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Relatório Estágio Ensino Fundamental

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1 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPA – CAMPUS JAGUARÃO 
COMPONENTE CURRICULAR: ESTÁGIO SUPERVISIONADO I 
DOCENTE: PROF. DR. JÔNATAS MARQUES CARATTI 
DISCENTE: GIOVANE ALVES LIMA 
RELATÓRIO DE ESTÁGIO – 2018.2 
1. INTRODUÇÃO 
Este relatório tem como finalidade apresentar o estágio desenvolvido pelo 
discente, na Escola Padre Pagliani, sito a rua Praça Hermes Pintos Affonso esquina Rua 
Pedro Frederico Rache, em afinidade com o componente curricular Estágio 
Supervisionado I. 
A Licenciatura é o ramo acadêmico que visa a formação inicial de professores no 
Brasil, indivíduos capazes de organizar, planejar e executar o ensino da melhor forma 
possível para a turma trabalhada, dentro de suas próprias especificidades e contando com 
todas as dificuldades do sistema educacional brasileiro. Solidificando assim o conceito, 
podemos perceber que os cursos de Licenciatura devem então preparar os universitários 
para que, no nosso caso – curso de História -, tenhamos conhecimentos técnicos e teóricos 
sobre a História e conhecimento da historiografia, aliados aos estudos sobre as práticas 
pedagógicas e suas subáreas (Didática, Metodologia e afins). Porém, mesmo com todo 
esse conteúdo organizado e vencido ao longo do curso, não é suficiente para contemplar 
todas as questões de sala de aula, tendo que, obrigatoriamente, para uma formação inicial 
mais sólida, realizar Estágios Supervisionados em sala de aula, para que se possa, 
empiricamente, enfrentar (mesmo que por curto período) os desafios da docência. 
Como enfrentar os imprevistos? Como vou analisar a turma para escolher as 
melhores ferramentas que possam estimular o processo de ensino-aprendizagem? Como 
vou despertar, pelo menos minimamente, o interesse dos educandos pela História? Tudo 
isso pode ser estudado na faculdade, e debatido em aula. Mas é na prática escolar que 
vamos perceber como se desenvolvem essas respostas. Nas palavras de Kulcsar: 
O Estágio não pode ser encarado como uma tarefa burocrática 
a ser cumprida formalmente... Deve, sim, assumir a sua função prática, 
revisada numa dimensão mais dinâmica, profissional, produtora, de 
troca de serviços e de possibilidades de abertura para mudanças. 
(KULCSAR, 1991). 
2 
 
Do plano de ensino do componente curricular Estágio supervisionado I, podemos 
obter o objetivo geral do estágio que é analisar criticamente as situações observadas e 
vivenciadas, bem como elaborar propostas e planos de ensino afim de desenvolver uma 
postura investigadora diante dos fatos educativos que possibilitem o exercício da escrita 
sistemática e a reflexão sobre a realidade do ensino de história (CARATTI/ FERREIRA, 
2018).1 E é a partir desse objetivo geral que vamos analisar os objetivos específicos 
(também retirados do supracitado plano de ensino), são eles: 
 Problematizar, planejar, executar e relatar as ações em sala de aula; 
 Analisar criticamente as situações observadas e vivenciadas; 
 Elaborar propostas e planos de ensino; 
 Desenvolver uma postura investigadora diante dos fatos educativos; 
 Exercer reflexão escrita sistemática; 
 Refletir sobre a realidade do ensino de História; 
 Elaborar um referencial teórico próprio para o ensino de História. 
Dentro desses objetivos de estagiário docente/pesquisador é que precisamos 
realizar nossa prática e nossa reflexão sobre como desenvolver os métodos e planos. 
Este relatório compreende as atividades do discente estagiário, desde o primeiro 
contato com a Escola, no dia 18 de Setembro de 2018, até o último dia de Regência, em 
27 de Novembro de 2018. 
1.1 CARACTERÍSTICAS DA INSTITUIÇÃO 
 Vamos brevemente relatar a história da escola2, antes de atentar aos detalhes atuais 
da instituição. Padre Humberto Pagliani, nasceu em Modena, na Itália em 1883, chegando 
ao Brasil em 1914, e em Jaguarão em 1915, onde foi vigário, e onde, em 1924 começou 
a realizar o feito de construir o então Patronato São José, que foi construído em poucos 
meses, portanto o prédio onde hoje está situada a escola tem 94 anos. Ao passar dos anos 
a Escola trocou algumas vezes de nome, enquanto ia desenvolvendo suas atividades, até 
1961 quando tornou-se uma escola municipalizada e consolidara-se o nome de Escola 
Padre Pagliani. 
 
1 Plano de ensino do componente curricular Estagio Supervisionado I, regido pelos professores Dr. 
Jônatas Marques Caratti e Dra. Letícia de Faria Ferreira, no Segundo Semestre de 2018. 
2 Disponível em: http://escolapagliani.blogspot.com/2010/07/historia.html 
3 
 
 A Escola Municipal de Ensino Fundamental Padre Pagliani, conta com 
Anos iniciais á finais do ensino fundamental (1° ano a 9° ano) e Educação de Jovens e 
adultos – Supletivo Ensino fundamental. Segundo dados do Censo de 20173, a escola 
possui 12 salas de aula, conta com um corpo de 43 funcionários (segundo dados obtidos 
na escola, atualmente são 49 e o número de educandos chega a 400), laboratório e 
informática (o qual não observei nenhuma utilização no turno o qual trabalhei), e afirma 
que possui dependências adequadas a alunos com deficiência ou mobilidade reduzida (o 
que não condiz com a realidade, visto que não há rampa de acessibilidade na porta de 
entrada). Obteve índice 5.0 no Ideb 2015, superior ao Ideb médio do município no mesmo 
ano que foi de 3.4. 
1.2 ESTRUTURA FÍSICA DA ESCOLA 
A Escola possui uma área total de aproximadamente 2.600 m². [Ver apêndice A], 
sendo que de área construída, tem em torno de 1250m², excluindo a quadra poliesportiva, 
que não possui cobertura, mas pode configurar uma construção, de 365m². Como citamos, 
o prédio possui 94 anos, uma construção neoclássica (com uma pitada de arquitetura 
portuguesa). 
A observação do ambiente escolar começou pela fachada do prédio que abriga a 
escola, que encontra-se com problemas de pintura, embora tenha posteriormente recebido 
a informação que em breve o prédio receberá uma nova pintura. Logo na porta ao abrir, 
o servidor4 comenta que a fechadura que tem trava elétrica não estava funcionando bem 
e por isso naquela noite estava sendo aberta manualmente. O prédio data as primeiras 
décadas do Século XX, portanto contém diferenças ao modelo funcional de escola a qual 
pensamos hoje. Corredor estreito, salas da administração sem ligação entre elas. As salas 
são dispostas nos dois lados do pátio da escola. As salas têm problemas de pintura 
também, e notei lâmpadas com problemas que precisam ser trocadas. Importante 
mencionar que a escola não possui acessibilidade a portadores de deficiência, como 
rampas de acesso a cadeirantes e barras nas paredes para vias de facilitar a locomoção, 
nem nos banheiros, inclusive (embora nos dados do censo de 2017 consta um banheiro 
adaptado – não o vi). E a escola possui aluno com dificuldade de locomoção ou 
 
3 Disponível em: https://www.escol.as/246212-padre-pagliani 
4 Curiosamente este servidor que trabalha com a função de portaria no Noturno da Escola é um daqueles 
servidores com uma longa carreira e que todos nutrem simpatia e carinho. E que provavelmente já possui 
uma aposentadoria. E também é curioso o fato dele escutar músicas populares brasileiras da década de 
80 ou anteriores num volume que se ouve em toda a região da portaria. 
4 
 
mobilidade reduzida, e o mesmo acaba adaptando-se a utilizar o espaço mesmo sem as 
adequações que facilitariam ao mesmo se locomover com mais dignidade e tornar um 
pouco menos penosa a trajetória dele ao estudar. 
 O refeitório onde os alunos recebem a refeição é deveras pequeno, faz crer que 
num ambiente com mais fluxo de alunos seria bem complicado oferecer refeições a todosos alunos. 
 Chama atenção também o espaço destinado aos professores. Basicamente trata-se 
de uma sala com no máximo vinte e quatro metros quadrados, com uma mesa grande ao 
centro, onde os professores ocupam para realizar suas atividades. A mesa citada não 
comporta mais do que seis pessoas. Portanto é precário o espaço destinado aos 
professores, contribuindo com certeza com o não permanecimento dos mesmos na escola 
a não ser nos horários que exercerão a prática de sala de aula. 
 O pátio não é tão amplo quanto parece no “Apêndice A”, mas é satisfatório, 
lembrando que nossa experiência foi no noturno, onde estão uma quantidade menor de 
alunos. Ainda no pátio está a quadra poliesportiva, não coberta. E chama a atenção a 
altura da mesma em relação ao corredor de acesso às aulas, ela está a mais de meio metro 
de altura, configurando uma insegurança aos praticantes de atividade física no local. Não 
observei nenhuma aula de Educação física, e acredito que seja facultativo. 
1.3 ORGANIZAÇÃO DOS SETORES DA ESCOLA 
O setor financeiro é quase todo realizado pela Secretaria Municipal de Educação, 
ela recebe da escola as contas de manutenção (água, luz, telefone, internet, gás) e também 
o controle de assiduidade e outros direitos, como hora extras e diárias, em documentos 
denominados de efetividade. E a própria SMED emite os empenhos. Na escola, servidores 
que organizam estas burocracias participam, mesmo que minoritariamente do setor 
financeiro da escola. 
Pelo que verifiquei, os mesmos funcionários responsáveis pela parte financeira da 
escola, são os que também atendem o setor acadêmico, que funciona na Secretaria da 
escola, e no período noturno nenhum servidor se mantém fixo no ambiente da Secretaria. 
Sendo necessário, a vice-diretora Gislaine utiliza a sala ou chama algum servidor para 
alguma tarefa. A Secretaria acadêmica da escola no período noturno funciona mais para 
empréstimo de material escolar, para alunos e professores. Posso relatar por exemplo, a 
5 
 
