, ressalvado, a qualquer tempo, o direito 
do autor de reivindicar a paternidade do programa 
de computador e o direito do autor de opor-se a 
alterações não-autorizadas, quando estas impliquem 
deformação, mutilação ou outra modifi cação do 
programa de computador, que prejudiquem a sua 
honra ou a sua reputação.
A titularidade do programa de computador nem 
sempre é daquele que o cria. Na obra feita sob os efeitos 
de um contrato de trabalho, os direitos são conferidos ao 
empregador, salvo disposição em contrário, consoante o 
artigo 4º da Lei 9.609/98:
Art. 4º Salvo estipulação em contrário, 
pertencerão exclusivamente ao empregador,contratante de serviços ou órgão público, os direitos 
relativos ao programa de computador, desenvolvido 
e elaborado durante a vigência de contrato ou de 
vínculo estatutário, expressamente destinado à 
pesquisa e desenvolvimento, ou em que a atividade 
1 http://www.alfa-redi.org/upload/revista/103101--13-55-artigo-WEB-2001.doc
Propriedade Intelectual
11
do empregado, contratado de serviço ou servidor 
seja prevista, ou ainda, que decorra da própria 
natureza dos encargos concernentes a esses 
vínculos.
Como ressalva dessa regra, o parágrafo 2º do referido 
artigo dispõe que o programa pertencerá ao empregado 
que o criou se feito sem relação com o contrato de trabalho 
e sem a utilização dos recursos, informações tecnológicas, 
materiais, instalações ou equipamentos do empregador 
(LUPI, 1998, p. 42).
Assim como no Direito Autoral, o titular de programa 
de computador tem a faculdade de registrá-lo ou não 
perante o INPI. Vejamos o que dispõe o artigo 3º, da Lei 
nº 9.609/98: “Os programas de computador poderão, a 
critério do titular, ser registrados em órgão ou entidade a 
ser designado por ato do Poder Executivo, por iniciativa do 
Ministério responsável pela política de ciência e tecnologia”. 
O Decreto nº 2.556/98 - que dispõe sobre a proteção 
da propriedade intelectual de programa de computador e 
sua comercialização no País - regulamentou o previsto no 
art. 3º da Lei nº 9.609/98, nos seguintes termos:
Art. 1º Os programas de computador poderão, 
a critério do titular dos respectivos direitos, ser 
registrados no Instituto Nacional da Propriedade 
Industrial – INPI.
§ 1º O pedido de registro estabelecido neste 
artigo deverá conter, pelo menos, as seguintes 
informações: 
I - os dados referentes ao autor do programa de 
computador e ao titular, se distinto do autor, sejam 
pessoas físicas ou jurídicas; 
II - a identifi cação e descrição funcional do 
programa de computador; e 
III - os trechos do programa e outros dados 
que se considerar sufi cientes para identifi cá-lo 
e caracterizar sua originalidade, ressalvando-se 
os direitos de terceiros e a responsabilidade do 
Governo. 
§ 2º As informações referidas no inciso III do 
parágrafo anterior são de caráter sigiloso, não 
podendo ser reveladas, salvo por ordem judicial ou 
a requerimento do próprio titular.
A Lei 9.609/98 deixou a critério do interessado o 
registro perante o INPI. Contudo, é imprescindível ter-
se em mente que a própria lei, quando trata da proteção 
efetiva dos direitos autorais, criou duas condicionantes ao 
efetivo exercício ou proteção, em seu artigo 2º, parágrafo 
2º: “Fica assegurada a tutela dos direitos relativos a 
programa de computador pelo prazo de cinquenta anos, 
contados a partir de 1º de janeiro do ano subsequente ao 
da sua publicação ou, na ausência desta, da sua criação”.
Tais documentos são fundamentais nas questões 
relativas à pirataria de programas, pois será sobre tal 
documentação que se fará exame de mérito por peritos, 
num procedimento necessário para as decisões das ações 
judiciais. Por isso, é crescente o entendimento de que 
devem ser trazidas para registro as partes principais do 
programa fonte. As informações que fundamentam o 
registro são sigilosas, os documentos são colocados dentro 
de um envelope especial e fi cam guardados em arquivo de 
segurança do INPI, não sendo dado conhecimento de seu 
teor nem sequer a funcionários do setor encarregado pelo 
registro. A revelação só ocorrerá a requerimento do titular 
ou por ordem judicial2.
No tocante à duração da proteção do registro, no 
caso do software, face à rapidez de sua obsolescência, 
a proteção sofre maior limitação temporal. A duração da 
tutela dos direitos relativos ao programa de computador 
é de 50 anos, contados a partir de 1º de janeiro do ano 
subsequente ao da sua publicação ou, na ausência desta, 
da sua criação, nos termos do artigo 2º, § 2º, da Lei de 
Software.
Cessando a referida proteção, a criação cai em domínio 
público, sendo dispensável qualquer autorização do autor 
2 http://www.alfa-redi.org/upload/revista/103101--13-55-artigo-WEB-2001.doc
Propriedade Intelectual
12
para o exercício de qualquer direito relativo ao programa 
de computador.
A forma de colocação dos softwares no mercado dá-se 
por meio de contratos de licenciamento fi rmados entre o 
usuário fi nal e o detentor da tecnologia, demonstrando 
uma vinculação permanente entre este e o produto 
comercializado. Para tanto, é imprescindível a autorização 
formal do titular do direito autoral para que o licenciamento 
tenha efeito e possibilite a sua utilização pelo usuário fi nal, 
que, por exemplo, adquiriu um programa em CD-ROM3.
No software por encomenda, o vínculo criado entre as 
partes contratantes (titular e usuário fi nal) é de natureza 
pessoal. Isso porque, nesse caso, o programa é produzido 
em função das necessidades específi cas do usuário, 
mediante prévia encomenda deste. Consequentemente, a 
licença de utilização ao referido produto será determinada 
pelo comum acordo entre as partes que assinam o 
contrato, que poderão, livremente, negociar e estipular 
suas condições.
