Buscar

A contação de história e os brinquedos cantados como instrumento de intervenção na psicopedagogia

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 38 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 38 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 38 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

A contação de história e os brinquedos cantados como instrumento de intervenção na psicopedagogia
RESUMO 
Aborda-se nesta monografia a contação de histórias a importância e a contribuição dos brinquedos cantados como um novo instrumento de intervenção psicopedagógica. A presente monografia desenvolve-se à luz da psicopedagogia tomando-se de empréstimo conceitos da dislexia, da psicopedagogia, da filosofia, da psicologia do desenvolvimento, da ludoterapia e da musicoterapia. Faz-se um breve estudo sobre a contação de histórias e segue-se a descrição dos brinquedos cantados, paralelos ao desenvolvimento infantil segundo Piaget, enumerando-se os estágios propostos por este autor e delimitando-se os acalantos e as brincadeiras-de-roda, como objeto de interesse maior da população pesquisada. Fala-se da formação do professor contador de histórias, as modalidades dos contos fazendo-se referência às vivências através da contação de histórias e dos brinquedos cantados no contexto psicopedagógico. Na culminância deste estudo, propõe-se a diferenciação entre motivação e educação, na área da psicopedagogia e terapia psicomotora, esboçando-se a elaboração das estruturas, através da contação de história e interpondo-se os brinquedos cantados como recursos plausíveis a este trabalho. 
Palavras-Chave: Psicopedagogia, Contação de histórias, Brinquedos cantados. 
“O meu trabalho se presta a um prolongamento da magia da infância, desenvolvendo a criança a ingenuidade e, ao mesmo tempo, o seu lado moleque” 
Bia Bedran 
SUMÁRIO 
INTRODUÇÃO .................................................................................................. 9 
CAPÍTULO I 
A PSICOPEDAGOGIA E A CONSTRUÇÃO DO PENSAMENTO E DA LINGUAGEM e a dislexia................................................................................................... 14 
1.1 - A Leitura ........................................................................................18 
1.2 – Narrativa ...................................................................................... 35 
1.3 - Contos de Fadas .......................................................................... 37 
1.4 - A Lenda ...................................................................................40 
1.5 - As Fábulas ................................................................................... 41 
CAPÍTULO II 
FORMAÇÃO DO PROFESSOR CONTADOR DE HISTÓRIAS ........................ 43 
2.1 – Como Contar Histórias? .............................................................. 46 
2.2 – Aprendizagens Significativas ....................................................... 48 
2.3 – Contagem de Histórias ................................................................ 53 
CAPÍTULO III 
BRINQUEDOS CANTADOS ................................................................................ 58 
3.1 – Brincar, o que é? ......................................................................... 59 3.2 – E a Música? ................................................................................. 60 
3.3 – Brinquedos Cantados e o Movimento .......................................... 61 
3.4 – Segundo Piaget: O que é o Desenvolvimento Infantil? ............... 62 
3.4.1 –Bia Bedran ...........................................................................70 
CONCLUSÃO ................................................................................................. 72 
BIBLIOGRAFIA ............................................................................................... 75 
INTRODUÇÃO 
A contação de histórias nas últimas décadas do século XX vem acontecendo e fazendo parte do processo integrante da Educação básica, tem despertado discussões, e em muitos locais já integra o currículo escolar, como atividade, vemos também como um instrumento novo para intervenção psicopedagógica. 
A contação de histórias agrada e entretém, mas a função não é somente esta, ela também transforma o ambiente num espaço agradável e estimulante, e o principal, educa. 
Segundo historiadores, contar histórias sempre esteve presente na sociedade, desde as mais primitivas até as atuais. Quer seja uma manifestação estritamente social ou também artística. O contador de histórias que em outros tempos tinha seu lugar garantido no interesse coletivo, se revela nos dias de hoje,sobretudo nas sociedades urbano industriais do mundo moderno, como alguém que necessita reconquistar e ampliar seu espaço de atuação. 
O contador é aquele que conta histórias, não aquele que as canta, caso contrário, seria cantador. A arte de contar histórias é uma atividade que por milênios tem conservado o poder de suscitar o sonho e a fantasia nos ouvintes. 
Café (2000) diz que: 
O contador de histórias tem uma linguagem corporal própria, individual, marca de suas experiências, de sua cultura corporal, de sua atuação no mundo e na vida, de suas histórias base de sua existência. Alguns gestos pertencem a uma linguagem comum. Têm um mesmo significado para todos os que pertencem a uma sociedade. Entretanto, sendo iguais, não são idênticos, pois a forma de vivenciá-los é própria de cada sujeito, em sua individualidade. 
A contação de histórias possibilita, o estimulo à imaginação, o acesso as diferentes culturas e o convívio com outros. É visto que hoje estamos passando por um processo de globalização e diante disto há alguns privilégios, como o desenvolvimento de redes de comunicação, o progresso da informática, da medicina, da ciência e o acesso à informação em tempo real. É necessário saber se este desenvolvimento possibilita outros valores e culturas, respeito às adversidades, e não permitir que a classe dominante, queira que, continue a história, como função somente de preservá-la, como, acontecimentos cotidianos, as memórias transmitidas por seus ancestrais, as dúvidas, alegrias angústias e prazeres de sua existência e como principal objetivo desse estudo que é o da intervenção psicopedagógica. 
O contador de histórias do século XXI apresenta seu trabalho por meio de espetáculos de narração oral, performances artísticas elaboradas, com domínio de técnicas corporais e vocais e critérios de seleção para a escolha de histórias. 
O contador de histórias, na verdade, atua numa área muito próxima as artes cênicas. O que difere a contação de história do espetáculo cênico são marcas quase imperceptíveis, a relação estabelecida pelo olhar de quem conta e seus ouvintes provavelmente é a mais nítida. É olhar o fio que conduz, o elo que liga o narrador à platéia. 
Soei (2004), diz que: 
Histórias estão presentes a cada momento da vida do ser humano, de maneira que onde quer que haja comunicação, ali está presente uma história: no teatro, no cinema, em uma paisagem, em um outdoor, na leitura de um artigo, em um relato de experiência, em um conselho, em um segredo compartilhado. 
Hoje em dia como no passado a mente da criança pode se encantar pelos contos de fada, obras literárias que chamam a atenção pela sua qualidade, o próprio conto que é uma arte. 
É bem sabido que é necessário ter uma verdadeira consciência de nossa existência, encontrar um significado em nossa vida, pois aqueles que não encontraram nenhum significado acabaram perdendo a vida. 
Hoje, como no passado, a tarefa mais difícil na criação de uma criança é ajudar a dar significado para sua vida. 
É necessário criar imagens no ar materializando assim o verbo e transformando ele próprio nesta matéria que é palavra, assim o texto deixa de ser signo para se tornar significado. 
Segundo Busatto (2003), a contação de histórias nos leva ao mundo da imaginação, à palavra, ao texto que deixa de ser signo e passa a ter significado e possibilidade ainda de ter acesso e valorização das diferentes culturas e auxilia o aluno disléxico. 
Já o canto está presente no universo simbólico de todas as culturas. Vive-se um processo de massificação da cultura brasileira, onde a música infantil está mescladade sensualidade e cultuação a um corpo estético grego. Tem-se então, a incumbência de preservar e formar a criança que nasce ingênua, sonhadora e necessita de cuidados afetuosos neste contexto a criança disléxica consegue se socializar. 
Visto que o som tem propriedades físicas que incidem sobre o corpo humano de forma objetiva e subjetiva, movendo o sujeito a partir da sua emoção; e que, as crianças disléxicas são estimuladas em sua afetividade, se apropriando do uso destes elementos lúdico-sonoros para investimento pessoal e social, supõe-se que os brinquedos cantados interferem de forma significativa no desenvolvimento psicopedagógico dessas crianças e através da psicopedagogia pode ser um grande instrumento para auxiliá-los nas aprendizagens significativas. 
Faz-se assim a relevância deste estudo, para pesquisar a importância dos brinquedos cantados para o desenvolvimento psicomotor de crianças de 0 à 7 anos de idade; e ainda, demonstrar a contribuição destes elementos lúdico sonoros na psicopedagogia para crianças com dislexia . 
Assume-se a investigação da importância e contribuição dos brinquedos cantados, articulados entre si pelo viés dos brinquedos cantados e dos interesses infantis, conforme o exposto a seguir. 
No primeiro capítulo descreve-se um breve histórico sobre a psicopedagogia e a construção do pensamento e da linguagem e a dislexia. Definindo linguagem; a leitura e a oralidade; a narrativa; conto de fadas; a lenda; as fabulas. 
Prossegue-se no segundo capítulo um estudo sobre o professor contador de histórias; como contar historias na sala de aula; aprendizagens significativas e a contribuição são do contador de historias; como a contagem de historia se transforma em instrumento psicopedagógico para formação do ser humano. Por fim, mostra-se no terceiro capitulo um breve estudo sobre os brinquedos cantados. Organizam-se idéias sobre as três possibilidades dos brinquedos cantados: musicar, brincar, movimentar. Dar-se a ver a importância dos brinquedos para o desenvolvimento global da criança como novo instrumento psicopadagógico. 