demora em conseguir a cópia assinada da carta de aceite da instituição, pois a servidora 
que faria, não trabalhava no período noturno e eu só conseguia ir no período noturno, 
apontando assim a inutilização desta secretaria, a noite. Segundo o Estatuto da escola, são 
dois secretários no Quadro. 
O Setor Pedagógico, a noite, era basicamente desenvolvido pela vice-diretora 
Gislaine, que faz atendimento individual aos alunos, devido aos mais variados problemas, 
também convoca reuniões, conselhos de classe. E o quadro da escola conta com uma 
Orientadora, e com mais uma professora no quadro “apoio pedagógico”. Abaixo relatarei 
a resistência ao acesso ao Projeto Político Pedagógico da escola que estava em processo 
de nova construção, e através de informações da diretoria, ele estava sendo construído 
por uma comissão entre membros da escola e da Secretaria Municipal de Educação. 
1.4 PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO 
Na primeira visita ao Colégio Padre Pagliani dia 18 de Setembro de 2018 (Terça-
feira), foi também para realizar o primeiro contato em relação a aceitação para que tal 
estágio acontecesse. Fui recebido pela professora e Vice-diretora Gislaine (Gislaine 
Henke de Albuquerque), a qual ouviu-me e me pediu que voltasse no próximo dia, 19 de 
Setembro (Quinta-feira), porque ai poderia falar com o professor da turma(s) que eu 
poderia trabalhar. De cara já se percebe uma circulação não tão grande de alunos e 
professores, o que coincide com o fato de ser curso noturno, tendo poucas turmas e poucos 
alunos nas mesmas. 
Retornando no dia posterior, fui direcionado à mesma professora (Gislaine), e a 
mesma perguntou-me novamente algumas informações, e me apresentou a grade de 
componentes semanais, enquanto o professor não podia vir para afinar a conversa. Na 
grade podemos constatar que as aulas de História são na Segunda, terça e quarta-feira, e 
que eu só poderia disponibilizar das terças e quartas para tal atividade. A professora foi 
bem acessível e bem intencionada, mas deixou claro que não conseguiria mudar a ordem 
das aulas, caso eu pedisse, por causa dos professores das outras disciplinas. O professor 
chegou, trata-se do Sr. Claudinei Martins Rocha, até então não tenho certeza da formação 
acadêmica do mesmo, mas sei que tem, pelo menos, graduação em Ciências Contábeis, e 
que também ministra aulas de matemática na mesma escola. Além disso também trabalha 
na função de Contabilista, na Secretaria da Fazenda municipal. O professor foi muito 
atencioso e demostrou simpatia pela chegada de um estagiário. Sobre sua metodologia de 
6 
 
didática alertou que usa apenas o livro didáticos para as aulas, que a turma é muito 
reduzida e costuma chegar com sinais de cansaço, pois são estudantes-trabalhadores. 
 Ao pedir acesso ao Regimento e ao Plano Político Pedagógico da Escola, senti 
uma resistência por parte da professora Gislaine, que me informou que ambos encontram-
se em elaboração e que as equipes da escola e da Secretaria Municipal de Educação 
estariam trabalhando nestes documentos. Mas mesmo assim insisti até que a professora, 
que ocupa o cargo de vice-diretora e que sempre foi muito prestativa a ajudar, me levou 
até onde estão todos os documentos que integram o processo de construção do novo PPP 
e da edição no Regimento que estará incluindo para 2019 a Educação de Jovens e Adultos 
e permitiu-me que analisasse os documentos durante o período de observação de contexto 
escolar. 
 É interessante reproduzir, para análise, alguns pontos inclusos no regimento da 
Escola e também no Projeto Político-pedagógico, lembrando que fomos informados que 
ambos estão em reformulação. Mas mesmo assim são fundamentais, como vimos em aula, 
para tentar entender qual a missão e os planos da instituição. 
2.2 Filosofia da escola: Educar partindo do princípio: Prática-
Teoria-Prática, trabalhando o olhar do aluno para a construção de uma 
sociedade justa, igualitária, vivenciadora de valores e conhecimentos 
socialmente úteis, almejando o desenvolvimento integral do ser 
humano, sujeito do contexto social e capaz de transformar o ambiente 
em que vive. (PPP 2018, em construção). 
3.1 Objetivo Geral da Escola: Trabalhar os alunos para que 
tenham uma consciência crítica, capazes de produzir e compartilhar os 
conhecimentos, transformando-os em aprendizagem concreta e 
viabilizadora que venha a favorecer crescimento de todos na realidade 
em que vivem. (PPP 2018, em construção). 
São direitos dos alunos: a) Viver num ambiente formativo, 
baseado nos princípios de liberdade e solidariedade humana, capaz de 
torná-lo auto-realizado, cidadão consciente e atuante na comunidade em 
que vive; b) Conhecer o presente Regimento, solicitando sempre que 
necessárias informações sobre o mesmo; c) Apresentar dificuldades 
encontradas na aprendizagem ao professor, buscando ajuda e 
orientação; d) Ser respeitado em sua individualidade; e) Participar das 
atividades curriculares; ... (Regimento interno, em reformulação para 
inclusão do EJA). 
 
 Muitas partes desses documentos chamam atenção como “trabalhando o olhar do 
aluno para a construção de uma sociedade justa, igualitária, vivenciadora de valores e 
7 
 
conhecimentos socialmente úteis”, ou “Trabalhar os alunos para que tenham uma 
consciência crítica” e “Viver num ambiente formativo, baseado nos princípios de 
liberdade e solidariedade humana”, essas são frases que parecem ser colocadas nos 
documentos da escola apenas para fazerem parte de um protocolo de educação nos 
sistemas pedagógicos modernos que visam transformar a sociedade através de uma 
Pedagogia Sócio-construtivista. E, infelizmente não foi essa experiência que pude 
constatar nas observações.Não há, diretamente nenhum trabalho sobre os educandos para que se construa 
uma sociedade justa através do olhar desses alunos, tampouco formação de consciência 
crítica, embora em uma situação tenha observado alguns alunos comentando sobre o 
processo eleitoral atual, porém não saberia indicar se foi incentivo do professor, ou se o 
pequeno debate tenha contribuído substancialmente para a formação do pensamento 
crítico destes alunos. Mas não houve interferência direta do professor na conversa, o 
mesmo com sua inércia acabou não oprimindo nem aproveitando a situação para 
estimular a expressão dos alunos. 
No entanto, não observei nenhum tipo de diferença de tratamento aos diferentes 
alunos, pelos professores. Inclusive há turmas com alunos utilizando sua opção de gênero 
contrário ao heteronormativo, e para a felicidade do observador, não foi identificado 
nenhum tipo de tratamento diferente. O aluno parece inserido, dentro dos limites deste 
conceito. Portanto pode ser indício que exista uma boa inserção dos princípios de 
liberdade e solidariedade humana na instituição, o que seria um ponto positivo na 
observação das turmas em questão. 
Os objetivos segundo o Projeto Pedagógico de 2015, que ainda estava válido são: 
• A educação é prioridade de todos os seres humanos, por isso, precisamos estabelecer 
metas para serem cumpridas em um espaço curto, médio e longo prazo, onde a escola 
acompanhe de forma gradativa as verdadeiras necessidades da comunidade escolar. 
• Para que a escola alcance esses objetivos, vale ressaltar a importância do corpo docente 
fazer adequações necessárias para que seus alunos sejam capazes de despertar a 
consciência de seus direitos e deveres, de liberdade e igualdade. 
• Coerentes com as estratégias da Lei de Diretrizes básicas para a Educação (LDB), a 
instituição educacional tem como meta prioritária estimular o aluno para seu 
8 
 
desenvolvimento global, e para que isso ocorra, faz-se necessária a integração entre 
educação-cultura que não se restrinja as elucubrações teóricas, mas que se concretizem 
numa escola na qual a comunidade em que está inserida seja capaz de formar uma 
sociedade mais justa e preparada para promover mudanças. 
• Diante da oportunidade oferecida pela Lei 9394/96, onde cada escola pode organizar 
seu sistema de ensino de modo que atenda às necessidades e possibilidades de cada 
comunidade escolar, organizamos nossa Proposta Pedagógica que tem como seu maior 
objetivo a formação do “Homem”, para que na plenitude do seu direito à cidadania, 
explorando as suas potencialidades. 
 Separando aqui alguns trechos como “Despertar a consciência de seus direitos e 
deveres”, “de liberdade e igualdade, uma escola na qual a comunidade em que está 
inserida seja capaz de formar uma sociedade mais justa” e “plenitude do seu direito à 
cidadania”. Novamente as palavras reiteram uma educação voltada para a formação 
cidadã do educando. Além do envolvimento da comunidade, se comunidade aqui for a 
região ao redor da escola, não tem quase nenhum envolvimento com a educação em 
minhas observações. Do que pude entender, nenhum aluno que tive contato reside na 
região da escola. Todos deslocam-se de outros bairros. Todas minhas observações e 
regências foram no período Noturno da escola, e é sobre esse turno que sempre irei me 
pronunciar. Fica muito complicado em falar de cidadania em relação a esse grupo. Visto 
que a maioria está completamente alienada de todos os processos sociais. Percebe as 
desigualdades, mas não as compreende. E, pelo menos na disciplina de História, eles não 
estavam sendo fomentados a desenvolver sua criticidade e sua consciência histórica. 
Entre os Objetivos específicos, podemos pontuar alguns pontos que chamam a 
atenção. Como por exemplo “Trabalhar a História e Cultura Afro-brasileira”. Sabemos 
que a partir da Lei 10645/08 é obrigatório o ensino de História e Cultura Afro-brasileira 
e Indígena. E além de não ter vivenciado nenhuma observação de ensino de cultura Afro 
(inclusive estava ocorrendo a X Semana da consciência Negra no município durante 
minha última semana de regência), não há citação sobre História e Cultura Indígena, o 
que acentua o conceito de invisibilidade nesses grupos, mesmo com a existência da Lei. 
 