No segundo caso, quando o programa de computador 
é produzido tendo-se em vista a generalidade de usuários 
– conhecido como software de prateleira -, este é gravado 
em série, em diferentes formatos (CD-ROM, pen drive e 
na “nuvem”), mantidos em estoques para disponibilização 
dos interessados em utilizá-los. A formalização da licença 
de utilização também é imprescindível. Nesses casos, por 
exemplo, a formalização pode se dar por meio de um 
contrato de adesão impresso no exterior da embalagem na 
qual o software é oferecido no varejo, com a advertência 
de que a abertura do envelope implica automaticamente a 
adesão às condições e cláusulas contratuais4.
Um ponto importante a ser abordado refere-se ao 
engano, por vezes cometido, ao se confundir a realização 
do programa de computador com sua reprodução, esta 
última vedada pelo Direito Autoral. A realização nada mais 
é do que sua execução. Consiste na liberdade de carregar 
ou rodar um programa em um computador. Por outro 
lado, quando as instruções são movidas e armazenadas 
(copiadas) de uma área de memória para outra, estamos 
diante de uma reprodução de software, que é proibida por 
lei sem a prévia autorização do autor.
http://www.propintelectual.com.br/site/
images/stories/direitos-autorais.jpg
A Lei 9.609/98 deixa claro de que o programa de 
computador é um bem jurídico imaterial, estando 
juridicamente protegido pelo regime de Direitos Autorais 
conferido às obras literárias. A consequência legal desa 
classifi cação é, sob este aspecto, que o software é tido 
como um bem infungível, ou seja, que não pode ser 
substituído por outro de mesma espécie. 
Contudo, tecnicamente, o software pode ser defi nido 
como um conjunto organizado de instruções em linguagem 
de computador de modo a atender aos fi ns determinados 
e desejados pelos usuários. Alega-se que o usuário que 
adquire o direito ao uso de um software utiliza-se apenas 
do software aplicativo, ou seja, da parte executável 
do programa de computador – que é substituível por 
outros programas que solucionem os mesmos problemas 
específi cos e com a mesma qualidade (característica de 
bem fungível defi nida em nosso Código Civil). Em contrário, 
o sistema fonte do programa de computador, que não é 
substituível (infungível), permanece em poder do titular 
dos direitos autorais, não sendo liberado a terceiros.
Resulta disso que o software executável que é cedido 
ao usuário, por ser um bem fungível, não pode ser objetode contrato de locação, mas sim de cessão ou licença de 
3 http://www.alfa-redi.org/upload/revista/103101--13-55-artigo-WEB-2001.doc
4 http://www.alfa-redi.org/upload/revista/103101--13-55-artigo-WEB-2001.doc
Propriedade Intelectual
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uso, isso porque a locação de um bem para outra pessoa 
por determinado tempo, para uso e gozo, somente se 
aplica para bens infungíveis5.
A crescente distribuição e comercialização de softwares 
pela internet é uma realidade de importância para o 
mundo jurídico. Negociações pela Internet demonstram a 
inadequação dos instrumentos de controle das transações 
comerciais de softwares6. Inexiste uma ferramenta efi caz 
de controle de cópias dos programas de computador 
distribuídos na rede7.
Com exemplo, podemos citar a disponibilização de 
um programa de computador na homepage do titular 
dos direitos autorais do software produzido. Este pode 
oferecer o produto por meio de comandos de download, 
que, por mais fi scalizados que sejam, possuem limites de 
verifi cação, além das difi culdades técnicas em se coibir a 
livre utilização por terceiros, que, sem prévio conhecimento 
do titular, podem duplicar ilegalmente o software.
A Lei 9.609/98 defi ne “contrato de cessão de direitos de 
comercialização de software” como sendo o contrato entre 
o titular dos direitos autorais que deseje ampliar os pontos 
de comercialização do seu produto e terceiros. O contrato 
deve ser escrito, com a fi nalidade precípua e exclusiva 
de, em nome do fornecedor, proceder à comercialização 
do produto, e com isso, realizar remessas periódicas de 
pagamento em função dos negócios realizados, baseados 
em percentuais contratualmente fi rmado ou em função do 
preço fi xo.
Observe-se, porém, que essa lei, em seu art. 8º, é 
taxativa: 
Aquele que comercializar programa de 
computador, quer seja titular dos direitos do 
programa, quer seja titular dos direitos de 
comercialização, fi ca obrigado, no território nacional, 
durante o prazo de validade técnica da respectiva 
versão, a assegurar aos respectivos usuários a 
prestação de serviços técnicos complementares 
relativos ao adequado funcionamento do programa, 
consideradas as suas especifi cações.
 
Das Cláusulas Contratuais
Diante da extensão das responsabilidades da empresa 
produtora do software e da que o comercializará perante 
o usuário/cliente fi nal, é fundamental que o contrato de 
cessão de direitos de comercialização de software8:
• Estipule com clareza limites para a cessão de 
direitos, deixando claro que será exclusivamente para 
distribuição e comercialização do software para o qual está 
sendo contratada a empresa que irá comercializar.
• Vede a possibilidade da empresa contratada de 
nomear terceiros para subcontratar a comercialização.
• Obrigue contratualmente à empresa que 
comercializar o produto de informática a adoção das 
mesmas condições fi xadas na licença de uso da empresa 
produtora.
• Determine com precisão a quem competirá e quem 
dará a garantia ao usuário fi nal, bem como que irá prestar 
os serviços de manutenção, nos casos de danifi cação do 
produto.
• Fixe em que termos será realizado o treinamento 
para comercialização do produto, se haverá custos ou não.