Finalizando esta introdução e abrindo os estudos desta monografia, deixa-se à contemplação a música Redescobrir do compositor Luiz Gonzaga Júnior, 1980, interpretado pela cantora Elis Regina no Cd “Música: O melhor de Elis Regina” WEA, 2000com efeito de auxilio as crianças com dislexia: 
“REDESCOBRIR” 
Como se fora brincadeira de roda (memória) 
Jogo do trabalho na dança das mãos (macias) 
O suor dos corpos na canção da vida (história) 
O suor da vida e no calor de irmãos (magia) 
Como um animal que sabe da floresta (memória) 
Redescobrir o sal que está na própria pele (macia) 
Redescobrir o doce no lamber das línguas (magia) 
Redescobrir o gosto e o sabor da festa (magia) 
Vai o bicho homem fruto da semente (memória) 
Renascer da própria força própria luz e fé (memória) 
Entender que tudo é nosso sempre esteve em nós (história) 
Somos a semente ato mente e voz (magia) 
Não tenha medo meu menino bobo (memória) 
Tudo principia na própria pessoa (lembrança) 
Vai como a criança que não teme os tempos (mistério) 
Amor se fazer é tão prazer que é como fosse dor (magia) 
CAPÍTULO I 
A PSICOPEDAGOGIA E A CONSTRUÇÃO DO PENSAMENTO E DA LINGUAGEM. 
Algumas das principais idéias de Vygotsky analisando seus métodos de sua aplicação na clinica psicopedagógica, ou na intervenção terapêutica das dificuldades de aprendizagem. Essa aplicação das idéias Vygotskianas na psicopedagogia é um fator não muito encontrado que precisa ser desenvolvido, dada a importância dos trabalhos do autor para a psicologia da Educação e para a compreensão dos processos de aprendizagem e desenvolvimento que incluem as dificuldades de aprendizagem. 
Scoz (1992) salienta em dizer que para alcançar a compreensão a respeito das dificuldades de aprendizagem e intervir corretamente e conscientemente, o profissional precisa se informar sobre o processo de aprendizagem em seus mais detalhados aspectos, precisa conhecer com profundidade os mecanismos que envolvem a formação dos pensamentos e as dinâmicas afetivas envolvidas no processo de desenvolvimento da aprendizagem vivido pela criança, por isso, desde a década de 80, a psicopedagogia vem se transformando em um campo de estudo “multidisciplinar”com o objetivo de “resgatar” uma visão mais globalizada no processo de aprendizagem que conseqüentemente nos problemas decorrentes desse processo. 
É, portanto, senso comum entre os profissionais da psicopedagogia que o conhecimento multidisciplinar das ciências envolvidas nas descrições e reflexões do processo de Aprendizagem seja fator obrigatório para a formação profissional, isto porque, para realizar uma intervenção clinica ou institucional eficaz, é preciso conhecer e compreender a dinâmica psíquica das crianças o que inclui os fatores inconscientes, outro fator é pesquisar as referencias sócio culturais que as envolvem a dimensionar as características da historia de suas aprendizagens. 
Nesse sentido, os trabalhos desenvolvidos por L.S.Vygotsky e seus colaboradores parecem ser essenciais, uma vez que apresentam as idéias referentes a importância dos fatores sócio culturais na formação da identidade do aprendiz e esclarecem muito a respeito do desenvolvimento do pensamento de conceito como um processo onde a interação e os fatores sócio históricos são fundamentais. 
O conhecimento psicopedagógico tem sido intensamente construído nas ultimas décadas. Nesse esforço muitos profissionais têm registrado os resultados de seus trabalhos e realizado discussão a respeito das aplicações das varias ciências no campo psicopedagógico. 
É o caso do psicopedagogo argentino Jorge Visca (1987) que reúne os conhecimentos da escola psicanalítica Jacques Riviére; ou Sara Paín que trabalha com as teorias dos psicanalistas Jacques Lacar e de Piaget sobre a aprendizagem para desenvolver suas contribuições para o fazer psicopedagogico. 
Nesse contexto, apesar dos inúmeros trabalhos sobre as teorias de Vygotsky e a educação como: Boquero(1998), Moll(1996), Van de Ver e Valsiner(1996) e muitos outros ainda são poucos os trabalhos que apresentam as possíveis aplicações dos ensinamentos desse grande pesquisador na pratica da clinica das dificuldades de aprendizagem. 
O pensamento Vygotskiano é completo por conceito que, em conjunto, configuram uma abordagem especifica da questão da aprendizagem infantil. O pensamento Vygotskiano é composto por conceitos que, em conjunto configuram uma abordagem especifica da questão da aprendizagem infantil, enfatizando sua relação com a linguagem e a importância do contexto sócio-histórico para o desenvolvimento. 
No presente trabalho abordamos algumas das idéias desenvolvidas por Vygotsky e seus seguidores: As relações entre pensamento e linguagem, o desenvolvimento infantil e o contexto social, a formação dos processos mediados e o desenvolvimento de conceitos como complexos. Esse eixo do pensamento Vygotskiano foi escolhido em função de sua importância para a compreensão da problemática da dificuldade de aprendizagem. 
Jean Piaget apresentou, em seus trabalhos, suas concepções a respeito da função da linguagem no desenvolvimento do pensamento, especialmente o pensamento lógico. Segundo ele, o pensamento lógico surge a partir da apresentação da linguagem para a criança. É na vida social que a criança aprende a utilizar artifícios da linguagem como “porque”, “apesar de“, etc, muito antes de entender o que estar dizendo. Para Piaget, ao utilizar à linguagem a criança passa a pensar sobre o significado do que esta dizendo e então desenvolve o pensamento lógico. Alem desse pensamento, o que existe na criança pequena, é pensamento ilógico, sem palavras, sem significados, mais interno e inerente a própria criança. 
Vigotsky discorda dessa abordagem, pois acredita que a criança pequena possui um pensamento complexo muito antes de adquirir a linguagem social. Afirma que “uma oração de uma palavra” emitida por uma criança de um ano, pode ser equivalentea varias orações de um adulto. É fácil confirmar essa hipótese, basta observar um bebê de 18 meses brincando com o pai: Imaginemos que todos os dias a brincadeira consista em jogar aquela bola amarela que fica no cesto, La no canto da sala. Após algumas semanas a brincadeira com o pai torna-se um aspecto importante na relação: quando o bebê entra na sala e avista o cesto diz entusiasmado “bó”, temos valor de varias orações para um adulto: O bebê parece estar comunicando que quer a bola amarela, de dentro do cesto no canto da sala, para brincar com seu pai como costuma fazer todos os dias e que isso é muito gostoso, divertido e parte da relação dos dois. 
Por isso Vygotsky afirma que a linguagem possui dois aspectos: o verbal ou fonético expresso no exterior, e o semiótico ou semântico, significativo formado pelos significados que atribuímos a tudo que vemos aos objetos, pessoas e situações com os quais nos relacionamos.
Em seus estudos Vygotsky descreve caminhos diferentes para o desenvolvimento dos aspectos semióticos e fonéticos da linguagem infantil. Discordas das palavras à frases e das frases simples as frases complexas e combinadas. Para Vygotsky, no que se refere aos aspectos semióticos da linguagem, o que ocorre é a passagem de uma combinação de frases ao destaque de uma frase solta, e da frase solta ao destaque de uma combinação de palavras, para, só no final, aparecer o destaque de uma palavra solta. Assim afirma que os aspectos fonéticos e semânticos do pensamento através da linguagem, apesar de estarem muito estreitamente ligados entre si e de representarem, propriamente falado, dois momentos de uma complicadíssima atividade única, e não coincidem, contudo, um com outro. 
Ele é categórico quando afirma que o trabalho de significação de uma palavra não termina com sua compreensão e inclusão na linguagem fonética. “(...) A velha idéia de que o desenvolvimento da linguagem infantil termina aos cinco anos, quando a criança já domina o léxico, a gramática e a sintaxe da língua materna é falsa; aos cinco anos o que termina não é o trabalho principal, mas o trabalho prévio”. No mesmo texto, o autor afirma que a psicologia deve se ocupar do processo oculto do desenvolvimento e explica (...). “Podemos afirmar que todos os sistemas fundamentais das funções psíquicas da criança dependem do nível alcançado por ela no desenvolvimento do significado das palavras. Portanto, o que é central para toda a estrutura da consciência e para todo o sistema de atividade das funções psíquicas e o desenvolvimento do pensamento, há uma dependência entre toda a atividade da criança, a realidade externa e o desenvolvimento do aspecto semântico da linguagem infantil”. 
A conclusão do significado da palavra como uma unidade tanto do pensamento generalizando quanto do intercambio social é de valor inestimável para o estudo do pensamento e da linguagem. 
Compreender a importância do contexto social e das interações no processo de desenvolvimento infantil é, portanto, essencial para conhecer a as características do pensamento semiótico e da linguagem da criança e descobrir, no caso de uma intervenção clinica psicopedagógica, as possíveis origens de seus bloqueios de pensamento. Conclui que atitudes como observação da interação e do discurso entre a criança e os adultos significativos para o seu desenvolvimento, tais como os pais, professores e outros são fundamentais para uma intervenção profissional eficaz. 
Beatriz Scoz, confirma essa idéia, ao discutir o problema de aprendizagem da escrita na escola onde desenvolveu sua pesquisa. É fundamentalmente na interação com pessoas capazes de ajudar a criança a atribuir significado ao símbolo escrito compreendendo seu valos social que a aprendizagem se realiza mas adiante, explicita qual deve ser a característica dessa interação. É imprescindível observar que muitas crianças não deixam de aprender simplesmente por não terem lápis á disposição ou por não saberem como utilizá-lo, mas por não compreenderem a função desse instrumento. A recíproca é verdadeira, aqueles que tem sucesso não o fazem porque seguram o lápis corretamente e escrevem nas linhas dentro da margem, mas porque vêem e escutam, porque elaboram e transformaram as informações que recebem, porque trabalham cognitivamente com o que o meio lhes oferece. 