2. OBSERVAÇÕES DAS PRÁTICAS DOCENTE 
9 
 
Observar a prática docente na escola, no contexto de sala de aula, diz muito sobre 
o funcionamento das práticas pedagógicas da instituição, bem como as metodologias do 
processo ensino-aprendizagem. Como passo anterior ao período de regência do estágio, 
a observação do contexto de sala de aula é importantíssimo para o aluno conhecer os 
educandos, analisar seus perfis, bem como perceber como os mesmo se relacionam com 
o raciocínio e a aprendizagem, já visualizar algumas dificuldades dos mesmos e perceber 
problemas para esse aprendizado, de cunho interno (problemas da instituição) e externos 
(contextos histórico-social, cultural e econômicos). E, com essa observação, realizar um 
melhor planejamento para as aulas da regência, podendo verticalizar mais as 
metodologias e ferramentas pedagógicas para atender de forma mais eficaz as turmas a 
serem trabalhadas. Na literatura podemos encontrar muitas referências à essa prática de 
análise e planejamento, nas palavras de Paulo Freire, esse processo de investigação e 
descoberta fica evidenciado: 
A investigação temática, que se dá no domínio do humano e 
não das coisas, não pode reduzir-se a um ato mecânico. Sendo processo 
de busca, de conhecimento, por isso tudo, de criação, exige de seus 
sujeitos que vão descobrindo, no encadeamento dos temas 
significativos, a interprenetração dos problemas. (FREIRE, 2013: 139). 
2.1 - OBSERVAÇÕES 
Ao observar aulas de História, nas turmas onde em seguida iria realizar as horas 
de regência, tive mais contato com o professor Rocha. Percebi, e ele reiterou que só utiliza 
livro didático como ferramenta e ao fim da primeira observação recebi do professor 
Claudinei Rocha dois livros didáticos, que segundo ele, são os que ele usa diretamente 
com as turmas. Um referente ao oitavo ano e outro referente ao nono ano. O primeiro 
trata-se de uma cópia encadernada de um livro chamado “Caderno do Futuro – A 
evolução do caderno/ História 8° Série”, um livro que não é enviado pelo governo às 
escolas e sim vendido em livrarias. Neste exemplar está compreendido um recorte 
temporal que vai da expansão marítima europeia no século XII até a contemporaneidade 
do Século XX. Sua metodologia compreende de pequenos resumos sobre os temas 
seguido de exercícios propostos sobre o tema. Não sei analisar mais precisamente os 
resumos, porém entendi que o professor utiliza muito esta obra por ter muitas atividades 
já prontas para realizar com os alunos. 
10 
 
O Segundo livro, que remete ao nono ano, é de 2014 e compreende “Manual do 
Professor do projeto Araribá História”, da Editora Moderna cuja Editora responsável é 
Maria Raquel Apolinário. Embora não seja esta uma cópia, creio que também não é o 
livro didático oficial da escola, recebido do Estado Brasileiro, pois não fazia parte de 
nenhum PNLD, tampouco tinha timbre e escudos institucionais brasileiros no mesmo. E 
esta obra está mais centrada no Período Contemporâneo, mas abrangendo também um 
pouco de História do Brasil e outros temas, como: 
 Imperialismo; 
 Brasil República; 
 A Primeira Guerra e a Revolução Russa; 
 Era Vargas; 
 Independências na África e na Ásia; 
 Democracia e Ditadura no Brasil. 
O livro é visivelmente mais moderno do que o primeiro, em relação ao design virtual, 
com mais imagens, mais interatividade e com conteúdo mais profundamente abordados, 
mesmo com uma análise ainda superficialjá dá pra ser capaz de observar essas diferenças 
pedagógicas e técnicas entre os dois livros. 
 As aulas de História mantinham-se em uma rotina de leitura do livro, 
questionários baseados nos subcapítulos do livro e o que toma mais tempo, é que os 
alunos respondiam essas perguntas durante dois períodos ou mais, dedicados 
exclusivamente para isto. Se formos entender basicamente que os alunos contrairão 
conhecimento (decorarão) histórico com esse formato pedagógico, vamos ler o professor 
Fernando Seffner: 
De modo sucinto, os saberes da disciplina compõem-se dos 
conhecimentos, teorias, métodos, conceitos, autores e tradições de uma 
determinada disciplina. Em nosso caso, os saberes da disciplina são os 
conteúdos de História: a história da África, da América, do Brasil, da 
Europa, a Revolução Francesa, as grandes navegações, a Inconfidência 
Mineira, a Cabanagem, o Dia do Fico, o combate da Ponte da Azenha, 
a corvéia, etc. (SEFFNER, 2010). 
 Mas não, sabemos através dos textos e do conhecimento empírico, que a disciplina 
não compõe-se somente da historiografia do passado. E ai também faço a crítica não 
somente ao que chamamos de ensino “conteudista”, mas ao fato de que talvez nem isso 
11 
 
seja. Pois os alunos não se prendem ao conteúdo, eles não precisam fazer uma reflexão, 
conectar com outros conhecimentos e outros fatos dos períodos anteriores. Enfim, a meta 
dos alunos é responder as perguntas copiando trechos do livro didático para no futuro usar 
essas respostas nas avaliações, sejam com consultas ou sem (no último caso, é utilizado 
a técnica de repetição para decorar) e após essas avaliações grande parte desses conteúdos 
são rapidamente esquecidos, e o ensino de História assim, não cumpre nenhuma função. 
Com essa forma de aula, nas observações da disciplina de História, não consegui fazer 
grandes análises individuais dos alunos, pois os mesmos não realizam intervenções. 
 Houve também um dia onde ao chegar para a observação, fui avisado que os 
alunos iriam assistir um filme, e eu resolvi fazer a observação durante a exibição. Por dois 
motivos, pelo curto período que me sobrara para execução das observações e futura 
regência, mas também por entender o filme enquanto ferramenta pedagógica, portanto 
parte interessante à investigação. O Filme era “Escritores da liberdade”, como eu já havia 
assistido, e sabia da interessante história real contada no mesmo, me ative a observar as 
reações dos alunos enquanto o filme era exibido. Muitos, ficaram quase a totalidade do 
tempo utilizando o celular, seja para trocar mensagens em aplicativos de mensagens 
instantâneas, seja para visualizar postagens em redes sociais, ou simplesmente para 
avançar no jogo online. Essa observação foi muito sintomática, pois eu julgava que a 
exibição de um filme atrairia a atenção dos alunos, visto que mudaria a lógica das aulas 
que eles estavam acostumados. Alguns assistiram fixamente, outros trocaram momentos 
conectados à internet com momentos de conexão com a obra. 
 O filme conta a história de uma professora que é incumbida de assumir uma turma 
muito violenta, de alunos envolvidos com gangues e crimes, cuja existência só conheceu 
essa realidade. E com insistência, técnicas pedagógicas e outros métodos ela inverte essa 
ordem e cria uma turma unida e empenhada em estudar e escrever. Algumas realidades 
dos alunos observados pode ter convergências com as histórias de violência e 
vulnerabilidade expostas no filme. Claro que o filme é muito mais apreciado por quem 
está ou já ultrapassou a graduação em Licenciatura, pois embora trate os problemas dos 
alunos, é mais focado na construção pedagógica coletiva da professora. Mas não acredito 
que esse foco seja o motivo do não-foco dos alunos. Pareceu-me que eles realmente não 
estão interessados em nenhuma atividade escolar mesmo (não é regram, mas uma 
generalização, para elucidar). E meu raciocínio me levou a pensar no porquê desses 
alunos não se interessarem nas atividades escolar, sejam elas cartesianas, verticais em 
12 
 
sala de aula, ou a exibição de um bom filme, por exemplo. A culpa não pode ser do aluno, 
ele está alienado dessa estrutura que na verdade o está oprimindo. Como diz Paulo Freire 
nas primeiras frases de sua obra Pedagogia do Oprimido, “educação como prática de 
liberdade postula, necessariamente uma pedagogia do oprimido. Não Pedagogia para 
ele, mas dele” (2014). A própria busca por um culpado é vazia, inútil, precisamos 
entender uma gama maior de fatores que levem o aluno ao desinteresse. E mais à frente, 
neste trabalho, falarei mais sobre esse tema. 
 Nas primeiras observações de aulas do oitavo ano, onde eu estava de certa forma 
ansioso, pois recebi informações do professor que esta turma era bastante participativa e 
questionadora, a ponto de alunos fazerem pesquisas na internet durante a aula para trazer 
outras visões ou contestações sobre os temas. Mas o que observei nesses primeiros 
contatos não confirmou a imagem da turma, tendo os alunos se mantido em silêncio 
durante a aula. O fato de estarem sendo observados pode ter sido fator determinante para 
essa aquietação em sala de aula. Ou não. 
Resolvi assistir dois períodos de Português para incluir outra disciplina, e 
acompanhei a professora Verônica Rodrigues de Lima na aula com dois alunos, que no 
segundo período com a chegada de outro aluno que trabalha em supermercado da cidade 
tornaram-se três educandos. O aluno que chegou ao Segundo período é muito ativo, 
inquieto e bem humorado ao exagero, chega a atrapalhar a concentração dos outros dois 
colegas, um rapaz e uma senhora aparentando ter 60 anos, e também houve o contexto da 
professora que voltara neste momento às salas de aula após passar por licenças por motivo 
de saúde na família, estando portanto um tanto desalinhada com os alunos. Mas mesmo 
assim foi muito solidária e acolheu-me na condição de observador com muito boa 
vontade. A aula tratava de sinônimos, antônimos e parônimos. Sem nenhuma conversa 
ou dissertação sobre o assunto, a professora coloca no quadro uma relação de pares de 
palavras para que os alunos identifiquem a qual tipo elas representam, os dois períodos 
foram ocupados com o tempo de utilização do quadro e o tempo dos alunos copiarem o 
exercício e iniciarem a resolução. 
 Vê-se que a dona Sirlei, aluna mais experiente da sala, tem muitas dificuldades 
em escrever com um ritmo mais acelerado, o que nos remete à analises mais profundas, 
como a condição histórico-social a qual foi remetida, de exclusão social talvez, opressão 
de gênero com certeza, entre outras. E entender essas opções (ou faltas de opção) nos faz 
13 
 