Frise-se que a atual Lei de Software declara nulas 
todas as cláusulas que limitem a produção a distribuição/
comercialização, ou ainda que eximam qualquer dos 
contratantes por eventuais ações de terceiros decorrentes 
de vícios, defeitos ou violação de direito autoral. Mais, em 
5 http://www.alfa-redi.org/upload/revista/103101--13-55-artigo-WEB-2001.doc
6 “O nosso ordenamento jurídico é moldado para disciplinar as relações sociais advindas da relação com o tempo (momento em que ocorre o fato gerador) 
espaço (competência/jurisdiçào) e a massa (a tangibilidade), contudo, quando esse elementos não estão presentes, fi cam as relações caracterizadas como não 
incidentes no ordenamento jurídico, em obediência ao princípio da legalidade.” ARAGÃO, Luciano Oliveira. A tributação na rede. In: SILVA JÚNIOR, Roberto Roland 
Rodrigues (org.). Internet e Direito. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2001. p.147. 
7 “Agrega-se à problemática da dimensão da Internet, da gama de pessoas a que atinge e da velocidade com que propaga arquivos e informações, o fato 
desta ser um meio de comunicação “virtual”. Esta característica difi culta a determinação de critério espaciais e temporais de ocorrência de fatos, como a reprodução 
indevida de uma obra, muitas vezes não sendo possível identifi car a origem de um arquivo, bem como o momento de sua criação. A falta de regulamentação deste 
novo suporte material também agrava a situação jurídica dos autores que têm na Internet as suas obras veiculadas, aplicando-se até a presente data somente a Lei 
n. 9.610/98 e a Lei n. 9.609/98, as quais se mostram insufi cientes para resguardar os direitos envolvidos. A soma das características acima mencionadas demonstra 
que a Internet é um meio de comunicação de difícil fi scalização e de escassa regulamentação tornando propícia a violação de direito autorais” (GOMES DOS SANTOS, 
2001, p. 360).
8 http://www.alfa-redi.org/upload/revista/103101--13-55-artigo-WEB-2001.doc
Propriedade Intelectual
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se tratando de comercialização de software de origem 
externa, determina taxativamente que o contrato deverá 
estipular a responsabilidade quanto a tributos e encargos 
exigíveis.
Muitos são os problemas que podem advir de contratos 
de cessão de comercialização mal redigidos, e grandes 
serão as indenizações por eventuais prejuízos a terceiros.
Do ponto de vista da legislação, é revenda ilegal de 
software todo programa que não tiver autorização do titular 
dos direitos autorais para distribuição e licenciamento 
de programas. As penalidades aplicam-se tanto para 
programas nacionais quanto estrangeiros9. 
O crime de revenda ilegal consuma-se com o ato de 
publicidade ou republicidade, não sendo necessário o 
dano efetivo, bastando o dano potencial.
Em 2003, o Superior Tribunal de Justiça já teve 
oportunidade de se pronunciar acerca do quantum debeatur 
nos casos de danos materiais por pirataria e comércio 
irregular, deixando claro que o software está sujeito à 
proteção conferida as obras intelectuais. No acórdão, da 
lavra da Min. Nancy Aldrighi10, determinou-se que o valor 
indenizatório seguiria a norma contida no parágrafo único 
do artigo 130, acima transcrito, ao invés do artigo 159 do 
Código Civil (atual art. 927 da Lei 10.406/02).
As decisões são norteadas pelo princípio da 
proporcionalidade. Vale destacar, conforme suas palavras, 
que “a jurisprudência pátria, inclusive, por diversas 
vezes já referendou o entendimento de que o quantum 
compensatório em casos de violação por uso (sem 
comercialização) pode ser analisado caso a caso e, até 
mesmo, aferido pela autoridade judicial competente sob 
critérios totalmente diferentes daqueles adotados pela 
atual corrente majoritária”11.
Alguns especialistas na matéria acreditam que o art. 
103, parágrafo único, da Lei 9.610/98 seria aplicável 
apenas nos casos em que o infrator revende programas 
ilegais e não deveria ser utilizado para aferir indenizações 
quando o infrator é apenas usuário. E, ainda, que tal 
interpretação teria origem em três pilares: o peso da 
multa; a característica do infrator; e o resultado do laudo 
pericial.
A aplicação aos infratores da multa de 3.000 vezes 
o valor da licença de software poderia, muitas vezes, 
ocasionar o enriquecimento ilícito, o qual é vedado pelo 
nosso ordenamento jurídico.
Seria, de fato, injusto que o fabricante do software 
arrecadasse muito mais do infrator do que ganharia 
vendendo o seu produto. 
MARCAS
O art. 5º, XXIX,da Constituição Federal de 1988 dispõe 
que a lei assegurará aos autores de inventos industriais 
privilégio temporário para sua utilização, bem como 
proteção às criações industriais, à propriedade e ao direito 
de uso exclusivo de marcas e outros signos distintivos.
A Lei nº 9.279/96 (Lei de Propriedade Industrial) 
defi ne marca, no seu art. 122, como: “[...] todos os sinais 
distintivos visualmente perceptíveis, não compreendidos 
nas proibições legais”.
Já o art. 124 lista uma série de situações em que o sinal 
não poderá ser registrado como marca:
I – brasão, armas, medalha, bandeira, emblema, 
distintivo e monumento ofi ciais, públicos, nacionais, 
estrangeiros ou internacionais, bem como a 
respectiva designação, fi gura ou imitação;
II – letra, algarismo e data, isoladamente, salvo 
quando revestidos de sufi ciente forma distintiva;
III – expressão, fi gura, desenho ou qualquer 
outro sinal contrário à moral e aos bons costumes 
ou que ofenda a honra ou imagem de pessoas ou 
atente contra liberdade de consciência, crença, 
9 A legislação anterior (art. 37 Lei 7646/87) era mais rígida ao dispor que mesmo que o titular do programa autorizasse contratualmente empresa a 
revender software, se esse programa não estivesse devidamente formalizado junto à SEI, ter-se-ia o enquadramento de revenda ilegal.