Nesta pesquisa prioriza-se o estudo sobre a dislexia que pode ser definida como dificuldade de aprendizado da Linguagem: em leitura, soletração, escrita, em linguagem expressiva ou receptiva, em razão e cálculos matemáticos, com na linguagem corporal e social. Não tem como causa de falta interesse, de motivação, de esforços ou de vontade, como nada tem a ver com acuidade visual ou auditiva como causa primária. Dificuldade no aprendizado da leitura, em diferentes graus, é característica evidenciada em cerca de 80% dos disléxicos. 
Dislexia é então um jeito de ser e de aprender; reflete a expressão individual de uma mente, muitas vezes astuta e até genial, mas que aprende de maneira diferente... 
A dislexia é um problema que se detecta em crianças que sofrem com dificuldades de leitura. Os testes psicopedagógicos, com uma relativa precisão, diagnosticam as dificuldades de aprendizagem relacionadas à linguagem. Todavia, qual a origem da dislexia ou das dislexias? Os maus leitores são conseqüências de maus métodos de ensino da leitura? A dislexia é hereditária? 
O disléxico tem mais desenvolvida área especifica de seu hemisfério cerebral lateral direito do que leitores normais.Condição que, segundo estudiosos, justificaria seus “dons” como expressão significativa desse potencial, que esta relacionado à sensibilidade, artes, atletismo, mecânica, visualização em 3 dimensões,criatividade na solução de problemas e habilidades intuitivas; 
Segundo Capovilla (pág 59, 2000) a avaliação do individuo disléxico dever tanto qualitativa quanto quantitativa. A avaliação qualitativa deve abranger entrevistas com os pais ou responsáveis e com a criança, observação clínica, e analise de relatos e registros escolares. Conforme diretrizes da British Dyslexia Association, a avaliação qualitativa deve incluir a observação de sinais que podem indicar a dislexia. Os sinais que podem indicar dislexia em crianças são: Histórico familiar de problemas de leitura e escrita; Atraso para começar a falar de modo inteligível; Frases confusas, com migração de letras: “A gata preta prendeu o filhote”em vez de “ a gata preta perdeu o filhote”; Impulsividade no agir; Uso excessivo de palavras substitutas ou imprecisas (como”coisa”, “negocio”); Nomeação imprecisa (como “helóptero” para “helicóptero”; Dificuldade para lembrar os nomes de cores objeto; Confusão no uso de palavras que indicam direção, como dentro/fora, encima/embaixo, direita/esquerda; Tropeços, colisões com objetos ou quedas freqüentemente. 
Quando feita a avaliação do aluno disléxico deve-se realizar intervenção que são: A criança disléxica deve sentar-se próxima à professora, de modo que a professora possa observá-lo e encorajá-lo a solicitar ajuda; Cada ponto do ensino deve ser revisto varias vezes. Mesmo que a criança esteja atenta à explicação, isso não garante que ela lembrará o que foi dito no dia seguinte; Professores e pais devem evitar sugerir que a criança é lenta, preguiçosa ou pouco inteligente, bem como evitar comparar o seu trabalho escrito aos de seus colegas; Não solicitar que ela não leia em voz alta na frente da sala de aula; Suas habilidades e conhecimentos devem ser julgados mais pelas respostas orais que escritas; Não esperar que ela use corretamente um dicionário para verificar como é a escrita correta das palavras. Tais habilidades de uso de dicionário devem ser cuidadosamente ensinadas; Evitar dar varias regras escritas numa mesma semana. Por exemplo, os vários sons do “c” ou do “g”. Dar listas de palavras com uma mesma regra para a criança aprender; Sempre que possível a criança deve repetir, com suas próprias palavras, o que a professora pediu pra ela fazer, pois isso ajuda a memorização. 
A apresentaçãode material escrito deve ser cuidadosa, com cabeçalhos destacados, letras claras, maior uso de diagramas e menor uso de palavras escritas; A escrita cursiva é mais fácil do que a de forma, pois auxilia a velocidade e a memorização da forma ortográfica da palavra; Esforços devem ser feitos para auxiliar a autoconfiança da criança, mostrando suas habilidades em outras áreas( música, esporte,artes,tecnologia etc.). 
1.1 - A leitura 
Diante de tanta teoria nos perguntamos o que seria o “conhecimento” afinal? Essa é uma pergunta feita por muitos professores quando a questão é a leitura, escrita e a oralidade representações que interessam à escola, sendo que a mesma aparece seguida de outras questões “crianças com dificuldades”..., o que trabalhar nas sérias iniciais? Quais devem ser os critérios de avaliação, etc.?Tais questões nos levam a refletir sobre discursos que tomamos como dados, verdadeiros com suas respostas sobre o que é “conhecimento”, entretanto, poderíamos dar outro rumo a essa reflexão, discutindo as origens, começo desse discurso, questionando-os, problematizando-os. Isto é julgamos que ,quando determinados discursos passam a circular como “verdades”,precisam ser questionados quantos às diferenças e articulações que passam ter entre si e em relação a outros discursos. Exemplificando em que medida os discursos sobre letramento se diferenciam daqueles sobre os métodos, dos da psicogênese da língua escrita? Ou em que medida os discursos atuais sobre a produção textual se deslocam daqueles formulados sobre o ensino da redação e da gramática? 
Ao dar visibilidade a discursos sobre leitura, escrita e oralidade que circulam em diferentes instâncias e segundo concepção diversas, no ensino fundamental e na educação infantil, também oferecemos visibilidade aos deslocamento porque passaram esses discursos, localizando assim a “invenção” de determinadas concepções quanto à aquisição e usos da língua escrita.Tal possibilidade nos exige apresentar aqui o que se entende por discurso e representações. 
HALL(1997:25) considera que: 
Nem as coisas por si próprias nem os usuários da linguagem podem fixar sentido na linguagem. Coisas não significam: Nós construímos sentido usando sistemas de representação conceitos e signos (...) não é o mundo material que confere significado é o sistema de linguagem ou qualquer que seja o sistema que estamos usando para representar nossos conceitos.” 
Para o autor a representação é produção de sentido através da linguagem; sendo que a linguagem não trabalha como espelho, por não existir uma simples relação de reflexo, imitação ou correspondência um a um entre linguagem e mundo real. 
Exemplificando quando dizemos que o aluno escreve e lê texto, o fazemos a partir de discursos que privilegiam representações diferenciadas entre se do que é ler e escrever e que podem ser conhecidas como caráter lingüístico, psicolingüístico, etc,ou seja, pensamos sobre a aquisição da linguagem e seus usos através de vários sistemas representacionais e reconhecemos alguns desses sistemas como “verdadeiros” ou mais verdadeiros em determinadas épocas e contextos culturais ,assim as representações de leitura escrita e oralidade são construídas a partir de determinadas práticas culturais e estruturas sociais e de acordo com as demandas e necessidades da escola. 
“Diz-se: Quanto mais se lê, melhor se “escreve” ele sabe muito “português”, não têm um erro de ortografia”, “as pessoas falam errado”, a leitura suscita multiplicidade de significados, é desejável que a escrita seja significativa para interlocuções reais entre outras. 
A mudança de discursos behavioristas (comportamentais) para discursos psicolingüísticos da linguagem renomeou o aluno como um usuário da linguagem inatamente criativo, já o discurso sociolingüístico acentua o caráter social da linguagem, sendo que a terceira e mais recente virada nos estudos discursivos se baseia na análise pós-estruturalista de Michael Foucault, que descreve o “caráter” construtivo da linguagem”. Texto e discurso (e incluíamos também oralidade) passam a ser visto como artefatos produtivos, construtivos de formações sociais, comunidades e identidades sociais dos sujeitos. Nesse sentido a própria construção do conceito de sujeito é cultural e toda prática social tem seu caráter discursivo (LUCKE,1996). 
Saber decifrar, interpretar, ler copiar, redigir, escrever... São práticas que nos constituem, pois conhecer e representar são processos inseparáveis. VEIGA NETO (1996:28) Diz que: 
No caso sobre leitura, escrita, oralidade-Não são as próprias coisas, nem somente um espelho da “realidade” dela, as produziu como parte de correntes de discursos que constituem e reforçam determinadas “verdades”. 
CHARTIER (1998) observa que a alfabetização não é uma atividade que se dê fora da história. Considera, então que por trás daquilo que se chama “saber ler” estão competências específicas de cada época. Portanto, precisamos entender como se deu a redefinição dos métodos e metodologia de alfabetização criados para suprir e contextualmente por sociedades diversas, tomando como exemplo a França, a autora distingue quatro etapas que nós identificaríamos como sistema de representações no processo histórico ocidental de definição de expectativas em torno da alfabetização: 
1. Apenas saber ler; 
2. Saber ler- escrever- contar; 
3. Adquirir os conhecimentos elementares da cultura escrita; 
4. Dominar a cultura escrita da escolarização primária. 
Desde o Brasil Colônia e imperial, o ensino da leitura antecedia o da escrita, possivelmente por razões econômicas, sendo que o barateamento do custo do papel ,no final do século xIx , teria possibilitado, então, o ensino simultâneo da leitura e da escrita.Em nosso país o esforço republicano de escolarizar a escrita e a leitura suponha escolarizar o corpo daquele que lê e escreve, construindo também uma posição corporal adequada à escrita e à leitura através de teorias” higiemistas”, inscrevendo o discurso escolar no campo da cientificidade (VIDAL,GVIRTZ,1998).Diz que: 
A “disciplinarização” pode ser percebida em uma outra área como a da saúde, sendo que a estratégia da educação em saúde foi regulamente, enquadrar ,controlar todos os gestos, atitudes, comportamentos, hábitos e discursos das classes subalternas e destruir ou apropriar-se de modos de uso e saber estranhos a sua visão de corpo, da saúde, da doença, em fim ,do bom modo de amor á vida”. 