valorizar ainda mais aquele esforço de estar ali tentando superar-se e adquirir essa 
autoconfiança de estar estudando. 
Em uma observação n’outro dia presenciei outro comportamento. Participação, 
intervenção direta, opiniões e falas simbólicas como: 
-Não tem diferença se fazer a Copa do Mundo no mesmo ano da eleição, porque as duas 
tem a mesma importância. Diz um dos alunos. 
O debate em aula falava sobre a eleição e como algumas figuras famosas 
conseguirem se eleger em cargos legislativos, como atletas e artistas. Os alunos muito 
participativos colocando suas opiniões sobre o assunto. Mostrando a participação desses 
jovens no momento atual da política brasileira. É visível que alguns jovens interessaram-
se em aprender ou informarem-se melhor sobre a política nacional com o advento das 
eleições federais de 2018, que parece um marco de mudança na criticidade e participação 
popular nas manifestações e no debate público. A aula segue e os alunos começaram a 
resolver atividades do livro didático sobre Ideologias do Século XIX, Socialismo,Anarquismo e outras. A relação didática era tradicional. O professor aguardava os alunos 
concluírem as atividades do livro, fato que não aconteceu até o limite de tempo do 
período. A relação ensino-aprendizagem é totalmente apagada, os alunos com certeza não 
conseguiriam desenvolver nenhum tema dentro dos que estavam sendo abordados 
(através da relação com o livro didático) na aula. Parece que a teoria não está sendo 
conclusiva, pois trata-se de leitura leviana dos textos do livro, ou apenas para responder 
as atividades no momento que é exigido. A prática da História é um pouco utilizada 
intrinsecamente nos debates como presenciei acima, mas sem a intenção de pensar 
historicamente. E mesmo assim sem pensar na conexão com os conteúdos que deveriam 
estar sendo trabalhados. Para quem vem do contexto acadêmico para a situação de 
pesquisador e observador deste contexto há um grande choque, pois percebemos que os 
alunos estão na condição coercitiva em sala, por via da necessidade de concluir as etapas 
escolares apenas. Não vê-se demonstração de prazer ao estar em sala de aula, tampouco 
interesse em entender porque estão ali, sentados e fazendo aquela atividade. Ao faltar 
poucos minutos para o fim da aula, os alunos voltaram a conversar entre si e para incitar 
o debate. Comentaram sobre a evasão escolar, que a maioria dos alunos estão desistindo. 
Também conversavam entre si, dois alunos, sobre a eleição para presidência da 
República. Falando dentro do contexto polarizado que está atingindo toda a população, 
14 
 
em todas as esferas do debate público e também muito ativamente nas redes sociais. Seria, 
de certa forma interessante relacionar com os temas propostos que eram bem próximos. 
O que observei em geral foi que, dentre os diversos perfis que no período da noite 
buscam sua formação, grande maioria está ali, porque sente-se obrigado a realizar uma 
etapa dos estudos, no caso o ensino fundamental, para estar inserido no jogo econômico, 
pois a formação escolar é fundamento mínimo para concorrer às poucas vagas do 
município no mercado de trabalho. Observa-se que os alunos e alunas estão muito fixados 
no modelo pedagógico que vem sendo utilizado. De repetição e pouco raciocínio. E 
nenhuma ligação e envolvimento com os conteúdos trabalhados. Todos esses problemas 
observados serão desenvolvidos mais à frente. Mas foi importantíssimo para conhecer a 
instituição, a rotina e as dificuldades dos professores, as dificuldades dos alunos, e foi 
essencial para encaminhar os modelos de aula propostos. 
3. PRÁTICAS DE ENSINO 
Ir para sala de aula, como docente – mesmo enquanto estagiário – é uma experiência 
encantadora, e igualmente desafiadora. Assumir a responsabilidade de passar o fruto do 
planejamento aos alunos, avaliando suas especificidades para que a experiência seja a 
melhor possível dentro das metodologias e práticas estudadas sobre o ensino de História 
é uma experiência densa. E o estagiário já precisa chegar em aula sabendo dessas 
adversidades. Por isso a importância das aulas presenciais das disciplinas, e dos outros 
componentes curriculares que envolvem a prática docente. Isso aliado ao conhecimento 
técnico, que pode ser posto á prova mediante perguntas e dúvidas dos alunos. Evidente 
que o professor não é obrigado a “saber de tudo”, mas o conhecimento técnico e histórico 
precisa estar interiorizado, para que as comparações e exemplos possam ser criados com 
mais eficácia. 
3.1 APRESENTAÇÃO DA TURMA 
 Nosso caso precisamos falar no plural – turmas – visto que acabamos a regência 
com três turmas, mas a terceira foi incluída nas semanas finais, como veremos abaixo. 
Começamos com as turmas sétimo e nono ano, ambas com 3 e 5 alunos que até 
então frequentavam as aulas, mas na continuidade do tempo, tornaram-se apenas 2 e 3 
alunos respectivamente. Aumentando ainda mais os números da evasão escolar apontada 
15 
 
como de grande quantidade pelos responsáveis. Lembrando que o período Noturno conta 
com poucas turmas, de poucos alunos, em média. 
Começando pelo sétimo ano, encontrei na turma duas mulheres, com 18 anos, 
ambas parecendo bem próximas, até pelo fato de serem as únicas “sobreviventes” da 
turma no ano letivo. Pareceu-me também que foi a solidariedade entre as mesmas que 
manteve-as firmes até o último bimestre. As duas alunas eram completamente tímidas, 
introspectivas e resistentes à interação. 
No nono ano encontrei três alunos. Dona Maria, Mateus e Juliano. Dona Maria 
Sirlei, uma senhora com mais de 60 anos, moradora do Bairro Cerro da Pólvora. Mateus, 
com 18, morador da Rua Odilo Gonçalves próximo ao Bairro Carvalho e Juliano com 
aproximadamente 25 anos, morador do Bairro Indianópolis. 
 Nas últimas semanas também encarei o desafio de reger algumas aulas ao oitavo 
ano. Turma com mais alunos, em torno de nove frequentes. Todos dentro de uma média 
entre 17 e 25 anos. Dentre os quais encontrei alunos muito interessados em ouvir sobre 
os temas abordados, e questionando, querendo saber a opinião do estagiário sobre os 
assuntos tratados, não bastando só a contextualização com o presente. Ver mais sobre, na 
seção 3.3 (Relatos da docência). 
 Ao todo lecionei para uma média de 14 alunos, dos mais variados tipos e histórias. 
O fato de não ter sido uma grande quantidade de alunos ajudou-me a pensar sobre a 
situação geral dos alunos que precisam optar pelo período noturno de estudo. E também 
para conhecer melhor a maioria deles, na medida do possível. 
3.2 – PLANEJAMENTO 
Segundo Danilo Gandin: 
A pergunta "o que queremos alcançar?" terá conotações diferentes quando 
respondida na indústria, no comércio, no governo, nas tarefas sociais... Na educação ela 
supõe, certamente, a busca de um posicionamento (sempre pronto e sempre provisório) a 
respeito do homem e da sociedade, a respeito da pedagogia. É um duplo posicionamento: 
político (no sentido de uma visão do ideal de sociedade e de homem) e pedagógico (no 
sentido de uma definição sobre a ação educativa e sobre as características que deve ter a 
instituição em que se planeja, uma escola, por exemplo) (GANDIN, 2002). 
16 
 
Planejar é prever diversas situações, escolher os melhores caminhos pedagógicos, 
devido às observações, experiências, leituras e debates. É onde se une todo o esforço no 
sentido de oferecer o melhor ensino aos educandos. 
No planejamento para o estágio, tentei criar planos que, centrados nos 
conhecimentos que queria passar sobre o tema, se relacionasse da melhor forma com o 
presente, para realizar a conexão que favoreça o interesse e a cognição histórica. Nos 
primeiros planos, o professor orientou que apresentasse novas ferramentas, para que o 
plano e efetivamente a aula, ficasse menos técnica em relação ao conhecimento histórico. 
E foi muito feliz na orientação. Abaixo apresento o primeiro plano de aula apresentado, 
e alguns comentários escritos logo após a prática (que representam os pensamentos e 
sentimentos reais do momento). 
______________________________________________________________________ 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPA – CAMPUS JAGUARÃO 
LICENCIATURA EM HISTÓRIA 
ESTÁGIO SUPERVISIONADO I 
GIOVANE ALVES LIMA 
______________________________________________________________________ 
PLANO DE AULA 
______________________________________________________________________ 
DATA: 24/10/2018 
SÉRIE: 9° Ano - Noturno 
HORÁRIO: das 21:00 às 22:30 
HORAS/AULA: 1 hora E 30 minutos 
______________________________________________________________________
TEMA GERAL: Século XX, mundo pós-guerra 
______________________________________________________________________
TEMA ESPECÍFICO: O que foi e porque aconteceu a Guerra Fria, e como essadivisão 
do mundo influenciou o pensamento histórico da atualidade. 
17 
 