10 R. Esp. 443.119/RJ – Min. Nancy Aldrighi, 3ª Turma, 08/05/2003 – RDDP 6/205.
11 Processo 98001048951-3 – 37ª Vara Cível Rio de Janeiro; Apelação Cível n.º 19.884/99, 6ª Câmara Cível, TJRJ e AGA 162.419-RJ
Propriedade Intelectual
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culto religioso ou idéia e sentimento dignos de 
respeito e veneração;
IV – designação ou sigla de entidade ou órgão 
público, quando não requerido o registro pela 
própria entidade ou órgão público;
V – reprodução ou imitação de elemento 
característico ou diferenciador de título de 
estabelecimento ou nome de empresa de terceiros, 
suscetível de causar confusão ou associação com 
estes sinais distintivos;
VI – sinal de caráter genérico, necessário, 
comum, vulgar ou simplesmente descritivo, 
quando tiver relação com o produto ou serviço a 
distinguir, ou aquele empregado comumente para 
designar uma característica do produto ou serviço, 
quanto à natureza, nacionalidade, peso, valor, 
qualidade e época de produção ou de prestação 
do serviço, salvo quando revestidos de sufi ciente 
forma distintiva;
VII – sinal ou expressão empregada apenas 
como meio de propaganda;
VIII – cores e suas denominações, salvo se 
dispostas ou combinadas de modo peculiar e 
distintivo;
IX – indicação geográfi ca, sua imitação 
suscetível de causar confusão ou sinal que possa 
falsamente induzir indicação geográfi ca;
X – sinal que induza a falsa indicação quanto 
à origem, procedência, natureza, qualidade ou 
utilidade do produto ou serviço a que a marca se 
destina;
XI – reprodução ou imitação de cunho ofi cial, 
regularmente adotada para garantia de padrão de 
qualquer gênero ou natureza;
XII – reprodução ou imitação de sinal que 
tenha sido registrado como marca coletiva ou de 
certifi cação por terceiro, observado o disposto no 
art. 154;
XIII – nome, prêmio ou símbolo de evento 
esportivo, artístico, cultural, social, político, 
econômico ou técnico, ofi cial ou ofi cialmente 
reconhecido, bem como a imitação suscetível de 
criar confusão, salvo quando autorizados pela 
autoridade competente ou entidade promotora do 
evento;
XIV – reprodução ou imitação de título, apólice, 
moeda e cédula da União, dos Estados, do Distrito 
Federal, dos Territórios, dos Municípios, ou de país;
XV – nome civil ou sua assinatura, nome de 
família ou patronímico e imagem de terceiros, 
salvo com consentimento do titular, herdeiros ou 
sucessores;
XVI – pseudônimo ou apelido notoriamente 
conhecidos, nome artístico singular ou coletivo, 
salvo com consentimento do titular, herdeiros ou 
sucessores;
XVII – obra literária, artística ou científi ca, assim 
como os títulos que estejam protegidos pelo direito 
autoral e sejam suscetíveis de causar confusão ou 
associação, salvo com consentimento do autor ou 
titular;
XVIII – termo técnico usado na indústria, na 
ciência e na arte, que tenha relação com o produto 
ou serviço a distinguir;
XIX – reprodução ou imitação, no todo ou em 
parte, ainda que com acréscimo, de marca alheia 
registrada, para distinguir ou certifi car produto ou 
serviço idêntico, semelhante ou afi m, suscetível de 
causar confusão ou associação com marca alheia;
XX – dualidade de marcas de um só titular para 
o mesmo produto ou serviço, salvo quando, no 
caso de marcas de mesma natureza, se revestirem 
de sufi ciente forma distintiva;
XXI – a forma necessária, comum ou vulgar do 
produto ou de acondicionamento, ou, ainda, aquela 
que não possa ser dissociada de efeito técnico;
XXII – objeto que estiver protegido por registro 
de desenho industrial de terceiro; e
XXIII – sinal que imite ou reproduza, no todo ou 
em parte, marca que o requerente evidentemente 
não poderia desconhecer em razão de sua 
atividade, cujo titular seja sediado ou domiciliado 
em território nacional ou em país com o qual o Brasil 
mantenha acordo ou que assegure reciprocidade 
de tratamento, se a marca se destinar a distinguir 
produto ou serviço idêntico, semelhante ou afi m, 
suscetível de causar confusão ou associação com 
aquela marca alheia.
Propriedade Intelectual
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http://www.territoriocreativo.es/wp-content/
uploads/2012/08/marcas2.png
Tipos de Marcas
O Art. 123 da Lei de Propriedade Industrial, por sua 
vez, diferencia as marcas em três tipos, quais sejam: (i) 
marcas de produto ou serviço, (ii) marca de certifi cação e 
(iii) marca coletiva, defi nindo-as da forma que se segue:
I. Marca de produto ou serviço: aquela usada 
para distinguir produto ou serviço de outro idêntico, 
semelhante ou afi m, de origem diversa;
II. Marca de certifi cação: aquela usada para 
atestar a conformidade de um produto ou serviço 
com determinadas normas ou especifi cações 
técnicas, notadamente quanto à qualidade, 
natureza, material utilizado e metodologia 
empregada; e
III. Marca coletiva: aquela usada para identifi car 
produtos ou serviços provindos de membros de 
uma determinada entidade.
A marca é uma propriedade imaterial de natureza 
incorpórea e patrimonial, podendo inclusive ser penhorada. 
Destaca-se que a Lei de Propriedade Industrial, em seu 
art. 5º, considerou os direitos da propriedade industrial 
como bens móveis, para efeitos legais.
A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 5º, 
assegurou aos autores de inventos industriais privilégio 
temporário para sua utilização, bem como proteção às 
criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes 
de empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista 
o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e 
econômico do País.
As marcas têm funções importantes, tais como: a 
função distintiva, que se caracterizam por preencher 
a função de distinguir os produtos e serviços aos quais 
se apõem de outros produtos ou serviços idênticos; a 
função de identifi cação de origem, que tem o intuito de 
indicar a origem dos produtos, permitindo ao titular destes 
distinguir suas mercadorias ou seus produtos/serviços de 
outros, idênticos ou semelhantes, de procedência diversa, 
conforme artigo 123, inciso I, da Lei 9.279/96. 
Observamos, por conseguinte, a função de garantia 
da qualidade dos produtos, pois os consumidores, pela 
identifi cação da marca de uma empresa, concluirão, de 
fato, que os produtos têm a mesma origem, possuindo 
uma qualidade constante.