Nos anos 1900, a leitura em voz alta passaria a objetivar não mais o decifrado, mas a explicação do seu sentido a um auditório.A leitura expressiva como etapa final da aprendizagem dava um passo a mais em relação à escolarização, a alfabetização passava a ser o meio de iniciar os alunos nos conhecimentos científicos. 
Com o movimento escolanovista, a leitura e a escrita ganham novos significados, a partir da valorização da leitura silenciosa reconhecida como “leitura inteligente” por privilegiar o conteúdo do que foi lido ,o qual. Posteriormente passaria pelo processo de redação criação de um novo texto.Quanto à alfabetização prescrevia-se o ensino simultâneo da leitura oral e expressiva substituindo pela silenciosa e explicada(através de comentários orais e escritos de pequenos trechos literários com o decorrer da escolarização(VIDAL,1999:347). 
A crise da escolarização dos anos 1970 vem a ser também a “crise da leitura”, as normas da alfabetização mudam. A escola primária passa a redefinir suas exigências, visando á escolaridade prolongada e a leitura corrente deve ocorrer o mais precocemente possível.a alfabetização começa a ser considerada também como uma área de ensino que mereceria uma formação particular e que não poderia ser entregue a professores iniciantes.Nas décadas seguintes passa a ser feito em nosso país um forte investimento na formação continuada, assim como há o prolongamento da formação docente inicial.A preocupação com a relação entre linguagem oral e escrita e a importância da expressão livre surgem como questões desse período que se atualizam emnossos dias, com a preparação da produção da escrita através da produção de textos orais ou oralizados,temos hoje as crianças narrando e ditando textos, passamos a ter, assim como ponto decisivo do aprendizado, não mais a leitura, mas a escrita precoce. 
“Não identificar leitura com decifrado, não identificar escrita com cópia de um modelo”,por exemplo, são enunciados que posicionam ,localizam,definem e em alguns casos regulam leitores e ouvintes. Ferreiro e Teberosky(19995),ao apresentarem estudos em uma perspectiva cognitivista teorizam sobre a apropriação da língua escrita da perspectiva do sujeito que aprende, colocando essas negações como princípios metodológicos que orientam a crítica aos tradicionais métodos de alfabetização para apresentá-las como afirmações teóricas ao discutirem o entendimento que a criança pode ter do que a escrita representa e da estrutura desse modo de representação ,logo esses enunciados visibilizam de certo modo o deslocamento de um discurso comportamentalista para outro cognitivista ou inatamente criativo. 
Nos anos 80, temos a invenção de um novo conceito a do letramento, apontando uma diferenciação de expectativas em torno da alfabetização. O letramento passaria a ser o estado ou condição que um indivíduo ou um grupo social passaria a ter sob o impacto dessas mudanças(KATO 1987-kleiman 1995;Soares1996/1998) Soares observa que a diferenciação entre ser alfabetizado e ser letrado só recentemente se configuraria como uma realidade em nosso contexto social com o primeiro referindo-se à aquisição da leitura e da escrita e o segundo aos usos que se faz das mesmas enquanto práticas sociais. 
Tais interpretações e deslocamentos nos discursos nos permitem sublinhar que não podemos imaginar que primeiro as crianças devam adquirir essas tecnologias (saber ler, saber escrever) para depois ,então, passar a usá-las.A própria manipulação de tantos artefatos poderia, inclusive favorecer a aquisição e o domínio dessas tecnologias. 
Mey (1998) pondera que é o discurso social que designa ao letramento em seu papel apropriado, logo, outras perguntas que nos fazemos como professores e formadores de professoras dizem respeito à função que o letramento ganha na sociedade, ou seja, para que o mesmo serve em contexto e épocas diversas.Com isso, passaríamos a nos preocupar com o modo como o discurso sobre os diversos tipos de letramento e como funcionam na sociedade. 
“Conforme dito anteriormente ,o discurso pedagógico em cada época e em função das demandas sociais e culturais que discuti, apresenta e prescreve” os bons métodos os bons gestos as boas leituras “(FRAISSE,1997:14).E poderíamos pensar como sustentar desenvolver as práticas pedagógicas sem a utilização desses significados, conhecimentos produzidos como “conhecimento” na educação e mais especificamente na área de língua materna? Parece-nos necessárias então a discussão do que tem sido dito se diz sobre oralidade leitura e escrita, historicamente para a identificação dos conteúdos e práticas de linguagem ensinados na escola enquanto espaço educativo instituído também para esse fim. 
Segundo (FOUCAULT,1998) ele afirma que o discurso sofre controle externo e interno dentro de sistema de apropriação, doutrinas e sociedades de discurso, sendo que as proibições podem ser sobre o assunto a ser explorado a circunstância de fala os sujeitos envolvidos os comentários produzidos e a coerência da nossa identidade como autores,conforme regras aceitas “verdadeiras” para produzi-los. 
KLEIMAN (1995) concorda afirmando que a escrita também não é uma modalidade fixa que também não precisa ser sempre formal, sofisticada e planejada, assim como a fala não é em todas as situações de comunicação informal ou coloquial e sem planejamento. Em nossa cultura acadêmica uma conferência, por exemplo, suscita planejamento no que se refere ao assunto e aos recursos expressivos a serem mobilizados durante a exposição do tema, já um bilhete ou um telefonema para uma pessoa mais íntima não supõe esse grau de planejamento. 
A partir dessa perspectiva, o trabalho escolar poderia abrir espaço para multiplicidade de discursos bem como abordar relativizando a questão do “certo ou errado” em linguagem conforme vem postulando estudos lingüísticos cujos efeitos de sentido ainda não foram mobilizadores de novas práticas pedagógicas. 
Considerando-se essa multiplicidade de interlocução poder-se-ia pensar em um trabalho pedagógico que atentasse para uma exploração mais dinâmica e contextualizada dos textos escritos, por exemplo. Assim ao tomarmos um material de leitura parece-nos importante enfatizar alguns aspectos durante o trabalho contexto, tipo de texto, título, subtítulo, quantidade de informação, tamanho e tipo de letras, letras maiúsculas, tamanho de frases, imagens, cores, significados, ,possíveis leitores. Esse tipo de relação e interação com textos acreditamos que permitirá aos usuários da língua ampliar suas condições para o enfrentamento das diferentes práticas sociais de leitura e escrita. 
Outros aspectos que merece destaque os significados circulantes nos textos de leituras. Os discursos neles representados não ensinam conteúdos apenas, mas constituem subjetividades e identidades. Outros propósitos interessantes seria uma abordagem que levasse em conta a variedade de materiais de leitura. Essa variedade poderia incluir desde peças publicitárias até os clássicos da literatura, que hoje nos apresentam inclusive através de adaptações e traduções sem dúvida um repertório histórico da literatura oral e escrita, inesgotável em possibilidade de abordagens que deu origem a vários contos, lenda,filmes,poemas,aos quais hoje temos acesso. 
Evidentemente que podemos mudar esse quadro, precisamos questionar não somente quem são os alfabetizados e quem são os letrados, nem o que os torna alfabetizados ou letrados, mas a “invenção” dessa necessidade não precisamos nos questionar apenas se devemos deslocar o trabalho pedagógico da alfabetização para o letramento da redação ao texto ou ainda da crença no discurso monossêmico ao polissêmico, do monofônico ao polifônico etc,mas buscar entender por um lado o quanto as nossas aulas nossos planos não são produzidos de forma tão autônoma e criativa como imaginávamos ,mas que decorrem de discursos e representação que nos constituem ao mesmo tempo que constituem possível entendimento do que é ler, escrever e oralizar. Porém Silveira(1998:55)discorda e em resposta ela diz que a resposta das teorias reprodutivista de educação e de certas abordagens analíticas que vêem o sujeito aprisionados nas injunções de um discurso autoritário e numa posição fixa no jogo escolar nos parece insatisfatória e estreita. 
Ainda é necessário salientar a pertinência de discussões mais amplos a respeito dos discursos sobre currículo, planejamento, avaliação e seus desdobramentos no contexto escolar enquanto reguladores das nossas expectativas em torno da leitura, escrita e oralidade em sala de aula. Em uma sociedade marcada pelas diferenças e pela desigualdade pela complexidade das relações sociais não é tarefa fácil promover interações culturalmente positivas nas salas de aula. A idéia do significado e da provisoriedade dos conhecimentos selecionados e de projetos didáticos diferenciados, articulados e contextualizados para cada aluno e para o coletivo da sala de aula entre outros aspectos evidentemente parece uma estratégia pedagógica adequada para fomentar políticas educacionais de inclusão, ainda falando em aprendizagem veja o que Amélia Hanze nos fala abaixo. 
Amélia Hanze define a aprendizagem com um processo de mudança de comportamento obtido da experiência construída por fatores emocionais, neurológicos, relacionais e ambientais. Aprender é o resultado da interação entre estruturas mentais e o meio ambiente. De acordo com a nova ênfase educacional, centrada na aprendizagem, o professor é co-autor do processo de aprendizagem dos alunos. Nesse enfoque centrado na aprendizagem, o conhecimento é construída e reconstruída continuamente.Quando a educação é construída pelo sujeito da aprendizagem, no cenário escolar prevalecem a ressignificação dos sujeitos, novas coreografias, novas formas de comunicação e a construção de novas habilidades, caracterizando competências e atitudes significativas.Nos bastidores da aprendizagem há a participação, mediação e interatividade, porque há um novo ambiente de aprendizagem,re-modelização dos papéis dos atores e co-autores do processo, desarticulação de incertezas e novas formas de interação mediadas pela orientação, condução e facilitação dos caminhos a seguir . 