______________________________________________________________________ 
OBJETIVOS: Conhecer os alunos e fazer com que eles tenham um conhecimento básico 
sobre o tema específico, enquanto analisam a influência do fato histórico para o mundo 
que conhecemos e refletir sobre o que restou ou o que podemos trazer da Guerra Fria para 
o contexto histórico e político atual. 
ATIVIDADES/ PROCEDIMENTOS: A aula terá uma duração total de noventa 
minutos, nos primeiros quarenta e cinco minutos vamos realizar a apresentação do 
estagiário e das informações sobre trajetória e motivações do mesmo a traçar esse 
caminho, essa primeira etapa, com comentários dos alunos deve ocupar de 15 a 20 
minutos. Após isso, uma conversa simples com os alunos, cuja turma reduzida a quatro 
ou cinco educandos não tomará mais que dez minutos. Em seguida aplicaremos perguntas 
simples para conhecer melhor os alunos e também ser usado de ferramenta para criar um 
link nas atividades pedagógicas, com a melhor metodologia possível para a turma. 
 A segunda parte da aula será específica sobre o tema a ser trabalhado, para iniciar 
faremos perguntas aos educandos sobre o conhecimento básico deles sobre os períodos 
históricos que antecedem a Guerra Fria, principalmente a Segunda Guerra Mundial, a 
União das Repúblicas Socialista Soviéticas e a Alemanha Nazista, bem como o desenrolar 
básico da Segunda Guerra que levou a divisão política do mundo em duas partes 
dicotômicas. Para que a partir daí os alunos possam ser incutidos a pensar na Guerra Fria. 
 Podemos avaliar a hipótese dos alunos não terem conhecimento sobre os assuntos 
tratados, e analisar essa situação do ponto de visa macro do sistema educacional onde 
estão envolvidos. E sendo bem provável que precisa traçar uma cronologia básica para os 
mesmos, para reforço e recurso imagético ao conhecimento, aprimorando o processo de 
ensino-aprendizado dos alunos. 
 Ao tratar das partes “mais importantes” do tema específico não será difícil 
relacionar com os contextos políticos atuais, da dicotomia esquerda x direita, da 
democracia x autoritarismo, até porque esse debate está muito em voga no debate público 
atual. 
RECURSOS UTILIZADOS: Usaremos um método expositivo discursivo para trabalhar 
o tema específico, com inserções no quadro e pedindo que os alunos copiem quando for 
necessário. 
18 
 
REFERÊNCIAS: 
PAULINO. Robério. O Socialismo no Século XX – O que deu errado? Letras do Brasil – 
2010. 
CHONSKY, Noam. Rumo a uma Nova Guerra Fria – Política dos Eua, do Vietnã a 
Reagan. Ed. Record 
 
HOBSBAWN, Eric. A era dos extremos: o breve século XX. 1941-1991. São Paulo: 
Companhia das Letras, 1995. p. 90. 
______________________________________________________________________ 
ANEXO 1 
CRONOLOGIA BÁSICA – SEGUNDA GUERRA MUNDIAL 
- 1933 – Hitler torna-se Chanceler Alemão; 
- 1939 – Alemanha e URSS assinam tratado de não agressão e divisão de territórios, 
denominado Tratado Ribbentrop-Molotov; 
- 1939 – A Alemanha Nazista invade a Polônia com a ajuda da URSS, dando início 
“oficial” à Segunda Guerra Mundial. 
- 1940 – A Alemanha Nazista conquista a França; 
- 1941 – A Alemanha Nazista começa a invasão a URSS; 
- 1941 – Os Estados Unidos entram oficialmente na Segunda Guerra; 
- 1942 – O Brasil declara Guerra ao Eixo; 
- 1944 – O famoso Dia D; 
- 1945 – Bombas atômicas em Hiroshima e Nagasaki; 
 
CORONOLOGIA BÁSICA DA GUERRA FRIA 
 -1947 – Início “oficial” do período denominado Guerra Fria; 
- 1953 – Morte de Stalin; 
- 1959 – Revolução Cubana; 
- 1961 – O muro de Berlim torna-se real, visando evita o êxodo para o lado Ocidental; 
- 1962 – A crise dos mísseis; 
- 1964 – Os militares assumem o poder no Brasil; 
- 1966 – Revolução Chinesa; 
- 1967 – Morre Che Guevara; 
19 
 
- 1968 – Primavera de Praga; 
- 1973 – Os Estados Unidos abandonam a Guerra no Vietnã; 
- 1986 – Acidente nuclear em Chernobyl; 
- 1989 – Queda do Muro de Berlim; 
______________________________________________________________________ 
RELATÓRIO SOBRE A ATIVIDADE 
A aula começou com o professor Claudinei Rocha fazendo uma breve introdução 
sobre essa nova etapa do nosso estágio. O professor assistiu todo o tempo de aula, fazendo 
inserções colaborativas algumas vezes. 
 Estavam em aula três alunos, de uma turma que começou com oito, segundo os 
relatos. Mateus com dezessete anos e morador do Bairro Pindorama, trabalhar até as oito 
horas e chega sempre após esse horário na escola. Participativo, bem-humorado mas 
desanimado com o passar dos minutos, talvez por cansaço, talvez por déficit de atenção, 
uma síndrome séria que devia ser analisada por especialistas, mas que eu consigo perceber 
essa possibilidade no aluno em questão. 
 Dona Maria Sirlei, aluna com mais de sessenta anos, moradora do Bairro Cerro 
da Pólvora, distante dois quilômetros e meio da escola. É aquele típico exemplo de 
superação que tanto nos emociona e nos motiva a continuar nossas trajetórias pela 
Educação. Participativa, respondendo com simpatia, se esforçando com muita 
solidariedade para contribuir conosco em nosso desafio de estagiar. Um grande exemplo. 
 Vinícius, vinte e quatro anos, morador da Rua Martinho Braga, bairro Kenedy, 
distante três mais de três quilômetros da escola. Um pouco menos participativo que os 
outros dois, evitando inclusive reiterados contatos visuais. Mas já observei aulas da turma 
no período de observação do contexto de sala de aula, onde ele estava muito bem 
humorado e mais participativo. Posso entender que ele tenha se sentido desconfortável ou 
intimidado com um modelo de aula proposto, mas com o decorrer das aulas vou poder 
analisar melhor e trabalhar essas situações com mais ênfase. 
 Após uma breve apresentação e essa conversa com os alunos começamos a falar 
do conteúdo referente ao plano de aula, que era o contexto da Guerra Fria. Fui 
perguntando aos alunos o que ele saberiam dizer, deixando claro que ficassem a vontade 
para responder ou dizer que não sabem5. E realmente constatei que eles não faziam quase 
 
5 Abro um rodapé aqui para citar que não me sinto totalmente à vontade para lecionar com a presença 
“fiscalizadora” do professor titular, pois nossos modelos são declaradamente distintos e dicotômicos. Mas 
20 
 
ideia do que era esse acontecimento ou período histórico. A única informação que deles 
surgiu foi de que seria uma guerra onde não houve combate nos territórios dos países 
envolvidos, mas sem precisar quais países. Mesmo sendo exatamente o conteúdo onde 
eles estão situados atualmente na disciplina e que estão resolvendo os questionamentos 
do livro didático. 
 Aqui abro um novo parágrafo para relacionar o conhecimento à forma de aula. 
Neste capítulo do livro didático utilizado está bem separado tópicos sobre o período da 
Guerra Fria, como o Plano Marshall e a Doutrina Truman, por exemplo, esses conceitos 
sendo abordados através de questionários do próprio livro, onde os alunos recortam 
trechos do texto do livro para responderem, parecem-me uma maneira ineficaz de 
proporcionar qualquer tipo de absorção do conhecimento histórico sobre o tema, 
tampouco entende-lo em um contexto maior relacionado à América Latina e ao Brasil. 
 Ao entender a dificuldade dos educandos, que já era prevista no plano de aula, 
resolvi retroceder um pouco até a Segunda Guerra Mundial, para explicar como surgiu a 
URSS e os Estados Unidos como as grandes potências do mundo no pós guerra, e percebi 
que os alunos tinham igual dificuldade na segunda Guerra também. Mas serviu de base 
para pensaro mundo do Século vinte entre 45 e 89. Percebi na prática algumas coisas que 
ouvia nas aulas, mas não conseguia concernir enquanto realidade, pela falta de sentir 
empiricamente. Não faz sentido querer que o aluno entenda todos os pormenores dos 
períodos relacionando os acontecimentos com os interesses de poder e ideologia, 
aprofundando todos os conteúdos que os historiadores acham importantes, pois será um 
exercício massacrante ao aluno, de onde não sobrará nada na memória dos mesmos, muito 
menos algo que influenciará no pensamento. Ensinar história não pode ser um compilado 
acumulado de conteúdo. E se for, não é possível executá-lo dentro do sistema de educação 
e das condições as quais os alunos chegam à escola e vivem suas vidas. 
 Então foquei-me mais em delimitar para eles a divisão política e ideológica que o 
mundo conteve, e as ameaças de ambos os lados junto com os medos do lado oposto. E 
martelar um pouco essa questão da divisão política e ideológica que movimentaram o 
mundo e levaram a muitos conflitos e revoluções. Fiz um reforço na data da Revolução 
Cubana que foi um importante marco do Socialismo na América, e cinco anos depois o 
Golpe Militar no Brasil estimulado pelos Estados Unidos e utilizando o medo do 
Comunismo como embasamento. E assim fui trazendo o debate para a realidade dos 
 
entendo que sirva para estimular a troca de experiências tanto para a instituição quanto para o estagiário, 
e estou trabalhando para superar isso da melhor forma. 
21 
 
alunos. Fica fácil traçar um paralelo do debate político polarizado das eleições federais 
no Brasil, com a divisão política, os medos e os ataques da Guerra Fria. O Brasil parece 
não ter derrubado seu próprio muro de Berlim, E eu fiz essa pergunta aos alunos, mas os 
mesmos não entenderam por não fazerem a relação direta da Queda do Muro com 
momentos “finais” da Guerra Fria, e também por uma questão de não conseguir subjetivar 
uma frase como essa. 
 Para concluir, analiso que os alunos não participaram satisfatoriamente da aula, 
mas entendo que isso pode ser pensado de várias maneiras. O choque de modelos 
pedagógicos dicotômicos, a falta de intimidade com o estagiário, a falta de motivação 
pelo conhecimento e afins. Acredito que posso conquistar algumas mudanças com o 
passar das aulas, pois eu planejo que mesmo nesse curto espaço temporal eles consigam 
acumular algum conhecimento, alguns conceitos e assim estarão participando um pouco 
mais com o passar das atividades e ao mesmo tempo eu estarei me esforçando cada vez 
mais para sobrepor essas dificuldades. 
 
