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11/11/2014 1 Prof. GIL IGNACIO LARA CANIZARES Universidade do Estado de Santa Catarina Centro de Ciências Agroveterinárias – CAV Lages - SC INIMIGOS NATURAIS E DOENÇAS DAS ABELHAS � As abelhas podem sofrer danos provocados por doenças e inimigos naturais. � As larvas podem ser afetadas principalmente por bactérias, fungos e vírus. � As abelhas adultas são frequentemente atacadas por protozoários, vírus, ácaros e insetos. � No Brasil a ocorrência e os danos provocados por doenças e certas pragas são menores, principalmente devido à maior tolerância das abelhas africanizadas e às condições climáticas, que são menos favoráveis à disseminação das doenças (Lopes et al., 2004). Ácaros e parasitas � Assim, a maioria dos apicultores não necessita utilizar antibióticos ou pesticidas em suas colmeias para garantir produtos livres de resíduos químicos. Isto favorece a comercialização, principalmente para outros países que não aceitam a existência de resíduos de medicamentos ou pesticidas nos produtos apícolas. � Mas, os apicultores devem estar atentos à situação sanitária das colmeias, sabendo reconhecer as anormalidades que indicam a presença de doenças e inimigos naturais. Manejo correto do apiário auxilia na saúde das abelhas Florada = Sanidade das abelhas DOENÇAS DAS ABELHAS � A ocorrência de doenças nas colmeias pode acarretar graves prejuízos para a produtividade do apiário, causando problemas como: - Redução da população da colônia com redução da produção, - Perda de enxames, especialmente de abelhas africanizadas que costumam abandonar as colmeias quando a população é reduzida e há muita cria morta. � Em países com alta incidência de doenças, os prejuízos são devido aos gastos com antibióticos para o controle das doenças e pesticidas para controle de parasitas (ácaros). IMPORTÂNCIA O agente causador é uma bactéria: Melisococus pluton. A transmissão ocorre pelo alimento e a bactéria consegue sobreviver até 3 anos em restos secos de larvas mortas. Cria Pútrida Européia (CPE) DOENÇAS DE CRIAS Sintomas: � Favos com muitas falhas e opérculos perfurados ou afundados; � A cria morre entre o 3º e 5º dia do estágio larval (forma de U ou V no fundo da célula), ou após estar operculada; � Larvas com cores diferentes, em tons de amarelo até o marrom; � Podem apresentar cheiro pútrido (de material podre, em decomposição) ou não. Controle: � Retirada dos quadros com cria doente; � trocar rainha por outra mais tolerante às doenças; � evitar o uso de equipamentos contaminados quando manejar colmeias sadias; � Tratamento com terramicina, mas, o uso de antibiótico poderá contaminar os produtos apícolas. Figura 1. Sintomas de Cria Pútrida Européia: área de crias com muitas falhas (a) e mudança de posição e coloração das larvas (b) (Bactéria Melissococus pluton). 11/11/2014 2 Causada pela bactéria Paenibacillus larvae que forma esporos responsáveis pelas novas infestações. � Doença comum nos Estados unidos (5% das colmeias), México, Argentina, Uruguai, Europa e em países asiáticos - China, Japão, Coreia - (Couto et al., 2006). Cria Pútrida Americana (CPA) Sintomas: � Favos com áreas de cria falhadas, com opérculos perfurados, escurecidos e afundados; � A cria morre na fase de pré-pupa ou pupa; � Larvas com mudança de cor, do branco para amarelo até marrom escuro; � cheiro pútrido (de material podre, em decomposição); � as crias mortas apresentam consistência pegajosa; � quando a morte ocorre na fase de pupa, observa-se geralmente a língua da pupa estendida de um lado para o outro do alvéolo; Controle: � Não utilizar antibióticos (resistência da bactéria e contaminar os produtos da colmeia). O tratamento preventivo pode ainda esconder os sintomas da doença; � Marcar as colônias com sintomas de CPA; � Realizar anotações