A educação como interatividade contempla tempos e espaços novos, diálogo problematização e produção própria dos educandos.O professor exerce a sua habilidade de mediador das construções de aprendizagem.E mediar é intervir para promover mudanças como mediador, o docente passa a ser comunicador, colaborador e exerce a criatividade do seu papel de co-autor do processo de aprender dos alunos. 
Na relação desse novo encontro pedagógico, professores e alunos interagem usando a co-responsabilidade a confiança, a dialogicidade fazendo a auto-avaliação de suas funções.Isso é fundamental, pois nesse encontro, professor e alunos vão construindo novos modos de se praticar a educação.É necessário que o trabalho escolar seja competente para abdicar a cidadania tutelada, ultrapassar a cidadania assistida, para chegar á cidadania emancipada que exige sujeitos capazes de fazerem história própria.Saber pensar é uma das estratégias mais decisivas, o ser humano precisa saber fazer e, principalmente saber fazer-se oportunidade.(DEMO,Política Social do conhecimento). 
Os objetivos da aprendizagem são classificados em: domínio cognitivo (ligados a conhecimentos, informações ou capacidades intelectuais); domínio afetivo, (relacionados a sentimentos, emoções, gostos ou atitudes); domínio psicomotor (que ressaltam o uso e a coordenação dos músculos). No domínio cognitivo temos as habilidades de memorização, compreensão, aplicação, análise, síntese e a avaliação. No domínio afetivo temos habilidades de receptividade, resposta, valorização, organização e caracterização. No domínio psicomotor apresentamos habilidades relacionadas a movimentos básicos fundamentais, movimentos reflexos, habilidades perceptivas e físicas e a comunicação não discursiva. 
A educação vista sobre o prisma da aprendizagem representa a vez da voz, o resgate da vez e a oportunidade de ser levado em consideração. O conhecimento como cooperação, criatividade e criticidade, fomenta a liberdade e a coragem para transformar, sendo que o aprendiz se torna no sujeito ator como protagonista da sua aprendizagem. ”Porque nós estamos na educação formando o sujeito capaz de ter histórias próprias, e não história copiada, reproduzida, na sombra dos outros ,parasitária. 
Uma história que permita ao sujeito participar da sociedade “(DEMO, Política social do conhecimento). 
E para que uma “nova aprendizagem “acontecesse foi necessário que as escolas mudassem sua pedagogia. Novas tecnologias e metodologias ingressaram no cotidiano escolar. 
Professores e planos de curso tornam-se defasados, necessitando de atualização, paradigmas ultrapassados ou estes ou inovadores- o que não diminui consideravelmente o compartimento e isolamento da escola em relação à realidade de cada educando. Muitas vezes desmotivados e amedrontados pela reprovação, num local em que as necessidades individuais de aprendizagem não são atendidas. 
É neste contexto atual que o psicopedagogo conquista espaço. Uma observação minuciosa e uma escuta atenta sem “pré conceitos”, assinalada pela imparcialidade pode detectar a real problemática da instituição escolar.”Esse é o papel do psicopedagogo nas instituições:Olhar em detalhe, numa relação de proximidade, porém não de cumplicidade”, afirma Césaris(2001);facilitando o processo de aprendizagem. 
Afinal, a psicopedagogia nasceu da necessidade de uma melhor compreensão do processo da aprendizagem humana e assim estar resolvendo as dificuldades da mesma ou mesmo prevenindo-as, visando ao interesse e ao prazer do aluno e do professor pelo processo de ensinar e aprender, garantindo o sucesso escolar para todos. 
Com vasto cabedal teórico a psicopedagogia têm diversos e diferentes fatores nos quais se basearam, para tentar explicar eventuais entraves no processo de aprendizagem, passando a assumir um papel mais abrangente. A linha de trabalho definida pelo psicopedagogo é a forma de ação e investigação para identificar as possíveis defasagens no processo de aprender. 
Tamanha a complexidade deste saber, todas as variáveis devem ser consideradas, desde uma disfunção orgânica até uma falha no processo de compreensão que pode estar comprometendo a aprendizagem. 
Ferreira (2002) ressalta que as necessidades individuais de aprendizagem não podem ser definidas por apenas um fator, estando ele na própria criança no meio familiar ou no ambiente escolar. 
Devido à complexidade dos problemas de aprendizagem, a psicopedagogia se apresenta com um caráter multidisciplinar, que busca conhecimento em diversas outras áreas de conhecimento, além da psicologia e da pedagogia. É necessário ter noções de lingüística, para explicar como se dá o desenvolvimento da linguagem humana e sobre os processos de aquisição da linguagem oral e escrita. Também são necessários conhecimentos sobre o desenvolvimento neurológico, sobre suas disfunções que acabam dificultando a aprendizagem; de conhecimentos filosóficos e sociológicos, que nos oferecem o entendimento sobre a visão de homem ,seus relacionamentos a cada momento histórico e sua correspondente concepção de aprendizagem. 
A psicopedagogia Educacional pode assumir tanto um caráter preventivo bem como assistencial. Na função preventiva , segundo Bossa (2000) cabe ao psicopedagogo perceber eventuais perturbações no processo de aprendizagem, participar da dinâmica da comunidade educativa favorecendo a integração promovendo orientações metodológicas de3 acordo com as características e particularidades dos indivíduos do grupo, realizando processos de orientação.Já no caráter assistencial o psicopedagogo participa de equipes responsáveis pela elaboração de planos e projetos no contextos teóricos/prático das políticas educacionais, fazendo com que professores diretores e coordenadores possam repensar o papel da escola frente a sua docência e as necessidades individuais de aprendizagem da criança ou da própria “ensinagem”. 
Participando da rotina escolar, o psicopedagogo interage com a comunidade escolar, participando das reuniões de pais esclarecendo o desenvolvimento dos filhos; dos conselhos de classe avaliando o processo didático metodológico acompanhando a relação professor-aluno sugerindo atividades ou oferecendo apoio emocional e finalmente acompanhando o desenvolvimento do educando e do educador no complexo processo de aprendizagem que estão compartilhando. 
Apesar desta dinâmica, Ferreira (2002),adverte(...) Mesmo que a escola passe a se preocupar com os problemas de aprendizagem, nunca conseguiria abarcá-los na sua totalidade, algumas crianças com problemas escolares apresentam um padrão de comportamento mais comprometido e necessitam de um atendimento psicopedagógico mais especializado em clínica .Sendo assim , surge a necessidade de diferentes modalidades de atuação psicopedagógica;uma uma mais preventiva com o objetivo de estar atenuando ou evitando os problemas de aprendizagem dentro da escola e outra a clínico-terapêuta, onde seriam encaminhadas apenas as crianças com maiores comprometimentos, que não pudessem ser resolvidos na escola. 
E sabendo que muitos casos de distúrbios de aprendizagem passam despercebidos e muitos sem condições até financeiras para um tratamento eficaz, professores optam por instrumentos que vem de encontro para contribuir para um possível ajuda nas tais dificuldades de aprendizagem. 
Hoje vários profissionais psicopedagogos, psicólogos, pedagogos e outros profissionais estão utilizando como um recursos psicopedagógicosde levar a importância de contar história para crianças com intuito de abrir espaço para a alegria o prazer de ler ,compreender e interpretar. 
Segundo Cláudia Marques Cunha Silva mestra em Produção com ênfase em mídia e conhecimento pela UFSC;Psicopedagoga coordenadora do núcleo sul mineiro da ABPP; e docente da vários cursos de Pós-graduação em psicopedagogia no sul de Minas. Neste contexto explora dizendo, o porquê de contar história é uma narrativa que se baseia num tipo de discurso calcado no imaginário de uma cultura. As fábula, os contos , as lendas são organizados de acordo com o repertório de mitos que a sociedade produz. Quando estas narrativas são lidas ou contadas por um adulto para uma criança, abre-se um parâmetro de diferença entre ler e contar histórias, mas mesmo sendo definições muito diferentes, porém ambas muito importantes. Um texto escrito segue as normas da língua escrita, que são completamente diferentes daquelas da linguagem falada. 
Quando uma criança ouve a leitura de uma história ela injeta funções sintáticas da língua, além de aumentar seu vocabulário e seu campo semântico, porém ,aquele que lê a história deve dominar a arte de contá-la,estar preparado suficientemente para fazê-lo com apoio no texto, sabendo utilizar o livro como acessório integrado à técnica da voz e do gesto. 
Além disso, quem lê para uma criança não lhe transmite apenas o conteúdo da história; promovendo seu encontro com a leitura, possibilita-lhe adquirir um modelo de leitor e desenvolve nela o prazer de ler e o sentido de valor pelo livro. 
Há opiniões divergentes neste campo: Alguns autores consideram que o contador sem o livro tem mais liberdade de acentuar emoções, modificar o enredo segundo as reações da criança e, portanto, melhor comunicação com o público infantil, teria ainda mais disponibilidade para trabalhar sua voz e seu gesto. 
Neste aspecto de que o importante é como ler e como contar, porque é preciso que se tenha técnica e preparo para despertar o desejo e o prazer das crianças. 