 O planejamento nos faz voltar aos textos do curso, bem como buscar a melhor 
forma de relacionar o conteúdo com os alunos. A reflexão sobre a psicologia da 
aprendizagem, entendendo que esses alunos não tiveram toda a prática e progresso 
cognitivo em relação ao ensino escolar nas idades ditas “normais”. O mais complicado é 
como propor contextualização em relação ao presente, de forma didática, e integrado com 
os conhecimentos básicos dos alunos, e aplicar isso em aula de forma que eles mesmos 
realizem conexões e raciocínios em relação à História e a sociedade que os rodeia. 
 A utilização de charges, matérias jornalísticas atuais, de sites confiáveis (dentro 
dos limites do conceito de confiança), mapas conceituais no quadro, músicas, entre outras 
ferramentas foram fundamentais para o desenvolvimento do planejamento e 
principalmente das práticas pedagógicas, pois aproximaram muito mais a teoria da prática 
e favoreceram o processo de ensino-aprendizagem mesmo com todas as adversidades já 
descritas e outras a serem descritas mais à frente. 
 Um bom exemplo das mudanças de perspectivas pedagógicas que obtivemos ao 
longo do estágio foi Plano de Aula que se refere a uma aula sobre Direitos Humanos. Tal 
tema não estava previsto nos conteúdos originais que o professor da disciplina planejou, 
mas resolvi trazer o tema pela importância que o mesmo tem em relação aos alunos, e 
22 
 
também por achar que o debate sobre Direitos Humanos planta sementes nos educandos, 
facilitando que os mesmos pensem sobre suas realidades e comunidades, sendo mais 
evidente as relações feitas com a História, nas outras aulas. Hoje entendo que essa aula 
poderia ter sido regida no início do estágio. 
Abaixo, seguem os Planos de aula desenvolvidos para a disciplina e prática de docência, 
todos antecipadamente às aulas, enviados ao orientador e corrigidos conforme orientações 
e conselhos pontuais. 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPA – CAMPUS JAGUARÃO 
LICENCIATURA EM HISTÓRIA 
ESTÁGIO SUPERVISIONADO I 
GIOVANE ALVES LIMA 
______________________________________________________________________ 
PLANO DE AULA 
______________________________________________________________________ 
DATA: 24/10/2018 
SÉRIE: 9° Ano - Noturno 
HORÁRIO: das 21:00 às 22:30 
HORAS/AULA: 1 hora E 30 minutos 
______________________________________________________________________
TEMA GERAL: Século XX, mundo pós-guerra 
______________________________________________________________________
TEMA ESPECÍFICO: O que foi e porque aconteceu a Guerra Fria, e como essa divisão 
do mundo influenciou o pensamento histórico da atualidade. 
______________________________________________________________________ 
OBJETIVOS: Conhecer os alunos e fazer com que eles tenham um conhecimento básico 
sobre o tema específico, enquanto analisam a influência do fato histórico para o mundo 
que conhecemos e refletir sobre o que restou ou o que podemos trazer da Guerra Fria para 
o contexto histórico e político atual. 
ATIVIDADES/ PROCEDIMENTOS: A aula terá uma duração total de noventa 
minutos, nos primeiros quarenta e cinco minutos vamos realizar a apresentação do 
23 
 
estagiário e das informações sobre trajetória e motivações do mesmo a traçar esse 
caminho, essa primeira etapa, com comentários dos alunos deve ocupar de 15 a 20 
minutos. Após isso, uma conversa simples com os alunos, cuja turma reduzida a quatro 
ou cinco educandos não tomará mais que dez minutos. Em seguida aplicaremos perguntas 
simples para conhecer melhor os alunos e também ser usado de ferramenta para criar um 
link nas atividades pedagógicas, com a melhor metodologia possível para a turma. 
 A segunda parte da aula será específica sobre o tema a ser trabalhado, para iniciar 
faremos perguntas aos educandos sobre o conhecimento básico deles sobre os períodos 
históricos que antecedem a Guerra Fria, principalmente a Segunda Guerra Mundial, a 
União das Repúblicas Socialista Soviéticas e a Alemanha Nazista, bem como o desenrolar 
básico da Segunda Guerra que levou a divisão política do mundo em duas partes 
dicotômicas. Para que a partir daí os alunos possam ser incutidos a pensar na Guerra Fria. 
 Podemos avaliar a hipótese dos alunos não terem conhecimento sobre os assuntos 
tratados, e analisar essa situação do ponto de visa macro do sistema educacional onde 
estão envolvidos. E sendo bem provável que precisa traçar uma cronologia básica para os 
mesmos, para reforço e recurso imagético ao conhecimento, aprimorando o processo de 
ensino-aprendizado dos alunos. 
 Ao tratar das partes “mais importantes” do tema específico não será difícil 
relacionar com os contextos políticos atuais, da dicotomia esquerda x direita, da 
democracia x autoritarismo, até porque esse debate está muito em voga no debate público 
atual. 
RECURSOS UTILIZADOS: Usaremos um método expositivo discursivo para trabalhar 
o tema específico, com inserções no quadro e pedindo que os alunos copiem quando for 
necessário. 
REFERÊNCIAS: 
PAULINO. Robério. O Socialismo no Século XX – O que deu errado?Letras do Brasil – 
2010. 
CHONSKY, Noam. Rumo a uma Nova Guerra Fria – Política dos Eua, do Vietnã a 
Reagan. Ed. Record 
24 
 
 
HOBSBAWN, Eric. A era dos extremos: o breve século XX. 1941-1991. São Paulo: 
Companhia das Letras, 1995. p. 90. 
______________________________________________________________________ 
ANEXO 1 
CRONOLOGIA BÁSICA – SEGUNDA GUERRA MUNDIAL 
- 1933 – Hitler torna-se Chanceler Alemão; 
- 1939 – Alemanha e URSS assinam tratado de não agressão e divisão de territórios, 
denominado Tratado Ribbentrop-Molotov; 
- 1939 – A Alemanha Nazista invade a Polônia com a ajuda da URSS, dando início 
“oficial” à Segunda Guerra Mundial. 
- 1940 – A Alemanha Nazista conquista a França; 
- 1941 – A Alemanha Nazista começa a invasão a URSS; 
- 1941 – Os Estados Unidos entram oficialmente na Segunda Guerra; 
- 1942 – O Brasil declara Guerra ao Eixo; 
- 1944 – O famoso Dia D; 
- 1945 – Bombas atômicas em Hiroshima e Nagasaki; 
 
CORONOLOGIA BÁSICA DA GUERRA FRIA 
 -1947 – Início “oficial” do período denominado Guerra Fria; 
- 1953 – Morte de Stalin; 
- 1959 – Revolução Cubana; 
- 1961 – O muro de Berlim torna-se real, visando evita o êxodo para o lado Ocidental; 
- 1962 – A crise dos mísseis; 
- 1964 – Os militares assumem o poder no Brasil; 
- 1966 – Revolução Chinesa; 
- 1967 – Morre Che Guevara; 
- 1968 – Primavera de Praga; 
- 1973 – Os Estados Unidos abandonam a Guerra no Vietnã; 
- 1986 – Acidente nuclear em Chernobyl; 
- 1989 – Queda do Muro de Berlim; 
______________________________________________________________________ 
25 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPA – CAMPUS JAGUARÃO 
LICENCIATURA EM HISTÓRIA 
ESTÁGIO SUPERVISIONADO I 
GIOVANE ALVES LIMA 
______________________________________________________________________ 
PLANO DE AULA 
______________________________________________________________________ 
DATA: 30/10/2018 
SÉRIE: 8° Ano 07:00 – 07:45 - Noturno 
HORÁRIO: das às 
HORAS/AULA: 45 minutos 
______________________________________________________________________
TEMA GERAL: Brasil Império 
______________________________________________________________________
TEMA ESPECÍFICO: Inconfidência Mineira e Vinda da família Real para o Brasil. 
______________________________________________________________________ 
OBJETIVOS GERAL: Expor os acontecimentos da Inconfidência Mineira e a Vinda da 
Família real ao Brasil e relacionar com a situação atual do Brasil. 
______________________________________________________________________ 
OBJETIVOS ESPECÍFICOS: Que os alunos possam conhecer o contexto histórico do 
Brasil no final do Século XVIII e começo do XIX, com esses dois grandes eventos que 
marcaram o período, no Brasil. E também relacionar com os acontecimentos Europeus 
concomitantes, que também influenciam mudanças na História brasileira. Reforçar a 
história da escravização e tráfico no Brasil, para que os alunos tenham essa visão mais 
complexa da sociedade brasileira na época, pois é através desta visão que vamos poder 
realizar o link com a sociedade brasileira atual. 
 
ATIVIDADES/ PROCEDIMENTOS: Perguntaremos aos alunos sobre esses 
acontecimentos em si, para entender o raciocínio que eles já tenham construído, ou não. 
Ao falar sobre a intenção independentista dos mineiros explorar a situação brasileira, 
26 
 
perguntando se o Brasil hoje é independente, por exemplo. 6 Se os alunos conseguirem 
realizar o raciocínio de que hoje não somos inteiramente independentes ficará mais fácil 
de realizar a comparação com o passado. E essas relações atuais de dependência serão 
boas para realizar a análise sobre a vinda da família real ao Brasil, pois exemplifica 
melhor as relações de poder vertical do modelo metrópole-colônia. Trabalhar a 
exploração do trabalho hoje e a desigualdade racial no país com a trajetória da 
escravização no Brasil, para que a relação do passado-presente seja uma ferramenta de 
aprendizado e formação da opinião crítica. 
RECURSOS UTILIZADOS: Quadro e livro didático. 
 