sobre as colônias afetadas e relatar a ocorrência - instituições de ensino e pesquisa que trabalhem com Apicultura, Confederação Brasileira de Apicultura (CBA), Delegacia Federal de Agricultura, Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA); � Enviar amostras dos favos com sintomas para análise em laboratórios especializados no diagnóstico de doenças de abelhas; � Limpar equipamentos de manejo (luvas, formão, fumigador etc.) e não utilizá-los nas colônias sadias; � Após comprovação da doença, destruir as colônias afetadas (queima da colmeia inteira ou da colônia). Figura 2. Sintomas de Cria Pútrida Americana: favos falhados (a) e opérculos perfurados (b) (Bactéria = Paenibacillus larvae). Figura 3. Sintomas de Cria Pútrida Americana: consistência viscosa da cria - teste do palito (a) e restos de crias mortas e ressecadas colados nas paredes do alvéolo (b). Doença causada por vírus. Ataca especialmente às operárias na região cerebral e na “corpora allata” (produtora do hormônio juvenil). As larvas infectadas não conseguem fazer a muda para pupa e acumulam líquido entre a epiderme da larva e da pupa deformada. Cria Ensacada (CE) Sintomas: � Favos com falhas e opérculos geralmente perfurados; � A morte ocorre na fase de pré-pupa; � Coloração da cria: cinza claro, marrom ou cinza escuro; � A cria doente quando retirada do alvéolo apresenta formato de saco, ficando o líquido acumulado na parte inferior. Figura 4. Pré-pupas com sintomas de cria ensacada brasileira Fonte: Lopes et al., 2004 Controle: � Evitar a instalação de apiários em locais onde existe a planta barbatimão; � Oferecer alimentação suplementar para as colmeias na época de floração do barbatimão; � Alguns apicultores relatam que deixando de manejar as colmeias afetadas, evita-se a perda do enxame. Segundo eles, o manejo estimula as abelhas a coletarem alimento no campo, o que intensifica a coleta do pólen tóxico. Figura 5. Pré-pupas com sintomas de Cria Ensacada (Pólen da planta barbatimão) � No Brasil, o agente causador da CE são as toxinas (taninos) da flor da planta Barbatimão Stryphnodendron sp. Os sintomas são semelhantes a CE e é denominada de Cria Ensacada Brasileira. 11/11/2014 3 Sintomas: � Abelhas com tremores e com dificuldade de locomoção. O intestino torna-se branco leitoso de fácil rompimento. � Operárias campeiras mortas na frente do alvado. Em alguns casos, encontram-se fezes no alvado e nos favos. � O agente etiológico pode-se alojar também na hemolinfa, nos ovários e nas glândulas hipofaringeanas, reduzindo a produção de geleia real. DOENÇAS DE ABELHAS ADULTAS Nosemose O diagnostico é difícil porque o sintomas de muitas doenças são parecidos. O agente causador é um microscópico protozoário intestinal, conhecido como Nosema apis, que se aloja no ventrículo e as operárias ficam com dificuldade de assimilar o alimento. Controle: � Escolher local adequado para instalação do apiário, com água limpa (potável). � Trocar os favos com crias doentes por novos. � Higienizar materiais apícolas que foram utilizados em colmeias contaminadas. DOENÇAS DE ABELHAS ADULTAS Fonte: Wiese, 2005. Figura 7. Esquema de contaminação da nosemose Varroase Ácaro, ectoparasita – Varroa destructor- que infesta tanto as crias quanto os adultos das abelhas. (infesta mais as crias de zangão que as de operárias). � A varroa alimenta-se da hemolinfa das abelhas podendo causar: - Redução do peso; - Redução da longevidade; - Malformações nas asas e patas. � Crias de operárias podem ser infestadas com até 12 ácaros e as de zangões com até 20 ácaros (normal de 1 – 3 ácaros adultos) a b c Varroa destructor: a) hembra adulta, b) macho, c) localização na pupa Operária recém emergida com asas defeituosas. � Em muitos países existem relatos de destruição de colmeias causada pela infestação do ácaro Varroa