Com a compra dos produtos e a satisfaçãodos 
consumidores, presume-se que estes voltem a comprá-
los devido ao conhecimento da marca. Essa força atrativa 
é utilizada para obter, manter e aumentar a clientela, 
exercendo, com isso, proteção no sentido de evitar o 
enfraquecimento do seu caráter distintivo.
DIREITO DE PRECEDÊNCIA
Art. 129, lei 9279/96:
§ 1º Toda pessoa que, de boa fé, na data 
da prioridade ou depósito, usava no País, há 
pelo menos 6 (seis) meses, marca idêntica ou 
semelhante, para distinguir ou certifi car produto ou 
serviço idêntico, semelhante ou afi m, terá direito 
de precedência ao registro.
§ 2º O direito de precedência somente poderá 
ser cedido juntamente com o negócio da empresa, 
ou parte deste, que tenha direta relação com o uso 
da marca, por alienação ou arrendamento.
A marca é imprescindível para o sucesso de uma 
empresa e pode ser mais valiosa que todo patrimônio 
material de uma sociedade empresária, sendo seu registro 
no INPI muito importante para a proteção da sociedade 
empresária.
Propriedade Intelectual
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O INPI é uma autarquia federal criada em pela Lei 
n° 5648, de 11 de Dezembro de 1970, sendo o órgão 
responsável pela concessão dos registros de marcas, 
patentes, modelos de utilidade e desenho industrial no 
Brasil.
Formas de Registro das Marcas
As marcas podem ser registradas sob a forma 
nominativa, mista, fi gurativa ou tridimensional, de acordo 
com defi nição abaixo12:
Nominativa: É constituída por uma ou mais palavras 
no sentido amplo do alfabeto romano, compreendendo, 
também, os neologismos e as combinações de letras e/ou 
algarismos romanos e/ou arábicos.
Figurativa: É constituída por desenho, imagem, fi gura ou 
qualquer forma estilizada de letra e número, isoladamente, 
bem como dos ideogramas de línguas tais como o japonês, 
chinês, hebraico, etc. Nesta última hipótese, a proteção 
legal recai sobre o ideograma em si, e não sobre a palavra 
ou termo que ele representa, ressalvada a hipótese de o 
requerente indicar no requerimento a palavra ou o termo 
que o ideograma representa, desde que compreensível por 
uma parcela signifi cativa do público consumidor, caso em 
que se interpretará como marca mista.
Mista: É constituída pela combinação de elementos 
nominativos e elementos fi gurativos ou de elementos 
nominativos, cuja grafi a se apresente de forma estilizada.
Tridimensional: É constituída pela forma plástica 
(estende-se por forma plástica, a confi guração ou a 
conformação física) de produto ou de embalagem, cuja 
forma tenha capacidade distintiva em si mesma e esteja 
dissociada de qualquer efeito técnico.
É importante mencionar, ainda, que o registro de marca 
junto ao INPI garante a proteção dela apenas no território 
nacional. Essa limitação territorial é prevista na Convenção 
de Paris13, a qual estabelece que a proteção conferida pelo 
Estado pelo registro de marca ou de patente tem validade 
somente nos limites territoriais do país que a concede.
Diante disso, os titulares de marcas no Brasil, no 
caso de terem interesse em registrar suas marcas em 
outros países, devem requerer esse registro em cada um, 
separadamente, de acordo com a legislação local. Não 
havendo esse registro no exterior, a proteção da marca 
fi ca limitada ao território nacional.
Busca Prévia
O procedimento de registro geralmente se inicia com 
uma busca prévia, que, embora não seja obrigatória, é 
importante para fi ns de verifi cação de eventuais marcas 
anteriormente registradas, idênticas ou semelhantes, no 
mesmo ramo de serviço ou produto que o interessado 
pretende registrar sua marca.
Após tal busca, efetua-se o pedido de registro de marca 
junto ao INPI, por meio de formulário próprio, no qual são 
prestadas informações e fornecidos dados sobre a marca 
e o requerente.
O pedido de registro de marca deverá referir-se a 
um único sinal distintivo e uma única classe, e conter, 
obrigatoriamente, a especifi cação dos produtos e serviços 
identifi cados pela Classifi cação Internacional de Produtos 
e Serviços e, segundo disposto nos atos normativos do 
INPI, conterá:
• O requerimento.
• Procuração, no caso de o interessado não 
requerer pessoalmente.
• Documentação específi ca para cada tipo de 
marca (ex. etiquetas, fi cha para busca do elemento 
fi gurativo, descrição das características do produto 
ou serviço, etc.).
• Comprovante de pagamento.
12 Fonte: www.inpi.gov.br 
13 A Convenção da União de Paris, de 1883, da qual o Brasil é signatário, deu origem ao hoje denominado Sistema Internacional da Propriedade 
Industrial e foi a primeira tentativa de uma harmonização internacional dos diferentes sistemas jurídicos nacionais relativos à propriedade industrial. A 
Convenção de Paris foi elaborada de modo a permitir razoável grau de fl exibilidade às legislações nacionais, desde que fossem respeitados alguns princípios 
fundamentais. Tais princípios são de observância obrigatória pelos países signatários. Cria-se um “território da União”, constituído pelos países contratantes, 
onde se aplicam os princípios gerais de proteção aos Direitos de Propriedade Industrial.
Propriedade Intelectual
18
• No caso de marca fi gurativa, a inclusão 
do requerente na Classifi cação Internacional de 
Elementos Figurativos de Marcas.
Após essa fase, o pedido será submetido a exame formal 
preliminar e, se devidamente instruído, protocolizado junto 
ao INPI.
Posteriormente ao protocolo, o pedido de registro 
é publicado na Revista da Propriedade Industrial, para 
fi ns de garantir a publicidade dele e para que terceiros 
eventualmente ofereçam oposição ao registro da referida 
marca, no prazo de 60 dias a contar de sua publicação. 
O depositante será intimado da oposição, podendo se 
manifestar no prazo de 60 dias.