REFERÊNCIAS: 
NOVAIS, Fernando. Portugal e Brasil na crise do Antigo Sistema Colonial. São Paulo: 
Hucitec, 1989. p. 17-56 (Política de Neutralidade). 
PRADO JR., Caio. Formação do Brasil Contemporâneo – Colônia. São Paulo: 
Brasiliense, 1994. p. 19-32 (O sentido da colonização). 
SOUZA, Laura de Mello e. Os Desclassificados do Ouro. Rio de Janeiro: Editora Paz e 
Terra, 2005. 
BOXER, Charles. A Idade de Ouro do Brasil: dores de crescimento de uma sociedade 
colonial. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2000. 
MAXWELL, Kenneth. As causas e o contexto da Conjuração Mineira. In: FURTADO, 
Júnia Ferreira. Diálogos Oceânicos. Minas Gerais e as novas abordagens para uma 
história do Império Ultramarino Português. Belo Horizonte: UFMG, 2001. 
SILVA, Luiz Geraldo. Negros patriotas. Raça e identidade social na formação do Estado 
nação (Pernambuco, 1770-1830). In: JANCSÓ, István (org.). Brasil: Formação do Estado 
e da Nação. - São Paulo: Hucitec; Ed. Unijuí; Fapesp, 2003. 
HOBSBAWM, Eric. A Era do Capital. São Paulo: Paz E Terra, 2012. 
HOBSBAWM, Eric. A Era das Revoluções. São Paulo: Paz e Terra, 2012. 
 
6 Não será trabalhado notícias de meios de comunicação por falta de tempo para este procedimento. 
Mas é um dos procedimentos/ferramentas que serão utilizados nas próximas aulas. 
27 
 
______________________________________________________________________ 
ANEXO 1 – SÍNTESE 
Descrever as causas e os porquês da Inconfidência Mineira, em 1789, considerado 
o primeiro levante de caráter independentista contra a Coroa Portuguesa, onde o medo da 
derrama7 imperava. Lembrando que neste período já havia ocorrido o processo de 
Independência das 13 Colônias, agora Estados Unidos da América, fato esse que era 
conhecido pelos colonos letrados, o que influenciou no pensamento ideológico dos 
inconfidentes. E que também foi o ano da Queda da Bastilha e consequente Revolução 
Francesa. Ao tocar superficialmente da Revolução Francesa (mesmo que esta não seja 
parte do tema específico) criamos a ligação histórica subsequente para a Era Napoleônica, 
que vem a ser um dos grandes motivos da vinda da Família Real Portuguesa para o Brasil, 
em 1808, quando então Napoleão invadira Portugal, pois o mesmo negou-se a findar seus 
negócios com a Inglaterra, no famoso Bloqueio Continental8. Fugindo então dessa 
invasão francesa, Dom João reuniu tudo o que pode da corte em diversos navios e partiu 
às pressas para a Colônia. O Rio de Janeiro tornou-se capital metropolitana, 
Caracterizando uma espécie de inversão da metrópole e colônia. 
Interessante notar que para entender o termo “inversão” neste contexto, 
precisamos falar sobre o Pacto Colonial, que regia as relações entre Portugal (Metrópole) 
e Brasil (Colônia), Esse pacto, era uma relação de dominação política vertical e 
autoritária, onde tudo que fosse produzido na Colônia deveria ser enviado para a 
Metrópole e/ou comerciado em prol dos interesses da Metrópole. Mas este Pacto não era 
cumprido 100% à risca, havia um expoente mercado interno, e alguns colonos 
acumulavam capital, portanto subvertendo a ordem do Pacto. 
ANEXO II : 
CRONOLOGIA BÁSICA 
 1776 – Independência das 13 Colônias; 
 1789 – Queda da Bastilha; 
 1789 – Inconfidência Mineira; 
 1791 – Revolução Haitiana; 
 
7 Formato de coleta de impostos que visava o recolhimento coercitivo caso os povos não conseguissem 
atingir a meta imposta. 
8 O bloqueio continental visava atingir a economia britânica, impedindo que as embarcações de países 
sob domínio da França Napoleônica realizassemnegócios com a Inglaterra. 
28 
 
 1799 – Napoleão chega ao poder na França; 
 1808 – Vinda da família real para o Brasil 
 
ANEXO III: 
- TRABALHANDO NO QUADRO – VINDA DA FAMÍLIA REAL - 1808;9 
 
______________________________________________________________________ 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPA – CAMPUS JAGUARÃO 
LICENCIATURA EM HISTÓRIA 
ESTÁGIO SUPERVISIONADO I 
GIOVANE ALVES LIMA 
______________________________________________________________________ 
PLANO DE AULA 
______________________________________________________________________ 
DATA: 30/10/2018 
SÉRIE: 9° Ano - Noturno 
 
9 O trabalho no quadro referente a Inconfidência Mineira será nos mesmo moldes, citando outros 
pontos do cenário ao redor. 
29 
 
HORÁRIO: Das 07:45 às 08:30 
HORAS/AULA: 45 minutos 
______________________________________________________________________
TEMA GERAL: Guerra Fria 
______________________________________________________________________
TEMA ESPECÍFICO: Revolução Cubana, Guerra do Vietnã. 
______________________________________________________________________ 
OBJETIVOS: Explicar os fatos históricos da Revolução Cubana e Guerra do Vietnã e 
compreendê-los a luz do passado-presente. 
______________________________________________________________________ 
OBJETIVOS ESPECÍFICOS: Fazer com que os alunos, nesta segunda aula sobre 
Guerra Fria, consigam entender a partir da visão dos dois conflitos, a divisão política em 
que o mundo se encontrara e conseguir reforçar o entendimento de como as duas 
ideologias envolvidas disputaram território fora de seus domínios e como isso influenciou 
a história dos países, inclusive no Brasil, como já mencionado na aula anterior, para 
realizar essa conexão com os conhecimentos prévios dos alunos, respeitando suas 
individualidades e conhecimentos. 
ATIVIDADES/ PROCEDIMENTOS: Informar no quadro um pequeno mapa 
conceitual, onde cada batalha está no centro e cercada de itens a serem debatidos que 
ambas têm em comum, como a disputa política interna contra o regime vigente, sempre 
dentro da divisão socialismo/capitalismo reforçada pelas duas potências do mundo da 
Guerra Fria. Na mesma década inicia-se uma disputa na América Latina e na Àsia, com 
históricos políticos e sociais diferentes, mas norteados pela intenção de expansão de uma 
ideologia nos dois lugares. Os revolucionários Cubanos tentando (com sucesso) implantar 
o Socialismo na Ilha e os exércitos do Vietnã do Norte tentando expandir o Socialismo 
por todo o território do Sul, também com sucesso. 
 
RECURSOS UTILIZADOS: Usaremos um método expositivo discursivo para trabalhar 
o tema específico, com inserções no quadro e pedindo que os alunos copiem quando for 
necessário. Como a escola não possui projetores disponíveis nas salas de aulas e não 
30 
 
acertei anteriormente a utilização de uma sala com televisão, vou indicar alguns filmes 
para os alunos. 
REFERÊNCIAS: 
FONTOVA. Humberto. Fidel, O Tirano mais amado do mundo. Leya. 2012. 
FERNANDES. Florestan. Da Guerrilha ao Socialismo a Revolução Cubana. Tao. 1979. 
WIEST, Andrew. A história da Guerra do Vietnã. M.Books. 2016. 
PLATOON. Dir. Oliver Stone. 1986. Film. 
NASCIDOS PARA MATAR. Dir. Stanley Kubrich. 1987, Film. 
O SOBREVIVENTE. Dir. Wener Herzog. 2006, Film. 
 
______________________________________________________________________ 
ANEXO 1: SÍNTESE: 
A Revolução Cubana é uma consequência direta de um mundo polarizado e do 
incentivo das duas maiores potências mundiais em movimentos sociais a seu lado. A 
URSS apoiou a Revolução Cubana de primeiro de Janeiro de 1959, que tomou o poder 
do Presidente Fulgêncio Batista, que era aliado do Capitalismo Norte-americano. Os 
líderes da Revolução Fidel Castro, Ernesto Guevara de La Sierna (Che) e Raul Castro, 
instituíram um modelo socialista na ilha, tomando posse dos meios de produção, fazendo 
a reforma agrária bem como divisão de bens dos cidadãos. 
Como trabalhado em aula anterior, fica fácil ao entender o contexto mundial e 
regional da Revolução Cubana, falar sobre o Golpe militar no Brasil em 1959. Portanto 
servirá para entendermos como as fases de autoritarismo podem se desenvolver com 
retóricas ideológicas externas. 
 Já a Guerra do Vietnã demostrou o quanto URSS e EUA estavam empenhados em 
disputar espaço e hegemonia em todas as partes do mundo. Agora na Àsia, curiosamente 
começando na mesma década da Revolução Cubana. O Vietnã dividia-se em dois, o 
Vietnã do Sul com apoio e investimento Norte-americano e o Vietnã do Norte declarado 
Socialista e apoiado pela União Soviética. Alertar para as dificuldades que os soldados 
Norte-americanos tiveram, mesmo com tecnologia militar superior, para combater em 
terreno adverso e contra adversários experientes no terreno. E que os Estados Unidos 
31 
 
retiraram-se do Vietnã caracterizando uma derrota bélica, em consequência o Vietnã do 
Norte invade e domina a região Sul do País. A guerra deixou mais de 1 milhão de mortos, 
e 2 milhões de mutilados e feridos. 
 A grande intenção é com esses dois conflitos conseguir “amarrar” as aulas sobre 
guerra fria e a divisão do mundo entre Capitalismo e Socialismo e a guerra pela expansão 
e consolidação de um regime em detrimento do outro, e como isso afetou o Brasil e 
possivelmente a ciclicidade da política brasileira. 
 