É através deste fantástico mundo um dos principais objetivos de se contar histórias é o da recreação, mas, a importância de contar histórias vai muito além. Por meio delas podemos enriquecer as experiências infantis desenvolvendo diversas formas de linguagem, ampliando o vocabulário, formando o caráter, desenvolvendo a confiança na força do bem, proporcionando a ela viver o imaginário. 
Além disso, as histórias estimulam o desenvolvimento de funções cognitivas importantes para o pensamento, tais como a comparação (entre as figuras e o texto lido ou narrado) o pensamento hipotético, o raciocínio lógico, pensamento divergente, as relações espaciais e temporais (toda história tem princípio, meio e fim) os enredos geralmente são organizados de forma que um conteúdo moral possa ser inferido das ações dos personagens e isso colabora para a construção da ética e da cidadania em nossas crianças. 
Segundo Luiza Lameirão, existem dois tipos de histórias aquelas que servem de alimento para a alma, permitindo a transmissão de valores e de imagens arquetípicas fundamentais para a construção da subjetividade, e aquelas que sevem para despertar o raciocínio e o interesse da criança para formas de agir e estar no mundo , e assim são chamadas histórias matéria importantes para estruturação dos aspectos objetivos de nossa personalidade.Estas últimas devem ser selecionadas de acordo com o desenvolvimento cognitivo do ouvinte porque exigem maior compreensão racional e analítica, mas para isso exigisse uma competência necessária para se contar histórias que é adquirida em cursos de capacitação com técnicas básicas de postação de voz, gesto, materiais de apoio e dentre outras. 
Nesses cursos se destaca algumas orientações básicas para se contar histórias: 
• Escolha leituras que tenham ligação direta com o sexo, a idade, o ambiente familiar e o nível sócio econômico da clientela; 
• Incentive as crianças diariamente, contando pequenas histórias sem mesmo ter o livro nas mãos; 
• Use entonação de voz atraente, sem exagero, faça suspense, faça drama, se emocione, expresse sua opinião sobre o tema e dê oportunidade para que a criança também apresente sua opinião; 
• Enriquecer a narração com figuras de linguagem (onomatopéia). 
• Movimente o corpo (olhos, mãos, braços), mas sem exagero. 
• Evite cacoetes ou vícios de linguagem como: aí, ai... Então... Entenderam... 
• Crie a “hora da história”,na escola, um bom horário é após o recreio para acalmar a ternura, em casa pode ser à noite antes de dormir; 
• Determine um dia ou horário para cada aluno ler ou contar uma história, não force ninguém; 
• Em casa estimule a criança a recontar a história que ouviu, compre livros, dê livros de presente em aniversários, natal e outras festividades; 
• Sempre que possível sente-se no nível das crianças 
• Explique quando necessário o significado das palavras novas; 
• Preserve a atenção das crianças no local em que a história está sendo contada. (muito barulho, pessoas estranhas interrompendo, etc); 
E o que tudo isso implicaria na psicopedagogia do ato de contar história? Como já foi dito a história possibilita a articulação entre objetividade e subjetividade, espaço “entre” no qual se situa o trabalho psicopedagógico. É ,portanto, um recurso que pode ser usado tanto no diagnóstico como na intervenção psicopedagógica em instituições clínicas. 
O conteúdo mítico, as ações praticadas pelos personagens, os valores morais implícito na narrativa, permitem projeções que facilitam a elaboração de questões emocionais, muitas vezes expressas com sintomas que se apresentam na aprendizagem. A compreensão dos enredos, a análise dos conteúdos, a estrutura lingüística subjacente ao texto, permitem ao profissional investigar questões cognitivas presentes nas dificuldades do processo de aprendizagem. 
Como recurso psicopedagógico a história abre espaço para a alegria e o prazer de ler, compreender, interpretar a si próprio e a realidade. 
1.2 - A Narrativa 
Contar história, repetimos,é uma grande arte. E, na arte de contar história, como em todas as artes, há os gênios, que nascem feitos, mas também há aqueles que têm apenas tendências naturais que podem ser aperfeiçoado. Estes precisam tão somente de técnicas e exercícios para se tornarem especialistas naquilo para o que já têm jeito especial. 
A arte de contar histórias, como as demais artes, tem a sua técnica que deve ser observada para garantir o sucesso aos interessados, cabe também usar da criatividade, expressão corporal e disponibilidade para contar histórias. A título de auxílio para os novatos nesta linda arte, a fim de orientar seus primeiros passos, até que se desenvolva e adotem seus próprios métodos e adquirem estilo próprio, é preciso estar abertos para o aperfeiçoamento das qualidades e antes de contar uma história, o narrador deve prepará-la bem observando os passos formais que a técnica aconselha no preparo de uma fábula, tais como: Na preparação de uma história deve ter clareza e ser nítido no seu objetivo, pois a história tem mensagem e o narrador não será ciente se ignorar sua mensagem; na mente do contador de história, deve estar clara, e perfeitamente estabelecida, a virtude que ele quer salientar ou o erro que deseja corrigir; A mesma história pode ser usada com objetivo diferente em ocasiões diversas. Tudo depende da capacidade de adaptação do narrador; a narrativa surge a partir dos relatos de idéias e vivências contadas pelos mais diferentes grupos de pessoas; nesse sentido a presença de elementos mágicos e o recurso à fantasia têm sido procedimentos recorrentes na literatura infantil para conquistar o leitor; se, portanto, queremos usar uma história para fim diferente daquele o qual ela foi usada, precisamos prepará-la de novo, para que ela se ajuste a nova finalidade. 
A preparação de uma história requer aprender bem. Aprender bem uma história, não significa poder recitá-la, saber de cor, mas ter exata noção de seu conjunto, compreender. É saberapreciar no que ela tem de emotivo, é ser senhor dos acontecimentos, ou eventos que ela encerra e em ordem lógica. É ter dela uma visão global como uma unidade compreensiva. É analisar cuidadosamente a história. Começa a análise da história por determinar-lhe o clímax. Isto porque o clímax é o coração da história, é a sua mensagem real, é o ponto central para o qual todos os eventos devem convergir. Tendo o clímax bem focalizado, analisando os acontecimentos para verificar se todos eles conduzem ao clímax e se estão na melhor ordem, de modo a fortalecer analisar os acontecimentos para verificar se todos eles conduzem ao clímax e se estão na melhor ordem, de modo a fortalecer e tornar mais impressionante. Depois de fazer a análise cuidadosamente dos eventos e colocá-los na melhor ordem, formulando assim a conclusão. 
Ao ouvir histórias, a criança com dislexia começa a perceber que nela há começo, meio e fim e que elas estão contando alguma coisa que aconteceu primeiro, e que elas estão contando alguma coisa que aconteceu primeiro, e que gerou outros fatores e que levou a um determinado final. 
Recontar uma história é contar o que se lembra da mesma após sua leitura ou adição, ela percebe a sua seqüência e, ao reconstruírem mentalmente suas partes, quer para relembrá-la, quer para recontar para outrem, desenvolvem um esquema de histórias, que é a representação mental que nós temos do que seja uma história, isto é, uma representação das suas partes (cenário – onde e quando aconteceu e quem são os personagens). 
O nosso esquema de história não é inato; ele se desenvolve à medida que crescemos e somos expostos a muitas histórias bem construídas. 
Para que o ouvinte possa sentir a história e construir suas imagens, interagindo com o texto, o contador deve também sentir, enxergar com detalhes e cores as cenas da história, enquanto narra. O contador de história, por sua vez tem necessidade de incorporar o texto, senti-lo como se tivesse acontecido com ele próprio, para conquistar a confiança de seu público. Perspectiva do narrador nas condições de hoje, a posição colocada pela professora Argentina, Ana Padovani (1999) também contadora de história, a respeito do aparecimento do contador/narrador, encontra eco nas idéias de Walter Benjamim, destacando os valores de simplicidade e grandeza, ao mesmo tempo, como características que poderão enriquecer o entendimento e a descoberta do verdadeiro narrador de ontem e de hoje, cada um no seu contexto. 
A oralidade primeira, de raiz assentada na memória, dava-se dinamicamente, sem rigidez, estrutura para ser memorada. Valia a pena guardar, pois essa oralidade era compartilha por toda a comunidade, como um ritual. Essa experiência acontecia em torno da celebração da palavra. Esta é capaz de trazer ao presente o passado para construir uma comunidade enquanto tal, ritmo, na marcação e na música. Linguagem dessa primeira narrativa que identifica cada tribo seus costumes e contextos. 
O mundo hoje, diante das novas tecnologias tem afastado o individuo do ouvir, pensar, criatividade e da fantasia. A atividade de contar história, sobretudo nas sociedades urbano industriais, parece ter desaparecido, mas há um movimento que já começou a tomar corpo e se espalhar, numa perspectiva atual de incentivar leitura e oralidades. As maiorias dos contadores hoje tiram experiências dos primeiros narradores, aqueles de origem. A narrativa surge a partir dos relatos de idéias e vivências contadas pelos mais diferentes grupos de pessoas. O gênero narrativo classifica e reúnem obras da mesma espécie, isto é obras que apresentam os mesmos traços. Os contos populares são narrativos de tradição oral. Sua origem e continuidade se dão no imaginário coletivo, por isso muitas vezes as histórias surgem de situações contadas no dia-a-dia. 
1.3 - Contos de Fadas 
Os contos de fadas, histórias que tem acentuadas características morais as quais se revelam nos fatos de serem sempre recompensada a virtude e punir o mal. 