Decorrido o prazo de oposição, ou se interposta esta, 
fi ndo o prazo de manifestação, será feito o exame, durante 
o qual poderão ser formuladas exigências, que deverão ser 
respondidas no prazo de 60 dias.
Se a exigência não for respondida, o pedido será 
defi nitivamente arquivado. Mas, em sendo respondida, 
ainda que não seja cumprida, ou contestada a sua 
formulação, dar-se-á prosseguimento ao exame.
Concluído o exame, será proferida decisão, deferindo 
ou indeferindo o pedido de registro. 
Se a decisão for pelo indeferimento do pedido, caberá 
interposição de recurso no prazo de 60 dias. A decisão 
do recurso dar-se-á pelo Presidente do INPI e, em 
havendo a manutenção do indeferimento, encerrar-se-á a 
instância administrativa. No entanto, não caberá recurso 
da decisão pelo deferimento do pedido, devendo ser 
efetuado e comprovado, no prazo de 60 dias, o pagamento 
das retribuições relativas à expedição do certifi cado e ao 
primeiro decênio de vigência do registro.
Findo o prazo mencionado, a retribuição poderá ainda 
ser paga e comprovada dentro de 30 dias, mediante 
o pagamento de retribuição específi ca, sob pena de 
arquivamento defi nitivo do pedido. Em havendo o 
recolhimento, é publicada a concessão do registro.
O certifi cado de registro será concedido depois de 
deferido o pedido e comprovado o pagamento das 
retribuições correspondentes.
As retribuições são relativas à expedição do certifi cado 
de registro e ao primeiro decênio de sua vigência, que 
deverão ser pagas no prazo de 60 dias contados do 
deferimento.
Cessão de marca
A cessão de uma marca está regulada nos artigos 134 
e 135 da Lei de Propriedade Industrial, os quais dispõem 
o que se segue:
Art. 134. O pedido de registro e o registro 
poderão ser cedidos, desde que o cessionário 
atenda aos requisitos legais para requerer tal 
registro.
Art. 135. A cessão deverá compreender todos 
os registrosou pedidos, em nome do cedente, de 
marcas iguais ou semelhantes, relativas a produto 
ou serviço idêntico, semelhante ou afi m, sob pena 
de cancelamento dos registros ou arquivamento 
dos pedidos não cedidos.
Licença de marca
O artigo 139 da Lei de Propriedade Industrial dispõe 
que o titular de registro ou o depositante de pedido de 
registro poderá celebrar contrato de licença para uso da 
marca, sem prejuízo de seu direito de exercer controle 
efetivo sobre as especifi cações, natureza e qualidade dos 
respectivos produtos ou serviços.
http://www.iramas.com/img/news/marca_registrada.jpg
Propriedade Intelectual
19
Além disso, o licenciado poderá ser investido pelo 
titular de todos os poderes para agir em defesa da marca, 
sem prejuízo dos seus próprios direitos.
O contrato de licença deverá ser averbado no INPI para 
que produza efeitos em relação a terceiros, que contarão a 
partir da data de sua publicação.
Expressões, Frases e Sinais de 
Propaganda
Pelo Decreto nº 24.507, de 29/04/1934, aprovou-se o 
regulamento para concessão de patentes de desenho e 
modelo industrial, para o registro do nome comercial, do 
título de estabelecimento e para a repressão à concorrência 
desleal. No Título II do referido decreto, foi inserida a 
proteção às frases de propaganda.
Inicialmente, muitas construções doutrinárias passaram 
a tratar marca e expressões de propaganda como se 
fossem institutos idênticos.
Essas legendas aproximam-se das denominações 
empregadas como marca, podendo ser consideradas como 
“marcas verbais” e registradas com esse caráter, desde 
que satisfaçam aos requisitos essenciais daquelas marcas 
(CERQUEIRA, 1982).
Podemos afi rmar, resumidamente, que as expressões 
de propaganda visam divulgar determinado produto/
serviço, enquanto que as marcas visam identifi cá-los.
A defi nição da marca, bem como a sua fi nalidade, foram 
dadas pelo legislador, conforme se atesta pela leitura dos 
arts. 122 e 123 da Lei da Propriedade Industrial.
Em que pese a diferença dos conceitos de marca e 
expressão de propaganda, muitas vezes há uma zona 
cinzenta que torna difícil identifi car se estamos diante de 
slogan ou marca.
Sinais há, porém, que se situam na zona 
fronteiriça entre slogans e marcas. Isso ocorre 
porque slogans e marcas preenchem funções 
comuns. São círculos secantes, não concêntricos, 
porque os sinais publicitários não são simples 
espécies de marca, mas, isto sim, elementos de 
identifi cação do produtor ou prestador de serviços 
com afeição própria, ainda que tenham algumas 
funções comuns, outras possuem que lhes são 
próprias e que lhes dão cunho independente. 
O sinal de propaganda não visa a identifi car o 
produto, a ponto de o público empregá-lo para 
denominar aquele bem em particular, com aquelas 
características. Todavia, quando fi gura sobre o 
próprio produto, torna-se infactível por vezes negar-
lhe verdadeira função de marca. Nessa hipótese, 
desempenha ambos os papéis e torna-se apto ao 
registro a título de marca, sem enquadrar-se na 
norma proibitiva do artigo em debate (DANNEMANN 
SIEMSEN BIGLER & IPANEMA MOREIRA, 2001).
Em maio de 1996, a entrada em vigor da Lei nº 9.279/96 
(Lei da Propriedade Industrial) excluiu de seu âmbito o 
registro de expressões e sinais de propaganda14, conforme 
se verifi ca pela redação de seus artigos 124, VII, e 233:
Art.124 – Não são registráveis como marca: [...]
VII – sinal ou expressão empregada como meio 
de propaganda.
Art. 233 – Os pedidos de registro de expressões 
ou sinal de propaganda serão defi nitivamente 
arquivados e os registros permanecerão em vigor 
pelo prazo de vigência restante, não podendo ser 
prorrogados.