ANEXO 2: 
 
______________________________________________________________________ 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPA – CAMPUS JAGUARÃO 
LICENCIATURA EM HISTÓRIA 
ESTÁGIO SUPERVISIONADO I 
GIOVANE ALVES LIMA 
______________________________________________________________________ 
PLANO DE AULA 
______________________________________________________________________ 
32 
 
DATA: 30/10/2018 
SÉRIE: 9° Ano - Noturno 
HORÁRIO: das 09:00 às 10:30 
HORAS/AULA: 90 minutos 
______________________________________________________________________
TEMA GERAL: Guerra Fria 
______________________________________________________________________
TEMA ESPECÍFICO: Fim da URSS e Queda do muro de Berlim. 
______________________________________________________________________ 
OBJETIVOS GERAL: Trabalhar o fim da União Soviética e consequente fim da Guerra 
Fria e realizar uma revisão do conteúdo “Guerra Fria”. 
______________________________________________________________________ 
OBJETIVOS ESPECÍFICOS: Mostrar aos alunos como este tema que é muito recente 
em nossa história aconteceu, porque aconteceu e o que isso significa para nossa 
atualidade. 
ATIVIDADES/ PROCEDIMENTOS: Realizar um momento expositivo dos conteúdos, 
com exposição de um mapa conceitual simples sobre os temas específicos. Trabalhar uma 
pequena revisão dos conteúdos do tema geral para que seja aplicado uma pequena 
atividade, com exercícios para assimilação e também para criar material para as futuras 
avaliações destes alunos. Por perceber que os alunos precisam de diferentes estímulos 
para auxiliar o processo de ensino-aprendizado, pois mesmo com a aula expositiva 
organizada com as devidas relações de períodos e fatos, e com linguagem simples, ainda 
não são suficientes para que os alunos consigam fazer a introspecção sobre o que 
aprenderam para poder reproduzir, mesmo que superficialmente, informações sobre os 
temas abordados. Vamos aliar a aula expositiva, à utilização do quadro mais o reforço das 
atividades escritas. 
RECURSOS UTILIZADOS: Quadro e livro didático. 
REFERÊNCIAS: 
PAULINO. Robério. O Socialismo no Século XX – O que deu errado? Letras do Brasil – 
2010. 
33 
 
HOBSBAWN, Eric. A era dos extremos: o breve século XX. 1941-1991. São Paulo:Companhia das Letras, 1995. P. 90. 
ADEUS, LÊNIN. Dir. Wolfgang Becker. Alemanha, 2004. Film. 
 
ANEXO 1 – SÍNTESE 
Em Dezembro de 1989, o Bloco Socialista se desfez, os países então componentes 
da União Soviética foram aos poucos emancipando-se e incorporando medidas 
capitalistas às suas culturas econômicas. 
Duas medidas governamentais foram decisivas para o Fim da URSS e 
consequente fim da Guerra Fria. São elas a Glasnost e a Perestroika. Ambas 
desenvolvidas pelo chefe de estado Soviético Mikhail Gorbachev, entre 1985 e 1991. 
A Perestroika foi, a grosso modo, uma tentativa de abertura econômica. Visto que 
o modelo planificado de economia Soviética vinha causando crises graves e cíclicas. 
Algumas medidas iam contra o ideal soviético de economia, como o fim da planificação, 
por exemplo. Isso causou muitos conflitos políticos contra os intelectuais e economistas 
clássicos Soviéticos. 
A Glasnost, também a grosso modo, foi uma tentativa de abertura política e social, 
onde foram desativados os Gulags, ouve o fim da da censura aos meios de comunicação, 
fim do partido único soviético e anistia aos considerados presos políticos. Em termos 
gerais conduzia a União Soviética ao fim do regime autoritário e de cerceamento das 
liberdades sociais individuais. 
A URSS tem uma história de altos e baixos em sua curva de desenvolvimento. 
Desde 1917, crises, guerras, genocídios e muito autoritarismo sobre a população construiu 
o ambiente que clamava pela mudança na década de 1980. 
Ainda em 1989, houve um ato simbólico de queda da divisão mundial entre 
Capitalismo e Socialismo. A queda do muro de Berlim, que dividia a Cidade de Berlim e 
também a Alemanha entre Ocidental (Capitalista) e Oriental (Socialista). Em sequência à 
queda do muro, houve a reunificação das duas Alemanhas, findando o modelo Socialista 
e tornando-se todo o território parte do sistema Capitalista mundial. 
ANEXO II : CRONOLOGIA BÁSICA 
 1985 – Mikhail Gorbachov chega ao poder no PCUS e na URSS; 
 1987 – EUA e URSS assinam acordo para abolir forças nucleares terrestres; 
34 
 
 1988 – URSS retira suas tropas do Afeganistão; 
 1989 – Queda do muro de Berlim e reunificação da Alemanha; 
 1991 – Marco definitivo de fim da Guerra Fria; 
ANEXO III: TRABALHANDO NO QUADRO 
 
 
 
 
 
 
ANEXO IV: ATIVIDADE ESCRITA 
 
EXERCÍCIO 1: 
COMPLETE OS ESPAÇOS EM BRANCO COM AS PALAVRAS ABAIXO. 
 
 A Guerra Fria é um período histórico diretamente posterior à 
______________________. Caraterizada pela divisão política do mundo entre duas 
ideologias, o _________________ e o _________________, que são ideologias das duas 
potências do período, respectivamente __________________ e ___________________. 
Essas duas potências não travaram batalhas físicas dentro de seus territórios, porém 
35 
 
apoiaram diversas batalhas e revoltas como a ___________________________ em 1959, 
bem no seio da América Latina, onde Fidel Castro ao tomar o poder instituiu um regime 
_______________________. 
 
Socialista – URSS – Segunda Guerra Mundial - Capitalismo - EUA - Socialista - 
Revolução Cubana 
 
EXERCÍCIO 2: 
ASSINALE “V” PARA AS AFIRMAÇÕES VERDADEIRAS E “F” PARA AS 
FALSAS. 
(__) A Guerra do Vietnã ocorreu porque os Estados Unidos queriam a reunificação do 
país em um modelo Socialista de governo; 
(__) A Ditadura Militar no Brasil recebeu incentivo americano para acontecer, durante o 
período da Guerra Fria; 
(__) Em Janeiro de 1959 eclodiu a Revolução Cubana, que transformara Cuba em um 
país Socialista; 
(__) A Segunda Guerra Mundial foi onde formou-se as duas principais potências 
mundiais, A União das Repúblicas Socialistas Soviéticas e os Estados Unidos da 
América; 
(__) Afeganistão, Camboja, Cuba, Vietnã e Coréia são países onde as guerras foram 
apoiadas ou tiveram intervenções de URSS e EUA; 
(__) A Guerra Fria é um período da História que terminou em 1991 após o fim do bloco 
Soviético e a queda do muro de Berlim; 
______________________________________________________________________ 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPA – CAMPUS JAGUARÃO 
LICENCIATURA EM HISTÓRIA 
ESTÁGIO SUPERVISIONADO I 
GIOVANE ALVES LIMA 
______________________________________________________________________ 
PLANO DE AULA 
______________________________________________________________________ 
DATA: 06/11/2018 
SÉRIE: 7° Ano 07:00 – 07:45 - Noturno 
36 
 
HORÁRIO: das às 
HORAS/AULA: 45 minutos 
______________________________________________________________________
TEMA GERAL: Brasil Império 
______________________________________________________________________
TEMA ESPECÍFICO: Independência do Brasil. 
______________________________________________________________________ 
OBJETIVOS GERAL: Expor os acontecimentos da Independência do Brasil e 
relacionar com a situação atual do Brasil. 
______________________________________________________________________ 
OBJETIVOS ESPECÍFICOS: Que os alunos possam conhecer o contexto histórico do 
Brasil no ano de 1822, no acontecimento oficial da Independência do Brasil, e trazer para 
sala de aula o debate da possível dependência brasileira atualmente, do capital e regras 
estrangeiras, pois é através desta visão que vamos poder realizar o link com a sociedade 
brasileira atual. 
 
ATIVIDADES/ PROCEDIMENTOS: Utilizar a matéria selecionada para debater com 
os alunos a independência ou dependência atual do Brasil, até para que possamos 
trabalhar uma gama maior de variáveis para falar sobre o processo de 1822, incluindo 
elites políticas e econômicas, bem como a mentalidade do período. Como disse o Padre 
Elílio Júnior, o Historiador procura identificar o “espírito” de um tempo. 
RECURSOS UTILIZADOS: Quadro (provavelmente), material jornalístico e livro 
didático. 
 
REFERÊNCIAS: 
NOVAIS, Fernando. A independência política do Brasil. São Paulo: Hucitec. 1986 
NOVAIS, Fernando. Portugal e Brasil na crise do Antigo Sistema Colonial. São Paulo: 
Hucitec, 1989. 
37 
 
PRADO JR., Caio. Formação do Brasil Contemporâneo – Colônia. São Paulo: 
Brasiliense, 1994. 
HOBSBAWM, Eric. A Era do Capital. São Paulo: Paz E Terra, 2012. 
HOBSBAWM, Eric. A Era das Revoluções. São Paulo: Paz e Terra, 2012. 
______________________________________________________________________ 
ANEXO 1 – SÍNTESE 
O Brasil da década de 20 do Século XIX contava com uma elite política que se 
organizava pra não ser mais dependente de Portugal, pois esta lógica, de certa forma, 
continuara após a volta de D. João para Portugal. O escolhido por essa elite para realizar 
esses processos de independência e autonomia econômica (que já era uma realidade) e 
política foi o então Imperador D. Pedro I, que em 1822 indo contra todas as pressões 
portuguesas, inclusive contrariando a ordem de voltar à Portugal (dia do fico), ele declara 
o Brasil como um país Independente, no popular acontecimento mítico chamado de 
“Grito do Ipiranga”. Preparando esse evento foi Organizado a Marinha de Guerra do 
Brasil, convocado uma Assembleia Constituinte, foi ordenado o retorno das tropas 
portuguesas de terras brasileiras. E mesmo Portugal aceitando a independência brasileira, 
mediante pagamento de indenização, esse processo não foi consenso no Brasil, houveram 
revoltas, organizadas por portugueses no Brasil, que foram diretamente combatidas pelas 
tropas do Império brasileiro. 
ANEXO II : 
CRONOLOGIA BÁSICA 
 1808 – Vinda da família real para o Brasil; 
 1822 – Dia do Fico; 
 1822 – Convocação de Assembleia Constituinte; 
 1822 – Grito do Ipiranga; 
 
 1835 – Revolução Farroupilha; 
 
ANEXO III: 
- TRABALHANDO COM MATERIAL DE JORNALISMO –

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