Este é um princípio verdadeiro na vida real, mas sua verificação é impossível a criança principalmente a disléxica, pois demanda longo período de experiência e uma existência já vivida, o que é impossível a criança. Os contos de fadas são considerados mais satisfatórios do que todas as outras histórias infantis. Os contos de fadas têm um sentido bem mais profundo do que outros tipos de leitura começam onde a criança realmente se encontra no seu psicológico e emocional. Falam de suas pressões internas graves de um modo que ela inconscientemente compreende e sem menosprezar as lutas mais sérias. Os contos de fadas devem levar a criança a lutar contra as dificuldades da vida, visto nas histórias de contos de fadas, sempre há o bem e o mal, mas visto que o bem sempre vence o mal. 
Os contos de fadas, em contraste confrontam a criança honestamente com os predicamentos humanos básicos. Os contos de fadas permitem À criança aprender o problema em forma mais essencial, o contrário do que acontece em muitas histórias infantis modernas, nos contos de fadas o mal é tão onipresente quanto à virtude. 
Em praticamente todos os contos de fadas o bem e o mal recebem corpo na forma de algumas figuras e de suas ações, já que bem e mal são onipresentes na vida e as propensões para ambos. Para as crianças o mais importante é compreender que não se deve fazer o mal e que o bem sempre vence no final. Bettelhein, (1980:20), afirma que o poder regenerador dos contos de fadas que, por conterem na sua estrutura elementos simbólicos, criam uma ponte com o inconsciente, integrando os conteúdos arquetípicos1 e proporciona à criança conforto e consolo em termos emocionais. 
Considera-se que as figuras dos contos de fadas não são ambivalentes, não tem um só sentido, elas não são boas ou más, ao mesmo tempo, como somos todos na realidade, mas transmite uma luz que domina a mente da criança, também domina os contos de fadas uma pessoa boa ou má. 
Há alguns contos de fadas amorais onde a bondade ou a apresentação das polarizações de caráter permitem a criança compreender facilmente a diferença entre as duas, o que ela não poderia fazer tão prontamente se as figuras fossem retratadas com mais semelhança à vida. Os contos de fadas transmitem a criança de forma múltipla uma mensagem que diz que uma luta contra as dificuldades graves, na vida é inevitável, mas é necessário que a pessoa não se intimide, mas se defronta de modo firme com as opressões inesperadas e muitas vezes injustas. Segundo Bettelhein, À criança aprende o problema em sua forma, mas essencial, onde uma trama mais complexa confundirá o assunto para ela. Os contos de fadas são bastante convenientes, durantes os problemas. 
A criança confia no que o conto de fada diz, estas histórias funcionam como ensinamento e permitem que a criança vivencie seus problemas psicológicos, de modo simbólico, saindo mais feliz dessa experiência. 
Os contos de fadas diferentes de qualquer outra forma de literatura dirigem a criança para a descoberta de sua identidade e comunicação, e também sugerem as experiências que são necessárias para desenvolver ainda mais seu caráter. Os contos de fadas declaram que uma vida compensadora e boa está ao alcance da pessoa apesar das adversidades – mas apenas se ela não se intimidar com as lutas do destino, sem as quais nunca se adquire verdadeira identidade. 
Num conto de fada, os processos eternos são externalizados e tornam-se compreensíveis enquanto representados pelas figuras da história e seus incidentes. 
Mas a verdadeira importância dos contos de fadas para o indivíduo em crescimento reside em algo mais do que ensinamentos sobre as formas corretas de se comportamento neste mundo,auxilia muito o aluno com dislexia 
Sabemos que o conto encanta isto ninguém tem dúvida, chegamos ter algumas idéias expostas por estudiosos. Bruno Bettelhein é um deles, e afirma que os contos de fadas encantam, antes pelas suas qualidades literárias e o próprio conto como uma obra de arte. Os contos de fadas não poderiam ter seu impactopsicológico sobre a criança se não fosse primeiro e antes de tudo uma obra de arte. 
1.4 – A Lenda 
É a história imaginária que embora tenha origem num fato, e este a tal ponto foi fantasiado, modificado ou ampliado. Afinal, pode distinguir o elemento fictício da verdade original. Em geral, são histórias que pertencem a épocas primitivas e que, por séculos e séculos, têm sido transmitidos oralmente, de geração em geração, sofrem algumas modificações até de forma inconsciente. 
É necessário conhecer características desses gêneros antes de contá-las valorizando o que a narrativa tem de melhor para formação do indivíduo, é necessário acreditar nos mistérios, numa cumplicidade manifestada no olhar e na emotividade, encontro com o inesperado. É importante valorizar, realçar o momento do encontro com os elementos que dão força ao texto, como o encontro com o boto cor de rosa ou com a Vitória Régia, surgindo nas águas, com a mandioca ou o pajé, e muitos outros personagens que fará do sonho uma realidade. 
O contador de histórias tem que ler, entender e entrar no mundo da imaginação, viver a história com prazer e alegria. As lendas trazem o mistério, a curiosidade, neutralidade nos momentos de humor, traz ao leitor/ouvinte à vontade para expressar seus sentimentos e compartilhar, ou não, as opiniões e valores ali presentes. 
A lenda é também uma criação popular. Seu surgimento se dá pela necessidade de encontrar explicação para aquilo que se desconhece ou que seja de difícil compreensão. Possui uma estrita relação com o momento real vivido e, diferentemente dos contos maravilhosos, os protagonistas são seres humanos e há pouca interferência de seres imaginários. As lendas entre os povos são as tradições e vive do pensamento primitivo e do desenvolvimento intelectual das épocas. A lenda deleita encantamento e educa. Quase sempre o mito da origem à lenda e caracteriza o seu desenvolvimento moral. 
Outros estudiosos afirmam que a lenda é o meio termo entre a história imaginária e a real, tendo um pouco de cada uma delas, como nos demais casos de histórias imaginárias, as lendas podem ser usadas como instrumento psicopedagógico, desde que se não ponha ênfase no elemento fictício querendo emprestar-lhe caráter de realidade, mas na significação moral que ela tem. 
1.5 - Fábulas 
As fábulas são narrativas simbólicas, que tem origem no séc. VI a.C; como criação do escravo grego Esopo(escravo grego do século VI a.C.). Inspiradas em histórias da mitologia greco-romana. 
As fábulas de Esopo só foram escritas a 200 anos depois de sua criação, por Demétrio e somente no século XVII, tornaram-se mais conhecidas, através da sua reescrita por La Fontaine(La Fontaine viveu no Séc.XVII, era freqüentador do palácio de Versalles. Sua gentileza cética favorecia o convívio com os nobres. Em “suas” fábulas, fala da humanidade, em especial dos franceses de sua época.) As fábulas, sugerindo sempre algo. Ela tem a função de estimular e frustrar a verdade. A presença dos animais neste estilo narrativo se justifica pelo fato de, na antiguidade, eles simbolizavam as virtudes e identificavam as qualidades dos heróis e deuses que às vezes encarnavam; Júpiter era representado pela águia, Juno pelo pavão, Minerva pela coruja e Diana pela força. 
As fábulas apresentam semelhanças com apólogo (seres inanimados que adquirem vida para transmitir uma situação) e alegoria (transmite idéias a partir de imagens). Na literatura as alegorias são expressões de duplo sentido e podem ser representados pelos provérbios. É o tipo de história nas quais os animais tomam características humanas, raciocinam, falam, choram, cantam, sentem e encarnam as virtudes ou defeitos da natureza humana. Em geral, apontam as fraquezas dos homens e são de grande valor como aviso, como advertência contra tais fraquezas. 
As fábulas falam da humanidade usando das figuras de animais, onde podemos nos encontrar representado, tais como: o leão, a força e o poder; a formiga traduz o trabalho; a raposa e o coelho, a astúcia e esperteza; e o lobo, o despotismo. 
No Brasil, Monteiro Lobato (século XX) foi quem trabalhou com as fábulas recriando-as. Em seguida o escritor carioca Melar Fernandes também recriou as fábulas de Ensopo e La Fontaine, de forma satírica e muito engraçada. Em estudos foi percebido que a fábula se divide em duas partes: 
• 1ª parte – a história (o que aconteceu) 
• 2ª parte – a moral da história (o significado da história) 
CAPÍTULO II 
FORMAÇÃO DO PROFESSOR CONTADOR DE HISTÓRIAS 
Nos últimos anos têm-se discutido muito sobre a formação dos professores, sua importância para a sociedade e na formação das crianças e dos alunos com dislexia. “Numa sociedade contemporânea onde cada vez mais é necessário o seu trabalho enquanto mediador dos processos segundo Pimenta (2005, p.15)” constitutivos da cidadania dos alunos, para o que concorre a superação do fracasso e das desigualdades escolares”. Sendo, assim nos leva a refletir sobre a formação dos professores e suas práticas pedagógicas nas organizações escolares. 
Nesse contexto sobre a prática pedagógica dos professores é que iremos fazer algumas reflexões, sobre a didática dos cursos de formação dos professores, a importância de buscar diferentes linguagens e saberes diferenciado para o exercício profissional da docência. O que se espera dos cursos de formação inicial (licenciatura) é que forme professores criativos, inovadores, reflexivos e que contribuam no processo de construção de um sujeito situado no seu contexto e no momento histórico. 
Professores que sejam capazes de desenvolver nos alunos conhecimentos, habilidades, atitudes e valores que possibilitem a construção permanente de saberes e fazeres no dia a dia sabendo lidar com todas as dificuldades encontradas. Ao professor do século XXI, cabe a ele buscar novas propostas de trabalho, estar aberto à aprendizagem, criatividade, a arte, a contação de história, a tecnologia, e tantas outras inovações metodológicas. Ele deve tomar a sua profissão como estimulador da imaginação dos alunos e a contação de história é a forma natural para o desenvolvimento e descobertas do mundo da leitura. O professor que trabalha com a contação de histórias faz um elo entre “a criança e o livro.” (SILVA e ROCHA, 2006). 