Apesar dos dispositivos legais, podemos notar que a 
linha de entendimento do INPI acerca da matéria, não raras 
vezes, é controvertida. Exemplo: a Unilever N. V. depositou 
o pedido de registro para as marcas nominativas “Carte 
D’Or” e “A Qualidade que Faz a Diferença” (816992690 
e 816992703) para assinalar, respectivamente, produtos 
previstos nas classes 35:30 e 33:10-20.
A Constituição Federal afi rma expressamente que a 
fi nalidade do registro de marca é conceder ao seu titular a 
14 Em países como Chile, Argentina, Paraguai, Uruguai, Honduras, a marca pode ser igualmente constituída por “frases publicitárias” 
para produtos ou serviços.
Propriedade Intelectual
20
propriedade para um signo distintivo, de forma exclusiva, e 
que assinale, diferencie, ou melhor, marque seus serviços 
ou produtos no mercado.
Portanto, as expressões absolutamente descritivas, 
contidas nos registros das marcas da primeira apelada, 
afrontam o princípio da novidade presente no direito 
marcário, desatendendo, portanto, o requisito da fi nalidade 
do interesse público dos atos administrativos.
Marca Notória
Eis a norma precursora da proteção às marcas de alto 
renome no ordenamento pátrio:
Art. 67. A marca considerada notória no Brasil, 
registrada nos termos e para os efeitos deste 
Código, terá assegurada proteção especial, em 
todas as classes, mantido registro próprio para 
impedir o de outra que a reproduza ou imite, no 
todo ou em parte, desde que haja possibilidade 
de confusão quanto à origem dos produtos, 
mercadorias ou serviços, ou ainda prejuízo para a 
reputação da marca.
Parágrafo único. O uso indevido de marca que 
reproduza ou imite marca notória registrada no 
Brasil constituirá agravante de crime previsto na lei 
própria (Lei 5.772/71).
Marca de Alto Renome
Art. 125, Lei de Propriedade Industrial: “À marca 
registrada no Brasil considerada de alto renome 
será assegurada proteção especial, em todos os 
ramos de atividade”.
O legislador privilegiou terminologia assente na doutrina, 
chamando de alto renome às marcas que merecem 
proteção em todos os segmentos mercadológicos, ou seja, 
é de alto renome, num país, aquela marca que, ante sua 
simples menção, o consumidor, qualquer que seja seu 
nível, identifi ca, imediatamente, o produto ou serviço que 
ela distingue.
A identifi cação da marca, portanto, dá-se como que por 
refl exo, sem a necessidade de esforços daqueles que são 
com ela confrontados. Logo, consideram-se de alto renome 
as marcas largamente difundidas e inescusavelmente 
conhecidas pelo público, de fácil associação ao produto 
correspondente, exercendo um grande fascínio e enorme 
poder de atração diante de consumidor.
Para aferição do alto renome da marca, serão levados 
em consideração os seguintes fatores, segundo o art. 5º 
da Resolução 110/2004 do INPI, dentre outros:
1) data do início do uso da marca no Brasil;
2) público usuário ou potencial usuário dos 
produtos ou serviços a que a marca se aplica;
3) fração do público usuário ou potencial usuário 
dos produtos ou serviços a que a marca se aplica, 
essencialmente pela sua tradição e qualifi cação 
no mercado, mediante pesquisa de opinião ou de 
mercado ou por qualquer outro meio hábil;
4) fração do público usuário de outros segmentos 
de mercado que, imediata e espontaneamente, 
identifi ca a marca com os produtos ou serviços a 
que ela se aplica, mediante pesquisa de opinião ou 
de mercado ou por qualquer outro meio hábil;
5) fração do público usuário de outros segmentos 
de mercado que, imediata e espontaneamente, 
identifi ca a marca essencialmente pela sua tradição 
e qualifi cação no mercado, mediante pesquisa de 
opinião ou de mercado ou por qualquer outro meio 
hábil;
6) meios de comercialização da marca no Brasil;
7) amplitude geográfi ca da comercialização 
efetiva da marca no Brasil e, eventualmente, no 
exterior;
8) extensão temporal do uso efetivo da marcano mercado nacional e, eventualmente, no mercado 
internacional;
9) meios de divulgação da marca no Brasil e, 
eventualmente, no exterior;
10) extensão temporal da divulgação efetiva da 
marca no Brasil e, eventualmente, no exterior;
11) valor investido pelo titular em publicidade/
propaganda da marca na mídia brasileira nos 
últimos 3 (três) anos;
Propriedade Intelectual
21
12) volume de vendas do produto ou a receita 
do serviço nos últimos 3 (três) anos;
13) valor econômico da marca no ativo 
patrimonial da empresa.
Uma vez reconhecido o alto renome da marca, dar-se-á 
a respectiva anotação por parte do INPI, válida por prazo 
quinquenal. Essa anotação é meramente declaratória, 
jamais devendo ser entendida como constitutiva do alto 
renome, e não tem caráter prorrogável. Uma vez decorrido 
o prazo quinquenal, seu titular deverá novamente invocar 
a proteção especial, pela via incidental, apresentando 
prova de que a marca continua a gozar de elevado índice 
de conhecimento perante o público consumidor.
Marca Notoriamente Conhecida
Art. 126 – A marca notoriamente conhecida em 
seu ramo de atividade nos termos do art. 6º.bis 
(I), da Convenção da União de Paris para Proteção 
da Propriedade Industrial, goza de proteção 
especial, independentemente de estar previamente 
depositada ou registrada no Brasil.
Parágrafo 1º - A proteção de que trata este 
artigo aplica-se também as marcas de serviço.
Parágrafo 2º - O INPI poderá indeferir de ofício 
pedido de registro de marca que reproduza ou 
imite, no todo ou em parte, marca notoriamente 
conhecida (Lei 9279/96).
http://www.picgifs.com/wallpapers/wallpapers/
coca-cola/Coca_Cola03.jpg
Com o advento da nova Lei da Propriedade Industrial, 
promulgada em 1996, reproduziu o legislador no texto 
normativo a proteção assegurada pelo art. 6º bis da 
Convenção da União de Paris (CUP). Andou bem o legislador 
ao fazê-lo, afastando defi nitivamente as discussões 
quanto à compatibilidade entre esse instituto e o sistema 
atributivo adotado pelo país e consolidando o arsenal de 
mecanismos inibidores da usurpação das marcas dotadas 
de maior valor distintivo.