destructor (Couto et al., 2006). � No Brasil, aparentemente, no tem ocasionado grandes danos,como a redução de mel e exterminação de colmeias (Couto et al., 2006). � Alguns pesquisadores têm descrito algumas doenças produzidas por vírus e bactérias tem sido distribuída pela varroa, que funciona como vetor (Couto et al., 2006). Controle: � No Brasil, não se tem produto específico para combate ao ácaro. Entretanto, em países com grande incidência da varroa estão disponíveis grandes número de produtos (Wiese, 2005). Figura 9. Ciclo de infestação Fonte: Wiese, 2005 Figura 10. Ácaro Varroa destructor: Vista dorsal (a), ventral (b), fêmea adulta e formas imaturas em pupa de operária (c). Traças-de-cera INIMIGOS NATURAIS DAS ABELHAS São insetos de duas espécies: Galleria mellonela (traça maior) e Achroia grisella (traça menor), que colocam seus ovos em pequenas frestas dos quadros e caixas, principalmente em colmeias fracas. � As larvas alimentam-se da cera, construindo galerias nos favos onde depositam fios de seda. � Os quadros ficam cobertos com grandes quantidades de fios de seda e fezes. Figura 12. Ampliação do favo. A: sem a presença de traça; B: prejuízo parcial causado pela traça da cera; C: perda total do favo A B C � Causam danos significativos aos favos armazenados durante a entressafra. 11/11/2014 4 Controle: � o controle químico não é recomendado, uma vez que os produtos utilizados podem deixar resíduos na cera, os quais poderão ser transferidos para o mel; � Manter sempre colmeias fortes no apiário, uma vez que as fracas são mais facilmente atacadas; � Reduzir o alvado das colméias em épocas de entressafra e de frio; � Não deixar colméias vazias (não habitadas) nem restos de cera no apiário; � Trocar periodicamente os quadros com cera velha das colméias; � armazenar favos ou lâminas de cera em locais bem arejados, com claridade e, se possível, protegidos com tela, evitando armazenar favos velhos que são preferidos pelas traças. � Temperaturas abaixo de 7º C também ajudam no controle. INIMIGOS NATURAIS DAS ABELHAS Figura 13. Danos causados pela traça-da-cera Galleria mellonela na colmeia (a) e no favo (b). INIMIGOS NATURAIS DAS ABELHAS � As formigas existem em quase toda parte e causam sérios prejuízo as abelhas, já que podem consumir o alimento (mel e pólen) e crias, além de causar grande mortalidade das abelhas adultas na tentativa de defender a colônia; � Os cupins danificam a madeira das caixas e cavaletes, diminuindo sua vida útil e favorecendo a entrada de outros inimigos naturais. Formigas e cupins Controle: � Não colocar as colmeias diretamente sobre o solo; � Destruir os ninhos de formigas e cupins encontrados nas proximidades dos apiários; � Limpeza do apiário (capinar); � Utilizar cavaletes com protetores contra formigas. Fig.14. Danos causados por cupins em colmeia Fonte: Lopes et al., 2004 Sapos Tatu Aranha Homem � É sim dúvida, também, um inimigo das abelhas. Desmatamento desordenado das florestas prejudica as atividades normais das abelhas. Desmatamento Envenenamento de abelhas por produtos químicos Los celulares desorientan a las abejas. (Os celulares desorientam as abelhas) “Bueno, no es que los teléfonos se levanten por la noche y agiten las colmenas. Lo que las daña más bien somos nosotros: al realizar una llamada, la señal transmitida por las torres es captada por alguna abeja que responde con una alarma para evacuar la colmena. Así -mostró un experimento-, el enjambre vuela desorientado y las abejas se pierden. No se sabe si esta es la única causa, pero en parte explica la misteriosa desaparición de abejas en los últimos años”. Fonte: http://listas.20minutos.es/lista/inventos-y-descubrimientos-cientificos-mas- sorprendentes-del-ano-segunda-parte-309460/ Noticia da internet.
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