O professor contador de histórias promove o encontro da criança com o livro, aguça a curiosidade, possibilita a ela o desejo de folhear, observar as ilustrações, ler a parte que mais gostou na história, mudar partes da história, nomes de personagens, enfim trilhar outros caminhos para a história contada. 
Segundo Silva e Rocha (2006), é comprovado na prática que, depois de ouvir uma história bem trabalhada, o aluno pede o livro para folhear e ler. 
Então, a formação do professor é muito importante na percepção das experiências práticas, para este ser sensível e perceptivo da importância da história contada para a formação de leitores não só nas atividades da escola, mas o transformar para a vida. Pois, a atividade de contação de histórias enquanto recurso pedagógico possibilita o processo de formação de leitores. 
Segundo Bettelhein, a fantasia ajuda a formar a personalidade e por isto não pode faltar na educação. ”A criança aumenta seu repertorio do conhecimento sobre o mundo e transfere para os personagens seus principais dramas.”, diz a terapeuta Mariúza Pregnolato Tanouye, de São Paulo. O professor contador de história deve estar apito preparado para as novas tecnologias, mas traindo com sigo a cultura tradicional, para levar as escolas o prazer encantador que é a arte de contar histórias. Torna-se cada vez mais raro o encontro com pessoas que sabem contar histórias, e que se preocupam com a formação do futuro leitor. 
Em muitas pesquisas, foi analisada a grande importância da contação de histórias na sala de aula, visto que em relatos e experiências de seu cotidiano mostra-nos como as histórias infantis podem enriquecer o conhecimento do aluno a respeito de si mesmos e do mundo que o cerca. 
A sociedade esta vivendo umamudança estrema onde é necessário que nós acompanhemos esta mudança, visto que é necessário que comecemos por nós mesmos, consultando o nosso EU, interior para que depois possamos conhecer o nosso exterior. E, por isto que a contação de histórias é importante visto que através da história a criança imagina, sonha, sorri e chora fica irritada, sente a diferença entre o bem e o mal, ritualiza sua memória, nos conecta com algo que se perdeu e faz com que ela sinta o prazer na vida. 
A contação de história na sala de aula estimula a capacidade de raciocínio do aluno e de relacionar fatos, pessoas, objeto e ações no tempo e no espaço. 
Defendem a recriação de lugares por meio da literatura e de desenhos como uma forma de exercer várias das utopias que a educação contemporânea tem buscado alcançar, colocando em relevo e experiência das crianças e estimulando a criticidade, a criatividade e o auto conhecimento. 
Desde as antigas civilizações existe o hábito de contar história. Na Grécia antiga, por exemplo, havia os aedos, que narravam episódios de heróis e suas conquistas. Na idade média, os crônicos divertiam os nobres com seus relatos. No século XVII ,nasceram os primeiros contos para crianças. No Brasil, a tradição de contar histórias já existia entre os índios e continua até hoje. 
A figura do contador de histórias reapareceu com grande vigor nas últimas décadas do século XX, havendo um grande interesse de pessoas em aprender técnicas destas ocupações. Nas instituições escolares há uma grande demanda pela contação de histórias. Em muitos locais já integra o currículo escolar, com atividades com horários determinado. Há ainda um estímulo pela capacitação de professores e bibliotecários escolares a incorporarem essa prática no seu cotidiano e, para isto contrata-se pessoas para realizar esta tarefa. 
Barcellos e Neves(1995) afirmam que a criança que ouve histórias com freqüência educa sua atenção, desenvolve a linguagem oral e escrita, amplia seu vocabulário e principalmente, aprende a procurar nos livros novas histórias para o seu entretenimento, e visto que a contação de histórias possibilitam o estímulo á imaginação, o acesso ás diferentes culturas e o convívio com o outro. 
A narração de histórias na escola também tem uma função de “animação de leitura”, desperta o gosto pela leitura, embora nem sempre isto seja alcançado. Há unanimidade em torno do fato de que ouvir muitas histórias é importante para a formação de qualquer criança. 
O professor deve aproveitar o momento de contação de histórias para desenvolver a criatividade do aluno e leva-los a imaginação, brincando de faz-deconta, também permitindo a criança viver papéis, isto é importante para sua 
socialização. A criança aprende a lidar com seus medos e expectativas. E é ouvindo histórias que se pode sentir emoções importantes, como a raiva, a alegria, a insegurança, a tristeza, o medo, a alegria, a insegurança, a tranqüilidade. Estamos vivendo um importante momento que é a capacidade dos profissionais que atuam na educação.
2.1 - Como contar histórias? 
São muitas as indagações: A partir de que idade pode-se entregar à criança um livro infantil? Existe uma idade adequada para a criança brincar de ler? Hoje sabemos que a criança deve ser estimulada desde os 3 meses com atividades que oportunizem o desenvolvimento das percepções auditivas, visuais, tátil, temporal, a memória e outras operações mentais. 
É importante contar histórias, pois por meio dela as crianças descobrem palavras novas, entram em contato com a musicalização, com locais, com fatos históricos e geográficos e datas. Trabalha-se com melodia, harmonia, ritmo, expressão, oralidade e tantas outras formas interdisciplinares de socialização e aprendizagem. 
O ambiente de aprendizagem é essencial para o aprendizado do aluno, Bruno Bettelhein, reconhecido psicólogo infantil e autor do livro: A psicanálise dos contos de fadas, afirma que o conto encanta, antes pelas suas qualidades literárias, pois “o conto de fadas não poderia ter seu impacto psicológico sobre a criança se não fosse primeiro e antes de tudo uma obra de arte”. (Bettelhein, 1980, p.20). 
O momento do ouvir histórias pode estimular o desenhar, o musicar, o sair, o ficar, o pensar, o dramatizar, o imaginar, o brincar, o ver o livro, o escrever, o querer ouvir de novo. 
Entretanto, sabemos que ainda há educadores que não se dão conta de que a literatura e o lúdico estão entrelaçados de que podem ser desenvolvidas atividades mesmo com bebês ou crianças pequenas dos berçários e das creches. Ao contar histórias para as crianças pequenas no berçário, estas ficam mais tranqüilas, e desenvolvem a percepção sensorial, auditiva, o comportamento, a comunicação e o gosto pela leitura. Quando se trabalha a história com estas crianças pequenas é preferencial que usemos o livro para trabalharmos com as imagens, e assim estimular a atenção e memória visual. 
Há resultados positivos divulgados, quando a história faz parte de processos informais de educação, justificam a necessidade de esclarecer o conceito de histórias e estabelecer relação de afinidades entre a contação de histórias e a educação formal, uma proposta com possibilidades de tornar efetivo a contação de histórias na sala de aula, utiliza-se o processo de investigação interdisciplinar. 
Considera-se que a contação de histórias, quando for respalda-se pela interdisciplinaridade, terá lugar seguro na educação formal. Ao protagonizar as práticas sensíveis, será valorizada e solicitada a contribuir com a realização do anseio educacional de proporcionar educação completa ao ser humano. Juntas, educação e contação de histórias têm a missão de levar o ser humano a desenvolver a própria potencialidade sensível, para desempenhar, com autenticidade, o papel que lhe cabe na sociedade contemporânea como um instrumental capaz de dar uma dimensão sensível á progressão de conhecimento. 
É importante que o professor faça da história um pretexto para outras atividades, como desenhar, escrever, fixar conteúdo, é necessário que o professor aproveite a história, para fazer algo a partir dela, e não proporcionar um momento rico, de prazer que ela própria proporciona, é preciso que o professor seja sensível e utilize o máximo do momento de contar história para o conhecimento. 
Segundo Bettelhein (1980), enquanto a criança diverte, o conto de fadas esclarece sobre ela mesma e favorece o desenvolvimento de sua personalidade e oferece significados de muitos modos. 
A leitura de histórias pode ser uma forma de brincar com palavras e figuras e é uma atividade prontamente prazerosa para crianças e adultos, além de propiciar uma rica fonte para a imaginação, pois as histórias transportam o ouvinte para uma viagem, onde palavras novas são aprendidas, músicas são ouvidas, cantadas e culturas são conhecidas. 
Educar é também desfrutar o prazer de estar junto numa atividade gostosa. É descobrir que sempre há mais energia do que pensamos ter. Contar histórias ainda está excessivamente ligado ao livro. Geralmente, enquanto o professor lê, ele aproveita as figuras para ilustrar sua leitura, o que por si descaracteriza a narrativa, que pressupõe a voz sendo oferecidos aos ouvintes sem que nenhum outro elemento que interfira nesse desempenho. 
2.2 – Aprendizagens Significativas. 
Todo mundo aprecia histórias, mas pouca gente conhece o valor real da história. Muitos que a usam para diferentes fins, como entretenimento, despertar atenção ou descansar a mente, ignora que, mesmo quando usada com estes objetivos em vista, a história é elemento poderoso na formação do caráter daqueles que a ouvem. 
Podemos, pois, afirmar, diante do que já lemos que, o valor real da história é ser instrumento educativo. 
A história, do ponto de vista educativo, atende às necessidades humanas em todos os seus aspectos. 
a) Físico – A história tem sido usada para a satisfação de uma necessidade de repouso. No fim de um dia de atividades, de exercícios físicos e trabalhos escolares, a criança se aclama ouvindo

Outros materiais

Outros materiais