O Art. 129 da L. 9.279/96 consagra a um só tempo 
a atributividade do registro (“A propriedade da marca 
adquire-se pelo registro [...]”) e, ao instituir que a proteção 
conferida por um Estado não transcende os limites de seu 
território, o princípio da territorialidade.
A proteção conferida à marca notoriamente conhecida 
excepciona esses dois princípios na medida em que se 
aplica também a marcas ainda não registradas/depositadas 
no Brasil. O uso do “ainda” é intencional e visa chamar 
atenção para o fato de que, uma vez invocada contra 
terceiros a proteção prevista no Art. 126 da LPI, deve seu 
titular, no prazo improrrogável de 60 dias, comprovar o 
depósito do pedido de registro da marca notoriamente 
conhecida, sob pena do não conhecimento da oposição, 
nulidade administrativa ou ação de nulidade contra a 
marca sobre a qual almejava prevalecer15.
Logo, o Brasil compromete-se, na qualidade de 
signatário da Convenção, a recusar ou invalidar registro 
de sinal que constitua usurpação de sinal marcário, 
protegido em outro país convencional, quando este tiver 
galgado notoriedade no Brasil, dentro de seu segmento 
de mercado. Para aferir se uma marca é notoriamente 
conhecida, deverá o INPI, portanto, levar em consideração 
o grau de conhecimento da marca no Brasil e dentro de 
seu ramo de atividade.
Saliente-se que a marca pode ser desconhecida do 
grande público. Importante é a notoriedade em seu ramo 
15 Art. 158 – Protocolizado, o pedido será publicado para apresentação de oposição no prazo de 60 (sessenta) dias. [...]
Parágrafo 2º - Não se conhecerá da oposição, nulidade administrativa ou de ação de nulidade se, fundamentada no inciso XXIII do art. 124 ou 
no art. 126, não se comprovar, no prazo de 60 (sessenta) dias após a interposição, o depósito do pedido de registro da marca na forma desta lei.
Propriedade Intelectual
22
de atividade. Por exemplo, uma determinada marca que, 
embora a população desconheça, identifi ca componentes 
de maquinários agrícolas, detendo um terço da produção 
europeia e sendo largamente exportada para o Brasil. 
Nesse caso, a marca será notoriamente conhecida aqui 
e, mesmo que não tenha sido registrada pela empresa 
europeia no Brasil, não poderá ser registrada nem usada 
por terceiros.
Observe-se que o critério determinante da proteção é 
tão somente o conhecimento da marca no Brasil e não seu 
efetivo uso. Note-se, ainda, que o art. 126 autoriza sua 
aplicação ex ofi cio por parte do examinador
CONCEITO DE NOME EMPRESARIAL 
(OU NOME COMERCIAL)
É nome sob o qual o empresário exerce suas atividades, 
seja a título individual (fi rma individual), seja em sociedade 
(fi rma coletiva / denominação).
Empresário é a pessoa física ou jurídica que, em nome 
próprio, desenvolve atividade economicamente organizada 
para fi ns de produção e circulação de bens e serviços (art. 
966 do Novo Código Civil). O nome, como designativo 
do sujeito que sob ele contrai direitos e obrigações, é, 
em verdade, do empresário individual ou da sociedade 
empresária e não propriamente da empresa, a qual é 
entendida modernamente como sinônimo da atividade 
empresária.
A proteção ao nome empresarial tanto visa proteger 
a clientela, evitando o desvio ou a confusão entre os 
consumidores, como o crédito do empresário e da 
sociedade empresária, evitando o abalo de sua imagem.
Com o advento da Constituição Federal de 1988, a 
proteção ao nome comercial ganhou assento constitucional.
Art.5º, XXIX – A lei assegurará aos autores 
de inventos industriais privilégio temporário para 
sua utilização, bem como a proteção às criações 
industriais, à propriedade das marcas, aos nomes 
de empresas e a outros signos distintivos, tendo 
em vista o interesse social e o desenvolvimento 
econômico do País.
Proteção ao nome comercial encontra-se também 
positivada na LPI:
Art. 124. Não são registráveis como marca: [...]
V – reprodução ou imitação de elemento 
característico ou diferenciador de título de 
estabelecimento ou nome de empresa de terceiros, 
suscetível de causar confusão ou associação com 
estes sinais distintivos;
Art. 194. Usar marca, nome comercial, título de 
estabelecimento, insígnia, expressão ou sinal de 
propaganda ou qualquer outra forma que indique 
procedência que não a verdadeira, ou vender ou 
expor à venda produto com esses sinais.
Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) meses, 
ou multa.
Art. 195. Comete crime de concorrência desleal 
quem: [...]
V – usa, indevidamente, nome comercial, título 
de estabelecimento ou insígnia alheios ou vende, 
expõe ou oferece à venda ou tem em estoque 
produto com essas referências;
A marca e o nome de empresa não se confundem, 
embora ambos possuam função designativa.
O nome empresarial designa um empresário (individual 
ou sociedade empresária), isto é, o sujeito de direitos 
e obrigações, e distingue-o de outros. A marca designa 
produto ou serviço, diferenciando-os de outros idênticos. 
Uma sociedade empresária tem um só nome empresarial, 
mas poderá ter várias marcas perante o INPI.
O nome empresarial designa um empresário (individual 
ou sociedade empresária), isto é, o sujeito de direitos 
e obrigações, e distingue-o de outros. A marca designa 
produto ou serviço, diferenciando-os de outros idênticos. 
Uma sociedade empresária tem um só nome empresarial, 
mas poderá ter várias marcas perante o INPI.
Observa-se, em caso de colidência entre ambos, a 
preexistência, a anterioridade do sinal distintivo,

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